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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.163 GOIÁS

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Ementa e Acórdão
08/04/2015 PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.163 GOIÁS
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA 
INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS 
ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS 
INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS 
ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS 
AM. CURIAE. :ASSOCIAÇÃO DE CABOS E SOLDADOS DA PM E 
BM DO ESTADO DE GOIÁS - ACS/PM/BM - GO 
ADV.(A/S) :ANA CAROLINE DE OLIVEIRA FERREIRA 
AM. CURIAE. :ASSOCIAÇÃO DOS SUBTENENTES E SARGENTOS 
DA PM E BM DO ESTADO DE GOIÁS - ASSEGO 
ADV.(A/S) :ANA CAROLINE DE OLIVEIRA FERREIRA 
EMENTA: CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 17.882/2012 DO ESTADO DE 
GOIÁS. SERVIÇO DE INTERESSE MILITAR VOLUNTÁRIO 
(SIMVE). INOBSERVÂNCIA DA REGRA CONSTITUCIONAL 
IMPOSITIVA DO CONCURSO PÚBLICO. VIOLAÇÃO AOS ART. 37, 
II, E 144, § 5°, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PREVISÃO 
GENÉRICA E ABRANGENTE DE CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA: 
OFENSA AOS ARTS. 37, II, IX, E 144, CAPUT, DA CRFB/88. 
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. LEI ESTADUAL QUE 
CONTRARIA NORMAS GERAIS EDITADAS PELA UNIÃO. AÇÃO 
JULGADA PROCEDENTE.
1. O postulado do concurso público traduz-se na necessidade 
essencial de o Estado conferir efetividade a diversos princípios 
constitucionais, corolários do merit system, dentre eles o de que todos são 
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, 
caput).
2. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Territórios, conquanto instituições públicas, 
pressupõem o ingresso na carreira por meio de concurso público 
Supremo Tribunal Federal
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Ementa e Acórdão
ADI 5163 / GO 
(CRFB/88, art. 37, II), ressalvadas as funções administrativas para 
trabalhos voluntários (Lei nº 10.029/2000), restando inconstitucional 
qualquer outra forma divergente de provimento.
3. À luz do conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição da 
República e da jurisprudência firmada por esta Suprema Corte em sede 
de Repercussão Geral (RE 658.026, Relator Min. Dias Toffoli, Tribunal 
Pleno, DJe 31.10.2014), a contratação temporária reclama os seguintes 
requisitos para sua validade: (i) os casos excepcionais devem estar 
previstos em lei; (ii) o prazo de contratação precisa ser predeterminado; 
(iii) a necessidade deve ser temporária; (iv) o interesse público deve ser 
excepcional; (iv) a necessidade de contratação há de ser indispensável, 
sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do 
Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da 
Administração, mormente na ausência de uma necessidade temporária. 
4. No caso sub examine, não há qualquer evidência de necessidade 
provisória que legitime a contratação de policiais temporários para o 
munus da segurança pública, mercê de a lei revelar-se abrangente, não 
respeitando os pressupostos básicos de norma que almeja justificar a sua 
excepcionalidade frente à regra da Carta Magna (CRFB/88, art. 37, II e IX).
5. A competência legislativa concorrente entre a União e os Estados-
membros (CRFB/88, art. 24), nos casos em que cabe àquela estabelecer 
normas gerais (§ 1º) e a estes normas suplementares (§ 2º), submete-se ao 
exame de constitucionalidade em sede de fiscalização normativa abstrata 
quando configurada inconstitucionalidade direta, imediata e frontal. 
Precedentes do Plenário:; ADI 1366 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, 
Tribunal Pleno, DJe 20-09-2012; ADI 2656/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa, 
Tribunal Pleno, DJ 01.08.2003; ADI 311 MC, Rel. Min. Carlos Velloso, 
Tribunal Pleno, DJ 14-09-1990.
6. É que afronta o texto maior lei estadual que regule fora das 
peculiaridades locais e de sua competência suplementar, atentando contra 
as normas gerais de competência da União em manifesta usurpação de 
competência (CRFB/88, arts. 22, XXI, e 24, § 2º).
7. É inconstitucional, por vício formal, lei estadual que inaugura 
2 
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(CRFB/88, art. 37, II), ressalvadas as funções administrativas para 
trabalhos voluntários (Lei nº 10.029/2000), restando inconstitucional 
qualquer outra forma divergente de provimento.
3. À luz do conteúdo jurídico do art. 37, inciso IX, da Constituição da 
República e da jurisprudência firmada por esta Suprema Corte em sede 
de Repercussão Geral (RE 658.026, Relator Min. Dias Toffoli, Tribunal 
Pleno, DJe 31.10.2014), a contratação temporária reclama os seguintes 
requisitos para sua validade: (i) os casos excepcionais devem estar 
previstos em lei; (ii) o prazo de contratação precisa ser predeterminado; 
(iii) a necessidade deve ser temporária; (iv) o interesse público deve ser 
excepcional; (iv) a necessidade de contratação há de ser indispensável, 
sendo vedada a contratação para os serviços ordinários permanentes do 
Estado, e que devam estar sob o espectro das contingências normais da 
Administração, mormente na ausência de uma necessidade temporária. 
4. No caso sub examine, não há qualquer evidência de necessidade 
provisória que legitime a contratação de policiais temporários para o 
munus da segurança pública, mercê de a lei revelar-se abrangente, não 
respeitando os pressupostos básicos de norma que almeja justificar a sua 
excepcionalidade frente à regra da Carta Magna (CRFB/88, art. 37, II e IX).
5. A competência legislativa concorrente entre a União e os Estados-
membros (CRFB/88, art. 24), nos casos em que cabe àquela estabelecer 
normas gerais (§ 1º) e a estes normas suplementares (§ 2º), submete-se ao 
exame de constitucionalidade em sede de fiscalização normativa abstrata 
quando configurada inconstitucionalidade direta, imediata e frontal. 
Precedentes do Plenário:; ADI 1366 AgR, Rel. Min. Celso de Mello, 
Tribunal Pleno, DJe 20-09-2012; ADI 2656/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa, 
Tribunal Pleno, DJ 01.08.2003; ADI 311 MC, Rel. Min. Carlos Velloso, 
Tribunal Pleno, DJ 14-09-1990.
6. É que afronta o texto maior lei estadual que regule fora das 
peculiaridades locais e de sua competência suplementar, atentando contra 
as normas gerais de competência da União em manifesta usurpação de 
competência (CRFB/88, arts. 22, XXI, e 24, § 2º).
7. É inconstitucional, por vício formal, lei estadual que inaugura 
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ADI 5163 / GO 
relação jurídica contraposta à legislação federal que regula normas gerais 
sobre o tema, substituindo os critérios mínimos estabelecidos pela norma 
competente.
8. In casu, a Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado do 
Goiás, ao instituir o Serviço de Interesse Militar VoluntárioEstadual 
(SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de 
Goiás, instituiu uma classe de policiais temporários, cujos integrantes, 
sem o indispensável concurso público de provas e títulos, passam a 
ocupar, após seleção interna, função de natureza policial militar de 
maneira evidentemente inconstitucional.
9. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente.
