Buscar

FISIOLOGIA HUMANA - NOVA

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA E 
FISIOLOGIA HUMANA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A
P
O
S
T
IL
A
 
 
2
 
1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA 
 
1.1 - CONCEITO DE ANATOMIA 
 
 No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e 
microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. 
 Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American 
Association of Anatomists: anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a 
função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e 
ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da 
construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias 
partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A 
amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a 
longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração 
intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto 
prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da 
estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou 
seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas. 
 A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). 
Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a 
anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos 
desta ciência. 
 Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização 
humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-
se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras. 
 Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia 
macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. 
 A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando ou não 
recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é aquela 
relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de instrumental para 
ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é dividido em Citologia 
(estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se organizam para a 
formação de órgãos). 
 A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo 
fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até 
o nascimento. Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a 
existência de estudos específicos. 
 
1.2 - NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA 
 
 Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é encontrado 
na maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. 
Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. Entretanto, 
em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional esta 
é uma variação. 
 Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. Se a 
anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral, 
incompatível com a vida, é uma monstruosidade. 
 
1.3 - NOMENCLATURA ANATÔMICA 
 
 Como toda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos 
empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de 
Nomenclatura Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século 
passado, graças aos trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, 
Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações 
diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de metodologia e de 
inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser consignados 
(hoje reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa de uniformizar e criar uma 
nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de Anatomia 
em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi aprovada 
oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris Nomina 
 
3
 
Anatomica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a 
nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, 
desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em 
Congressos Internacionais de Anatomia . A língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua 
morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma estrutura 
do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam apenas sinais para a 
memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida estrutura. 
Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e 
os termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu 
trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento 
sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da 
escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação). Entretanto, há 
nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo 
uso. 
 
1.4 - POSIÇÃO ANATÔMICA 
 Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a 
posição pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de descrição 
anatômica (posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, 
referem-se ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na 
posição padronizada. Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou 
bípede), com a face voltada para a frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores 
estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores 
unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente. 
 
1.5 - DIVISÃO DO CORPO HUMANO 
 
 O corpo humano divide-se em cabeça, tronco e membros. 
 
2.1. Cabeça 
A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha imaginária passando pelo topo das 
orelhas e dos olhos é o limite aproximada entre estas duas regiões. O crânio contém o encéfalo 
no seu interior, na chamada cavidade craniana. As lesões crânioencefálicas são as causas mais 
freqüentes de óbito nas vitimas de trauma. A face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, 
audição, olfato e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e digestivo. As 
lesões da face podem ameaçar a vida devido ao sangramento e obstrução das vias aéreas. 
 
2.2. Tronco 
 
 O tronco é dividido em pescoço, tórax, abdome e pelve. 
 
2.2.1. Pescoço 
 Contém várias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical que abriga no seu 
interior a porção cervical da medula espinhal. As porções superiores do trato respiratório e 
digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. Contém também vasos 
sangüíneos calibrosos responsáveis pela irrigação da cabeça. As lesões do pescoço de maior 
gravidade são as fraturas da coluna cervical com ou sem lesão medular,
as lesões do trato 
respiratório e as lesões de grandes vasos com hemorragia severa. 
 
2.2.2. Tórax 
 Contém no seu interior, na chamada cavidade torácica, a parte inferior do trato respiratório 
(vias aéreas inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os grandes vasos sangüíneos que 
chegam ou saem do coração. É sustentado por uma estrutura óssea da qual fazem parte a 
coluna vertebral torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a escápula. As lesões do tórax 
são a segunda causa mais freqüente de morte nas vítimas de trauma. 
 
1.6 - PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO 
 Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua 
superfície, os quais, com suas intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico, 
um paralelepípedo. 
 Tem-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes: dois 
planos verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e outro ao dorso – plano 
 
4
 
dorsal ou posterior. Estes e outros a eles paralelos são também designados como planos 
frontais, por serem paralelos à “fronte”; dois planos verticais tangentes aos lados do corpo – 
planos laterais direito e esquerdo e, finalmente, dois planos horizontais, um tangente à cabeça – 
plano cranial ou superior – e outro à planta dos pés – plano podálico – (de podos = pé) ou 
inferior. 
 O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o vértice do 
cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por esta razão, 
este plano é denominado caudal. 
 Os planos descritos são de delimitação. É possível traçar também planos de secção: o plano 
que divide o corpo humano em metades direita e esquerda é denominado mediano. Toda secção 
do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital (corte sagital) e os planos 
de secção são também chamados sagitais; os planos de secção que são paralelos aos planos 
ventral e dorsal são ditos frontais e a secção é também denominada frontal (corte frontal); os 
planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são horizontais. A 
secção é denominada transversal. 
 
1.7 - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO 
 
 A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de 
delimitação e secção. 
 Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de medial e lateral 
conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano mediano do corpo. 
 Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior (ou ventral) e 
posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano 
anterior. 
 Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou cranial) para a mais 
próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais distante deste plano. 
 Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se, comumente, os 
termos proximal e distal referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante 
da raiz do membro. Para o tubo digestivo emprega-se os termos oral e aboral, referindo-se às 
estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da boca. 
 Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de intermédia. 
Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra posterior, ou entre uma 
superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra distal ou ainda uma oral e outra aboral) é 
denominada de média. 
 Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas, sendo este 
um conceito absoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre mediana, enquanto os outros 
termos de posição e direção são relativos, pois baseiam-se na comparação da posição de uma 
estrutura em relação a posição de outra 
 A anatomia é o estudo da forma e da constituição do corpo, pré-requisito indispensável para 
o estudo da fisiologia dos órgãos. Seu estudo compreende tanto a evolução do indivíduo desde a 
fase de zigoto até a velhice (ontogenia), como o desenvolvimento de uma estrutura no reino 
animal (filogenia). 
 A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas: (1) anatomia sistemática ou 
descritiva, que estuda os vários sistemas separadamente e (2) anatomia topográfica ou cirúrgica, 
que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações entre si. 
 
ORIGEM EMBRIOLÓGICA 
 Quanto à origem, os órgãos podem ser classificados em homólogos ou análogos. Diz-se que 
dois órgãos são homólogos quando possuem a mesma origem embriológica mas diferentes 
funções, como, por exemplo, os membros superiores do homem e as asas dos pássaros. A 
analogia, por sua vez, acontece quando dois órgãos tem funções semelhantes e diferentes 
origens embriológicas, como ocorre com os pulmões humanos e as guelras dos peixes. 
 
 
1.8 - MÉTODOS DE ESTUDO 
 
1. inspeção: analisando através da visão. A análise pode ser de órgãos externos (ectoscopia) ou 
internos (endoscopia); 
2. palpação: analisando através do tato é possível verificar a pulsação, os tendões musculares 
e as saliências ósseas, dentre outras coisas; 
3. percussão: através de batimentos digitais na superfície corporal podemos produzir sons 
 
5
 
audíveis, que ajudam a determinar a composição de órgãos ou estruturas (gases, líquidos ou 
sólidos); 
4. ausculta: ouvindo determinados órgãos em funcionamento (Ex.: coração, pulmão, intestino); 
5. mensuração: permite a avaliação da simetria corporal e de eventuais megalias; 
6. dissecção: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor 
visualização; 
7. métodos de estudo por imagem: inclui o raioX, ecografia, ressonância nuclear magnética e 
tomografia computadorizada. 
 
1.9 - VARIAÇÕES ANATÔMICAS NORMAIS 
 
 
Existem algumas circunstâncias que determinam variações anatômicas normais e que devem ser 
descritas: 
 
1. idade: os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando para a bolsa 
escrotal e nela se localizando durante a vida adulta; 
2. sexo: no homem a gordura subcutânea se deposita principalmente na região tricipital, 
enquanto na mulher o depósito se dá preferencialmente na região abdominal; 
3. raça: nos brancos a medula espinhal termina entre a primeira e segunda vértebra lombar, 
enquanto que nos negros ela termina um pouco mais abaixo, entre a segunda e a terceira 
vértebra lombar; 
4. tipo morfológico constitucional: é o principal fator das diferenças morfológicas. Os 
principais tipos são: 
4.a- longilíneo: indivíduo alto e esguio, com pescoço, tórax e membros longos. Nessas pessoas 
o estômago 
geralmente é mais alongado e as vísceras dispostas mais verticalmente; 
4.b- brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço, tórax e membros curtos. Aqui as vísceras 
costumam estar 
dispostas mais horizontalmente; 
4.c- mediolíneo: características intermediárias. 
 A identificação do tipo morfológico é importante devido às diferentes técnicas de abordagem 
semiológica, avaliação das variações da normalidade e até mesmo maior incidência de doenças, 
como por exemplo a hipertensão, que é sabidamente mais comum em brevilíneos. 
 
