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Macroeconomia aula 02

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Livro Eletrônico
Aula 02 (Prof. Vicente Camillo)
Economia p/ CVM 2018 (Analista e Inspetor) - Com videoaulas
Equipe Ricardo e Nádia 01, Paulo Portinho, Ricardo Vale, Vicente Camillo, Equipe
Ricardo e Nádia 02
06450375914 - Vanessa Seretnei
 
 
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ECONOMIA P/ CVM 
TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS 
AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO 
 
 
Aula 02 
BALANÇO DE PAGAMENTOS 
RESERVAS INTERNACIONAIS 
REGIMES DE CÂMBIO 
 
Sumário 
Sumário..................................................................................................................................... 1 
Balanço de Pagamentos: Conceitos Iniciais ..................................................................... 2 
Contas Operacionais ......................................................................................................... 3 
Conta de reservas .............................................................................................................. 4 
Estrutura do Balanço de Pagamentos ................................................................................ 5 
Reservas Internacionais ....................................................................................................... 14 
Ajuste no Balanço de Pagamentos .................................................................................. 17 
Regimes de Câmbio ............................................................................................................ 23 
REGIME DE CÂMBIO FIXO ................................................................................................ 25 
REGIME DE CÂMBIO FLEXÍVEL ......................................................................................... 29 
REGIMES INTERMEDIÁRIOS ............................................................................................... 29 
REGIMES DE CÂMBIO E EXPECTATIVAS .......................................................................... 30 
Resumo ................................................................................................................................... 34 
Questões Propostas .............................................................................................................. 35 
Gabaritos ........................................................................................................................... 46 
Questões Comentadas ....................................................................................................... 47 
Considerações Finais ........................................................................................................... 73 
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ECONOMIA P/ CVM 
TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS 
AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO 
 
 
BALANÇO DE PAGAMENTOS: CONCEITOS INICIAIS 
Compreender o Balanço de Pagamentos (BP) é o ponto de partida para entender 
as transações econômicas entre países. Da mesma forma que as contas nacionais 
partem de tautologias (princípios) e registram as transações internas, o Balanço de 
Pagamentos é definido como o registro sistemático das transações entre residentes 
e não residentes, de determinado país, em certo período de tempo. 
Da definição acima, dois comentários devem ser ressaltados: 
1. $SHVDU�GH�WHU�´SDJDPHQWRVµ�QR�QRPH��R�%3�HQYROYH�WUDQVDo}HV�HP�que não 
são registrados apenas pagamentos, mas também outras, como os donativos 
remetidos a outra nação (por exemplo, os donativos para fins humanitários, em 
que são remetidos alimentos, medicamentos, entre outros). Portanto, no BP são 
registradas transações que envolvem ou não pagamentos em espécie (guarde 
isto, pois fará diferença adiante!) 
2. As transações, para estarem contabilizadas no BP, devem ser realizadas 
entre residentes e não residentes. Mas, como defini-los? A residência do agente 
econômico deve refletir o local onde realiza permanentemente suas atividades 
HFRQ{PLFDV��RX�VHMD��VHX�´FHQWUR�GH�LQWHUHVVHµ�1. Deste modo, caso o indivíduo se 
encontre transitoriamente em outro país e lá realize transações econômicas, estas 
devem estar contabilizadas no Balanço de Pagamentos. De maneira similar, a 
mesma definição vale para subsidiárias de empresas que realizam transações 
entre si, por exemplo. 
Mais especificamente, consideram-se residentes todas as pessoas físicas e jurídicas 
que tenham o país em questão como centro de suas atividades econômicas. Ou 
seja, mesmo que a pessoa tenha nascido na Inglaterra, mas exerça todas suas 
atividades econômicas no Brasil, para fins contabilização do Balanço de 
 
1 Assim definido por Simonsen e Cysne (2009) 
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ECONOMIA P/ CVM 
TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS 
AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO 
 
Pagamento brasileiro, o sujeito é brasileiro. Caso não se enquadre nesta 
classificação, a pessoa é não residente. 
O Brasil segue as orientações do FMI na elaboração do Balanço de Pagamentos. 
A partir de abril de 2015, o Banco Central adotou a sexta versão do Manual do 
Balanço de Pagamentos (MBP6), conforme orientação do FMI. No Quadro 2, 
apresentado no tópico seguinte, estão descritas as principais modificações 
advindas desta metodologia em relação a anteriores. 
O Balanço de Pagamentos apresenta escrituração realizada de acordo com o 
princípio das partidas dobradas (um débito em determinada conta deve ter uma 
conta correspondente creditada). 
 Basicamente, há dois tipos de contas, de acordo com a maneira de 
contabilização: 
Contas Operacionais 
Correspondem aos fatos geradores de recebimentos ou pagamentos realizados 
no BP. Isto é, as exportações, importações, empréstimos, investimentos e demais 
transações. Caso o fato enseje uma entrada de recursos ao país, a transação deve 
ser creditada, como as exportações; transações que dão origem a saída de 
recursos devem ser debitadas, como as importações. 
São as contas presentes no Balanço de Transações Correntes, de Capitais 
Autônomos e de Erros e Omissões (apresentadas no próximo tópico desta aula). 
Também podemos entendê-las como as contas privadas do BP, ou seja, as contas 
que evidenciam as transações privadas. Assim, uma transação 
comercial/financeira/donativos realizada por indivíduos, empresas e governos é 
nesta conta registrada. 
Atenção! que uma transação privada pode ser efetuada por entidade 
governamental, multilateral ou do terceiro setor. Basta que apresente caráter 
comercial/financeira/donativos para assim ser classificada. Um empréstimo entre 
um banco localizado no exterior e um estado federado brasileiro será 
primeiramente contabilizado em contas operacionais do BP. 
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TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS 
AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO 
 
Conta de reservas 
Também conhecida como ´FRQWD� FDL[Dµ. Diferentemente das contas 
operacionais, estas não dependem de transações propriamente ditas para serem 
modificadas. São escrituradas como a contabilidade de empresas: debita-se o 
aumento da conta e se credita a diminuição da mesma. 
São similares às contas de resultado da contabilidade empresarial, pois 
demonstram o saldo do balanço de pagamentos. Adiante, veremos este fato com 
detalhes. 
Registram o movimento dos meiosde pagamento internacionais à disposição do 
país, os quais são considerados pela Autoridade Monetária para a realização de 
pagamentos e dívidas assumidas com o resto do mundo. Isto é, caso o país não 
disponha de recursos, obtidos através de transações, comerciais ou financeiras, 
para pagamento de suas obrigações com os demais países, o saldo da conta de 
reservas é utilizado. Além disto, podem ser utilizadas para a realização de política 
monetária e cambial. 
As Contas de Reservas são subdivididas em: 
i. Haveres no exterior ² corresponde às variações de estoque de moeda 
estrangeira e de títulos externos de curto prazo em poder da Autoridade 
0RQHWiULD�� 6mR� DV� IDPRVDV� ´UHVHUYDV� LQWHUQDFLRQDLVµ�� &DVR� R� 3DtV� DXPHQWD� RV�
haveres no exterior, deve debitar esta conta. 
ii. Ouro Monetário ² é o ouro contabilizado pela Autoridade Monetária para ser 
utilizado como meio de pagamento em transações internacionais. O Banco 
Central pode converter reservas em ouro, usando-o como pagamento. 
Novamente, operações que aumentem a disponibilidade de ouro devem ser 
contabilizadas a débito. 
iii. Direitos Especiais de Saque ² é a moeda do FMI e substitui o ouro ou o dólar 
em transações internacionais e deve ser contabilizado como as demais contas 
acima apresentadas. 
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TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS 
AULA 02 ² PROF. VICENTE CAMILLO 
 
iv. Reservas do FMI ² fundo do FMI utilizado para socorrer as crises de balanço 
de pagamentos dos países. 
Feita a introdução ao Balanço de Pagamentos, podemos seguir adiante com sua 
Estrutura. 
ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
Conforme visto, o Balanço de Pagamentos apresenta as transações realizadas por 
determinado país com o resto do mundo dentro de certo período de tempo. 
Ademais, é importante citar que o BP é escriturado a partir do princípio das 
partidas dobradas, ou seja, um crédito em determinada conta deve ter outro 
registro a débito em outra conta. 
A consequência prática deste fato é a seguinte: a soma de todas as contas do BP 
(operacionais e de reservas) deve ser igual a zero! 
Este simples conceito (contas externas em equilíbrio) pressupõe que, caso as 
Contas Operacionais não apresentem equilíbrio (dito de outro modo, caso o saldo 
do BP seja diferente de a zero), as Contas de Reservas devem ser acionadas para 
cobrir eventuais déficits ou superávits. Logo adiante veremos mais detalhes sobre 
isto. 
No momento, segue a estrutura do Balanço de Pagamentos e os comentários 
sobre cada conta2: 
 
 
 
