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Livro Eletrônico Aula 02 (Prof. Vicente Camillo) Economia p/ CVM 2018 (Analista e Inspetor) - Com videoaulas Equipe Ricardo e Nádia 01, Paulo Portinho, Ricardo Vale, Vicente Camillo, Equipe Ricardo e Nádia 02 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Aula 02 BALANÇO DE PAGAMENTOS RESERVAS INTERNACIONAIS REGIMES DE CÂMBIO Sumário Sumário..................................................................................................................................... 1 Balanço de Pagamentos: Conceitos Iniciais ..................................................................... 2 Contas Operacionais ......................................................................................................... 3 Conta de reservas .............................................................................................................. 4 Estrutura do Balanço de Pagamentos ................................................................................ 5 Reservas Internacionais ....................................................................................................... 14 Ajuste no Balanço de Pagamentos .................................................................................. 17 Regimes de Câmbio ............................................................................................................ 23 REGIME DE CÂMBIO FIXO ................................................................................................ 25 REGIME DE CÂMBIO FLEXÍVEL ......................................................................................... 29 REGIMES INTERMEDIÁRIOS ............................................................................................... 29 REGIMES DE CÂMBIO E EXPECTATIVAS .......................................................................... 30 Resumo ................................................................................................................................... 34 Questões Propostas .............................................................................................................. 35 Gabaritos ........................................................................................................................... 46 Questões Comentadas ....................................................................................................... 47 Considerações Finais ........................................................................................................... 73 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO BALANÇO DE PAGAMENTOS: CONCEITOS INICIAIS Compreender o Balanço de Pagamentos (BP) é o ponto de partida para entender as transações econômicas entre países. Da mesma forma que as contas nacionais partem de tautologias (princípios) e registram as transações internas, o Balanço de Pagamentos é definido como o registro sistemático das transações entre residentes e não residentes, de determinado país, em certo período de tempo. Da definição acima, dois comentários devem ser ressaltados: 1. $SHVDU�GH�WHU�´SDJDPHQWRVµ�QR�QRPH��R�%3�HQYROYH�WUDQVDo}HV�HP�que não são registrados apenas pagamentos, mas também outras, como os donativos remetidos a outra nação (por exemplo, os donativos para fins humanitários, em que são remetidos alimentos, medicamentos, entre outros). Portanto, no BP são registradas transações que envolvem ou não pagamentos em espécie (guarde isto, pois fará diferença adiante!) 2. As transações, para estarem contabilizadas no BP, devem ser realizadas entre residentes e não residentes. Mas, como defini-los? A residência do agente econômico deve refletir o local onde realiza permanentemente suas atividades HFRQ{PLFDV��RX�VHMD��VHX�´FHQWUR�GH�LQWHUHVVHµ�1. Deste modo, caso o indivíduo se encontre transitoriamente em outro país e lá realize transações econômicas, estas devem estar contabilizadas no Balanço de Pagamentos. De maneira similar, a mesma definição vale para subsidiárias de empresas que realizam transações entre si, por exemplo. Mais especificamente, consideram-se residentes todas as pessoas físicas e jurídicas que tenham o país em questão como centro de suas atividades econômicas. Ou seja, mesmo que a pessoa tenha nascido na Inglaterra, mas exerça todas suas atividades econômicas no Brasil, para fins contabilização do Balanço de 1 Assim definido por Simonsen e Cysne (2009) 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Pagamento brasileiro, o sujeito é brasileiro. Caso não se enquadre nesta classificação, a pessoa é não residente. O Brasil segue as orientações do FMI na elaboração do Balanço de Pagamentos. A partir de abril de 2015, o Banco Central adotou a sexta versão do Manual do Balanço de Pagamentos (MBP6), conforme orientação do FMI. No Quadro 2, apresentado no tópico seguinte, estão descritas as principais modificações advindas desta metodologia em relação a anteriores. O Balanço de Pagamentos apresenta escrituração realizada de acordo com o princípio das partidas dobradas (um débito em determinada conta deve ter uma conta correspondente creditada). Basicamente, há dois tipos de contas, de acordo com a maneira de contabilização: Contas Operacionais Correspondem aos fatos geradores de recebimentos ou pagamentos realizados no BP. Isto é, as exportações, importações, empréstimos, investimentos e demais transações. Caso o fato enseje uma entrada de recursos ao país, a transação deve ser creditada, como as exportações; transações que dão origem a saída de recursos devem ser debitadas, como as importações. São as contas presentes no Balanço de Transações Correntes, de Capitais Autônomos e de Erros e Omissões (apresentadas no próximo tópico desta aula). Também podemos entendê-las como as contas privadas do BP, ou seja, as contas que evidenciam as transações privadas. Assim, uma transação comercial/financeira/donativos realizada por indivíduos, empresas e governos é nesta conta registrada. Atenção! que uma transação privada pode ser efetuada por entidade governamental, multilateral ou do terceiro setor. Basta que apresente caráter comercial/financeira/donativos para assim ser classificada. Um empréstimo entre um banco localizado no exterior e um estado federado brasileiro será primeiramente contabilizado em contas operacionais do BP. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Conta de reservas Também conhecida como ´FRQWD� FDL[Dµ. Diferentemente das contas operacionais, estas não dependem de transações propriamente ditas para serem modificadas. São escrituradas como a contabilidade de empresas: debita-se o aumento da conta e se credita a diminuição da mesma. São similares às contas de resultado da contabilidade empresarial, pois demonstram o saldo do balanço de pagamentos. Adiante, veremos este fato com detalhes. Registram o movimento dos meiosde pagamento internacionais à disposição do país, os quais são considerados pela Autoridade Monetária para a realização de pagamentos e dívidas assumidas com o resto do mundo. Isto é, caso o país não disponha de recursos, obtidos através de transações, comerciais ou financeiras, para pagamento de suas obrigações com os demais países, o saldo da conta de reservas é utilizado. Além disto, podem ser utilizadas para a realização de política monetária e cambial. As Contas de Reservas são subdivididas em: i. Haveres no exterior ² corresponde às variações de estoque de moeda estrangeira e de títulos externos de curto prazo em poder da Autoridade 0RQHWiULD�� 6mR� DV� IDPRVDV� ´UHVHUYDV� LQWHUQDFLRQDLVµ�� &DVR� R� 3DtV� DXPHQWD� RV� haveres no exterior, deve debitar esta conta. ii. Ouro Monetário ² é o ouro contabilizado pela Autoridade Monetária para ser utilizado como meio de pagamento em transações internacionais. O Banco Central pode converter reservas em ouro, usando-o como pagamento. Novamente, operações que aumentem a disponibilidade de ouro devem ser contabilizadas a débito. iii. Direitos Especiais de Saque ² é a moeda do FMI e substitui o ouro ou o dólar em transações internacionais e deve ser contabilizado como as demais contas acima apresentadas. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO iv. Reservas do FMI ² fundo do FMI utilizado para socorrer as crises de balanço de pagamentos dos países. Feita a introdução ao Balanço de Pagamentos, podemos seguir adiante com sua Estrutura. ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS Conforme visto, o Balanço de Pagamentos apresenta as transações realizadas por determinado país com o resto do mundo dentro de certo período de tempo. Ademais, é importante citar que o BP é escriturado a partir do princípio das partidas dobradas, ou seja, um crédito em determinada conta deve ter outro registro a débito em outra conta. A consequência prática deste fato é a seguinte: a soma de todas as contas do BP (operacionais e de reservas) deve ser igual a zero! Este simples conceito (contas externas em equilíbrio) pressupõe que, caso as Contas Operacionais não apresentem equilíbrio (dito de outro modo, caso o saldo do BP seja diferente de a zero), as Contas de Reservas devem ser acionadas para cobrir eventuais déficits ou superávits. Logo adiante veremos mais detalhes sobre isto. No momento, segue a estrutura do Balanço de Pagamentos e os comentários sobre cada conta2: 2 )HLWR�FRP�EDVH�HP�´(VWDWtVWLFDV�GR�6HWRU�([WHUQR�² Adoção da 6ª Edição do Manual de Balanço GH� 3DJDPHQWRV� H� 3RVLomR� ,QWHUQDFLRQDO� GH� ,QYHVWLPHQWR� �%30��µ�� 'LVSRQtYHO� HP�� http://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/nm1bpm6p.pdf 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 1. CONTA CORRENTE (OPERACIONAL) 1.1. Bens (Balanço Comercial) Exportações Importações 1.2. Serviços (Balanço de Serviços) Serviços de manufatura Serviços de manutenção e reparo Transportes Viagens Construção Seguros Serviços financeiros Serviços de propriedade intelectual Telecomunicação, computação e informações Aluguel de equipamento Outros serviços de negócio Serviços culturais, pessoais e recreativos Serviços governamentais 1.3. Renda Primária Remuneração de trabalhadores Renda de investimento Investimento direto Lucros e dividendos Juros Investimento em carteira Outros investimentos Ativos de reserva 1.4. Renda Secundária (Transferências Unilaterais Correntes) Saldo em Transações Correntes = 1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.4 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (continuação) 2. CONTA DE CAPITAL (OPERACIONAL) 2.1. Conta Capital Transferências de Capital 2.2. Conta Financeira Investimento direto no exterior Participação no capital e cotas em fundos Dívida intercompanhia Investimento direto no país Participação no capital e cotas em fundos Dívida intercompanhia Investimento em carteira - Ativos Ações e cotas em fundos Títulos de renda fixa Investimento em carteira - Passivos Ações e cotas em fundos Títulos de renda fixa Derivativos - Ativos Derivativos - Passivos Outros investimentos - Ativos Moedas e depósitos Empréstimos Créditos comerciais e adiantamentos Demais Outros investimentos - Passivos Moedas e depósitos Empréstimos Créditos comerciais e adiantamentos Demais Ativos de reserva Saldo Conta de Capital = 2.1 + 2.2 3. ERROS E OMISSÕES SALDO BP (contas operacionais) = 1 + 2 + 3 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Vista a estrutura do BP, cabe definir o que é contabilizado e a maneira de contabilização de cada conta. O Balanço Comercial contabiliza a movimentação de mercadorias, isto é, as exportações e importações de bens tangíveis. As exportações são lançadas a crédito e elevam o saldo da conta; as importações, a débito, reduzindo saldo da conta. As transações do Balanço de Bens são registradas pelo valor FOB (Free on Board), ou seja, pelo valor de embarque, livre de fretes, seguros e demais serviços incidentes. O Balanço de Serviços UHJLVWUD� DV� WUDQVDo}HV� LQWDQJtYHLV� �EHQV� ´LQYLVtYHLVµ� que denotam como fato gerador a prestação de um serviço. Desta maneira, incluem as receitas/despesas com transportes, viagens, seguros, serviços governamentais, royalties e licenças, entre outros. O pagamento de serviços efetuados ao exterior MODIFICAÇÕES INTRODUZIDAS PELO MPB5 E MPB6 O Banco Central adotou nova metodologia de contabilização do BP a partir de 2001 (MPB5) e a partir de 2015 (MPB6). A título de curiosidade, segue resumidamente as principais modificações: 1. $�DQWLJD�FRQWD�³6HUYLoRV�1mR�)DWRUHV´�p�DJRUD�denominada ³6HUYLoRV´� 2. $�FRQWD�³6HUYLoRV�)DWRUHV´�p�DJRUD�GHQRPLQDGD�³5HQGDV´. 3. $�FRQWD�³7UDQVIHUrQFLDV�8QLODWHUDLV´�SDVVRX�D�VHU�VXEGLYLGLGD�HP�&RUUHQWHV�H� de Capital, ressaltando o fato gerador. 4. Variações de Reservas Anteriormente, a variação de reservas era contabilizada no próprio Balanço de Pagamento. No entanto, a nova metodologia contabiliza a variação de reservas em demonstrativo análogo às Demonstrações de Resultados da contabilidade empresarial. Ou seja, a variação das reservas serve para indicar o resultado do Balanço de Pagamentos no período: se positivo, as reservas aumentam; se negativo, diminuem. Outro motivo: a variação de reservas se dá independentemente de transações entre residentes e não residentes. O BACEN, por exemplo, pode comprar ouro no mercado interno e transformá-lo em meio de pagamento para transaçõesinternacionais, ou seja, escriturá-lo na conta Reservas do BP sem realizar qualquer operação com o resto do mundo. Do mesmo modo, caso as reservas estejam mantidas sob a forma de títulos, a valorização destes no mercado também eleva a quantidade de reservas. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO são lançados como débito, assim como recebimento do exterior de serviços prestados por residentes é lançado como crédito, elevando o valor da conta. O Balanço de Renda Primária apresenta as transações relativas à remuneração dos fatores de produção. Assim, a remuneração do trabalho (salários e outras formas de renda do trabalho), a remuneração do capital de risco (lucros, dividendos) e a remuneração do capital de empréstimos (juros) são aqui contabilizadas. Naturalmente, o pagamento de rendas a fatores de produção possuídos por não residentes é lançado à débito e o recebimento de rendimentos por residentes é lançado a crédito. O Balanço de Renda Secundária, antigamente chamado de Transferências Unilaterais Correntes, contém os pagamentos e recebimentos sem contrapartidas, como as doações e reparações de guerra. Atenção! que, mesmo não havendo fato gerador como contrapartida, as transferências unilaterais correntes possuem contrapartida contábil. Por exemplo, uma doação de alimentos, mesmo que não apresente um pagamento financeiro como contrapartida, é contabilizado tanto a crédito como à debito no BP. Mais adiante, na seção Exemplos, veremos como são contabilizadas estas transações. Aqui há uma importante observação a ser feita. A soma do Balanço de Renda Primária com o de Renda Secundária origina a diferença entre os conceitos de Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB). Quando se estuda as identidades macroeconômicas básicas, se aprende duas maneiras distintas de se medir o produto gerado na economia em determinado período. O conceito mais utilizado, o PIB, corresponde ao que foi produzido dentro do país. Já o PNB refere-se ao que foi produzido pelos residentes do país, independentemente se dentro ou fora do território. É comum diferenciar os dois conceitos através da chamada Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE). Como ࡼࡵ ൌ ࡼࡺ ࡾࡸࡱࡱ, se entende que o PIB é maior que o PNB quando a RLEE é positiva. Mas, como encontramos a RLEE? 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Através da soma entre o saldo do Balanço de Rendas e o saldo de Transferências Unilaterais Correntes. Mas, uma observação importante deve ser feita: com a RLEE corresponde à renda líquida enviada ao exterior e os valores enviados são contabilizados como débito, a RLEE é igual ao saldo da soma das duas contas, se o resultado for negativo. Caso positivo, significa que o país recebe renda líquida do exterior. Ou seja, a expressão torna a ficar da seguinte maneira: ࡼࡺ ൌ ࡼࡵ ࡾࡸࡾࡱ Î quando o país recebe renda líquida do exterior, PNB > PIB. A soma de todas estas contas até aqui citadas constitui o saldo do Balanço de Transações Correntes. Caso apresente saldo positivo (superávit), significa que a produção de divisas realizada pelo país, através da venda de bens tangíveis e intangíveis e das remessas líquidas de transferências unilaterais, foi superior que a necessidade de divisas exigida para pagamento de bens tangíveis e intangíveis adquiridos com não residentes. Naturalmente, a conta também pode apresentar saldo negativo. Caso isto aconteça, como financiá-lo? Ora, através da Conta Capital e Financeira. A Conta Capital registra a movimentação de capitais sem contrapartida. Assim como as transferências correntes, as transferências de capital correspondem à remessa/recebimento unilateral de capitais. As remessas são contabilizadas como débito, reduzindo o valor da conta; as entradas, a crédito. A Conta Financeira contabiliza a aquisição/remessa de ativos não financeiros, tais como os investimentos diretos (aquisição ou venda de participações societárias) e as transações com ativos financeiros, como os investimentos em carteira (ações, títulos etc.) e os demais investimentos (empréstimos, amortizações, financiamentos e créditos comerciais diversos). Os ingressos destes capitais contabilizam-se com sinal positivo (crédito) e a remessa com sinal negativo (débito). Então, caso algum residente contrate determinado financiamento, tal fato ensejará uma entrada positiva de capital; no futuro, a amortização deste financiamento dará origem a um débito correspondente. Os Erros e Omissões apresentam as imperfeições da estatística referente ao Balanço de Pagamentos. Nada mais natural: imagine a dificuldade em auferir 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO cada transação do país com o resto do mundo. Felizmente, os valores assumidos por esta Conta são ínfimos perto do total de transações contabilizadas no BP. Mas, como apurar o saldo desta Conta sabendo que se trata de erros e/ou omissões? Muito simples e importante! Como o resultado (saldo) do Balanço de Pagamentos (contas operacionais) é evidenciado na Conta de Capitais Compensatórios (Conta de Reservas) e esta é apurada de maneira precisa, pois indica a variação de reserva mantidas pelo país, presume-se que os erros e omissões tenham ocorrido nas Contas Operacionais (Correntes e de Capital). Mais precisamente, podemos explicar este fato através da seguinte identidade contábil: ࡼࡻࡼࡱࡾࡵࡻࡺࡵࡿ ൌ � െࡷ Ou seja, o saldo do Balanço de Pagamentos em contas operacionais é igual ao saldo do Balanço de Capitais Compensatórios. Nada mais natural, pois como este representa o resultado daquele e são contabilizados com sinal invertido, temos a identidade acima. Desenvolvendo: ࢀ ࢀࡷ ࡱࡻ ൌ � െࡷ A soma entre transações correntes transações de capital e erros e omissões é igual ao saldo de capitais compensatórios com sinal invertido. Novamente, nada de novo. Trata-se da abertura dos componentes do Balanço de Pagamentos, os quais mantém a igualdade com o saldo de capitais autônomos com sinal invertido. Desenvolvendo mais um pouco: ࢀ ࢀࡷ ࡱࡻ� ࡷ ൌ E aqui reside a identidade do Balanço de Pagamentos. A soma entre transações correntes, de capitais, erros e omissões e capitais compensatórios deve ser necessariamente igual a zero. Ou seja, a soma entre as contas operacionais e de reservas é igual a zero! 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Algumas Bancas entendem que esta expressão significa que o Saldo do Balanço de Pagamentos é igual a zero. Este fato é correto, pois, de acordo com a estrutura que utilizamos, os capitais compensatórios também fazem parte do BP. Apenas atenção para o fato de que a soma das contas operacionais (transações correntes e capitais autônomos) não é igual a zero. Por fim, os Capitais Compensatórios representam as reservas possuídas pelo país para honrar com seus compromissos comerciais e financeiros, quando suas respectivascontas são deficitárias. Quando superavitárias, os capitais compensatórios aumentam seu saldo. Mais especificamente, compreendem as seguintes contas: i.Haveres no Exterior, Ouro Monetário e Reservas no FMI - originam as Reservas Internacionais do país e servem para utilização imediata, em caso de déficit no BP. Geralmente são utilizadas nesta ordem apresentada. ii.Empréstimos de Regularização, com o FMI ou demais instituições financeiras, representam, geralmente, o último recurso do país para honrar com eu passivo externo. Como dependem do aval do FMI, entre outras instituições multilaterais, não apresentam utilização imediata. Geralmente o país deve cumprir com determinadas imposições para utilização destes recursos. iii.Atrasados Comerciais, como o próprio nome sugere, representam a pior das situações. Caso o país não possa recorrer às possibilidades acima citadas, só resta a ele incorrer em atrasos ou decretar o não pagamento das dívidas. Em português claro: o país deu calote! Bom, sabendo da estrutura, da maneira de contabilização e do conteúdo de cada conta, nada mais útil que alguns exemplos envolvendo as contas mais relevantes, que provavelmente serão testadas pelas Bancas. Admitam estas operações, medidas em R$, em determinado ano entre os indivíduos residentes do País A com os indivíduos não residentes, que podemos GHQRPLQDU��VHP�PDLRUHV�SUREOHPDV��FRPR�´UHVWR�GR�PXQGRµ� a) País importa 100 em mercadorias pagando à vista 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO b) País importa 900 em equipamentos, pagando a prazo c) País recebe investimentos diretos da ordem de 150 em equipamentos d) País exporta 50, recebendo à vista e) País paga ao resto do mundo 10 a título de fretes f) País amortiza uma dívida anteriormente contraída de 90 g) País recebe 20 em donativos sob a forma de mercadorias h) País recebe um empréstimo de regularização do FMI de 30. A tabela abaixo organiza as operações e apresenta os saldos das respectivas contas: Conta a b c d e f g h Total Exportações 50 50 Importações -100 -900 -150 -20 -1170 Fretes -10 -10 Donativos 20 20 Investimentos 150 150 Financiamentos 900 900 Amortizações -90 -90 Haveres no Exterior 100 -50 10 90 -30 120 Empréstimos do FMI 30 30 Operação 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO RESERVAS INTERNACIONAIS As Reservas Internacionais consistem em importante variável econômica. Diariamente o tema é exposto pela mídia e, geralmente, cobrado pelas Bancas. A expressão ࡼ ൌ � െࡷ indica que a variação das reservas (contidas no Balanço de Capitais Compensatórios, BK) representa o saldo do Balanço de Pagamentos auferido no período. Mais precisamente, caso o saldo do BP = R$ 500, a variação das reservas também será de R$ 500. No entanto, a contabilização nas contas compensatórias são feitas como na contabilidade empresarial, pelo que um débito (representado com sinal negativo) eleva o saldo. Atenção! para não haver confusões neste ponto: enquanto o saldo das contas operacionais aumento com operações a crédito (com sinal positivo), as contas de reservas aumentam com contabilização à débito, representadas com sinal negativo. Mas, será que as Reservas variam apenas devido às transações econômicas registradas nas Contas Operacionais? Ou seja, elas variam apenas a partir de transações econômicas/comerciais/financeiras? Temos duas respostas possíveis: sim, e não Vamos explicar melhor, primeiro de acordo com a teoria econômica e, depois, de acordo com a metodologia adotada pelo Brasil (que é a forma comumente cobrada em concursos). Em termos teóricos, as Reservas são alocadas em ativos (títulos, moedas estrangeiras, ouro) e, por isto, sofrem variações de acordo com a flutuação do mercado, como variações cambiais e variações da remuneração dos títulos em que estão aplicadas. Podemos decompor a variação das Reservas em dois componentes para facilitar o entendimento. Definindo que a variação total das Reservas �Ʀ5HVtotal) é igual à variação das reservas relativas às operações entre residentes e não residentes 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO relativas às operações registradas no BP �Ʀ5HVBP) mais a variação de outros fatos não relativos ao BP �Ʀ5HVC): Ʀ5HVtotal �Ʀ5HVBP + Ʀ5HVC A variação de ResBP como o próprio nome sugere, depende dos componentes pertencentes ao Balanço de Pagamentos. Retornando à Estrutura do Balanço de Pagamentos é possível ver que: Ʀ5HVBP = HEBP + OMBP + DESBP + RFBP Sendo: HEBP = variação dos Haveres no Exterior OMBP =variação do Ouro Monetário DESBP = variação dos Direitos de Saque RFBP = variação das Reservas no FMI A expressão acima nada mais é que a apresentação da estrutura da Conta Reservas de maneira algébrica. Assim, como já observamos, a variação das Reservas não é derivada tão somente das operações evidenciadas no BP. Devemos também considerar as variações decorrentes de flutuações de mercado, que constituem o que chamamos de Ʀ5HVC, Assim, há que se calcular para cada uma das contas do BP as variações decorrentes de: a) Valorizações/desvalorizações b) Monetizações/ monetizações c) Alocações/cancelamentos Portanto, caso haja uma valorização na cotação do Ouro Monetário, o saldo da Conta Reservas é majorado, independentemente de transações entre residentes e não residentes. De maneira análoga, caso o país mantenha Haveres Monetários em dólar e ele se aprecie em relação à moeda doméstica, o saldo da Conta Reservas irá aumentar exatamente no montante de valorização da moeda externa. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Este é o caso de vendas a prazo para não residentes realizadas em moeda estrangeira. Se a empresa, situada no País, exporta mercadorias para pagamento no futuro em dólares e, havendo valorização da moeda norte-americana neste período, há aumento do saldo de Haveres Monetários no Exterior sem a necessidade de qualquer operação extra. O resultado: o saldo das Reservas aumenta! Mas, precisamos compreender que nem sempre as bancas possuem este entendimento, pois elas adotam como padrão a metodologia utilizada pelo Banco Central, que pode, inclusive, ser consultada aqui. De acordo com esta metodologia adotada pelo Bacen (repita-se, a cobrada em concursos públicos), o resultado do balanço de pagamentos representa a variação das reservas internacionais do país, detidas pelo Banco Central, deduzidos os ajustes relativos a valorizações/desvalorizações das moedas estrangeiras e do ouro em relação ao dólar americano e os ganhos/perdas relativos a flutuações nos preços dos títulos e da cotação do ouro. Ou seja, no cálculo da variação das reservas internacionais o Bacen não considera as variações derivadas valorizações/desvalorizações das moedas estrangeiras e do ouro em relaçãoao dólar americano e os ganhos/perdas relativos a flutuações nos preços dos títulos e da cotação do ouro. Vamos a um exemplo. No certame para Auditor Fiscal da Receita Estadual da SEFAZ/RJ em 2014, a FCC considerou correta a seguinte afirmação: Caso o déficit em Transações Correntes seja superior ao superávit da Conta Capital e Financeira, haverá uma redução das Reservas Internacionais. neste sentido, a variação negativa nas reservas internacionais deve-se exclusivamente ao resultado negativo das contas operacionais do BP. Este tipo de entendimento adotado pela FCC e pelas demais bancas, como ESAF e CESPE, está de acordo com a metodologia atualmente adotada pelo Bacen! Como nosso objetivo é acertar questões, peço que fique atento a isto. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Em resumo, mesmo que na realidade as reservas internacionais variem em função das transações registradas no BP e de outros fatos não relacionados ao BP (como valorizações, monetizações e alocações), as Bancas entendem que a variação nas reservas internacionais é função apenas dos saldos operacionais verificados nas contas correntes e de capital. Portanto, ficamos com as seguintes observações sobre as Reservas Internacionais: 1. O primeiro item que gera variações das Reservas Internacionais é o saldo do Balanço de Pagamentos. Atenção! que é o saldo do BP, e não somente o saldo de transações correntes ou de capitais autônomos. 2. As Reservas variam positivamente com lançamentos à débito caso o BP apresente saldo positivo. Do mesmo modo, caso o BP apresente saldo negativo, as Reservas serão creditadas e o saldo diminuirá. 3. Independentemente de transações realizadas entre residentes e não residentes, a posição dos ativos externos do país pode variar ao sabor de variações nos preços internacionais, tais como o câmbio, a taxa de juros e a inflação internacional. 4. As Bancas entendem que a variação nas reservas internacionais é fruto dos saldos operacionais (contas corrente e de capitais) 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO AJUSTE NO BALANÇO DE PAGAMENTOS As transações entre residentes e não residentes podem apresentar saldos negativos ou positivos em determinado período de tempo. O saldo do Balanço Comercial entre Brasil e China em determinado ano pode ter sido negativo, ou seja, deficitário do ponto de vista brasileiro. Mas, o saldo do Balanço de Serviços, do Balanço de Rendas, de Transferências Unilaterais Correntes e de Capitais Autônomos pode ter sido positivo a ponto de compensar o valor negativo do Balanço Comercial. O resultado definitivo do BP será positivo. Evidentemente vários cenários podem ocorrer. Mas, neste tópico, estamos interessados em apenas 1 deles: os déficits sistemáticos. Déficits no BP nem sempre são totalmente ruins. O País pode apresentar déficits devido à importação de máquinas necessárias para aumentar a capacidade produtiva interna e elevar as exportações no período seguinte. Os déficits no presente serão mais do que compensados por superávits no futuro, demonstrando situação positiva. No entanto, à medida que o déficit apresente caráter persistente sem perspectiva de reversão, evidentemente há um problema. Podemos iniciar a análise com um caso hipotético: Déficit em Transações Correntes. O País necessita de capitais adicionais para pagar as despesas com não- residentes, pois as receitas auferidas por seus residentes em transações correntes não é suficiente. A primeira e mais provável maneira de financiar este déficit é através de capitais autônomos. Ou seja, o país pode registrar a entrada de investimento direto, de investimentos de portfólio, ou mesmo de empréstimos comerciais. Caso suficiente, este registro irá cobrir o déficit em transações correntes e, possivelmente, até registrar saldo positivo no BP. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Mas, os capitais autônomos não existem para sempre. É necessária liquidez nos mercados internacionais, além de outros quesitos, para que eles financiem os déficits em transações correntes. Assim como um banco não empresta recursos a pessoas com restrições de crédito, os capitais autônomos não entram em países que não apresentem condicionantes positivas para tanto. Assim, dada esta limitação, a outra maneira de cobrir déficits nas transações correntes é através dos capitais compensatórios, ou seja, através das reservas internacionais, empréstimos de regularização ou, no limite, atrasados comerciais. As contas são autoexplicativas. As reservas podem ser utilizadas para pagamento de débitos com não residentes. Caso insuficientes, o País pode apelar para organismos multilaterais, como o FMI, entre outros órgãos, para cumprir com suas obrigações externas. Ainda, caso esta alternativa se não se mostre possível, o País pode apresentar atrasados comerciais. Em outras palavras, pode não pagar seus débitos com o resto do mundo o que, evidentemente, é a pior situação possível. No entanto, é possível ao País corrigir estes desvios sistemáticos, corrigindo a causa dos déficits em transações correntes. Abaixo, seguem medidas econômicas passíveis de solucionar os déficits no BP: a) Desvalorizações reais da taxa de câmbio No próximo tópico definiremos formalmente as variações na taxa real de câmbio. No entanto, esta medida, a mais tradicional de todas, tem como objetivo reduzir os custos de produção dos bens domésticos em relação aos bens produzidos no resto do mundo. Pode se dar a partir da desvalorização nominal da taxa de câmbio, reduzindo o preço dos bens domésticos e aumentando o valor dos bens internacionais, ou através da redução no índice de preços (inflação), ou, ainda, a partir de ganhos de eficiência e produtividade, que reduziriam os custos de produção e consequentemente o valor final dos produtos. b) Redução do nível de atividade econômica 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO A redução da atividade econômica provoca redução do déficit no BP a partir da redução das importações ou da geração de capacidade ociosa interna, que incentiva as companhias a produzir mais ao mercado externo. Logicamente, esta maneira de ajuste não pode ser considerada como uma medida prudente no longo prazo. A economia objetiva a prosperidade e o crescimento. Incentivar a retração da atividade econômica de maneira prolongada seria antieconômico. c) Restrições tarifárias ou quantitativas às importações São formas indiretas de desvalorização cambial, ou adoção de taxa de cambio múltiplo. O setor beneficiado pode usufruir de um ganho relativo, em relação aos demais setores da economia, pois as importações ficariam mais caras ou restritas. No entanto, podem resultar em distorção na alocação de recursos, não incentivandoimportações eficientes que poderiam resultar em maior bem estar aos indivíduos do país. d) Subsídios às exportações De modo análogo, também opera como uma desvalorização cambial ao setor beneficiado e resulta em distorção na alocação de recursos e) Aumento da taxa interna de juros Opera no sentido de reduzir a atividade econômica, melhorando o saldo do Balanço Comercial, e através da atração de capitais autônomos externos. A taxa de juros representa importante papel no Modelo Mundell-Fleming-Dornbusch, como veremos adiante f) Controle da saída de capitais O país pode ajustar o saldo do balanço de pagamentos através do controle de saída de capitais, ou seja, adotando medidas que permitam aos capitais de curto prazo reduzir a volatilidade e permanecer por mais tempo no país. Deste modo, os capitais autônomos que entram no país para financiar déficits comerciais, por exemplo, ficariam no país por período prolongado, dando tempo para o ajuste do BP. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Por fim, podemos fazer uma relação entre o saldo do BP e os estágios de crescimento do país em questão. O modelo mais coQKHFLGR� GHVWD� LGHLD� p� R� GR� ´FLFOR� GD� GtYLGDµ�� 6HJXQGR� HVWD� teoria, o país, no estágio inicial de desenvolvimento, apresentaria baixa relação capital-trabalho e produtividade. Nesta etapa, poderia tomar empréstimos externos para financiar seus investimentos e déficits comerciais, além de elevar a relação capital-trabalhador, majorando também a poupança. Com o passar do tempo, o país se encontra na situação de abastecer o mercado interno e exportar os excedentes. Nesta fase, pode quitar as obrigações contraídas no passado e mesmo assim continuar seu processo de desenvolvimento. Podemos resumir as etapas do ciclo da dívida em 6 momentos, cujas características seguem abaixo: 1. Devedor Imaturo ² o país tomar empréstimos externos para financiar tanto o Balanço Comercial como os investimentos internos 2. Devedor Maduro ² o país adquire condições de sustentar o mercado interno com produção interna (elevou a relação capital-trabalho) e reduzir as importações de bens e serviços. No entanto, ainda se encontra como devedor externo, pois o pagamento de juros e amortizações supera o superávit comercial 3. Devedor Financiador ² o país finalmente apresenta superávits comerciais, ou seja, os excedentes produtivos são exportados em montante superior ao valor importado de bens e mercadorias. No entanto, ainda em valor inferior ao pagamento de juros e amortizações 4. Credor Imaturo ² o superávit comercial torna-se superior ao saldo do balanço de capitais e o país se transforma em credor em relação ao resto do mundo 5. Credor Maduro ² o aumento da renda, reflexo do processo de desenvolvimento, provoca novamente déficit no balanço comercial; não 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO obstante, o país ainda exporta serviços e capitais e mais número, mantendo sua posição externa líquida positiva 6. Credor Financiador ² neste ponto, o déficit comercial supera o superávit em serviços; mas, devido ao grau de desenvolvimento e credibilidade do país, ele possui condições de financiar o resto do mundo com seus capitais, mantendo a posição externa líquida positiva. Em que pese as afirmações teóricas do ciclo da dívida, nada garante que o país necessariamente deve passar por estes estágios. Para alguns países a teoria cai bem, como o caso dos EUA. Para outros, sobretudo aqueles que dependem das variações internacionais dos preços das Commodities, como o caso da Austrália e Canadá, a passagem do estágio 3 aos seguintes pode não parecer tão lógica assim. A reduzida cotação no preço dos bens exportáveis, provocando piora dos termos de troca, pode dificultar o pagamento dos financiamentos anteriormente contraídos, levando o país a rolar a dívida e manter a condição de devedor externo. Ademais, caso o país utilize de financiamento externo para financiar o consumo e não o investimento, estará se utilizando de poupança externa no curto prazo sem gerar a contrapartida ideal (poupança interna) no longo prazo. A economia não terá condições de gerar superávits futuros necessários à manutenção do desenvolvimento no longo prazo. O que importa é conhecermos a teoria e raciocinar sobre os estágios de desenvolvimento do país com os saldos apresentados no Balanço de Pagamentos, entendo que déficits no BP não duram para sempre e possuem limitados meios de serem resolvidos. A economia apresenta, em muitos casos, inconvenientes que devem ser aceitos, como o aumento da taxa de juros e contração da atividade econômica no curto prazo para geração de superávits no BP e crescimento no longo prazo. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO REGIMES DE CÂMBIO Já vimos que o Balanço de Pagamentos registra as transações entres os residentes e não residentes de certo país em determinado período de tempo. Exportadores e poupadores ofertam divisas estrangeiras em troca de moeda nacional, ao passo que importadores e devedores (investidores) demandam a moeda internacional em troca de moeda nacional. As transações devem ser cotadas e listadas de uma maneira padrão, ou seja, através de alguma unidade monetária de referência, independentemente de qual moeda for liquidada a operação. Afinal o exportador não pode contabilizar mercadorias no BP. Como de praxe, a moeda padrão para a realização de transações entre residentes e não residentes é o padrão é o dólar americano (US$). Define-se como taxa de câmbio o preço da moeda nacional em termos de moeda estrangeira. Isto é, com quantas unidades monetárias de moeda doméstica podemos compram uma unidade de moeda estrangeira. Algebricamente, pode-se representar da seguinte maneira: ࡱ ൌ ࡾ ?ࢁࡿ ? A expressão acima representa a taxa de câmbio nominal (E) que mede o preço do Real (R$) em Dólares (US$). No entanto, o que nos interessa é a taxa de câmbio real, ou seja, aquela que mede a variação da taxa de câmbio considerando também a variação de preços, tanto na economia interna, como na economia externa. Vejamos: ࣂ ൌ ࡱ� ൈ ࡽࡼ A taxa de câmbio real (lj) é função da taxa de câmbio nominal (E) multiplicada pela razão entre o índice de preços externo (Q) e o índice de preços interno (P). Ou seja, a elevação do índice de preços interno provoca valorização da taxa real 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO de câmbio, ao passo que o aumento da taxa de preços externa provoca desvalorização da taxa. Este resultado é bem intuitivo. Se considerarmos que a taxa de câmbio nominal valorizou, ou seja, o Real ficou mais valorizado em relação ao Dólar, os preços cotados em Real se tornaram mais caros em Dólar. O mesmo acontece se os preços internos, cotados em Real, aumentam devido à inflação. Do mesmo modo, o aumento de preços externos, cotados em Dólar,permite que os produtos cotados em Real se tornem mais baratos em moeda externa. Este é o efeito da variação de preços entre países, que deve ser visto conjuntamente. Pois, caso os preços internos aumentem em 10% e os externos no mesmo montante, os preços relativos entre os produtos se mantiveram, ou seja, o câmbio real não variou. A relação que deve ficar na mente de todos: A desvalorização real do câmbio é igual a desvalorização nominal menos o excesso da taxa de inflação interna sobre a externa. Caso a desvalorização nominal seja de 10%, a inflação interna de 5% e a inflação externa de 2%, a desvalorização real do câmbio será de 6,85%! Vejamos o exemplo na expressão: ࣂ ൌ ࡱ� ൈ ࡽࡼ ࣂ ൌ ǡ � ൈ � ǡ ǡ ࣂ ൌ ǡ ૡ Já devidamente apresenta a diferença entre taxa de câmbio nominal e taxa de câmbio real, podemos passar aos regimes de câmbio. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO REGIME DE CÂMBIO FIXO No regime de câmbio fixo, a Autoridade Monetária se compromete a comprar e vender a moeda internacional de referência a um preço fixo anunciado, considerado como o valor do câmbio. Como já foi mencionado nesta aula, a oferta e a demanda de divisas é realizada no mercado de câmbio e intermediada pela Autoridade Monetária. O Banco Central compra as divisas internacionais ofertadas pelos exportadores e VARIAÇAO NA TAXA DE CÂMBIO E O SALDO DO BP Antes de entrarmos nos regimes de câmbio, façamos uma observação sobre a variação no câmbio e a variação no saldo do BP. Lembrando que, a taxa de câmbio deve ser entendida como a taxa real! NÃO ESQUEÇAM DESTAS RELAÇÕES: x A desvalorização da taxa de câmbio deixa os produtos produzidos no exterior mais caros em relação aos produzidos internamente. x As importações são desestimuladas, ao passo que as exportações são favorecidas. x O aumento das exportações e a diminuição das importações provoca saldo positivo no BP. x O saldo positivo no BP, tudo o mais constante, provoca valorização da taxa cambial, ou melhora nos termos de troca do país x Por melhora nos termos de troca, deve-se entender que os preços dos bens internos se valorizaram em termos de preços internacionais. Obs: A relação entre a desvalorização real do câmbio e o aumento das exportações, explicada acima, é derivada pela Condição Marshall-Lerner. Caso este nome apareça na prova, já sabemos do que se trata! 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO poupadores e as oferta aos importadores e devedores (investidores). Até aqui tudo tranquilo! No regime de câmbio fixo, independentemente dos saldos apurados no Balanço de Pagamentos, a Autoridade Monetária realiza esta operação ao mesmo preço, trocando sempre moeda nacional por internacional na mesma relação. Não é necessário ser nenhum gênio para perceber que este modelo tem um certo limite. Afinal, déficits sucessivos no BP resultam em escassez de divisas internacionais, o que, em um mercado livre, provocaria a desvalorização da moeda doméstica, aumento das exportações e redução das importações e posterior equilíbrio no BP. No entanto, o Banco Central literalmente banca esta conta, utilizando as reservas LQWHUQDFLRQDLV�SDUD�´IHFKDU�D�FRQWDµ�H�HTXLOLEUDU�D�RIHUWD�H�a demanda entre as moedas no mercado cambial. Vamos entender com um exemplo. Supondo que em determinado período o Balanço de Pagamentos apresente déficit de R$ 1 mil. Ou seja, os débitos com não residentes forma superiores aos créditos neste valor. Para manter a taxa de câmbio fixo, a Autoridade Monetária deve ofertar no PHUFDGR� GH� GLYLVDV� HVWD� TXDQWLGDGH� TXH� IDOWRX� SDUD� ´IHFKDU� D� FRQWDµ� �� Imaginando que o câmbio apresente cotação de 1 (1 dólar adquire 1 real), a Autoridade Monetária deve disponibilizar US$ 1 mil para manter a cotação ao nível anunciado. Geralmente, este valor faz parte das reservas internacionais. O que nos remete a algo importante. A manutenção de taxas fixas de câmbio prescinde da atuação da Autoridade Monetária e da existência de reservas internacionais para bancar eventuais déficits apresentados no Balanço de Pagamentos. Em geral, as taxas de câmbio fixo favorecem a tomada de decisões por parte dos agentes econômicos envolvidos nas transações internacionais. Sabendo o valor de troca entre moeda doméstica e internacional, os exportadores, por exemplo, 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO sabem o valor da receita em moeda doméstica de suas vendas no resto do mundo, assim como os importadores podem planejar melhor as aquisições internacionais, cotadas a valor doméstico. Por hora, conhecendo a expressão da taxa real de câmbio, devemos também ´WHU� QD� YHLDµ� TXH�� PHVPR� TXH� D� WD[D� QRPLQDO� IRU� IL[D�� D� WD[D� UHDO� SRGH� VRIUHU� variações devido às mudanças nos preços nacional e internacional. Já vimos que, dada um aumento nos preços internacionais, a taxa de câmbio se desvaloriza, tornando mais barato os bens domésticos em relação aos externos. O mesmo efeito ocorre no câmbio fixo. E isto é muito relevante: no câmbio fixo, o TXH�p�´LPXWiYHOµ�p�D�WD[D�QRPLQDO�GH�FkPELR��D�WD[D�UHDO��SRU�VXD vez, pode variar e com certeza irá variar! No Quadro abaixo é analisado um caso específico de câmbio predominantemente fixo: o padrão ouro. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO O PADRÃO-OURO O padrão-ouro, sistema de câmbio vigente até o início do século passado, foi formalmente teorizado no séc. XVIII por David Hume. O padrão-ouro previa que a moeda fiduciária de determinado país deveria ser convertida internamente a um preço fixo em ouro. Por exemplo, os EUA poderiam trocar US$ 10 por grama de ouro e a Inglaterra poderia converter 5 libras esterlinas para cada grama de ouro. Ao passo que a taxa de câmbio interna (moeda nacional versus ouro) é fixa, a taxa de câmbio internacional (dólar versus libra) é flexível, de acordo com a oferta em demanda do mercado de divisas. No entanto, como cada país deve converter necessariamente sua moeda em ouro a uma taxa fixa, na prática a taxa de câmbio internacional também era fixa: em nosso exemplo, 2 dólares adquirem 1 libra. Isto torna o padrão-ouro um interessante exemplo de câmbio predominantemente fixo, mas não totalmente. Outras características sobre o padrão-ouro merecem menção. Para manter a conversibilidade entre a moeda doméstica e o ouro, a oferta monetária deve ser proporcional ao estoque de ouro. Ademais, deve-se considerar que o nível de preços é função da oferta monetária. 'HVWH�PRGR�� LPDJLQH�TXH�R�SDtV�¶$·�REWHQKD�XP�VDOGR�QHJDWLYR�QR�%3��3DUD�TXLWDU�DV�REULJDo}HV�FRP�R�UHVWR�PXQGR��¶$·�GHYH�XWLOL]DU�VXDV�UHVHUYDV�HP�RXUR��WHQGR�HP�YLVWD� que suas operações financeiras e comerciais não o permitiram. Como resultado, o estoque de ouro é reduzido. Consequentemente, como a oferta monetária é uma função do estoque de ouro, os meios de pagamento também se reduzem, assim como o nível de preços da economia (há deflação). Considerando nossa expressão de taxa real de câmbio, uma redução da inflação interna resulta em desvalorização real da taxa de câmbio e posterior saldo do BP. O movimento termina quando o BP se encontra em equilíbrio novamente. Portanto, ao menos em tese, o padrão ouro permite o atingimento interno e externo da economia. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO REGIME DE CÂMBIO FLEXÍVEL O regime de câmbio flexível nada mais é do que resultado da pura e simples oscilação da oferta e demanda de divisas no mercado de câmbio. A Autoridade Monetária não desempenha qualquer papel, a não ser registrar e contabilizar as operações. Como já citado várias vezes, exportadores e poupadores ofertam as divisas internacionais, e importadores e devedores (investidores) as demandam, O equilíbrio no BP é realizado automaticamente. A determinação da taxa de câmbio está a cargo do mercado e denota o resultado dos fluxos de transações entre residentes e não residentes. Assim, déficits no BP evidenciam escassez de dólares no mercado interno. Com menos dólares em relação à moeda doméstica, o dólar valoriza-se frente à moeda interna, ou seja, ocorre desvalorização cambial. Do mesmo modo, saldos positivos no BP resultam em excesso de dólares frente à moeda doméstica e, consequentemente, valorização da taxa do câmbio. REGIMES INTERMEDIÁRIOS Já analisamos os dois extremos: puramente flexível e puramente fixo. No entanto, considerando as dificuldades apresentadas pelos dois regimes cambiais, variantes surgiram. Seguem algumas delas: a) Flutuação suja (dirty floating) ² regime cambial mais comumente utilizado na atualidade. É uma variação do regime de câmbio flexível, ou seja, o regime é primordialmente flexível desde que movimentos especulativos não comprometam D�YDULDomR�´MXVWDµ�GR�FkPELR��&DVR�R�FkPELR�VH�GHVYLH�GHVWH�YDORU� MXVWR��RX��DR� menos, justificável, a Autoridade Monetária intervém no mercado para conter a volatilidade ou apreciação/depreciação. O objetivo é tornar as movimentações do câmbio mais suave, de modo que as torne amis previsíveis aos agentes econômicos 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO b) Bandas Cambiais ² o regime de bandas cambiais é um mix de câmbio flutuante e câmbio fixo. Variável, pois permite que o câmbio oscile ao sabor das forças de mercado. Fixo, pois a variação é feita dentro um espaço permitido, não mais que este. Caso o câmbio atinja o limite mínimo da banda, a Autoridade Monetária compra moeda estrangeira, com o objetivo de apreciá-la. Do contrário, vende, com finalidade oposta. O regime de bandas pode ser graficamente apresentado da forma que segue, sendo E+ a cotação máxima do câmbio (momento de venda da moeda internacional), E- a cotação mínima (momento de compra da moeda