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CP - 5-12.pptx
 Aula 5 e 6
Elementos Essenciais do Estado
(Elementos Constitutivos ou Pressupostos de Existência)
3
AULA 1
3
 Povo
4
AULA 1
4
 
Território
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AULA 1
17
 Soberania
24
AULA 1
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Elemento humano
É conjunto de pessoas que mantêm um vínculo jurídico-político com o Estado, ou seja, um grupo vinculado (no país ou exterior) pela lei a um território dotado de soberania.
Não há Estado sem povo, e quem determina se alguém faz parte ou não do povo de um Estado é o Direito, logo...
a nacionalidade é um vínculo jurídico. Trata-se de um conceito de natureza jurídico-política. 
Povo não se confunde com os de população e nação.
5
AULA 1
Elemento humano
6
População é o conjunto de pessoas que se encontram em dado momento no território de um determinado Estado, sejam nacionais (vinculadas ao Estado em virtude do jus solis ou do jus sanguinis) ou estrangeiros ou apátridas.
A Constituição Federal, no caput do art. 5º, não diferenciou ou nacionais de outros Estados e os apátridas). 
Em suma, é um conceito numérico, estatístico ou demográfico. 
AULA 1
Elemento humano
7
Nação é o conjunto de pessoas que formam uma comunidade unida por laços históricos, culturais, lingüísticos, religiosos, de descendência, ou seja, uma realidade histórica, cultural, sociológica. 
Uma nação pode eventualmente formar um Estado, mas o Estado não precisa nunca de uma nação para se estabelecer. 
Exemplos: os judeus, antes da criação do Estado de Israel; tribos africanas desrespeitadas em sua unidade na divisão territorial da África pelo colonizador europeu.
AULA 1
Elemento humano
8
Cidadania: ao conceito de nacional, agrega-se a noção de cidadania, aplicável aos nacionais que desfrutam dos direitos políticos ativos (eleger representantes) e passivos (ser eleito). 
Vale recordar o pensamento de Rousseau, em sua obra "O Contrato Social": "os associados de um Estado tomam coletivamente o nome de povo e chamam-se em particular, cidadãos enquanto participantes na atividade soberana e súditos enquanto sujeitos às leis do Estado".
AULA 1
 Republicanismo
49
AULA 1
49
 
Aplicação Prática
56
AULA 1
56
 Aula 8
Separação das Funções de Poder
61
AULA 1
61
 
Aplicação Prática
73
AULA 1
73
 Aula 8
Sistemas de Governo
76
AULA 1
76
 Presidencialismo
77
AULA 1
77
 Parlamentarismos monárquico e republicano
86
AULA 1
86
 Parlamentarismo no Brasil
95
AULA 1
95
Elemento físico ou material
É o espaço dentro do qual este exerce a sua supremacia, projetando poder sobre pessoas e bens. 
O conceito de território é jurídico (uma vez que é a lei que o define) e não meramente geográfico. 
Seus limites internacionais, abrangem, além do espaço delimitado entre as fronteiras terrestres do Estado: o Mar Territorial (12 milhas náuticas); a Plataforma Continental (prolongamento do solo submerso); o solo e o subsolo; o espaço aéreo sobrejacente ao espaço terrestre e mar territorial; navios e aeronaves civis em alto-mar ou sobrevoando espaço aéreo internacional; e, navios e aeronaves militares onde quer que estejam.
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AULA 1
Características
Não existe Estado sem território. Se há privação definitiva dele, não há Estado.
O território delimita a ação soberana do Estado, notadamente no que diz respeito à projeção de sua ordem jurídica.
O território é objeto de direitos do Estado. Caso haja interesse do povo, o Estado poderia até, em tese, alienar uma porção dele. Poderia também projetar seu poder sobre a propriedade privada, usando-a sem limitação.
19
AULA 1
Características
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (princípio da indissolubilidade do vínculo federativo)
***
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
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AULA 1
Domínios
Domínio Terrestre: território brasileiro + recursos naturais da Plataforma Continental
 Domínio Hídrico: águas internas + Mar Territorial 
 Domínio Aéreo: espaço aéreo superjacente ao território brasileiro e Mar Territorial
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AULA 1
Sinopse
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C
O
N
T
I
N
E
N
T
E
MAR TERRITORIAL
ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA
ZONA CONTÍGUA
12 M/N
24 M/N
ALTO-MAR
200 M/N
AULA 1
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Plataforma Continental
AULA 1
Elemento formal ou subjetivo
O conceito de soberania só foi definido a partir do século XVI, à época derivado da ideia de supremacia e do absolutismo, mas até hoje não há no Direito Internacional um termo mais embaraçoso do que soberania.
Especialmente se consideramos, nos dias atuais, o movimento de globalização.
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AULA 1
Elemento formal ou subjetivo
Alguns autores identificam esse terceiro elemento com o Poder Político e outros com o Governo (conjunto de órgãos públicos que presidem a vida política do Estado). 
Para a existência de um Estado, não basta existir um Governo, pois é indispensável que as autoridades constituídas projetem o poder no plano interno e no plano externo. 
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AULA 1
Elemento formal ou subjetivo
No plano externo, soberania é o poder absoluto em um território determinado, apto a negar a intervenção de um poder político estrangeiro. 
No plano interno, a soberania materializa-se no poder de autodeterminação jurídica e política, por intermédio de governo, instituições e Constituição próprias. Projeta-se sobre o povo e sobre os não cidadãos que se encontram no território.
Todavia a justificação e titularidade da soberania é resultado de duas correntes doutrinárias: a teocrática e a democrática. 
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AULA 1
Doutrinas Teocráticas
Doutrina da Natureza Divina dos governantes: é a mais exagerada e rigorosa pois faz dos governantes deuses vivos. Exemplos: Egito, à época dos faraós; o Império Romano; o Japão, até o fim da 2ª Guerra Mundial.
Doutrina da Investidura Divina: os governantes permanecem na condição humana, mas reputam-se delegados diretos e imediatos de Deus. O soberano é responsável unicamente perante Deus e sua coroa não deriva de ninguém senão Deus, que lhe outorga o direito exclusivo de fazer leis. Exemplo: a França, de Luiz XIV e XV.
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AULA 1
Doutrinas Teocráticas
Doutrina da Investidura Providencial: admite a origem divina do poder, o qual se legitima na pessoa do soberano, apto a observar o bem comum. Representa o espírito da igreja cristã, originada do pensamento apostólico e de São Tomás de Aquino. Distingue o princípio do poder, de direito divino, do modo como se adquire esse poder e do uso que dele faz o soberano, os quais são de direito humano.
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AULA 1
Doutrinas Democráticas
Doutrina da Soberania Popular: baseia-se na fragmentação da soberania pelos cidadãos. Cada um detém uma fração ou parcela, logo deve participar ativamente na escolha dos governantes. "Se o Estado for composto de dez mil cidadãos, cada um deles terá a décima milésima parte da autoridade soberana", dizia Rousseau, e isso determina a igualdade política sustentada no sufrágio universal.
Doutrina da Soberania Nacional: a participação política é limitada àqueles que a Nação conferia a escolha dos governantes. A Nação é a única e exclusiva depositária da autoridade soberana, e esta é una e indivisível.
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AULA 1
Características
Inalienável: ela é inalienável por ser o exercício da vontade geral, não podendo esta se alienar e nem mesmo ser representada por quem quer que seja. O Estado que a detém desaparece quando ficar sem ela. 
Indivisível: é indivisível
porque a vontade só é geral se houver a participação do todo. É inadmissível a existência de várias partes separadas da mesma soberania.
Imprescritível: porque não possui prazo certo de duração.
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AULA 1
Características
É poder originário: porque nasce no próprio momento em que nasce o Estado. 
É exclusiva: porque só o Estado a possui.
É incondicionada: porque só encontra limites postos pelo próprio Estado. No plano externo, só admite limitações internacionais se aceitas voluntariamente, em conformidade com o Direito Internacional.
É coativa: uma vez que o Estado não só ordena, mas dispõe de meios para fazer cumprir suas ordens coativamente.
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AULA 1
Caso Concreto 5
Leia o texto e justifique a afirmação de Lord Cannig tendo como referência o conceito clássico de soberania e o imperialismo inglês no século XIX.
Na década de 1820, a maioria dos países latino-americanos obtém a Independência política. A emancipação política foi, antes de mais nada, resultado da ação dos “crioulos”. 
Em 1824, referindo-se a Independência, Lord Cannig – ministro das relações exteriores da Inglaterra – afirmou: “A América Espanhola é livre, se nós não planejarmos mal nossos interesses, ela é inglesa”.
34
AULA 1
Padrão
O conceito clássico de soberania, como o poder único e ilimitado de condução da vida política do Estado, no seu aspecto interno, e que estabeleceria relações de coordenação com outros entes soberanos, no seu aspecto externo, já não seria suficiente para explicar, na realidade do século XIX, as relações internacionais no contexto de influência do imperialismo britânico. 
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AULA 1
Caso Concreto 6
Leia o trecho abaixo e responda:
“Os belgas não se entendem entre si e já se teriam separado em países diferentes não fossem o seu rei e, mais recentemente, a adoção de uma forma de governo federativa, em que a Valônia, Flandres e Bruxelas têm grande autonomia política e administrativa em relação ao governo nacional, além do surgimento e fortalecimento da União Europeia, que faz com que os belgas se sintam cada vez mais membros de uma comunidade europeia multicultural e multilíngue, e menos belgas, o que ajuda a diluir seus antagonismos internos”. RICARDO C. COELHO. Adaptado de Os franceses. São Paulo: Contexto, 2007. 
A compreensão da situação relatada no texto e representada em termos espaciais no mapa somente é possível a partir da distinção entre conceitos importantes para a Ciência Política. Quais conceitos são estes? Justifique a sua resposta.
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AULA 1
Padrão
Estado Territorial x Nação/Identidade Nacional. 
O contexto belga é um exemplo de Estado Territorial de caráter multinacional - no caso, binacional. 
A Bélgica abriga flamengos e valões, nações com identidades próprias e com razoável antagonismo que ameaça fragmentar territorialmente o país.
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AULA 1
Introdução
A classificação mais antiga das formas de governo é a de Aristóteles, que se baseava no número de governantes ou delegatários do poder:
Monarquia ou Realeza (governo de um só)
Aristocracia (governo de alguns, de poucos, dos melhores, de um grupo relativamente reduzido em relação ao todo)
Democracia (governo exercido pelos cidadãos, pela multidão no interesse geral)
AULA 1
Introdução
Cada uma dessas formas pode degenerar, quando quem governa esquece o interesse geral e passa a se orientar pelo interesse pessoal:
Realeza ou Monarquia degenera em Tirania (que despreza a ordem jurídica e a participação do povo nas decisões políticas)
Aristocracia degenera em Oligarquia (ou Plutocracia, Despotismo: que governa no interesse do seu grupo) 
Democracia degenera em Demagogia (governo dos ignorantes, que não são guiados pelo bem comum)
AULA 1
Introdução
41
Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio (1531)
O ponto de partida é um estado anárquico, que teria caracterizado o início da vida humana em sociedade.
Para se defenderem melhor, os homens escolheram os mais robustos e valorosos para guiá-los, nomeando-o chefe e obedecendo-o. Percebendo que as qualidades não eram bastantes ao um bom chefe, escolheram um justo e sensato. Essa monarquia eletiva converteu-se em hereditária e algum tempo depois os herdeiros degeneraram e deram origem a tirania.
Os que tinham mais riqueza, nobreza e ânimo valoroso se organizaram e se apoderaram do governo instaurando a aristocracia, orientada para o bem comum. Mas seus descendentes, que não haviam sofrido os males da tirania, passaram a usar o governo em proveito próprio, degenerando para a oligarquia.
O povo, não suportando mais os descalabros da oligarquia e lembrando dos males da tirania, destituiu os oligarcas e resolveu governar-se a si mesmo, surgindo a democracia. Mas o próprio povo sofreu um processo de degeneração e cada um passou a utilizar a condição de participante do governo em proveito pessoal. 
E isto gerou a anarquia, voltando-se ao estado original e recomeçando-se o ciclo.
AULA 1
Introdução
A partir da constituição do Estado Moderno teremos duas formas de Governo possíveis:
Governo Monárquico.
Governo Republicano.
AULA 1
Exercício da Autoridade
Na forma monárquica a autoridade é exercida por um soberano. 
AULA 1
Características Principais
Vitaliciedade
Significa dizer que o governante reina até sua morte. 
AULA 1
Características Principais
Hereditariedade
 