 
2 )HLWR�FRP�EDVH�HP�´(VWDWtVWLFDV�GR�6HWRU�([WHUQR�² Adoção da 6ª Edição do Manual de Balanço 
GH� 3DJDPHQWRV� H� 3RVLomR� ,QWHUQDFLRQDO� GH� ,QYHVWLPHQWR� �%30��µ�� 'LVSRQtYHO� HP��
http://www.bcb.gov.br/ftp/infecon/nm1bpm6p.pdf 
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ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
 
1. CONTA CORRENTE (OPERACIONAL) 
 
1.1. Bens (Balanço Comercial) 
Exportações 
Importações 
1.2. Serviços (Balanço de Serviços) 
Serviços de manufatura 
Serviços de manutenção e reparo 
Transportes 
Viagens 
Construção 
Seguros 
Serviços financeiros 
Serviços de propriedade intelectual 
Telecomunicação, computação e informações 
Aluguel de equipamento 
Outros serviços de negócio 
Serviços culturais, pessoais e recreativos 
Serviços governamentais 
1.3. Renda Primária 
Remuneração de trabalhadores 
Renda de investimento 
Investimento direto 
Lucros e dividendos 
Juros 
Investimento em carteira 
Outros investimentos 
Ativos de reserva 
1.4. Renda Secundária (Transferências Unilaterais Correntes) 
Saldo em Transações Correntes = 1.1 + 1.2 + 1.3 + 1.4 
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ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (continuação) 
 