1.10 - PLANOS ANATÔMICOS 
 
 O corpo humano é dividido por três eixos imaginários: 
1. o eixo vertical ou longitudinal, que une a cabeça aos pés, classificado como heteropolar; 
2. o eixo de profundidade ou ântero-posterior, que une o ventre ao dorso, classificado como 
heteropolar; 
3. o eixo de largura ou transversal, que une o lado direito ao lado esquerdo, classificado como 
homopolar. 
 
 No momento em que projetamos um eixo sobre outro temos um plano. Existem quatro 
planos principais: 
 
1. o plano sagital, formado pelo deslocamento do eixo ântero-posterior ao longo do eixo 
longitudinal; 
2. o plano sagital mediano, formado pelo deslocamento do eixo ântero-posterior ao longo
do 
eixo longitudinal na linha mediana, dividindo o corpo em duas metades aparentemente 
simétricas, denominadas antímeros; 
3. o plano transversal ou horizontal, formado pelo deslocamento do eixo de largura ao longo do 
eixo ântero-posterior. Uma série sucessiva de planos transversais divide o corpo em segmentos 
denominados metâmeros; 
4. o plano frontal ou coronal, formado pelo deslocamento do eixo de largura ao longo do eixo 
longitudinal, dividindo o corpo em porções chamadas de paquímeros. 
 
 
1.11 - TERMOS DE RELAÇÃO ANATÔMICA 
 
Inferior ou caudal: mais próximo dos pés; Superior ou cranial: mais próximo da cabeça; Anterior 
 
6
 
ou ventral: mais próximo do ventre; Posterior ou dorsal: mais próximo do dorso; Proximal: mais 
próximo do ponto de origem; Distal: mais afastado do ponto de origem; Medial: mais próximo do 
plano sagital mediano; Lateral: mais afastado do plano sagital mediano; Superficial: mais próximo 
da pele; 
 
Profundo: mais afastado da pele; 
 
Homolateral ou ipsilateral: do mesmo lado do corpo; Contra-lateral: do lado oposto do corpo; 
Holotopia: localização geral de um órgão no organismo. Ex.: o fígado está localizado no 
abdômen; 
Sintopia: relação de vizinhança. Ex.: o estômago está abaixo do diafragma, a direita do baço e a 
esquerda do fígado; 
Esqueletopia: relação com esqueleto. Ex.: coração atrás do esterno e da terceira, quarta e quinta 
costelas; 
Idiotopia: relação entre as partes de um mesmo órgão. Ex.: ventrículo esquerdo adiante e abaixo 
do átrio esquerdo. 
 
2 – SISTEMAS DE SUSTENTAÇÃO 
 
2.1 - SISTEMA ESQUELÉTICO 
 
 
 
 
 
 
 
Além de dar sustentação ao 
corpo, o esqueleto protege os órgãos 
internos e fornece pontos de apoio 
para a fixação dos músculos. Ele 
constitui-se de peças ósseas (ao todo 
208 ossos no indivíduo adulto) e 
cartilaginosas articuladas, que 
formam um sistema de alavancas 
movimentadas pelos músculos. 
O esqueleto humano pode ser 
dividido em duas partes: 
1-Esqueleto axial: formado pela 
caixa craniana, coluna vertebral caixa 
torácica. 
2-Esqueleto apendicular: 
compreende a cintura escapular, 
formada pelas escápulas e clavículas; 
cintura pélvica, formada pelos ossos 
ilíacos (da bacia) e o esqueleto dos 
membros (superiores ou anteriores e 
inferiores ou posteriores). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7
 
1-Esqueleto axial 
 
1.1-Caixa craniana 
 
Possui os seguintes ossos 
importantes: frontal, parietais, 
temporais, occipital, esfenóide, nasal, 
lacrimais, malares ("maçãs do rosto" 
ou zigomático), maxilar superior e 
mandíbula (maxilar inferior). 
 
Observações: 
Primeiro - no osso esfenoide existe 
uma depressão denominada de sela 
turca onde se encontra uma das 
menores e mais importantes 
glândulas do corpo humano - a hipófise, no centro geométrico do crânio. Segundo - Fontanela 
ou moleira é o nome dado à região alta e mediana, da cabeça da criança, que facilita a 
passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por osso. 
 
 
1.2-Coluna vertebral 
 
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se sobrepõem 
constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é dividida em regiões típicas 
que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna torácica, coluna lombar, coluna sacral, 
coluna cocciciana (coccix). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3-Caixa torácica 
 
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, que são em 
número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se inserem diretamente no 
esterno), 3 falsas (se reúnem e depois se unem ao esterno), e 2 flutuantes (com extremidades 
anteriores livres, não se fixando ao esterno). 
 
 
 
 
 
 
 
8
 
2- Esqueleto apendicular 
 
2-1- Membros e cinturas articulares 
 
 
 
Cada membro superior é composto de 
braço, antebraço, pulso e mão. O osso do 
braço – úmero – articula-se no cotovelo com 
os ossos do antebraço: rádio e ulna. O pulso 
constitui-se de ossos pequenos e maciços, os 
carpos. A palma da mão é formada pelos 
metacarpos e os dedos, pelas 
falanges. 
Cada membro inferior compõe-se de 
coxa, perna, tornozelo e pé. O osso da coxa é 
o fêmur, o mais longo do corpo. No joelho, ele 
se articula com os dois ossos da perna: a tíbia 
e a fíbula. A região frontal do joelho está 
protegida por um pequeno osso circular: a 
rótula. Ossos pequenos e maciços, chamados 
tarsos, formam o tornozelo. A planta do pé é 
constituída pelos metatarsos e os dedos dos 
pés (artelhos), pelas 
falanges. 
 
 
 
 
Os membros estão unidos ao corpo 
mediante um sistema ósseo que toma o nome 
de cintura ou de cinta. A 
cintura superior se chama cintura torácica ou 
escapular (formada pela clavícula e pela 
escápula ou omoplata); a inferior se chama 
cintura pélvica, popularmente conhecida como 
bacia (constituída pelo sacro - osso volumoso 
resultante da fusão de cinco vértebras, por um 
par de ossos ilíacos e pelo cóccix, formado por 
quatro a seis vértebras rudimentares fundidas). 
A primeira sustenta o úmero e com ele todo o 
braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a 
perna. 
 
 
 
3 - Juntas e articulações 
 
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as do crânio, 
são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras juntas, denominadas 
articulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto realizar movimentos. 
 
 
4 - Ligamentos 
 
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, cordões 
resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão firmemente unidos 
às membranas que revestem os ossos. 
 
 
 
9
 
5 - Classificação dos ossos 
 
Os ossos são classificados de acordo com a 
sua forma em: 
A - Longos: têm duas extremidades ou 
epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a diáfise 
e cada epífise fica a metáfise. A diáfise é formada 
por tecido ósseo compacto, enquanto a epífise e a 
metáfise, por tecido ósseo esponjoso. Exemplos: 
fêmur, úmero. 
 
 
B- Curtos: têm as três extremidades 
praticamente equivalentes e são encontrados nas 
mãos e nos pés. São constituídos por tecido ósseo 
esponjoso. Exemplos: calcâneo, tarsos, carpos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C - Planos ou Chatos: são formados por duas 
camadas de tecido ósseo compacto, tendo entre 
elas uma camada de tecido ósseo esponjoso e de 
medula óssea Exemplos: esterno, ossos do crânio, 
ossos da bacia, escápula 
Revestindo o osso compacto na diáfise, existe uma 
delicada membrana - o periósteo - responsável pelo 
crescimento em espessura do osso e também pela 
consolidação dos ossos após fraturas (calo ósseo). As 
superfícies articulares são revestidas por cartilagem. Entre 
as epífises e a diáfise encontra-se um disco ou placa de 
cartilagem nos ossos em crescimento, tal disco é 
chamado de disco metafisário (ou epifisário) e é 
responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O 
interior dos ossos é preenchido pela medula óssea, que, 
em parte é amarela, funcionando como depósito de 
lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, 
constituindo o local de formação das células do sangue, 
ou seja, de hematopoiese. O tecido hemopoiético é 
popularmente conhecido por "tutano". As maiores 
quantidades de tecido hematopoético estão nos ossos da 
bacia e no esterno. Nos ossos longos, a medula óssea vermelha é encontrada principalmente 
nas epífises. 
 