Após a morte do monarca, a sua autoridade e seu reino são imediatamente transferidos ao herdeiro legítimo, normalmente o primogênito.
AULA 1
Características Principais
Irresponsabilidade
Significa dizer que o rei não presta contas de seus atos a nenhum outro poder, seja interno ou externo ao seu reino.
AULA 1
Exercício da Autoridade
A forma republicana adota a ideia de maioria para a formação da vontade coletiva, que vai escolher um indivíduo ou um colegiado para exercer a autoridade
AULA 1
Histórico Conceitual
O principal filósofo antigo a pensar a república foi o orador romano Cícero (106 a.C. – 43 a.C.) na obra “Da República” . 
A palavra república vem do latim, e quer dizer, literalmente, coisa pública (res = coisa)
Para Cícero a república era aquela associação de homens orientada por interesses comuns e dirigida por leis reconhecidas por todos.
AULA 1
Histórico Conceitual
A visão dualista em Monarquia e República foi defendida mais modernamente por Maquiavel.
AULA 1
Características Principais
Temporariedade
 
Aquele que governa o faz por tempo determinado, em um mandato, proibindo-se reeleições sucessivas.
AULA 1
Características Principais
Eletividade
 
O Chefe de Governo é eleito pelo povo, garantindo sua representatividade popular.
AULA 1
Características Principais
Responsabilidade
Aquele que governa presta contas de seus atos, diretamente ao povo ou a um órgão de representação popular. 
AULA 1
Caso Concreto 7
"Art. 2- O pretendido direito de dispensar as leis ou de execução das leis pela autoridade real, como foi usurpado e exercido ultimamente, é contrário às leis.”
"Art. 3 - O imposto em dinheiro para uso da Coroa, sob pretexto de prerrogativas reais sem que haja concordância por parte do Parlamento, é contrário às leis." 
Os trechos anteriores foram retirados da DECLARAÇÃO DOS DIREITOS, elaborada em 1689, após a Revolução Gloriosa. 
Pergunta-se, que forma de governo foi implantada após esta revolução? Justifique a resposta.
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AULA 1
Padrão
A forma de governo implantada após a Revolução Gloriosa foi a Monarquia Parlamentarista, uma vez que os artigos 2 e 3 da Declaração de Direitos, expostos acima, relatam o modelo de administração de uma sociedade feita por um conjunto de pessoas, ou seja, o parlamento. 
A autoridade real ainda existe, sendo ele o chefe de Estado, mas com atribuições executivas limitadas, o seu poder menor do que a Declaração de Direitos, não podendo este escolher dispensar ou executar leis; ou determinar direcionamento
nos impostos em dinheiro sem o consentimento do Parlamento. Os trechos anteriores foram retirados da DECLARAÇÃO DOS DIREITOS, elaborada em 1689, após a Revolução Gloriosa. 
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AULA 1
Questão Objetiva
Leia o texto e marque a opção correta.
"Visto que as palavras constituição e governo significam a mesma coisa, visto que o governo é autoridade suprema nos Estados e que forçosamente esta autoridade suprema deve repousar nas mãos de um só, ou de vários, ou de uma multidão, segue-se que desde que um só, ou vários, ou a multidão usem da autoridade com vistas ao interesse geral, a constituição é pura e sã, forçosamente; ao contrário, se se governa com vistas ao interesse particular, isto é, ao interesse de um só, ou de vários, ou da multidão, a constituição é viciada e corrompida; porque de duas coisas uma: é preciso declarar que os cidadãos não participam do interesse geral, ou dele participam". 
É sequência lógica da premissa lançada no parágrafo acima, extraído de A Política (livro III, capítulo V), que, na tipologia aristotélica das formas de governo, 
a) são levados em consideração, simultaneamente, o escopo do governo e o número de homens que governam, de forma que o governo de um só tanto pode assumir uma forma pura (monarquia).
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AULA 1
Questão Objetiva
b) são formas corrompidas aquelas em que o interesse particular prevalece sobre o interesse geral, tal como ocorre na monarquia, aristocracia e demagogia
c) consideram-se puras as formas em que os cidadãos participam do interesse geral, o que ocorre apenas na república (governo de número reduzido ou vários homens
d) a participação dos cidadãos no interesse geral determina a pureza da forma de governo, que será boa na medida em que possua leis justas, residindo a soberania nestas, e jamais nos governantes, sejam estes poucos (oligarquia e aristocracia)
e) a prevalência do interesse particular sobre o interesse geral acarreta a produção de leis injustas, fenômeno este presente sempre que o governo é ocupado por um só ou poucos homens (monarquia e oligarquia, respectivamente
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AULA 1
 Princípio da Democracia
Um dos princípios fundamentais da democracia contemporânea é o da separação de poderes
AULA 1
Fundamentos
A ideia da separação de poderes busca evitar a concentração absoluta de poder nas mãos do soberano, comum no Estado absoluto que precede as revoluções burguesas, fundamenta-se essencialmente nas teorias de John Locke e de Montesquieu.
AULA 1
Fundamentos
Imaginou-se um mecanismo onde cada uma das funções do Estado seria de responsabilidade de um órgão ou de um grupo de órgãos.
AULA 1
Fundamentos
Este mecanismo será aperfeiçoado posteriormente com a criação de mecanismo de freios e contrapesos, onde estes três poderes que reúnem órgãos encarregados primordialmente de funções legislativas, administrativas e judiciárias pudessem se controlar.
AULA 1
Fundamentos
Os três poderes são autônomos, mas ao mesmo tempo, interdependentes.
No contexto de um Estado Democrático de Direito, é a Constituição que cria mecanismos jurídicos que sustentam a harmonia entre os Poderes do Estado (CF, art. 2º), ensejam a eficaz tutela dos direitos fundamentais (CF, art. 5º). 
AULA 1
Fundamentos
Outra ideia equivocada a respeito da separação de poderes é a de que os poderes não podem, jamais, intervir no funcionamento do outro. 
AULA 1
Checks and balances
A forma de nomeação dos ministros do STF, dos Tribunais Superiores (STJ, STM, TST, etc.) e dos Desembargadores nos Tribunais de Justiça;
O processo de impechmeant dos Chefes do Executivo; 
A forma de se processar os legisladores nos crimes comuns; 
A forma de se processar os Ministros do STF e Desembargadores nos crimes de responsabilidade; 
Se o Presidente da República não pode interferir nos trabalhos legislativos, para obter aprovação de seus projetos, pode ele marcar prazo para sua apreciação (CF, art. 64 e parágrafos);
AULA 1
Checks and balances
Se os Tribunais não podem influir no Legislativo, são autorizados a declarar a inconstitucionalidade das leis, não as aplicando neste caso;
As Medidas Provisórias e as Leis Delegadas expedidas pelo Presidente da República; 
A dinâmica (fases) adotada em nosso Processo Legislativo.
O Legislativo inicia o processo legislativo, mas o Executivo também pode fazer esse papel, inclusive com iniciativa exclusiva em alguns casos.
O Legislativo pode emendar e rejeitar projetos do Executivo.
O Chefe do Executivo tem o poder de veto.
O Legislativo, por maioria absoluta, pode rejeitar o veto e promulgar a lei caso o Chefe do Executivo não o faça.
AULA 1
Outros Órgãos de Fiscalização 
Com a evolução do Estado moderno, percebemos que a idéia de tripartição de poderes se tornou insuficiente para dar conta das necessidades de controle democrático do exercício do poder.
Era necessário superar a ideia de 3 poderes, para chegar a órgãos autônomos voltados para o controle do poder por eles exercido.
Esta ideia se afirma em uma prática diária de órgãos de fiscalização essenciais a democracia como os Tribunais de Contas e principalmente o Ministério Público. 
AULA 1
Ministério Público
O Ministério Público recebeu na Constituição de 1988 uma autonomia especial, que lhe permite proteger, fiscalizando o respeito a lei e a Constituição, e logo, os direitos fundamentais da pessoa, o patrimônio publico, histórico, o meio ambiente, o respeito aos direitos humanos etc.
Para exercer de forma adequada as suas funções constitucionais o Ministério Público não pode estar vinculado a nenhum dos poderes tradicionais.
AULA 1
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Tribunais de Contas
Controle Externo:
Compete ao Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas, que examina e emite parecer prévio sobre as contas da administração. O parecer não vincula o CN
É realizado a posteriori, iniciando-se depois de praticado o ato administrativo ou de encerrado o exercício financeiro. 
As decisões e pareceres dos TC e os julgamentos do Legislativo que consideram as contas como irregulares, devem ser enviados ao MP, com vistas à instauração do inquérito civil e da ação civil pública para apurar responsabilidades e promover o ressarcimento do erário.
AULA 1
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Caso Concreto 8
Leia o texto abaixo e estabeleça quais são as diferenças entre o sistema presidencialista e parlamentarista.
O Parlamentarismo estabelece a primazia do Parlamento no governo: caberia ao Parlamento, portanto, não só o poder Legislativo, mas também o Executivo, liderado por um primeiro-ministro eleito por maioria parlamentar de seu partido. Caso seu partido perca a maioria parlamentar, o primeiro-ministro é substituído por outro parlamentar membro do partido de maior sustentação (maioria) no parlamento.
No Brasil, a prática parlamentarista chegou a ser estabelecida em dois período históricos distintos: no período imperial e no período republicano.
No Brasil Imperial, a prática parlamentarista entra em vigor no 2(Reinado, no período entre os anos de 1847 e 1889. O presidente do Conselho de Ministros, um membro do partido majoritário no Parlamento, é indicado pelo Imperador. No entanto, os preceitos do Parlamentarismo neste período são relativizados pelo poder do Imperador. Através da Constituição então vigente, era concedido ao Imperador um tipo de poder bastante particular: o Poder Moderador concedia ao Imperador o direito de fechar a Câmara e convocar novas eleições, agindo de acordo com suas tendências políticas pessoais. 
