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Tópicos especiais de despesa pública Fernando Lima Gama Junior* Suprimentos de fundos Conceito Os suprimentos de fundos, também conhecidos como adiantamentos, são utilizados para pagamento de despesas, em determinadas situações ex- cepcionais que não podem aguardar o processo normal de realização. Assim, em conformidade com o artigo 45, do Decreto 93.872/86, a con- cessão de suprimento de fundo caracteriza-se pela excepcionalidade já que, em regra, toda a despesa deve passar pelo processo normal, licitação, empe- nho, liquidação e pagamento. O suprimento de fundo consiste na entrega de numerários a servidor pelo ordenador de despesa para a realização de despesa, mediante empenho em dotação própria1. Atenção: não existe despesa sem prévio empenho, mesmo no caso do adiantamento, a despesa deve ser empenhada. Concessão Em conformidade com o artigo 45 do Decreto 93.872/86, podem ser rea- lizadas, por meio de suprimentos de fundos, as despesas: para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços � especiais, que exijam pronto pagamento em espécie; quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se clas- � sificar em regulamento; 1 Artigo 68 da Lei 4.320/64 e artigo 45 do Decreto 93.872/86. 179 * Auditor Federal de Con- trole Externo do Tribunal de Contas da União em Mato Grosso. Professor de preparatórios para concur- sos nas disciplinas de Con- trole Externo, Orçamento Público, Contabilidade Pública e Legislação Tribu- tária do ICMS. Engenheiro Químico pela Universi- dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2001. Bacharelando em Direito pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 180 Tópicos especiais de despesa pública para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas � cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Porta- ria do Ministro da Fazenda. Atualmente os valores máximos permitidos, nas concessões totais de su- primento de fundos de pequeno vulto, são: 5% dos limites de compras e serviços (R$80.000,00) e 5% dos limites de execução de obra (R$150.000,00) previstos na modalidade convite2, assim os valores seriam respectivamente R$4.000,00 e R$7.500,00. Além do limites totais de suprimentos de fundos de pequeno vulto, também deve ser obedecido um limite individual por item de gasto cons- tante do documento fiscal, assim não basta que as despesas totais de peque- no vulto respeitem os limites de R$4.000,00 e R$7.500,00, é preciso também que cada item de gasto não ultrapasse os limites individuais de 0,25% dos limites de compras e serviços (R$80.000,00) e 0,25% dos limites de execução de obra (R$150.000,00) previstos na modalidade convite3, assim os valores máximos por itens seriam respectivamente R$200,00 e R$375,00. Vedações Não poderá ser concedido suprimento de fundos ao servidor que se en- contre numa das seguintes situações: responsável por dois suprimentos; � servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material a � adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor; que seja responsável por suprimento de fundos que, esgotado o pra- � zo, não tenha prestado contas de sua aplicação; servidor declarado em alcance ou que esteja respondendo a inquérito � administrativo. Considera-se servidor em alcance aquele que não prestou contas do su- primento, no prazo regulamentar, ou que não teve aprovadas as contas em virtude de desvio, desfalque ou má aplicação, verificados na prestação de contas de dinheiro, bens ou valores confiados à sua guarda. 2 Os limites para as moda- lidades de licitação, inclu- sive a modalidade convite, são definidos no artigo 23 da Lei 8.666/93. 3 Os limites para as moda- lidades de licitação, inclu- sive a modalidade convite, são definidos no artigo 23 da lei 8.666/93. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Tópicos especiais de despesa pública 181 Comprovação Após o período de aplicação, normalmente de 60 (sessenta) dias, o servi- dor terá o prazo de 30 (trinta) dias para prestar contas do suprimento rece- bido, o suprido é obrigado a prestar contas do recurso aplicado através de adiantamento, inclusive comprovar o recolhimento do saldo não utilizado, se for o caso. Os documentos para comprovação das despesas efetuadas serão extraí- dos em nome da repartição onde o suprido esteja em exercício, exigindo-se documento fiscal sempre que a operação esteja sujeita à tributação. Caso o suprido não preste contas no prazo legal estabelecido, sem justi- ficativa, será instaurada a tomada de contas especial, para apuração da res- ponsabilidade, quantificação do dano e imposição de penalidades, se cabí- veis, sem prejuízo das providências administrativas necessárias. É obrigação dos detentores de suprimentos de fundos fornecer informa- ção precisa dos saldos em seu poder em 31 de dezembro, para que seja feita a devida contabilização e reinscrição da responsabilidade pela aplicação em data posterior4. Atenção! de acordo com o Decreto 93.872/86, a importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de janeiro seguinte. Contabilização Os gastos com suprimentos de fundos serão contabilizados e incluídos nas contas do ordenador como despesa realizada. As restituições, por falta de aplicação total ou parcial, ou aplicação inde- vida, constituirão anulação de despesa, se recolhida no mesmo exercício, ou receita orçamentária, se recolhida após o encerramento do exercício. Dívida passiva Dívida passiva é toda e qualquer obrigação da unidade seja ela de curto ou de longo prazo. Compõem a dívida passiva: a dívida flutuante e a dívida fundada ou consolidada. 4 Parágrafo único, do artigo 46 do Decreto 93.872/86. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 182 Tópicos especiais de despesa pública Dívida flutuante A dívida flutuante é a dívida de curto prazo – até 12 meses – e compreen- de os compromissos exigíveis, cujo pagamento independe de autorização orçamentária. Atenção: o §1.º, do artigo 115, do Decreto 93.872/86 é muito cobrado em concursos públicos. Segundo o §1.º, do artigo 115, do Decreto 93.872/86, a dívida flutuante é composta dos compromissos exigíveis, cujo pagamento independe de auto- rização legislativa, compreendendo: os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; � os serviços da dívida; � os depósitos, inclusive consignações em folha; � as operações de crédito por antecipação da receita orçamentária; � o papel-moeda ou moeda fiduciária. � Atenção: a inclusão do papel-moeda ou moeda fiduciária é inovação do Decreto 93.872/86, já que a Lei 4.320/645 não a incluía na dívida flutuante.5 Artigo 92, da Lei 4.320/64. Importante: a dívida flutuante compõe o passivo financeiro do balanço patrimonial. A seguir vamos dar uma rápida estudada em cada um dos elementos que compõem a dívida flutuante: Restos a pagar Conceito Os restos a pagar ou resíduos passivos são despesas empenhadas, liqui- dadas ou não, mas ainda não pagas na data do encerramento do exercício financeiro – 31/dezembro. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Tópicos especiais de despesa pública 183 De acordo com o artigo 36, da Lei 4.320/64, Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. Atenção: os restos a pagar ou resíduos passivos são classificados no passi- vo financeiro do balanço patrimonial e integram a dívida flutuante. Classificação Os Restos a Pagar (RP) podemser classificados em processados e não processados. Os RP processados são os referentes às despesas já liquidadas, em que o credor já cumpriu suas obrigações por meio da entrega do bem, prestação de serviço ou execução da obra, e tem, portanto, direito líquido e certo, faltando apenas o pagamento. Os RP não processados são as despesas não liquidadas, ou seja, aquelas que dependem ainda de que o credor preste o serviço, entregue o bem ou execute a obra, assim o direito do credor não foi apurado, constituindo des- pesas ainda não líquidas. Inscrição e pagamento de RP Segundo o Decreto 93.872/86, em regra, as despesas liquidadas serão inscritas em restos a pagar processados no final do exercício, já as despesas empenhadas e não liquidadas serão consideradas anuladas para todos os fins, exceto quando: ainda vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo � credor; vencido o prazo para cumprimento da obrigação, esteja em curso a � liquidação da despesa, ou seja, do interesse da administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor; se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas, � e corresponder a compromisso assumido no exterior. Assim, no Governo Federal os empenhos não anulados, inclusive os já liquidados, serão automaticamente inscritos em restos a pagar no final do exercício, pelo valor devido ou estimado. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 184 Tópicos especiais de despesa pública Atenção: na estrutura do balanço financeiro, as inscrições dos restos a pagar são classificadas como receitas extraorçamentárias (contraparti- da da despesa). Durante o exercício financeiro o pagamento dos restos a pagar são classificados no balanço financeiro no lado das despesas extra- orçamentárias. Em se tratando de pagamento de despesa inscrita em restos a pagar pelo valor estimado, poderão ocorrer duas situações: o valor real a ser pago é superior ao valor inscrito: nessa situação, a � diferença deverá ser empenhada à conta de “despesas de exercícios anteriores”, de acordo com a categoria econômica; o valor real a ser pago é inferior ao valor inscrito, o saldo existente de- � verá ser cancelado. Relembrando: de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal é vedada a inscrição de restos a pagar nos dois últimos quadrimestres do mandato eleti- vo, bem como contrair despesas que não possam ser cumpridas integralmen- te dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa. Resumindo, a inscrição de RP será feita no encerramento do exercício fi- nanceiro de emissão da nota de empenho, tendo validade até 31/12 do ano subsequente. Os RP não pagos até essa data deverão ser cancelados, no Siaf esse cancelamento é automático. Após o cancelamento essas despesas não poderão mais figurar no balanço patrimonial, pois isso caracterizaria reinscri- ção de empenhos em restos a pagar, o que é vedado. Importante: é vedado a reinscrição de restos a pagar. Apesar do cancelamento dos restos a pagar, continua assegurado ao for- necedor o direito a receber pelo prazo de cinco anos a contar da data inscri- ção. Caso após o cancelamento dos restos a pagar o credor reclame o seu di- reito, será emitida nova nota de empenho, no exercício de reconhecimento, à conta de “despesas de exercícios anteriores”. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Tópicos especiais de despesa pública 185 Em relação ao cancelamento de restos a pagar, o artigo 68 do Decreto 93.872/86 não é específico, conforme se observa a seguir, não explicando a qual restos a pagar (processado ou não processado) se aplicam: Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar será automática, no encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho, desde que satisfaça às condições estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da despesa. Art. 69. Após o cancelamento da inscrição da despesa como Restos a Pagar, o pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação destinada a despesas de exercícios anteriores. Apesar disso, para a contabilidade, somente os valores de restos a pagar não processados que não tenham sido liquidados até o final do exercício se- guinte ao da inscrição, deverão ser cancelados, isto porque com a liquidação a dívida passa a ser líquida e certa perante o credor, inclusive a STN já expôs esse posicionamento em normas técnicas6. Atenção: o órgão competente para exercer o controle e disciplinar o tratamen- to de restos a pagar em nível federal é a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Os restos a pagar são controlados em contas do ativo e passivo compen- sados no plano de contas único da União. O pagamento de despesas inscritas em restos a pagar será automático, tal como ocorre com o pagamento de quaisquer despesas públicas, sendo apenas necessário observar as formalidades legais como empenho e liquida- ção, independentemente do requerimento do credor. Serviço da dívida Os serviços da dívida compreendem as parcelas referentes à amortização do principal, correção monetária, juros e outros encargos incidentes sobre a dívida pública fundada ou consolidada consistindo, na verdade, em conver- são de parcela da dívida fundada, que já está pronta para pagamento, em dívida flutuante. Explicando melhor: durante o exercício as despesas referentes à dívida consolidada (amortização do principal e dos juros) são empenhados, liqui- dados e pagos, porém, no final do exercício, pode ocorrer da despesa ser empenhada, liquidada, porém não paga, nesse caso surge o passivo deno- 6 Nota Técnica 622/2004 – GENOC/CCONT/STN e Nota Técnica 151/2006/ GEINC/CCONT-STN. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 186 Tópicos especiais de despesa pública minado “serviço da dívida”, assim os serviços da dívida são oriundos da dívida consolidada, consistindo na transferência dessa para a dívida flutuante. Importante: os serviços da dívida são considerados também como restos a pagar. Depósitos Os depósitos consistem em cauções e garantias de terceiros, em virtude de execução de contratos; consignações a pagar, retenções de obrigações a recolher e outros depósitos com finalidades especiais. Débitos de tesouraria Os débitos de tesouraria compreendem as dívidas de natureza extraor- çamentárias, realizadas para atender insuficiência de caixa ou de tesouraria, durante os exercícios financeiros, provenientes da realização de operações de crédito por Antecipação da Receita Orçamentária (ARO). As operações de crédito por Antecipação da Receita Orçamentária (ARO) fazem parte da dívida e estão regulamentadas no artigo 38 da Lei de Res- ponsabilidade Fiscal (LRF)7. Dívida fundada A dívida fundada compreende todos os compromissos com exigibilidade superior a 12 meses, contraídos para atender desequilíbrios orçamentários ou financiamento de obras ou serviços. Sempre é necessária a autorização legislativa para a sua realização e resgate. Atenção: também integram a dívida pública consolidada, por força da LRF, as operações de crédito de prazo inferior a 12 meses cujas receitas tenham constado da Lei Orçamentária Anual (LOA). A dívida fundada é desdobrada no balanço patrimonial em interna em títulos ou em contratos; e externa em títulos ou em contratos. 7 Lei Complementar 101/2000. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Tópicos especiais de despesa pública 187 Serão incluídas na dívida pública consolidada da União a relativa à emis- são de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil. Importante:a dívida flutuante integra o passivo financeiro do balanço patrimonial e a dívida fundada integra o passivo permanente do balanço patrimonial. Lembrete: as receitas de operações de crédito geram a dívida fundada. Despesas de exercícios anteriores Conceito Despesas de exercícios anteriores são as dívidas resultantes de compro- missos gerados em exercícios anteriores àqueles em que ocorreram os paga- mentos, para as quais não existe empenho inscrito em restos a pagar porque a despesa não foi empenhada ou o empenho foi cancelado. Atenção: o pagamento de despesas de exercícios anteriores ocorre à custa do orçamento vigente, portanto, são despesas orçamentárias. Ocorrência Em conformidade com o artigo 22, do Decreto 93872/86, poderão ser pagas como despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria própria: as despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento res- � pectivo consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê- -las, que não se tenham processado na época própria; assim enten- didas aquelas cujo empenho tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente, mas que, den- tro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação; os restos a pagar com prescrição interrompida; assim considerada a � despesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor; Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 188 Tópicos especiais de despesa pública os compromissos decorrentes de obrigação de pagamento criada em � virtude de lei e reconhecidas após o encerramento do exercício. Formalização do processo São elementos próprios e imprescindíveis à instrução do processo re- lativo às despesas de exercícios anteriores, para fins de autorização de pagamento: nome do credor, CNPJ/CPF e endereço; � importância a pagar; � data do vencimento do compromisso; � causa da inobservância do empenho prévio da despesa; � indicação do nome do ordenador da despesa à época do fato gerador � do compromisso; reconhecimento expresso do atual ordenador de despesa. � Validade e prescrição As dívidas de exercícios anteriores, que dependem de requerimento do favorecido, prescrevem em 5 (cinco) anos, contados a partir da data do ato ou fato que tiver dado origem ao respectivo crédito. O início do período da dívida corresponde à data constante do fato gera- dor do direito, não sendo considerado, para fins de prescrição quinquenal, o tempo de tramitação burocrática e o de providências administrativas a que estiver sujeito o processo. Lembrando que os restos a pagar referentes ao FGTS e ao INSS têm prescrição diferenciada do geral. Atividades 1. (Cespe) Julgue os itens a seguir, a respeito de orçamento e finanças públicas, utilizando verdadeiro (V) ou falso (F). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Tópicos especiais de despesa pública 189 São restos a pagar processados as despesas em que o credor )( já tenha cumprido suas obrigações, entregado o material, prestado os serviços ou executado a etapa da obra, dentro do exercício, tendo ele, portanto, direito líquido e certo, estando em condições de pagamento imediato. Os restos a pagar processados representam os casos de despesas já liquidadas, faltando apenas o pagamento. O pagamento de despesas inscritas em restos a pagar é )( automático, tal como ocorre com o pagamento de qualquer despesa pública, exigindo-se, apenas, a verificação do empenho e da liquidação, independentemente de requerimento do credor. Após o cancelamento da inscrição da despesa como restos a pagar, a reclamação acerca do pagamento poderá ser atendida mediante reinscrição do empenho em restos a pagar, apenas ao final do exercício financeiro em que ocorrer a solicitação do pagamento. Despesas de exercícios anteriores são as dívidas resultantes de )( compromissos gerados em exercícios financeiros anteriores àqueles em que devam ocorrer os pagamentos e que não estejam inscritos em restos a pagar, no caso de se referirem ao exercício imediatamente anterior. 2. (Cespe) Julgue os seguintes itens, acerca do balanço orçamentário e do balanço financeiro. I. Os termos balanço financeiro e balanço orçamentário não devem ser usados, pois o seu conteúdo trata de demonstrativos de fluxo, e não de situações estáticas. II. É chamada de superávit a condição orçamentária em que a soma das despesas realizadas é inferior à soma das despesas fixadas no orçamento. III. No levantamento da situação financeira, devem ser considera- dos não apenas os ingressos não orçamentários, mas também os saldos em espécie provenientes do exercício anterior e os que se transferem para o exercício seguinte. IV. Nos dois documentos, a receita orçamentária deve estar demons- trada, no mínimo, por categoria econômica e origem. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 190 Tópicos especiais de despesa pública Estão certos os itens: a) I e II. b) I e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) II, III e IV. 3. (Cespe) Considerando que no balanço financeiro ilustrado no quadro tenham sido inscritas como restos a pagar do exercício despesas no montante de R$180.500,00, julgue o item a seguir utilizando verdadei- ro (V) ou falso (F). Balanço financeiro Receita Despesa Orçamentária 1.340.820,00 Orçamentária 1.154.500,00 Extraorçamentária 379.460,00 Extraorçamentária 322.200,00 Saldo do exercício anterior 120.680,20 Saldo do exercício anterior 364.260,20 Total 1840.960,20 Total 1.840.960,20 )( O resultado financeiro do exercício apresentou superávit no valor de R$243.580,00. Dicas de estudo Suprimentos de fundos é um assunto bastante abordado em provas de concurso. Existe uma confusão reinante na Administração Pública a respeito do instituto, o que gera dúvidas em questões de provas. Como o servidor público responsável pelo suprimento de fundos geralmente recebe os recur- sos de forma antecipada, para só depois fazer a prestação de contas, alguns (alunos e funcionários públicos) confundem a questão, afirmando que o empenho ocorre depois da realização das despesas, o que não é verdade. Antes da entrega de numerário ao servidor responsável pelo suprimento, é necessário que o setor de contabilidade faça o empenho correspondente para gerar a ordem bancária e o saque na conta do órgão no banco. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Tópicos especiais de despesa pública 191 Para maiores informações sobre suprimento de fundos, consulte: <www.tesouro.fazenda.gov.br/programacao_financeira/downloads/Su- prFundos_fin1.pdf>. Referências GAMA JR, Fernando Lima. Fundamentos de Orçamento Público e Direito Fi- nanceiro. São Paulo: Campus, 2009. Gabarito 1. V, F, V 2. C 3. V Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br
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