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1 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA A P O S T IL A 2 1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA 1.1 - CONCEITO DE ANATOMIA No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American Association of Anatomists: anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas. A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência. Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu- se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras. Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos). A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento. Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a existência de estudos específicos. 1.2 - NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é encontrado na maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional esta é uma variação. Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. Se a anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral, incompatível com a vida, é uma monstruosidade. 1.3 - NOMENCLATURA ANATÔMICA Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de Nomenclatura Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século passado, graças aos trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de metodologia e de inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina 3 Anatomica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em Congressos Internacionais de Anatomia . A língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam apenas sinais para a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e os termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação). Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo uso. 1.4 - POSIÇÃO ANATÔMICA Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a posição pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de descrição anatômica (posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada. Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada para a frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente. 1.5 - DIVISÃO DO CORPO HUMANO O corpo humano divide-se em cabeça, tronco e membros. 2.1. Cabeça A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha imaginária passando pelo topo das orelhas e dos olhos é o limite aproximada entre estas duas regiões. O crânio contém o encéfalo no seu interior, na chamada cavidade craniana. As lesões crânioencefálicas são as causas mais freqüentes de óbito nas vitimas de trauma. A face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, olfato e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e digestivo. As lesões da face podem ameaçar a vida devido ao sangramento e obstrução das vias aéreas. 2.2. Tronco O tronco é dividido em pescoço, tórax, abdome e pelve. 2.2.1. Pescoço Contém várias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical que abriga no seu interior a porção cervical da medula espinhal. As porções superiores do trato respiratório e digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. Contém também vasos sangüíneos calibrosos responsáveis pela irrigação da cabeça. As lesões do pescoço de maior gravidade são as fraturas da coluna cervical com ou sem lesão medular, as lesões do trato respiratório e as lesões de grandes vasos com hemorragia severa. 2.2.2. Tórax Contém no seu interior, na chamada cavidade torácica, a parte inferior do trato respiratório (vias aéreas inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os grandes vasos sangüíneos que chegam ou saem do coração. É sustentado por uma estrutura óssea da qual fazem parte a coluna vertebral torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a escápula. As lesões do tórax são a segunda causa mais freqüente de morte nas vítimas de trauma. 1.6 - PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície, os quais, com suas intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico, um paralelepípedo. Tem-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes: dois planos verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e outro ao dorso – plano 4 dorsal ou posterior. Estes e outros a eles paralelos são também designados como planos frontais, por serem paralelos à “fronte”; dois planos verticais tangentes aos lados do corpo – planos laterais direito e esquerdo e, finalmente, dois planos horizontais, um tangente à cabeça – plano cranial ou superior – e outro à planta dos pés – plano podálico – (de podos = pé) ou inferior. O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o vértice do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por esta razão, este plano é denominado caudal. Os planos descritos são de delimitação. É possível traçar também planos de secção: o plano que divide o corpo humano em metades direita e esquerda é denominado mediano. Toda secção do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital (corte sagital) e os planos de secção são também chamados sagitais; os planos de secção que são paralelos aos planos ventral e dorsal são ditos frontais e a secção é também denominada frontal (corte frontal); os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são horizontais. A secção é denominada transversal. 1.7 - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de delimitação e secção. Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de medial e lateral conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano mediano do corpo. Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior (ou ventral) e posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano anterior. Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou cranial) para a mais próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais distante deste plano. Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se, comumente, os termos proximal e distal referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da raiz do membro. Para o tubo digestivo emprega-se os termos oral e aboral, referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da boca. Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de intermédia. Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra posterior, ou entre uma superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra distal ou ainda uma oral e outra aboral) é denominada de média. Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas, sendo este um conceito absoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre mediana, enquanto os outros termos de posição e direção são relativos, pois baseiam-se na comparação da posição de uma estrutura em relação a posição de outra A anatomia é o estudo da forma e da constituição do corpo, pré-requisito indispensável para o estudo da fisiologia dos órgãos. Seu estudo compreende tanto a evolução do indivíduo desde a fase de zigoto até a velhice (ontogenia), como o desenvolvimento de uma estrutura no reino animal (filogenia). A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas: (1) anatomia sistemática ou descritiva, que estuda os vários sistemas separadamente e (2) anatomia topográfica ou cirúrgica, que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações entre si. ORIGEM EMBRIOLÓGICA Quanto à origem, os órgãos podem ser classificados em homólogos ou análogos. Diz-se que dois órgãos são homólogos quando possuem a mesma origem embriológica mas diferentes funções, como, por exemplo, os membros superiores do homem e as asas dos pássaros. A analogia, por sua vez, acontece quando dois órgãos tem funções semelhantes e diferentes origens embriológicas, como ocorre com os pulmões humanos e as guelras dos peixes. 