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AULA 1
Caso Concreto 8
Portanto, no caso de queda do partido mais próximo às tendências políticas imperiais, o Imperador poderia favorecer seu partido através do fechamento da Câmara. Esta prática parlamentar chegou ao fim com o advento da República no Brasil, em 1889.
A segunda experiência parlamentarista no Brasil durou pouco mais de um ano, tendo sido implantada também de maneira "artificial", em 1961: a renúncia de Jânio Quadros
ao cargo da presidência da República levaria João Goulart, o vice-presidente, ao governo. No entanto, alguns setores políticos e militares não aderem à posse de Goulart: o regime parlamentarista híbrido foi imposto como condição sine qua non para a posse do presidente. O presidencialismo, um ano mais tarde, foi resgatado através do plebiscito conclamado por Goulart, realizado em janeiro de 1963.
Mais recentemente, a Constituição de 1988 previu um plebiscito a ser realizado em 1993 para a escolha sobre regime (República ou Monarquia) e forma de governo (Presidencialismo ou Parlamentarismo). Não houve alteração do regime e forma de governo através deste plebiscito, que confirmou a manutenção do sistema de governo preexistente. Disponível em: http://www.algosobre.com.br/historia/parlamentarismo-no-brasil.html>
Acessado em: 12/12/2013.
75
AULA 1
Características principais
O Presidente da República é Chefe de Estado e Chefe de Governo. É típico das Repúblicas.
O Presidente na República ocupa simultaneamente as duas chefias.
Ao mesmo tempo, preside a nação e a representa internacionalmente enquanto chefe de Estado, bem como administra e desenvolve diretrizes do Executivo para o Estado, enquanto chefe de Governo.
AULA 1
Características principais
A chefia do Executivo é unipessoal.
Significa que cabe ao Presidente exercer sozinho ou com a ajuda de auxiliares escolhidos por ele o Poder Executivo, cabendo-lhe ditar as diretrizes da administração e do desenvolvimento do Estado.
AULA 1
Características principais
O Presidente da República é escolhido pelo povo
O povo elege diretamente, como no Brasil, ou indiretamente, como nos EUA (através de colégios eleitorais), ou seja, o povo participa de alguma forma da escolha do Chefe de Estado e de Governo.
AULA 1
Características principais
O Presidente da República é escolhido por um prazo determinado
Para evitar a perpetuidade do exercício arbitrário do poder do Estado, o presidencialismo foi moldado para que o presidente, após eleito, tivesse um tempo determinado para exercer a função de presidente. 
AULA 1
Características principais
O Presidente da República tem poder de veto
Para manter o sistema de “freios e contrapesos”, o Presidente pode vetar no todo ou em parte um projeto de lei aprovado pelo Legislativo.
Cabe ao Legislativo apreciar novamente as partes vetadas, ou o todo, e reavaliar se o veto foi bem aplicado. Em caso de negativa, o Congresso publicará e tornará vigente e válida a lei, mesmo contrariando a decisão do Presidente da República.
AULA 1
Características principais
Em alguns Estados que adotam o sistema, poderá ocorrer uma sobreposição do Poder Executivo em relação ao Legislativo e ao Judiciário
Na maioria dos Estados que adota a República presidencialista, o Poder Executivo acaba em algumas circunstâncias se sobrepondo ao Poder Legislativo e ao Judiciário.
AULA 1
Outras características
O Presidente da República não depende da confiança do órgão do Poder Legislativo para sua investidura e exercício;
O órgão do Poder Legislativo (Congresso, Assembléia, Câmara) tem membros eleitos para um mandato fixo e não está sujeito à dissolução;
As relações entre os Poderes Legislativo e Executivo são mais rígidas, prevalecendo o princípio da divisão de poderes independentes e autônomos, embora possam (ou devam) ser harmônicos
AULA 1
Outras características
Os Ministros ou Secretários de Estado são simples auxiliares do Presidente da República, que os nomeia e exonera ao seu livre alvedrio;
Um eventual plano de governo, mesmo que aprovado por lei, depende exclusivamente da coordenação do Presidente da República, que o executará ou não, bem ou mal, sem dar satisfação jurídica a outro Poder (a não ser as prestações de contas financeiras e orçamentárias anuais, a posteriori). 
Se o Presidente executa mal o plano de governo, ou mesmo não executa, continuará Presidente da República e os Ministros continuarão Ministros enquanto gozarem da confiança exclusiva do Chefe do Executivo.
AULA 1
Introdução
Parlamentarismo é um sistema de governo em que o Poder Legislativo (Parlamento) oferece a sustentação política (apoio direito ou indireto) para o Poder Executivo, que geralmente é exercido por um Primeiro-Ministro ou Chanceler. 
Logo, o Poder Executivo necessita do poder do Parlamento para ser formado e também para governar. 
AULA 1
Características principais
É típico das monarquias constitucionais, de onde se estendeu às Repúblicas européias e ao resto do mundo;
O Poder Executivo se divide em duas partes: um Chefe de Estado, exercido pelo Monarca ou pelo Presidente da República; e um Primeiro-Ministro ou Chanceler ou Presidente do Conselho, como Chefe do Governo que é exercido pelo Conselho de Ministros;
AULA 1
Características principais
O governo é um corpo coletivo orgânico, logo as medidas governamentais implicam a atividade e o engajamento de todos os Ministros e Ministérios;
O Primeiro-Ministro é indicado (ou mesmo nomeado) pelo Monarca ou Presidente da República, e os demais Ministros são indicados ou nomeados pelo Primeiro-Ministro (ou indicado por este e nomeado pelo Presidente da República). 
Todavia, a investidura definitiva e a permanência de todos nos cargos depende da confiança do órgão do Legislativo;
AULA 1
Características principais
A aprovação do Primeiro-Ministro e de seu Conselho de Ministros pelo Legislativo se faz pela aprovação de um plano de governo por eles apresentado. 
Logo, o órgão do Legislativo assume responsabilidade de governo ao aprovar o plano, empenhando-se politicamente perante o povo;
O Poder Legislativo assume funções político-governamentais mais amplas, e se transforma em Parlamento, na medida em que compreende também os membros do governo: o Primeiro-Ministro e o Conselho de Ministros, sejam ou não parlamentares;
AULA 1
Características principais
O governo é responsável ante o Parlamento, o que significa que o governo depende de seu apoio e confiança para governar. O Parlamento é responsável perante os eleitores, de sorte que a responsabilidade política se realiza do governo para com o Parlamento e deste para com o povo. 
Se o Parlamento retirar a confiança do governo, ele cai, exonera-se, porque tem investidura de confiança; perdida esta, por intermédio de um voto de censura ou moção de desconfiança, exonera-se para dar a outro governo; 
AULA 1
Características principais
Porém, em vez da exoneração dos membros do governo que perdeu a confiança do Parlamento, pode-se preferir apurar a confiança do povo e, então, utiliza-se o mecanismo da dissolução do órgão Legislativo, convocando-se eleições extraordinárias para a formação de outro Parlamento em torno da questão que gerou a crise, tudo sem traumas e forma flexível.
As quedas ocorrem menos pela falta de confiança parlamentar, menos em decorrência de votos de censura e moções de desconfiança, do que pelo desfazimento de coligações partidárias.
AULA 1
Principal vantagem
O sistema parlamentarista é mais flexível que o presidencialista. 
Em caso de crise política, o Primeiro-Ministro pode ser trocado com rapidez e o Parlamento pode ser destituído. 
No caso do presidencialismo, o presidente cumpre seu mandato até o fim, mesmo havendo crises políticas.
AULA 1
Modelos
São duas formas: parlamentarismo republicano ou monárquico.
Na República Parlamentarista, o Chefe de Estado, com poder de governar, é um Presidente eleito pelo povo e nomeado pelo parlamento, por tempo determinado.
Nas Monarquias Parlamentaristas, o Chefe de Estado é o Monarca, que assume de forma hereditária. Neste último caso, o Chefe de Governo, que governa de fato, é um Primeiro-Ministro, também chamado de Chanceler.
AULA 1
Períodos
No Brasil, a prática parlamentarista chegou a ser estabelecida em dois períodos históricos distintos: no período imperial e no período republicano.
AULA 1
Período Imperial
No Brasil
Imperial, a prática parlamentarista entra em vigor no 2º.Reinado, no período entre os anos de 1847 e 1889. 
O presidente do Conselho de Ministros (do partido majoritário) era indicado pelo Imperador. Todavia, em função do Poder Moderador, o modelo parlamentarista é relativizado, já que concedia ao Imperador o direito de fechar a Câmara e convocar novas eleições, agindo de acordo com suas tendências políticas pessoais. 
Assim, por exemplo, no caso de queda do partido mais próximo às tendências políticas imperiais, o Imperador poderia favorecer seu partido através do fechamento da Câmara. 
AULA 1
Período Republicano
A segunda experiência parlamentarista durou pouco mais de um ano, tendo sido implantada também de maneira "artificial", em 1961 após a renúncia de Jânio Quadros, que levaria João Goulart, o vice-presidente, ao governo. 
Alguns setores políticos e militares não aderem à posse de Goulart e a condicionam à implantação de um regime parlamentarista híbrido. 
O presidencialismo, um ano mais tarde, foi resgatado através do plebiscito conclamado por Goulart, realizado em janeiro de 1963.
Plebiscito de 1994: escolha sobre regime (República ou Monarquia) e forma de governo (Presidencialismo ou Parlamentarismo)..
AULA 1
 Sistemas Híbridos
99
AULA 1
99
Sistemas Semipresidencialistas
Há um maior compartilhamento de funções entre o Chefe de Estado e o chefe de Governo. 
Na França e na Finlândia, por exemplo, cabe ao chefe de Estado a política externa e ao chefe de governo a política interna. Não segue modelo unificado.
Sistema de Governo Diretorial ou Colegial
É aquele em que todo o poder de Estado se concentra no Parlamento, sendo a função executiva exercida por uma junta governativa por delegação do mesmo Parlamento. 
Ex.: Suíça.
Sistemas Híbridos de Governo
AULA 1
CentroUniversitárioEstáciodaBahia
AULA 1
 