10. Proposta a modulação temporal pelo Relator, não se obteve, no 
Plenário, o quorum necessário para a sua aprovação.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do 
Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de 
julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade e nos termos do 
voto do Ministro Luiz Fux (Relator), em julgar procedente o pedido 
formulado na ação, para declarar a inconstitucionalidade formal e 
material da Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, da Assembleia 
Legislativa do Estado de Goiás. Após o voto do Relator, que modulava a 
decisão para que lhe fosse dada eficácia a partir de novembro de 2015, no 
que foi acompanhado pela maioria, exceto pelo Ministro Marco Aurélio, 
que não modulava, e pela Ministra Cármen Lúcia, que modulava apenas 
para que outras forças fossem convocadas, de imediato, pelo Estado de 
Goiás, até no máximo o mês de novembro de 2015, com a nomeação dos 
concursados, o Tribunal, sob a presidência da Ministra Cármen Lúcia, 
vencido o Ministro Marco Aurélio, decidiu suspender o julgamento para 
aguardar o voto do Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente). Colhido 
o voto do Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente), que acompanhou 
3 
Supremo Tribunal Federal
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relação jurídica contraposta à legislação federal que regula normas gerais 
sobre o tema, substituindo os critérios mínimos estabelecidos pela norma 
competente.
8. In casu, a Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado do 
Goiás, ao instituir o Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
(SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de 
Goiás, instituiu uma classe de policiais temporários, cujos integrantes, 
sem o indispensável concurso público de provas e títulos, passam a 
ocupar, após seleção interna, função de natureza policial militar de 
maneira evidentemente inconstitucional.
9. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente.
10. Proposta a modulação temporal pelo Relator, não se obteve, no 
Plenário, o quorum necessário para a sua aprovação.
A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência do 
Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de 
julgamentos e das notas taquigráficas, por unanimidade e nos termos do 
voto do Ministro Luiz Fux (Relator), em julgar procedente o pedido 
formulado na ação, para declarar a inconstitucionalidade formal e 
material da Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, da Assembleia 
Legislativa do Estado de Goiás. Após o voto do Relator, que modulava a 
decisão para que lhe fosse dada eficácia a partir de novembro de 2015, no 
que foi acompanhado pela maioria, exceto pelo Ministro Marco Aurélio, 
que não modulava, e pela Ministra Cármen Lúcia, que modulava apenas 
para que outras forças fossem convocadas, de imediato, pelo Estado de 
Goiás, até no máximo o mês de novembro de 2015, com a nomeação dos 
concursados, o Tribunal, sob a presidência da Ministra Cármen Lúcia, 
vencido o Ministro Marco Aurélio, decidiu suspender o julgamento para 
aguardar o voto do Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente). Colhido 
o voto do Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente), que acompanhou 
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ADI 5163 / GO 
a Ministra Cármen Lúcia no sentido de que outras forças fossem 
convocadas de imediato, pelo Estado de Goiás, até no máximo o mês de 
novembro de 2015, com a nomeação dos concursados, não foi atingido o 
quorum para modulação dos efeitos da declaração de 
inconstitucionalidade.
Brasília, 8 de abril de 2015.
Ministro LUIZ FUX – Relator 
Documento assinado digitalmente
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a Ministra Cármen Lúcia no sentido de que outras forças fossem 
convocadas de imediato, pelo Estado de Goiás, até no máximo o mês de 
novembro de 2015, com a nomeação dos concursados, não foi atingido o 
quorum para modulação dos efeitos da declaração de 
inconstitucionalidade.
Brasília, 8 de abril de 2015.
Ministro LUIZ FUX – Relator 
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Relatório
26/03/2015 PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.163 GOIÁS
RELATOR : MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA 
INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS 
ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS 
INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS 
ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS 
AM. CURIAE. :ASSOCIAÇÃO DE CABOS E SOLDADOS DA PM E 
BM DO ESTADO DE GOIÁS - ACS/PM/BM - GO 
ADV.(A/S) :ANA CAROLINE DE OLIVEIRA FERREIRA 
AM. CURIAE. :ASSOCIAÇÃO DOS SUBTENENTES E SARGENTOS 
DA PM E BM DO ESTADO DE GOIÁS - ASSEGO 
ADV.(A/S) :ANA CAROLINE DE OLIVEIRA FERREIRA 
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Cuidam os autos de 
Ação Direta de Inconstitucionalidade, aparelhada com pedido de medida 
liminar, ajuizada pelo i. Procurador-Geral da República, tendo por objeto 
a Lei Estadual nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, da lavra da 
Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, impugnada em face dos 
artigos 22, inciso XXI, 37, incisos II e IX, e 144, caput, e § 5º, todos da 
Constituição da República.
Impõe-se, para melhor exame, reproduzir in totum a lei acoimada de 
inconstitucionalidade, verbis:
“Art. 1º Esta Lei institui o Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE– na Polícia Militar e no Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado de Goiás, facultado, nos termos do 
parágrafo único do art. 4° da Lei federal n° 4.375, de 17 de 
agosto de 1964, regulamentado na forma do art. 11 e seguintes 
do Decreto n° 57.654, de 20 de janeiro de 1966.
Art. 2° O Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
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26/03/2015 PLENÁRIO
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RELATOR : MIN. LUIZ FUX
REQTE.(S) :PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA 
INTDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DE GOIÁS 
ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS 
INTDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE GOIÁS 
ADV.(A/S) :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS 
AM. CURIAE. :ASSOCIAÇÃO DE CABOS E SOLDADOS DA PM E 
BM DO ESTADO DE GOIÁS - ACS/PM/BM - GO 
ADV.(A/S) :ANA CAROLINE DE OLIVEIRA FERREIRA 
AM. CURIAE. :ASSOCIAÇÃO DOS SUBTENENTES E SARGENTOS 
DA PM E BM DO ESTADO DE GOIÁS - ASSEGO 
ADV.(A/S) :ANA CAROLINE DE OLIVEIRA FERREIRA 
R E L A T Ó R I O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Cuidam os autos de 
Ação Direta de Inconstitucionalidade, aparelhada com pedido de medida 
liminar, ajuizada pelo i. Procurador-Geral da República, tendo por objeto 
a Lei Estadual nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, da lavra da 
Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, impugnada em face dos 
artigos 22, inciso XXI, 37, incisos II e IX, e 144, caput, e § 5º, todos da 
Constituição da República.
Impõe-se, para melhor exame, reproduzir in totum a lei acoimada de 
inconstitucionalidade, verbis:
“Art. 1º Esta Lei institui o Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE– na Polícia Militar e no Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado de Goiás, facultado, nos termos do 
parágrafo único do art. 4° da Lei federal n° 4.375, de 17 de 
agosto de 1964, regulamentado na forma do art. 11 e seguintes 
do Decreto n° 57.654, de 20 de janeiro de 1966.
Art. 2° O Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
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Relatório
ADI 5163 / GO 
–SIMVE– destina-se à execução de atividades militares de 
competência estadual, bem como de outras necessárias à 
proteção e Defesa Civil da comunidade, sob a orientação e 
coordenação da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar 
do Estado de Goiás.
Art. 3° O Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE–, que tem assento e fundamento na hierarquia e 
disciplina, reger-se-á pelas normas estatutárias e pela legislação 
estadual pertinente à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás.
Art. 4° As atribuições dos integrantes do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– serão 
compatíveis com as da graduação de Soldado de 3ª Classe da 
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de 
Goiás.
Art. 5° Para ingresso no Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE– instituído por esta Lei, o 
candidato deverá atender às seguintes condições:
I – ter idade mínima de 19 (dezenove) anos e máxima de 
27 (vinte e sete);
II – residir no Estado de Goiás;
III – ter concluído o Ensino Médio na data da seleção;
IV – ser portador de Certificado de Reservista de Primeira 
ou Segunda Categoria ou possuir Certificado de Dispensa de 
Incorporação -CDI- de qualquer uma das Forças Armadas 
brasileiras;
V – apresentar autorização da Força Armada a que 
prestou serviço militar obrigatório ou carta de apresentação da 
Instituição à qual serviu;
VI – ser considerado aprovado na seleção para matrícula 
no Curso de Formação de Soldados Voluntários para a Polícia 
Militar ou o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Art. 6° Para fins de seleção ao ingresso no Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– será obedecida, 
de acordo com a quantidade de vagas disponíveis pelas 
Corporações Militares estaduais, a seguinte ordem de 
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ADI 5163 / GO 
–SIMVE– destina-se à execução de atividades militares de 
competência estadual, bem como de outras necessárias à 
proteção e Defesa Civil da comunidade, sob a orientação e 
coordenação da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar 
do Estado de Goiás.