 
D- Ossos Pneumáticos: São osso ocos, com cavidades 
cheias de ar e revestidas por mucosa (seios), 
apresentando pequeno peso em relação ao seu volume. 
 
1
0
 
E- Ossos Irregulares: Apresentam formas complexas e não 
podem ser agrupados em nenhuma das categorias
prévias. Eles tem quantidades variáveis de osso 
esponjoso e de osso compacto. Exemplo: Vértebras. 
F- Ossos Sesamóides: Estão presentes no interior de 
alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e 
estresse físico, como as 
palmas e plantas. Eles 
podem variar de tamanho e 
número, de pessoa para pessoa, não são sempre completamente 
ossificados, normalmente, medem apenas alguns milímetros de 
diâmetro. Exceções notáveis são as duas patelas, que são grandes 
ossos sesamóides, presentes em quase todos os seres humanos. 
 
 
Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e feminino: 
6 - TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO 
 
6.1 - O TECIDO ÓSSEO 
 
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, suas 
principais funções estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também funciona como 
alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a força do movimento 
proporcionado pela contração do tecido muscular. 
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de íons de cálcio e 
fosfato. Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se acumulando dentro dos ossos 
longos, substituindo a medula vermelha que ali existia previamente. 
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente orgânico e 
o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam dentro da matriz é feita 
por canais. No tecido ósseo, destacam-se os seguintes tipos celulares típicos: 
 Osteócitos: os osteócitos estão localizados em cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. 
Destas lacunas formam-se canalículos que se dirigem para outras lacunas, tornando assim a 
difusão de nutrientes possível graças à comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos têm um 
papel fundamental na manutenção da integridade da matriz óssea 
 
 
1
1
 
 
Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a parte orgânica da matriz óssea, composta por colágeno 
tipo I, glicoproteínas e proteoglicanas. Também concentram fosfato de cálcio, participando da 
mineralização da matriz. Durante a alta atividade sintética, os osteoblastos destacam-se por 
apresentar muita basofilia (afinidade por corantes básicos). Possuem sistema de comunicação 
intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos inclusive originam-se de 
osteoblastos, quando estes são envolvidos completamente por matriz óssea. Então, sua síntese 
protéica diminui e o seu citoplasma torna-se menos basófilo. 
 Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e remodelação do 
tecido ósseo. São células gigantes e multinucleadas, extensamente ramificadas, derivadas de 
monócitos que atravessam os capilares sangüíneos. Nos osteoclastos jovens, o citoplasma 
apresenta uma leve basofilia que vai progressivamente diminuindo com o amadurecimento da 
célula, até que o citoplasma finalmente se torna acidófilo (com afinidade por corantes ácidos). 
Dilatações dos osteoclastos, através da sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando 
depressões conhecidas como lacunas de Howship. 
 Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já mencionada 
anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada basicamente por íons fosfato e 
cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica, quando o osso se apresenta 
descalcificado, cora-se com os corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de 
colágeno tipo I). 
 A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes de tecido ósseo: 
o tecido ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjoso ou lacunar ou reticulado. Essas 
variedades apresentam o mesmo tipo de célula e de substância intercelular, diferindo entre si 
apenas na disposição de seus elementos e na quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo 
esponjoso apresenta espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que 
dão aspecto poroso ao tecido. O tecido ósseo compacto praticamente não apresenta espaços 
medulares, existindo, no entanto, além dos canalículos, um conjunto de canais que são percorridos 
por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann e canais de Havers. Por ser uma estrutura 
inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração. 
 
 Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos (órgãos): 
externamente temos uma camada de tecido ósseo compacto e internamente, de tecido ósseo 
esponjoso. Os ossos são revestidos externa e internamente por membranas denominadas 
periósteo e endósteo, respectivamente. Ambas as membranas são vascularizadas e suas células 
transformam-se em osteoblastos. Portanto, são importantes na nutrição e oxigenação das células 
do tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos e reparação das 
fraturas. Além disto, nas regiões articulares encontramos as cartilagens fibrosas. Por ser uma 
estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam grande sensibilidade e capacidade de 
regeneração. No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser: 
 
vermelha: formadora de células do sangue e plaquetas (tecido reticular ou hematopoiético): 
constituída por células reticulares associadas a fibras reticulares. 
amarela: constituída por tecido 
adiposo (não produz células do 
sangue). 
No recém-nascido, toda a medula 
óssea é vermelha. Já no adulto, a 
medula vermelha fica restrita aos 
ossos chatos do corpo (esterno, 
costelas, ossos do crânio), às 
vértebras e às epífises do fêmur e do 
úmero (ossos longos). Com o passar 
dos anos, a medula óssea vermelha 
presente no fêmur e no úmero 
transforma-se em amarela. 
 
1
2
 
6.2 - O TECIDO CARTILAGINOSO 
 
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência 
rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares onde 
absorve choques, facilita os deslizamentos e é essencial para a formação e crescimento dos 
ossos longos. A cartilagem é um tipo de tecido conjuntivo composto exclusivamente de células 
chamadas condrócitos e de uma matriz extracelular altamente especializada. 
É um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do 
conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das cavidades articulares. Em 
alguns casos, vasos sanguíneos atravessam as cartilagens, indo nutrir outros tecidos. O tecido 
cartilaginoso também é desprovido de vasos linfáticos e de nervos. Dessa forma, a matriz 
extracelular serve de trajeto para a difusão de substâncias entre os vasos sangüíneos do tecido 
conjuntivo circundante e os condrócitos. 
 
 
 
2.2 - SISTEMA ARTICULAR 
 
Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou mais peças 
esqueléticas (ossos ou cartilagens). Essas uniões não só colocam as 
peças do esqueleto em contato, como também permitem que o 
crescimento ósseo ocorra e que certas partes do esqueleto mudem 
de forma durante o parto. Além disto, capacitam que partes do corpo 
se movimentem em resposta a contração muscular. 
Embora apresentem consideráveis variações entre 
elas, as articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem 
classificá-las em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e 
sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe às peças que 
se articulam. 
 
Articulações fibrosas (móveis) 
As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se articulam é o tecido 
conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de mobilidade delas, sempre 
pequeno, depende do comprimento das fibras interpostas. Existem três tipos de articulações 
fibrosas: sutura, sindesmose e gonfose.
As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do crânio, 
são formadas por várias camadas fibrosas, sendo a união suficientemente 
íntima de modo a limitar intensamente os movimentos, embora confiram 
uma certa elasticidade ao crânio. 
A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em contato 
é variável, reconhecendo-se suturas planas (união linear retilínea ou 
aproximadamente retilínea), suturas escamosas (união em bisel) e 
suturas serreadas (união em linha “denteada”). No crânio, a articulação 
entre os ossos nasais é uma sutura plana; entre os parietais, sutura 
denteada; entre o parietal e o temporal, escamosa. 
No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a quantidade de 
tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a grande separação entre os ossos 
e uma maior mobilidade. Estas áreas fibrosas são denominadas fontículos (ou fontanelas). São 
elas que permitem, no momento do parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça 
fetal pela sobreposição dos ossos do crânio. Esta redução de volume facilita a expulsão do feto 
para o meio exterior. 
Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), fazendo com 
que as suturas, pouco a pouco, desapareçam e, com elas, a elasticidade do crânio. 
Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, relativamente 
longa, formando ou um ligamento interósseo ou uma membrana interóssea, nos casos, 
respectivamente de menor ou maior comprimento das fibras, o que condiciona um menor ou maior 
grau de movimentação. Exemplos típicos são a sindesmose tíbio-fibular e a membrana interóssea 
radio-ulnar. 
Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus receptáculos, os alvéolos 
dentários. O tecido fibroso do ligamento periodontal segura firmemente o dente no seu alvéolo. A 
presença de movimentos nesta articulação significa uma condição patológica. 
 
1
3
 
1. SISTEMA MUSCULAR 
 
INTRODUÇÃO 
 
Podemos entender que o esqueleto precisa de ossos unidos e articulados. Mas para esse 
conjunto funcionar, também necessitamos de um componente que fixe as partes do esqueleto 
entre si e seja o motor de todos os movimentos. Esse componente é o sistema muscular, 
constituído pelos músculos, que são estruturas formadas por feixes de células especiais, as 
células musculares, denominadas miócitos. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Existem três tipos de células musculares e, portanto, três tipos de músculos: o liso, o estriado 
cardíaco e o estriado esquelético. 
 
