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APV A) Duplo controle com base na pressão controlada: • Volume controlado com pressão regulada - Pressure-Regulated Volume-Control (PRVC – Servo 300, Servo i), Adaptative Pressure Ventilation (APV – Hamilton Galileo), Auto-flow (Evita 4) e Variable Pressure Control (Venturi). São técnicas de ventilação cicladas a tempo e limitadas a pressão que utilizam o volume corrente como feedbackpara ajustar continuamente o limite de pressão. Tomando como exemplo o PRVC, o primeiro ciclo respiratório é no modo volume controlado, permitindo ao ventilador calcular a mecânica respiratória. Nos próximos ciclos a ventilação é distribuída com limite de pressão (pressão de platô calculada na primeira ventilação) e ciclada a tempo. A cada ciclo o ventilador ajusta o limite de pressão (3 cmH2O para cima ou para baixo) conforme o volume corrente distribuído no ciclo prévio até alcançar o volume corrente indicado pelo operador. O limite de pressão máximo é 5 cmH2O abaixo do limite de pressão indicado pelo operador. • Vantagens: permite os volumes minuto e corrente constantes com o controle da pressão, além de reduzir automaticamente o limite de pressão conforme a mecânica do sistema respiratório melhore ou o esforço do paciente aumente; e • Desvantagens: deve-se ter cuidado ao indicar o volume corrente, pois este será um dos responsáveis pelo pico de pressão alcançado pelo ventilador. Em modos assistidos, conforme aumente a demanda do paciente, a pressão pode se reduzir, reduzindo o suporte ao paciente. A redução da pressão também pode diminuir a pressão média de vias aéreas, reduzindo a oxigenação. Adaptative-Support Ventilation (ASV – Hamilton Galileo) Este método ventilatório baseia-se no conceito de Otis. Este sugere que o paciente apresente um VT e uma f que minimiza as cargas elásticas e resistivas mantendo a oxigenação e o equilíbrio ácido-básico. O operador indica o peso ideal do paciente (para estimativa do espaço morto), o limite máximo de pressão inspiratória, PEEP, FIO2, o tempo de retardo, a ciclagem baseada da porcentagem de fluxo do pico de fluxo inicial e a porcentagem de fluxo expiratório distribuído em relação aos 100 mL/kg/min liberados pelo ventilador. Quando conectado ao ventilador, este promove ciclos ventilatórios para medir a complacência, a resistência e a PEEPi. O ventilador usa os valores indicados pelo operador e a mecânica respiratória calculada para selecionar a freqüência respiratória, a relação TI/TE e a pressão limitada para as respirações mandatórias e assistidas, buscando o menor trabalho respiratório. • Vantagens: permite ao ventilador realizar mudanças automáticas nos parâmetros ventilatórios baseado em mudanças do esforço respiratório e mudanças da mecânica do sistema respiratório; e • Desvantagens: apresenta os mesmos problemas dos modos de duplo controle ciclo a ciclo, que são a redução da pressão média de vias aéreas e hipoxemia, a redução da pressão inspiratória quando esta deveria ser aumentada e necessita de adequada indicação da porcentagem de volume minuto para obter um suporte ventilatório eficient O modo ASV é uma forma de ventilação minuto mandatória implementada com uma pressão adaptativa. O operador determina um volume minuto alvo e o ventilador suplementa com respirações mandatórias, volume ou pressão controlada quando a respiração espontânea do paciente gera um volume minuto abaixo do determinado. O ASV seleciona automaticamente volume corrente apropriado, freqüência para as respirações mandatórias e volume corrente apropriado para as respirações espontâneas com base na mecânica do sistema respiratório e na ventilação minuto alveolar alvo. FUNCIONAMENTO DO MODO ASV O ASV fornece respirações controladas a pressão utilizando um esquema de otimização adaptativa. Otimização