1.8 - MÉTODOS DE ESTUDO 1. inspeção: analisando através da visão. A análise pode ser de órgãos externos (ectoscopia) ou internos (endoscopia); 2. palpação: analisando através do tato é possível verificar a pulsação, os tendões musculares e as saliências ósseas, dentre outras coisas; 3. percussão: através de batimentos digitais na superfície corporal podemos produzir sons 5 audíveis, que ajudam a determinar a composição de órgãos ou estruturas (gases, líquidos ou sólidos); 4. ausculta: ouvindo determinados órgãos em funcionamento (Ex.: coração, pulmão, intestino); 5. mensuração: permite a avaliação da simetria corporal e de eventuais megalias; 6. dissecção: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor visualização; 7. métodos de estudo por imagem: inclui o raioX, ecografia, ressonância nuclear magnética e tomografia computadorizada. 1.9 - VARIAÇÕES ANATÔMICAS NORMAIS Existem algumas circunstâncias que determinam variações anatômicas normais e que devem ser descritas: 1. idade: os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando para a bolsa escrotal e nela se localizando durante a vida adulta; 2. sexo: no homem a gordura subcutânea se deposita principalmente na região tricipital, enquanto na mulher o depósito se dá preferencialmente na região abdominal; 3. raça: nos brancos a medula espinhal termina entre a primeira e segunda vértebra lombar, enquanto que nos negros ela termina um pouco mais abaixo, entre a segunda e a terceira vértebra lombar; 4. tipo morfológico constitucional: é o principal fator das diferenças morfológicas. Os principais tipos são: 4.a- longilíneo: indivíduo alto e esguio, com pescoço, tórax e membros longos. Nessas pessoas o estômago geralmente é mais alongado e as vísceras dispostas mais verticalmente; 4.b- brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço, tórax e membros curtos. Aqui as vísceras costumam estar dispostas mais horizontalmente; 4.c- mediolíneo: características intermediárias. A identificação do tipo morfológico é importante devido às diferentes técnicas de abordagem semiológica, avaliação das variações da normalidade e até mesmo maior incidência de doenças, como por exemplo a hipertensão, que é sabidamente mais comum em brevilíneos. 1.10 - PLANOS ANATÔMICOS O corpo humano é dividido por três eixos imaginários: 1. o eixo vertical ou longitudinal, que une a cabeça aos pés, classificado como heteropolar; 2. o eixo de profundidade ou ântero-posterior, que une o ventre ao dorso, classificado como heteropolar; 3. o eixo de largura ou transversal, que une o lado direito ao lado esquerdo, classificado como homopolar. No momento em que projetamos um eixo sobre outro temos um plano. Existem quatro planos principais: 1. o plano sagital, formado pelo deslocamento do eixo ântero-posterior ao longo do eixo longitudinal; 2. o plano sagital mediano, formado pelo deslocamento do eixo ântero-posterior ao longo do eixo longitudinal na linha mediana, dividindo o corpo em duas metades aparentemente simétricas, denominadas antímeros; 3. o plano transversal ou horizontal, formado pelo deslocamento do eixo de largura ao longo do eixo ântero-posterior. Uma série sucessiva de planos transversais divide o corpo em segmentos denominados metâmeros; 4. o plano frontal ou coronal, formado pelo deslocamento do eixo de largura ao longo do eixo longitudinal, dividindo o corpo em porções chamadas de paquímeros. 1.11 - TERMOS DE RELAÇÃO ANATÔMICA Inferior ou caudal: mais próximo dos pés; Superior ou cranial: mais próximo da cabeça; Anterior 6 ou ventral: mais próximo do ventre; Posterior ou dorsal: mais próximo do dorso; Proximal: mais próximo do ponto de origem; Distal: mais afastado do ponto de origem; Medial: mais próximo do plano sagital mediano; Lateral: mais afastado do plano sagital mediano; Superficial: mais próximo da pele; Profundo: mais afastado da pele; Homolateral ou ipsilateral: do mesmo lado do corpo; Contra-lateral: do lado oposto do corpo; Holotopia: localização geral de um órgão no organismo. Ex.: o fígado está localizado no abdômen; Sintopia: relação de vizinhança. Ex.: o estômago está abaixo do diafragma, a direita do baço e a esquerda do fígado; Esqueletopia: relação com esqueleto. Ex.: coração atrás do esterno e da terceira, quarta e quinta costelas; Idiotopia: relação entre as partes de um mesmo órgão. Ex.: ventrículo esquerdo adiante e abaixo do átrio esquerdo. 2 – SISTEMAS DE SUSTENTAÇÃO 2.1 - SISTEMA ESQUELÉTICO Além de dar sustentação ao corpo, o esqueleto protege os órgãos internos e fornece pontos de apoio para a fixação dos músculos. Ele constitui-se de peças ósseas (ao todo 208 ossos no indivíduo adulto) e cartilaginosas articuladas, que formam um sistema de alavancas movimentadas pelos músculos. O esqueleto humano pode ser dividido em duas partes: 1-Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral caixa torácica. 2-Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular, formada pelas escápulas e clavículas; cintura pélvica, formada pelos ossos ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores ou anteriores e inferiores ou posteriores). 7 1-Esqueleto axial 1.1-Caixa craniana Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar superior e mandíbula (maxilar inferior). Observações: Primeiro - no osso esfenoide existe uma depressão denominada de sela turca onde se encontra uma das menores e mais importantes glândulas do corpo humano - a hipófise, no centro geométrico do crânio. Segundo - Fontanela ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da cabeça da criança, que facilita a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por osso. 1.2-Coluna vertebral É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (coccix). 1.3-Caixa torácica É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando ao esterno). 8 2- Esqueleto apendicular 2-1- Membros e cinturas articulares Cada membro superior é composto de braço, antebraço, pulso e mão. O osso do braço – úmero – articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso constitui-se de ossos pequenos e maciços, os carpos. A palma da mão é formada pelos metacarpos e os dedos, pelas falanges. Cada membro inferior compõe-se de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele se articula com os dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula. A região frontal do joelho está protegida por um pequeno osso circular: a rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é constituída pelos metatarsos e os dedos dos pés (artelhos), pelas falanges. Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular (formada pela clavícula e pela escápula ou omoplata); a inferior se chama cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia (constituída pelo sacro - osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). A primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna. 3 - Juntas e articulações Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, denominadas articulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos. 4 - Ligamentos Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão firmemente unidos às membranas que revestem os ossos. 