Art. 3° O Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE–, que tem assento e fundamento na hierarquia e 
disciplina, reger-se-á pelas normas estatutárias e pela legislação 
estadual pertinente à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás.
Art. 4° As atribuições dos integrantes do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– serão 
compatíveis com as da graduação de Soldado de 3ª Classe da 
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de 
Goiás.
Art. 5° Para ingresso no Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE– instituído por esta Lei, o 
candidato deverá atender às seguintes condições:
I – ter idade mínima de 19 (dezenove) anos e máxima de 
27 (vinte e sete);
II – residir no Estado de Goiás;
III – ter concluído o Ensino Médio na data da seleção;
IV – ser portador de Certificado de Reservista de Primeira 
ou Segunda Categoria ou possuir Certificado de Dispensa de 
Incorporação -CDI- de qualquer uma das Forças Armadas 
brasileiras;
V – apresentar autorização da Força Armada a que 
prestou serviço militar obrigatório ou carta de apresentação da 
Instituição à qual serviu;
VI – ser considerado aprovado na seleção para matrícula 
no Curso de Formação de Soldados Voluntários para a Polícia 
Militar ou o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Art. 6° Para fins de seleção ao ingresso no Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– será obedecida, 
de acordo com a quantidade de vagas disponíveis pelas 
Corporações Militares estaduais, a seguinte ordem de 
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Relatório
ADI 5163 / GO 
prioridades:
I – os reservistas de primeira categoria com, no mínimo, 04 
(quatro) anos de serviço militar obrigatório nas Forças Armadas 
e detentores de cursos na área operacional ou equivalentes;
II – os reservistas de primeira categoria com, no mínimo, 
04 (quatro) anos de serviço militar obrigatório nas Forças 
Armadas;
III – os reservistas de primeira categoria, após terem 
cumprido o serviço militar obrigatório nas Forças Armadas;
IV – os reservistas de segunda categoria com, no mínimo, 
06 (seis) meses de serviço militar obrigatório nas Forças 
Armadas;
V – os dispensados de incorporação, desde que existam 
vagas remanescentes não preenchidas por candidatos descritos 
nos incisos I a IV deste artigo;
VI – as mulheres maiores de 19 (dezenove) anos e menores 
de 25 (vinte e cinco), desde que existam vagas remanescentes 
não preenchidas na forma deste artigo e não superem a 
quantidade de 10% (dez por cento) do quantum máximo de 
vagas oferecidas.
§ 1° Poderão ser convocadas a integrar o Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– as classesde 
reservistas de até 05 (cinco) anos anteriores ao ano de 
convocação para o SIMVE, observada a ordem prevista neste 
artigo.
§ 2° Para os fins do processo seletivo poderão ser 
aproveitados exames médicos, inspeções de saúde e dados da 
vida social e profissional do candidato inscrito, cedidos pela 
Força Armada a que serviu.
Art. 7° O quantitativo de vagas para o Serviço de Interesse 
Militar Voluntário Estadual –SIMVE–, tendo em vista as 
necessidades de cada Corporação, será definido por ato do 
Governador do Estado, observadas as disposições do art. 27 
desta Lei e seu parágrafo único.
Art. 8° Os candidatos ao Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE– deverão inscrever-se à seleção de 
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ADI 5163 / GO 
prioridades:
I – os reservistas de primeira categoria com, no mínimo, 04 
(quatro) anos de serviço militar obrigatório nas Forças Armadas 
e detentores de cursos na área operacional ou equivalentes;
II – os reservistas de primeira categoria com, no mínimo, 
04 (quatro) anos de serviço militar obrigatório nas Forças 
Armadas;
III – os reservistas de primeira categoria, após terem 
cumprido o serviço militar obrigatório nas Forças Armadas;
IV – os reservistas de segunda categoria com, no mínimo, 
06 (seis) meses de serviço militar obrigatório nas Forças 
Armadas;
V – os dispensados de incorporação, desde que existam 
vagas remanescentes não preenchidas por candidatos descritos 
nos incisos I a IV deste artigo;
VI – as mulheres maiores de 19 (dezenove) anos e menores 
de 25 (vinte e cinco), desde que existam vagas remanescentes 
não preenchidas na forma deste artigo e não superem a 
quantidade de 10% (dez por cento) do quantum máximo de 
vagas oferecidas.
§ 1° Poderão ser convocadas a integrar o Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– as classes de 
reservistas de até 05 (cinco) anos anteriores ao ano de 
convocação para o SIMVE, observada a ordem prevista neste 
artigo.
§ 2° Para os fins do processo seletivo poderão ser 
aproveitados exames médicos, inspeções de saúde e dados da 
vida social e profissional do candidato inscrito, cedidos pela 
Força Armada a que serviu.
Art. 7° O quantitativo de vagas para o Serviço de Interesse 
Militar Voluntário Estadual –SIMVE–, tendo em vista as 
necessidades de cada Corporação, será definido por ato do 
Governador do Estado, observadas as disposições do art. 27 
desta Lei e seu parágrafo único.
Art. 8° Os candidatos ao Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE– deverão inscrever-se à seleção de 
3 
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Relatório
ADI 5163 / GO 
soldados voluntários em local designado pelo Comando-Geral 
das Instituições militares do Estado.
Art. 9° A seleção dos candidatos ao Serviço de Interesse 
Militar Voluntário Estadual da Polícia Militar e do Corpo de 
Bombeiros Militar será realizada por Comissão 
Multiprofissional a ser designada pelos respectivos órgãos de 
gestão de recursos humanos e financeiros.
Art. 10. A Comissão Multiprofissional de seleção ao 
Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual da Polícia 
Militar e do Corpo de Bombeiros Militar avaliará o candidato 
nas seguintes etapas:
I – prova escrita;
II – teste de aptidão física;
III – avaliação médica e psicológica;
IV – investigação social da vida pregressa;
V – títulos.
Parágrafo único. As etapas da seleção previstas nos incisos 
I ao II são de caráter classificatório e eliminatório e as previstas 
nos incisos III e V são de caráter eliminatório e classificatório, 
respectivamente.
Art. 11. Os candidatos ao Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar, aprovados nas etapas da seleção a que se refere o art. 
10, serão matriculados no Curso de Formação de Soldados 
Voluntários, também de caráter eliminatório.
Parágrafo único. O Curso de Formação de Soldados 
Voluntários será regido pelas Normas para o Planejamento e 
Conduta do Ensino do Comando da Polícia Militar ou do Corpo 
de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Art. 12. Os candidatos aprovados no Curso de Formação 
de Soldados Voluntários serão convocados para a prestação de 
serviço na Corporação em que foram selecionados, na condição 
de soldados de 3ª Classe.
Parágrafo único. O voluntário que aceitar a convocação e 
preencher os requisitos será considerado como membro do 
Quadro de Pessoal Transitório da respectiva Corporação, 
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soldados voluntários em local designado pelo Comando-Geral 
das Instituições militares do Estado.
Art. 9° A seleção dos candidatos ao Serviço de Interesse 
Militar Voluntário Estadual da Polícia Militar e do Corpo de 
Bombeiros Militar será realizada por Comissão 
Multiprofissional a ser designada pelos respectivos órgãos de 
gestão de recursos humanos e financeiros.
Art. 10. A Comissão Multiprofissional de seleção ao 
Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual da Polícia 
Militar e do Corpo de Bombeiros Militar avaliará o candidato 
nas seguintes etapas:
I – prova escrita;
II – teste de aptidão física;
III – avaliação médica e psicológica;
IV – investigação social da vida pregressa;
V – títulos.
Parágrafo único. As etapas da seleção previstas nos incisos 
I ao II são de caráter classificatório e eliminatório e as previstas 
nos incisos III e V são de caráter eliminatório e classificatório, 
respectivamente.
Art. 11. Os candidatos ao Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar, aprovados nas etapas da seleção a que se refere o art. 
10, serão matriculados no Curso de Formação de Soldados 
Voluntários, também de caráter eliminatório.
Parágrafo único. O Curso de Formação de Soldados 
Voluntários será regido pelas Normas para o Planejamento e 
Conduta do Ensino do Comando da Polícia Militar ou do Corpo 
de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Art. 12. Os candidatos aprovados no Curso de Formação 
de Soldados Voluntários serão convocados para a prestação de 
serviço na Corporação em que foram selecionados, na condição 
de soldados de 3ª Classe.
Parágrafo único. O voluntário que aceitar a convocação e 
preencher os requisitos será considerado como membro do 
Quadro de Pessoal Transitório da respectiva Corporação, 
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ADI 5163/ GO 
compondo o Quadro Policial Militar Variável –QPMV– de cada 
uma delas, na graduação de Soldado de 3ª Classe.
Art. 13. A atividade e condição dos soldados de 3ª Classe 
integrantes do SIMVE serão reguladas em ato próprio do 
Comandante-Geral da Polícia Militar ou do Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Art. 14. O soldado de 3ª Classe aluno do Curso de 
Formação de Soldados Voluntários perceberá, a título de 
subsídio, uma bolsa de estudos correspondente a 70% (setenta 
por cento) daquele previsto no art. 15, bem como auxílio 
fardamento.
Art. 15. O soldado de 3ª Classe, após a conclusão do Curso 
de Formação de Soldados Voluntários, perceberá subsídio 
mensal no valor de R$ 1.341,90 (um mil, trezentos e quarenta e 
um reais e noventa centavos).
Parágrafo único. O subsídio do soldado de 3ª Classe será 
regido, naquilo que não for tratado em norma específica, de 
acordo com as regras de subsídio da Polícia Militar e do Corpo 
de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Art. 16. O Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE– terá duração de 12 (doze) meses, podendo ser 
prorrogado até o limite máximo de permanência, que será de 33 
(trinta e três) meses contados da data de apresentação do 
interessado.
Art. 17. O desligamento do integrante do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– dar-se-á das 
seguintes formas:
I – ex officio;
II – a pedido;
III – com base em sua conduta irregular.
§ 1° O desligamento ex officio ocorrerá após o término do 
período de tempo previsto no art. 16, vedada a reinclusão na 
mesma modalidade de serviço.
§ 2° O desligamento a pedido do integrante do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– poderá se dar a 
qualquer momento após sua matrícula no Curso de Formação 
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compondo o Quadro Policial Militar Variável –QPMV– de cada 
uma delas, na graduação de Soldado de 3ª Classe.
Art. 13. A atividade e condição dos soldados de 3ª Classe 
integrantes do SIMVE serão reguladas em ato próprio do 
Comandante-Geral da Polícia Militar ou do Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Art. 14. O soldado de 3ª Classe aluno do Curso de 
Formação de Soldados Voluntários perceberá, a título de 
subsídio, uma bolsa de estudos correspondente a 70% (setenta 
por cento) daquele previsto no art. 15, bem como auxílio 
fardamento.
Art. 15. O soldado de 3ª Classe, após a conclusão do Curso 
de Formação de Soldados Voluntários, perceberá subsídio 
mensal no valor de R$ 1.341,90 (um mil, trezentos e quarenta e 
um reais e noventa centavos).
Parágrafo único. O subsídio do soldado de 3ª Classe será 
regido, naquilo que não for tratado em norma específica, de 
acordo com as regras de subsídio da Polícia Militar e do Corpo 
de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Art. 16. O Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE– terá duração de 12 (doze) meses, podendo ser 
prorrogado até o limite máximo de permanência, que será de 33 
(trinta e três) meses contados da data de apresentação do 
interessado.
Art. 17. O desligamento do integrante do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– dar-se-á das 
seguintes formas:
I – ex officio;
II – a pedido;
III – com base em sua conduta irregular.
§ 1° O desligamento ex officio ocorrerá após o término do 
período de tempo previsto no art. 16, vedada a reinclusão na 
mesma modalidade de serviço.
§ 2° O desligamento a pedido do integrante do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual –SIMVE– poderá se dar a 
qualquer momento após sua matrícula no Curso de Formação 
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ADI 5163 / GO 
de Soldados Voluntários, mediante requerimento por ele escrito 
e assinado.
§ 3° O integrante do Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual da Polícia Militar ou do Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado de Goiás que durante o transcurso 
do serviço não apresentar interesse, rendimento, aptidão, 
praticar infração penal ou, de algum modo, infringir as normas 
daquelas Corporações, será desligado.
§ 4° O desligamento de que trata o § 3° será precedido 
obrigatoriamente de procedimento apuratório, escrito e 
sumário, garantidos ao integrante do Serviço de Interesse 
Militar Voluntário Estadual –SIMVE– o contraditório e a ampla 
defesa.
Art. 18. Os integrantes do Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás serão agraciados, para fins de 
titulação em concurso público de provas e títulos para ingresso 
como membros efetivos das mesmas Corporações, com 1,0 (um) 
ponto, nos casos em que:
I – concluírem o Curso de Formação de Soldados 
Voluntários com aproveitamento igual ou superior a 70% 
(setenta por cento);
II – forem portadores de cursos na área operacional ou 
equivalentes, com carga horária superior a 140 (cento e 
quarenta) horas aula;
III – forem portadores de cursos de formação de cabos, 
sargentos ou oficiais temporários das Forças Armadas.
Parágrafo único. A pontuação referente à titulação 
definida neste artigo será cumulativa até o limite de 30% (trinta 
por cento) do total da distribuição de pontos do processo 
seletivo para ingresso nos quadros de militares efetivos e de 
carreira das duas Corporações do Estado de Goiás.
Art. 19. O soldado de 3ª Classe integrante dos Quadros de 
Policiais ou Bombeiros Militares Variáveis terá direito a usar os 
uniformes, insígnias e emblemas utilizados pela Polícia Militar 
ou pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, com a 
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de Soldados Voluntários, mediante requerimento por ele escrito 
e assinado.
§ 3° O integrante do Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual da Polícia Militar ou do Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado de Goiás que durante o transcurso 
do serviço não apresentar interesse, rendimento, aptidão, 
praticar infração penal ou, de algum modo, infringir as normas 
daquelas Corporações, será desligado.
§ 4° O desligamento de que trata o § 3° será precedido 
obrigatoriamente de procedimento apuratório, escrito e 
sumário, garantidos ao integrante do Serviço de Interesse 
Militar Voluntário Estadual –SIMVE– o contraditório e a ampla 
defesa.
Art. 18. Os integrantes do Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás serão agraciados, para fins de 
titulação em concurso público de provas e títulos para ingresso 
como membros efetivos das mesmas Corporações, com 1,0 (um) 
ponto, nos casos em que:
I – concluírem o Curso de Formaçãode Soldados 
Voluntários com aproveitamento igual ou superior a 70% 
(setenta por cento);
II – forem portadores de cursos na área operacional ou 
equivalentes, com carga horária superior a 140 (cento e 
quarenta) horas aula;
III – forem portadores de cursos de formação de cabos, 
sargentos ou oficiais temporários das Forças Armadas.
Parágrafo único. A pontuação referente à titulação 
definida neste artigo será cumulativa até o limite de 30% (trinta 
por cento) do total da distribuição de pontos do processo 
seletivo para ingresso nos quadros de militares efetivos e de 
carreira das duas Corporações do Estado de Goiás.
Art. 19. O soldado de 3ª Classe integrante dos Quadros de 
Policiais ou Bombeiros Militares Variáveis terá direito a usar os 
uniformes, insígnias e emblemas utilizados pela Polícia Militar 
ou pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, com a 
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Relatório
ADI 5163 / GO 
designação (SV), correspondente ao Serviço Variável da 
Corporação de que for integrante.
Art. 20. A precedência hierárquica entre os soldados de 3ª 
Classe integrantes do Serviço de Interesse Militar Voluntário 
Estadual –SIMVE– da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás será definida em ordem crescente, 
de acordo com a classificação final no Curso de Formação de 
Soldados Voluntários, e, na Corporação, terão precedência 
sobre eles os soldados de 2ª Classe.
Art. 21. São vedadas aos integrantes do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual da Polícia Militar e do 
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás as seguintes 
ações:
I – policiamento tático, em todas as modalidades;
II – policiamento montado;
III – policiamento com cães;
IV – policiamento aéreo;
V – operações especiais;
VI – operações de choque;
VII – segurança e proteção de dignitários;
VIII – serviços de inteligência;
IX – serviços administrativos envolvendo material e/ou 
informações controlados;
X – ações equivalentes às descritas nos incisos I a IX, 
definidas por ato administrativo do Comando-Geral do Corpo 
de Bombeiros Militar.
Art. 22. O soldado-aluno e o soldado de 3ª Classe 
integrantes do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE– estarão sujeitos à legislação militar e às normas 
específicas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar 
do Estado de Goiás.
Art. 23. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar 
do Estado de Goiás devem, no prazo de 30 (trinta) dias 
contados da publicação desta Lei, editar normas 
complementares, no âmbito de suas competências, visando à 
regulamentação da execução do Serviço de Interesse Militar 
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ADI 5163 / GO 
designação (SV), correspondente ao Serviço Variável da 
Corporação de que for integrante.
Art. 20. A precedência hierárquica entre os soldados de 3ª 
Classe integrantes do Serviço de Interesse Militar Voluntário 
Estadual –SIMVE– da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás será definida em ordem crescente, 
de acordo com a classificação final no Curso de Formação de 
Soldados Voluntários, e, na Corporação, terão precedência 
sobre eles os soldados de 2ª Classe.
Art. 21. São vedadas aos integrantes do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual da Polícia Militar e do 
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás as seguintes 
ações:
I – policiamento tático, em todas as modalidades;
II – policiamento montado;
III – policiamento com cães;
IV – policiamento aéreo;
V – operações especiais;
VI – operações de choque;
VII – segurança e proteção de dignitários;
VIII – serviços de inteligência;
IX – serviços administrativos envolvendo material e/ou 
informações controlados;
X – ações equivalentes às descritas nos incisos I a IX, 
definidas por ato administrativo do Comando-Geral do Corpo 
de Bombeiros Militar.
Art. 22. O soldado-aluno e o soldado de 3ª Classe 
integrantes do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE– estarão sujeitos à legislação militar e às normas 
específicas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar 
do Estado de Goiás.
Art. 23. A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar 
do Estado de Goiás devem, no prazo de 30 (trinta) dias 
contados da publicação desta Lei, editar normas 
complementares, no âmbito de suas competências, visando à 
regulamentação da execução do Serviço de Interesse Militar 
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Relatório
ADI 5163 / GO 
Voluntário Estadual –SIMVE.
Art. 24. As Forças Armadas Nacionais poderão 
acompanhar e integrar o processo seletivo para o Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual – SIMVE.
Art. 25. Fica instituída a Comissão Permanente de 
Avaliação do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual, à 
qual compete avaliar a eficácia e eficiência do SIMVE, emitindo 
relatório trimestral à Secretaria da Segurança Pública e Justiça, 
aos Comandos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás e às Forças Armadas das quais são 
oriundos os soldados de 3ª Classe dele integrantes.
§ 1° A Comissão será composta por representantes das 
seguintes áreas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás:
I – Primeira Seção do Estado Maior da Polícia Militar e do 
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás;
II – Segunda Seção do Estado Maior da Polícia Militar e do 
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás;
III – órgãos de gestão de pessoal e financeiros da Polícia 
Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás;
IV – órgãos de gestão da saúde integral dos servidores 
militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do 
Estado de Goiás.
§ 2° A Comissão designada pelas Forças Armadas poderá 
integrar a Comissão Permanente de Avaliação do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual.
§ 3° O presidente da Comissão Permanente de Avaliação 
do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual será 
definido por convenção interna em deliberação tomada durante 
sua primeira reunião.
§ 4° A Comissão Permanente de Avaliação do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual apresentará seu 
regulamento em 30 (trinta) dias contados de sua primeira 
reunião, que será homologado pelos Comandos-Gerais da 
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de 
Goiás.
8 
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ADI 5163 / GO 
Voluntário Estadual –SIMVE.
Art. 24. As Forças Armadas Nacionais poderão 
acompanhar e integrar o processo seletivo para o Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual – SIMVE.
Art. 25. Fica instituída a Comissão Permanente de 
Avaliação do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual, à 
qual compete avaliar a eficácia e eficiência do SIMVE, emitindo 
relatório trimestral à Secretaria da Segurança Pública e Justiça, 
aos Comandos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás e às Forças Armadas das quais são 
oriundos os soldados de 3ª Classe dele integrantes.
§ 1° A Comissão será composta por representantes das 
seguintes áreas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás:
I – Primeira Seção do Estado Maior da Polícia Militar e do 
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás;
II – Segunda Seção do Estado Maior da Polícia Militar e do 
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás;
III – órgãos de gestão de pessoal e financeiros da Polícia 
Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás;
IV – órgãos de gestão da saúde integral dos servidores 
militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do 
Estado de Goiás.
§ 2° A Comissão designada pelas Forças Armadas poderá 
integrar a Comissão Permanente de Avaliação do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual.
§ 3° O presidente da Comissão Permanente de Avaliação 
do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual será 
definido por convenção interna em deliberação tomada durante 
sua primeira reunião.
§ 4° A Comissão Permanente de Avaliação do Serviço de 
Interesse Militar Voluntário Estadual apresentará seu 
regulamento em 30 (trinta) dias contados de sua primeira 
reunião, que será homologado pelos Comandos-Gerais da 
Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de 
Goiás.
8 
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ADI 5163 / GO 
Art. 26. O soldado de 3ª Classe, para garantir a 
prorrogação de sua permanência no Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE–, deverá frequentar curso de nível 
superior para qualificá-lo ao mercado de trabalho futuro ou 
para garantir sua participação no processo seletivo aos quadros 
efetivos da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar do 
Estado de Goiás.
§ 1° Será desligado ex officio do Serviço de Interesse 
Militar Voluntário Estadual –SIMVE–, ao final de 12 (doze) 
meses, o soldado de 3ª Classe que não estiver matriculado em 
curso de Ensino Superior.
§ 2° A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do 
Estado de Goiás deverão firmar convênios, por intermédio da 
Secretaria da Segurança Pública e Justiça, com instituições de 
ensino superior públicas ou privadas para facilitar o acesso dos 
integrantes do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE– ao ensino de terceiro grau.
Art. 27. O Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE– será implementado a partir de 2013, com o ingresso 
de 1.300 (um mil e trezentos) soldados de 3ª Classe e de igual 
quantitativo em 2014.