A) Músculo Liso: é involuntário e de movimentos lentos contínuos, pois são controlados pelo 
sistema nervoso central; 
 
B) Músculo Estriado Cardíaco: é o músculo responsável pelas contrações do coração, possui 
movimentos rápidos, porém involuntários, sendo controlado dessa forma pelo sistema nervoso 
central através do Bulbo. 
 
C) Músculo Estriado Esquelético: é o músculo responsável pelos movimentos do corpo, 
possui movimentos rápidos, e voluntários, pois é comandado de acordo com a vontade do 
indivíduo. 
 
ANATOMIA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 
 
Um músculo é formado por um ventre e duas extremidades. O ventre é a porção média, 
carnosa, capaz de contração, uma vez que é composto por células musculares. Já as 
extremidades, formadas por tecido conjuntivo denso modelado, apresentam-se esbranquiçadas, 
brilhantes, rígidas e inextensíveis, pois o seu comprimento não aumenta quando submetidas a 
uma força externa. As extremidades de um músculo servem para prender o ventre muscular 
contrátil a uma parte do esqueleto, seja essa parte um osso, uma cápsula articular ou mesmo 
uma cartilagem. E assim, preso ao esqueleto, o músculo vai cumprir sua função de mover as 
partes do nosso corpo. Quando a extremidade de um músculo se fixa ao esqueleto num ponto 
preciso, ela é chamada de tendão. Mas se ela se fixa em grandes áreas do esqueleto, então ela 
recebe o nome de aponeurose. Para se movimentarem, os músculos normalmente firmam-se 
em duas extremidades: 
 
I. Uma móvel, fixa, que não sofre deslocamentos, chamada de origem; 
 
II. Outra que efetivamente se move, denominada inserção. 
 
Um músculo pode ter mais de um ponto fixo, ou seja, mais de um tendão na extremidade de 
origem. Ex: bíceps, tríceps, quadríceps. Os músculos têm ainda um revestimento externo 
formado de tecido conjuntivo, que mantém as fibras musculares juntas, facilitando seu 
deslocamento, chamada de fáscia. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS 
 
A - Quanto à forma do ventre. 
 
 Longo: o comprimento predomina sobre a largura. Ex: flexores do carpo e dedo. 
 Fusiforme: um músculo longo em que o diâmetro do ventre é maior que o diâmetro das 
extremidades. Ex: bíceps braquial. 
 Largo: comprimento e a largura são equivalentes. Ex: glúteo máximo. 
 Em leque: músculo largo em que as fibras de um lado convergem para um tendão. 
Ex: grande dorsal. 
 
 
B - Ao número de cabeças. 
 
99% dos músculos só apresentam uma cabeça, não havendo classificação. Só se classificam as 
exceções. 
 
1
4
 
 
 Bíceps – um na região anterior do braço (bíceps braquial) e outro na região posterior da coxa 
(bíceps femural). 
 Tríceps – um na região posterior do braço (tríceps braquial) e outro na região posterior da 
perna (tríceps sural = gastrocnêmio + sóleo). 
 Quadríceps – região anterior da coxa. É formado por 04 músculos: reto femural, e vastos 
(medial intermédio e lateral). 
Aplica-se injeção intramuscular nos músculos deltoide e glúteo, no adulto. E no vasto lateral 
em criança de pouca idade. 
 
C - Quanto à função: 
 
 Agonista: quando ele é o principal responsável pela execução do movimento. Ex: flexores 
do dedo. 
 Antagonista: realizam ações opostas ao agonista, regulando força e velocidade do 
movimento. 
 Sinergistas: impedem a ação de movimentos indesejados causados pelo agonista durante 
sua ação. Ex: extensores do carpo. 
 Fixadores ou posturais: ação está relacionada a manutenção do corpo em posição 
adequada para realizar o movimento. Ex: músculos que mantêm o corpo de pé. 
 
D - Ao número de ventres: 
 
 Monogástricos – apresentam somente um ventre. Correspondem a 99% dos músculos. 
 Digástricos – apresentam dois ventres unidos por um tendão intermediário. Encontrados no 
pescoço: um da mandíbula para o osso temporal (músculo digástrico) e outro, o osso hioide 
até a omoplata (músculo Omohioideu). 
 Poligástrico – apresentam vários ventres unidos por tendões intermediários. O único 
exemplo é o músculo reto do abdômen. 
 
E - Ao número de caudas: 
 
 Monocaudado – apresenta somente uma cauda. Corresponde a 99% dos músculos. 
 
 Policaudado – apresenta de três a quatro caudas. É encontrado nas extremidades dos 
membros (músculos extensores e flexores dos dedos). No membro superior, a flexão (ato de 
dobrar) é feita por músculos anteriores, e a extensão (ato de distender) é feita por 
posteriores. No membro inferior, flexores são posteriores, e extensores são anteriores. 
 
F - À topografia: 
 
 Axial – localiza-se na cabeça, pescoço, tórax e abdômen. 
 Apendicular – nos membros. 
 
G - À inserção: 
 
 Esquelético – cabeça e cauda inserem-se no esqueleto. 99% dos músculos. 
 Cutâneo – insere-se na tela subcutânea (pelo menos um dos seus tendões). Ex: músculos 
da expressão facial (músculos da mímica). 
 
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO. 
 
A contração dos músculos esqueléticos obedece aos comandos do sistema nervoso central e 
que chegam até a eles por meio dos nervos. Esses nervos se forem cortados ou estiverem 
doentes deixam os músculos sem estímulo para poderem se contrair, causando atrofia, ou 
seja, a diminuição da massa muscular pela falta de uso. A energia necessária para 
realizar as contrações vem através do sangue arterial,
dentro de cada músculo, na forma de 
oxigênio e nutrientes. Em injeções intramusculares, os músculos servem de reservatório para o 
medicamento, e os músculos mais utilizados são o deltoide e o glúteo máximo. 
 
Observações: 
 
Contração isométrica – o músculo entra em estado de tensão e não se encurta, auxiliando o 
músculo que executará o movimento. 
 
Contração isotônica – o músculo entra em estado de tensão e se encurta, executando o 
 
1
5
 
movimento desejado. 
 
 
I. Anexos Musculares: 
 
 Fáscia Muscular – dispositivo fibroso que envolve um músculo ou grupos de músculos. 
Tem a função de ajudar o trabalho muscular, evitando gasto desnecessário de energia. 
 
 Bainha Fibrosa dos Tendões – dispositivo fibroso que se estende de um lado a outro do 
osso, formando um túnel ósteo-fibroso para a proteção dos tendões. Se essa bainha não 
existisse, poderia haver o rompimento da epiderme, derme e hipoderme, ou desgaste do 
tendão, devido o contato com o osso. 
 
 
 Bainha Sinovial dos Tendões – tem a função de lubrificar esse tubo ósteo-fibroso para 
evitar desgaste do tendão devido contato com o osso. 
 
 Bolsa Sinovial dos Tendões – semelhante à Bainha Sinovial dos Tendões está presente 
onde tendões entram em contato com osso, ligamento ou quando a pele se move sobre uma 
superfície óssea, as bolsas sinoviais facilitam os movimentos, minimizando a fricção. 
 
II. Observações anatômo-funcionais e clínicas: 
 
 O músculo esquelético não funciona sem inervação, desnervado torna-se flácido e atrófico, 
contudo, ocorrendo regeneração do nervo até 01 ano após a desnervação, o músculo pode 
reaver a sua função razoavelmente normal. 
 Uma das modificações após a morte é o endurecimento do músculo, conhecido como “rigor 
mortis” isto devido à perda de trifosfato de adenosina (ATP) dos músculos. 
 O quadrante superolateral (superior externo) da região glútea é relativamente livre de nervos 
e vasos e frequentemente usado para injeções intramusculares. 
 
PRINCIPAIS MÚSCULOS DO CORPO HUMANO. 
 
A – MÚSCULOS DA CABEÇA. 
 
 Occipito-frontal: Movimentação do couro cabeludo; 
 Orbicular do olho: Fechamento do olho; 
 Orbicular da boca: Fechamento da boca; 
 
 Bucinador: Compressão das bochechas contra as maxilas e mandíbula, possibilitando o 
assobio e o sopro; 
 Masseter, temporal: Elevação da mandíbula, favorecendo a mastigação. 
 
B – MÚSCULOS DO PESCOÇO. 
 