9 5 - Classificação dos ossos Os ossos são classificados de acordo com a sua forma em: A - Longos: têm duas extremidades ou epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero. B- Curtos: têm as três extremidades praticamente equivalentes e são encontrados nas mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos. C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma delicada membrana - o periósteo - responsável pelo crescimento em espessura do osso e também pela consolidação dos ossos após fraturas (calo ósseo). As superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre as epífises e a diáfise encontra-se um disco ou placa de cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é chamado de disco metafisário (ou epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando como depósito de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, constituindo o local de formação das células do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é popularmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de tecido hematopoético estão nos ossos da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada principalmente nas epífises. D- Ossos Pneumáticos: São osso ocos, com cavidades cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), apresentando pequeno peso em relação ao seu volume. 1 0 E- Ossos Irregulares: Apresentam formas complexas e não podem ser agrupados em nenhuma das categorias prévias. Eles tem quantidades variáveis de osso esponjoso e de osso compacto. Exemplo: Vértebras. F- Ossos Sesamóides: Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e estresse físico, como as palmas e plantas. Eles podem variar de tamanho e número, de pessoa para pessoa, não são sempre completamente ossificados, normalmente, medem apenas alguns milímetros de diâmetro. Exceções notáveis são as duas patelas, que são grandes ossos sesamóides, presentes em quase todos os seres humanos. Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e feminino: 6 - TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO 6.1 - O TECIDO ÓSSEO O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, suas principais funções estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular. Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que ali existia previamente. A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos: Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a difusão de nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm um papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea 1 1 Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo. Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas de monócitos que atravessam os capilares sangüíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões conhecidas como lacunas de Howship. Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já mencionada anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno tipo I). A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes de tecido ósseo: o tecido ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjoso ou lacunar ou reticulado. Essas variedades apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo entre si apenas na disposição de seus elementos e na quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão aspecto poroso ao tecido. O tecido ósseo compacto praticamente não apresenta espaços medulares, existindo, no entanto, além dos canalículos, um conjunto de canais que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann e canais de Havers. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração. Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos (órgãos): externamente temos uma camada de tecido ósseo compacto e internamente, de tecido ósseo esponjoso. Os ossos são revestidos externa e internamente por membranas denominadas periósteo e endósteo, respectivamente. Ambas as membranas são vascularizadas e suas células transformam-se em osteoblastos. Portanto, são importantes na nutrição e oxigenação das células do tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos e reparação das fraturas. Além disto, nas regiões articulares encontramos as cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração. No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser: vermelha: formadora de células do sangue e plaquetas (tecido reticular ou hematopoiético): constituída por células reticulares associadas a fibras reticulares. amarela: constituída por tecido adiposo (não produz células do sangue). No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a medula vermelha fica restrita aos ossos chatos do corpo (esterno, costelas, ossos do crânio), às vértebras e às epífises do fêmur e do úmero (ossos longos). Com o passar dos anos, a medula óssea vermelha presente no fêmur e no úmero transforma-se em amarela. 1 2 6.2 - O TECIDO CARTILAGINOSO O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde absorve choques, facilita os deslizamentos e é essencial para a formação e crescimento dos ossos longos. A cartilagem é um tipo de tecido conjuntivo composto exclusivamente de células chamadas condrócitos e de uma matriz extracelular altamente especializada. É um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das cavidades articulares. Em alguns casos, vasos sanguíneos atravessam as cartilagens, indo nutrir outros tecidos. O tecido cartilaginoso também é desprovido de vasos linfáticos e de nervos. Dessa forma, a matriz extracelular serve de trajeto para a difusão de substâncias entre os vasos sangüíneos do tecido conjuntivo circundante e os condrócitos. 2.2 - SISTEMA ARTICULAR Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens). Essas uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, como também permitem que o crescimento ósseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Além disto, capacitam que partes do corpo se movimentem em resposta a contração muscular. Embora apresentem consideráveis variações entre elas, as articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às peças que se articulam. Articulações fibrosas (móveis) As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre pequeno, depende do comprimento das fibras interpostas. Existem três tipos de articulações fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose. As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, são formadas por várias camadas fibrosas, sendo a união suficientemente íntima de modo a limitar intensamente os movimentos, embora confiram uma certa elasticidade ao crânio. A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em contato é variável, reconhecendo-se suturas planas (união linear retilínea ou aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união em bisel) e suturas serreadas (união em linha “denteada”). No crânio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura plana; entre os parietais, sutura denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa. No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os ossos e uma maior mobilidade. Estas áreas fibrosas são denominadas fontículos (ou fontanelas). São elas que permitem, no momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal pela sobreposição dos ossos do crânio. Esta redução de volume facilita a expulsão do feto para o meio exterior. Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com que as suturas, pouco a pouco, desapareçam e, com elas, a elasticidade do crânio. Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, relativamente longa, formando ou um ligamento interósseo ou uma membrana interóssea, nos casos, respectivamente de menor ou maior comprimento das fibras, o que condiciona um menor ou maior grau de movimentação. Exemplos típicos são a sindesmose tíbio-fibular e a membrana interóssea radio-ulnar. Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus receptáculos, os alvéolos dentários. O tecido fibroso do ligamento periodontal segura firmemente o dente no seu alvéolo. A presença de movimentos nesta articulação significa uma condição patológica. 