Art. 28. O integrante do Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE– contribuirá para o Regime-Geral 
de Previdência Social, podendo filiar-se ao Instituto de 
Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás – 
IPASGO.
Art. 29. Esta Lei entra em vigor na data de sua 
publicação.”
Em amparo de sua pretensão, o requerente invoca, preliminarmente, 
a inconstitucionalidade formal da lei, por invasão da competência 
legislativa da União para editar normas gerais de organização das 
polícias militares e corpo de bombeiros militares (CRFB/88, art. 22, XXI). 
Para tanto, afirma que a norma contraria critérios mínimos estabelecidos 
pela competente Lei nº 10.029, de 20 de outubro de 2000, que veicula 
“normas gerais para a prestação voluntária de serviços administrativos e de 
9 
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ADI 5163 / GO 
Art. 26. O soldado de 3ª Classe, para garantir a 
prorrogação de sua permanência no Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE–, deverá frequentar curso de nível 
superior para qualificá-lo ao mercado de trabalho futuro ou 
para garantir sua participação no processo seletivo aos quadros 
efetivos da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar do 
Estado de Goiás.
§ 1° Será desligado ex officio do Serviço de Interesse 
Militar Voluntário Estadual –SIMVE–, ao final de 12 (doze) 
meses, o soldado de 3ª Classe que não estiver matriculado em 
curso de Ensino Superior.
§ 2° A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros Militar do 
Estado de Goiás deverão firmar convênios, por intermédio da 
Secretaria da Segurança Pública e Justiça, com instituições de 
ensino superior públicas ou privadas para facilitar o acesso dos 
integrantes do Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE– ao ensino de terceiro grau.
Art. 27. O Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual 
–SIMVE– será implementado a partir de 2013, com o ingresso 
de 1.300 (um mil e trezentos) soldados de 3ª Classe e de igual 
quantitativo em 2014.
Art. 28. O integrante do Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual –SIMVE– contribuirá para o Regime-Geral 
de Previdência Social, podendo filiar-se ao Instituto de 
Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás – 
IPASGO.
Art. 29. Esta Lei entra em vigor na data de sua 
publicação.”
Em amparo de sua pretensão, o requerente invoca, preliminarmente, 
a inconstitucionalidade formal da lei, por invasão da competência 
legislativa da União para editar normas gerais de organização das 
polícias militares e corpo de bombeiros militares (CRFB/88, art. 22, XXI). 
Para tanto, afirma que a norma contraria critérios mínimos estabelecidos 
pela competente Lei nº 10.029, de 20 de outubro de 2000, que veicula 
“normas gerais para a prestação voluntária de serviços administrativos e de 
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serviços auxiliares de saúde e de defesa civil nas Polícias Militares e nos Corpos 
de Bombeiros Militares”.
Ressalta que o diploma vergastado indica, em seu art. 1º, ter sido 
editado com esteio no artigo 4°, parágrafo único, da Lei federal nº 4.375, 
de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar), regulamentado pelos 
artigos 11 e 12 do Decreto federal n° 57.654, de 20 de janeiro de 1966. 
Ocorre que, segundo o autor, não haveria autorização na mencionada lei 
para a criação de serviço de interesse militar voluntário nas Polícias 
Militares e nos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados.
Sustenta, ainda, o vício de inconstitucionalidade material da lei.No 
ponto, indica violação à cláusula constitucional do concurso público 
(CRFB/88, art. 37, II e IX), por estabelecer hipótese genérica e abrangente 
de contratação temporária, além de ultraje ao art. 144, caput e § 5º, por 
delegar exercício da segurança pública a agentes não estatais.
Por derradeiro, o requerente pleiteia a inconstitucionalidade in totum 
da Lei n° 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado de Goiás, 
pleiteando, como preliminar, a concessão de medida liminar para 
suspender sua eficácia normativa.
Na sequência, proferi despacho determinando a adoção do rito 
previsto no art. 12 da Lei nº 9.868/99. 
Em atendimento à solicitação, a Assembleia Legislativa estadual 
defendeu a constitucionalidade da lei estadual, argumentando que a 
criação do SIMVE objetivou "contribuir para minimizar ao máximo, dois dos 
maiores problemas do Estado de Goiás: as dificuldades da preparação do jovem 
para o mercado de trabalho e o déficit de efetivo das forças militares estaduais" (fl. 
5). Ademais, ressaltou que o artigo 142, § 3°, inciso VIII, da Constituição 
da República, teria excluído os militares da aplicabilidade da exigência do 
concurso público para investidura em cargo público e da contratação por 
10 
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ADI 5163 / GO 
serviços auxiliares de saúde e de defesa civil nas Polícias Militares e nos Corpos 
de Bombeiros Militares”.
Ressalta que o diploma vergastado indica, em seu art. 1º, ter sido 
editado com esteio no artigo 4°, parágrafo único, da Lei federal nº 4.375, 
de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar), regulamentado pelos 
artigos 11 e 12 do Decreto federal n° 57.654, de 20 de janeiro de 1966. 
Ocorre que, segundo o autor, não haveria autorização na mencionada lei 
para a criação de serviço de interesse militar voluntário nas Polícias 
Militares e nos Corpos de Bombeiros Militares dos Estados.
Sustenta, ainda, o vício de inconstitucionalidade material da lei. No 
ponto, indica violação à cláusula constitucional do concurso público 
(CRFB/88, art. 37, II e IX), por estabelecer hipótese genérica e abrangente 
de contratação temporária, além de ultraje ao art. 144, caput e § 5º, por 
delegar exercício da segurança pública a agentes não estatais.
Por derradeiro, o requerente pleiteia a inconstitucionalidade in totum 
da Lei n° 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado de Goiás, 
pleiteando, como preliminar, a concessão de medida liminar para 
suspender sua eficácia normativa.
Na sequência, proferi despacho determinando a adoção do rito 
previsto no art. 12 da Lei nº 9.868/99. 
Em atendimento à solicitação, a Assembleia Legislativa estadual 
defendeu a constitucionalidade da lei estadual, argumentando que a 
criação do SIMVE objetivou "contribuir para minimizar ao máximo, dois dos 
maiores problemas do Estado de Goiás: as dificuldades da preparação do jovem 
para o mercado de trabalho e o déficit de efetivo das forças militares estaduais" (fl. 
5). Ademais, ressaltou que o artigo 142, § 3°, inciso VIII, da Constituição 
da República, teria excluído os militares da aplicabilidade da exigência do 
concurso público para investidura em cargo público e da contratação por 
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Relatório
ADI 5163 / GO 
prazo determinado. Destaca a possibilidade de coexistência do Serviço 
Auxiliar Voluntário (SAV), instituído pela Lei estadual nº 14.012, de 18 de 
dezembro de 2001, e do SIMVE, na Polícia Militar e no Corpo de 
Bombeiros Militar goianos.
O Governador do Estado de Goiás manifestou-se pela 
constitucionalidade da lei, afirmando ausência de usurpação da 
competência da União, porque autorizada a criação do SIMVE pela Lei 
federal nº 4.735, de 17 de agosto de 1964, e não na Lei nº 10.029, de 20 de 
outubro de 2000. Quanto ao mérito, repete os argumentos da Assembleia 
Legislativa.
Por sua vez, o Advogado-Geral da União opinou pela procedência 
do pedido e, consequentemente, pela declaração de inconstitucionalidade 
da lei. A manifestação porta a seguinte ementa, verbis:
“Constitucional. Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do 
Estado de Goiás, que "Institui o Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado de Goiás e dá outras providências". 
Inconstitucionalidade. Afronta à competência privativa da União para 
editar normas gerais de organização das corporações referidas (artigo 
22. inciso XXI. da Carta Magna). Ausência de lacuna na legislação 
federal que disciplina a matéria e de peculiaridade a ser atendida por 
normatização específica do Estado de Goiás (artigo 24, § 2º, da 
Constituição). Exercício de atribuições próprias da graduação de 
soldado de 3º classe da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás pelos voluntários. Inobservância da regra 
do concurso público. Violação aos artigos 37, inciso II, e 144, § 5°, da 
Carta. Manifestação pela procedência do pedido”.
Ato contínuo, a Procuradoria-Geral da República emitiu parecer 
ratificando os termos exarados na exordial, e opinando pela procedência 
do pedido. Assim restou ementado seu posicionamento, verbis: 
“CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE 
11 
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ADI 5163 / GO 
prazo determinado. Destaca a possibilidade de coexistência do Serviço 
Auxiliar Voluntário (SAV), instituído pela Lei estadual nº 14.012, de 18 de 
dezembro de 2001, e do SIMVE, na Polícia Militar e no Corpo de 
Bombeiros Militar goianos.
O Governador do Estado de Goiás manifestou-se pela 
constitucionalidade da lei, afirmando ausência de usurpação da 
competência da União, porque autorizada a criação do SIMVE pela Lei 
federal nº 4.735, de 17 de agosto de 1964, e não na Lei nº 10.029, de 20 de 
outubro de 2000. Quanto ao mérito, repete os argumentos da Assembleia 
Legislativa.
Por sua vez, o Advogado-Geral da União opinou pela procedência 
do pedido e, consequentemente, pela declaração de inconstitucionalidade 
da lei. A manifestação porta a seguinte ementa, verbis:
“Constitucional. Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do 
Estado de Goiás, que "Institui o Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado de Goiás e dá outras providências". 
Inconstitucionalidade. Afronta à competência privativa da União para 
editar normas gerais de organização das corporações referidas (artigo 
22. inciso XXI. da Carta Magna). Ausência de lacuna na legislação 
federal que disciplina a matéria e de peculiaridade a ser atendida por 
normatização específica do Estado de Goiás (artigo 24, § 2º, da 
Constituição). Exercício de atribuições próprias da graduação de 
soldadode 3º classe da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás pelos voluntários. Inobservância da regra 
do concurso público. Violação aos artigos 37, inciso II, e 144, § 5°, da 
Carta. Manifestação pela procedência do pedido”.
Ato contínuo, a Procuradoria-Geral da República emitiu parecer 
ratificando os termos exarados na exordial, e opinando pela procedência 
do pedido. Assim restou ementado seu posicionamento, verbis: 
“CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE 
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Relatório
ADI 5163 / GO 
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 17.882/2012, DO ESTADO 
DE GOIÁS. SERVIÇO DE INTERESSE MILITAR VOLUNTÁRIO 
(SIMVE). INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. LEI 
ESTADUAL QUE CONTRARIA NORMAS GERAIS EDITADAS 
PELA UNIÃO. PREVISÃO GENÉRICA E ABRANGENTE DE 
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA: OFENSA AOS ARTS. 37, II E 
IX, DA CONSTITUIÇÃO. DELEGAÇÃO DA SEGURANÇA 
PÚBLICA A AGENTES NÃO ESTATAIS: IMPOSSIBILIDADE.
1. Não pode lei estadual dispor, fora das peculiaridades locais e 
de sua competência suplementar, contrariamente ou sobre normas 
próprias de lei geral, sob pena de inconstitucionalidade formal por 
invasão de competência legislativa da União.
2. Ingresso nos quadros efetivos da polícia militar e do corpo de 
bombeiro militar dos Estados, do Distrito Federal e dos territórios 
deve ser precedido de concurso público.
3. É inconstitucional lei (federal, estadual, distrital ou 
municipal) que, para os fins do art. 37, IX, da Constituição da 
República, não preveja prazo determinado ou disponha de forma 
genérica e abrangente sobre hipóteses ensejadoras de contratação 
temporária. Precedentes.
4. O policiamento ostensivo, por ser atribuição própria da 
polícia militar (CR, art. 144, caput e § 5º), não pode ser delegado a 
quem não integre, efetivamente, a corporação militar.
5. Ratificação da petição inicial e parecer pela procedência do 
pedido.”.
Por fim, admiti o ingresso da Associação dos Subtenentes e 
Sargentos da PM e BM do Estado de Goiás - ASSEGO, e da Associação de 
Cabos e Soldados da PM e BM do Estado de Goiás - ACS/PM/BM-GO, na 
condição de amici curiae, eis que se acham atendidas, na espécie, as 
condições fixadas no artigo 7º, § 2º, da Lei nº 9.868/99.
É o relatório, do qual deverão ser extraídas cópias para envio aos 
Senhores Ministros desta Corte.
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ADI 5163 / GO 
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 17.882/2012, DO ESTADO 
DE GOIÁS. SERVIÇO DE INTERESSE MILITAR VOLUNTÁRIO 
(SIMVE). INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. LEI 
ESTADUAL QUE CONTRARIA NORMAS GERAIS EDITADAS 
PELA UNIÃO. PREVISÃO GENÉRICA E ABRANGENTE DE 
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA: OFENSA AOS ARTS. 37, II E 
IX, DA CONSTITUIÇÃO. DELEGAÇÃO DA SEGURANÇA 
PÚBLICA A AGENTES NÃO ESTATAIS: IMPOSSIBILIDADE.
1. Não pode lei estadual dispor, fora das peculiaridades locais e 
de sua competência suplementar, contrariamente ou sobre normas 
próprias de lei geral, sob pena de inconstitucionalidade formal por 
invasão de competência legislativa da União.
2. Ingresso nos quadros efetivos da polícia militar e do corpo de 
bombeiro militar dos Estados, do Distrito Federal e dos territórios 
deve ser precedido de concurso público.
3. É inconstitucional lei (federal, estadual, distrital ou 
municipal) que, para os fins do art. 37, IX, da Constituição da 
República, não preveja prazo determinado ou disponha de forma 
genérica e abrangente sobre hipóteses ensejadoras de contratação 
temporária. Precedentes.
4. O policiamento ostensivo, por ser atribuição própria da 
polícia militar (CR, art. 144, caput e § 5º), não pode ser delegado a 
quem não integre, efetivamente, a corporação militar.
5. Ratificação da petição inicial e parecer pela procedência do 
pedido.”.
Por fim, admiti o ingresso da Associação dos Subtenentes e 
Sargentos da PM e BM do Estado de Goiás - ASSEGO, e da Associação de 
Cabos e Soldados da PM e BM do Estado de Goiás - ACS/PM/BM-GO, na 
condição de amici curiae, eis que se acham atendidas, na espécie, as 
condições fixadas no artigo 7º, § 2º, da Lei nº 9.868/99.
É o relatório, do qual deverão ser extraídas cópias para envio aos 
Senhores Ministros desta Corte.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 80
Voto - MIN. LUIZ FUX
26/03/2015 PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.163 GOIÁS
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Conforme narrado, trata-
se de ação direta de inconstitucionalidade, aparelhada com pedido de 
medida liminar, tendo por objeto a Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 
2012, do Estado do Goiás, que institui o Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás, impugnada em face dos artigos 22, inciso XXI, 
37, inciso IX, e 144, caput, e § 5º, todos da Constituição da República.
I. Preliminar:
Admissibilidade da Ação Direta
Assento, de plano, a admissibilidade desta ação direta de 
inconstitucionalidade, ajuizada em face da Lei Estadual nº 17.882/2012, 
ato normativo evidentemente primário, geral e abstrato.