2. CONTA DE CAPITAL (OPERACIONAL) 
 
2.1. Conta Capital 
Transferências de Capital 
2.2. Conta Financeira 
Investimento direto no exterior 
Participação no capital e cotas em fundos 
Dívida intercompanhia 
Investimento direto no país 
Participação no capital e cotas em fundos 
Dívida intercompanhia 
Investimento em carteira - Ativos 
Ações e cotas em fundos 
Títulos de renda fixa 
Investimento em carteira - Passivos 
Ações e cotas em fundos 
Títulos de renda fixa 
Derivativos - Ativos 
Derivativos - Passivos 
Outros investimentos - Ativos 
Moedas e depósitos 
Empréstimos 
Créditos comerciais e adiantamentos 
Demais 
Outros investimentos - Passivos 
Moedas e depósitos 
Empréstimos 
Créditos comerciais e adiantamentos 
Demais 
Ativos de reserva 
Saldo Conta de Capital = 2.1 + 2.2 
3. ERROS E OMISSÕES 
SALDO BP (contas operacionais) = 1 + 2 + 3 
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Vista a estrutura do BP, cabe definir o que é contabilizado e a maneira de 
contabilização de cada conta. 
O Balanço Comercial contabiliza a movimentação de mercadorias, isto é, as 
exportações e importações de bens tangíveis. As exportações são lançadas a 
crédito e elevam o saldo da conta; as importações, a débito, reduzindo saldo da 
conta. As transações do Balanço de Bens são registradas pelo valor FOB (Free on 
Board), ou seja, pelo valor de embarque, livre de fretes, seguros e demais serviços 
incidentes. 
O Balanço de Serviços UHJLVWUD� DV� WUDQVDo}HV� LQWDQJtYHLV� �EHQV� ´LQYLVtYHLVµ� que 
denotam como fato gerador a prestação de um serviço. Desta maneira, incluem 
as receitas/despesas com transportes, viagens, seguros, serviços governamentais, 
royalties e licenças, entre outros. O pagamento de serviços efetuados ao exterior 
MODIFICAÇÕES INTRODUZIDAS PELO MPB5 E MPB6 
O Banco Central adotou nova metodologia de contabilização do BP a partir de 
2001 (MPB5) e a partir de 2015 (MPB6). A título de curiosidade, segue resumidamente 
as principais modificações: 
1. $�DQWLJD�FRQWD�³6HUYLoRV�1mR�)DWRUHV´�p�DJRUD�denominada ³6HUYLoRV´� 
2. $�FRQWD�³6HUYLoRV�)DWRUHV´�p�DJRUD�GHQRPLQDGD�³5HQGDV´. 
3. $�FRQWD�³7UDQVIHUrQFLDV�8QLODWHUDLV´�SDVVRX�D�VHU�VXEGLYLGLGD�HP�&RUUHQWHV�H�
de Capital, ressaltando o fato gerador. 
4. Variações de Reservas 
Anteriormente, a variação de reservas era contabilizada no próprio Balanço de 
Pagamento. 
No entanto, a nova metodologia contabiliza a variação de reservas em 
demonstrativo análogo às Demonstrações de Resultados da contabilidade 
empresarial. Ou seja, a variação das reservas serve para indicar o resultado do 
Balanço de Pagamentos no período: se positivo, as reservas aumentam; se 
negativo, diminuem. 
Outro motivo: a variação de reservas se dá independentemente de transações 
entre residentes e não residentes. O BACEN, por exemplo, pode comprar ouro no 
mercado interno e transformá-lo em meio de pagamento para transaçõesinternacionais, ou seja, escriturá-lo na conta Reservas do BP sem realizar qualquer 
operação com o resto do mundo. Do mesmo modo, caso as reservas estejam 
mantidas sob a forma de títulos, a valorização destes no mercado também eleva a 
quantidade de reservas. 
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são lançados como débito, assim como recebimento do exterior de serviços 
prestados por residentes é lançado como crédito, elevando o valor da conta. 
O Balanço de Renda Primária apresenta as transações relativas à remuneração 
dos fatores de produção. Assim, a remuneração do trabalho (salários e outras 
formas de renda do trabalho), a remuneração do capital de risco (lucros, 
dividendos) e a remuneração do capital de empréstimos (juros) são aqui 
contabilizadas. Naturalmente, o pagamento de rendas a fatores de produção 
possuídos por não residentes é lançado à débito e o recebimento de rendimentos 
por residentes é lançado a crédito. 
O Balanço de Renda Secundária, antigamente chamado de Transferências 
Unilaterais Correntes, contém os pagamentos e recebimentos sem contrapartidas, 
como as doações e reparações de guerra. Atenção! que, mesmo não havendo 
fato gerador como contrapartida, as transferências unilaterais correntes possuem 
contrapartida contábil. Por exemplo, uma doação de alimentos, mesmo que não 
apresente um pagamento financeiro como contrapartida, é contabilizado tanto a 
crédito como à debito no BP. Mais adiante, na seção Exemplos, veremos como 
são contabilizadas estas transações. 
Aqui há uma importante observação a ser feita. A soma do Balanço de Renda 
Primária com o de Renda Secundária origina a diferença entre os conceitos de 
Produto Interno Bruto (PIB) e Produto Nacional Bruto (PNB). 
Quando se estuda as identidades macroeconômicas básicas, se aprende duas 
maneiras distintas de se medir o produto gerado na economia em determinado 
período. O conceito mais utilizado, o PIB, corresponde ao que foi produzido dentro 
do país. Já o PNB refere-se ao que foi produzido pelos residentes do país, 
independentemente se dentro ou fora do território. 
É comum diferenciar os dois conceitos através da chamada Renda Líquida 
Enviada ao Exterior (RLEE). Como ࡼࡵ࡮ ൌ ࡼࡺ࡮ ൅ ࡾࡸࡱࡱ, se entende que o PIB é maior 
que o PNB quando a RLEE é positiva. 
Mas, como encontramos a RLEE? 
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Através da soma entre o saldo do Balanço de Rendas e o saldo de Transferências 
Unilaterais Correntes. Mas, uma observação importante deve ser feita: com a RLEE 
corresponde à renda líquida enviada ao exterior e os valores enviados são 
contabilizados como débito, a RLEE é igual ao saldo da soma das duas contas, se 
o resultado for negativo. Caso positivo, significa que o país recebe renda líquida 
do exterior. Ou seja, a expressão torna a ficar da seguinte maneira: ࡼࡺ࡮ ൌ ࡼࡵ࡮ ൅ࡾࡸࡾࡱ Î quando o país recebe renda líquida do exterior, PNB > PIB. 
A soma de todas estas contas até aqui citadas constitui o saldo do Balanço de 
Transações Correntes. Caso apresente saldo positivo (superávit), significa que a 
produção de divisas realizada pelo país, através da venda de bens tangíveis e 
intangíveis e das remessas líquidas de transferências unilaterais, foi superior que a 
necessidade de divisas exigida para pagamento de bens tangíveis e intangíveis 
adquiridos com não residentes. Naturalmente, a conta também pode apresentar 
saldo negativo. Caso isto aconteça, como financiá-lo? Ora, através da Conta 
Capital e Financeira. 
A Conta Capital registra a movimentação de capitais sem contrapartida. Assim 
como as transferências correntes, as transferências de capital correspondem à 
remessa/recebimento unilateral de capitais. As remessas são contabilizadas como 
débito, reduzindo o valor da conta; as entradas, a crédito. 
A Conta Financeira contabiliza a aquisição/remessa de ativos não financeiros, tais 
como os investimentos diretos (aquisição ou venda de participações societárias) e 
as transações com ativos financeiros, como os investimentos em carteira (ações, 
títulos etc.) e os demais investimentos (empréstimos, amortizações, financiamentos 
e créditos comerciais diversos). Os ingressos destes capitais contabilizam-se com 
sinal positivo (crédito) e a remessa com sinal negativo (débito). Então, caso algum 
residente contrate determinado financiamento, tal fato ensejará uma entrada 
positiva de capital; no futuro, a amortização deste financiamento dará origem a 
um débito correspondente. 
Os Erros e Omissões apresentam as imperfeições da estatística referente ao 
Balanço de Pagamentos. Nada mais natural: imagine a dificuldade em auferir 
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cada transação do país com o resto do mundo. Felizmente, os valores assumidos 
por esta Conta são ínfimos perto do total de transações contabilizadas no BP. 
Mas, como apurar o saldo desta Conta sabendo que se trata de erros e/ou 
omissões? Muito simples e importante! 
Como o resultado (saldo) do Balanço de Pagamentos (contas operacionais) é 
evidenciado na Conta de Capitais Compensatórios (Conta de Reservas) e esta é 
apurada de maneira precisa, pois indica a variação de reserva mantidas pelo 
país, presume-se que os erros e omissões tenham ocorrido nas Contas 
Operacionais (Correntes e de Capital). 
Mais precisamente, podemos explicar este fato através da seguinte identidade 
contábil: ࡮ࡼࡻࡼࡱࡾ࡭࡯ࡵࡻࡺ࡭ࡵࡿ ൌ � െ࡮ࡷ 
Ou seja, o saldo do Balanço de Pagamentos em contas operacionais é igual ao 
saldo do Balanço de Capitais Compensatórios. Nada mais natural, pois como este 
representa o resultado daquele e são contabilizados com sinal invertido, temos a 
identidade acima. 
Desenvolvendo: ࢀ࡯ ൅ ࢀࡷ ൅ ࡱࡻ ൌ � െ࡮ࡷ 
A soma entre transações correntes transações de capital e erros e omissões é igual 
ao saldo de capitais compensatórios com sinal invertido. Novamente, nada de 
novo. Trata-se da abertura dos componentes do Balanço de Pagamentos, os quais 
mantém a igualdade com o saldo de capitais autônomos com sinal invertido. 
Desenvolvendo mais um pouco: ࢀ࡯ ൅ ࢀࡷ ൅ ࡱࡻ� ൅ ࡮ࡷ ൌ ૙ 
E aqui reside a identidade do Balanço de Pagamentos. A soma entre transações 
correntes, de capitais, erros e omissões e capitais compensatórios deve ser 
necessariamente igual a zero. Ou seja, a soma entre as contas operacionais e de 
reservas é igual a zero! 
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Algumas Bancas entendem que esta expressão significa que o Saldo do Balanço 
de Pagamentos é igual a zero. Este fato é correto, pois, de acordo com a estrutura 
que utilizamos, os capitais compensatórios também fazem parte do BP. 
Apenas atenção para o fato de que a soma das contas operacionais (transações 
correntes e capitais autônomos) não é igual a zero. 
Por fim, os Capitais Compensatórios representam as reservas possuídas pelo país 
para honrar com seus compromissos comerciais e financeiros, quando suas 
respectivascontas são deficitárias. Quando superavitárias, os capitais 
compensatórios aumentam seu saldo. Mais especificamente, compreendem as 
seguintes contas: 
i.Haveres no Exterior, Ouro Monetário e Reservas no FMI - originam as Reservas 
Internacionais do país e servem para utilização imediata, em caso de déficit no BP. 
Geralmente são utilizadas nesta ordem apresentada. 
ii.Empréstimos de Regularização, com o FMI ou demais instituições financeiras, 
representam, geralmente, o último recurso do país para honrar com eu passivo 
externo. Como dependem do aval do FMI, entre outras instituições multilaterais, 
não apresentam utilização imediata. Geralmente o país deve cumprir com 
determinadas imposições para utilização destes recursos. 
iii.Atrasados Comerciais, como o próprio nome sugere, representam a pior das 
situações. Caso o país não possa recorrer às possibilidades acima citadas, só resta 
a ele incorrer em atrasos ou decretar o não pagamento das dívidas. Em português 
claro: o país deu calote! 
Bom, sabendo da estrutura, da maneira de contabilização e do conteúdo de 
cada conta, nada mais útil que alguns exemplos envolvendo as contas mais 
relevantes, que provavelmente serão testadas pelas Bancas. 
Admitam estas operações, medidas em R$, em determinado ano entre os 
indivíduos residentes do País A com os indivíduos não residentes, que podemos 
GHQRPLQDU��VHP�PDLRUHV�SUREOHPDV��FRPR�´UHVWR�GR�PXQGRµ� 
a) País importa 100 em mercadorias pagando à vista 
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b) País importa 900 em equipamentos, pagando a prazo 
c) País recebe investimentos diretos da ordem de 150 em equipamentos 
d) País exporta 50, recebendo à vista 
e) País paga ao resto do mundo 10 a título de fretes 
f) País amortiza uma dívida anteriormente contraída de 90 
g) País recebe 20 em donativos sob a forma de mercadorias 
h) País recebe um empréstimo de regularização do FMI de 30. 
A tabela abaixo organiza as operações e apresenta os saldos das respectivas 
contas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conta a b c d e f g h Total
Exportações 50 50
Importações -100 -900 -150 -20 -1170
Fretes -10 -10
Donativos 20 20
Investimentos 150 150
Financiamentos 900 900
Amortizações -90 -90
Haveres no Exterior 100 -50 10 90 -30 120
Empréstimos do FMI 30 30
Operação
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RESERVAS INTERNACIONAIS 
As Reservas Internacionais consistem em importante variável econômica. 
Diariamente o tema é exposto pela mídia e, geralmente, cobrado pelas Bancas. 
A expressão ࡮ࡼ ൌ � െ࡮ࡷ indica que a variação das reservas (contidas no Balanço 
de Capitais Compensatórios, BK) representa o saldo do Balanço de Pagamentos 
auferido no período. 
Mais precisamente, caso o saldo do BP = R$ 500, a variação das reservas também 
será de R$ 500. No entanto, a contabilização nas contas compensatórias são feitas 
como na contabilidade empresarial, pelo que um débito (representado com sinal 
negativo) eleva o saldo. Atenção! para não haver confusões neste ponto: 
enquanto o saldo das contas operacionais aumento com operações a crédito 
(com sinal positivo), as contas de reservas aumentam com contabilização à 
débito, representadas com sinal negativo. 
Mas, será que as Reservas variam apenas devido às transações econômicas 
registradas nas Contas Operacionais? Ou seja, elas variam apenas a partir de 
transações econômicas/comerciais/financeiras? 
Temos duas respostas possíveis: sim, e não 
Vamos explicar melhor, primeiro de acordo com a teoria econômica e, depois, de 
acordo com a metodologia adotada pelo Brasil (que é a forma comumente 
cobrada em concursos). 
Em termos teóricos, as Reservas são alocadas em ativos (títulos, moedas 
estrangeiras, ouro) e, por isto, sofrem variações de acordo com a flutuação do 
mercado, como variações cambiais e variações da remuneração dos títulos em 
que estão aplicadas. 
Podemos decompor a variação das Reservas em dois componentes para facilitar 
o entendimento. Definindo que a variação total das Reservas �Ʀ5HVtotal) é igual à 
variação das reservas relativas às operações entre residentes e não residentes 
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relativas às operações registradas no BP �Ʀ5HVBP) mais a variação de outros fatos 
não relativos ao BP �Ʀ5HVC): 
Ʀ5HVtotal �Ʀ5HVBP + Ʀ5HVC 
A variação de ResBP como o próprio nome sugere, depende dos componentes 
pertencentes ao Balanço de Pagamentos. Retornando à Estrutura do Balanço de 
Pagamentos é possível ver que: 
Ʀ5HVBP = HEBP + OMBP + DESBP + RFBP 
Sendo: 
HEBP = variação dos Haveres no Exterior 
OMBP =variação do Ouro Monetário 
DESBP = variação dos Direitos de Saque 
RFBP = variação das Reservas no FMI 
A expressão acima nada mais é que a apresentação da estrutura da Conta 
Reservas de maneira algébrica. 
Assim, como já observamos, a variação das Reservas não é derivada tão somente 
das operações evidenciadas no BP. Devemos também considerar as variações 
decorrentes de flutuações de mercado, que constituem o que chamamos de 
Ʀ5HVC, Assim, há que se calcular para cada uma das contas do BP as variações 
decorrentes de: 
a) Valorizações/desvalorizações 
b) Monetizações/ monetizações 
c) Alocações/cancelamentos 
Portanto, caso haja uma valorização na cotação do Ouro Monetário, o saldo da 
Conta Reservas é majorado, independentemente de transações entre residentes e 
não residentes. De maneira análoga, caso o país mantenha Haveres Monetários 
em dólar e ele se aprecie em relação à moeda doméstica, o saldo da Conta 
Reservas irá aumentar exatamente no montante de valorização da moeda 
externa. 
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Este é o caso de vendas a prazo para não residentes realizadas em moeda 
estrangeira. Se a empresa, situada no País, exporta mercadorias para pagamento 
no futuro em dólares e, havendo valorização da moeda norte-americana neste 
período, há aumento do saldo de Haveres Monetários no Exterior sem a 
necessidade de qualquer operação extra. O resultado: o saldo das Reservas 
aumenta! 
Mas, precisamos compreender que nem sempre as bancas possuem este 
entendimento, pois elas adotam como padrão a metodologia utilizada pelo 
Banco Central, que pode, inclusive, ser consultada aqui. 
De acordo com esta metodologia adotada pelo Bacen (repita-se, a cobrada em 
concursos públicos), o resultado do balanço de pagamentos representa a 
variação das reservas internacionais do país, detidas pelo Banco Central, 
deduzidos os ajustes relativos a valorizações/desvalorizações das moedas 
estrangeiras e do ouro em relação ao dólar americano e os ganhos/perdas 
relativos a flutuações nos preços dos títulos e da cotação do ouro. 
Ou seja, no cálculo da variação das reservas internacionais o Bacen não 
considera as variações derivadas valorizações/desvalorizações das moedas 
estrangeiras e do ouro em relaçãoao dólar americano e os ganhos/perdas 
relativos a flutuações nos preços dos títulos e da cotação do ouro. 
Vamos a um exemplo. 
No certame para Auditor Fiscal da Receita Estadual da SEFAZ/RJ em 2014, a FCC 
considerou correta a seguinte afirmação: Caso o déficit em Transações Correntes 
seja superior ao superávit da Conta Capital e Financeira, haverá uma redução das 
Reservas Internacionais. neste sentido, a variação negativa nas reservas 
internacionais deve-se exclusivamente ao resultado negativo das contas 
operacionais do BP. 
Este tipo de entendimento adotado pela FCC e pelas demais bancas, como ESAF 
e CESPE, está de acordo com a metodologia atualmente adotada pelo Bacen! 
Como nosso objetivo é acertar questões, peço que fique atento a isto. 
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Em resumo, mesmo que na realidade as reservas internacionais variem em função 
das transações registradas no BP e de outros fatos não relacionados ao BP (como 
valorizações, monetizações e alocações), as Bancas entendem que a variação 
nas reservas internacionais é função apenas dos saldos operacionais verificados 
nas contas correntes e de capital. 
Portanto, ficamos com as seguintes observações sobre as Reservas Internacionais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. O primeiro item que gera variações das Reservas Internacionais é o 
saldo do Balanço de Pagamentos. Atenção! que é o saldo do BP, e 
não somente o saldo de transações correntes ou de capitais 
autônomos. 
2. As Reservas variam positivamente com lançamentos à débito caso o 
BP apresente saldo positivo. Do mesmo modo, caso o BP apresente 
saldo negativo, as Reservas serão creditadas e o saldo diminuirá. 
3. Independentemente de transações realizadas entre residentes e não 
residentes, a posição dos ativos externos do país pode variar ao 
sabor de variações nos preços internacionais, tais como o câmbio, a 
taxa de juros e a inflação internacional. 
4. As Bancas entendem que a variação nas reservas internacionais é 
fruto dos saldos operacionais (contas corrente e de capitais) 
 