1 3 1. SISTEMA MUSCULAR INTRODUÇÃO Podemos entender que o esqueleto precisa de ossos unidos e articulados. Mas para esse conjunto funcionar, também necessitamos de um componente que fixe as partes do esqueleto entre si e seja o motor de todos os movimentos. Esse componente é o sistema muscular, constituído pelos músculos, que são estruturas formadas por feixes de células especiais, as células musculares, denominadas miócitos. CLASSIFICAÇÃO Existem três tipos de células musculares e, portanto, três tipos de músculos: o liso, o estriado cardíaco e o estriado esquelético. A) Músculo Liso: é involuntário e de movimentos lentos contínuos, pois são controlados pelo sistema nervoso central; B) Músculo Estriado Cardíaco: é o músculo responsável pelas contrações do coração, possui movimentos rápidos, porém involuntários, sendo controlado dessa forma pelo sistema nervoso central através do Bulbo. C) Músculo Estriado Esquelético: é o músculo responsável pelos movimentos do corpo, possui movimentos rápidos, e voluntários, pois é comandado de acordo com a vontade do indivíduo. ANATOMIA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO Um músculo é formado por um ventre e duas extremidades. O ventre é a porção média, carnosa, capaz de contração, uma vez que é composto por células musculares. Já as extremidades, formadas por tecido conjuntivo denso modelado, apresentam-se esbranquiçadas, brilhantes, rígidas e inextensíveis, pois o seu comprimento não aumenta quando submetidas a uma força externa. As extremidades de um músculo servem para prender o ventre muscular contrátil a uma parte do esqueleto, seja essa parte um osso, uma cápsula articular ou mesmo uma cartilagem. E assim, preso ao esqueleto, o músculo vai cumprir sua função de mover as partes do nosso corpo. Quando a extremidade de um músculo se fixa ao esqueleto num ponto preciso, ela é chamada de tendão. Mas se ela se fixa em grandes áreas do esqueleto, então ela recebe o nome de aponeurose. Para se movimentarem, os músculos normalmente firmam-se em duas extremidades: I. Uma móvel, fixa, que não sofre deslocamentos, chamada de origem; II. Outra que efetivamente se move, denominada inserção. Um músculo pode ter mais de um ponto fixo, ou seja, mais de um tendão na extremidade de origem. Ex: bíceps, tríceps, quadríceps. Os músculos têm ainda um revestimento externo formado de tecido conjuntivo, que mantém as fibras musculares juntas, facilitando seu deslocamento, chamada de fáscia. CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS A - Quanto à forma do ventre. Longo: o comprimento predomina sobre a largura. Ex: flexores do carpo e dedo. Fusiforme: um músculo longo em que o diâmetro do ventre é maior que o diâmetro das extremidades. Ex: bíceps braquial. Largo: comprimento e a largura são equivalentes. Ex: glúteo máximo. Em leque: músculo largo em que as fibras de um lado convergem para um tendão. Ex: grande dorsal. B - Ao número de cabeças. 99% dos músculos só apresentam uma cabeça, não havendo classificação. Só se classificam as exceções. 1 4 Bíceps – um na região anterior do braço (bíceps braquial) e outro na região posterior da coxa (bíceps femural). Tríceps – um na região posterior do braço (tríceps braquial) e outro na região posterior da perna (tríceps sural = gastrocnêmio + sóleo). Quadríceps – região anterior da coxa. É formado por 04 músculos: reto femural, e vastos (medial intermédio e lateral). Aplica-se injeção intramuscular nos músculos deltoide e glúteo, no adulto. E no vasto lateral em criança de pouca idade. C - Quanto à função: Agonista: quando ele é o principal responsável pela execução do movimento. Ex: flexores do dedo. Antagonista: realizam ações opostas ao agonista, regulando força e velocidade do movimento. Sinergistas: impedem a ação de movimentos indesejados causados pelo agonista durante sua ação. Ex: extensores do carpo. Fixadores ou posturais: ação está relacionada a manutenção do corpo em posição adequada para realizar o movimento. Ex: músculos que mantêm o corpo de pé. D - Ao número de ventres: Monogástricos – apresentam somente um ventre. Correspondem a 99% dos músculos. Digástricos – apresentam dois ventres unidos por um tendão intermediário. Encontrados no pescoço: um da mandíbula para o osso temporal (músculo digástrico) e outro, o osso hioide até a omoplata (músculo Omohioideu). Poligástrico – apresentam vários ventres unidos por tendões intermediários. O único exemplo é o músculo reto do abdômen. E - Ao número de caudas: Monocaudado – apresenta somente uma cauda. Corresponde a 99% dos músculos. Policaudado – apresenta de três a quatro caudas. É encontrado nas extremidades dos membros (músculos extensores e flexores dos dedos). No membro superior, a flexão (ato de dobrar) é feita por músculos anteriores, e a extensão (ato de distender) é feita por posteriores. No membro inferior, flexores são posteriores, e extensores são anteriores. F - À topografia: Axial – localiza-se na cabeça, pescoço, tórax e abdômen. Apendicular – nos membros. G - À inserção: Esquelético – cabeça e cauda inserem-se no esqueleto. 99% dos músculos. Cutâneo – insere-se na tela subcutânea (pelo menos um dos seus tendões). Ex: músculos da expressão facial (músculos da mímica). VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO. A contração dos músculos esqueléticos obedece aos comandos do sistema nervoso central e que chegam até a eles por meio dos nervos. Esses nervos se forem cortados ou estiverem doentes deixam os músculos sem estímulo para poderem se contrair, causando atrofia, ou seja, a diminuição da massa muscular pela falta de uso. A energia necessária para realizar as contrações vem através do sangue arterial, dentro de cada músculo, na forma de oxigênio e nutrientes. Em injeções intramusculares, os músculos servem de reservatório para o medicamento, e os músculos mais utilizados são o deltoide e o glúteo máximo. Observações: Contração isométrica – o músculo entra em estado de tensão e não se encurta, auxiliando o músculo que executará o movimento. Contração isotônica – o músculo entra em estado de tensão e se encurta, executando o 1 5 movimento desejado. I. Anexos Musculares: Fáscia Muscular – dispositivo fibroso que envolve um músculo ou grupos de músculos. Tem a função de ajudar o trabalho muscular, evitando gasto desnecessário de energia. Bainha Fibrosa dos Tendões – dispositivo fibroso que se estende de um lado a outro do osso, formando um túnel ósteo-fibroso para a proteção dos tendões. Se essa bainha não existisse, poderia haver o rompimento da epiderme, derme e hipoderme, ou desgaste do tendão, devido o contato com o osso. Bainha Sinovial dos Tendões – tem a função de lubrificar esse tubo ósteo-fibroso para evitar desgaste do tendão devido contato com o osso. Bolsa Sinovial dos Tendões – semelhante à Bainha Sinovial dos Tendões está presente onde tendões entram em contato com osso, ligamento ou quando a pele se move sobre uma superfície óssea, as bolsas sinoviais facilitam os movimentos, minimizando a fricção. II. Observações anatômo-funcionais e clínicas: O músculo esquelético não funciona sem inervação, desnervado torna-se flácido e atrófico, contudo, ocorrendo regeneração do nervo até 01 ano após a desnervação, o músculo pode reaver a sua função razoavelmente normal. Uma das modificações após a morte é o endurecimento do músculo, conhecido como “rigor mortis” isto devido à perda de trifosfato de adenosina (ATP) dos músculos. O quadrante superolateral (superior externo) da região glútea é relativamente livre de nervos e vasos e frequentemente usado para injeções intramusculares. PRINCIPAIS MÚSCULOS DO CORPO HUMANO. A – MÚSCULOS DA CABEÇA. Occipito-frontal: Movimentação do couro cabeludo; Orbicular do olho: Fechamento do olho; Orbicular da boca: Fechamento da boca; Bucinador: Compressão das bochechas contra as maxilas e mandíbula, possibilitando o assobio e o sopro; Masseter, temporal: Elevação da mandíbula, favorecendo a mastigação. B – MÚSCULOS DO PESCOÇO. Plastima: Tração da pele do pescoço, tendo um papel estético. Esternocleidomastóide: Flexão da cabeça, em atuação conjunta com seu par, do outro lado do pescoço; rotação ou inclinação da cabeça, em atuação isolada. C – MÚSCULOS DO DORSO. Trapézio: Retração da escápula; Grande dorsal: Extensão e adução do braço. D – MÚSCULOS DO ABDOMEM. Reto abdominal: Flexão do tronco; Oblíquo externo, oblíquo interno e transverso abdominal: Flexão, inclinação e rotação do tronco. E – MÚSCULOS DO TÓRAX. Peitoral maior: Adução do braço; Intercostais internos: Expiração forçada; Intercostais externos: Inspiração; Diafragma: Principal músculo inspiratório. 