Aplicação Prática
102
AULA 1
102
Caso Concreto 9
Leia o texto abaixo e estabeleça quais são as diferenças entre o sistema presidencialista e parlamentarista.
O Parlamentarismo estabelece a primazia do Parlamento no governo: caberia ao Parlamento, portanto, não só o poder Legislativo, mas também o Executivo, liderado por um primeiro-ministro eleito por maioria parlamentar de seu partido. Caso seu partido perca a maioria parlamentar, o primeiro-ministro é substituído por outro parlamentar membro do partido de maior sustentação (maioria) no parlamento. No Brasil, a prática parlamentarista chegou a ser estabelecida em dois período históricos distintos: no período imperial e no período republicano. 
No Brasil Imperial, a prática parlamentarista entra em vigor no 2(Reinado, no período entre os anos de 1847 e 1889. O presidente do Conselho de Ministros, um membro do partido majoritário no Parlamento, é indicado pelo Imperador. No entanto, os preceitos do Parlamentarismo neste período são relativizados pelo poder do Imperador. Através da Constituição então vigente, era concedido ao Imperador um tipo de poder bastante particular: o Poder Moderador concedia ao Imperador o direito de fechar a Câmara e convocar novas eleições, agindo de acordo com suas tendências políticas pessoais. Portanto, no caso de queda do partido mais próximo às tendências políticas imperiais, o Imperador poderia favorecer seu partido através do fechamento da Câmara. Esta prática parlamentar chegou ao fim com o advento da República no Brasil, em 1889.
103
AULA 1
Caso Concreto 9
A segunda experiência parlamentarista no Brasil durou pouco mais de um ano, tendo sido implantada também de maneira "artificial", em 1961: a renúncia de Jânio Quadros ao cargo da presidência da República levaria João Goulart, o vice-presidente, ao governo. No entanto, alguns setores políticos e militares não aderem à posse de Goulart: o regime parlamentarista híbrido foi imposto como condição sine qua non para a posse do presidente. O presidencialismo, um ano mais tarde, foi resgatado através do plebiscito conclamado por Goulart, realizado em janeiro de 1963.
Mais recentemente, a Constituição de 1988 previu um plebiscito a ser realizado em 1993 para a escolha sobre regime (República ou Monarquia) e forma de governo (Presidencialismo ou Parlamentarismo). Não houve alteração do regime e forma de governo através deste plebiscito, que confirmou a manutenção do sistema de governo preexistente. 
Disponível em: <http://www.algosobre.com.br/historia/parlamentarismo-no-brasil.html>
104
AULA 1
 Aula 10 e 11
Regimes de Governo
105
AULA 1
105
 Democracia
106
AULA 1
106
Democracia, para os gregos, era o governo de muitos. Assim a definiram tanto Heródoto quanto Aristóteles – tanto a história quanto a filosofia. Era o governo de muitos, mas não da totalidade, pois nem todos possuiam direitos políticos.
O critério central a reter é este: o princípio de igualdade política, o elemento propriamente político da cidadania de base igualitária (igualitária, para os homens livres(!), que, no entanto, representavam a maioria da população na Atenas clássica).
Fora desse ambiente de liberdade política, não havia, para o espírito helênico, regime democrático.
Democracia Grega
AULA 1
Democracia queria dizer necessariamente governo pelo povo, não simplesmente para o povo, ou em seu nome. 
Os vários tiranos que as cidades gregas conheceram lideraram regimes com freqüência populares e até populistas – mas nem por isso nenhum espírito grego jamais os considerou governantes democráticos.
Na atualidade, a forma ideal seria uma espécie de democracia constitucional ou política, com a intervenção de todo o povo no governo. 
Democracia Moderna
AULA 1
Democracia Indireta ou Representativa
O povo escolhe seus representantes para o exercício dos poderes.
Democracia Participativa ou Semi-Direta
 O povo participa diretamente por mecanismos próprios de intervenção direta
PLEBISCITO
 Consulta popular anterior à norma
 Convocado por ato administrativo ou legislativo, nos termos da lei 9.709/1998
REFERENDO
 Consulta popular posterior à norma
 No Brasil, depende de expedição de decreto legislativo pelo Congresso Nacional para que seja realizado, nos termos da lei 9.709/1998.
Democracia Moderna
AULA 1
Democracia Participativa ou Semi-Direta
INICIATIVA POPULAR
Segundo o artigo 61, §2 da Constituição brasileira de 1988, regulamentado pela lei 9.709/1998, é permitido a apresentação de projetos de lei pelos poderes Legislativo, Executivo e pela iniciativa popular. Como segundo o TSE o número de eleitores do Brasil em julho de 2014 era de 141 milhões, o número mínimo de assinaturas para um projeto de iniciativa popular seria, portanto, 1.41 milhão.
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
Orçamento Participativo (OP) é um mecanismo governamental que permite aos cidadãos influenciar ou decidir sobre os orçamentos públicos, geralmente o orçamento de investimentos de prefeituras municipais, através de processos da participação da comunidade. Esses processos costumam contar com assembléias abertas e periódicas e etapas de negociação direta com o governo.
Democracia Moderna
AULA 1
 Totalitarismo e outros
111
AULA 1
111
Surge com o duplo objetivo de combater o liberalismo democrático
decadente e de reagir contra a infiltração comunista.
Na Alemanha, duas outras finalidades integravam o programa de ação do Partido Nacional Socialista: desvencilhar a Alemanha das cláusulas asfixiantes do Tratado de Versalhes e impor a supremacia da raça ariana.
Desenvolveu-se à sombra das instituições democráticas, sob a égide da Constituição de Weimar, ascendendo ao poder através das eleições de maio de 1933. A república alemã de Weimar era excessivamente liberal, o que propiciou o rápido desenvolvimento de um partido declaradamente subversivo, totalitarista e revestido de caráter militar. " MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 153.
Nazismo
AULA 1
Estabelece-se na Itália como um movimento político totalitário e totalizante, caracterizado
por ser uma saída do capital nacional ao crescimento das reivindicações comunistas, pela prática econômica coorporativa, por uma afirmação de uma identidade nacional italiana e pela expansão colonial.
Este movimento apresenta duas tendências ideológicas: uma revolucionária, que possui traços da cultura e das estéticas do século XIX (de D`Annunzio ao futurismo) e fundamenta-se sobre os mitos do progresso e do desenvolvimento pela indústria e pela técnica. E outra conservadora, que objetiva ser uma saída liberal autoritária para o restabelecimento da ordem social fraturada e contensão das classes populares.
Fascismo (italiano)
AULA 1
Inspirado na teoria marxista, como forma de transição entre o capitalismo e o comunismo. Nos estudos marxianos, é citado como Ditadura do Proletariado.
No plano político, surge materialmente no século XX a partir da Revolução Russa de 1917, com a ascensão bolchevista.
Caracteriza-se pela eliminação da propriedade privada dos meios de produção que são estatizadas. A economia é planificada: produção e distribuição são diretamente controladas pela
Ex.: Cuba e China.
Socialismo
AULA 1
Comunismo
O Estado é proprietário único, inclusive dos meios de trabalho, dirigindo verticalmente a produção e a distribuição.
No campo social, o Estado absorve todas as atividades, levando a sua concepção materialista ao ponto de impedir as tendências naturais de religiosidade, sob pretexto de que as manifestações espiritualistas, sejam quais forem, colidem fundamentalmente com a filosofia básica do Estado.
AULA 1
Anarquismo.
O Anarquismo se caracterizaria pela extinção do Estado como governo de pessoas, dando lugar a um simples sistema de administração do patrimônio comum.
AULA 1
Teo (Deus) + Cracia (Poder) em grego: poder de Deus. Afirma-se teocrático o regime que se fundamenta na religião.
Exemplos:
Vaticano – O papa (líder religioso) é o próprio chefe de estado e de governo.
Israel – Uma “semiteocracia”, pois a prática do judaísmo concede a cidadania.
Arábia Saudita – Nesta monarquia a constituição é o Alcorão e a Sharia (lei islâmica) são as leis infraconstitucionais.
Irã – Embora tenha uma constituição e o presidente seja eleito popularmente, a assunção do poder depende da aprovação dos líderes religiosos.
Teocracia
AULA 1
 
Aplicação Prática
118
AULA 1
118
Caso Concreto 10
“As instâncias do Poder, que os cidadãos acreditavam terem instalado democraticamente, estão, sob o peso da crítica, em vias de perder sua identidade. A opinião não lhes confere mais o certificado de conformidade que a legitimidade deles exige. Jürgen Habermas [...] vê nessa situação ‘um problema de regulação’. A opinião pública, abalada em suas crenças mais firmes, não dá mais sua adesão às regulações que o direito constitucional ou, mais amplamente, o direito positivo do Estado formaliza”. (GOYARD-FABRE, Simone. O que é democracia?. Trad. de Cláudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 202-203.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre os Estados Democráticos de Direito na contemporaneidade, pergunta-se: legalidade e legitimidade são categorias coincidentes nos estados democráticos?
a) A atual identidade das instâncias do poder é confirmada pela “crítica”.
b) Legalidade e legitimidade das instâncias de poder são coincidentes nos Estados Democráticos de Direito.
c) A regulação das instituições de poder deve ser independente da opinião pública.
d) A legitimidade das instâncias de poder deve ser baseada no direito positivo.
e) A opinião pública é que deve dar legitimidade às instâncias de poder.
119
AULA 1
Caso Concreto 11
O nacional-socialismo alemão e o fascismo italiano foram doutrinas e práticas políticas totalitárias. O totalitarismo caracteriza-se por estabelecer um Estado total, monolítico, que absorve, em seu interior, em sua organização, o todo da sociedade e suas instituições, controlando-a por inteiro; elimina, dessa maneira, a participação política pluralista. Tanto na Alemanha quanto na Itália, alguns filósofos contribuíram com a formação da ideologia do nazifascismo ou a ela se opuseram.
A leitura do trecho acima sugere a principal característica dos regimes totalitários como o Nazismo e o Fascismo. Identifique outras características.
120
AULA 1
 Aula 12
Formas de Estado
121
AULA 1
121
Estado Unitário
“Apresenta uma organização política singular com um governo único de plena jurisdição nacional, sem divisões internas que não sejam simplesmente de ordem administrativa. É o tipo normal, o Estado padrão. 
A França, Portugal, Bélgica, Holanda, Uruguai, Panamá, Peru são Estados unitários. Embora descentralizados em municípios, distritos ou departamentos, tais divisões são de direito administrativo. Não têm esses organismos menores uma autonomia política."
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 175.
AULA 1
Estado Unitário
Nos municípios existe uma autoridade executiva eleita pelos habitantes dessas regiões, além de conselhos, câmaras e etc, que são pequenos órgãos legislativos com a função de elaborar certas normas de aplicação local.
Apesar das autoridades locais, só há um governo estatal que dirige toda a vida política e administrativa do país.
AULA 1
Estado Unitário
Só existe um poder legislativo, um executivo e um judiciário.
Todos os poderes são centrais e tem sede na capital.
Todas as atividades executivas e judiciárias são delegações do poder central. É ele que as nomeia e lhes fixa as atribuições.
O poder legislativo é único. No máximo, teremos órgãos municipais com singelas atribuições legislativas/normativas.
AULA 1
"É a união efetiva, com caráter permanente, de dois ou mais países formando uma só pessoa de direito público internacional. 
Exemplos: 
a) Suécia e Noruega (até 1905); 
b) Áustria e Hungria (até 1918);
c) Inglaterra, Escócia e Irlanda (do Norte e País de Gales), que se juntaram para a formação da Grã-Bretanha."
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 51.
Reino Unido
AULA 1
"É uma união convencional de países independentes, objetivando a realização de grandes empreendimentos de interesse comum ou o fortalecimento da defesa de todos contra a eventualidade de uma agressão externa."
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 50.
Confederação
AULA 1
Reunião contratual de estados independentes que se unem para fins de defesa externa e paz interna. 
Os estados confederados não sofrem restrições a sua soberania interna, nem perdem a personalidade jurídica internacional. 
Ex: Estados Gregos antigos, antigos cantões suíços (Confederação Helvética), confederação dos EUA (1776-1787), Confederação Germânica (1815), Comunidade dos Estados Independentes - CEI (Rússia, Ucrânia, Bielorússia e mais 9 repúblicas da extinta URSS).
Confederação
AULA 1
"É uma união nacional mais íntima, perpétua e indissolúvel, de províncias ou estados que passam a constituir uma só pessoa de direito público internacional. 
Exemplo clássico de união federal é os EUA. Temos, ainda, no continente americano, México, Brasil, Argentina e República Bolivariana da Venezuela.”
MALUF, Sahid. Teoria Geral do Estado. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 51.
Federação
AULA 1
A Federação ou Estado Federal é um estado formado pela união de vários Estados, que perdem a soberania em favor da união federal, a qual aparece assim no direito internacional como um estado simples.
União mais íntima, perpétua e indissolúvel de províncias, que passam a constituir uma só pessoa de direito público internacional.
Exemplo:	EUA (hoje), México, Argentina, Brasil, Venezuela.
Federação
AULA
1
Organização formada sob a base de uma repartição de competências entre governo federal e estaduais, de sorte que a União tenha supremacia sobre os estados-membros e que estes sejam entidades dotadas de autonomia constitucional perante a mesma União.”
Federação
AULA 1
 
Aplicação Prática
131
AULA 1
131
Caso Concreto 12
Leia o texto abaixo e responda:
“A enorme visibilidade do poder era sem dúvida em parte devida à própria Monarquia com suas pompas, seus rituais, com o carisma da figura real. Mas era também fruto da centralização política do Estado. Havia quase unanimidade de opinião sobre o poder do Estado como sendo excessivo e opressor ou, pelo menos, inibidor da iniciativa pessoal, da liberdade individual. Mas (...) este poder era em boa parte ilusório. A burocracia do Estado era macrocefálica: tinha cabeça grande mais braços muito curtos. Agigantava-se na Corte mas não alcançava as municipalidades e mal atingia as províncias. (...) Daí a observação de que, apesar de suas limitações no que se referia à formulação e implementação de políticas, o governo passava a imagem do todo-poderoso, era visto como responsável por todo o bem e todo o mal do Império.” 
(Carvalho, J. Murilo de. Teatro de Sombras. Rio de Janeiro, IUPERJ/ Vértice, 1988).
O fragmento acima se refere ao Segundo Império brasileiro, controlado por D. Pedro II e ocorrido entre 1840 e 1889. Do ponto de vista da forma de estado, o Brasil no Segundo Império seria classificado?
132
AULA 1
Questão
É correto afirmar: 
a) Parlamentarismo é a forma de governo em que há profunda independência entre os Poderes Legislativo e Executivo, que são exercidos por pessoas diferentes, podendo o Primeiro-Ministro indicado pelo Chefe do Executivo, ser destituído por decisão da maioria do Legislativo, através da aprovação de moção de desconfiança
b) Sistema diretorial de governo é aquele no qual existe total subordinação do Poder Legislativo ao Executivo, que concentra, em sua totalidade, o poder político estatal, sendo que o colegiado de governantes é indicado pelo Chefe do Executivo, para exercício do mandato com prazo indeterminado
c) Democracia direta é aquela que se caracteriza pela eleição de representantes do povo, por meio do voto, dotada de mecanismos de participação popular direta, como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular
d) Federação é a união permanente de dois ou mais Estados-membros, os quais, conservando sua autonomia político-administrativa, abrem mão de sua soberania, em favor do Estado Federal.
e) Estado simples é aquele formado por mais de um Estado com alguns ou vários poderes públicos internos funcionando ao mesmo tempo
133
AULA 1
CP - AULA INAUGURAL.pptx
BEM-VINDO À DISCIPLINA
Ciência Política
Prof. Ms. Laerte Redon
lar.unesa@gmail.com
1
AULA 1
Alguns dogmas 
e 
expectativas
2
AULA 1
Ensinar, aprender…
Ensino Reflexivo 
 x 
Ensino Canônico
 Lições Monólogo 
 x 
 Lições Diálogo
3
AULA 1
Dogmas
Ensinar é construir incentivos" 
 
"O Direito se aprende estudando e se pratica pensando" 
4
AULA 1
Expectativas
 Não caiam na vala comum 
 Participem do processo de aprendizagem
 Usem os canais de contato
 Adotem uma postura crítica 
 Lembrem-se: dúvidas mal resolvidas podem se transformar em “dívidas impagáveis” 
5
AULA 1
 Regras do Jogo
6
AULA 1
7
AULA 1
 Os Planos de Aula das disciplinas devem ser lidos antes de cada aula, como preparação.
 Os casos concretos devem ser resolvidos antes das aulas e seu resultado postado na WebAula da disciplina.
 Caso haja indicação para a aula de material didático, referências bibliográficas, textos etc, estes devem ser lidos, também, antes da aula.
Os Planos de Aula
AULA 01: Integração Nacional da Estácio e seu Novo Modelo de Ensino
AULA 1
Modelo das Avaliações 
AULA 1
Modelo das Avaliações 
AULA 1
 
Diretrizes Curriculares
11
AULA 1
11
Resolução 09/2004 (organização curricular)
Eixo de Formação Fundamental, tem por objetivo integrar o estudante no campo, estabelecendo as relações do Direito com outras áreas do saber, abrangendo dentre outros, estudos que envolvam conteúdos essenciais sobre Antropologia, Ciência Política, Economia, Ética, Filosofia, História, Psicologia e Sociologia.
12
AULA 1
Resolução 09/2004 (organização curricular)
Eixo de Formação Profissional, abrangendo, além do enfoque dogmático, o conhecimento e a aplicação, observadas as peculiaridades dos diversos ramos do Direito, de qualquer natureza, estudados sistematicamente e contextualizados segundo a evolução da Ciência do Direito e sua aplicação às mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais do Brasil e suas relações internacionais, incluindo-se necessariamente, dentre outros condizentes com o projeto pedagógico, conteúdos essenciais sobre Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Penal, Direito Civil, Direito Empresarial, Direito do Trabalho, Direito Internacional e Direito Processual;
13
AULA 1
Resolução 09/2004 (organização curricular)
Eixo de Formação Prática, objetiva a integração entre a prática e os conteúdos teóricos desenvolvidos nos demais Eixos, especialmente nas atividades relacionadas com o Estágio Curricular Supervisionado, Trabalho de Curso e Atividades Complementares. 
O Trabalho de Curso é componente curricular obrigatório, desenvolvido individualmente, com conteúdo a ser fixado pelas Instituições de Educação Superior em função de seus Projetos Pedagógicos. 
14
AULA 1
Programa
UNIDADE I - DISCURSO POLÍTICO
Ciência Política e Teoria Geral do Estado
Discurso político
A palavra política no espaço social e a questão do poder
A identidade do sujeito político: a questão da legitimidade
A retórica política
A persuasão no discurso político
15
AULA 1
Programa
UNIDADE II  POLÍTICA E SOCIEDADE
 
Teorias Naturalistas
Teorias Contratualistas
16
AULA 1
Programa
UNIDADE III - SOCIEDADE POLÍTICA - ESTADO
Classificação dos grupos políticos 
Conceito de estado na visão dos pensadores 
Fins e funções do estado 
Origem do estado 
Justificação e desaparecimento do estado
Processo Histórico do estado
17
AULA 1
Programa
UNIDADE IV  ELEMENTOS ESSENCIAIS DO ESTADO
Governo soberano
Território
Povo
Finalidade
Representação diplomática
Reconhecimento internacional
18
AULA 1
Programa
UNIDADE V  FORMAS DE GOVERNO
 
Conceito de Governo
Classificações antigas e modernas
Teorias
Monarquia e República
19
AULA 1
Programa
UNIDADE VI - SEPARAÇÃO DAS FUNÇÕES DO PODER
 
Evolução do conceito de Separação dos Poderes
Principais teóricos
Sistema de Freios e Contrapesos
20
AULA 1
Programa
UNIDADE VII - SISTEMAS DE GOVERNO
 
Conceito de Sistema de Governo
	Sistema Parlamentarista
Chefe de estado e chefe de governo
Separação dos poderes no sistema parlamentarista
	Sistema Presidencialista
Responsabilidade Política do Presidente da Republica no Sistema Presidencialista
Responsabilidade dos ministros
	Comparação entre os sistemas parlamentarista e presidencialista
21
AULA 1
Programa
UNIDADE VIII - REGIMES DE GOVERNO
Elementos caracterizadores
	Democracia
-Pressupostos: Mercado livre de ideias, tolerância
Democracia dos Antigos e dos Modernos
Exercício do Poder Democrático
	Democracia Direta
	Democracia Indireta
	Democracia Participativa
Regimes Autocráticos
	Socialismo
	Comunismo 
	Nazismo
	Fascismo
22
AULA 1
Programa
UNIDADE IX - FORMAS DE ESTADO
Estado simples e compostos
União e associação de estados 
Estado unitário. Descentralização administrativa e política 
Confederação 
Federação. Transformações do federalismo 
Comunidade de nações
23
AULA 1
Programa
UNIDADE
X - ESTADO LIBERAL DE DIREITO.
 
Desenvolvimento Histórico
Movimentos Libertários no Séc. XVIII
Iluminismo
Derrocada do Antigo Regime
O Constitucionalismo e o Estado Constitucional  
Noções de Poder Constituinte e Titularidade do Poder
A falência do Constitucionalismo Clássico
Estado Social
Principais movimentos sociais
O Constitucionalismo e o Estado Social
24
AULA 1
Programa
UNIDADE XI - NAÇÃO, MULTICULTURALISMO, DIREITOS HUMANOS E GLOBALIZAÇÃO
 
O conceito de nação
Os anseios identitários
O conceito de multicultaralismo
Noções sobre Direitos Humanos
Noções sobre globalização
25
AULA 1
Programa
UNIDADE XII - MOVIMENTOS SOCIAIS
Estado de exceção
Desobediência Civil
Revolução
Golpes de Estado
Reforma
26
AULA 1
Bibliografia Básica
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do Estado. ed. São Paulo: Saraiva
GUANABARA, Ricardo; FERREIRA, Lier Pires; JORGE, Vladimyr Lombardo. Curso de ciência política. Rio de Janeiro: Campus
FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de Teoria Geral do Estado e Ciência Política. Editora: FORENSE.
27
AULA 1
Bibliografia Complementar
MALUF, Sahid. Teoria geral do Estado. Ed. Saraiva.
BONAVIDES, Paulo. Ciência política. Ed. Malheiros.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. Ed. Malheiros.
AZAMBUJA, Darcy. Teoria geral do Estado. Ed. Globo.
BOBBIO, Norberto. Teoria das formas de governo. Ed. UnB.
28
AULA 1
CP - AULAS 1-4.pptx
Objetivos
Compreender a importância do estudo da Ciência Política para o papel desempenhado pelo Direito na Sociedade. 
Analisar a palavra política e sua função no espaço social. 
Compreender a complexidade do campo político sob a perspectiva dos sujeitos políticos e suas ações sociais. 
Mostrar ao aluno a importância da disciplina para a formação humanística e crítica sobre realidade social. 
Apresentar ao aluno o Plano de Ensino e o Mapa Conceitual da disciplina.
3
AULA 1
3
 Breve introdução
Ciência Política e Teoria Geral do Estado
4
AULA 1
4
 
Aplicação Prática
37
AULA 1
37
 Aula 2
Discurso Político
(continuação)
43
AULA 1
43
Ciência Política
É o estudo da política — dos sistemas políticos, das organizações políticas e dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura e dos processos de governo — ou qualquer sistema equivalente de organização humana.
 Objeto: Estudar instituições, corporações (ou empresas), uniões (ou sindicatos), igrejas ou outras organizações, cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo. Alguns entendem que seu objeto é o Estado e, para outros, o poder. 
5
AULA 1
Ciência Política
Atuação: Os cientistas políticos estudam a distribuição e transferência de poder em processos sociais. 
 Os cientistas políticos olham os ganhos (como o lucro privado de pessoas ou das empresas ou da sociedade) e as perdas (como o empobrecimento de pessoas ou da sociedade).
Cientistas políticos medem o sucesso de um governo e de políticas específicas examinando muitos fatores como estabilidade, justiça, riqueza material e paz. 
6
AULA 1
Teoria Geral do Estado
É a ciência que investiga e expõe os princípios fundamentais da sociedade política denominada Estado. 
Objeto: Estudar o Estado, sua origem, estrutura, formas, finalidade, evolução, sistemas de governo, regimes políticos
7
AULA 1
O que é o discurso político?
O discurso político, como sistema de pensamento, é o resultado de uma atividade discursiva que procura fundar ou consolidar um ideal político em função de certos princípios que devem servir de referência para a construção das opiniões e dos posicionamentos. 
É por meio dele que se determinam as filiações ideológicas. 
8
AULA 1
 Política e Sociedade
Teorias Naturalistas
Teorias Contratualistas
.
65
AULA 1
65
 