 Plastima: Tração da pele do pescoço, tendo um papel estético. 
 
 Esternocleidomastóide: Flexão da cabeça, em atuação conjunta com seu par, do outro lado 
do pescoço; rotação ou inclinação da cabeça, em atuação isolada. 
 
C – MÚSCULOS DO DORSO. 
 
 Trapézio: Retração da escápula; 
 Grande dorsal: Extensão e adução do braço. 
 
D – MÚSCULOS DO ABDOMEM. 
 
 Reto abdominal: Flexão do tronco; 
 
 Oblíquo externo, oblíquo interno e transverso abdominal: Flexão, inclinação e rotação do 
tronco. 
 
E – MÚSCULOS DO TÓRAX. 
 
 Peitoral maior: Adução do braço; 
 Intercostais internos: Expiração forçada; 
 Intercostais externos: Inspiração; 
 Diafragma: Principal músculo inspiratório. 
 
1
6
 
F – MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR. 
 
 Deltóide: Abdução do membro superior; 
 Bíceps braquial: Flexão e supinação do antebraço; 
 Tríceps braquial: Extensão do antebraço; 
 Flexor do carpo e dedos: Flexão do carpo ou das falanges; 
 Extensor do carpo e dedos: Extensão do carpo ou das falanges. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
 
G – MÚSCULOS DO MEBRO INFERIOR. 
 
 Glúteo máximo: Extensão e rotação da coxa; 
 
 Quadríceps femoral: Extensão da perna; apresenta quatro porções: reto femoral, vasto 
medial, intermédio e lateral; 
 Adutor da coxa: Adução da coxa; 
 Posterior da coxa: Flexão da perna; 
 Anterior da perna: Participação na dorsiflexão do pé e na extensão dos dedos; 
 
 Posterior da perna, como gastrocnêmico (músculo da “batata da perna”): Flexão plantar 
do pé; extensão do pé sobre a perna, com importante função na marcha, entre outras. 
 
 
1
7
 
2. SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
INTRODUÇÃO 
 
Não é apenas o sistema muscular que precisa receber nutrientes e oxigênio para desempenhar 
o seu trabalho. A vida de todas as células de todos os sistemas também depende desses 
recursos, cuja distribuição no complexo organismo, composto de bilhões de células, é uma 
tarefa realizada por um sistema específico – o SISTEMA CIRCULATÓRIO. O sistema 
circulatório é constituído por uma rede de vasos de vários calibres, que são as artérias e as 
veias, por onde corre o sangue que permeia todo o organismo. O coração atua como uma 
bomba, impulsionando o sangue para as artérias e recebendo o que chega pelas veias. 
 
I- Angiologia 
 
 Sistema Arterial 
 
Conjunto de vasos que saem do coração e se ramificam sucessivamente distribuindo-se para 
todo o organismo. Do coração saem o tronco pulmonar (relaciona-se com a pequena circulação, 
ou seja, leva sangue venoso para os pulmões através de sua ramificação, duas artérias 
pulmonares uma direita e outra esquerda) e a artéria aorta (carrega sangue arterial para todo o 
organismo através de suas ramificações). 
 
Estrutura 
 
1- Túnica externa: é composta basicamente por tecido conjuntivo. Nesta túnica encontramos 
pequenos filetes nervosos e vasculares que são destinados à inervação e a irrigação das 
artérias. Encontrada nas grandes artérias somente. 
 
2- Túnica média: é a camada intermediária composta por fibras musculares lisas e pequena 
quantidade de tecido conjuntivo elástico. Encontrada na maioria das artérias do organismo. 3- 
 
3-Túnica íntima: forra internamente e sem interrupções as artérias, inclusive capilares. São 
constituídas por células endoteliais. 
 
Algumas artérias importantes do corpo humano 
 
Sistema do tronco pulmonar: o tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo direito e se 
bifurca em duas artérias pulmonares, uma direita e outra esquerda. Cada uma delas ramifica-se 
a partir do hilo pulmonar em artérias segmentares pulmonares. Este sistema leva sangue 
venoso para os pulmões para que ocorra a troca de gás carbônico por oxigênio. 
Sistema da aorta (sangue oxigenado): a artéria aorta sai do ventrículo esquerdo e ramifica-se na 
porção ascendente em duas artérias coronárias, uma direita e outra esquerda que vão irrigar o 
coração. Logo em seguida a artéria aorta encurva-se formando um arco para a esquerda dando 
origem a três artérias (artérias da curva da aorta) sendo elas: 
 
- Tronco braquiocefálico 
arterial 
- Artéria carótida comum 
esquerda 
- Artéria subclávia 
esquerda 
 
O tronco Braquiocefálico 
arterial origina duas 
artérias: 
 
- Artéria carótida 
comum direita 
- Artéria subclávia 
direita 
- 
 
 
 
 
1
8
 
 
 
Artéria carótida comum (esquerda ou direita): esta artéria se ramifica em: 
 
Artéria carótida interna (direita ou esquerda) 
 
Artéria carótida externa (direita ou esquerda) 
 
Artéria carótida interna: penetra no crânio através do canal carotídeo dando origem a três 
ramos colaterais: artéria oftálmica, artéria comunicante posterior e artéria coriódea posterior. E 
mais dois ramos terminais: artéria cerebral anterior e artéria cerebral média. 
 
Artéria carótida externa: irriga pescoço e face. Seus ramos colaterais são: artéria tireoide 
superior, a. lingual, a. facial, a. occipital, a. auricular posterior e a. faríngea ascendente. Seus 
ramos terminais são: artéria temporal e artéria maxilar. 
 
 Sistema Venoso 
 
É constituído por tubos chamados de veias que tem como função conduzir o sangue dos
capilares para o coração. As veias, também como as artérias, pertencem a grande e a pequena 
circulação. O circuito que termina no átrio esquerdo através das quatro veias pulmonares 
trazendo sangue arterial dos pulmões chama-se de pequena circulação ou circulação pulmonar. 
E o circuito que termina no átrio direito através das veias cavas e do seio coronário retornando 
com sangue venoso chama-se de grande circulação ou circulação sistêmica. Em relação à 
forma: é variável quanto mais cheia mais cilíndrica e quanto mais vazia mais achatada. 
Fortemente distendidas apresentam a forma nodosa devido à presença de válvulas. Quanto ao 
calibre pode ser grande, médio ou pequeno calibre. Tributárias ou afluentes: sua formação 
aumenta conforme está chegando mais perto do coração pela confluência das tributárias. O leito 
venoso é praticamente o dobro do leito arterial. Situação: São classificadas em superficiais e 
profundas e também podem receber a denominação de viscerais e parietais dependendo de 
onde estão drenando se é na víscera ou em suas paredes. Válvulas: são pregas membranosas 
da camada interna da veia que tem forma de bolso. 
 
Algumas veias importantes do corpo humano: 
 
Veias da circulação pulmonar (ou pequena circulação): As veias que conduzem o sangue que 
retorna dos pulmões para o coração após sofrer a hematose (oxigenação), recebem o nome de 
veias pulmonares. São quatro veias pulmonares, duas para cada pulmão, uma direita superior e 
uma direita inferior, uma esquerda superior e uma esquerda inferior. As quatro veias pulmonares 
vão desembocar no átrio esquerdo. Estas veias são formadas pelas veias segmentares que 
recolhem sangue venoso dos segmentos pulmonares. 
Veias da circulação sistêmica (ou da grande circulação): duas grandes veias desembocam no 
átrio direito trazendo sangue venoso para o coração são elas veia cava superior e veia cava 
inferior. Temos também o seio coronário que é um amplo conduto venoso formado pelas veias 
que estão trazendo sangue venoso que circulou no próprio coração. 
Veia cava superior: origina-se dos dois troncos braquiocefálicos (ou veia braquiocefálica direita 
e esquerda). Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia (que recebe 
sangue do membro superior) com a veia jugular interna (que recebe sangue da cabeça e 
pescoço). A veia cava inferior é formada pelas duas veias ilíacas comuns que recolhem sangue 
da região pélvica e dos membros inferiores. O seio coronário recebe sangue de três principais 
veias do coração: veia cardíaca magna, veia cardíaca média e veia cardíaca parva ou menor. 
 