1 6 F – MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR. Deltóide: Abdução do membro superior; Bíceps braquial: Flexão e supinação do antebraço; Tríceps braquial: Extensão do antebraço; Flexor do carpo e dedos: Flexão do carpo ou das falanges; Extensor do carpo e dedos: Extensão do carpo ou das falanges. FONTE: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. G – MÚSCULOS DO MEBRO INFERIOR. Glúteo máximo: Extensão e rotação da coxa; Quadríceps femoral: Extensão da perna; apresenta quatro porções: reto femoral, vasto medial, intermédio e lateral; Adutor da coxa: Adução da coxa; Posterior da coxa: Flexão da perna; Anterior da perna: Participação na dorsiflexão do pé e na extensão dos dedos; Posterior da perna, como gastrocnêmico (músculo da “batata da perna”): Flexão plantar do pé; extensão do pé sobre a perna, com importante função na marcha, entre outras. 1 7 2. SISTEMA CIRCULATÓRIO INTRODUÇÃO Não é apenas o sistema muscular que precisa receber nutrientes e oxigênio para desempenhar o seu trabalho. A vida de todas as células de todos os sistemas também depende desses recursos, cuja distribuição no complexo organismo, composto de bilhões de células, é uma tarefa realizada por um sistema específico – o SISTEMA CIRCULATÓRIO. O sistema circulatório é constituído por uma rede de vasos de vários calibres, que são as artérias e as veias, por onde corre o sangue que permeia todo o organismo. O coração atua como uma bomba, impulsionando o sangue para as artérias e recebendo o que chega pelas veias. I- Angiologia Sistema Arterial Conjunto de vasos que saem do coração e se ramificam sucessivamente distribuindo-se para todo o organismo. Do coração saem o tronco pulmonar (relaciona-se com a pequena circulação, ou seja, leva sangue venoso para os pulmões através de sua ramificação, duas artérias pulmonares uma direita e outra esquerda) e a artéria aorta (carrega sangue arterial para todo o organismo através de suas ramificações). Estrutura 1- Túnica externa: é composta basicamente por tecido conjuntivo. Nesta túnica encontramos pequenos filetes nervosos e vasculares que são destinados à inervação e a irrigação das artérias. Encontrada nas grandes artérias somente. 2- Túnica média: é a camada intermediária composta por fibras musculares lisas e pequena quantidade de tecido conjuntivo elástico. Encontrada na maioria das artérias do organismo. 3- 3-Túnica íntima: forra internamente e sem interrupções as artérias, inclusive capilares. São constituídas por células endoteliais. Algumas artérias importantes do corpo humano Sistema do tronco pulmonar: o tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo direito e se bifurca em duas artérias pulmonares, uma direita e outra esquerda. Cada uma delas ramifica-se a partir do hilo pulmonar em artérias segmentares pulmonares. Este sistema leva sangue venoso para os pulmões para que ocorra a troca de gás carbônico por oxigênio. Sistema da aorta (sangue oxigenado): a artéria aorta sai do ventrículo esquerdo e ramifica-se na porção ascendente em duas artérias coronárias, uma direita e outra esquerda que vão irrigar o coração. Logo em seguida a artéria aorta encurva-se formando um arco para a esquerda dando origem a três artérias (artérias da curva da aorta) sendo elas: - Tronco braquiocefálico arterial - Artéria carótida comum esquerda - Artéria subclávia esquerda O tronco Braquiocefálico arterial origina duas artérias: - Artéria carótida comum direita - Artéria subclávia direita - 1 8 Artéria carótida comum (esquerda ou direita): esta artéria se ramifica em: Artéria carótida interna (direita ou esquerda) Artéria carótida externa (direita ou esquerda) Artéria carótida interna: penetra no crânio através do canal carotídeo dando origem a três ramos colaterais: artéria oftálmica, artéria comunicante posterior e artéria coriódea posterior. E mais dois ramos terminais: artéria cerebral anterior e artéria cerebral média. Artéria carótida externa: irriga pescoço e face. Seus ramos colaterais são: artéria tireoide superior, a. lingual, a. facial, a. occipital, a. auricular posterior e a. faríngea ascendente. Seus ramos terminais são: artéria temporal e artéria maxilar. Sistema Venoso É constituído por tubos chamados de veias que tem como função conduzir o sangue dos capilares para o coração. As veias, também como as artérias, pertencem a grande e a pequena circulação. O circuito que termina no átrio esquerdo através das quatro veias pulmonares trazendo sangue arterial dos pulmões chama-se de pequena circulação ou circulação pulmonar. E o circuito que termina no átrio direito através das veias cavas e do seio coronário retornando com sangue venoso chama-se de grande circulação ou circulação sistêmica. Em relação à forma: é variável quanto mais cheia mais cilíndrica e quanto mais vazia mais achatada. Fortemente distendidas apresentam a forma nodosa devido à presença de válvulas. Quanto ao calibre pode ser grande, médio ou pequeno calibre. Tributárias ou afluentes: sua formação aumenta conforme está chegando mais perto do coração pela confluência das tributárias. O leito venoso é praticamente o dobro do leito arterial. Situação: São classificadas em superficiais e profundas e também podem receber a denominação de viscerais e parietais dependendo de onde estão drenando se é na víscera ou em suas paredes. Válvulas: são pregas membranosas da camada interna da veia que tem forma de bolso. Algumas veias importantes do corpo humano: Veias da circulação pulmonar (ou pequena circulação): As veias que conduzem o sangue que retorna dos pulmões para o coração após sofrer a hematose (oxigenação), recebem o nome de veias pulmonares. São quatro veias pulmonares, duas para cada pulmão, uma direita superior e uma direita inferior, uma esquerda superior e uma esquerda inferior. As quatro veias pulmonares vão desembocar no átrio esquerdo. Estas veias são formadas pelas veias segmentares que recolhem sangue venoso dos segmentos pulmonares. Veias da circulação sistêmica (ou da grande circulação): duas grandes veias desembocam no átrio direito trazendo sangue venoso para o coração são elas veia cava superior e veia cava inferior. Temos também o seio coronário que é um amplo conduto venoso formado pelas veias que estão trazendo sangue venoso que circulou no próprio coração. Veia cava superior: origina-se dos dois troncos braquiocefálicos (ou veia braquiocefálica direita e esquerda). Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia (que recebe sangue do membro superior) com a veia jugular interna (que recebe sangue da cabeça e pescoço). A veia cava inferior é formada pelas duas veias ilíacas comuns que recolhem sangue da região pélvica e dos membros inferiores. O seio coronário recebe sangue de três principais veias do coração: veia cardíaca magna, veia cardíaca média e veia cardíaca parva ou menor. CORAÇÃO O coração é um órgão oco, formado por um tipo especial de músculo, o músculo estriado cardíaco, que só existe nele e não obedece a comandos voluntários. Essa musculatura é chamada de Miocárdio e está recoberta interna e externamente por membranas, que são finas camadas de tecido. A membrana interna do miocárdio é o endocárdio, e a externa é o epicárdio. O coração fica dentro de um saco fibroso, o pericárdio, que tem função de protegê-lo e fixá-lo. Anatomicamente, o coração se localiza no tórax, atrás do osso esterno, no espaço chamado de mediastino, situado entre os dois pulmões. O coração tem o trabalho de impulsionar o sangue, através do sistema de vasos sanguíneos, a todos os locais do corpo. Dessa forma podemos observar duas etapas no trabalho do coração: 1 9 A Sístole, momento em que o coração se contrai, expulsando o sangue para as artérias; A Diástole, quando o coração se relaxa, enchendo-se passivamente com o sangue das veias. Essas etapas se sucedem gradativamente num movimento de sístole – diástole – sístole – diástole..., provocando assim a circulação do sangue. O coração não é simplesmente um grande saco muscular contrátil oco, pois, se assim fosse, haveria a mistura do sangue arterial com o venoso da grande e pequena circulação. Essa mistura não ocorre exatamente porque o coração humano, após o nascimento, tem quatro cavidades, a saber: Dois Átrios, um esquerdo e um direito, situados acima e atrás no coração. Essa localização é determinada pela forma e pela posição do coração: um cone com base para cima, situado de modo oblíquo no mediastino, tendo a ponta voltada para frente, para baixo e para a esquerda. O átrio direito recebe o sangue da circulação pulmonar; Dois ventrículos, também um direito e um esquerdo, localizados embaixo e na frente dos átrios. O ventrículo direito impulsiona o sangue para a circulação pulmonar e o esquerdo para a circulação sistêmica. Cada átrio comunica-se com o ventrículo por meio de uma estrutura denominada Valva. Popularmente chamada de válvula. Elas são formadas por duas ou três partes, as cúspides. Do lado direito do coração temos a Valva tricúspide. E do lado esquerdo nos temos a Valva bicúspide (mitral). Os ventrículos expulsam o sangue por meio das artérias. A artéria Pulmonar expulsa o sangue do ventrículo direito para os pulmões, e a artéria aorta, do ventrículo esquerdo para a grande circulação. Ambas possuem valvas em sua origem, tanto a valva pulmonar como a aorta tem três cúspides. CAMINHO DO SANGUE NO CORAÇÃO O sangue venoso chega ao coração vindo da circulação sistêmica por duas grandes veias: a veia cava superior e inferior, que se abrem no átrio direito. O sangue passa pela valva tricúspide e chega ao ventrículo direito. Ocorre então uma sístole, e o sangue é ejetado pela artéria pulmonar que vai do ventrículo direito até os pulmões. Este é o início da pequena circulação. Nos alvéolos pulmonares ocorre a troca gasosa entre o gás carbônico e o oxigênio, e o sangue passa de venoso a arterial. O sangue volta então pelas veias pulmonares até o átrio esquerdo, passa pela valva mitral, para o ventrículo esquerdo e na próxima sístole, é impulsionado para a artéria aorta, iniciando a grande circulação. Assim, o sangue arterial é levado até a rede capilar de todos os tecidos, onde o oxigênio é absorvido pelas células e o sangue adquire gás carbônico, tornando-se venoso. O sangue venoso prossegue pelas veias até chegar novamente 2 0 as veias cavas e daí ao átrio direito, dando início a mais um ciclo. Tudo isso só é possível devido a sístole cardíaca, que por sua vez só existe devido a presença de fibras especiais que promove contrações regulares do miocárdio. Estruturas essas chamadas de nó sinoatrial (marcapasso natural – átrio direito) e nó atrioventricular. CIRCULAÇÃO CORONARIANA Esse tipo de circulação ocorre devido à necessidade do coração de ser irrigado, e isso é feito pelas artérias coronárias e veias coronárias. Quando as artérias coronárias estão entupidas, ocorre o enfarto do miocárdio. CIRCULAÇÃO SISTÊMICA A circulação sistêmica ocorre para levar oxigênio dos pulmões para o corpo e retirar o gás carbônico encontrado no corpo e levá-lo aos pulmões para serem eliminados. – A Artéria Aorta. A Artéria Aorta sai do ventrículo esquerdo levando o sangue que por meio de seus ramos, será distribuindo para o corpo. A Aorta subdivide-se em: duas artérias subclávias (no braço recebe o nome de braquial, no cotovelo se divide em radial e ulnar), duas artérias carótidas comuns, artéria renal, ilíaca interna e externa, femoral, poplítea (tibial anterior e a tibial posterior). DRENAGEM VENOSA A drenagem do sangue é feita pelas veias, visto que as mesmas possuem válvulas que impedem o refluxo de sangue, fazendo com que o mesmo flua no sentido do coração. No membro superior a drenagem é feita pelas veias cefálica e a basílica, na cabeça a drenagem é feita pelas veias jugulares externas e internas. No membro inferior temos a safena magna (mais longa do corpo – geralmente é retirada e usada como enxerto, formando um caminho alternativo para regiões de vasos sanguíneos que estão obstruídas) e a safena parva, e a femoral. O sangue do intestino é drenado pela veia porta. DRENAGEM LINFÁTICA Quando o sangue passa nos capilares, ocorre uma perda de líquido que vai para o interstício, que as veias não dão conta de recolher. Esse líquido é chamado de Linfa, é então drenado por um sistema de vasos especiais, os vasos linfáticos, que são estruturas com fundo cego, ou seja, com a forma de dedo de luva. CIRCULAÇÃO FETAL Entre 27° e 37°dias, inicia-se a formação dos septos interatrial e interventricular, com formação e manutenção do forame oval entre os átrios. Entre a 6ª e a 9ª semanas gestacionais, verifica- se o desenvolvimento das válvulas cardíacas. Placenta: “pulmão fetal”; vilosidades da porção fetal, que contém pequenos ramos das 2 artérias e da veia umbilical, projetam-se para o interior da porção materna. A maior parte do sangue oxigenado que chega ao coração pela veia umbilical e pela veia cava inferior é desviada através do forame oval e bombeada da aorta para a cabeça, ao passo que a maior parte do sangue desoxigenado que retorna pela veia cava superior é bombeada, através da artéria pulmonar e do ducto arterial, para os pés e para as artérias umbilicais. Na circulação fetal verificam-se 3 shunts: Ducto Venoso, Forame Oval e Ducto Arterial. CIRCULAÇÃO E RESPIRAÇÃO FETAL Particularidades da Circulação fetal: A placenta é formada nas primeiras semanas, sendo responsável por: nutrição, respiração e eliminação de substâncias tóxicas. Ela está unida ao feto, através do cordão umbilical, neste encontramos duas artérias e uma veia. A veia umbilical conduz sangue rico em oxigênio e nutrientes da placenta ao feto. Ela penetra nesse feto pelo umbigo, ascende pela parede anterior do abdômen até próximo ao fígado. Neste momento, se ramifica. Dois vasos desta ramificação penetram no fígado, e um terceiro 2 1 (maior) une a veia umbilical à veia cava inferior. Este é denominado ducto venoso. O sangue vindo da placenta chegará direta (pelo ducto venoso) ou indiretamente (através do fígado) à veia cava inferior e esta desemboca no átrio direito. Dois terços desse sangue passam do átrio direito para o átrio esquerdo através de uma comunicação denominada de forame oval. Este sangue que se encontra no átrio esquerdo passa para o ventrículo esquerdo e sai pela artéria aorta, irrigando coração, membros superiores e cabeça. Este sangue, agora venoso, retorna pela veia cava superior, desembocando no átrio direito. Em conjunto com um terço de sangue que aqui ficou, passa para o ventrículo direito, saindo pela artéria pulmonar. Como os pulmões estão inativos (em desenvolvimento) o sangue passa para a artéria aorta através de uma comunicação denominada ducto arterial indo irrigar o restante do corpo fetal. Após o metabolismo fetal, o sangue, agora rico em produtos tóxicos, retorna à placenta através de duas artérias umbilicais. Mudanças na Ocasião do Nascimento: Em questão de horas, na ocasião do nascimento, as paredes da veia umbilical se colapsam por não haver mais sangue circulando. Em questão de semanas, a veia umbilical forma um ligamento, o ligamento redondo do fígado. As artérias umbilicais colapsam e formam os ligamentos umbilicais mediais (entre 2 a 3 meses). O forame oval apresenta um fechamento funcional por causa do equilíbrio de pressão das cavidades direita e esquerda. Normalmente, até um ano de idade, ocorre um fechamento anatômico, o qual é chamado de fossa oval. Em questão de semanas a dois meses, os ductos constituem os ligamentos venoso e arterial (ambos sem função alguma). 