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6o termo - Caderno Prova 7 - penal

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PENAL - PROVA 7
Bruno VENDRAMINI
RESUMO: 
6º Termo
Turma C
Professor: Florestan
1 INTRODUÇÃO
Corrupção passiva – pegar com alguém
O funcionário público vende a sua função, aquilo que envolve a sua atribuição.
O churrasco no final do ano, aquele presente, gratificação: para a doutrina majoritária não é corrupção. Minoritária é que dependendo da gratificação, pode caracterizar improbidade administrativa.
CORRUPÇÃO PASSIVA PRÓPRIA
Consiste no ato praticado pelo funcionário público, o que omite ou pratica, um ato na sua essência ilícito. Escrevente que é pago para alterar a quantidade de droga que foi apreendida.
CORRUPÇÃO PASSIVA IMPRÓPRIA
O ato ou a omissão tem natureza lícita. Um oficial de justiça que é pago para apreender um veículo, mas ele já iria fazer isso de qualquer jeito.
ANTECEDENTE
A vantagem é recebida antes de realizar o ato (praticar, procrastinar, omitir).
SUBSEQUENTE 
A vantagem é recebida depois de realizar o ato. A tipificação é igual, é corrupção do mesmo jeito nos dois casos.
Direta: aquele onde a vantagem é solicitada pelo próprio funcionário público. “In faciem”: face a face.
Indireta: quando tem um “laranja” que age em nome do funcionário público.
Corrupção passiva é autônoma, não precisa ter corrupção ativa para haver a passiva. 
Corrupção passiva existe mesmo sem o aspecto subjetivo. 
Aquele servidor deve estar ligado a um órgão público. Se ele está prestes a assumir o cargo e pratica ato de corrupção.
Vontade livre e consciente de receber, aceitar promessa ou solicitar.
Dolo específico.
Consumação e tentativa.
Crime formal, não há necessidade de exaurir aquela promessa, não precisa realmente ser executado.
Em tese é possível a tentativa, porém é difícil de ocorrer. Funcionário público manda uma carta solicitando uma propina. Uso um terceiro que começa a execução, começa a solicitação e 
Lei 8137/90 – crimes contra a ordem tributária: art. 3º II – corrupção passiva praticado pelo auditor fiscal tributário, quando o fiscal vai cobrar o tributo.
Testemunha, tradutor, perito ou intérprete - falso testemunho, falsa perícia – art. 342 § 1º. Quem oferece o dinheiro para a testemunha responde pelo art. 343.
Prevaricação não existe nenhum tipo de vantagem, por um sentimento pessoal (vingança, ódio ou dó), não há influência de um terceiro.
Corrupção passiva privilegiada é quando tem um terceiro, que por amizade ou outro motivo.
O promotor, quando vai fazer a denúncia, tem que descrever minuciosamente qual é a função dele.
Acabou a bateria do notebook.
PREVARICAÇÃO
1 – Fundamento: art. 319 CP
Prevaricação
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Consiste num descumprimento do dever de funcionário público, não cumpre seu dever de ofício. Não tem propina, não tem vantagem, há um motivo pessoal.
2 – Evolução histórica
Vem do direito romano, na idade media houve uma maior acentuação. Origem no código penal francês. 
Prevaricação vem do latim prae varicatum – andar torto, fora do caminho.
Funcionário pública não pode agir com seu sentimento pessoal.
3 – Objetividade jurídica
O valor protegido, o objetivo protegido é o bom funcionamento da administração pública, a regularidade da administração pública.
4 – Conceito
Consiste na conduta típica em que o funcionário público, indevidamente, retarda ou não pratica ato de ofício, ou ainda, pratica este ato contra expressa disposição legal, com a finalidade de satisfazer o interesse próprio ou um sentimento pessoal.
5 – Sujeito ativo e passivo
Ativo: crime próprio, exige-se a função de funcionário público, tem que estar no exercício da sua função, já tem que ter assumido.
Passivo 
Primário é o Estado, a administração pública.
Secundário é a própria pessoa que é prejudicada por essa situação.
Eu preciso de uma certidão negativa de processos, quando peço no cartório distribuidor, o diretor do cartório distribuidor é meu inimigo e fica protelando para entregar essa certidão.
6 – Tipicidade objetiva:
a) condutas:
Retardar
A prática do ato, atrasar, protelar, procrastinar, fazer demorar. Se houver uma justa causa não há o crime. 
Deixar de praticar
Conduta negativa, não agir, crime omissivo. 
Praticar contra disposição expressa em lei
Já uma ação, comportamento positivo, comissivo. Pode ser qualquer tipo de lei. É uma norma penal em branco, precisa de uma lei que complementa isso. Uma resolução não pode, um portaria, um decreto, não pode, não tem crime, só pode ter um ilícito administrativo.
Um tabelião de cartório tem fé pública, a lei fala que a pessoa deve estar fisicamente no cartório para firmar o recibo. Se o tabelião autentica a assinatura sem a presença física do indivíduo ele está prevaricando.
Se o funcionário público venha a violar um ato normativo, que é infra legal. O procurador-chefe, que tem poder disciplinar, ele pode praticar atos normativos, como regulamentar a hora do cafezinho, se o funcionário desrespeita essa lei não é prevaricação, pois não é lei.
b) a vinculação ao ato de ofício
c) norma penal em branco.