CORAÇÃO 
 
O coração é um órgão oco, formado por um tipo especial de músculo, o músculo estriado 
cardíaco, que só existe nele e não obedece a comandos voluntários. Essa musculatura é 
chamada de Miocárdio e está recoberta interna e externamente por membranas, que são finas 
camadas de tecido. A membrana interna do miocárdio é o endocárdio, e a externa é o 
epicárdio. O coração fica dentro de um saco fibroso, o pericárdio, que tem função de protegê-lo 
e fixá-lo. Anatomicamente, o coração se localiza no tórax, atrás do osso esterno, no espaço 
chamado de mediastino, situado entre os dois pulmões. O coração tem o trabalho de 
impulsionar o sangue, através do sistema de vasos sanguíneos, a todos os locais do corpo. 
Dessa forma podemos observar duas etapas no trabalho do coração: 
 
 
 
1
9
 
 A Sístole, momento em que o coração se contrai, expulsando o sangue para as artérias; 
 
 A Diástole, quando o coração se relaxa, enchendo-se passivamente com o sangue das 
veias. 
 
 
Essas etapas se sucedem gradativamente num movimento de sístole – diástole – sístole – 
diástole..., provocando assim a circulação do sangue. 
O coração não é simplesmente um grande saco muscular contrátil oco, pois, se assim fosse, 
haveria a mistura do sangue arterial com o venoso da grande e pequena circulação. Essa 
mistura não ocorre exatamente porque o coração humano, após o nascimento, tem quatro 
cavidades, a saber: 
 
 Dois Átrios, um esquerdo e um direito, situados acima e atrás no coração. Essa 
localização é determinada pela forma e pela posição do coração: um cone com base para 
cima, situado de modo oblíquo no mediastino, tendo a ponta voltada para frente, para baixo e 
para a esquerda. O átrio direito recebe o sangue da circulação pulmonar; 
 
 Dois ventrículos, também um direito e um esquerdo, localizados embaixo e na frente dos 
átrios. O ventrículo direito impulsiona o sangue para a circulação pulmonar e o esquerdo para 
a circulação sistêmica. 
 
Cada átrio comunica-se com o ventrículo por meio de uma estrutura denominada Valva. 
Popularmente chamada de válvula. Elas são formadas por duas ou três partes, as cúspides. Do 
lado direito do coração temos a Valva tricúspide. E do lado esquerdo nos temos a Valva 
bicúspide (mitral). Os ventrículos expulsam o sangue por meio das artérias. A artéria Pulmonar 
expulsa o sangue do ventrículo direito para os pulmões, e a artéria aorta, do ventrículo esquerdo 
para a grande circulação. Ambas possuem valvas em sua origem, tanto a valva pulmonar como 
a aorta tem três cúspides. 
 
CAMINHO DO SANGUE NO CORAÇÃO 
 
O sangue venoso chega ao coração vindo da circulação sistêmica por duas grandes veias: a 
veia cava superior e inferior, que se abrem no átrio direito. O sangue passa pela valva tricúspide 
e chega ao ventrículo direito. Ocorre então uma sístole, e o sangue é ejetado pela artéria 
pulmonar que vai do ventrículo direito até os pulmões. Este é o início da pequena circulação. 
Nos alvéolos pulmonares ocorre a troca gasosa entre o gás carbônico e o oxigênio, e o sangue 
passa de venoso a arterial. O sangue volta então pelas veias pulmonares até o átrio esquerdo, 
passa pela valva mitral, para o ventrículo esquerdo e na próxima sístole, é impulsionado para a 
artéria aorta, iniciando a grande circulação. Assim, o sangue arterial é levado até a rede capilar 
de todos os tecidos, onde o oxigênio é absorvido pelas células e o sangue adquire gás 
carbônico, tornando-se venoso. O sangue venoso prossegue pelas veias até chegar novamente 
 
2
0
 
as veias cavas e daí ao átrio direito, dando início a mais um ciclo. Tudo isso só é possível 
devido a sístole cardíaca, que por sua vez só existe devido a presença de fibras especiais que 
promove contrações regulares do miocárdio. Estruturas essas chamadas de nó sinoatrial 
(marcapasso natural – átrio direito) e nó atrioventricular. 
 
CIRCULAÇÃO CORONARIANA 
 
Esse tipo de circulação ocorre devido à necessidade do coração de ser irrigado, e isso é feito 
pelas artérias coronárias e veias coronárias. Quando as artérias coronárias estão entupidas, 
ocorre o enfarto do miocárdio. 
 
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA 
 
A circulação sistêmica ocorre para levar oxigênio dos pulmões para o corpo e retirar o gás 
carbônico encontrado no corpo e levá-lo aos pulmões para serem eliminados. 
 
 
– A Artéria Aorta. 
 
A Artéria Aorta sai do ventrículo esquerdo levando o sangue que por meio de seus ramos, será 
distribuindo para o corpo. A Aorta subdivide-se em: duas artérias subclávias (no braço recebe 
o nome de braquial, no cotovelo se divide em radial e ulnar), duas artérias carótidas comuns, 
artéria renal, ilíaca interna e externa, femoral, poplítea (tibial anterior e a tibial posterior). 
 
DRENAGEM VENOSA 
 
A drenagem do sangue é feita pelas veias, visto que as mesmas possuem válvulas que 
impedem o refluxo de sangue, fazendo com que o mesmo flua no sentido do coração. No 
membro superior a drenagem é feita pelas veias cefálica e a basílica, na cabeça a drenagem 
é feita pelas veias jugulares externas e internas. No membro inferior temos a safena magna 
(mais longa do corpo – geralmente é retirada e usada como enxerto, formando um caminho 
alternativo para regiões de vasos sanguíneos que
estão obstruídas) e a safena parva, e a 
femoral. O sangue do intestino é drenado pela veia porta. 
 
DRENAGEM LINFÁTICA 
 
Quando o sangue passa nos capilares, ocorre uma perda de líquido que vai para o interstício, 
que as veias não dão conta de recolher. Esse líquido é chamado de Linfa, é então drenado por 
um sistema de vasos especiais, os vasos linfáticos, que são estruturas com fundo cego, ou 
seja, com a forma de dedo de luva. 
 
CIRCULAÇÃO FETAL 
 
Entre 27° e 37°dias, inicia-se a formação dos septos interatrial e interventricular, com formação 
e manutenção do forame oval entre os átrios. Entre a 6ª e a 9ª semanas gestacionais, verifica-
se o desenvolvimento das válvulas cardíacas. Placenta: “pulmão fetal”; vilosidades da porção 
fetal, que contém pequenos ramos das 2 artérias e da veia umbilical, projetam-se para o 
interior da porção materna. A maior parte do sangue oxigenado que chega ao coração pela 
veia umbilical e pela veia cava inferior é desviada através do forame oval e bombeada da aorta 
para a cabeça, ao passo que a maior parte do sangue desoxigenado que retorna pela veia 
cava superior é bombeada, através da artéria pulmonar e do ducto arterial, para os pés e para 
as artérias umbilicais. Na circulação fetal verificam-se 3 shunts: Ducto Venoso, Forame Oval e 
Ducto Arterial. 
 
CIRCULAÇÃO E RESPIRAÇÃO FETAL 
 
Particularidades da Circulação fetal: 
 
A placenta é formada nas primeiras semanas, sendo responsável por: nutrição, respiração e 
eliminação de substâncias tóxicas. Ela está unida ao feto, através do cordão umbilical, neste 
encontramos duas artérias e uma veia. 
 
A veia umbilical conduz sangue rico em oxigênio e nutrientes da placenta ao feto. Ela penetra 
nesse feto pelo umbigo, ascende pela parede anterior do abdômen até próximo ao fígado. 
Neste momento, se ramifica. Dois vasos desta ramificação penetram no fígado, e um terceiro 
 
2
1
 
(maior) une a veia umbilical à veia cava inferior. Este é denominado ducto venoso. O sangue 
vindo da placenta chegará direta (pelo ducto venoso) ou indiretamente (através do fígado) à 
veia cava inferior e esta desemboca no átrio direito. Dois terços desse sangue passam do átrio 
direito para o átrio esquerdo através de uma comunicação denominada de forame oval. Este 
sangue que se encontra no átrio esquerdo passa para o ventrículo esquerdo e sai pela artéria 
aorta, irrigando coração, membros superiores e cabeça. Este sangue, agora venoso, retorna 
pela veia cava superior, desembocando no átrio direito. Em conjunto com um terço de sangue 
que aqui ficou, passa para o ventrículo direito, saindo pela artéria pulmonar. Como os pulmões 
estão inativos (em desenvolvimento) o sangue passa para a artéria aorta através de uma 
comunicação denominada ducto arterial indo irrigar o restante do corpo fetal. Após o 
metabolismo fetal, o sangue, agora rico em produtos tóxicos, retorna à placenta 
através de duas artérias umbilicais. 
 