Além disso, é patente a legitimidade ativa ad causam do requerente, o 
Procurador-Geral da República, para deflagrar o processo de controle 
concentrado de constitucionalidade, na forma do art. 103, VI, da 
Constituição de 1988. Registro, ainda, que a legitimidade do PGR é do 
tipo universal, dispensando, bem por isso, qualquer demonstração de 
pertinência temática para com o conteúdo material do ato normativo 
impugnado.
Destarte, conheço da ação direta de inconstitucionalidade e passo ao 
exame de mérito.
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26/03/2015 PLENÁRIO
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 5.163 GOIÁS
V O T O
O SENHOR MINISTRO LUIZ FUX (RELATOR): Conforme narrado, trata-
se de ação direta de inconstitucionalidade, aparelhada com pedido de 
medida liminar, tendo por objeto a Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 
2012, do Estado do Goiás, que institui o Serviço de Interesse Militar 
Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado de Goiás, impugnada em face dos artigos 22, inciso XXI, 
37, inciso IX, e 144, caput, e § 5º, todos da Constituição da República.
I. Preliminar:
Admissibilidade da Ação Direta
Assento, de plano, a admissibilidade desta ação direta de 
inconstitucionalidade, ajuizada em face da Lei Estadual nº 17.882/2012,ato normativo evidentemente primário, geral e abstrato.
Além disso, é patente a legitimidade ativa ad causam do requerente, o 
Procurador-Geral da República, para deflagrar o processo de controle 
concentrado de constitucionalidade, na forma do art. 103, VI, da 
Constituição de 1988. Registro, ainda, que a legitimidade do PGR é do 
tipo universal, dispensando, bem por isso, qualquer demonstração de 
pertinência temática para com o conteúdo material do ato normativo 
impugnado.
Destarte, conheço da ação direta de inconstitucionalidade e passo ao 
exame de mérito.
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 17 de 80
Voto - MIN. LUIZ FUX
ADI 5163 / GO 
II. Mérito.
O ato impugnado: a Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado 
de Goiás
II.1. INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL 
Primeiramente, por entender que a vexata quaestio reflete temática de 
densidade constitucional, pois reclama, como pano de fundo, a análise da 
obrigatoriedade do concurso público (art. 37, II, CRFB/88) para o ingresso 
no quadro da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar dos 
Estados da Federação, começo meu voto enfrentando o alegado vício de 
inconstitucionalidade material da norma, não sem antes realizar uma 
breve digressão histórica para contextualizar a criação do referido Serviço 
de Interesse Militar Voluntário Estadual – SIMVE no Estado de Goiás 
(objeto da lei impugnada).
Segundo informações prestadas pelo Presidente da Comissão de 
Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia 
Legislativa do Estado de Goiás (Ofício nº 077/2014 - eDoc. 2 – fl. 4), a Lei 
nº 17.866/2012 entrou em vigor, no dia 19 de dezembro de 2012, para 
solucionar a falta de quadros e a total desestruturação da Polícia Militar 
do Estado. O citado diploma fixou o efetivo da PM em 30.741 militares 
(art. 1º), a ser recomposto num prazo de dez anos (art. 3º)1.
Antes mesmo da entrada em vigor da referida lei, e visando a 
concretizar tal comando, o governo estadual lançou concurso público de 
provas e títulos para 1.050 vagas, e cadastro de reserva, para o posto de 
“Soldado QPPM de 2ª Classe”. Concluído o concurso, o edital de 
1 Merece ênfase, nesse ponto, o fato de que a carência de 
policiais é tamanha que o efetivo estimado em abril de 2014 não 
ultrapassava a marca de 12.800 policiais, ou seja, quase 1/3 do que 
almejado. 
2 
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ADI 5163 / GO 
II. Mérito.
O ato impugnado: a Lei nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado 
de Goiás
II.1. INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL 
Primeiramente, por entender que a vexata quaestio reflete temática de 
densidade constitucional, pois reclama, como pano de fundo, a análise da 
obrigatoriedade do concurso público (art. 37, II, CRFB/88) para o ingresso 
no quadro da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar dos 
Estados da Federação, começo meu voto enfrentando o alegado vício de 
inconstitucionalidade material da norma, não sem antes realizar uma 
breve digressão histórica para contextualizar a criação do referido Serviço 
de Interesse Militar Voluntário Estadual – SIMVE no Estado de Goiás 
(objeto da lei impugnada).
Segundo informações prestadas pelo Presidente da Comissão de 
Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia 
Legislativa do Estado de Goiás (Ofício nº 077/2014 - eDoc. 2 – fl. 4), a Lei 
nº 17.866/2012 entrou em vigor, no dia 19 de dezembro de 2012, para 
solucionar a falta de quadros e a total desestruturação da Polícia Militar 
do Estado. O citado diploma fixou o efetivo da PM em 30.741 militares 
(art. 1º), a ser recomposto num prazo de dez anos (art. 3º)1.
Antes mesmo da entrada em vigor da referida lei, e visando a 
concretizar tal comando, o governo estadual lançou concurso público de 
provas e títulos para 1.050 vagas, e cadastro de reserva, para o posto de 
“Soldado QPPM de 2ª Classe”. Concluído o concurso, o edital de 
1 Merece ênfase, nesse ponto, o fato de que a carência de 
policiais é tamanha que o efetivo estimado em abril de 2014 não 
ultrapassava a marca de 12.800 policiais, ou seja, quase 1/3 do que 
almejado. 
2 
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Voto - MIN. LUIZ FUX
ADI 5163 / GO 
aprovação, publicado em 26.09.2013, resultou em 3.242 candidatos aptos e 
recomendados em todas as etapas.
Ocorre que, 15 dias após a publicação da lei que fixou o efetivo da 
Polícia Militar do Estado de Goiás, foi publicada a lei ora impugnada, Lei 
nº 17.882, de 27 de dezembro de 2012, do Estado do Goiás, que instituiu o 
Serviço de Interesse Militar Voluntário Estadual (SIMVE) na Polícia 
Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. 
Essa lei, a pretexto de ter fundamento de validade em lei federal (art. 
4º da Lei 4.735/1964), instituiu uma classe de policiais temporários, cujos 
integrantes, após serem aprovados em seleção e em curso de formação, 
passam a ocupar cargo de natureza policial militar - soldado de 3º classe 
(art. 4º). Estes temporários são remunerados por subsídio (arts. 14 e 15) e 
se sujeitam “à legislação militar e às normas específicas da Polícia Militar e do 
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás” (arts. 4º e 22).
Nesse contexto, e pela própria leitura da lei, percebe-se que, em 
verdade, o que se intentou foi a realização de um corte de gastos, ou 
melhor, uma redução expressiva de custos relacionados com a segurança 
pública no Estado. Ao possibilitar que voluntários tenham funções de 
policiamento repressivo e preventivo, além de terem direito a usar os 
uniformes, insígnias e emblemas utilizados pela Polícia Militar ou pelo Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado de Goiás, com a designação SV (art. 19), 
recebendo inclusive subsídio (arts. 14 e 15), a lei objetiva criar policiais 
temporários - disfarçados sob a classificação de policiais voluntários - 
para a execução de atividades militares, em detrimento à exigência 
constitucional do concurso público.
A Assembleia Legislativa Estadual, em suas informações, defende a 
constitucionalidade da medida aduzindo que “os militares são uma 
categoria especial de servidor público e não servidores públicos comuns sujeitos 
às regras gerais constitucionais, sendo que a própria Constituição traz uma série 
3 
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Supremo Tribunal Federal
ADI 5163 / GO 
aprovação, publicado em 26.09.2013, resultou em 3.242 candidatos aptos e 
recomendados em todas as etapas.
Ocorre que, 15 dias após a publicação da

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