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AJUSTE NO BALANÇO DE PAGAMENTOS 
As transações entre residentes e não residentes podem apresentar saldos 
negativos ou positivos em determinado período de tempo. O saldo do Balanço 
Comercial entre Brasil e China em determinado ano pode ter sido negativo, ou 
seja, deficitário do ponto de vista brasileiro. Mas, o saldo do Balanço de Serviços, 
do Balanço de Rendas, de Transferências Unilaterais Correntes e de Capitais 
Autônomos pode ter sido positivo a ponto de compensar o valor negativo do 
Balanço Comercial. O resultado definitivo do BP será positivo. 
Evidentemente vários cenários podem ocorrer. Mas, neste tópico, estamos 
interessados em apenas 1 deles: os déficits sistemáticos. 
Déficits no BP nem sempre são totalmente ruins. O País pode apresentar déficits 
devido à importação de máquinas necessárias para aumentar a capacidade 
produtiva interna e elevar as exportações no período seguinte. Os déficits no 
presente serão mais do que compensados por superávits no futuro, demonstrando 
situação positiva. 
No entanto, à medida que o déficit apresente caráter persistente sem perspectiva 
de reversão, evidentemente há um problema. 
Podemos iniciar a análise com um caso hipotético: Déficit em Transações 
Correntes. 
O País necessita de capitais adicionais para pagar as despesas com não-
residentes, pois as receitas auferidas por seus residentes em transações correntes 
não é suficiente. 
A primeira e mais provável maneira de financiar este déficit é através de capitais 
autônomos. Ou seja, o país pode registrar a entrada de investimento direto, de 
investimentos de portfólio, ou mesmo de empréstimos comerciais. Caso suficiente, 
este registro irá cobrir o déficit em transações correntes e, possivelmente, até 
registrar saldo positivo no BP. 
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Mas, os capitais autônomos não existem para sempre. É necessária liquidez nos 
mercados internacionais, além de outros quesitos, para que eles financiem os 
déficits em transações correntes. Assim como um banco não empresta recursos a 
pessoas com restrições de crédito, os capitais autônomos não entram em países 
que não apresentem condicionantes positivas para tanto. 
Assim, dada esta limitação, a outra maneira de cobrir déficits nas transações 
correntes é através dos capitais compensatórios, ou seja, através das reservas 
internacionais, empréstimos de regularização ou, no limite, atrasados comerciais. 
As contas são autoexplicativas. As reservas podem ser utilizadas para pagamento 
de débitos com não residentes. Caso insuficientes, o País pode apelar para 
organismos multilaterais, como o FMI, entre outros órgãos, para cumprir com suas 
obrigações externas. Ainda, caso esta alternativa se não se mostre possível, o País 
pode apresentar atrasados comerciais. Em outras palavras, pode não pagar seus 
débitos com o resto do mundo o que, evidentemente, é a pior situação possível. 
No entanto, é possível ao País corrigir estes desvios sistemáticos, corrigindo a causa 
dos déficits em transações correntes. Abaixo, seguem medidas econômicas 
passíveis de solucionar os déficits no BP: 
a) Desvalorizações reais da taxa de câmbio 
No próximo tópico definiremos formalmente as variações na taxa real de câmbio. 
No entanto, esta medida, a mais tradicional de todas, tem como objetivo reduzir 
os custos de produção dos bens domésticos em relação aos bens produzidos no 
resto do mundo. 
Pode se dar a partir da desvalorização nominal da taxa de câmbio, reduzindo o 
preço dos bens domésticos e aumentando o valor dos bens internacionais, ou 
através da redução no índice de preços (inflação), ou, ainda, a partir de ganhos 
de eficiência e produtividade, que reduziriam os custos de produção e 
consequentemente o valor final dos produtos. 
b) Redução do nível de atividade econômica 
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A redução da atividade econômica provoca redução do déficit no BP a partir da 
redução das importações ou da geração de capacidade ociosa interna, que 
incentiva as companhias a produzir mais ao mercado externo. 
Logicamente, esta maneira de ajuste não pode ser considerada como uma 
medida prudente no longo prazo. A economia objetiva a prosperidade e o 
crescimento. Incentivar a retração da atividade econômica de maneira 
prolongada seria antieconômico. 
c) Restrições tarifárias ou quantitativas às importações 
São formas indiretas de desvalorização cambial, ou adoção de taxa de cambio 
múltiplo. O setor beneficiado pode usufruir de um ganho relativo, em relação aos 
demais setores da economia, pois as importações ficariam mais caras ou restritas. 
No entanto, podem resultar em distorção na alocação de recursos, não 
incentivandoimportações eficientes que poderiam resultar em maior bem estar 
aos indivíduos do país. 
d) Subsídios às exportações 
De modo análogo, também opera como uma desvalorização cambial ao setor 
beneficiado e resulta em distorção na alocação de recursos 
e) Aumento da taxa interna de juros 
Opera no sentido de reduzir a atividade econômica, melhorando o saldo do 
Balanço Comercial, e através da atração de capitais autônomos externos. A taxa 
de juros representa importante papel no Modelo Mundell-Fleming-Dornbusch, 
como veremos adiante 
f) Controle da saída de capitais 
O país pode ajustar o saldo do balanço de pagamentos através do controle de 
saída de capitais, ou seja, adotando medidas que permitam aos capitais de curto 
prazo reduzir a volatilidade e permanecer por mais tempo no país. Deste modo, os 
capitais autônomos que entram no país para financiar déficits comerciais, por 
exemplo, ficariam no país por período prolongado, dando tempo para o ajuste do 
BP. 
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Por fim, podemos fazer uma relação entre o saldo do BP e os estágios de 
crescimento do país em questão. 
O modelo mais coQKHFLGR� GHVWD� LGHLD� p� R� GR� ´FLFOR� GD� GtYLGDµ�� 6HJXQGR� HVWD�
teoria, o país, no estágio inicial de desenvolvimento, apresentaria baixa relação 
capital-trabalho e produtividade. Nesta etapa, poderia tomar empréstimos 
externos para financiar seus investimentos e déficits comerciais, além de elevar a 
relação capital-trabalhador, majorando também a poupança. 
Com o passar do tempo, o país se encontra na situação de abastecer o mercado 
interno e exportar os excedentes. Nesta fase, pode quitar as obrigações contraídas 
no passado e mesmo assim continuar seu processo de desenvolvimento. 
Podemos resumir as etapas do ciclo da dívida em 6 momentos, cujas 
características seguem abaixo: 
1. Devedor Imaturo ² o país tomar empréstimos externos para financiar 
tanto o Balanço Comercial como os investimentos internos 
2. Devedor Maduro ² o país adquire condições de sustentar o mercado 
interno com produção interna (elevou a relação capital-trabalho) e reduzir as 
importações de bens e serviços. No entanto, ainda se encontra como devedor 
externo, pois o pagamento de juros e amortizações supera o superávit comercial 
3. Devedor Financiador ² o país finalmente apresenta superávits 
comerciais, ou seja, os excedentes produtivos são exportados em montante 
superior ao valor importado de bens e mercadorias. No entanto, ainda em valor 
inferior ao pagamento de juros e amortizações 
4. Credor Imaturo ² o superávit comercial torna-se superior ao saldo do 
balanço de capitais e o país se transforma em credor em relação ao resto do 
mundo 
5. Credor Maduro ² o aumento da renda, reflexo do processo de 
desenvolvimento, provoca novamente déficit no balanço comercial; não 
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obstante, o país ainda exporta serviços e capitais e mais número, mantendo sua 
posição externa líquida positiva 
6. Credor Financiador ² neste ponto, o déficit comercial supera o 
superávit em serviços; mas, devido ao grau de desenvolvimento e credibilidade do 
país, ele possui condições de financiar o resto do mundo com seus capitais, 
mantendo a posição externa líquida positiva. 
Em que pese as afirmações teóricas do ciclo da dívida, nada garante que o país 
necessariamente deve passar por estes estágios. Para alguns países a teoria cai 
bem, como o caso dos EUA. 
Para outros, sobretudo aqueles que dependem das variações internacionais dos 
preços das Commodities, como o caso da Austrália e Canadá, a passagem do 
estágio 3 aos seguintes pode não parecer tão lógica assim. A reduzida cotação 
no preço dos bens exportáveis, provocando piora dos termos de troca, pode 
dificultar o pagamento dos financiamentos anteriormente contraídos, levando o 
país a rolar a dívida e manter a condição de devedor externo. 
Ademais, caso o país utilize de financiamento externo para financiar o consumo e 
não o investimento, estará se utilizando de poupança externa no curto prazo sem 
gerar a contrapartida ideal (poupança interna) no longo prazo. A economia não 
terá condições de gerar superávits futuros necessários à manutenção do 
desenvolvimento no longo prazo. 
O que importa é conhecermos a teoria e raciocinar sobre os estágios de 
desenvolvimento do país com os saldos apresentados no Balanço de Pagamentos, 
entendo que déficits no BP não duram para sempre e possuem limitados meios de 
serem resolvidos. 
A economia apresenta, em muitos casos, inconvenientes que devem ser aceitos, 
como o aumento da taxa de juros e contração da atividade econômica no curto 
prazo para geração de superávits no BP e crescimento no longo prazo. 
 