significa minimizar o trabalho mecânico da respiração: a máquina seleciona o volume corrente e freqüência respiratória que supostamente o cérebro do paciente assumiria se o paciente não estivesse conectado ao ventilador, isso é feito para estimular o paciente a respirar espontâneamente. O ventilador calcula o volume minuto normal requerido baseado no peso ideal do paciente e o volume estimado do espaço morto. Este cálculo representa 100% da ventilação minuto. O especialista deve determinar a porcentagem do volume minuto que o ventilador deverá auxiliar, maior de 100%, se o paciente tiver com aumento da demanda ventilatória como em casos de sepse, ou menor de 100% em situações de desmame da VM. Inicialmente o ventilador fornece respirações teste para mensuração da constante de tempo expiratória para calcular o espaço morto estimado e a ventilação minuto normal e a freqüência respiratória ideal ao trabalho mecânico. O volume corrente alvo é calculado a partir do volume minuto normal dividido pela freqüência. O volume corrente alvo é atingido por um mecanismo de PA, o que significa que a pressão é limitada automaticamente e ajustada para atingir uma média do volume alvo. O ventilador monitora continuamente a mecânica do sistema respiratório e ajusta os parâmetros de acordo. O ventilador ajusta a freqüência para evitar aprisionamento de ar devido ao encurtamento do tempo expiratório, evita a hipoventilação através de um volume corrente maior do que o espaço morto e evita volutrauma evitando volumes exagerados. PARÂMETROS DO ASV 1 - Peso do paciente 2 - Sexo 3 - Porcentagem do volume minuto 4 - FiO2 5 - PEEP APLICAÇÕES CLÍNICAS E EVIDÊNCIAS O ASV foi idealizado para ser um modo único do início ao desmame. Na teoria o ASV oferece seleção automática dos parâmetros , adaptação as mudanças de mecânica respiratória com o mínimo de manipulação humana da máquina melhorando a assincronia e o desmame automático. Um estudo que comparou ASV com PC mandatória intermitente mostrou que o ASV reduz trabalho inspiratório e melhora a interação paciente-ventilador. Outros dois estudos sugerem que o ASV reduza o tempo de VM, porém ainda precisam de evidências quanto ao conforto, sincronia e mortalidade. Ventilação de suporte adaptativa Comentário - A ventilação de suporte adaptativa (ASV, sigla do inglês adaptive-support ventilation) utiliza um algoritmo para escolher a combinação entre volume corrente e frequência respiratória, visando atingir ao volume-minuto regulado pelo cuidador, por meio de ciclos espontâneos e controlados, com a mínima pressão de vias aéreas possível. A versão denominada Intellivent-ASV, usa um sensor de CO2 no final de expiração (ETCO2 ) e um sensor de SpO2 para ajustar automaticamente PEEP e FIO2 , utilizando uma tabela.(83) Indicações - Pacientes com insuficiência respiratória grave, para os quais buscam-se redução do trabalho respiratório e estímulo para respirações espontâneas. Sugestão - Usar para garantir um volume-minuto com adequada proteção pulmonar em pacientes com controle ventilatório (drive) instável, com assincronia ou desconforto. Monitorizar ocorrência de vazamentos ou secreção excessiva que podem comprometer o seu funcionamento adequado A Ventilação com Suporte Adaptativo (ASV – Adaptive Support Ventilation) é um modo ventilatório de alça fechada (closed-loop), que tem por objetivo manter adequada oxigenação e ventilação, com redução de Trabalho Ventilatório e otimização do conforto. O termo alça fechada se refere a um sistema de reconhecimento de variáveis da mecânica ventilatórias com consequente ajuste para uma adaptação fisiológica do suporte ventilatório. A tecnologia do ASV é creditada ao engenheiro clínico Fleur Tehrani, que utilizou os conceitos de Otis et al1, que determinava que para um dado Volume minuto (Vmin), haveria um padrãoventilatório ótimo com o mínimo de WOB. Esse modo disponibiliza o ajuste da Pressão de Platô, Vmin desejado e o Peso predito do paciente (predicted body weight-PBW). Inicialmente, é ajustado o percentual do Vmin (%Vmin) a ser entregue baseado no PBW. Com isso, o software utilizando os conceitos de Otis e considerando o espaço morto (Vd= 2,2 mL/Kg), calcula um padrão “ótimo” de ventilação (Vt, FR e Relação I:E) para manter o equilíbrio acidobásico com menor gasto energético2. Formula: Vmin [l/min] = %Vmin × PBW/1000 (para PBW > 15 kg) ou Vmin [l/min] = %Vmin × PBW/500 (para PBW < 15 kg) Parâmetros a serem ajustados3: Altura (cm) – Baseado nesse parâmetro, serão calculados o PBW e o Vd; Gênero; %Vmin – 25 a 350% - Normal 100%, Asma 90%, SDRA 120%, acrescentar 20% se Temperatura 338.5°C ou acrescentar 5% para cada 500 m de altitude; Sensibilidade inspiratória a Fluxo; Sensibilidade expiratória; Compensação da resistência do tubo orotraqueal; PEEP FiO2 Pressão máxima de alarme. Apesar de crescente evidência com desfechos favoráveis com o uso do ASV, estas ainda não constituem um bom grau de recomendação. As primeiras descrições do uso do ASV foram com Sulzer et al4 e Petter et al5, onde ambos compararam o ASV com SIMV+PSV no pós-operatório de cirurgias cardíacas e o ASV apresentou menor tempo de VM e extubação mais precoce. O estudo de Sulemanji et al6 comparou o ASV, ASVCO2 (evolução do ASV onde o Vmin é ajustado de acordo com o nível de CO2 –ETCO2- exalado através de sensor próprio), PCV e VCV em modelo pulmonar com capacidade de simular diversos cenários clínicos, através de complacência e resistência. O resultado foi que houve superioridade mínima para os modos de alça fechada, principalmente na obtenção de menores valores de pressão de platô e volume corrente em modelo de SDRA para o modo ASVCO2. Em modelo in vitro e in vivo em modelo animal conduzido por Jung et al7,foi analisado o efeito do ASV comparado a ventilação controlada, na contratilidade e lesão diafragmática induzida pela ventilação mecânica. O ASV teve efeito protetor para a função e estrutura diafragmática, bem como preservou força de contração diafragmática quando comparado ao modo controlado. IntelliVent-ASV® O modo IntelliVent-ASV® é a mais recente evolução do ASV, nele há o ajuste automático de variáveis ventilatórias e de oxigenação, bem como pode ser utilizado sob forma passiva (controlada) e espontânea. Nas variáveis ventilatórias, são ajustados Vmin (Vt e FR) baseados nos valores alvo de ETCO2, através de sensor de capnometria diretamente conectado ao ventilador. Na oxigenação, são ajustados automaticamente a PEEP e a FiO2 para manutenção de adequado nível de saturação periférica de O2, também com sensor conectado ao ventilador. Por ser um modo recente, ainda são escassos os estudos com o uso do mesmo. Arnal et al8, conduziram um estudo crossover, comparando o IntelliVent-ASV® com ASV em 50 pacientes com insuficiência respiratória aguda em variáveis de mecânica ventilatória e oxigenação. O modo IntelliVent-ASV® resultou em menor pressão, volume e FiO2, com os mesmos resultados de mecânica ventilatória e oxigenação. Em outro estudo prospectivo realizado pelos mesmos autores9, foi avaliado o uso do modo em pacientes não selecionados (com presença de pacientes com DPOC, SDRA e com mecânica ventilatória normal). O IntelliVent-ASV® foi capaz de manter o Vt e pressão de platô nos níveis considerados ideais, além de manter adequado nível de oxigenação para todos os perfis de pacientes estudados. Porém ainda faltam dados sobre tempo de ventilação mecânica e taxa de sucesso de extubação desse novo modo. Declaro não haver qualquer conflito de interesse ou recebimento de recurso financeiro neste post.
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