2 2 3. SISTEMA RESPIRATÓRIO INTRODUÇÃO O Sistema respiratório é essencial à vida. É por esse sistema que o organismo recebe o oxigênio e elimina o gás carbônico. Para realizar esse trabalho, o sistema é composto por duas partes: Uma porção condutora, constituída pelas vias aéreas, que leva o ar do ambiente para dentro dos pulmões e também conduz o ar rico em Co2 para fora do corpo; Uma porção respiratória, nos pulmões, que realiza trocas gasosas. Além disso, o sistema respiratório tem outras estruturas que também desempenham funções importantes. São elas: As pleuras, que revestem os pulmões; Os músculos respiratórios, que realizam os movimentos responsáveis pela entrada e saída de ar das vias respiratórias; VIAS AÉREAS As Vias aéreas são estruturas que compõem o trajeto tubular por onde o ar passa, desde que entra em nosso organismo até chegar aos alvéolos. Nos pulmões, onde ocorre a troca gasosa. É também por esse mesmo trajeto que o ar sai do nosso corpo para o ambiente, no momento da expiração. Além de conduzir o ar, as vias aéreas ainda o aquecem e o umidificam, o que é muito importante para o bom funcionamento do pulmão. As vias aéreas são formadas por: SUPERIORES – nariz, fossas nasais, faringe; INFERIORES – laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. I. Fossas Nasais As fossas nasais também chamadas de cavidades nasais constituem a primeira parte das vias aéreas. Elas se abrem externamente pelas narinas, situadas no nariz, um órgão composto de ossos e cartilagens. Os pêlos existentes no nariz são chamados de vibrissas. Sua abertura é formada pelas asas do nariz e pelo septo nasal. A cavidade nasal é forrada por uma membrana mucosa cujas células possuem cílios que se mexem ritmicamente e ajudam na limpeza do ar, retendo suas impurezas, no muco que elas produzem. Nas partes laterais das fossas nasais estão às conchas, entre as conchas os seios paranasais. A Inflamação da mucosa dos seios paranasais é a sinusite. II. Faringe Por meio das coanas, as fossas nasais se abrem para a faringe, um espaço situado posteriormente as fossas nasais, a boca e a laringe. A faringe pertence tanto ao sistema respiratório quanto ao digestório, e é nela que ocorre o cruzamento aéreo-digestivo, onde a comida é deglutida, passa pelo mesmo local em que o ar é inspirado. É isso que pode provocar o engasgo, ou seja, a entrada de alimento no trato respiratório, quando a pessoa fala e deglute ao mesmo tempo. III. Laringe. Depois de passar pela faringe, o ar chega à laringe – uma estrutura formada por várias cartilagens, com importante função na fonação (falar), já que é nela que se encontram as cordas vocais. IV. Traqueia. A traqueia é um tubo cilíndrico reto, formado por 16 a 20 anéis de cartilagem em forma de C, com a abertura para trás e fechado por uma camada de músculo liso. No seu ponto final a traqueia se divide num ponto chamado Carina, dando origem aos brônquios primários. V. Brônquios e bronquíolos. Os brônquios primários são dois, um direito e um esquerdo, sendo um para cada pulmão. Nos pulmões eles se subdividem em brônquios secundários ou lobares, assim chamados porque correspondem aos lobos pulmonares. Os brônquios secundários são cinco, sendo três para o pulmão direito e dois para o esquerdo. Após várias divisões dos brônquios, surgem os 2 3 bronquíolos, com aproximadamente 1 mm de espessura e que, por sua vez, também se subdividem, até surgirem os bronquíolos respiratórios, que tem alvéolos em sua parede. CONDICIONAMENTO DO AR NAS VIAS AÉREAS. Ao entrar pelas narinas, o ar encontra seu primeiro obstáculo: as vibrissas, que filtram partículas maiores de poeira e até pequenos insetos que ficam presos. Em seguida, o ar entra na cavidade nasal, onde encontra uma mucosa coberta por um muco que vai umidificar o ar e segurar, por aderência, as partículas menores que tenham passado pelas vibrissas. Mais tarde, esse muco será varrido pelos cílios, indo do epitélio para a faringe, onde será deglutido. Na cavidade nasal, o ar vibra ao passar pelas conchas, o que vai aumentar o seu contato com a mucosa vascularizada e fazê-lo aquecer. Passando pela faringe, ocorre o cruzamento aéreo- digestivo, onde novos perigos se apresentam para o sistema respiratório, pois pedaços de alimento podem cair nas partes mais profundas das vias aéreas, causando lesões. Para evitar isso, possuímos vários mecanismos de defesa. Um desses mecanismos é o da contração da laringe, que diminui a luz (cavidade existente nos órgãos ocos) e o outro é a tosse, que expulsa objetos indesejáveis. Além desses mecanismos, temos ainda o importante papel da epiglote: quando deglutimos, a laringe é tracionada para cima e sua entrada é comprimida contra a epiglote, que se fecha parcialmente. Na traquéia, nos brônquios e nos bronquíolos as células ciliadas levam o muco para cima, na direção da faringe, para ser deglutido. No caso dos fumantes, muitos desses cílios se perdem em virtude da ação nociva da fumaça sobre o epitélio do trato respiratório, o que dificulta a eliminação do muco, levando ao acúmulo de secreções e ao desagradável pigarro. Esse acúmulo de secreções e a não eliminação de substâncias potencialmente perigosas deixam a porção inferior do sistema respiratório dos fumantes especialmente desprotegidas, porque irritam a mucosa e funcionam como nutrição para micro- organismos, favorecendo infecções. 2 4 VI. PULMÕES. São órgãos alongados, de aparência esponjosa, divididos em partes denominadas lobos. São dois lobos no pulmão esquerdo (superior e inferior) e três no direito (superior, médio e inferior). Os pulmões são revestidos externamente por uma membrana dupla: a pleura, que tem função de proteger e permitir o deslizamento dois pulmões durante a respiração. A pleura tem um folheto parietal – membrana em contato com as costelas- e um visceral – membrana em contato com os pulmões. Entre esses dois folhetos há um espaço pleural, preenchido pelo líquido pleural, que atua como lubrificante. Os pulmões são constituídos por imensa quantidade de alvéolos – mais de 500 milhões – aos quais chega o ar que passa pelos bronquíolos. Se pudéssemos esticar todos os alvéolos e medir a superfície assim obtida, chegaríamos a 100m2, aproximadamente. Os alvéolos são responsáveis pela troca gasosa (hematose), onde o ar com gás carbônico é eliminado e o ar com o oxigênio é levado para os tecidos pelo sangue. - Conceito e divisão das pleuras: A pleura envolve o pulmão, e apresenta dois folhetos: pleura parietal (voltada para estruturas adjacentes: costelas, diafragma e órgãos do mediastino) e pleura visceral (voltada para o pulmão). Entre os 02 folhetos há uma cavidade pleural de pressão negativa com um filme