 
Mudanças na Ocasião do Nascimento: 
Em questão de horas, na ocasião do nascimento, as paredes da veia umbilical se colapsam por 
não haver mais sangue circulando. Em questão de semanas, a veia umbilical forma um 
ligamento, o ligamento redondo do fígado. As artérias umbilicais colapsam e formam os 
ligamentos umbilicais mediais (entre 2 a 3 meses). O forame oval apresenta um fechamento 
funcional por causa do equilíbrio de pressão das cavidades direita e esquerda. Normalmente, 
até um ano de idade, ocorre um fechamento anatômico, o qual é chamado de fossa oval. Em 
questão de semanas a dois meses, os ductos constituem os ligamentos venoso e arterial 
(ambos sem função alguma). 
 
2
2
 
3. SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Sistema respiratório é essencial à vida. É por esse sistema que o organismo recebe o 
oxigênio e elimina o gás carbônico. Para realizar esse trabalho, o sistema é composto por duas 
partes: 
 
 Uma porção condutora, constituída pelas vias aéreas, que leva o ar do ambiente para 
dentro dos pulmões e também conduz o ar rico em Co2 para fora do corpo; 
 Uma porção respiratória, nos pulmões, que realiza trocas gasosas. 
 Além disso, o sistema respiratório tem outras estruturas que também desempenham 
funções importantes. São elas: 
 As pleuras, que revestem os pulmões; 
 Os músculos respiratórios, que realizam os movimentos responsáveis pela entrada e saída 
de ar das vias respiratórias; 
 
VIAS AÉREAS 
 
As Vias aéreas são estruturas que compõem o trajeto tubular por onde o ar passa, desde que 
entra em nosso organismo até chegar aos alvéolos. Nos pulmões, onde ocorre a troca gasosa. 
É também por esse mesmo trajeto que o ar sai do nosso corpo para o ambiente, no momento 
da expiração. Além de conduzir o ar, as vias aéreas ainda o aquecem e o umidificam, o que é 
muito importante para o bom funcionamento do pulmão. As vias aéreas são formadas por: 
SUPERIORES – nariz, fossas nasais, faringe; INFERIORES – laringe, traqueia, brônquios e 
bronquíolos. 
 
I. Fossas Nasais 
 
As fossas nasais também chamadas de cavidades nasais constituem a primeira parte das vias 
aéreas. Elas se abrem externamente pelas narinas, situadas no nariz, um órgão composto de 
ossos e cartilagens. Os pêlos existentes no nariz são chamados de vibrissas. Sua abertura é 
formada pelas asas do nariz e pelo septo nasal. A cavidade nasal é forrada por uma membrana 
mucosa cujas células possuem cílios que se mexem ritmicamente e ajudam na limpeza do ar, 
retendo suas impurezas, no muco que elas produzem. Nas partes laterais das fossas nasais 
estão às conchas, entre as conchas os seios paranasais. A Inflamação da mucosa dos seios 
paranasais é a sinusite. 
 
II. Faringe 
 
Por meio das coanas, as fossas nasais se abrem para a faringe, um espaço situado 
posteriormente as fossas nasais, a boca e a laringe. A faringe pertence tanto ao sistema 
respiratório quanto ao digestório, e é nela que ocorre o cruzamento aéreo-digestivo, onde a 
comida é deglutida, passa pelo mesmo local em que o ar é inspirado. É isso que pode provocar 
o engasgo, ou seja, a entrada de alimento no trato respiratório, quando a pessoa fala e deglute 
ao mesmo tempo. 
 
III. Laringe. 
 
Depois de passar pela faringe, o ar chega à laringe – uma estrutura formada por várias 
cartilagens, com importante função na fonação (falar), já que é nela que se encontram as 
cordas vocais. 
 
IV. Traqueia. 
 
A traqueia é um tubo cilíndrico reto, formado por 16 a 20 anéis de cartilagem em forma de C, 
com a abertura para trás e fechado por uma camada de músculo liso. No seu ponto final a 
traqueia se divide num ponto chamado Carina, dando origem aos brônquios primários. 
 
V. Brônquios e bronquíolos. 
 
Os brônquios primários são dois, um direito e um esquerdo, sendo um para cada pulmão. Nos 
pulmões eles se subdividem em brônquios secundários ou lobares, assim chamados porque 
correspondem aos lobos pulmonares. Os brônquios secundários são cinco, sendo três para o 
pulmão direito e dois para o esquerdo. Após várias divisões dos brônquios, surgem os 
 
2
3
 
bronquíolos, com aproximadamente 1 mm de espessura e que, por sua vez, também se 
subdividem, até surgirem os bronquíolos respiratórios, que tem alvéolos em sua parede. 
 
 
 
CONDICIONAMENTO DO AR NAS VIAS AÉREAS. 
 
Ao entrar pelas narinas, o ar encontra seu primeiro obstáculo: as vibrissas, que filtram 
partículas maiores de poeira e até pequenos insetos que ficam presos. Em seguida, o ar entra 
na cavidade nasal, onde encontra uma mucosa coberta por um muco que vai umidificar o ar e 
segurar, por aderência, as partículas menores que tenham passado pelas vibrissas. Mais tarde, 
esse muco será varrido pelos cílios, indo do epitélio para a faringe, onde será deglutido. Na 
cavidade nasal, o ar vibra ao passar pelas conchas, o que vai aumentar o seu contato com a 
mucosa
vascularizada e fazê-lo aquecer. Passando pela faringe, ocorre o cruzamento aéreo-
digestivo, onde novos perigos se apresentam para o sistema respiratório, pois pedaços de 
alimento podem cair nas partes mais profundas das vias aéreas, causando lesões. Para evitar 
isso, possuímos vários mecanismos de defesa. Um desses mecanismos é o da contração da 
laringe, que diminui a luz (cavidade existente nos órgãos ocos) e o outro é a tosse, que expulsa 
objetos indesejáveis. Além desses mecanismos, temos ainda o importante papel da epiglote: 
quando deglutimos, a laringe é tracionada para cima e sua entrada é comprimida contra a 
epiglote, que se fecha parcialmente. Na traquéia, nos brônquios e nos bronquíolos as células 
ciliadas levam o muco para cima, na direção da faringe, para ser deglutido. No caso dos 
fumantes, muitos desses cílios se perdem em virtude da ação nociva da fumaça sobre o epitélio 
do trato respiratório, o que dificulta a eliminação do muco, levando ao acúmulo de secreções e 
ao desagradável pigarro. Esse acúmulo de secreções e a não eliminação de substâncias 
potencialmente perigosas deixam a porção inferior do sistema respiratório dos fumantes 
especialmente desprotegidas, porque irritam a mucosa e funcionam como nutrição para micro-
organismos, favorecendo infecções. 
 
 
2
4
 
VI. PULMÕES. 
 
São órgãos alongados, de aparência esponjosa, divididos em partes denominadas lobos. São 
dois lobos no pulmão esquerdo (superior e inferior) e três no direito (superior, médio e inferior). 
Os pulmões são revestidos externamente por uma membrana dupla: a pleura, que tem função 
de proteger e permitir o deslizamento dois pulmões durante a respiração. A pleura tem um 
folheto parietal – membrana em contato com as costelas- e um visceral – membrana em 
contato com os pulmões. Entre esses dois folhetos há um espaço pleural, preenchido pelo 
líquido pleural, que atua como lubrificante. Os pulmões são constituídos por imensa quantidade 
de alvéolos – mais de 500 milhões – aos quais chega o ar que passa pelos bronquíolos. Se 
pudéssemos esticar todos os alvéolos e medir a superfície assim obtida, chegaríamos a 
100m2, aproximadamente. Os alvéolos são responsáveis pela troca gasosa (hematose), onde 
o ar com gás carbônico é eliminado e o ar com o oxigênio é levado para os tecidos pelo 
sangue. 
 
- Conceito e divisão das pleuras: 
A pleura envolve o pulmão, e apresenta dois folhetos: pleura parietal (voltada para estruturas 
adjacentes: costelas, diafragma e órgãos do mediastino) e pleura visceral (voltada para o 
pulmão). Entre os 02 folhetos há uma cavidade pleural de pressão negativa com um filme 
líquido pleural (10 ml). 
 