7 - Tipicidade subjetiva
Dolo específico, vontade livre e consciente de praticar uma das 3 condutas acima. Específico pois o agente atua para satisfazer um interesse, sentimento pessoal. De alguma forma há um tipo de vantagem.
Para a doutrina esse interesse pode até ser patrimonial. Eu que expeço o alvará de funcionamento, aquela empresa que quer o alvará exerce a mesma atividade que a empresa da minha esposa. Minha esposa irá perder os clientes, então eu retardo a expedição do alvará.
Sentimento pode ser ódio, piedade, amor, vingança.
Tratorista que fica com dó de demolir casas, por um sentimento de justiça, ele está prevaricando.
Preguiça, má vontade é prevaricação? Há duas correntes, cada uma defendendo uma resposta (preguiça é um sentimento pessoal).
O promotor tem que descrever o sentimento ou interesse pessoal com a omissão.
8 – Consumação e tentativa
Crime é formal, independente do sentimento pessoal ser satisfeito.
9 – Distinções legais
Aqui não há propina.
Corrupção passiva privilegiada e prevaricação:
No primeiro há um pedido de terceiro, ajudando um terceiro que pediu.
No segundo há um ato voluntário, porém, é possível a participação de um terceiro na prevaricação, o terceiro que não é funcionário público pode responder por prevaricação, esse terceiro não faz um pedido, ele pode induzir a pessoa a ter um sentimento pessoal. Os dois tem a mesma pena.
26 de setembro de 2014
Prevaricação x desobediência:
Primeiro você omite retarda.
Segundo vai existir quando o ato que não é praticado ou praticado contra um dispositivo legal, envolve um comportamento, uma atitude que pode ser um fazer ou um não fazer que desatenta a uma ordem, essa ordem determinada não está relacionada com as suas funções. Ex: oficial de justiça tem o dever de cumprir os mandados judiciais, se ele não cumpre esses mandados ele está prevaricando. Se o juiz convoca o oficial de justiça para depor como testemunha, ele está cometendo desobediência, a determinação judicial não está ligada a suas funções. Diretor do presidio que pede para um agente penitenciário fazer alguma coisa que não está relacionada ao exercício da sua função.
Prevaricação do código eleitoral: art. 345, 292, 313.
Lei de serviços postais, lei 6538/78 – art. 35 e ss.
Crimes ambientais: lei 9605/98 – art. 66,67,68 e ss.
Crimes contra o sistema financeiro – lei 7492/86 – art. 23
10 – Figura equiparada: prevaricação imprópria ou penitenciária (art. 319-A – Lei nº 11.466/2007)
Art. 319-A. Deixaro Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007).
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Coibir a introdução de celulares nos presídios. 
Favorecimento real penitenciário: 
11 – Causa de aumento de pena (327 § 2º) 
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)
11 – Ação penal e aspectos processuais.
Pública incondicionada, rito funcional, crime de pequeno potencialmente ofensivo (lei 9099).
CONDESCENDENCIA CRIMINOSA
1 – Fundamento: art. 320 CP
Condescendência criminosa
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
2 – Aspectos gerais
É uma espécie de concordância implícita. Pela indulgência. É uma prevaricação, mas muda o sentimento ou interesse pessoal. Crime de pequeno potencial ofensivo. Funcionário público deixa de punir o seu subordinado pela indulgencia, é um sentimento de tolerância, uma clemência, está tacitamente concordando. Se ele não tem competência para punir, ele tem que levar o fato ao conhecimento da autoridade competente, se ele não leva também está praticando a condescendência criminosa.
3 – Evolução histórica
Vem das mesmas origens do direito romano, todos os crimes contra a administração pública vêm do direito romano, depois aprimorado pelo direito francês.
4 – Bem jurídico tutelado
Bom funcionamento da administração pública, a ideia é colocar na linha esse fp faltosos, que não exercem o poder disciplinar.
5 – Conceito
Consiste na omissão praticada pelo funcionário público que, movido pelo sentimento de indulgencia, deixa de responsabilizar inferior hierárquico que cometeu infração no exercício do cargo ou não efetua a devida comunicação à autoridade competente para puni-lo.
6 – Sujeito ativo e passivo
Ativo: funcionário público competente, superior hierárquico que tem atribuição para punir o subordinado faltoso ou funcionário público não competente, que não pode punir, mas não comunica, não noticia o fato ao fp competente.
O fp que está envolvido na infração que pede para não ser punido, ele está exercendo seu direito de defesa, se não for o fp é concurso de pessoas.
Passivo é o Estado.
7 – Tipicidade objetiva:
a) Condutas: 
Deixar de responsabilizar – não punir, não sancionar, quando o agente tem atribuição para tanto.
Não levar ao conhecimento – ciente do fato, sem competência para punir aquele fato, não leva ao conhecimento daquele que tenha.
b) Crime omissivo próprio
c) pressuposto da condescendência criminosa: antes tem que existir uma infração funcional, que pode ser um 1) crime no exercício do cargo ou 2) uma falta disciplinar no exercício do cargo.