líquido pleural (10 ml). MECÂNICA RESPIRATÓRIA A caixa torácica é relativamente rígida e tem o músculo diafragma em sua abertura inferior. Quando o diafragma se contrai, ele baixa e o volume da caixa torácica aumenta. Esse aumento de volume faz com que a pressão interna na caixa torácica diminua, tornando-se menor que a do ar atmosférico. Isso faz com que o ar penetre pelas vias aéreas para igualar a pressão, e aí ocorre uma inspiração. O processo de expiração é um pouco diferente: o diafragma se relaxa e a elasticidade pulmonar diminui o volume torácico, fazendo com que o ar seja expulso pelas vias aéreas. Observações anatomo-funcionais e clínicas: A traqueotomia é um tratamento algumas vezes empregado quando da obstrução respiratória (abertura abaixo do 3º anel traqueal), para o não cirurgião, é preferível uma cricotireotomia. Na toracocentose aplica-se uma agulha através de um espaço intercostal na cavidade pleural, para obter uma amostra do líquido pleural ou remover sangue ou pus. No tratamento de câncer pulmonar, a pneumonectomia (retira pulmão inteiro), lobectomia ou segmentectomia, são procedimentos que obriga o acadêmico ter o conhecimento e compreensão da árvore brônquica. Pleura visceral insensível à dor (S.N. Visceral), pleura parietal sensível à dor (S.N. Somático) 2 5 4. SISTEMA DIGESTÓRIO INTRODUÇÃO Quando ingerimos qualquer alimento, o sistema digestório transforma esse alimento em substâncias microscópicas, que recebem o nome genérico de nutrientes e incluem as proteínas, os lipídios os carboidratos, as vitaminas e os sais minerais. Esses nutrientes são então absorvidos por órgãos do sistema digestório, para serem utilizados na estruturação de nossas células e tecidos e na produção da energia necessária as suas funções. O tubo do sistema digestório leva o alimento da boca até o ânus, transformando-o durante todo o caminho e preparando-o para a absorção nas partes mais distais. Ele é composto pelos seguintes órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. Já as glândulas anexas despejam suas secreções no tubo digestivo, ajudando a transformar o alimento. São elas: as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. I. BOCA A boca, ou cavidade oral é a primeira parte do tubo digestivo. É por ela que o alimento entra em estado bruto, é cortado, triturado e sofre a ação enzimática da saliva. Externamente ela é limitada pelos lábios e bochechas, superiormente pelo palato e inferiormente pelo assoalho. Na parte posterior, a boca se comunica com a faringe. Na boca as estruturas auxiliadoras da digestão são os dentes e a língua, juntamente com as glândulas salivares. - Características dos dentes Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. - Tipos de dentes Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite. À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo permanente. As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos ou presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. Em seguida, há dois dentes chamados pré-molares, cada um com duas cúspides. Atrás ficam os molares, que têm uma superfície de mastigação relativamente plana, o que permite triturar e moer os alimentos. - A língua A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea. 2 6 As glândulas salivares A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual. Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca. O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias. Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do estômago. II. FARINGE É um órgão muscular situado posteriormente às cavidades nasais, à boca, e à laringe, com a forma de um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento. Sua função é conduzir o bolo alimentar para o esôfago, embora ela também atenda ao sistema respiratório. A faringe é rica em tecido linfoide, ou seja, células do sistema imunológico que protegem o nosso organismo das infecções. É esse tecido, inclusive, que constitui as tonsilas palatinas, popularmente chamadas de amídalas, e a tonsila faríngea, conhecida vulgarmente como adenoide. III. ESÔFAGO É um órgão muscular cilíndrico, em forma de tubo, de aproximadamente 25cm de comprimento, que atravessa o pescoço e o tórax e passa por uma abertura do diafragma, penetrando no abdome, onde tem uma pequena porção. O esôfago conduz o bolo alimentar por meio de movimentos ondulatórios chamados de movimentos peristálticos, que empurram o alimento para adiante, no tubo digestivo. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo. 2 7 IV. ESTÔMAGO Do esôfago, o bolo alimentar chega ao estômago, que é uma dilatação do tubo digestivo. Ele se localiza logo abaixo do diafragma, projetando-se medianamente e à esquerda, na parte superior do abdome. O estômago serve como reservatório para alimentos ingerido, que ali são armazenados e misturados com as secreções gástricas. Forma-se, assim uma massa semilíquida denominada quimo, que vai sendo progressivamente liberada para o intestino delgado, de acordo com sua capacidade de absorção. O estômago está dividido em cinco partes, e segmentos, são elas: Cárdia, a região em que ele se junta ao esôfago; Corpo, a porção central, onde ocorre secreção de enzimas digestivas que se misturam com o bolo alimentar; Fundo, porção mais alta, que serve como reservatório; Antro, porção mais distal, que ajuda na mistura do alimento com as secreções para produzir o quimo; Piloro, que é um esfíncter, um músculo circular. Sua função é regular a velocidade de saída do quimo para o intestino delgado. O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação. A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as células que o produzem. Por ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. A pepsina, ao catalisar a hidrólise de proteínas, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem os aminoácidos. Como nem todas as ligações peptídicas são acessíveis à pepsina, muitas permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e aminoácidos livres. A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é produzida pela mucosa gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular a caseína, facilitando a ação de outras enzimas proteolíticas. A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas dolorosas que sangram (úlceras gástricas). A mucosa gástrica produz também o fator intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12. O bolo alimentar pode permanecer no estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e semilíquida, o quimo. Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão. V. INTESTINO DELGADO O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino. A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas em milhares de microgotículas). O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. A amilase pancreática fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lípase pancreática hidrolisa as moléculas de um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre os ácidos nucleicos, separando seus nucleotídeos. O suco pancreático contém ainda o tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em que são secretadas as enzimas proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não 2 8 digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se em tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em quimiotripsina, enzima ativa. A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, transformando-os em oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações peptídicas específicas ao longo das cadeias de aminoácidos. A mucosa do intestino delgado secreta o suco
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