MECÂNICA RESPIRATÓRIA 
 
A caixa torácica é relativamente rígida e tem o músculo diafragma em sua abertura inferior. 
Quando o diafragma se contrai, ele baixa e o volume da caixa torácica aumenta. Esse aumento 
de volume faz com que a pressão interna na caixa torácica diminua, tornando-se menor que a 
do ar atmosférico. Isso faz com que o ar penetre pelas vias aéreas para igualar a pressão, e aí 
ocorre uma inspiração. 
O processo de expiração é um pouco diferente: o diafragma se relaxa e a elasticidade 
pulmonar diminui o volume torácico, fazendo com que o ar seja expulso pelas vias aéreas. 
 
Observações anatomo-funcionais e clínicas: 
 
 A traqueotomia é um tratamento algumas vezes empregado quando da obstrução 
respiratória 
(abertura abaixo do 3º anel traqueal), para o não cirurgião, é preferível uma cricotireotomia. 
 Na toracocentose aplica-se uma agulha através de um espaço intercostal na cavidade 
pleural, para obter uma amostra do líquido pleural ou remover sangue ou pus. 
 No tratamento de câncer pulmonar, a pneumonectomia (retira pulmão inteiro), lobectomia 
ou segmentectomia, são procedimentos que obriga o acadêmico ter o conhecimento e 
compreensão da árvore brônquica. 
 Pleura visceral insensível à dor (S.N. Visceral), pleura parietal sensível à dor (S.N. 
Somático) 
 
 
2
5
 
4. SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
INTRODUÇÃO 
 
Quando ingerimos qualquer alimento, o sistema digestório transforma esse alimento em 
substâncias microscópicas, que recebem o nome genérico de nutrientes e incluem as 
proteínas, os lipídios os carboidratos, as vitaminas e os sais minerais. Esses nutrientes são 
então absorvidos por órgãos do sistema digestório, para serem utilizados na estruturação de 
nossas células e tecidos e na produção da energia necessária as suas funções. O tubo do 
sistema digestório leva o alimento da boca até o ânus, transformando-o durante todo o 
caminho e preparando-o para a absorção nas partes mais distais. Ele é composto pelos 
seguintes órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e 
ânus. Já as glândulas anexas despejam suas secreções no tubo digestivo, ajudando a 
transformar o alimento. São elas: as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. 
 
I. BOCA 
 
A boca, ou cavidade oral é a primeira parte do tubo digestivo. É por ela que o alimento entra 
em estado bruto, é cortado, triturado e sofre a ação enzimática da saliva. Externamente ela é 
limitada pelos lábios e bochechas, superiormente pelo palato e inferiormente pelo assoalho. Na 
parte posterior, a boca se comunica com a faringe. Na boca as estruturas auxiliadoras da 
digestão são os dentes e a língua, juntamente com as glândulas salivares. 
 
- Características dos dentes 
 
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja 
atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das 
linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão 
protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. 
Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de 
substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido 
conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento 
separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à 
mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma 
fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifício aberto na extremidade da raiz, 
penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. 
 
- Tipos de dentes 
 
Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite. 
À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo 
permanente. As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos ou 
presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás 
dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. 
Em seguida, há dois dentes chamados pré-molares, cada um com duas cúspides. Atrás ficam 
os molares, que têm uma superfície de mastigação relativamente plana, o que permite triturar e 
moer os alimentos. 
 
- A língua 
 
A língua movimenta o alimento empurrando-o em 
direção a garganta, para que seja engolido. 
Na superfície da língua existem dezenas de papilas 
gustativas, cujas células sensoriais percebem os 
quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou 
ácido (B), salgado (C) e doce 
(D). De sua combinação resultam centenas de 
sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de 
receptores gustativos, na superfície da língua, não 
é homogênea. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2
6
 
As glândulas salivares 
 
A presença de alimento na boca, assim 
como sua visão e cheiro, estimulam as 
glândulas salivares a secretar saliva, que 
contém a enzima amilase salivar ou 
ptialina, além de sais e outras 
substâncias. A amilase salivar digere o 
amido e outros polissacarídeos
(como o 
glicogênio), reduzindo-os em moléculas de 
maltose (dissacarídeo). Três pares de 
glândulas salivares lançam sua 
secreção na cavidade bucal: parótida, 
submandibular e sublingual. 
 
 Glândula parótida - Com massa 
variando entre 14 e 28 g, é a maior 
das três; situa-se na parte lateral da 
face, abaixo e adiante do pavilhão da 
orelha. 
 
 Glândula submandibular - É 
arredondada, mais ou menos do 
tamanho de uma noz. 
 
 Glândula sublingual - É a menor 
das três; fica abaixo da mucosa do 
assoalho da boca. 
O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a 
levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo 
alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o 
esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), 
levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode 
ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação 
um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias. 
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o 
interior do estômago. 
 
 
II. FARINGE 
 
É um órgão muscular situado posteriormente às cavidades nasais, à boca, e à laringe, com a 
forma de um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento. Sua função é conduzir o bolo 
alimentar para o esôfago, embora ela também atenda ao sistema respiratório. 
A faringe é rica em tecido linfoide, ou seja, células do sistema imunológico que protegem o 
nosso organismo das infecções. É esse tecido, inclusive, que constitui as tonsilas palatinas, 
popularmente chamadas de amídalas, e a tonsila faríngea, conhecida vulgarmente como 
adenoide. 
 
III. ESÔFAGO 
 
É um órgão muscular cilíndrico, em forma de tubo, de aproximadamente 25cm de comprimento, que 
atravessa o pescoço e o tórax e passa por uma abertura do diafragma, penetrando no abdome, 
onde tem uma pequena porção. O esôfago conduz o bolo alimentar por meio de movimentos 
ondulatórios chamados de movimentos peristálticos, que empurram o alimento para adiante, no tubo 
digestivo. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo. 
 
 
 
2
7
 
IV. ESTÔMAGO 
 
Do esôfago, o bolo alimentar chega ao estômago, que é uma dilatação do tubo digestivo. Ele 
se localiza logo abaixo do diafragma, projetando-se medianamente e à esquerda, na parte 
superior do abdome. O estômago serve como reservatório para alimentos ingerido, que ali são 
armazenados e misturados com as secreções gástricas. Forma-se, assim uma massa 
semilíquida denominada quimo, que vai sendo progressivamente liberada para o intestino 
delgado, de acordo com sua capacidade de absorção. O estômago está dividido em cinco 
partes, e segmentos, são elas: 
 
 Cárdia, a região em que ele se junta ao esôfago; 
 Corpo, a porção central, onde ocorre secreção de enzimas digestivas que se misturam com 
o bolo alimentar; 
 Fundo, porção mais alta, que serve como reservatório; 
 Antro, porção mais distal, que ajuda na mistura do alimento com as secreções para 
produzir o quimo; 
 Piloro, que é um esfíncter, um músculo circular. Sua função é regular a velocidade de saída 
do quimo para o intestino delgado. 
 
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que 
contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do 
estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, 
auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação. A pepsina, enzima mais potente 
do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as 
células que o produzem. Por ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do 
estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. A pepsina, 
ao catalisar a hidrólise de proteínas, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem 
os aminoácidos. Como nem todas as ligações peptídicas são acessíveis à pepsina, muitas 
permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e 
aminoácidos livres. A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é 
produzida pela mucosa gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular 
a caseína, facilitando a ação de outras enzimas proteolíticas. A mucosa gástrica é recoberta 
por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. 
Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa 
estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa 
está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente 
reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, 
o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas 
dolorosas que sangram (úlceras gástricas). A mucosa gástrica produz também o fator 
intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12. O bolo alimentar pode permanecer no 
estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas 
contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa acidificada e 
semilíquida, o quimo. Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o quimo vai sendo, aos 
poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão. 
 
V. INTESTINO DELGADO 
 
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e 
pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo 
(cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o 
piloro, esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo 
no intestino. A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras 
porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que 
contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida 
no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares 
têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas 
em milhares de microgotículas). O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, 
enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila 
entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de 
alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. A amilase pancreática 
fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lípase pancreática hidrolisa as moléculas de 
um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre 
os ácidos nucleicos, separando seus nucleotídeos. O suco pancreático contém ainda o 
tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em que são secretadas as enzimas 
proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não 
 
2
8
 
digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a 
enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se em 
tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio em 
quimiotripsina, enzima ativa. A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, 
transformando-os em oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações 
peptídicas específicas ao longo das cadeias de aminoácidos. A mucosa do intestino delgado 
secreta o suco

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando