Buscar

Controle Ambiental e Recursos Naturais - Livro-Texto Unidade II

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 53 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

82
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
Unidade II
5 COMPROMISSOS MUNDIAIS
A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) – Rio‑92 
aconteceu no Rio de Janeiro, entre 3 e 14 de junho de 1992. Mais de 100 chefes de estado se reuniram 
para discutir um desenvolvimento econômico que não causasse danos ao meio ambiente.
A Rio‑92 discutiu o desenvolvimento sustentável de forma a aumentar a conscientização dos povos 
de que os países desenvolvidos são responsáveis pela maior parte da poluição mundial. Os países em 
desenvolvimento deveriam ter ajuda financeira para atingir o desenvolvimento sustentável.
A Rio‑92, também chamada de Cúpula da Terra, tinha o mesmo objetivo da Conferência de Estocolmo, 
realizada em 1972. Vinte anos depois, estratégias para reduzir a degradação ambiental e preservar o ambiente 
para as gerações futuras ainda estavam sendo discutidas. O objetivo central era promover o desenvolvimento 
sustentável, utilizando a educação ambiental como principal ferramenta para conscientizar a população de 
que era necessário modificar o estilo de vida, consumindo menos, desperdiçando menos recursos naturais e 
procurando manter o equilíbrio ecológico. Naquele momento, os representantes de governo concordaram 
com a importância da questão ambiental. As discussões resultaram nos seguintes documentos:
• Agenda 21;
• Convenção da Biodiversidade;
• Convenção das Mudanças Climáticas;
• Declaração de Princípios sobre Florestas;
• Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento;
• Carta da Terra.
A Carta da Terra trata dos princípios fundamentais para o desenvolvimento sustentável, visando a 
uma sociedade justa. Tem como objetivo estimular a responsabilidade individual e coletiva em relação 
às questões ambientais que estão intimamente ligadas ao bem‑estar e à qualidade de vida das gerações 
atuais e futuras. Reconhece que a questão ambiental não pode ser tratada isoladamente, mas precisa 
estar dentro do contexto social, econômico e político.
A Carta da Terra levou mais de dez anos para ser concluída. Ela foi elaborada num proceso participativo de 
iniciativa das Nações Unidas e teve a adesão de 4.500 organizações. A redação da Carta da Terra envolveu o 
83
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
processo mais participativo associado à criação de uma declaração internacional. Esse processo é a fonte básica 
de sua legitimidade como um marco de guia ético. A legitimidade do documento foi fortalecida pelo alto índice 
de adesão das organizações, que incluem vários organismos governamentais e organizações internacionais.
A Carta da Terra foi baseada em quatro princípios fundamentais que visam fomentar um modelo de 
desenvolvimento sustentável de forma ética:
• respeitar e cuidar da comunidade de vida;
• integridade ecológica;
• justiça social e econômica;
• democracia, não violência e paz.
A carta mostra valores globais e uma declaração que pode ser utilizada pelos povos de todas as 
religiões, culturas e raças. Além disso, promove valores que já foram publicados em outros documentos 
e que devem servir de guia para ações dos cidadãos para melhoria da qualidade de vida.
 Saiba mais
Para mais informações, leia a Carta da Terra na íntegra:
A CARTA da Terra. 2000. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/
estruturas/agenda21/_arquivos/carta_terra.pdf>. Acesso em: 8. out. 2014.
A Convenção da Biodiversidade garante que os recursos naturais sejam usados de forma racional, 
sem desperdícios. Esse documento deve ser aprovado pelo Congresso Nacional de cada país participante. 
No Brasil, ele entrou em vigor em 1993 visando à conservação do meio ambiente, ao uso sustentável de 
seus recursos e à divisão equilibrada de seus benefícios para a sociedade. Ao todo, 168 países assinaram 
o documento, comprometendo‑se em respeitar o acordo. Os Estados Unidos levaram mais de um ano 
para assinar o documento, alegando que traria prejuízos econômicos (MARTINS, 2012; BRASIL, 2000).
 Saiba mais
Para mais informações, leia a Convenção sobre Diversidade Biológica 
na íntegra:
BRASIL. Convenção sobre diversidade biológica. Brasília, 2000. Disponível 
em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/sbf_chm_rbbio/_arquivos/cdbport_ 
72.pdf>. Acesso em: 13 out. 2015.
84
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
A Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contém 27 princípios que reforçam a 
Declaração da Conferência de Estocolmo, em 1972. O documento promove o ativismo ambiental.
Cada país tem o direito de explorar os recursos naturais dentro do seu território com responsabilidade, 
estabelecendo políticas de conservação ambiental e sustentabilidade. O documento foi assinado em 12 
de agosto de 1992 (MARTINS, 2012; BRASIL, 1992b).
 Saiba mais
Para mais informações, leia a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento na íntegra:
BRASIL. Declaração do Rio sobre meio ambiente e desenvolvimento. 
Brasília, 1992b. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/
documentos/convs/decl_rio92.pdf>. Acesso em: 9 out. 2015.
A Convenção do Clima foi um tratado internacional estabelecido durante a Rio‑92. Tinha como 
objetivo propor a redução da concentração de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera para evitar 
alterações no clima.
A convenção só começou a vigorar em 1994. Os países responsáveis pelas maiores emissões deveriam 
ter a maior redução. A partir dessa convenção, muitos documentos importantes foram elaborados, entre 
eles o protocolo de Quioto (MARTINS, 2012; BRASIL, [s.d.]a).
 Saiba mais
Para mais informações, leia o documento Convenção do Clima na 
íntegra acessando:
BRASIL. Protocolo de Quioto. Brasília, [s.d.]b. Disponível em: <http://
www.mct.gov.br/upd_blob/0012/12425.pdf>. Acesso em: 9 out. 2015.
A Agenda 21 foi o documento mais importante gerado na Rio‑92. Nele, foi estabelecido um plano de 
ação mundial para o desenvolvimento sustentável, considerando a proteção ambiental e a justiça social e 
econômica. O documento foi dividido em 40 capítulos, que tratam dos seguintes temas (BRASIL, 1992a):
• Dimensões econômicas e sociais – promover o desenvolvimento sustentável nos países em 
desenvolvimento, focando em estratégias de diminuição da pobreza, da miséria e alterações 
nos padrões de consumo, além do controle do crescimento populacional. Em suma, promove o 
aumento da qualidade de vida dos países.
85
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
• Conservação e questão dos recursos para o desenvolvimento – promove a conservação do ar, 
do solo, dos mares, da água doce, das matas, e da biodiversidade. Estabelece ações que promovam a 
melhoria dos níveis de educação da mulher, assim como a sua participação em todas as atividades 
que levem ao desenvolvimento e à gestão ambiental. Foram ainda discutidas medidas de proteção 
da juventude e dos povos indígenas.
• Revisão dos instrumentos necessários para a execução das ações propostas – leva em 
consideração mecanismos econômicos e jurídicos internacionais, assim como a produção e a 
oferta de tecnologias ecologicamente corretas para a promoção do desenvolvimento sustentável 
a partir da educação e da construção de uma consciência ambiental.
Foi aprovada por todos os países participantes da CNUMAD. Gerou a criação da Comissão 
de Desenvolvimento Sustentável (CDS), vinculada ao Conselho Econômico e Social das Nações 
Unidas (Ecosoc). A CDS tem como objetivo acompanhar os países naelaboração e implementação 
das agendas nacionais. Somente a China elaborou sua agenda nacional e já deu início à sua 
implantação. A Agenda 21 é um poderoso instrumento para estabelecer um novo paradigma de 
desenvolvimento, levando em consideração o respeito à natureza, buscando um equilíbrio entre o 
desenvolvimento econômico e a preservação da natureza, e garantindo, assim, a qualidade de vida 
para os povos. A Agenda 21 teve grande importância política para o estabelecimento de um novo 
modelo de desenvolvimento.
 Saiba mais
Para mais informações sobre a Agenda 21, acesse:
BRASIL. Agenda 21 Global. Brasília, 1992a. Disponível em: <http://
www.mma.gov.br/responsabil idade‑socioambiental/agenda‑21/
agenda‑21‑global>. Acesso em: 9 out. 2015.
5.1 Protocolo de Quioto
A Conferência de Quioto foi realizada no Japão em 11 de dezembro de 1997. Nela, 38 países 
industrializados concordaram com a diminuição, até 2012, de suas emissões de gases causadores de 
efeito estufa a níveis abaixo dos detectados em 1990. Os Estados Unidos concordaram com 7% de 
redução, a União Europeia, com 8%, e o Japão, com 6%. A maioria dos países precisaria rever suas fontes 
energéticas e os países desenvolvidos teriam alto custo para se adaptar à nova realidade.
Os Estados Unidos decepcionaram ao não fornecerem números objetivos para reduzir a poluição 
em 1997. Bill Clinton, então presidente dos Estados Unidos, anunciou que o país pretendia estabilizar 
as emissões nos níveis de 1990 até o ano de 2012. No entanto, o mundo esperava reduções mais 
acentuadas, devido à condição crítica global causada pelo efeito estufa.
86
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
Assim, os Estados Unidos não submeteram seu desenvolvimento econômico a esse acordo, 
não assinando o protocolo. O Brasil assinou o Protocolo de Quioto em 2002, mesmo sendo um dos 
documentos propostos mais polêmicos. Para cada país foi proposto um índice de redução, com base 
em seu histórico de poluição. Para os países em desenvolvimento, o índice era menor do que para 
os países desenvolvidos. Todos os anos ocorrem reuniões para discutir as regras e dificuldades para a 
implantação do protocolo. Várias cidades já sediaram esses encontros, como: Berlim (1995), Genebra 
(1996), Quioto (1997) – adotado o Protocolo de Quioto –, Buenos Aires (1998), Bonn (1999), Haia e 
Bonn (2000), Marrakech (2001), Nova Délhi (2002), Milão (2003), Buenos Aires (2004), Montreal (2005), 
Nairóbi (2006), Bali (2007), ´Poznan (2008), Copenhague (2009), Cancun (2010) e Durban (2011).
5.2 Rio+20
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como 
Rio+20, ocorreu no Rio de Janeiro, de 13 a 22 de junho de 2012. Após 20 anos da Rio‑92, o encontro 
teve como objetivo renovar o compromisso político assumido para o desenvolvimento sustentável, 
analisar os progressos e os problemas enfrentados até aquele momento pelos países participantes na 
implementação dos acordos assinados e abordar novos desafios (ORLANDI, 2012).
O encontro gerou um documento de 53 páginas, que foi assinado por 188 países, estabelecendo 
um guia para o desenvolvimento sustentável. Governantes, empresários e membros da sociedade 
apresentaram várias ações para promover o desenvolvimento sustentável, englobando questões sobre 
energia alternativa e transporte. Seriam investidos 50 bilhões de dólares em energia sustentável para 
ajudar 1 bilhão de pessoas.
A população do planeta cresceu 26% entre 1992 e 2011, o que gerou um aumento do consumo. 
A demanda por alimentos aumentou 45% nos últimos 20 anos e a exploração de materiais de fontes 
naturais aumentou 41%. A produção de plástico dobrou e aumentou em 40% a emissão de gases 
poluentes. Se o consumo de recursos naturais continuar crescendo, vamos precisar de mais de três 
planetas em 2050 para atender às necessidades da população (ORLANDI, 2012).
Na conferência foram abordados dois temas: economia verde para o desenvolvimento sustentável e 
a extinção da pobreza; e a estrutura organizacional para o desenvolvimento sustentável.
Se investirmos 2% do PIB mundial em dez setores‑chaves, a economia se tornará mais sustentável. 
Contudo, existe o temor de que os países com menos recursos econômicos teriam que importar 
tecnologia e continuariam “dominados” pelos países ricos.
A sustentabilidade continua sendo um objetivo vital a longo prazo, mas é preciso tornar a economia 
mais verde para chegarmos lá. Talvez o mito mais difundido seja o de que há uma troca inevitável entre 
preservação ambiental e progresso econômico. Agora há evidência substancial de que o “esverdeamento” 
de economias não inibe a criação de riqueza ou oportunidades de emprego (ONU, 2012, p. 9‑10).
Sabemos que a sustentabilidade não está relacionada apenas com o meio ambiente, mas engloba 
também aspectos sociais e econômicos. Como todas as ações relacionadas ao meio ambiente exigem 
87
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
investimentos a curto prazo, mas podem gerar lucro a médio e longo prazo, isso também ocorre com a 
economia verde. A economia verde não é um privilégio dos países desenvolvidos, ela já vem acontecendo 
em vários setores do mundo em desenvolvimento.
No documento final gerado na conferência, os países renovaram seu compromisso com o 
desenvolvimento sustentável e com a promessa de melhoria na qualidade de vida da população, levando 
em consideração os aspectos econômico, social e ambiental e preservando o planeta para as gerações 
atuais e futuras. Os países participantes também reafirmaram os princípios enunciados na Rio‑92 e em 
diversas conferências que aconteceram em seguida sobre desenvolvimento sustentável.
Foram estabelecidas políticas econômicas que serão utilizadas para o desenvolvimento da economia 
verde e, assim, atingir o desenvolvimento sustentável. Nota‑se que o mundo está aprendendo, com o 
compartilhamento de experiências, a viver de maneira mais sustentável.
Os países participantes promoveram um fórum político sobre desenvolvimento sustentável para 
discutir como integrar os aspectos social, econômico e ambiental no desenvolvimento sustentável. 
Concordaram, também, em ampliar o financiamento do Programa das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente (Pnuma) e em financiar o desenvolvimento sustentável para atender aos compromissos 
acordados na Rio‑92. Um comitê formado por 30 especialistas com representação geográfica equitativa 
ficou responsável pela implantação deste projeto até 2014, mas ele ainda não saiu do papel.
Foram adotadas diretrizes para produção e consumo sustentáveis para a próxima década. Um grupo de 
estados foi nomeado para promover medidas necessárias para a implantação do desenvolvimento sustentável.
O documento final da Rio+20 propõe o intercâmbio de informações, o desenvolvimento de 
tecnologias ambientalmente saudáveis e o estabelecimento de mecanismos facilitados de transferência 
de tecnologia.
O Produto Interno Bruto (PIB) não reflete o desenvolvimento de um país nas dimensões social 
e ambiental do desenvolvimento sustentável, assim, serão necessários outros parâmetros para 
complementá‑lo.
Empresas de capital aberto e grandes organizações foram estimuladas a considerar fatores ambientais 
e divulgá‑los em seus relatórios anuais.
Os resultados alcançados na Rio+20 são importantes para ajudar a resolver problemas críticos, 
como o crescimento das emissões de poluentes, que continuam causando as mudanças climáticas e a 
devastação da biodiversidade. O mundo vem enfrentando vários desafios, como (ORLANDI, 2012):
• dois terços dos serviços que a natureza oferece para a humanidade estão em declínio, assim como 
a maioria dos hábitats, e o ritmode espécies em extinção parece estar acelerando;
• as emissões globais anuais de dióxido de carbono de combustíveis cresceram 38% entre 1990 e 
2009, com aumento maior após o ano 2000;
88
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
• 20% da população mundial ainda carece de acesso à eletricidade e 2,7 bilhões de pessoas ainda 
dependem de biomassa para cozinhar;
• 85% de todas as espécies de peixes estão sobre‑exploradas, esgotadas, em recuperação ou 
plenamente exploradas;
• globalmente, a pobreza ainda mantém 57 milhões de crianças fora da escola primária e cerca de 
16% dos adultos – 793 milhões, dos quais um terço é mulher – carecem de habilidades básicas de 
alfabetização;
• o mundo ainda está perdendo cobertura florestal em uma taxa alarmante, cerca de 5,2 milhões 
de hectares de perda líquida por ano, apesar de a taxa de desmatamento mostrar agora sinais de 
redução.
5.3 Panorama da degradação da terra no Brasil
A degradação ambiental acontece em todas as partes do mundo e tem acompanhado a evolução do 
Homem. Com o passar do tempo, a humanidade, em busca de melhores condições de vida, utilizando novas 
tecnologias e buscando desenvolvimento econômico, provocou a degradação que vemos atualmente. 
As principais causas são a intervenção humana, o crescimento populacional, práticas agropecuárias 
inadequadas e construções de aglomerados de indústrias. Podemos citar como principais responsáveis 
as práticas agropecuárias, que modificam o cenário do campo por meio de processos de modernização 
de plantio e colheita (SÁNCHEZ, 2008).
A degradação ambiental pode ser interpretada como o desgaste provocado à natureza pelas ações 
humanas com função econômica e de aspectos populacionais e biológicos. Para o povo brasileiro, essa 
questão também é provocada pela agropecuária, atividade de grande importância econômica. Assim, 
como alternativa, surgem novas técnicas de agricultura praticadas de maneira sustentável, conhecidas 
como agroecologia. A agroecologia busca valorizar o saber produtivo do agricultor e a conservação do 
ambiente, propiciando um instrumento de combate à pobreza e à degradação.
Lemos (2001) desenvolveu estudos sobre a degradação ambiental e formulou um Índice de 
Degradação (ID) para avaliar a região Nordeste do Brasil. Outros estudos foram realizados a partir dele 
para observar a degradação ambiental em outras partes do país.
Os impactos ambientais são causados pelo ser humano por meio de modificações na paisagem 
natural. Para entender a complexidade dos impactos gerados pela degradação ambiental são necessários 
estudos multidisciplinares sobre o manejo do solo ou de outros elementos naturais para podermos 
alcançar recuperação da área (SÁNCHEZ, 2008).
A degradação ambiental pode ser causada pelo uso intensivo do solo, levando a matéria orgânica 
(nutrientes) à degradação e compactando o solo por meio de equipamentos agrícolas. Ainda podemos 
citar a utilização de agrotóxicos, que também causa impactos para a saúde humana, além de poluir o 
ambiente (SÁNCHEZ, 2008).
89
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
O uso de fertilizantes é outro ponto importante, pois provoca impactos ao meio ambiente mesmo 
propiciando a fertilização das plantações; sua utilização em excesso e de forma inadequada causa o 
comprometimento da fertilização em longo prazo da mesma maneira que os agrotóxicos provocam 
prejuízos à saúde humana.
A irrigação também piora a degradação, pois pode agravar os danos à hidrografia, além de causar a 
lixiviação de fertilizantes, que são fortes poluidores de lagos e rios e podem provocar a erosão de solos.
Finalmente, devemos mencionar a manipulação de genomas das plantas, mais um fator causador de 
degradação ambiental. Essas alterações visam aumentar, geneticamente, a produtividade das plantas, 
mas ainda são dependentes do uso de agrotóxicos e fertilizantes, que necessitam ser utilizados com 
frequência e, como consequência, causam prejuízos ambientais (SÁNCHEZ, 2008).
A diferença entre a agroecologia e a agricultura para produção capitalista é que a primeira tem um 
enfoque de produção de longo prazo, enquanto a segunda tem um enfoque de produção de curto prazo. 
Assim, a agroecologia usa melhor a terra para que a produção diminua seus impactos no meio e venha 
a gerar mais lucro por um período maior de tempo.
Estudos realizados no Acre mostraram que o grau de degradação encontrado foi uma média de ID 
de 30,74%, valores muito abaixo dos encontrados no Nordeste. Foi observado que muitos municípios do 
estado do Acre apresentaram ID igual a zero, ou próximos disso. Contudo, algumas regiões do estado 
apresentam um ID maior que 60% de degradação ambiental, ficando evidente que o estado do Acre 
possui, em média, um bom estado de conservação ambiental (SÁNCHEZ, 2008).
A degradação ambiental brasileira possui um impacto diferente, dependendo da região do país. Os 
aspectos climáticos do Nordeste devem ser levados em consideração na análise da degradação ambiental 
dessa região. Temos ainda que considerar a interferência da pobreza, pois ela também é responsável pela 
degradação do ambiente.
Foi observado que a degradação ambiental se comporta de forma heterogênea nas diversas regiões 
do país. Notamos que na região de Minas Gerais e no Centro‑Oeste do Brasil existe um agravamento da 
questão devido à agropecuária, forte atividade geradora de renda na região (SÁNCHEZ, 2008).
Os estudos do ID analisam a degradação ambiental durante um determinado período do tempo. 
Dessa forma, os resultados obtidos são restritos a um determinado espaço do tempo, não sendo possível 
analisar a evolução da degradação ao longo de um período. As questões socioeconômicas deveriam ser 
consideradas, mas, infelizmente, não foram em nenhum dos estudos. Assim, é necessário analisar outros 
indicadores, como os econômicos e políticos.
A degradação ambiental pode acontecer devido à má utilização dos recursos naturais ou dos resíduos 
gerados como resultado do consumo e do processo de produção. Assim, podemos considerar essa ação 
do homem como um aspecto social. Podemos ainda estudar a relação entre a degradação ambiental e 
os aspectos socioeconômicos para analisar como os aspectos podem causar algum tipo de impacto um 
no outro.
90
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
5.3.1 A poluição, causas e consequências
5.3.1.1 Poluição da água
De acordo com Miller Jr. (2007), a poluição da água é qualquer tipo de alteração química, biológica ou 
física na qualidade da água que prejudique os organismos vivos ou torne a água inadequada para o consumo, 
como agentes infecciosos, substâncias químicas orgânicas e inorgânicas ou mesmo o excesso de calor.
Os principais agentes infecciosos que podem estar presentes na água são as bactérias, os vírus, 
os protozoários e os vermes parasitas. Muitas vezes, dejetos de animais e seres humanos presentes no 
esgoto são lançados em corpos de água sem o tratamento adequado, poluindo a água e podendo causar 
várias doenças à população.
Resíduos orgânicos, como esterco animal e resíduos de vegetais, podem ser decompostos por 
bactérias aeróbicas e são provenientes de esgoto, animais em confinamento, fábricas de papel e estações 
de processamento de alimentos. Provocam o crescimento de grandes populações de bactérias que 
decompõem esses resíduos e degradam a qualidade da água, pois esgotam o oxigênio nela dissolvido e 
acarretam a morte de peixes e outras formas de vida aquáticas que precisam de oxigênio.
Substâncias químicas inorgânicas solúveis em água (por exemplo, ácidos), compostos demetais 
tóxicos – arsênio (As), chumbo (Pb) e selênio (Se) – sais como cloreto de sódio (NaCl) da água do mar e 
outros fluoretos (F‑) encontrados em alguns solos, geralmente provenientes de escoamento superficial, 
efluentes industriais e produtos de limpeza doméstica, podem deixar a água inutilizável para consumo 
humano ou irrigação, provocar câncer de pele e danos ao pescoço e à coluna vertebral, como paralisia. 
Ainda, podem comprometer o sistema nervoso, o fígado e os rins (Pb e Se), prejudicar peixes e outras 
formas de vidas aquáticas, diminuindo a produção das plantações e acelerando a corrosão de metais 
expostos a essa água.
Substâncias químicas orgânicas, como petróleo, gasolina, plástico, pesticidas, solventes de limpeza 
e detergentes, provenientes de efluentes industriais, produtos de limpeza doméstica, escoamento 
superficial de fazendas e jardins, podem ameaçar a saúde da população causando danos ao sistema 
nervoso (alguns pesticidas), doenças no aparelho reprodutor (alguns solventes) e certos tipos de câncer 
(gasolina, petróleo e determinados solventes), além de prejudicar peixes e animais selvagens.
Os nutrientes vegetais, como compostos solúveis em água, contendo nitrato (NO3
‑), fosfato (PO4
3‑) e 
íons de amônio (NH4
+) provenientes de esgoto, esterco e escoamento de fertilizantes agrícolas e urbanos, 
podem causar o crescimento excessivo de algas e outras plantas aquáticas, que morrem, decompõem‑se, 
esgotam o oxigênio dissolvido da água e matam peixes. Água potável com níveis excessivos de nitrato 
reduz a capacidade do sangue de transportar oxigênio e pode matar fetos e bebês.
Os sedimentos, como solo e silte, provenientes da erosão do solo, podem obscurecer a água e 
reduzir a fotossíntese, prejudicando as cadeias alimentares aquáticas, transportar pesticidas, bactérias e 
outras substâncias nocivas, deslocar e destruir recifes de corais e os locais de alimentação e reprodução 
de peixes, assim como obstruir e assorear lagos, reservatórios artificiais, canais, rios e portos.
91
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
Materiais radioativos, como isótopos radioativos de iodo, radônio, urânio, césio e tório, provenientes 
das usinas nucleares e de queima de carvão, mineração e processamento de urânio e outros minérios, 
produção de armas nucleares e fontes naturais causam mutações genéticas, abortos, defeitos de 
nascença e certos tipos de câncer.
Por fim, a poluição térmica é o calor excessivo proveniente do resfriamento por água de usinas 
elétricas e alguns tipos de fábricas. Nos Estados Unidos, cerca de metade da água retirada por ano 
destina‑se ao resfriamento de usinas geradoras de energia elétrica. O calor reduz os níveis de oxigênio 
dissolvido na água e torna os organismos aquáticos mais vulneráveis a doenças, parasitas e substâncias 
químicas tóxicas. Quando uma usina de energia abre ou é fechada para consertos, os peixes e outros 
organismos adaptados a certa faixa de temperatura podem morrer com a mudança abrupta na 
temperatura da água, também conhecida como choque térmico.
As principais fontes de poluição da água são agricultura, indústrias e mineração. As atividades 
agrícolas são a principal causa de poluição da água. Os sedimentos vindos da erosão de terras agrícolas 
e de sobrepastejo são a maior fonte. Outros grandes poluidores são os pesticidas e fertilizantes, 
bactérias de animais e resíduos de processamento de alimentos, além do sal em excesso dos solos de 
plantações irrigadas.
As instalações industriais são outra grande fonte de poluição da água. A mineração superficial 
prejudica a superfície terrestre, criando uma grande fonte de sedimentos erodidos e o escoamento das 
substâncias químicas tóxicas.
 Observação
A Resolução nº 20 (CONAMA, 1986b) classifica os cursos de água de 
acordo com seus usos preponderantes. Para cada grupo são estabelecidos 
padrões de qualidade que contêm os limites máximos das características 
que a água pode apresentar.
5.3.1.2 Poluição do ar
Segundo Miller Jr. (2001), a poluição do ar é a presença de substâncias químicas na atmosfera 
em concentrações altas o suficiente para prejudicar organismos e materiais (como metais e pedras 
utilizadas em construções e estátuas) e para alterar ao clima. Os efeitos da poluição do ar podem causar 
de simples mal‑estar à morte.
A origem dos poluentes do ar pode ser natural ou humana. As de origem natural incluem o pó 
removido por ventos da superfície terrestre, incêndios florestais, erupções vulcânicas, substâncias 
químicas orgânicas voláteis liberadas por plantas, decomposição de vegetais e rajadas provenientes do 
mar. A maioria das fontes naturais de poluição do ar é espalhada, exceto pela erupção vulcânica e por 
alguns incêndios, e raramente atinge níveis nocivos.
92
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
A poluição do ar por atividades humanas é proveniente da queima de combustíveis fósseis, veículos 
automotores, indústrias etc. Esses poluentes podem atingir níveis nocivos, sobretudo nas áreas urbanas, 
nas quais existe maior concentração de pessoas, carros e atividades industriais.
Os poluentes do ar podem ser classificados em duas categorias:
• poluentes primários – emitidos diretamente na atmosfera em uma forma nociva (fuligem, 
monóxido de carbono);
• poluentes secundários – aqueles produzidos através de reações químicas entre os poluentes 
primários presentes na atmosfera e os componentes básicos do ar, formando novos poluentes.
Devido às altas concentrações de carros e indústrias nos centros urbanos, as cidades costumam 
apresentar níveis de poluição do ar mais elevados do que as áreas rurais. Contudo, ventos predominantes 
podem levar poluentes primários e secundários de vida longa de áreas urbanas e industriais para o 
campo ou outras áreas urbanas.
Estudaremos agora os principais poluentes do ar, sua origem e os efeitos nocivos causados, de 
acordo com Miller Jr. (2001).
O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor e inodoro tóxico para animais que respiram o ar; 
forma‑se durante a combustão incompleta de compostos de carbono. O CO pode ser proveniente do 
cigarro, combustão incompleta de combustíveis fósseis e escapamentos de veículos motorizados. O 
monóxido de carbono reage com a hemoglobina nas hemácias e reduz a capacidade de levar oxigênio às 
células e tecidos do corpo. Isso debilita a percepção e o raciocínio, retarda reflexos, causa dor de cabeça, 
sonolência, tontura e náusea, pode provocar ataque cardíaco e angina, danifica o desenvolvimento do 
feto e de crianças pequenas e agrava a bronquite crônica, o enfisema e a anemia. Em altos níveis, pode 
causar desmaio, coma, danos cerebrais irreversíveis e a morte.
O dióxido de nitrogênio (NO2) é um gás vermelho amarronzado irritante que dá ao smog a cor 
marrom; na atmosfera pode ser convertido em ácido nítrico (HNO3), um importante componente 
da deposição ácida. Esse poluente é formado pelos combustíveis fósseis queimados em veículos 
motorizados e usinas elétricas e indústrias. Geralmente irrita e prejudica os pulmões, agrava a asma e a 
bronquite crônica e aumenta a suscetibilidade a infecções respiratórias, como gripe e resfriados comuns, 
principalmente em crianças e idosos. No ambiente, reduz a visibilidade. A chuva ácida com ácido nítrico 
pode danificar árvores, solo e vida aquática em lagos. O HNO3 pode corroer metais e destruir pedras em 
construções, estátuas e monumentos, e o NO2 pode danificar tecidos.
O dióxido de enxofre (SO2) é um gás incolor, irritante, que se forma principalmente da queima 
de combustíveis fósseis que contenham enxofre, como o carvão e o petróleo. Na atmosfera, pode ser 
convertido em ácido sulfúrico(H2SO4), outro componente da chuva ácida. Pode ser proveniente das 
seguintes atividades humanas: queima de carvão nas usinas termoelétricas e processos industriais. 
Causam problemas respiratórios em pessoas saudáveis e obstrução das vias respiratórias em pessoas que 
sofrem de asma. A exposição crônica pode causar uma condição permanente semelhante à bronquite. 
93
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
Pelo menos 625 milhões de pessoas são expostas a níveis perigosos de dióxido de enxofre pela queima 
de combustíveis fósseis. Na atmosfera, reduz a visibilidade; a chuva ácida com H2SO4 pode danificar 
árvores, solo e vida aquática em lagos, corroer metais e destruir pedras em construções, estátuas e 
monumentos. O SO2 pode danificar tinta, papel e couro.
O material particulado suspenso (MPS) é composto por uma variedade de partículas e gotas 
(aerossóis) pequenas e leves o suficiente para permanecerem suspensas na atmosfera durante períodos 
curtos (partículas grandes) ou períodos longos (partículas pequenas). Ele gera fumaça, pó e neblina. 
Esse material é proveniente da queima do carvão em usinas elétricas e indústrias, queima de diesel e 
outros combustíveis em veículos, agricultura (lavra, queima de campos), estradas não pavimentadas 
e construções. O material particulado causa irritação no nariz e na garganta, danos aos pulmões, 
agrava a bronquite e a asma e diminui o tempo de vida. Partículas tóxicas como o chumbo, cádmio, 
PCBs (para‑clorobenzenos) e dioxinas podem causar mutações, problemas reprodutivos e câncer. No 
ambiente, o MPS reduz a visibilidade, contribui para chuva ácida de gotas de H2SO4 e pode danificar 
árvores, solo e a vida aquática nos lagos. Corrói metais, mancha e descolore construções, roupas, 
tecidos e tintas.
 Lembrete
Smog é uma mistura de fumaça (smoke) + neblina (fog), que deixou o 
ar de Londres insalubre. O termo é usado desde 1905.
O ozônio (O3) é um gás irritante altamente reativo e de odor desagradável, que se forma na troposfera 
como um importante componente do smog fotoquímico. O ozônio é proveniente da reação química 
com compostos orgânicos voláteis e óxidos de nitrogênio para formar o smog fotoquímico. Pode causar 
problemas respiratórios, tosse, irritação nos olhos, no nariz e na garganta; agrava doenças crônicas, 
como asma, bronquite, enfisema e problemas cardíacos; reduz a resistência a resfriados e pneumonia e 
pode acelerar o envelhecimento dos tecidos do pulmão. No ambiente, o ozônio pode danificar plantas e 
árvores, e o smog pode reduzir a visibilidade. Danifica a borracha, tecidos e tintas.
O chumbo é um metal sólido e tóxico e seus componentes são emitidos na atmosfera como material 
particulado. Esse tipo de material pode ser gerado pelas tintas em casa antiga, caldeiras em refinarias 
de metal, fabricação de chumbo, baterias de armazenamento e gasolina chumbada, que vem sendo 
eliminada ao longo dos anos. Quando o chumbo se acumula no organismo humano, causa danos 
cerebrais no sistema nervoso, retardo mental, principalmente em crianças, problemas digestivos e outros 
problemas de saúde. Algumas substâncias químicas contendo chumbo podem causar câncer em cobaias. 
No ambiente, podem prejudicar animais selvagens.
5.3.1.3 Poluição do solo
O Decreto nº 28.687 (BAHIA, 1982), art. 72, estabelece que a poluição do solo e do subsolo engloba a 
deposição, disposição, descarga, infiltração, acumulação, injeção ou enterramento no solo ou no subsolo 
de substâncias ou produtos poluentes, em estado sólido, líquido ou gasoso.
94
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
 Saiba mais
Para saber mais sobre como descartar resíduos perigosos, leia:
BAHIA. Resolução nº 13, de 29 de julho de 1987. Aprova modificação 
da Resolução nº 313, de 30.05.84 e seus anexos, que dispõe sobre o 
Controle de Resíduos Sólidos Perigosos no Estado da Bahia. Bahia, 1987. 
Disponível em: <http://www.semarh.ba.gov.br/legislacao/resolucao_cepram/
Resolucao_13_29_julho_1987.pdf>. Acesso em: 9 out. 2014.
O solo é um recurso natural básico, constituindo‑se em componente fundamental dos ecossistemas 
e dos ciclos naturais, um reservatório de água, um suporte essencial do sistema agrícola e um espaço 
para as atividades humanas e para os resíduos produzidos.
A degradação do solo pode ocorrer por meio da desertificação, uso de tecnologias inadequadas, falta 
de conservação e destruição da vegetação pelo desmatamento ou pelas queimadas.
A disposição sobre o solo de materiais orgânicos e/ou inorgânicos, bem como a passagem sobre esse 
solo de massa fluida que provoque alterações na sua constituição básica, modificando suas propriedades 
originais benéficas ao uso das espécies que dele dependem ou com ele tenham contato, inclusive 
influenciando a qualidade das águas sob esse solo, caracterizam a poluição do solo.
Principais poluentes do solo
Águas contaminadas: resíduos líquidos que atingem o solo e que são provenientes dos efluentes 
líquidos de processos industriais e, principalmente, dos esgotos sanitários que não são lançados nas 
redes públicas de esgotos. Eles podem chegar ao solo como parte de um procedimento técnico de 
tratamento de resíduos líquidos por aplicação ou como consequência de descuido e descaso.
Resíduos industriais: geralmente, sob a denominação de resíduos industriais se enquadram sólidos, 
lamas e materiais pastosos oriundos do processo industrial e que não guardam interesse imediato pelo 
gerador que deseja, de alguma forma, se desfazer deles. De forma geral, a legislação classifica os resíduos 
sólidos em classes:
• Resíduos Classe I ou perigosos: constituídos por aqueles que, isoladamente ou por mistura, 
em função de suas características de toxicidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
radioatividade e patogenicidade em geral, podem apresentar riscos à saúde pública (com aumento 
de mortalidade ou de morbidade) ou efeitos adversos ao meio ambiente, se manuseados ou 
dispostos sem os devidos cuidados;
• Resíduos Classe II ou não inertes: são aqueles que não se enquadram em nenhuma das classes 
anteriores;
95
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
• Resíduos Classe III ou inertes: são aqueles que não se solubilizam ou que não têm nenhum 
de seus componentes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade de 
água, quando submetidos a um teste padrão de solubilização (ABNT, 2000).
Cada uma dessas classes traz dificuldade diferenciada para que o empresário se livre do resíduo 
desde o transporte até o destino final.
Os métodos clássicos empregados vão desde a reciclagem no próprio processo em outra unidade da 
fábrica, passando pela venda ou doação, incineração e disposição em aterros. Cada um desses destinos 
guarda procedimentos bem definidos na legislação ambiental.
O lixo é uma grande preocupação para os ambientalistas modernos. No Brasil, são 240 mil toneladas 
de resíduos sólidos gerados por dia. Mais de 60% dos municípios descartam seu lixo a céu aberto, 
sem nenhum controle. Uma possível solução? Economizar, reaproveitar e reciclar. Alguns destinos são 
possíveis para o lixo: depósitos a céu aberto, aterros sanitários, usinas de compostagem, onde a parte 
orgânica é aproveitada como adubo, e usinas de reciclagem, onde metal, vidro, papel e plástico são 
transformados em matéria‑prima.
Lançado em qualquer lugar ou inadequadamente tratado e disposto, o lixo é uma fonte dificilmente 
igualável de proliferação de insetos e roedores, apresentando riscos para a saúde pública, principalmente 
pelo fato de que tem se tornadocada dia mais comum a presença de resíduos perigosos no lixo.
O termo resíduo perigoso caracteriza um resíduo sólido ou combinação de resíduos sólidos, que, 
devido à quantidade, concentração e características físicas, químicas ou infecciosas, pode:
• causar ou contribuir significativamente para o aumento da mortalidade ou para o aumento de 
doenças sérias irreversíveis ou reversíveis incapacitantes;
• significar um perigo presente ou potencial para a saúde humana ou meio ambiente quando 
tratado, armazenado, transportado, disposto ou usado de maneira imprópria.
Diferentes países adotam práticas distintas para a identificação de resíduos perigosos, dependendo 
do resíduo em si, do modo como é utilizado e de como foi e é disposto no ambiente. Geralmente, tais 
resíduos perigosos são apresentados na forma de listas de substâncias ou de processos de indústrias que 
os geram.
Alguns países dispõem de normas ou regulamentações que estabelecem as concentrações máximas 
admissíveis para resíduos específicos, cujos valores podem variar ao longo do tempo à medida que 
as formas de ocorrência de determinadas substâncias e seus efeitos nos seres humanos e no meio 
ambiente são avaliadas de modo mais abrangente e preciso.
Em vários estados, particularmente no estado de São Paulo, essa preocupação concretizou‑se por 
meio da atuação da Cetesb em Cubatão (desde 1983), na Região Metropolitana de São Paulo (desde 
1989) e em outras áreas industrializadas do estado.
96
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
A quantidade de resíduos perigosos presentes no meio ambiente atualmente é bastante grande e 
cresce a uma taxa elevada, o que torna complexa a elaboração de qualquer classificação. Os problemas 
quanto à classificação e quanto ao estabelecimento de valores de concentrações admissíveis prejudicam 
o estabelecimento de mecanismos legais sobre o assunto.
O lixo domiciliar contém restos do que consumimos no cotidiano: papel, embalagens (plásticas, 
de vidro, de papelão, isopor etc.), tecido, madeira, latas, entulho e restos de comida. O lixo doméstico 
gerado em São Paulo está melhor disposto no ambiente (SÃO PAULO, 2010).
Os aterros de lixo doméstico classificados como adequados estão presentes em 30,6% dos 645 
municípios paulistas; em 1997, eram de 4,2%. Atualmente, apenas 10,9% do lixo doméstico são 
dispostos de maneira adequada.
A destinação final das quase 20 mil toneladas/dia de lixo produzidas no estado vêm melhorando desde 
quando se iniciou, em 1997, o programa de orientação e controle junto às administrações municipais. Em 2000, 
o número de aterros inadequados diminuiu 31,1%. Em 1999, os aterros ou “lixões” municipais representavam 
50,4%. Atualmente, 78% dos municípios do estado de São Paulo dispõem lixo de forma inadequada.
O inventário da Cetesb (SÃO PAULO, 2010), porém, apresenta uma estatística social preocupante: 
o aumento do número de catadores nos aterros. Foi registrada a presença de 3.238 catadores adultos 
e 448 crianças com 14 anos ou menos, cerca de mil pessoas a mais que o ano anterior, quando a 
Cetesb iniciou esse tipo de pesquisa. Segundo o levantamento, os números foram obtidos por meio de 
contagens em campo e devem ser interpretados como indicativo de ordem de grandeza, em razão da 
falta de cadastros ou vínculos oficiais das pessoas com as instalações.
Cabe às prefeituras e administradores de aterro manter fiscalização intensiva para barrar a 
presença de catadores, pois, além de infecções e doenças provenientes do lixo, a circulação de tratores 
e caminhões nos aterros é grande e pode provocar acidentes graves com a circulação indevida dos 
catadores, principalmente crianças.
O lixo hospitalar de clínicas, laboratórios de pesquisa e companhias farmacêuticas apresentam 
comumente características patogênicas e infecciosas. Podemos citar alguns exemplos:
• resíduos cirúrgicos e patológicos;
• animais usados para experiências e cadáveres;
• embalagens e resíduos químicos e de drogas;
• bandagens, panos e tecidos empregados em práticas médicas;
• utensílios usados, como agulhas, seringas etc.; e
• equipamentos, alimentos e outros resíduos contaminados.
97
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
Resíduos químicos e quimioterápicos, resíduos orgânicos (solventes) e resíduos radioativos não são, 
normalmente, considerados como resíduos biomédicos, embora possam ter sido gerados em atividades 
relacionadas. Isso decorre da especificidade desses resíduos com relação ao manuseio e de normas e 
legislação pertinentes.
Resíduos hospitalares devem ser esterilizados ou incinerados no próprio local onde são gerados. 
As cinzas resultantes desse processo são dispostas em aterro sanitário. Caso essa incineração não seja 
efetuada, a disposição dos resíduos é efetuada em aterros, sofrendo um processo de tratamento anterior 
à disposição final.
Deve‑se evitar a disposição desses resíduos de forma inadequada na rede pública de esgotos 
sanitários, não permitindo, assim, que possam atingir os corpos de água utilizados, de alguma maneira, 
pela população.
O lixo industrial pode apresentar papel, materiais sintéticos (plástico, isopor, borracha) e embalagens 
inflamáveis e/ou impregnadas de substâncias químicas tóxicas ou venenosas.
A presença de resíduos químicos no lixo, industrial ou doméstico, tornou‑se recentemente uma fonte 
de preocupação. Foram detectados muitos problemas causados pelo descarte inadequado de resíduos 
químicos tóxicos realizado no passado. Teme‑se, entretanto, que esses problemas representem apenas 
uma pequena parcela de todos os problemas gerados e cujos efeitos ainda estão por vir.
Do ponto de vista tecnológico, o tratamento necessário para diminuir o impacto dos resíduos varia 
de caso para caso, de acordo com sua natureza. Existe, aparentemente, uma tendência de se tentar 
amenizar o problema, mas os custos envolvidos nesses tratamentos podem ser excessivos para alguns 
agentes poluidores. Os resíduos químicos perigosos podem ser orgânicos ou inorgânicos. Os resíduos 
orgânicos persistentes (ou de lenta degradação) representam uma fonte de grande preocupação e têm 
sido objeto de estudos, principalmente aqueles que podem sofrer bioacumulação.
Muitos resíduos químicos inorgânicos, como alguns compostos de mercúrio, chumbo, cádmio e 
arsênio, são tóxicos, mesmo em baixas concentrações, e podem ser bioacumulados nas cadeias alimentares 
e atingir concentrações nocivas para os seres humanos e outros organismos. Esses metais tóxicos são 
lançados na atmosfera pela queima de determinadas substâncias. Também podem ser lançados no meio 
aquático, direta ou indiretamente, ou no solo. A existência de chuva ácida e o aumento da concentração 
de gás carbônico na atmosfera diminuem o pH do meio aquático. Assim, tais compostos tornam‑se mais 
solúveis e, portanto, são transportados mais facilmente no meio ambiente.
O lixo nuclear, desde o início da era atômica, e as centenas de experiências com material nuclear 
têm jogado quantidades enormes de resíduos radioativos na atmosfera. As correntes de ar, por sua vez, 
se encarregam de distribuir esse material para todas as regiões da Terra. Com o tempo, a suspensão 
é trazida para o solo e para os oceanos, onde será absorvida e incorporada pelos seres vivos. Além 
da liberação direta de material radioativo, existe o grave problema do lixo atômico produzido pelas 
usinas nucleares, que apresenta uma série de dificuldades de armazenamento dos materiais radiativos. O 
estrôncio‑90 radioativo liberado por vazamentos ou explosões nucleares pode causar sérios problemas 
98
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rson
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
quando assimilado. Uma vez na corrente sanguínea, ele é confundido com o cálcio e absorvido pelo 
tecido ósseo, onde será fixado. Fazendo parte dos ossos, sua radiação provoca sérias mutações, câncer 
e queimaduras.
O lixo nuclear deve ser isolado em embalagens especiais, pois pode provocar contaminação 
radioativa. A maioria dos resíduos sólidos provenientes de aglomerados urbanos (lixo, esgoto) e de 
atividades industriais e agrícolas tem sido depositada no solo sem qualquer controle e tratamento. 
Eles contaminam facilmente solo e lençóis freáticos, além de produzirem gases tóxicos, que também 
provocam efeitos ambientais graves, como chuva ácida e efeito estufa. Por exemplo, o metano 
produzido pela decomposição anaeróbica de lixo e esgoto pode se acumular em bolsas no solo, 
causando risco de explosão.
Agrotóxicos e fertilizantes sintéticos
Para encontrar um novo equilíbrio ecológico e lutar contra os animais e plantas prejudiciais, o uso 
de produtos químicos teve início já há vários anos. O número desses produtos, bem como a eficácia, 
não parou de aumentar. A adição de fertilizantes ao solo visa aumentar a produtividade das lavouras, 
fornecendo nutrientes em quantidades que permitam atender a demanda das culturas.
Cerca de dezesseis elementos precisam ser assimilados pelo vegetal, principalmente a partir de suas 
formas minerais ou mineralizadas encontradas em solução nos solos. Os principais macronutrientes são: 
nitrogênio, fósforo e potássio. Em seguida, temos os macronutrientes secundários: cálcio, magnésio e 
enxofre. Por fim, os macronutrientes, como o ferro, manganês, cobre, zinco, boro, molibdênio e cloro.
Mesmo quando o fertilizante é aplicado com a melhor técnica e de modo que seja mais facilmente 
absorvido pelo vegetal, a assimilação nunca é total. Dessa forma, uma parcela é incorporada ao 
solo, fixando‑se à sua porção sólida ou dissolvendo‑se e movimentando‑se em conjunto com sua 
fração líquida.
 Observação
Eutrofização é o processo por meio do qual um corpo d’água desenvolve 
alta concentração de nutrientes, como nitrogênio e fósforo. Os nutrientes 
provocam o crescimento de plantas aquáticas, bem como a produção de 
fotossíntese de bactérias azuis‑esverdeadas e algas.
Os teores de matéria orgânica que naturalmente se apresentam nas águas poderão aumentar com 
a presença de fertilizantes, ocasionando diferentes formas de poluição. Uma delas é a contaminação, 
que ocorre quando esses teores atingem níveis tóxicos à flora, à fauna e ao homem em particular. A 
outra é a eutrofização, causada pelo teor excessivo de nutrientes das águas, que passam a produzir 
enormes quantidades de algas. As algas eliminam muitas espécies aquáticas e restringem severamente 
os benefícios que podem ser extraídos da água.
99
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
A parcela que se fixou ao solo tende a acumular‑se em concentrações crescentes que poderão 
torná‑lo impróprio à agricultura. Mesmo se a parcela dissolvida for assimilada pelas plantas em 
quantidades crescentes, ela poderá alterar a composição do tecido celular.
Essas plantas, ao serem utilizadas como alimento pelo gado, incorporam‑se à cadeia alimentar, podendo 
contaminar o homem. As consequências desse processo só serão conhecidas passadas algumas gerações.
Os defensivos agrícolas são outra classe de produtos que poluem o solo. Entre eles, destacam‑se os 
pesticidas (fungicidas e inseticidas), agrotóxicos e herbicidas. Contudo, o lançamento de quantidades 
maciças de pesticidas e herbicidas, além de matar os “indesejáveis”, destrói muitos seres vivos que 
interferem na construção do solo, impedindo a sua regeneração.
Os produtos tóxicos, acumulando‑se nos solos, podem permanecer ativos durante longos anos. 
As plantas cultivadas nos terrenos infectados podem absorver as substâncias tóxicas mesmo quando 
estas não foram utilizadas para o seu próprio tratamento. Assim se explica a existência de pesticidas 
nos nossos alimentos principais, como o leite e a carne, ocorrendo uma acumulação que pode se dar 
fundamentalmente no homem, que se encontra no fim das cadeias alimentares.
Os sistemas agrícolas intensivos com uso de grandes quantidades de pesticidas e adubos podem 
provocar a acidez dos solos e a mobilidade dos metais pesados e originar a salinização do solo e/
ou a toxidade das plantas com excesso de nutrientes. A pulverização, levada pelo vento, ajuda sua 
propagação, causando males inclusive nos próprios agricultores.
Os pesticidas mais conhecidos são os organoclorados. Pequenas quantidades dessas substâncias 
químicas se acumulam nos corpos dos animais e seguem adiante na cadeia alimentar. Seu uso é proibido 
em muitos países desenvolvidos, mas devido ao seu baixo custo, essas substâncias ainda estão sendo 
empregadas em alguns lugares, principalmente nas regiões mais pobres do mundo.
Cada vez mais os agricultores estão aumentando as doses de pesticidas devido à resistência que 
alguns insetos e pragas adquiriram.
Meios biológicos são capazes de controlar muitas pragas, substituindo o uso de pesticidas. A 
população das espécies nocivas é mantida em níveis aceitáveis pela introdução de um predador natural 
ou microrganismo que lhe cause doença.
O chamado manejo integrado de pragas, como é conhecido o método, visa controlar a população 
das pragas, sem que seja preciso eliminá‑las completamente. Nesse processo, deve‑se procurar a origem 
da maioria das pragas conhecidas.
A aplicação concomitante de diversos métodos é a forma encontrada para solucionar os problemas 
envolvidos na redução populacional das pragas: controle biológico, mudanças no padrão de plantio, 
plantas geneticamente modificadas para que se tornem mais resistentes e o uso cuidadoso e seletivo de 
agrotóxicos para manter o nível de produção agrícola e a saúde humana.
100
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
6 INSTRUMENTOS DE GESTÃO E CONTROLE AMBIENTAL
6.1 ISO 14000
Nos últimos anos, a importância das auditorias ambientais como instrumento de gestão ambiental 
vem aumentando. Isso ocorreu quando os gestores ambientais perceberam que a disponibilidade de 
tecnologias e o monitoramento dos resultados não eram suficientes para alcançar bons resultados 
nessa área e o emprego das auditorias foi imprescindível. A competição internacional gerou exigências 
ambientais que se transformaram em barreiras não tarifárias, levando à elaboração e implementação 
das normas ISO 14001 e do correspondente sistema de auditoria e certificação ao redor do mundo, ISO 
19001. O processo acelerado de aquisições e fusões de empresas passou a exigir um levantamento de 
passivos ambientais eventuais que podem ser avaliados através de auditorias ambientais. A migração 
de indústrias internacionais para países em desenvolvimento obrigou as matrizes das empresas a 
estabelecerem processos sistemáticos de verificação dos cuidados com o meio ambiente em suas filiais, 
visando evitar problemas graves que possam ferir sua imagem.
De acordo com Philippi Jr., Romero e Bruna (2004), o conceito de auditoria pode variar de acordo 
com o ramo do conhecimento e do contexto de trabalho. Não devemos confundir as auditorias com 
outros processos de avaliação, como as inspeções e fiscalizações realizadas pelos órgãos de planejamento 
numa das etapas iniciais do processo.
A auditoria é um instrumento de gestão que visa identificar se uma determinada organização 
cumpre certos requisitos estabelecidos. Podemos considerar a seguinte definição:
[...] um exame e/ou avaliação independente, relacionada a um determinado 
assunto, realizada por um especialista no objeto de exame, que façauso de 
julgamento profissional e comunique o resultado aos interessados (clientes). 
Ela pode ser restrita aos resultados de um dado domínio ou mais ampla, 
abrangendo aspectos operacionais, de decisão e de controle (PHILIPPI Jr.; 
ROMERO; BRUNA, 2004, p. 809).
Segundo Valle (2012), a ISO 14000 possui normas que regulamentam sua própria utilização e 
que definem as qualificações daqueles que deverão auditar sua aplicação, incluindo os critérios de 
qualificação dos auditores. Propõe‑se a normalizar as referências ambientais de outras normas (Guia 
ISO 64 – Guia para Consideração de Questões Ambientais em Normas de Produtos). Poderá influenciar a 
decisão do consumidor final nos pontos de venda e nas gôndolas dos supermercados, com a utilização 
de símbolos de conformidade ambiental, estampados nos produtos ou em embalagens (Norma ISO 
14020 e seguintes – Rotulagem Ambiental).
Esse sistema de normalização possui o mérito de proteção das organizações responsáveis contra 
concorrentes predadores que, como não respeitam as leis nem o ambiente, não consideram esses custos 
em seus produtos e serviços, que acabam sendo pagos pela sociedade. A generalização dos princípios 
do desenvolvimento sustentável e dos cuidados com o meio ambiente entre todas essas empresas têm 
um efeito positivo, que pode ser traduzido na expressão “quando todos pagam, cada um paga menos”.
101
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
Por outro lado, o sistema de normalização da série ISO 14000 também pode ter um efeito negativo 
se usado para mascarar interesses corporativos e mecanismo de proteção comercial. Essa ameaça pode 
ser iniciada nos setores produtivos obsoletos ou alguns países que procuram se proteger de novos 
fornecedores externos mais eficientes, que empregam tecnologias de menor impacto ambiental e 
utilizam matérias‑primas menos poluentes (VALLE, 2012).
Outro ponto importante dessa série de normas é a globalização de conceitos e procedimentos, sem 
perder de vista características e valores regionais.
As normas ambientais ultrapassam as fronteiras nacionais e colocam a gestão ambiental no mesmo 
plano já galgado pela gestão da qualidade, propiciando mais uma ferramenta que as empresas podem 
usar para obter êxito, principalmente entre as organizações que fazem exportação e disputam uma 
posição no mercado globalizado.
No mundo globalizado é necessário conciliar as características ambientais dos produtos e serviços 
com a conservação ambiental. Este é um requisito essencial para que as empresas sejam competitivas e 
mantenham as posições comerciais conquistadas. Por outro ponto de vista, as empresas que buscam na 
qualidade ambiental um fator de sucesso para se posicionar bem no mercado no qual atuam se baseiam 
nas normas da série ISO 14000 para se valorizar.
Para Valle (2012), uma das vantagens do sistema de normas da ISO 14000 é a uniformidade das rotinas e 
procedimentos necessários para uma organização certificar‑se ambientalmente, cumprindo um mesmo roteiro 
de exigências com validade internacional. A norma que orienta a certificação ambiental é a ISO 14001 (2004), 
denominada Sistema de Gestão Ambiental – Requisitos com Orientações para Uso. Para que essa certificação seja 
reconhecida mundialmente é preciso que o procedimento de certificação seja realizado por um terceiro, ou seja, 
uma organização especializada e independente, reconhecida em um organismo autorizado de credenciamento.
A certificação ambiental internacional beneficia as empresas que são obrigadas a comprovar a 
adequação de seus produtos e processos aos novos paradigmas ambientais, cumprindo as exigências de 
cada país para onde exportam. A conformidade com uma norma reconhecida de maneira internacional, 
como a ISO 14001, minimiza o número de auditorias ambientais independentes exigidas por clientes, 
agências ambientais ou órgãos de certificação.
Para alcançar a certificação ambiental, uma empresa deve cumprir três exigências básicas expressas 
na norma ISO 14001, que é a certificadora da série de normas ISO 14000:
• possuir um Sistema de Gestão Ambiental implantado;
• cumprir a legislação ambiental no local de instalação, quando aplicável;
• ter compromisso com a melhoria contínua do seu desempenho ambiental.
De acordo com Valle (2012), para obter a certificação ambiental pela norma ISO 14001, devem 
ser mostrados os compromissos e princípios gerenciais da empresa em sua política ambiental. Com a 
102
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
implantação dessa política são definidos os objetivos, as metas da empresa e os procedimentos a serem 
seguidos por todos os colaboradores. Precisam ser criados procedimentos de controle da documentação 
e deve ser realizado o treinamento do pessoal. Numa fase seguinte, faz‑se um diagnóstico ou 
pré‑auditoria, que permite identificar os pontos vulneráveis existentes nos procedimentos ambientais 
da empresa, visando a sua correção. Empresas que já tinham a preocupação ambiental e já implantaram 
o sistema de gestão ambiental próprio têm maior facilidade em se adequar à ISO 14001, podendo 
alcançar a certificação num prazo menor.
O próximo passo do processo é a certificação efetiva, na qual a empresa deve contratar uma entidade 
credenciada para emitir o correspondente certificado de conformidade com a norma ISO 14001. Nessa 
fase, a empresa se submete a uma auditoria ambiental e deve comprovar sua conformidade com os 
padrões de qualidade exigidos pela legislação ambiental e pelos manuais de qualidade instituídos e 
usados pela própria empresa.
Como a norma requer uma concordância com os requisitos legais aplicáveis, este é um pré‑requisito 
essencial para certificar uma empresa. Essa certificação é restrita a um local físico definido. A certificação 
é válida para um estabelecimento instalado num determinado local e fica vinculada ao cumprimento de 
toda a legislação ambiental que seja aplicável.
Com o objetivo de minimizar os impactos causados por suas atividades sobre o meio ambiente, a 
empresa que busca a certificação pela ISO 14001 compromete‑se com a melhoria contínua de suas 
atividades. Para isso, deverá identificar e aplicar tecnologias adequadas para tratar ou dar o destino 
adequado a seus resíduos, além de prever que seus produtos ao final de seu ciclo de vida também se 
tornarão resíduos.
A adesão à ISO 14001 não tem pré‑requisito, assim como as normas da série ISO 9000. As séries de 
normas são independentes, embora a certificação do conjunto seja mais econômica.
Segundo Valle (2012), a ISO 14000 é um sistema estruturado de normas gerenciais que cobrem um 
leque de atividades e temas relacionados com a gestão ambiental. Entre esses temas, incluem‑se normas 
específicas sobre como avaliar e interpretar o ciclo de vida de um produto e sobre como devem ser 
estruturados os rótulos e as declarações ambientais que deem respaldo a suas qualidades.
A avaliação do ciclo de vida (ACV) de um produto leva em consideração todos os estágios de sua 
produção, utilização e descarte, identificando os impactos causados ao meio ambiente desde a extração 
de matérias‑primas, energia consumida na fabricação e na utilização, quando é o caso, até seu descarte 
final. A ACV é uma ferramenta importante para o marketing de bons produtos e de boas empresas. No 
entanto, se for usada com fins comerciais velados, pode constituir verdadeira barreira ambiental contra 
a utilização de matérias‑primas e produtos intermediários. Alguns setores industriais são muito afetados 
por pressões comerciais que podem estar baseadas em análises e interpretações tendenciosas do ciclo 
de vida de seus produtos por parte de importadores e compradores de outras regiões.Dessa forma, é 
importante possuir um banco de dados específico para as condições locais e regionais, que permita 
demonstrar as eventuais vantagens competitivas dos produtos e serviços do vendedor‑exportador.
103
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
A rotulagem ambiental, também conhecida como selo verde, é outra ferramenta importante no 
processo de identificação de produtos que provocam menores impactos ambientais durante seus ciclos 
de vida. Esses selos são marcas usadas para orientar o consumidor final sobre a qualidade ambiental 
de um produto. A concessão do selo é feita por organismos de certificação independentes. A série de 
normas ISO 14000 inclui um conjunto de normas para tratar especificamente da rotulagem ambiental.
A ISO 14000 tem como objetivo central um sistema de gestão ambiental que auxilia a empresa a 
cumprir os compromissos assumidos em benefício do meio ambiente. Como os objetivos decorrentes, 
as normas criam sistemas de certificação, tanto das empresas como de seus produtos e serviços, que 
possibilitam distinguir as empresas que atendem à legislação ambiental e cumprem os princípios do 
desenvolvimento sustentável.
Para Valle (2012), as normas não substituem a legislação ambiental vigente, na verdade, reforçam as 
leis aos exigirem seu cumprimento integral para que seja concedida a certificação da empresa. As normas 
também estabelecem padrões de desempenho, que devem ser estabelecidos pela própria empresa e 
devem estar em concordância com sua política ambiental.
O sistema de gestão ambiental estabelece diretrizes para auditorias ambientais, avaliação de 
desempenho ambiental da empresa, rotulagem ambiental e avaliação do ciclo de vida dos produtos, 
tornando possível a transparência da empresa com relação aos aspectos ambientais. As normas servem 
como modelo para implantação desses programas no campo de ação da empresa, permitindo harmonizar 
procedimentos e diretrizes aceitas internacionalmente com a experiência e tradição empresarial local.
A ISO 14000 está estruturada de maneira que possamos entender dois grupos básicos: um conjunto 
de normas direcionado à empresa e outro ao processo produtivo e produtos.
6.1.1 Normas sobre o Sistema de Gestão Ambiental – SGA (ISO 14001, ISO 14004, ISO 
14005)
As primeiras normas tratam do Sistema de Gestão Ambiental. A ISO 14001 é uma especificação para o 
SGA e foi desenvolvida para utilização na certificação por terceiras partes, embora possa ser também usada 
internamente para fins de autodeclaração e como cláusula nos contratos da organização. A ISO 14004 destina‑se 
ao uso interno da empresa como suporte para gestão ambiental, e não visa à certificação (VALLE, 2012).
A certificação ambiental é baseada no cumprimento da ISO 14001, mesmo não havendo a exigência de 
que a empresa já possua o melhor desempenho ambiental possível, nem esteja usando as melhores tecnologias 
disponíveis. O conceito da melhoria contínua foi inserido nessa norma com o objetivo de estimular a melhoria 
do sistema de gestão ambiental depois de assegurar que ele tenha sido implantado plenamente.
Ainda que as normas não incluam exigências relacionadas com a segurança do trabalho e a saúde 
ocupacional de seus colaboradores, nada impede que esses tópicos sejam incorporados ao SGA, antecipando‑se 
à tendência de tratar saúde, segurança e meio ambiente de forma conjunta. A OHSAS 18001 pode ser adotada 
para habilitar a empresa à certificação dos três temas abordados. Nesse caso, ao invés de ter uma política 
ambiental, a empresa passa a possuir uma política de meio ambiente, saúde e segurança.
104
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
6.1.2 Normas sobre as Auditorias Ambientais (ISO 14015, ISO 19011)
De acordo com Valle (2012), as auditorias ambientais desempenham papel bastante importante no 
sistema de normas ISO 14000, pois são elas que asseguram a base de credibilidade a todo processo de 
certificação ambiental, de acordo com a sua concepção. As auditorias visam às auditorias de terceiras 
partes, nas quais uma entidade externa e independente verifica, pela SGA, os compromissos estabelecidos 
internamente pela empresa e que devem estar escritos em sua política ambiental.
A credibilidade é assegurada pelo processo de certificação que inclui um organismo de acreditação 
reconhecido internacionalmente, o qual credencia o organismo de certificação credenciado (OCC), que 
por sua vez procede às auditorias nas instalações da organização que pleiteia a certificação ambiental.
Os procedimentos de auditoria para o sistema ISO 14000 (meio ambiente) e ISO 9000 (qualidade) 
são compatíveis e geraram a norma ISO 19011 – Diretrizes para Auditoria de Sistemas de Gestão da 
Qualidade e/ou Ambiental, que substituiu as normas específicas para auditoria ambiental ISO 14010, 
14011 e 14012 (VALLE, 2012).
A ISO 14015 auxilia a empresa a identificar e avaliar os aspectos ambientais e suas consequências 
nos processos de transferências de propriedades e na definição de responsabilidades e obrigações entre 
as partes envolvidas.
6.1.3 Norma sobre a Avaliação do Desempenho Ambiental (ISO 14031)
Segundo Valle (2012), a norma de Avaliação do Desempenho Ambiental propõe como fazer a medição, 
análise e determinação do desempenho ambiental de uma organização para permitir confrontar os dados 
com os critérios estabelecidos anteriormente em seu SGA. A norma não estabelece parâmetros a serem 
atendidos; esses parâmetros devem ser estabelecidos pela própria empresa, geralmente em função das 
suas necessidades, levando em consideração o desempenho ambiental da empresa de maneira que seu 
resultado seja mensurável no seu sistema de gestão ambiental.
Os indicadores de desempenho ambiental escolhidos pelas empresas devem ser específicos para 
determinada área e podem considerar números de incidentes ambientais relatados, quantidades de 
efluentes, emissões atmosféricas e de resíduos sólidos perigosos gerados por unidade de produto, peso 
de embalagem por unidade produzida, distância percorrida pelos veículos de distribuição, entre outros. 
Os critérios para escolha de um indicador de desempenho ambiental devem ser sua representatividade no 
conjunto das atividades da empresa, sua previsibilidade e seu custo em relação aos resultados desejados. 
Devem ser indicadores cientificamente válidos, relevantes e de fácil comprovação.
6.1.4 Norma sobre a Rotulagem Ambiental (ISO 14020 e seguintes)
De acordo com Valle (2012), a rotulagem ambiental é praticada por muitos países, podendo variar 
as formas de abordagem e seus objetivos. Para harmonizar esses programas nacionais, foram inseridas 
na série ISO 14000 normas de rotulagem ambiental, que possuem validade internacional e orientam 
empresas na expressão das características ambientais de seus produtos. Espera‑se que essas normas 
105
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
tenham como consequência a melhoria de qualidade dos produtos, o aperfeiçoamento das reivindicações 
ambientais e a defesa dos produtores contra barreiras comerciais não tarifárias.
Essas normas não estabelecem rótulos, apenas orientam como devem ser enviadas as informações 
sobre o produto ou serviço, dando ênfase para as suas características ambientais e usando expressões 
corretas que possam ser comprovadas com informações relevantes e compreensíveis para o usuário. 
O consumidor do produto ou serviço deve ter acesso às informações relevantes e comprovadas das 
qualidades ambientais divulgadas nos produtos e serviços que compra. As qualidades ambientais do 
produto podem serexplicitadas mediante símbolos, declarações ou gráficos marcados sobre o produto 
ou sua embalagem. Essas características também podem constar na literatura do produto, boletins 
técnicos, anúncios, propagandas, entre outros.
Os chamados selos verdes, concedidos por terceiros credenciados, conferem ao produto rotulado uma 
chancela de excelência que o diferencia de seus concorrentes. Os rótulos de tipo I (ISO 14024) não devem 
ser confundidos com as autodeclarações ambientais ou rotulagem do tipo II (ISO 14021), pelas quais 
o produtor identifica seu produto como reciclado, reciclável ou biodegradável. As normas não aprovam 
expressões vagas como “ambientalmente seguro”, “amigo do ambiente”, “produto verde”, “não poluente”.
A ISO 14025 identifica produtos que recebem o rótulo de tipo III, no qual descrevem e identificam as 
informações de forma quantitativa, baseadas na avaliação de seus ciclos de vida.
6.1.5 Norma sobre a Avaliação do Ciclo de Vida (ISO 14040 e seguintes)
O objetivo desse conjunto de normas é estabelecer relações entre as atividades produtivas e o 
meio ambiente, analisando o impacto causado pelos produtos, seus respectivos processos produtivos 
e serviços, desde a extração dos produtos naturais necessários a sua fabricação até a sua destinação 
final. Trata‑se de um enfoque sistemático, ao invés do enfoque tradicional dado pela indústria, que pode 
restringir a análise e descrição das qualidades dos produtos que a organização produz (VALLE, 2012).
A Avaliação do Ciclo de Vida precisa avaliar os impactos causados ao meio ambiente e, além disso, 
identificar as melhorias que devem ser introduzidas para reduzi‑los. Para isso, devemos levar em 
consideração (VALLE, 2012):
• o consumo de matéria‑prima, sua extração e produção;
• o processo de produção de insumos, materiais intermediários que serão usados na fabricação do 
produto;
• o processamento de todo material até a fabricação do produto final;
• o uso do produto durante toda sua vida útil;
• a reciclagem quando aplicada, o tratamento e a disposição final do material resultante do produto 
descartado, ao final da sua vida útil.
106
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
Unidade II
Com a elaboração de um balanço energético e material, devemos estudar os fluxos de energia e 
emissões ambientais que ocorreram e os seus efeitos no ambiente, que dependem da quantidade e 
qualidade do material utilizado, de sua estabilidade e a formação de subprodutos até o descarte final 
do produto. Para ser completa, a ACV também deve comparar seu impacto ambiental com o de outros 
produtos, fabricados com materiais e processos alternativos, incluindo a destinação final dos resíduos e 
dos materiais recuperáveis ou recicláveis em cada alternativa considerada.
A aplicação dessa norma trouxe como benefício a minimização de geração de poluentes, melhoria 
no controle de riscos ambientais e o desenvolvimento de produtos menos tóxicos ao meio ambiente.
6.1.6 Norma sobre os Aspectos Ambientais nos Produtos (ISO Guia 64, ISO TR 14062)
Guia destinado àqueles que elaboram as normas técnicas para produtos, visando alertar para 
os aspectos relacionados ao meio ambiente que devem ser levados em consideração quando se 
especifica e projeta um produto, como economia de energia e matéria‑prima, cuidados relacionados 
ao transporte e distribuição, destinação das embalagens, alternativas para reúso, recuperação e 
reciclagem de materiais. Serve também para outros fatores, como facilidade de manutenção, reparo 
e desmontagem final do produto.
6.1.7 Outras normas da série
As normas da série ISO 14000 foram publicadas em 1993. Em seguida, notou‑se a necessidade de 
normalizar alguns aspectos ou atividades não incluídas no projeto original. Surge, assim, a norma ISO 
14063 – Comunicação Ambiental – Diretrizes e Exemplos, que orienta as empresas quanto à maneira de 
comunicar seu desempenho e seus aspectos ambientais (VALLE, 2012).
Devido à importância das mudanças climáticas e com o objetivo de normalização das ações 
que buscam minimizar e controlar as emissões gasosas que contribuem para o efeito estufa, foram 
inseridas as normas ISO 14064, ISO 14065 e ISO 14066. Elas tratam dos critérios de medição, validação 
e verificação das emissões dos gases de efeito estufa (GEEs) e os organismos usados no reconhecimento 
e credenciamento dessas ações.
O sistema de normas ISO 14000 vem crescendo com o passar dos anos e tem incorporado novas 
normas e documentos técnicos relacionados com a gestão ambiental. Depois dos esforços já realizados 
aos gases de efeito estufa, muitos outros estão sendo estudados para laboração de novas normas.
7 FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
Existem alguns princípios que norteiam a aplicação da legislação ambiental. Podemos citar (VALLE, 2012):
• princípio da precaução: quando existe dúvida científica sobre os riscos provocados por uma 
atividade, empreendimento, processo ou produto, deve‑se tomar medidas para evitar a 
concretização de lesões ao meio ambiente ou à saúde da população;
107
Re
vi
sã
o:
 C
ar
la
 -
 D
ia
gr
am
aç
ão
: J
ef
fe
rs
on
 -
 1
3/
10
/1
5
CONTROLE AMBIENTAL E RECURSOS NATURAIS
• princípio da prevenção: devemos dar prioridade para limitação máxima da nocividade de um 
resíduo, evitando sua formação ou minimizando sua quantidade, de maneira que não atinja um 
dano irreversível;
• princípio da informação: cada indivíduo deve ter acesso apropriado a informações relativas ao 
meio ambiente, até sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades;
• princípio do usuário‑pagador: os preços dos produtos e serviços devem internalizar os custos 
sociais do uso e esgotamento do recurso usado em sua produção.
O licenciamento da atividade e das instalações é o ato que vai permitir que a organização opere em 
um determinado local. Esse é o principal vínculo formal que une a empresa às autoridades ambientais. 
A licença para implantar um novo empreendimento ou expandir um já existente deve ser solicitada pelo 
empreendedor ao órgão ambiental estadual.
Todos os empreendimentos industriais e minerais, sistemas de tratamento e disposição de resíduos, 
usinas de concreto e asfalto, atividades comerciais e de serviços que usam combustíveis sólidos ou 
líquidos, atividades que usam incinerador, entre outras que apresentem potencial de contaminação 
devem solicitar a licença de instalação.
Segundo Valle (2012), o processo de licenciamento é divido em três fases:
• Consulta Prévia, que deve ser formulada logo que se decide implantar um empreendimento e que 
resultará, se aceita, em uma Licença Prévia (LP), também conhecida como licença de localização;
• Licença de Instalação (LI), que deve ser requerida assim que estejam definidas as características do 
empreendimento e antes de se dar início às obras;
• Licença de Operação (LO) ou de Funcionamento (LF), que deve ser solicitada com as obras já prontas 
e em condições de demonstrar que as instalações em funcionamento cumprem as condições 
legais e preenchem os requisitos estabelecidos na LI concedida.
A consulta prévia visa obter do órgão ambiental uma primeira avaliação sobre a possibilidade de 
se implantar o empreendimento na região pretendida. Busca‑se esclarecer se haverá a necessidade de 
elaboração de um estudo de impacto ambiental para assegurar a aprovação do projeto. Para a concessão 
da licença de instalação, a empresa precisa obedecer a alguns pré‑requisitos como: legislação municipal 
quanto à ocupação do solo, ter aprovado um estudo de impacto ambiental, se exigido, e anunciar em 
jornal a solicitação da licença informando à sociedade sua intenção de instalar o empreendimento.
O pedido de licença de instalação deve ser acompanhado de um memorial de caracterização do 
empreendimento,

Continue navegando