Aplicação Prática
83
AULA 1
83
 Aula 4
Sociedade Política - Estado
87
AULA 1
87
Objetivos
Compreender categorias e conceitos fundamentais ao fenômeno jurídico-político.
Analisar as estruturas e as articulações do discurso político pela lógica da sociedade política Estado, do poder político e suas limitações.
Estimular a utilização de raciocínio jurídico-político, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica, elementos essenciais à construção do perfil do profissional do Direito.
88
AULA 1
88
O que se quer construir?
O discurso político dedica-se a construir imagens dos atores e ao uso de palavras/estratégias de persuasão e sedução empregando diversos procedimentos retóricos
13
AULA 1
Qual seu objetivo?
O objetivo do discurso político é o de influenciar ou buscar adesão sempre de um maior número de pessoas, bem como buscar a legitimidade: comando reconhecido como não arbitrário
 Se o comando é reconhecido como não arbitrário, consolida-se a legitimação do sistema de pensamento construído ideologicamente, fazendo com que os seus comandos sejam dotados de autoridade. 
14
AULA 1
Como pode ocorrer um discurso político?
Um discurso político pode se realizado através de um debate, um comício, uma entrevista, um texto escrito, um papo amigável do candidato etc.
15
AULA 1
16
A palavra política e a questão do poder
AULA 1
17
A palavra política e a questão do poder
 Epimeteu criou os animais e deu-lhes os atributos. Quando chegou ao homem, não havia mais nenhuma qualidade para dar-lhe. 
 Pediu socorro ao seu irmão Prometeu, que então roubou o fogo dos deuses e o ofertou aos homens, ensinando-lhe também como trabalhar com ele.
 Zeus pune Prometeu pelo crime, deixando-o amarrado a uma rocha durante toda a eternidade enquanto uma grande águia comia, durante todo o dia, o seu fígado-que crescia novamente no dia seguinte.
AULA 1
18
A palavra política e a questão do poder
AULA 1
19
A palavra política e a questão do poder
AULA 1
20
A palavra política e a questão do poder
IDADE MÉDIA
• Assim como as antigas civilizações a sociedade medieval buscava no “Divino” a legitimidade para o exercício do Poder.
• Em 476 o ultimo imperador romano, Romulo Augusto, é deposto pelo general germânico Odoacro. 
• Em 489 Teodorico, rei dos Ostrogodos, assassinou Odoacro e se proclamou rei da Itália. A sede real estava em Ravena. 
• Roma foi dada ao papa Feliciano III.
• Nasciam e cresciam as boas relações entre os bárbaros e a Igreja.
AULA 1
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A palavra política e a questão do poder
• No ano de 728 o rei Lituprando dos Lombardos veio negociar com o papa Gregório II. Lituprando ao ver o Papa se prostrou diante dele... 
Assim, o reino terreno se curvava diante do representante do reino divino.
• No ano de 800 papa Leão III coroou Carlos Magno Imperador do Ocidente.
•Em 816 Ludovico (filho de Carlos Magno), sucedendo a seu pai, vem para ser coroado pelo Papa e, ao vê-lo, deita-se por terra e beija-lhe os pés. 
•A partir de então o poder político passa a ser legitimado pelo poder “Divino”.
•Grandes teóricos deste sistema são: Santo Agostino e São Tomás de Aquino.
AULA 1
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A palavra política e a questão do poder
MODERNIDADE
• Maquiavel: a vontade soberana do príncipe.
•Jusnaturalistas: o poder é exercido pela razão natural.
O Contrato Social: o poder é exercido pelo governante a partir de um “pacto”. 
AULA 1
A palavra política e a questão do poder
A questão do poder e da legitimidade política tem sido longamente discutida, começando por Platão, passando por Kant até chegar, mais recentemente,a Weber, Arendt e Habermas (Contemporaneidade).
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AULA 1
Max Weber
O poder político está diretamente relacionado à dominação e à violência, seguindo uma hipótese geral: as relações humanas se fundam nas relações de dominante a dominado.
O poder é, portanto, poder de dominação. No campo político, é o Estado que impõe sua autoridade através de uma violência que carrega a aparência da
legalidade, obrigando o outro a assumir-se dominado e, portanto, a submeter-se: 
“o Estado só pode existir se os homens dominados se submetem à autoridade reivindicada o tempo todo pelos dominadores”
A crença é condição fundamental para que a relação entre aquele que manda e aquele que obedece se realize (legitimidade). É preciso acreditar voluntariamente no mandante.
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AULA 1
Baseada nas tradições e mais diretamente relacionadas às monarquias absolutistas do período conhecido como Idade Moderna. 
Aula 6
A DOMINAÇÃO TRADICIONAL
AULA 1
A dominação carismática é poderosamente influenciada por fatores emocionais, na medida em que é construída por um tipo de “devoção afetiva” por parte dos dominados. Portanto, este indivíduo, que possui o carisma é reconhecido como um líder por seus seguidores e, assim, a autoridade carismática é legitimada. 
Esta forma de dominação se apresenta, geralmente, em períodos de ruptura institucional. 
Aula 8
A DOMINAÇÃO CARISMÁTICA
AULA 1
Relacionada ao Estado de Direito e a presença de uma burocracia em termos administrativos, cujo princípio de legitimidade se baseia na racionalidade e nas disposições legais. 
Aula 8
A DOMINAÇÃO RACIONAL LEGAL
AULA 1
Hannah Arendt
O poder político o poder político resulta de um consentimento, de uma vontade dos homens de ser e de viver juntos.
Nessa perspectiva, o poder político não pode se justificar pelo temor da dominação do outro, não pode ser exercido pela violência, pois ele é um poder que resulta da vontade comum, poder recebido, concedido pelo povo ou pelos cidadãos: 
“Quando declaramos que alguém está no poder, entendemos por isso que ele recebeu de um certo número de pessoas o poder de agir em seu nome”
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AULA 1
Hannah Arendt
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•A política se situa sempre no campo da “Discussão” e não simplesmente do “Discurso”. (diálogo-monólogo). 
•Os regimes totalitários – responsáveis pelos horrores do século XX – esvaziaram a política de sua essência, a saber, a liberdade de expressão.
•A política não tem um caráter instrumental, de ser meio... mas ela é um fim em si mesma.
•Através da política o “Singular (o sujeito individuo)” aparece no âmbito social e se apresenta em sua dimensão de “cidadão”.
•Neste caso, a política não garante nossa liberdade, mas ela mesma é em sua essência o exercício de nossa liberdade.
AULA 1
Hannah Arendt
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•Segundo ela, o que fundamenta o regime totalitário é o “Discurso” e a ausência de uma visão critica sobre este.
•O “Discurso” manipula a massa... retira o sujeito de sua dimensão de singular para colocá-lo na dimensão de número.
•Hitler subiu ao poder explorando o “Discurso” diante da solidão organizada das massas populares.
•O populismo sustenta o Totalitarismo e daí o “Conformismo social”. 
AULA 1
Jürgen Habermas
Habermas propõe distinguir um “poder comunicacional” e um “poder administrativo”. 
O poder comunicacional existe fora de toda dominação, sendo o povo o seu iniciador – e ao mesmo tempo o seu depositário. Abre-se um espaço de discussão no qual os cidadãos trocam suas opiniões pela via argumentativa, formando assim “a opinião pública”. 
Por outro lado, o poder administrativo implica sempre relações de dominação. Trata-se, assim, de organizar a ação social, de regular por leis, evitar e reprimir (por sanções) tudo o que poderia se opor à vontade de agir.
O poder comunicacional faz aflorar a legitimidade e o poder administrativo se funda nessa legitimidade.
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AULA 1
 Discurso Político como Processo de Inserção Social
Todo indivíduo necessita de referências para desenvolver um convívio em sociedade. 
E tais referências são resultado dos contatos estabelecidos com grupos de pessoas que estão inseridas num sistema de pensamento que mais o atrai. 
Ex. Um discurso político pode se realizar como um debate, um comício, uma entrevista, um texto escrito, um papo amigável do candidato, com direito a tapinhas nas costas etc. Cada realização vai exigir uma forma diferente que está de acordo com a situação." 
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AULA 1
 Espaço Político 
A política parte do desejo de organizar a vida dos indivíduos em comunidade, e nesse propósito faz uso da regulamentação social: 
regulando as relações de força com vistas a manter certas situações de dominação ou de conflito e até mesmo, tentar estabelecer relações igualitárias entre os indivíduos; 
legislando e sancionando, de modo a orientar os comportamentos dos indivíduos para preservar o bem comum;e 
distribuindo tarefas e responsabilidades, por meio de um sistema de delegação e de representação (por nomeação ou por eleição). 
Esses três modos de regulação mostram que a política é um espaço de ação que depende dos espaços de discussão e de persuasão. 
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AULA 1
 Espaço Político 
O espaço político não corresponde ao espaço geográfico, embora algumas vezes possam coincidir. 
Ele é fragmentado em diversos espaços de discussão, cujas opiniões ora se confundem ora se contrapõem, e dizem respeito a tudo que acontece na vida em sociedade. 
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AULA 1
 A questão da legitimidade
Legitimidade não é legalidade.
Legitimidade é todo comando que você reconhece como não arbitrário (ao qual você adere racionalmente).
O comando não precisa ser necessariamente legal, pois legalidade não é sinônimo de legitimidade (exceto para os positivistas, onde só há o legal e o ilegal, justo e legítimo é o que está na lei).
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AULA 1
 A questão da legitimidade
“Legitimidade não é legalidade: se os indivíduos das classes mais desfavorecidas em matéria de cultura reconhecem quase sempre, ao menos da boca para fora, a legitimidade das regras estáticas propostas pela cultura erudita, isso não exclui que eles possam passar toda sua vida, de facto, fora do campo de aplicação dessas regras sem que estas por isso percam sua legitimidade, isto é, sua pretensão a serem universalmente reconhecidas.” (BOURDIEU, Pierre. Campo Intelectual e Projeto Criador. In: Problemas do Estruturalismo. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1968, p. 128.