estrangeira) H�Ʀ(�D�YDULDomR�GR�FkPELR�� c) Taxa Real de Câmbio Fixo ² como já vimos no início deste tópico sobre regimes cambiais, a variação da taxa real de câmbio é medida pela variação da taxa nominal menos o excesso da inflação interna sobre a inflação externa. Para manter a taxa real de câmbio fixa, a taxa nominal deve variar de acordo com a diferença entre a variação de preços interna e externa. Esta política cambial foi adotada no Brasil em diversos momentos, e ficou conhecida como ´0LQLGHVYDORUL]Do}HVµ� REGIMES DE CÂMBIO E EXPECTATIVAS Chegamos ao último, mas não menos importante, tópico sobre regimes cambiais. Ʀ( E+ E- 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO As expectativas podem influenciar a variação cambial em todos os regimes adotados. Neste tópico analisaremos os dois casos principais: a) Expectativas e Câmbio fixo No regime de câmbio fixo, as expectativas operam no sentido da credibilidade dos agentes sobre o regime. Caso esperem desvalorização do câmbio, ela irá correr; caso entendam que o câmbio irá valorizar, assim acontecerá. Vejamos um exemplo: você é um exportador e não acredita que seu País conseguirá manter o câmbio fixo por muito tempo. Afinal, as reservas já estão se esgotando, o País não anda lá muito bem, os termos de troca têm piorado, o Presidente não é muito simpático. Enfim, o sistema não apresenta credibilidade. Você como exportador e interessado em maximizar o valor recebido em suas vendas pensa o seguinte: posso retardar o embarque de alguns produtos vendidos, pois como o câmbio provavelmente irá depreciar, irei faturar mais em moeda doméstica fazendo a mesma venda. No entanto, todos pensam a mesma coisa. O resultado: a expectativa de desvalorização cambial agrava a entrada de divisas, devido ao retardamento de exportações, e complica ainda mais a conversão entre as moedas pela Autoridade Monetária. Na prática, as receitas em divisas internacionais, necessárias para a manutenção do câmbio fixo, não são realizadas. A desvalorização que poderia ocorrer dentro de certo tempo pode ocorrer antes do previsto. Portanto, caso haja uma expectativa de desvalorização do câmbio fixo, por mais que a Autoridade 0RQHWiULD�SURFXUH�DGLDU�R�´GLD�'µ��HOH�FHUWDPHQWH�RFRUUHUi� No Brasil, um bom exemplo é a desvalorização do Real em 1999. Devido aos receios inflacionários (passagem da desvalorização do Real aos preços) e à eleição que se avizinhava, o Governo FHC retardou ao máximo a desvalorização e o real sofreu diversos ataques especulativos, até que em janeiro de 1999 a 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO desvalorização foi iniciada. O episódio ficou conhecido como Efeito Samba (dá para imaginar o quanto nossa moeda dançou devido à piora das expectativas!). b) Expectativas e Câmbio flutuante No caso de câmbio puramente flexível a história é um pouco diferente. 9DPRV� VXSRU� QRYDPHQWH� R� FDVR� GR� 3DtV� ¶$·�� ,PDJLQH� TXH� HOH� DGRWH� FkPELR� flutuante e atraia o interesse de investidores internacionais, que ingressam com recursos, elevando o saldo de capitais autônomos. A moeda doméstica irá se valorizar, beneficiando o setor importador, em detrimento do setor exportador, que muitas vezes pode ser o principal setor da economia. O resultado será de provável retração econômica, em face dos movimentos de capitais internacionais. A lógica do capital financeiro é aplicar seus recursos no país que fornece os maiores rendimentos, os quais que podem ser calculados da seguinte maneira: ࢜ ൌ � ࡱࡱ� ሺ ሻሺ Ʋሻ A expressão acima pode assim ser entendida: o patrimônio após a aplicação no exterior (v) pode ser calculado através dadiferença entre a taxa de juros interna (i) sobre a taxa de juros externa (i´) mais a variação da taxa de cambial entre o momento da aplicação (E0) e o saque da mesma (E1). E a conclusão pode ser assim expressa: ao investidor estrangeiro é mais rentável aplicar em um país caso a taxa de juros interna supere a taxa de juros externa em valor superior à taxa de desvalorização cambial percebida no período de aplicação. A lógica é simples. Poupadores procuram os melhores rendimentos para suas aplicações. Caso HQFRQWUHP�QR�3DtV�¶$·��p�SDUD�Oi�TXH�LUmR��FRQVLGHUDQGR�TXH�R�IOX[R�GH�FDSLWDLV é livre). Muitos realizam o mesmo movimento, intensificando a entrada de capitais DXW{QRPRV�HP�¶$·�H�FRQWULEXLQGR�SDUD�D�YDORUL]DomR�GD�WD[D�GH�FkPELR� 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO 4XDQWR� PDLV� YDORUL]DGD� D� WD[D�� PHOKRU� SDUD� RV� LQYHVWLGRUHV�� H� ´SLRUµ� SDUD� ¶$·�� considerando que a taxa de juros interna e externa se mantenham constantes. O raciocínio contrário é análogo: quanto maior a expectativa de desvalorização FDPELDO��PHQRU�D�HQWUDGD�GH�FDSLWDLV�QR�3DtV� ¶$·��R�TXH�� WXGR�R�PDLV�FRQVWDQWH�� intensifica a desvalorização cambial e contribui para o setor exportador maximizar suas receitas, bem como para a elevação dos saldos positivos em transações correntes. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO RESUMO BP Contabilização ² contas operacionais (entrada ² crédito; saída ² débito)/ contas de reservas (entrada - débito; saída ² crédito) Estrutura ² Conta Corrente (Bens e Serviços, Rendas e Transferências) Conta Capital (Capitais Autônomos, Erros e Omissões, Capitais Compensatórios) Saldo do BP é sempre igual a zero: T + K = T + Ka + Kc = 0 K = Ka + Kc = -T Déficit em TC - financiado por capitais autônomos ou compensatórios. Regimes de Câmbio ࣂ ൌ ࡱ� ࡽࡼ a taxa de câmbio real é igual a taxa nominal multiplicada pela razão entre os preços interno e externo Pela Condição Marshall Lerner, a desvalorização cambial favorece as exportações líquidas. Pela curva J, a desvalorização prejudica as exportações líquidas no primeiro momento, mas favorece depois. Flexível ² o mercado se autoajusta Fixo ² o BACEN opera no mercado de divisas com a finalidade de promover a oferta e demanda de moeda estrangeira/doméstica necessária para manter a taxa anunciada Flutuação suja ² o BACEN interfere no mercado com a finalidade de ajustar a taxa ao nível de equilíbrio, de acordo com os fundamentos econômicos Bandas Cambiais ² o câmbio oscila dentro da margem colocada. Acima, o BACEN vende divisas; abaixo, compra. Taxa Real de Câmbio Fixo ² a taxa nominal de câmbio varia no sentido de manter fixa a taxa real ൌ כ ࡱశିࡱࡱ a taxa de juros doméstica é igual a taxa internacional mais a expectativa de desvalorização do cambial Expectativas e Câmbio ² as expectativas de desvalorização/valorização operam no sentido da variação cambial, intensificando os efeitos provocados pelas transações e fundamentos econômicos. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO QUESTÕES PROPOSTAS Questão 01 (ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002) A partir de 2001, o Banco Central do Brasil introduziu algumas importantes alterações no balanço de pagamentos. Entre estas alterações, destaca-se: a) a exclusão da conta "reinvestimentos" dos movimentos de capitais autônomos. b) a inclusão do item "amortizações" na conta de serviços de fatores. c) a introdução da "conta financeira", em substituição à antiga conta de capitais, para registrar as transações relativas à formação de ativos e passivos externos. d) a inclusão das transferências unilaterais na conta de investimentos diretos. e) a retirada do item de investimentos diretos dos empréstimos inter companhias. Questão 02 FGV - Analista Judiciário (TJ RO)/Economista/2015 Uma ampliação do quantum das exportações e das receitas provenientes de prêmios de seguros, mantido tudo o mais constante, gera, respectivamente, o aumento do saldo: a) da balança comercial e da conta de serviços; b) da balança de transações correntes e da conta de rendas; c) da balança comercial e da conta de rendas; d) da conta de rendas e da conta de serviços; e) da conta capital e da conta financeira. Questão 03 FGV - Analista da Defensoria Pública (DPE RO)/Analista em Economia/2015/ No dia 24/03/2015, o site do jornal Correio Brasiliense publicou a reportagem ´'pILFLW�GH�WUDQVDo}HV�FRUUHQWHV�p�GH�86�����ELOK}HV�HP����PHVHVµ� 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Apesar do título, a reportagem destaca que em fevereiro de 2015 ´R�EDODQoR�GH� pagamentos registrou superávit de US$ 1 bilhão em fevereiro, com déficit de US$ ���� ELOK}HV� HP� WUDQVDo}HV� FRUUHQWHVµ�� $� PHOKRUD� GR� UHVXOWDGR� HP� IHYHUHLUR�� apontando para um superávit do balanço de pagamentos, dentre os seus diferentes componentes, pode ser atribuída: a) ao investimento direto estrangeiro líquido positivo; b) ao aumento dos gastos de turistas brasileiros no exterior; c) ao aumento das importações líquidas; d) à redução de receitas obtidas com fretes de seguros; e) ao aumento de remessa de lucro enviada ao exterior. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Questão 04 CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2015/ Com referência aos dados do balanço de pagamentos apresentado na tabela acima, julgue (C ou E) o item seguinte. O movimento de capitais autônomos foi positivo e igual a US$ 39 bilhões. Questão 05 CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2015/ Com referência aos dados do balanço de pagamentos apresentado na tabela acima, julgue (C ou E) o item seguinte. O balanço de serviços apresentou saldo negativo de US$ 43 bilhões. Questão 06 CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2015/ Com referência aos dados do balanço de pagamentos apresentado na tabela acima, julgue (C ou E) o item seguinte. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO A aquisição de ações no mercado secundário e o reinvestimento de lucros não contribuem para o aumento do estoque de capital da economia. Questão 07 CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2015/ Com referência aos dados do balanço de pagamentosapresentado na tabela acima, julgue (C ou E) o item seguinte. Ocorrendo saldo negativo no balanço de pagamentos, ele poderá ser financiado mediante redução das reservas internacionais. Questão 08 (ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002) Considere as seguintes operações entre residentes e não residentes de um país, num determinado período de tempo, em milhões de dólares: o país exporta mercadorias no valor de 500, recebendo a vista; o país importa mercadorias no valor de 400, pagando a vista; o país paga 100 a vista, referente a juros, lucros e aluguéis; o país amortiza empréstimo no valor de 100; ingressam no país máquinas e equipamentos no valor de 100 sob a forma de investimentos diretos; ingressam no país 50 sob a forma de capitais de curto prazo; o país realiza doação de medicamentos no valor de 30. Com base nestas informações, pode-se afirmar que as reservas do país, no período: a) tiveram uma elevação de 100 milhões de dólares. b) tiveram uma elevação de 50 milhões de dólares. c) tiveram uma redução de 100 milhões de dólares. d) tiveram uma redução de 50 milhões de dólares. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO e) não sofreram alterações. Questão 09 (CESPE - Auditor do Tribunal de Contas da União/2007) As vendas de bens e serviços para turistas estrangeiros nas praias nordestinas são contabilizadas, simultaneamente, como um crédito na balança de transações correntes e como um débito na conta de capital do balanço de pagamentos brasileiro. Questão 10 (CESPE - Analista do Ministério Público da União/Perito/Economia/2010) Nos últimos meses o Brasil vem apresentando saldos negativos na conta de transações correntes do balanço de pagamentos. Isso caracteriza uma situação ruim das contas externas brasileiras. Questão 11 (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações/Economia/2009) O resultado líquido de transferências não retribuídas, como as doações sem contrapartidas por parte de quem as recebe é centralizado no balanço de transações correntes. Questão 12 (VUNESP - Agente Fiscal de Rendas (SEFAZ SP)/Auditoria Fiscal/2002) Um país realizou as seguintes transações com o exterior durante um anos, em dólares: Renda enviada para o exterior = 5.567 Exportação de bens e serviços não fatores = 56.456 Doações para ONG's no exterior = 887 Renda recebida do exterior = 3.985 Doação recebida de ONG estrangeira = 1.345 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Importação de bens e serviços não fatores = 54.532 Com essas informações, pode-se dizer que a economia apresentou a) Um saldo na Balança Comercial de US$ 800, um saldo no Balanço de Transações Correntes de US$ 1.924 e a renda líquida enviada ao exterior foi de US$ 458. b) Um envio líquido de renda ao exterior da ordem de US$ 800, um saldo na Balança Comercial de US$ 1.924 e um saldo no Balanço de Transações Correntes de US$ 1.924, igual ao da Balança Comercial. c) Renda líquida enviada ao exterior da ordem de US$ 1.582, um saldo no Balanço de Transações Correntes de US$ 1.924 e um saldo na Balança Comercial de US$ 1.924, igual ao do Balanço de Transações Correntes. d) Um saldo no Balanço de Transações Correntes de US$ 800 e um saldo na Balança Comercial de US$ 1.924, sendo US$ 1.582 a renda líquida enviada ao exterior. e) Um saldo no balanço de Transações Correntes de US$ 1.582 e um saldo na Balança Comercial de US$ 1.924, sendo US$ 1.582 a renda líquida enviada ao exterior. Questão 13 CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/Controle Externo/Auditoria Governamental/2015/ Acerca das relações teóricas estabelecidas pelas contas nacionais e do balanço de pagamentos, julgue o item. O saldo da balança comercial corresponde à diferença entre a exportação e a importação de bens, enquanto os valores dos serviços relativos a transporte e viagens internacionais são computados na conta capital. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Questão 14 1(FCC - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ RJ)/2014) Considere: I. As Contas Capital e Financeira contemplam: Conta Capital, Investimentos Brasileiros no Exterior, Investimentos Estrangeiros no Brasil e Rendas Líquidas de Fatores de Produção Externos. II. O Saldo em Transações Correntes contempla: Balança Comercial, Balança de Serviços, Rendas Líquidas de Fatores de Produção Externos e Transferências Unilaterais. III. As Contas Capital e Financeira contemplam: Conta Capital, Investimentos Brasileiros no Exterior, Investimentos Estrangeiros no Brasil e Ativos de Reservas Internacionais. IV. O Saldo em Transações Correntes contempla: Balança Comercial, Balança de Serviços, Ativos de Reservas Internacionais e Transferências Internacionais. V. Caso o déficit em Transações Correntes seja superior ao superávit da Conta Capital e Financeira, haverá uma redução das Reservas Internacionais. De acordo com a estrutura do Balanço de Pagamentos Brasileiro, está correto o que consta APENAS em a) I e II. b) I e IV. c) II, III e V. d) III, IV e V. e) III e IV. Questão 15 CESGRANRIO - Analista de Pesquisa Energética (EPE)/Petróleo/Exploração e Produção/2014/ No Brasil, em várias ocasiões dos últimos dez anos, o objetivo de reduzir ou de controlar a inflação levou à política monetária de altas taxas de juros internos, comparativamente às taxas de outros países. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei Prof. Vicente Camillo www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 73 ECONOMIA P/ CVM TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO Essas altas taxas atraíram para o país capitais financeiros do exterior que a) reduziram as reservas do país em divisas internacionais. b) diminuíram os pagamentos líquidos de juros e dividendos ao exterior. c) aumentaram o deficit orçamentário do governo. d) provocaram um aumento dos preços, no Brasil, dos produtos importados. e) valorizaram o Real em relação ao Dólar Americano no mercado de câmbio. Questão 16 FCC - Auditor (TCE-CE)/2015/ Em um país grande com intenso fluxo de capitais, o efeito de uma queda das taxas de juros é uma a) depreciação cambial e redução da balança comercial (X-M). b) depreciação cambial e aumento da balança comercial (X-M). c) apreciação cambial e redução da balança comercial (X-M). d) apreciação cambial e aumento da balança comercial (X-M). e) apreciação cambial e aumento do déficit público. Questão 17 (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências Econômicas/2008) A redução das taxas de poupança doméstica de determinado país conduz ao aumento do superávit do balanço comercial. Questão 18 (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2008) A queda recente do preço das commodities reduz as perspectivas inflacionárias, mas não altera a renda disponível da economia brasileira. 970707 06450375914 - Vanessa Seretnei ==ecfd3== Prof. Vicente
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