 
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REGIMES DE CÂMBIO 
Já vimos que o Balanço de Pagamentos registra as transações entres os residentes 
e não residentes de certo país em determinado período de tempo. Exportadores e 
poupadores ofertam divisas estrangeiras em troca de moeda nacional, ao passo 
que importadores e devedores (investidores) demandam a moeda internacional 
em troca de moeda nacional. 
As transações devem ser cotadas e listadas de uma maneira padrão, ou seja, 
através de alguma unidade monetária de referência, independentemente de 
qual moeda for liquidada a operação. Afinal o exportador não pode contabilizar 
mercadorias no BP. Como de praxe, a moeda padrão para a realização de 
transações entre residentes e não residentes é o padrão é o dólar americano 
(US$). 
Define-se como taxa de câmbio o preço da moeda nacional em termos de 
moeda estrangeira. Isto é, com quantas unidades monetárias de moeda 
doméstica podemos compram uma unidade de moeda estrangeira. 
Algebricamente, pode-se representar da seguinte maneira: ࡱ ൌ ࡾ ?ࢁࡿ ? 
A expressão acima representa a taxa de câmbio nominal (E) que mede o preço 
do Real (R$) em Dólares (US$). 
No entanto, o que nos interessa é a taxa de câmbio real, ou seja, aquela que 
mede a variação da taxa de câmbio considerando também a variação de 
preços, tanto na economia interna, como na economia externa. Vejamos: ࣂ ൌ ࡱ� ൈ ࡽࡼ 
A taxa de câmbio real (lj) é função da taxa de câmbio nominal (E) multiplicada 
pela razão entre o índice de preços externo (Q) e o índice de preços interno (P). 
Ou seja, a elevação do índice de preços interno provoca valorização da taxa real 
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de câmbio, ao passo que o aumento da taxa de preços externa provoca 
desvalorização da taxa. 
Este resultado é bem intuitivo. Se considerarmos que a taxa de câmbio nominal 
valorizou, ou seja, o Real ficou mais valorizado em relação ao Dólar, os preços 
cotados em Real se tornaram mais caros em Dólar. O mesmo acontece se os 
preços internos, cotados em Real, aumentam devido à inflação. Do mesmo modo, 
o aumento de preços externos, cotados em Dólar,permite que os produtos 
cotados em Real se tornem mais baratos em moeda externa. 
Este é o efeito da variação de preços entre países, que deve ser visto 
conjuntamente. Pois, caso os preços internos aumentem em 10% e os externos no 
mesmo montante, os preços relativos entre os produtos se mantiveram, ou seja, o 
câmbio real não variou. 
A relação que deve ficar na mente de todos: 
A desvalorização real do câmbio é igual a desvalorização nominal menos o 
excesso da taxa de inflação interna sobre a externa. Caso a desvalorização 
nominal seja de 10%, a inflação interna de 5% e a inflação externa de 2%, a 
desvalorização real do câmbio será de 6,85%! 
Vejamos o exemplo na expressão: ࣂ ൌ ࡱ� ൈ ࡽࡼ ࣂ ൌ ૚ǡ ૚� ൈ � ૚ǡ ૙૛૚ǡ ૙૞ ࣂ ൌ ૚ǡ ૙૟ૡ૞ 
Já devidamente apresenta a diferença entre taxa de câmbio nominal e taxa de 
câmbio real, podemos passar aos regimes de câmbio. 
 
 
 
 
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REGIME DE CÂMBIO FIXO 
No regime de câmbio fixo, a Autoridade Monetária se compromete a comprar e 
vender a moeda internacional de referência a um preço fixo anunciado, 
considerado como o valor do câmbio. 
Como já foi mencionado nesta aula, a oferta e a demanda de divisas é realizada 
no mercado de câmbio e intermediada pela Autoridade Monetária. O Banco 
Central compra as divisas internacionais ofertadas pelos exportadores e 
VARIAÇAO NA TAXA DE CÂMBIO E O SALDO DO BP 
Antes de entrarmos nos regimes de câmbio, façamos uma observação 
sobre a variação no câmbio e a variação no saldo do BP. Lembrando que, a 
taxa de câmbio deve ser entendida como a taxa real! 
NÃO ESQUEÇAM DESTAS RELAÇÕES: 
x A desvalorização da taxa de câmbio deixa os produtos produzidos no 
exterior mais caros em relação aos produzidos internamente. 
x As importações são desestimuladas, ao passo que as exportações são 
favorecidas. 
x O aumento das exportações e a diminuição das importações provoca 
saldo positivo no BP. 
x O saldo positivo no BP, tudo o mais constante, provoca valorização da 
taxa cambial, ou melhora nos termos de troca do país 
x Por melhora nos termos de troca, deve-se entender que os preços dos 
bens internos se valorizaram em termos de preços internacionais. 
Obs: A relação entre a desvalorização real do câmbio e o aumento das 
exportações, explicada acima, é derivada pela Condição Marshall-Lerner. 
Caso este nome apareça na prova, já sabemos do que se trata! 
 
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poupadores e as oferta aos importadores e devedores (investidores). Até aqui tudo 
tranquilo! 
No regime de câmbio fixo, independentemente dos saldos apurados no Balanço 
de Pagamentos, a Autoridade Monetária realiza esta operação ao mesmo preço, 
trocando sempre moeda nacional por internacional na mesma relação. 
Não é necessário ser nenhum gênio para perceber que este modelo tem um certo 
limite. Afinal, déficits sucessivos no BP resultam em escassez de divisas 
internacionais, o que, em um mercado livre, provocaria a desvalorização da 
moeda doméstica, aumento das exportações e redução das importações e 
posterior equilíbrio no BP. 
No entanto, o Banco Central literalmente banca esta conta, utilizando as reservas 
LQWHUQDFLRQDLV�SDUD�´IHFKDU�D�FRQWDµ�H�HTXLOLEUDU�D�RIHUWD�H�a demanda entre as 
moedas no mercado cambial. 
Vamos entender com um exemplo. 
Supondo que em determinado período o Balanço de Pagamentos apresente 
déficit de R$ 1 mil. Ou seja, os débitos com não residentes forma superiores aos 
créditos neste valor. 
Para manter a taxa de câmbio fixo, a Autoridade Monetária deve ofertar no 
PHUFDGR� GH� GLYLVDV� HVWD� TXDQWLGDGH� TXH� IDOWRX� SDUD� ´IHFKDU� D� FRQWDµ� ��
Imaginando que o câmbio apresente cotação de 1 (1 dólar adquire 1 real), a 
Autoridade Monetária deve disponibilizar US$ 1 mil para manter a cotação ao nível 
anunciado. Geralmente, este valor faz parte das reservas internacionais. 
O que nos remete a algo importante. A manutenção de taxas fixas de câmbio 
prescinde da atuação da Autoridade Monetária e da existência de reservas 
internacionais para bancar eventuais déficits apresentados no Balanço de 
Pagamentos. 
Em geral, as taxas de câmbio fixo favorecem a tomada de decisões por parte dos 
agentes econômicos envolvidos nas transações internacionais. Sabendo o valor de 
troca entre moeda doméstica e internacional, os exportadores, por exemplo, 
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sabem o valor da receita em moeda doméstica de suas vendas no resto do 
mundo, assim como os importadores podem planejar melhor as aquisições 
internacionais, cotadas a valor doméstico. 
Por hora, conhecendo a expressão da taxa real de câmbio, devemos também 
´WHU� QD� YHLDµ� TXH�� PHVPR� TXH� D� WD[D� QRPLQDO� IRU� IL[D�� D� WD[D� UHDO� SRGH� VRIUHU�
variações devido às mudanças nos preços nacional e internacional. 
Já vimos que, dada um aumento nos preços internacionais, a taxa de câmbio se 
desvaloriza, tornando mais barato os bens domésticos em relação aos externos. 
O mesmo efeito ocorre no câmbio fixo. E isto é muito relevante: no câmbio fixo, o 
TXH�p�´LPXWiYHOµ�p�D�WD[D�QRPLQDO�GH�FkPELR��D�WD[D�UHDO��SRU�VXD vez, pode variar 
e com certeza irá variar! 
No Quadro abaixo é analisado um caso específico de câmbio 
predominantemente fixo: o padrão ouro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O PADRÃO-OURO 
O padrão-ouro, sistema de câmbio vigente até o início do século passado, foi 
formalmente teorizado no séc. XVIII por David Hume. 
O padrão-ouro previa que a moeda fiduciária de determinado país deveria ser 
convertida internamente a um preço fixo em ouro. Por exemplo, os EUA poderiam 
trocar US$ 10 por grama de ouro e a Inglaterra poderia converter 5 libras esterlinas para 
cada grama de ouro. 
Ao passo que a taxa de câmbio interna (moeda nacional versus ouro) é fixa, a taxa de 
câmbio internacional (dólar versus libra) é flexível, de acordo com a oferta em 
demanda do mercado de divisas. No entanto, como cada país deve converter 
necessariamente sua moeda em ouro a uma taxa fixa, na prática a taxa de câmbio 
internacional também era fixa: em nosso exemplo, 2 dólares adquirem 1 libra. 
Isto torna o padrão-ouro um interessante exemplo de câmbio predominantemente fixo, 
mas não totalmente. 
Outras características sobre o padrão-ouro merecem menção. Para manter a 
conversibilidade entre a moeda doméstica e o ouro, a oferta monetária deve ser 
proporcional ao estoque de ouro. Ademais, deve-se considerar que o nível de preços é 
função da oferta monetária. 
'HVWH�PRGR�� LPDJLQH�TXH�R�SDtV�¶$·�REWHQKD�XP�VDOGR�QHJDWLYR�QR�%3��3DUD�TXLWDU�DV�REULJDo}HV�FRP�R�UHVWR�PXQGR��¶$·�GHYH�XWLOL]DU�VXDV�UHVHUYDV�HP�RXUR��WHQGR�HP�YLVWD�
que suas operações financeiras e comerciais não o permitiram. Como resultado, o 
estoque de ouro é reduzido. 
Consequentemente, como a oferta monetária é uma função do estoque de ouro, os 
meios de pagamento também se reduzem, assim como o nível de preços da economia 
(há deflação). 
Considerando nossa expressão de taxa real de câmbio, uma redução da inflação 
interna resulta em desvalorização real da taxa de câmbio e posterior saldo do BP. O 
movimento termina quando o BP se encontra em equilíbrio novamente. 
Portanto, ao menos em tese, o padrão ouro permite o atingimento interno e externo da 
economia. 
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REGIME DE CÂMBIO FLEXÍVEL 
O regime de câmbio flexível nada mais é do que resultado da pura e simples 
oscilação da oferta e demanda de divisas no mercado de câmbio. A Autoridade 
Monetária não desempenha qualquer papel, a não ser registrar e contabilizar as 
operações. 
Como já citado várias vezes, exportadores e poupadores ofertam as divisas 
internacionais, e importadores e devedores (investidores) as demandam, O 
equilíbrio no BP é realizado automaticamente. 
A determinação da taxa de câmbio está a cargo do mercado e denota o 
resultado dos fluxos de transações entre residentes e não residentes. 
Assim, déficits no BP evidenciam escassez de dólares no mercado interno. Com 
menos dólares em relação à moeda doméstica, o dólar valoriza-se frente à 
moeda interna, ou seja, ocorre desvalorização cambial. Do mesmo modo, saldos 
positivos no BP resultam em excesso de dólares frente à moeda doméstica e, 
consequentemente, valorização da taxa do câmbio. 
REGIMES INTERMEDIÁRIOS 
Já analisamos os dois extremos: puramente flexível e puramente fixo. 
No entanto, considerando as dificuldades apresentadas pelos dois regimes 
cambiais, variantes surgiram. Seguem algumas delas: 
a) Flutuação suja (dirty floating) ² regime cambial mais comumente utilizado na 
atualidade. É uma variação do regime de câmbio flexível, ou seja, o regime é 
primordialmente flexível desde que movimentos especulativos não comprometam 
D�YDULDomR�´MXVWDµ�GR�FkPELR��&DVR�R�FkPELR�VH�GHVYLH�GHVWH�YDORU� MXVWR��RX��DR�
menos, justificável, a Autoridade Monetária intervém no mercado para conter a 
volatilidade ou apreciação/depreciação. O objetivo é tornar as movimentações 
do câmbio mais suave, de modo que as torne amis previsíveis aos agentes 
econômicos 
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b) Bandas Cambiais ² o regime de bandas cambiais é um mix de câmbio 
flutuante e câmbio fixo. Variável, pois permite que o câmbio oscile ao sabor das 
forças de mercado. Fixo, pois a variação é feita dentro um espaço permitido, não 
mais que este. 
Caso o câmbio atinja o limite mínimo da banda, a Autoridade Monetária compra 
moeda estrangeira, com o objetivo de apreciá-la. Do contrário, vende, com 
finalidade oposta. 
O regime de bandas pode ser graficamente apresentado da forma que segue, 
sendo E+ a cotação máxima do câmbio (momento de venda da moeda 
internacional), E- a cotação mínima (momento de compra da moeda estrangeira) 
H�Ʀ(�D�YDULDomR�GR�FkPELR�� 
 
 
 
 
 
 
 
c) Taxa Real de Câmbio Fixo ² como já vimos no início deste tópico sobre 
regimes cambiais, a variação da taxa real de câmbio é medida pela variação da 
taxa nominal menos o excesso da inflação interna sobre a inflação externa. Para 
manter a taxa real de câmbio fixa, a taxa nominal deve variar de acordo com a 
diferença entre a variação de preços interna e externa. Esta política cambial foi 
adotada no Brasil em diversos momentos, e ficou conhecida como 
´0LQLGHVYDORUL]Do}HVµ� 
REGIMES DE CÂMBIO E EXPECTATIVAS 
Chegamos ao último, mas não menos importante, tópico sobre regimes cambiais. 
Ʀ( 
E+ 
E- 
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As expectativas podem influenciar a variação cambial em todos os regimes 
adotados. 
Neste tópico analisaremos os dois casos principais: 
a) Expectativas e Câmbio fixo 
No regime de câmbio fixo, as expectativas operam no sentido da credibilidade 
dos agentes sobre o regime. Caso esperem desvalorização do câmbio, ela irá 
correr; caso entendam que o câmbio irá valorizar, assim acontecerá. 
Vejamos um exemplo: você é um exportador e não acredita que seu País 
conseguirá manter o câmbio fixo por muito tempo. Afinal, as reservas já estão se 
esgotando, o País não anda lá muito bem, os termos de troca têm piorado, o 
Presidente não é muito simpático. Enfim, o sistema não apresenta credibilidade. 
Você como exportador e interessado em maximizar o valor recebido em suas 
vendas pensa o seguinte: posso retardar o embarque de alguns produtos 
vendidos, pois como o câmbio provavelmente irá depreciar, irei faturar mais em 
moeda doméstica fazendo a mesma venda. 
No entanto, todos pensam a mesma coisa. O resultado: a expectativa de 
desvalorização cambial agrava a entrada de divisas, devido ao retardamento de 
exportações, e complica ainda mais a conversão entre as moedas pela 
Autoridade Monetária. 
Na prática, as receitas em divisas internacionais, necessárias para a manutenção 
do câmbio fixo, não são realizadas. A desvalorização que poderia ocorrer dentro 
de certo tempo pode ocorrer antes do previsto. Portanto, caso haja uma 
expectativa de desvalorização do câmbio fixo, por mais que a Autoridade 
0RQHWiULD�SURFXUH�DGLDU�R�´GLD�'µ��HOH�FHUWDPHQWH�RFRUUHUi� 
No Brasil, um bom exemplo é a desvalorização do Real em 1999. Devido aos 
receios inflacionários (passagem da desvalorização do Real aos preços) e à 
eleição que se avizinhava, o Governo FHC retardou ao máximo a desvalorização e 
o real sofreu diversos ataques especulativos, até que em janeiro de 1999 a 
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desvalorização foi iniciada. O episódio ficou conhecido como Efeito Samba (dá 
para imaginar o quanto nossa moeda dançou devido à piora das expectativas!). 
b) Expectativas e Câmbio flutuante 
No caso de câmbio puramente flexível a história é um pouco diferente. 
9DPRV� VXSRU� QRYDPHQWH� R� FDVR� GR� 3DtV� ¶$·�� ,PDJLQH� TXH� HOH� DGRWH� FkPELR�
flutuante e atraia o interesse de investidores internacionais, que ingressam com 
recursos, elevando o saldo de capitais autônomos. 
A moeda doméstica irá se valorizar, beneficiando o setor importador, em 
detrimento do setor exportador, que muitas vezes pode ser o principal setor da 
economia. O resultado será de provável retração econômica, em face dos 
movimentos de capitais internacionais. 
A lógica do capital financeiro é aplicar seus recursos no país que fornece os 
maiores rendimentos, os quais que podem ser calculados da seguinte maneira: ࢜ ൌ � ࡱ૙ࡱ૚� ሺ૚ ൅ ࢏ሻሺ૚ ൅ ࢏Ʋሻ 
 A expressão acima pode assim ser entendida: o patrimônio após a aplicação no 
exterior (v) pode ser calculado através dadiferença entre a taxa de juros interna 
(i) sobre a taxa de juros externa (i´) mais a variação da taxa de cambial entre o 
momento da aplicação (E0) e o saque da mesma (E1). 
E a conclusão pode ser assim expressa: ao investidor estrangeiro é mais rentável 
aplicar em um país caso a taxa de juros interna supere a taxa de juros externa em 
valor superior à taxa de desvalorização cambial percebida no período de 
aplicação. 
A lógica é simples. 
Poupadores procuram os melhores rendimentos para suas aplicações. Caso 
HQFRQWUHP�QR�3DtV�¶$·��p�SDUD�Oi�TXH�LUmR��FRQVLGHUDQGR�TXH�R�IOX[R�GH�FDSLWDLV é 
livre). Muitos realizam o mesmo movimento, intensificando a entrada de capitais 
DXW{QRPRV�HP�¶$·�H�FRQWULEXLQGR�SDUD�D�YDORUL]DomR�GD�WD[D�GH�FkPELR� 
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 4XDQWR� PDLV� YDORUL]DGD� D� WD[D�� PHOKRU� SDUD� RV� LQYHVWLGRUHV�� H� ´SLRUµ� SDUD� ¶$·��
considerando que a taxa de juros interna e externa se mantenham constantes. 
O raciocínio contrário é análogo: quanto maior a expectativa de desvalorização 
FDPELDO��PHQRU�D�HQWUDGD�GH�FDSLWDLV�QR�3DtV� ¶$·��R�TXH�� WXGR�R�PDLV�FRQVWDQWH��
intensifica a desvalorização cambial e contribui para o setor exportador maximizar 
suas receitas, bem como para a elevação dos saldos positivos em transações 
correntes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESUMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BP 
Contabilização ² contas operacionais (entrada ² crédito; saída ² débito)/ contas de 
reservas (entrada - débito; saída ² crédito) 
 
Estrutura ² Conta Corrente (Bens e Serviços, Rendas e Transferências) 
Conta Capital (Capitais Autônomos, Erros e Omissões, Capitais Compensatórios) 
Saldo do BP é sempre igual a zero: T + K = T + Ka + Kc = 0 
 K = Ka + Kc = -T 
Déficit em TC - financiado por capitais autônomos ou compensatórios. 
Regimes de Câmbio ࣂ ൌ ࡱ� ࡽࡼ a taxa de câmbio real é igual a taxa nominal multiplicada pela razão entre os 
preços interno e externo 
Pela Condição Marshall Lerner, a desvalorização cambial favorece as exportações 
líquidas. Pela curva J, a desvalorização prejudica as exportações líquidas no primeiro 
momento, mas favorece depois. 
Flexível ² o mercado se autoajusta 
Fixo ² o BACEN opera no mercado de divisas com a finalidade de promover a oferta e 
demanda de moeda estrangeira/doméstica necessária para manter a taxa anunciada 
Flutuação suja ² o BACEN interfere no mercado com a finalidade de ajustar a taxa ao 
nível de equilíbrio, de acordo com os fundamentos econômicos 
Bandas Cambiais ² o câmbio oscila dentro da margem colocada. Acima, o BACEN 
vende divisas; abaixo, compra. 
Taxa Real de Câmbio Fixo ² a taxa nominal de câmbio varia no sentido de manter fixa a 
taxa real ࢏ ൌ ࢏כ ൅ ࡱశ૚ିࡱࡱ a taxa de juros doméstica é igual a taxa internacional mais a expectativa de 
desvalorização do cambial 
Expectativas e Câmbio ² as expectativas de desvalorização/valorização operam no 
sentido da variação cambial, intensificando os efeitos provocados pelas transações e 
fundamentos econômicos. 
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QUESTÕES PROPOSTAS 
 
Questão 01 (ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002) 
A partir de 2001, o Banco Central do Brasil introduziu algumas importantes 
alterações no balanço de pagamentos. Entre estas alterações, destaca-se: 
a) a exclusão da conta "reinvestimentos" dos movimentos de capitais autônomos. 
b) a inclusão do item "amortizações" na conta de serviços de fatores. 
c) a introdução da "conta financeira", em substituição à antiga conta de capitais, 
para registrar as transações relativas à formação de ativos e passivos externos. 
d) a inclusão das transferências unilaterais na conta de investimentos diretos. 
e) a retirada do item de investimentos diretos dos empréstimos inter companhias. 
 