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AULA 1
Caso Concreto 1
Leia, atentamente, a palestra “O papel da universidade na sociedade brasileira: educação e pesquisa no ensino superior” de Sidnei Ferreira de Vares, e responda: 
Inicialmente, bom dia a todos. Gostaria de agradecer imensamente a presença de vocês e agradecer também ao convite que me foi feito pelo CIEE. Acredito que esse tipo de encontro, que, aliás, o Centro de Integração Empresa Escola sempre se esforça para realizar, contribua no sentido de uma discussão séria acerca dos problemas sociais e educativos que marcam a sociedade brasileira. Este esforço, portanto, não pode passar em claro. Bem, o objetivo do encontro desta manhã é discutir o papel da universidade na sociedade brasileira, como o próprio título da palestra apresenta sem muitos rodeios. Esse não é, efetivamente, um tema simples, pelo menos não para alguém que há alguns anos vivencia o dilema das universidades brasileiras de perto, sobretudo no que se refere ao Ensino Superior Privado. Sou professor universitário há 10 anos e muito cedo iniciei na profissão. Disso, certamente, decorrem algumas observações críticas em relação à maneira como o ensino superior se desenvolveu no Brasil, e também à maneira como atualmente está estruturado.
Minha proposta aqui é discutir o papel da universidade a partir de uma suspeita, reforçada ao longo de minha atuação como docente, a saber, a de que a universidade brasileira não cumpre o objetivo que deveria cumprir. Os motivos para essa “falta” são variados, mas, apontarei pelo menos três deles, a saber, (a) o desenvolvimento histórico e social da universidade no Brasil; (b) certa tendência antropofágica inerente à cultura brasileira (para me utilizar da expressão modernista), que geralmente retraduz elementos importados a sua maneira, mas que nunca são totalmente incorporados; (c) por fim, gostaria de ressaltar certa visão mercadológica, que invadiu o
espaço universitário nas últimas décadas, e que acarretou uma série de problemas de ordem prática e ética.
Comecemos, portanto, com a análise histórica do desenvolvimento da universidade brasileira. Antes, porém, gostaria de me deter um pouco no surgimento da universidade, para depois falar de seu amadurecimento no Brasil. As primeiras universidades que se têm notícia surgiram no continente europeu entre os séculos XI e XII. Alguns estudiosos apontam a universidade de Bolonha como a primeira, e outros a de Paris. Esse é uma discussão vazia. O importante é saber que datam desse período. A maneira como surgem também não deixa de ser interessante. Algumas resultam de editos reais, outras de editos papais e há ainda aquelas derivam da reunião de professores, geralmente de escolas catedráticas, e que decidem fundar uma universidade.
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AULA 1
Caso Concreto 1
Naquela ocasião a universidade atende um número muito restrito de alunos, quase sempre derivados da elite da época, isto é, da nobreza ou da burguesia que começava a se constituir. Ademais, sua estrutura física tinha pouco a ver com as universidades atuais. As aulas não eram realizadas necessariamente numa sala e a relação entre professor e alunos era certamente mais orgânica. O papel da universidade era o de exatamente integrar o conhecimento total. O método, embora rígido, estava calcado no trivium e quadrivium, que desde a antiguidade marcara a educação. Mas, há algo importante e que merece ser ressaltado: a universidade aparece com um espaço de produção de conhecimento.
Claro, alguns poderão objetar, essa produção tinha limites. Limites técnicos e mesmo culturais, haja vista a influência da religiosidade naquele período. De certo, essa influência atravancou o desenvolvimento da universidade, pelo menos até a modernidade. Mas, a partir do século XVII, a Europa passa de fato a ter uma produção científica de maior qualidade. Bem, no Brasil o chamado ensino superior é bem mais tardio. As primeiras faculdades datam do século XIX. A Faculdade de Medicina de Salvador e a de Direito do Largo São Francisco são exemplos disto. Até aquele instante não existiam faculdades e, portanto, os filhos das famílias mais abastadas tinham que estudar nas universidades europeias se desejassem fazer carreira acadêmica. Esse não é um fato irrelevante. São mais de 800 anos de atraso em relação à Europa. As diferenças são ainda mais gritantes quando se considera o surgimento da primeira universidade brasileira, a USP, em 1934, isto é, primeira metade do século XX. Com um caráter elitista, a universidade brasileira, pelo menos tinha algo importante nas suas raízes, a saber, ela procurou se desenvolver à luz da tradição europeia. Isso pode ser facilmente observado quando, por exemplo, se percorre a história da USP. E quanto aos professores franceses que vieram trabalhar no Brasil no intuito de contribuir para a estruturação aquela universidade? Gérard Lebrun, Claude Leffort, Claude-Levi Strauss, entre outros. Claro que essa presença trouxe resultados muito bons. Até os anos de 1960, pelo menos, a universidade brasileira tinha, apesar de sua incipiente estrutura, uma produção de altíssima qualidade, muito mais pela influência estrangeira no Brasil, do que propriamente por conta de uma inclinação cultural do povo brasileiro à ciência. Todo rigorismo intelectual e as técnicas de pesquisa desenvolvidas nesse período, devem muito aos ilustres estrangeiros que aqui estiveram, conquanto nomes como Sérgio Buarque de Holanda, Florestan Fernandes, Cruz Costa, Gilberto Freire, etc., também figurassem entre aqueles. Isso não tem nada a ver com “puxa-saquismo” ou com uma visão eurocêntrica. Simplesmente tem a ver com o que de fato aconteceu.
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AULA 1
Caso Concreto 1
Isso, porém, não ofusca o brilho da geração de intelectuais brasileiros que seguiu e que contou com a ilustre presença de nomes como Otavio Iani, Fernando Henrique Cardoso, Alfredo Bosi, Antônio Candido, Darcy Ribeiro, enfim, um grupo brilhante de intelectuais. Contudo, a partir dos de 1960, mais precisamente com a instauração do regime militar, a universidade entrou num processo de sucateamento, que muito tem a ver com a série de acordos entre o MEC e a USAID (United States Agency for International Development), e que implicou na tecnização do ensino superior brasileiro, acompanhando o desenvolvimento industrial daquele período. No final dos anos 60, o regime militar facilitou a abertura de muitas universidades particulares. Aliás, muitas das universidades que estão no mercado atualmente, datam dessa época. A abertura dessas universidades, em si, não foi negativa, se tomarmos por base o fato de que, naquele tempo, o número de vagas nos estabelecimentos públicos ainda era muito diminuto. De todo modo, a divisão entre a rede pública e a privada fica mais delineada nesse momento. Deixemos, contudo, para falar das condições das universidades brasileiras no atual período, no final da explanação.
Passemos agora a analisar o segundo ponto que destaquei acima, isto é, certa tendência “antropofágica” que caracteriza alguns dos traços de nossa cultura. Durante a semana de 1922 a referida expressão foi projetada para se referir à maneira como os brasileiros se apropriavam de elementos culturais exportados. Trata-se, nesse sentido, de um termo de valência positiva, pois demonstra a capacidade de nossa cultura de retraduzir influências, dando-lhe um toque tupiniquim. Contudo, no campo da educação as coisas não foram tão positivas assim. Todo o sentido da universidade europeia, principalmente no que toca a ideia de universalização do saber, não se consolidou. Desde o século XIX, quando as primeiras faculdades são fundadas, elas se dirigiam a uma parcela minoritária da população, de modo que, longe de alcançar a todas as classes, a universidade brasileira caminhava para se tornar um antro elitista. Ademais, toda a estrutura que caracteriza as universidades europeias, simplesmente não se reproduziu aqui. Aliás, com raras exceções, podemos afirmar que até hoje as diferenças estruturais são muito significativas. Bibliotecas, laboratórios, professores estrangeiros, enfim, um conjunto de elementos que faltam às universidades brasileiras, mas não às estrangeiras. Em outros termos, nossa capacidade de retradução nesse caso foi muito pequena, para não dizer nula.
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AULA 1
Caso Concreto 1
Mas o pior ainda está por vir. Refiro-me ao papel que a economia, representada, sobretudo, pelas grandes corporações, adquiriu no âmbito da educação. A partir do final dos anos de 1990, alguns grupos educacionais, ancorados nas brechas da lei, garantidas por governos que estão muito mais interessados em números e estatísticas, do que propriamente no alargamento da qualidade do ensino superior, perceberam o filão que representava a expansão das vagas com vistas às classes mais carentes. Nesse momento, muitas universidades, sobretudo particulares, passam a adotar métodos de captação de alunos sem maiores critérios. Vestibulares são substituídos por redações. O número de vagas entre universidades e centros universitários aumenta vertiginosamente, a ponto de termos hoje, em algumas áreas e cursos, mais vagas do que candidatos. E tudo isso sem o devido acompanhamento sério do MEC e do Ministério do Trabalho, o que resultou no sucateamento da remuneração docente e na qualidade duvidosa dos cursos oferecidos. A estratégica adotada, por um lado, foi a do barateamento dos preços das mensalidades, somada aos baixos salários dos professores e o descuido com a devida titulação docente, e, de outro, a uma propaganda agressiva e ilusória que pretende, a partir da inserção de um discurso de características teológicas, vender a ideia de que a felicidade individual (entenda-se a ampliação das oportunidades profissionais, o que implica em melhores empregos, salários, cargos, etc., típicos apelos da sociedade capitalista), só poderá ser alcançada via universidade.
O “capital cultural instituicionalizado”, como diria Pierre Bourdieu,

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