Tem que estar ligado ao exercício do cargo. Se não está ligado ao exercício do cargo, não há condescendência criminosa, como o funcionário que trabalha na repartição dele bate na mulher, ai será uma contravenção penal: funcionário público que não comunica as autoridades de um crime.
Se o juiz verificar que existe um motivo justificado para o fp não praticar uma das duas condutas, não há o crime, como coação, ameaça.
8 - Tipicidade subjetiva
Vontade livre e consciente por uma ideia de indulgencia. (mudou o sentimento, muda o crime).
Não há previsão culposa.
9 – Consumação e tentativa
Crime formal, se consuma com a efetiva omissão, quando toma conhecimento e não faz nada. A omissão tem que ser analisada dentro de um prazo de razoabilidade.
Não se admite tentava pois o crime é omisso.
10 – Distinções normativas
Existe no código penal militar: art. 322. Decreto lei 1001/69, neste existe a condescendência militar culposa.
9455/97
11 – Ação penal e aspectos processuais.
Ação penal pública incondicionada, crime de pequeno potencial ofensivo.
RESISTÊNCIA
1 – Noções preliminares
Muda o enfoque agora, os crimes praticados por qualquer pessoa, por particulares ou funcionários públicos.
2 – Fundamento legal: art. 329
Resistência
Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
3 – Conceito
É uma espécie de desobediência com um colorido de violência ou ameaça. 
Consiste na infração penal em que o agente comete um ato de violência ou de ameaça contra a autoridade do funcionário público, visando impedir o poder de atuação do Estado através do ato a ser executado por seu agente.
4 – Objetividade jurídica
Administração pública. Integridade física e psicológica do terceiro que ajuda, auxilia o funcionário público.
5 – Espécies de resistência
a) ativa: aquela que o indivíduo se opõe ao ato de forma violenta, ameaçadora. Agente se opõe ao ato de funcionário pública por vis corporalis (violência) ou a vis compulsiva (ameaça).
b) passiva: passa a ser desobediência: art. 330: desobediência: indivíduo não pratica a ordem, mas de uma forma pacífica, não emprega violência nem ameaça. Oposição branca.
6 – Sujeito ativo e passivo
Ativo: crime comum, inclusive funcionário público. Pode ser um terceiro também, o pai que não deixa prenderem seu filho.
Passivo: 
Estado é o principal
Secundário é o próprio funcionário público.
Se o particular não prende alguém em flagrante é fato atípico, ele não tem o dever.
Se um particular, sozinho, prende alguém em flagrante:
Majoritária: só há resistência quando há funcionário público presente. 
Minoritária: 
Se eu resistir contra 5 policiais, é um crime só, unidade fática, e é um crime contra o Estado. Porém, cada policial sofreu uma lesão corporal, responde pelos 5 crimes de lesão corporal em concurso com a resistência § 2º.
Se a resistência for cometida através da ameaça, o crime de ameaça é absolvido pelo crime de resistência.
7 – Tipicidade objetiva
a) núcleo da conduta: “opor-se”: impedir, obstaculizar, obstruir. E se a violência for contra algo que o acompanha? Como colocar viatura da polícia, matar o cachorro da polícia?
1º: posição tradicionalista: não tem resistência, pois a violência tem que ser contra o agente. Seria desobediência + dano ao patrimônio público.
2º: majoritário: há intimidação, há ameaça, ele esta indiretamente intimidando, portanto há o crime. Há divergência se há também, neste caso, o dano ao patrimônio público.
b) A violência e a ameaça no crime de resistência
Na ameaça 
c) A questão da fuga e o direito de resistência (teorias)
d) O ato legal (elemento normativo do tipo)
8 – legislação extravagante
Art. 4º da lei 1579/52
ECA lei 8069/90 – art. 236
CPM – art. 177 – decreto-lei 1001/69
9 – publica incondicionado
Caput é JECRIM, rito sumaríssimo
Resistência qualificada é procedimento sumário – art. 394 do CPP
CRIMES HEDIONDOS
Leis importantes:
Lei 8930/94
Lei 9695/98
Lei 11.464/07
Lei 12.015/09
Lei 12.978/14
1 - Previsão legal: art. 5º XLIII CF – lei 8072/90
2 – evolução histórica
Crime hediondo surgiu a CF/88, tortura terrorismo e tráfico. O legislador abriu para o legislador infraconstitucional colocar mais crimes como hediondos. O crime de homicídio qualificado.
Vem do direito espanhol
3 – conceito de crimes hediondos
Hediondo é repugnante, repulsivo, abominável. Tem carga de violência, brutalidade maior. Crime que denota maior reprobabilidade.Consiste em um conjunto de crimes eleitos taxativamente pelo legislador, onde a conduta delituosa é revestida de excepcional gravidade, seja na execução do delito, quando o agente revela desprezo pela vítima (insensível ao sofrimento físico e moral), seja quanto a natureza do bem jurídico ofendido pelo comportamento criminoso.
4 – critério de definição de hediondez
1º sistema: critério legal: legislador não crime figuras hediondas, não cria uma figura nova, ele escolhe na legislação vigente, certos crimes que, por essas características, e recorta, pinça esses crimes e etiqueta nos crimes hediondos.
2º sistema: judicial: a lei não escolhe o crime hediondo, a hediondez é uma prerrogativa do juiz, o juiz no caso concreto analisa se naquela hipótese, se demonstro uma periculosidade, não teve piedade, dó da vítima.
3º sistema: 
5 – espécies de crimes hediondos
CRIMES HEDIONDOS ASSEMELHADOS/EQUIPARADOS
Também chamados de constitucionais.
I – Base: art. 5º XLIII CF – são hediondos: tráfico, terrorismo e tortura, são originários, nasceram junto com a constituição.
II – rol: 
Tortura (lei 9455/97) – foi criada porque 
Tráfico de drogas (lei 11.343/06 – lei de drogas)
Terrorismo – tem fim político, é direcionada a ordem política vigente. Alguns defendem que a lei de segurança nacional trata dos crimes hediondos. Terrorismo não está tipificado ainda.
CRIMES HEDIONDOS ORDINÁRIOS
(comuns ou infraconstitucionais) – trazidos pela lei infraconstitucionais
I – base: art. 1º da lei 8072/90
I – rol: 
a) homicídio simples praticado em atividade típica de grupo de extermínio e homicídio qualificado (art. 121 “caput” e 121 § 2º CP)
Na pratica é inaplicável, pois os grupos de extermínio não praticam homicídio simples. Tipificação vaga e aberta.
Homicídio híbrido, homicídio qualificado e privilegiado ao mesmo tempo, eutanásia por asfixia. O motivo, de ordem subjetiva, tem que ser o motivo privilegiador, art. 67 do CP. O privilegio prepondera sobre a qualificadora. Portanto o homicio hibrido não é hediondo.
b) latrocínio (art. 157 § 3º “in fine” do CP)
c) extorsão qualificada pela morte
d) extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159 “caput” e § 1º, 2º e 3º do CP)
e) estupro e estupro de vulnerável (art. 213 § 1º e § 2º e art. 217-A “caput” e § 1º à 4º).
f) epidemia com resultado morte (art. 267 § 1º do CP)
g) falsificação de remédios (art. 273 caput § 1º, § 1º A e B)
h) favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança, adolescente ou vulnerável (art. 218-B “caput” § 1º e 2º CP)
i) genocídio (lei n. 2889/56).
Faltei
16/10/14
Consequências jurídicas dos crimes hediondos
a) Vedação da anistia, graça e do indulto (art. 2º,I).
Os 3 extinguem a punibilidade, de indulgência estatal, perdão estatal.
Anistia: tem origem em dispositivo legal, em lei, de uma norma, tem efeitos retroativos, tem objeto crimes militares e políticos, mas alcança todos os crimes conexos. Alcança tanto a pena no aspecto principal e no aspecto secundário como o próprio fato. A anistia não alcança os efeitos civis. Art. 21 XVII CF.
Graça: extingue a punibilidade, alcança tão somente os efeitos da pena, só alcança os efeitos primários: não tem que cumprir pena. Não alcança os efeitos secundários, continua sendo reincidente. Alcança um condenado X. É concedido pelo presidente da república, que pode delegar para, por exemplo, o ministro da justiça. Depende da provocação do preso. Está vinculada a um mérito do preso. Art. 84, XII CF.
Indulto: causa de extinção da punibilidade. Só alcança o efeito principal, que é o cumprimento da pena. Também é concedido pelo presidente da república. Sai todo ano (indulto natalino), precisa de determinados requisitos. O decreto é expedido, os presos através de seus advogados fazem o pedido para o juiz da execução penal. Precisa do parecer do MP e do Conselho Penitenciário. O indulto pode ser total ou parcial.
Sobre a concessão de indulto em crimes hediondos, existem 2 correntes:
1) É possível se estiver expresso no decreto de indulto – minoritária.
2) Não é possível por expressa determinação constitucional – majoritária.
b) Vedação da fiança (alterações da lei nº. 11.464/2007)
Fiança: se preso em flagrante por crime hediondo ou equiparado, não pode pagar fiança para responder pelo crime em liberdade.
Fiança é um instituto, uma garantia, uma caução, e vinculação do agente ao processo, precisa comparecer aos atos do processo. Se ele não comparece pode ser revogada sua liberdade provisória. Art. 322 do CPP. Pena máxima até 4 anos é o delegado, mais de 4 anos é o juiz. Lei n. 12.403/11 reformulou a fiança.
Existe liberdade provisória mediante fiança, e liberdade provisória concedida pois não estão presentes os requisitos da prisão preventiva.
A lei de 2007 extraiu da lei dos crimes hediondos a liberdade provisória. 
O juiz pode dar a liberdade provisória mesmo quando a lei prever que não pode, o juiz tem um critério de discricionariedade.
c) Fixação do regime penal e regras da progressão de regimes
art. 2º § 1º e § 2º L. 8072/90 (redação da lei 11.464/07 e súmula vinculante nº 26 STF)
Lapsos para progressão de regimes:
2/5 – primário
3/5 – reincidente
1/6 (primário ou reincidente) para crime crimes anteriores à 27/03/2007
d) direito de apelar em liberdade
e) prisão temporária (lei 7960/89)
Prazo: 30 dias (art. 2º § 4º)
f) estabelecimentos penais para cumprimento de pena em crimes hediondos
g) Livramento condicional
- cumprimento de 2/3 da pena (art. 83, V CP)
- A questão da reincidência específica em crimes hediondos
h) Modificação de penas nos crimes hediondos (art. 6º L. 8072/90)
i) Causas de aumento de pena nos crimes hediondos (art. 9º lei 8072/90)
- Divergências
LEI DE DROGAS
1 – Noções iniciais
Revogou a antiga lei 6368/73. Finalidades: prevenir, diminuir o uso de drogas. Promover a reinserção social do usuário de drogas. Combater de forma rígida o tráfico.
2 – Introdução: criação do Sistema Nacional de Políticas públicas sobre Drogas – SISNAD
PORTE DE CULTIVO DE DROGAS PARA USO PRÓPRIO (PORTE DE ENTORPECENTES)
1 – Base: art. 28 da lei 11.343/06
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamentoespecializado.
2 – Objetividade jurídica: saúde pública
Não precisa do perigo concreto, mesmo que o sujeito faça uso da droga dentro do seu quarto com as janelas fechadas.
3 – Natureza jurídica
a) Polêmica da “descriminalização” (posicionamentos)
1ª: o art. 28 era uma abolicio criminis, havia descriminalizado o porte de drogas: art. 1º da lei de introdução ao código penal: crime é a conduta que é apenada com reclusão ou detenção. Contravenção penal: a conduta punida com prisão simples. Não dá para encaixar as penas do art. 28 em crime nem CP, um critério analítico-normativo.
2ª: Houve uma modificação deste critério: realmente não dá para encaixar no conceito de crime ou cp, mas mesmo que não de, não da para dizer que houve abolitio criminis, pois fazendo uma análise meticulosa, está dentro do capítulo “dos crimes e das penas”. Fala que é uma pena diferente, especial, passarem a chamar de infração penal sui generis (de único gênero, única).
3ª: O art. 28 é um crime, nos moldes clássicos tradicionais: art. 5º IXVI (46). STF e STJ, majoritário entre a doutrina.
Não há previsão de pena privativa de liberdade, portanto não é possível a prisão quem comete esse crime.
Crimes > contravenções penais > art. 28 (escala hierárquica).
b) Estrutura: norma penal em branco
Portaria 344/98 da ANVISA – precisa de um conteúdo de complementação. Tem uma natureza técnica, tem o rol das substâncias pelo nome científico.
4 – Efeitos jurídicos do ilícito
Não pode prender, forma de tratamento diferenciada.
5 – Retroatividade da Lei n. 11.343/06
Em uma comparação com a lei antiga e a lei atual. Lei nova é mais branda em relação e a esse crime. A lei antiga previa detenção de 6 meses a 2 anos. Sum. 611: o juiz da execução penal pode soltar em razão da lei nova.
6 – Condutas típicas
a) Condutas nucleares
Adquirir, guardar...
b) Consumação e tentativa: divergências
1ª corrente: cabe tentativa
2ª corrente: não cabe tentativa. É um crime material. Não há tentativa nas contravenções penais, muito menos no porte de drogas – esta corrente prevalece.
c) O “uso” da droga: art. 28 não fala do uso da droga. Dá para usar a droga sem portar a droga? Tragar a fumaça da maconha.
1ª corrente: há crime, de alguma forma para usar a droga ele acabou portando a droga, nem que seja por menos de 1 segundo.
2ª corrente: não há a previsão da conduta usar, o uso seria a autolesão, que não é punível no direito penal. (não há posicionamento majoritário).
d) Aspectos probatórios (exame químico toxicológico): fica constatado que o agente usou droga. O uso pretérito gera possibilidade de punição? Não, pois não há materialidade. Essa prova pode ser usada para fins administrativos. 
Tem que ficar comprovado oficialmente, exame químico toxicológico, para verificar se realmente é uma substância entorpecente.
Primeiro faz um laudo preliminar, mas esse laudo preliminar não serve para condenar o indivíduo.
7 – Sujeito ativo e passivo
Ativo: crime comum, não se exige habitualidade. Admite-se coautoria. 
Passivo: Estado.
8 – Objeto material: a droga, a substancia entorpecente, tem que estar prevista no rol da portaria da ANVISA.
9 – Elemento normativo do tipo: sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: quando a droga faz parte de princípio-ativo de um remédio, por exemplo.
10 – Tipicidade subjetiva: dolo, para uso pessoal.
11 – Critérios para determinação da destinação da droga para consumo pessoal (art. 28 § 2º)
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
No tráfico a intenção é entregar para que outra pessoa use a droga.
1º natureza e quantidade da droga: grande quantidade de droga é indício de traficância e pequena quantidade de droga pode ser ou não para uso pessoal. A natureza é importante pois uma pequena quantidade pode ser suficiente para vender.
2º local: se está na gaveta do quarto escondida, é um indício de ser para uso pessoal.
3º: antecedentes.
12 – Uso compartilhado (art. 33 § 3º lei 11.343/06)
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
É como se fosse uma figura privilegiada do tráfico
13 – Figuras equiparadas: semear, 
Ação penal é pública, incondicionada.
Penas 
Se o sujeito não cumpre essa pena, o juiz não pode converter essa pena em prisão, então ele irá aplicar o § 6º: marca uma audiência de admoestação verbal, de advertência ou o juiz aplica uma multa ao descumpridor da determinação, através do art. 29 da lei de drogas.
Incidência do princípio da insignificância: pouquíssima quantidade de drogas: miligramas de droga.
1º: não cabe insignificância em matéria de drogas, sempre há um risco presumido. A punição já é leve. Guilherme Souza Nutti.
2º: Cabe o princípio da insignificância: não há risco social: princípio da proporcionalidade. Posição do STJ e do STF, Luiz Flavio Gomes.
TRAFICO ILÍCITO DE DROGAS
1 – Introdução
Art. 33 da Lei de Drogas. Tem uma estrutura extremamente extensa. Uma série de figuras equiparadas e privilegiadas. O tráfico teve uma pena aumentada com a nova lei.
CAPÍTULO II
DOS CRIMES
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de2012)
Consiste na infração penal em que o agente pratica uma das condutas previstas no caput do art. 33 da lei de drogas, entregando a consumo ou fornecendo drogas, mesmo que gratuitamente a terceiras pessoas
2 – Objetividade jurídica
Bem jurídico tutelado é a saúde pública, as famílias, as crianças, os usuários, a segurança pública. Bem jurídico supra individual.
3 – Norma penal em branco
De natureza heterogênea, é um ato administrativo que complementa a lei.
4 – Sujeito ativo e passivo
Crime comum. A prescrição irregular pode caracterizar tráfico culposo, art. 38. Dependendo da função que o sujeito exerce, a pena é maior: professor, funcionário público, tutor, se ele traficar em razão da sua função a pena é aumentada: art. 40 II.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
5 – Tipicidade objetiva:
a) Crime de ação múltipla: no mesmo fato, dá para fazer 10 condutas das 18: regra da unicidade delituosa: responderá somente uma vez por tráfico. Porém, se ele vende droga na casa dele, vende para uma pessoa de manha, para outra a tarde e para outra a noite, são 3 tráficos.
b) Análise das condutas típicas (18 verbos)
Prescrever é receitar. Ministrar é aplicar
c) Exclusão da substância da lista (consequências)
A ANVISA tira da lista a droga. 
1ª corrente: não há retroatividade, pois quando praticou o crime a norma era vigente. A alteração do conteúdo complementativo não altera a norma penal.
2ª corrente: majoritário: tem que ser aplicado a retroatividade da norma benéfica.
d) Circunstâncias indicativas do tráfico
Mesmos critérios e circunstancias do art. 28 § 2º: quantidade, natureza da droga, local, condições da ação.
e) Elemento normativo do tipo
6 – Consumação e tentativa
Cada comportamento pratica vai consumar o delito, algumas são de natureza permanente, transportar, trazer consigo, ter em depósito.
Tentativa: em algumas figuras, pois algumas são consequenciais. Como adquirir, importar, prescrever. Mas, na prática, é muito difícil.
Pegar com alguém o 7 e o 8
7 – Flagrante preparado e crime de tóxicos
8 – Tipicidade subjetiva
9 – Consequências jurídicas do tráfico
a) Natureza de crime hediondo equiparado (art. 5º XLIII CF)
ttt: tortura, tráfico e terrorismo.
b) Tratamento do art. 44 da lei 11.343/06
Traz uma espécie de norma reforço, incrementando o tratamento rigoroso ao tráfico. O art. 44 pega o 33 caput, as figuras equiparadas, art. 33 § 1º e o 34,35,36 e 37.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
O art. 44 não se aplica ao 33 §§ 2º e 3º.
33 § 4º há divergências: tráfico privilegiado: a lei quis dar um tratamento mais brando aos “mulas”, os “leva e traz”. É uma causa de diminuição de pena. A divergência é: uma vez reconhecido esse tráfico privilegiado, o art. 44 incide nessa figura?
1ª corrente: menos rigorosa: uma vez reconhecido o tráfico privilegiado, afastam-se as consequências do art. 44, não dá para reconhecer o privilégio e ao mesmo tempo reconhecer as consequências do art. 44, o 33 § 4º não tem natureza hedionda.
2ª corrente: majoritária: STJ e STF: o reconhecimento do privilégio não afasta o 44, pois é apenas o 33 caput com uma diminuição de pena, não é um crime autônomo. 
O 33 §§ 2º e 3º são crimes autônomos.
c) A natureza do tráfico privilegiado (art. 33 § 4º da lei 11.343): é hediondo também.
Se o juiz achar, mesmo que a condenação seja por tráfico, naquele caso concreto, se estão presentes os requisitos para a conversão em restritiva de direitos. Pode pelo art. 44 do Código Penal. HC 97256/RS
O art. 44 não menciona a progressão de regimes. Quando o crime é hediondo, 2/5 se for primário e se for reincidente 3/5 e se for antes de 2007, será um sexto. Segundo a doutrina hediondo é o art. 33 caput, § 1º e § 4º, então a progressão do regime é a mesmo para crimes hediondos.
E os arts. 34,35,36,37? O art. 44 dá o mesmo tratamento a eles, mas não são hediondos, são crimes autônomos ao tráfico. Esses crimes agregados, aplica regra geral ou tratamento de crime hediondo para a progressão de regime desses crimes, 2 correntes:
1ª corrente: eu tenho que dar o mesmo tratamento para esses crime correlatos de crimes hediondos, apesar de serem variáveis ao tráfico, o legislador tratou esses crimes de forma mais rigorosa, a progressão não foi contemplada na época pois a lei 11.343 é de 2006 e a lei que alterou os lapsos da progressão de regime é de 2007. Também pois para o livramento condicional é de 2/3.
2ª corrente: (majoritária: para esses crimes se aplica a regra geral, pois não posso fazer um interpretação extensiva in malam partem, portanto é 1/6, art. 112 da LEP.
10 – Fixação da pena no tráfico ilícito de drogas
5 a 15 anos, art. 42 e 43 falam da fixação da pena. Pode usar como critério a quantidade da droga. 500 a 1500 dias multa. § único do 43.
11 – Ação penal e aspectos probatórios.
Pública incondicionada, bem supra individual. Se o juiz estiver na dúvida entre tráfico e porte, o juiz deve optar pelo porte. A quantidade exorbitante sempre caracteriza tráfico, reflete ainda como a droga foi encontrada. A jurisprudência aceita como válida a palavra dos policias, desde que esteja em harmonia com as demais provas. A droga tem que ser submetida a um exame laudo químico-toxicológico, não basta o laudo de constatação prévia (art. 58). Tem rito próprio da lei de drogas, rito especial dos crimes de tóxicos, art. 54 a 59.
Tanto quem está acusado de porte tanto tráfico, se o réu se declarar dependente, o juiz tem que determinar um exame de dependência toxicológica, porque se ele for dependente, uma dependência patológica, ele é inimputável, aplica o art.26 do CP e art. 47 da lei de drogas. Art. 45 38 § 7º.
Os bens que são usados para o tráfico e os bens obtidos pelo lucro do tráfico podem ser todos apreendidos. Na sentença condenatória o juiz pode considerar esses bens perdidos e o dinheiro vai para um fundo. Pode perder ainda um imóvel que foi usada para o tráfico.
ESTATUTO DO DESARMAMENTO
Lei n 10.826/03
Lei 7497/97(acho)
1 – Introdução e evolução histórica
Restrição de uso e venda da arma. Regras rígidas quanto ao registro.
2 – Criação do SINARM (Sistema Nacional de Armas)
Ligado a Polícia Federal e ao Ministério da Justiça. Cadastramento de todas as armas de fogo do país. Art. 2º do Estatuto do Desarmamento.
3 – Normas que se aplicam ao estatuto do desarmamento
É uma norma penal em branco:
Dec. 3665/00
Dec. 5123/04
4 – Aspectos técnicos
a) Conceito de arma de fogo: é uma arma própria, é construída com a finalidade de ataque ou defesa. Existem as armas impróprias, objeto que não são fabricados para ataque ou defesa mas eventualmente podem ser usadas para isso. Arma branca é com lâmina. Pode ser também uma arma imprópria.
Artefato que tem capacidade para expelir projéteis através de detonação. Conceito legal é art. 3º XII do Dec. 3665/00.
Pessoa flagrada com munição: todo elemento agregado a arma de fogo que viabiliza a provocação do disparo.
Existem ainda os acessórios, os elementos agregados a arma, como a mira, a mira a laser, silenciador, o coldre.
Portaria 2/09 do conselho logístico do exército
b) Classificação
Quanto ao acionamento: 
Automáticas, semiautomáticas e de repetição.
Automáticas: aquelas que emitem disparos sequenciais, rajadas, como metralhadoras.
Semiautomáticas: são aquelas que também emitem rajadas, mas por grupo, como as pistolas. (4,5 tiros)
Armas de repetição: é mecânico. Aperta o gatilho e sai só um projétil. Caso do revólver.Quanto ao emprego:
Armas leves: de pequeno poder de destruição, pequeno calibre. Revolveres.
Armas pesadas: de poderoso efeito destrutivo. Armas usadas em operações militares, bazuca, por exemplo.
Quanto ao transporte:
Arma portátil: pelo peso, pela dimensão, pode trazer junto ao corpo. Revólver. 
Semi-portátil: arma que dá para transportar também, mas não dá para esconde-la. Fuzil.
Não-portátil: arma que não há como transportá-la através de uma única pessoa. Bateria antiaérea (porta-míssil)
*Quanto ao raiamento do cano:
Armas de alma lisa: o interior do cano da arma: são aquelas que não possuem nenhum friso, nenhum tipo de marca, ranhura no interior do cano. Armas de caça, esportiva. Espingarda.
Armas de alma raiada: que são aquelas armas que tem frisos, desenhos no interior do cano da arma. Esses frisos, desenhos, podem melhorar a direção, a potencialidade.
Quanto ao calibre nominal da arma:
Medida da boca da arma, diâmetro interno da alma da arma.
*Quanto a permissão de uso:
Armas de uso restrito: são as armas de uso exclusivo das forças armadas e das instituições de segurança pública. Art. 11 do dec. 5123/04 e art. 16 do dec. 3665/00. Armas de maior potencial lesivo. Principal elemento que distingue é a força, a energia superior a 300 libras/pé, que equivalem a 4 toneladas. Como fuzil AK-47 soviético (russo), Fall (belga), M16 (Americana), R15, bazuca, granada, Glock, submetralhadora Uzi.
Armas de uso permitido: qualquer cidadão pode ter a permissão de tê-las, de acordo com as normas do estatuto do desarmamento e os decretos. Poder de fogo inferior a 300 libra/pé. Armas de repetição, de alma lisa, revolveres, espingardas.
Algumas portarias do conselho logístico do exército. Portaria 006/07 do Conselho Logístico do Exército. Gás de pimenta, arma de choque, armas de pressão (abaixo de 6 mil libras). Portaria 02/10 – réplicas.
5 – Aspectos administrativos
a) Registro da arma (requisitos)
Processo na Polícia Federal, tem que autorizar a compra da arma.
Art. 4º do Estatuto do Desarmamento e art. 12 do dec. 5123/04:
Declarar a necessidade da arma.
Idade mínima de 25 anos.
Documentação pessoal.
Comprovante de bons antecedentes e ser primário.
Aptidão técnica, que envolve saber manusear a arma e aptidão psicológica.
Se for autorizado, você poderá comprar a arma e a polícia federal dará o registro da arma, que tem que guardar com você. Tem que pagar taxas referentes ao registro da arma. 
Para buscar a arma a PF dará um porte de trânsito.
Guardar a arma em casa: art. 12 do Estatuto do Desarmamento.
6 – Porte de arma
a) Competência para concessão
b) Porte pessoal (legal): é o porte comum, era chamado de porte de defesa.
c) Porte em razão da prerrogativa de função (funcional): é aquele que tem um tratamento diferenciado, as regras para a concessão do porte não são as mesas que estamos vendo agora. O porte funcional é tratado diferente porque algumas pessoas em razão da função que elas exercem, tem autorização para portar a arma durante a sua função. Algumas dessas pessoas podem portar a arma para o exercício da função e algumas também fora da função. Art. 6º do estatuto do desarmamento e 33 a 37 do decreto 5123/04 as pessoas que podem portar arma no exercício da função são: os integrantes das forças armadas, integrantes dos órgãos de segurança pública (144 CF). O policial pode portar arma fora da corporação, mas o policial pode levar a arma da corporação consigo? Há uma divergência, uma primeira corrente entenque sim que ‘majoritária, Os portes de arma dos policiais são concedidos pelo seu superior e também tem uma carteira de porte de arma, contendo o limite. Outro grupo são os integrantes da guarda municipal (portaria 365/06), os guardas 
Só pode usar arma durante a função: guardas municipais, guardas portuários, funcionários de segurança privada, auditores fiscais.
Podem portar arma dentro e fora da função: os agentes da ABIN e os agentes que integram o departamento de segurança do gabinete institucional da presidência da república, os integrantes da policia da câmara dos deputados e senado federal, agentes carcerários, agentes de escolta, membros da magistratura e do MP, autorizados por força da lei orgânica da magistratura nacional 35/79, art. 33 V. Lei 8625/93, art. 42 os integrantes das forças armadas, integrantes dos órgãos de segurança pública (144 CF). 
Integrantes da entidade desportivas que demandam uso de arma (art. 30,31, dec. 5123/04. Em relação ao juiz e promotor há um discussão se eles podem usar arma restritas ou as permitidas.
2005 – plebiscito – votação no sentido de permitir o comércio de armas.
O estatuto do desarmamento tem como objeto material a arma de fogo, também respondem nos termos do estatuto do desarmamento quem porta acessórios da arma ou munições.
A arma de fogo + munição + condição de uso que causam risco a segurança pública. 
Posicionamento do STF: arma dismuniciada: tem uma relativa eficácia, causa risco a segurança pública.
Arma obsoleta não responde pelo Estatuto do Desarmamento.
Arma desmontada: tem uma relativa eficácia.
Arma defeituosa: depende do tipo de defeito, se for um defeito que não tem como concertar, a transforma em arma obsoleta. Se ela tem concerto ela tem um risco a sociedade. O laudo que irá responder esta questões. Do projétil é laudo de balística.
Principais crimes: 
Art. 12 – posse irregular de arma de fogo. Armas de uso permitido.
Se for uma arma de uso restrito, entra no art. 16.
Art. 13: omissão de cautela
Art. 14: porte ilegal de arma de uso permitido.
Quando a pessoa usa uma arma ilegal para cometer homicídio, o crime fim absorve o crime meio, princípio da consunção, absorção.
Se eu estou levando a arma, e chega um policial e eu saco a arma e atiro no policial, responde em concurso material (posicionamento majoritário).
Art. 15: disparo de arma de fogo: arma de fogo com registro, e efetuar disparo em lugar habitado, em direção de via pública.
Porte ilegal de arma do 14 e disparo do 15 juntos?
Responde pelos dois ou por um só?
1ª corrente: responde só pelo porte, absorção pelo crime mais grave.
2ª corrente: concurso material, aplica a pena dos dois crimes.
3ª corrente: concurso formal.
4ª corrente: só pelo disparo, quando o porte da arma é precário, pega emprestado a arma por alguns momentos e atira. Crime fim que absorve o crime meio.

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