Questão 02 FGV - Analista Judiciário (TJ RO)/Economista/2015 
Uma ampliação do quantum das exportações e das receitas provenientes de 
prêmios de seguros, mantido tudo o mais constante, gera, respectivamente, o 
aumento do saldo: 
a) da balança comercial e da conta de serviços; 
b) da balança de transações correntes e da conta de rendas; 
c) da balança comercial e da conta de rendas; 
d) da conta de rendas e da conta de serviços; 
e) da conta capital e da conta financeira. 
Questão 03 FGV - Analista da Defensoria Pública (DPE RO)/Analista em 
Economia/2015/ 
No dia 24/03/2015, o site do jornal Correio Brasiliense publicou a reportagem 
´'pILFLW�GH�WUDQVDo}HV�FRUUHQWHV�p�GH�86�����ELOK}HV�HP����PHVHVµ� 
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Apesar do título, a reportagem destaca que em fevereiro de 2015 ´R�EDODQoR�GH�
pagamentos registrou superávit de US$ 1 bilhão em fevereiro, com déficit de US$ 
���� ELOK}HV� HP� WUDQVDo}HV� FRUUHQWHVµ�� $� PHOKRUD� GR� UHVXOWDGR� HP� IHYHUHLUR��
apontando para um superávit do balanço de pagamentos, dentre os seus 
diferentes componentes, pode ser atribuída: 
a) ao investimento direto estrangeiro líquido positivo; 
b) ao aumento dos gastos de turistas brasileiros no exterior; 
c) ao aumento das importações líquidas; 
d) à redução de receitas obtidas com fretes de seguros; 
e) ao aumento de remessa de lucro enviada ao exterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão 04 CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2015/ 
 
Com referência aos dados do balanço de pagamentos apresentado na tabela 
acima, julgue (C ou E) o item seguinte. 
O movimento de capitais autônomos foi positivo e igual a US$ 39 bilhões. 
 
Questão 05 CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2015/ 
Com referência aos dados do balanço de pagamentos apresentado na tabela 
acima, julgue (C ou E) o item seguinte. 
O balanço de serviços apresentou saldo negativo de US$ 43 bilhões. 
Questão 06 CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2015/ 
Com referência aos dados do balanço de pagamentos apresentado na tabela 
acima, julgue (C ou E) o item seguinte. 
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A aquisição de ações no mercado secundário e o reinvestimento de lucros não 
contribuem para o aumento do estoque de capital da economia. 
 
Questão 07 CESPE - Diplomata (Terceiro Secretário)/2015/ 
Com referência aos dados do balanço de pagamentosapresentado na tabela 
acima, julgue (C ou E) o item seguinte. 
Ocorrendo saldo negativo no balanço de pagamentos, ele poderá ser financiado 
mediante redução das reservas internacionais. 
 
Questão 08 (ESAF - Analista do Banco Central do Brasil/Supervisão/2002) Considere 
as seguintes operações entre residentes e não residentes de um país, num 
determinado período de tempo, em milhões de dólares: 
‡ o país exporta mercadorias no valor de 500, recebendo a vista; 
‡ o país importa mercadorias no valor de 400, pagando a vista; 
‡ o país paga 100 a vista, referente a juros, lucros e aluguéis; 
‡ o país amortiza empréstimo no valor de 100; 
‡ ingressam no país máquinas e equipamentos no valor de 100 sob a forma de 
investimentos diretos; 
‡ ingressam no país 50 sob a forma de capitais de curto prazo; 
‡ o país realiza doação de medicamentos no valor de 30. 
Com base nestas informações, pode-se afirmar que as reservas do país, no 
período: 
a) tiveram uma elevação de 100 milhões de dólares. 
b) tiveram uma elevação de 50 milhões de dólares. 
c) tiveram uma redução de 100 milhões de dólares. 
d) tiveram uma redução de 50 milhões de dólares. 
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e) não sofreram alterações. 
 
Questão 09 (CESPE - Auditor do Tribunal de Contas da União/2007) 
As vendas de bens e serviços para turistas estrangeiros nas praias nordestinas são 
contabilizadas, simultaneamente, como um crédito na balança de transações 
correntes e como um débito na conta de capital do balanço de pagamentos 
brasileiro. 
 
Questão 10 (CESPE - Analista do Ministério Público da União/Perito/Economia/2010) 
Nos últimos meses o Brasil vem apresentando saldos negativos na conta de 
transações correntes do balanço de pagamentos. Isso caracteriza uma situação 
ruim das contas externas brasileiras. 
 
Questão 11 (CESPE - Especialista em Regulação de Serviços Públicos de 
Telecomunicações/Economia/2009) 
O resultado líquido de transferências não retribuídas, como as doações sem 
contrapartidas por parte de quem as recebe é centralizado no balanço de 
transações correntes. 
 
Questão 12 (VUNESP - Agente Fiscal de Rendas (SEFAZ SP)/Auditoria Fiscal/2002) 
Um país realizou as seguintes transações com o exterior durante um anos, em 
dólares: 
Renda enviada para o exterior = 5.567 
Exportação de bens e serviços não fatores = 56.456 
Doações para ONG's no exterior = 887 
Renda recebida do exterior = 3.985 
Doação recebida de ONG estrangeira = 1.345 
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Importação de bens e serviços não fatores = 54.532 
Com essas informações, pode-se dizer que a economia apresentou 
a) Um saldo na Balança Comercial de US$ 800, um saldo no Balanço de 
Transações Correntes de US$ 1.924 e a renda líquida enviada ao exterior foi de US$ 
458. 
b) Um envio líquido de renda ao exterior da ordem de US$ 800, um saldo na 
Balança Comercial de US$ 1.924 e um saldo no Balanço de Transações Correntes 
de US$ 1.924, igual ao da Balança Comercial. 
c) Renda líquida enviada ao exterior da ordem de US$ 1.582, um saldo no Balanço 
de Transações Correntes de US$ 1.924 e um saldo na Balança Comercial de US$ 
1.924, igual ao do Balanço de Transações Correntes. 
d) Um saldo no Balanço de Transações Correntes de US$ 800 e um saldo na 
Balança Comercial de US$ 1.924, sendo US$ 1.582 a renda líquida enviada ao 
exterior. 
e) Um saldo no balanço de Transações Correntes de US$ 1.582 e um saldo na 
Balança Comercial de US$ 1.924, sendo US$ 1.582 a renda líquida enviada ao 
exterior. 
 
Questão 13 CESPE - Auditor Federal de Controle Externo/Controle Externo/Auditoria 
Governamental/2015/ 
Acerca das relações teóricas estabelecidas pelas contas nacionais e do balanço 
de pagamentos, julgue o item. 
O saldo da balança comercial corresponde à diferença entre a exportação e a 
importação de bens, enquanto os valores dos serviços relativos a transporte e 
viagens internacionais são computados na conta capital. 
 
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Questão 14 1(FCC - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ RJ)/2014) Considere: 
I. As Contas Capital e Financeira contemplam: Conta Capital, Investimentos 
Brasileiros no Exterior, Investimentos Estrangeiros no Brasil e Rendas Líquidas de 
Fatores de Produção Externos. 
II. O Saldo em Transações Correntes contempla: Balança Comercial, Balança de 
Serviços, Rendas Líquidas de Fatores de Produção Externos e Transferências 
Unilaterais. 
III. As Contas Capital e Financeira contemplam: Conta Capital, Investimentos 
Brasileiros no Exterior, Investimentos Estrangeiros no Brasil e Ativos de Reservas 
Internacionais. 
IV. O Saldo em Transações Correntes contempla: Balança Comercial, Balança de 
Serviços, Ativos de Reservas Internacionais e Transferências Internacionais. 
 V. Caso o déficit em Transações Correntes seja superior ao superávit da Conta 
Capital e Financeira, haverá uma redução das Reservas Internacionais. 
De acordo com a estrutura do Balanço de Pagamentos Brasileiro, está correto o 
que consta APENAS em 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) II, III e V. 
d) III, IV e V. 
e) III e IV. 
 
Questão 15 CESGRANRIO - Analista de Pesquisa Energética 
(EPE)/Petróleo/Exploração e Produção/2014/ 
No Brasil, em várias ocasiões dos últimos dez anos, o objetivo de reduzir ou de 
controlar a inflação levou à política monetária de altas taxas de juros internos, 
comparativamente às taxas de outros países. 
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Essas altas taxas atraíram para o país capitais financeiros do exterior que 
a) reduziram as reservas do país em divisas internacionais. 
b) diminuíram os pagamentos líquidos de juros e dividendos ao exterior. 
c) aumentaram o deficit orçamentário do governo. 
d) provocaram um aumento dos preços, no Brasil, dos produtos importados. 
e) valorizaram o Real em relação ao Dólar Americano no mercado de câmbio. 
 
Questão 16 FCC - Auditor (TCE-CE)/2015/ 
Em um país grande com intenso fluxo de capitais, o efeito de uma queda das 
taxas de juros é uma 
a) depreciação cambial e redução da balança comercial (X-M). 
b) depreciação cambial e aumento da balança comercial (X-M). 
c) apreciação cambial e redução da balança comercial (X-M). 
d) apreciação cambial e aumento da balança comercial (X-M). 
e) apreciação cambial e aumento do déficit público. 
 
Questão 17 (CESPE - Consultor do Executivo (SEFAZ ES)/Ciências Econômicas/2008) 
A redução das taxas de poupança doméstica de determinado país conduz ao 
aumento do superávit do balanço comercial. 
 
Questão 18 (CESPE - Analista de Comércio Exterior/2008) 
A queda recente do preço das commodities reduz as perspectivas inflacionárias, 
mas não altera a renda disponível da economia brasileira. 
 
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Prof. Vicente

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