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Português Frente 1 Livro 1 Capítulo 1 – Morfologia – Classes gramaticais Substantivo • Substantivo: classe gramatical que nomeia o ser; • Classificação: simples (um radical) ou composto (mais de um radical); concreto (elementos do mundo natural) ou abstrato (categorias abstratas: sentimentos, qualidades, ações); primitivo (palavra de origem – café) ou derivado (palavra derivada – cafezal); comum (ser da mesma espécie – professor) ou próprio (um ser em particular – João); • Flexão: o substantivo pode flexionar em gênero (masculino/feminino), número (singular/plural) ou grau (aumentativo/diminutivo); • A mudança de gênero pode gerar mudança de significado (não havia capital necessário para a construção da capital); • A mudança de gênero pode alterar o sentido do substantivo (Na costa do Brasil, turistas americanos davam as costas para os avisos); • Valor conotativo do grau: o aumentativo e e o diminutivo podem assumir um tom afetivo ou ofensivo (Aquele homenzinho de meia tigela…); • Campo semântico (ou lexical): conjunto de palavras que remetem a um mesmo universo de conhecimento (ladrão, crime, roubo, assalto, prisão, morte, por exemplo); Adjetivo • O adjetivo dá uma propriedade ao ser; • O adjetivo pode assumir valor objetivo (A carteira é quadrada) ou subjetivo (A vizinha é quadrada); • A posição do adjetivo pode gerar mudança de significado (alto funcionário/funcionário alto); • O adjetivo pode virar advérbio, ou seja, passa a ser invariável (Elas falam manso); • O adjetivo pode ser simples (um só radical: escuro) ou composto (mais de um radical: luso-brasileiro); primitivo (não deriva de outra palavra: feliz) ou derivado (deriva de outra palavra: amoroso); • O adjetivo flexiona-se em gênero (plebeu/plebeia), número (feliz/felizes) e grau (forte/fortíssimo); • No grau absoluto sintético, pode haver a forma coloquial (agilíssimo) ou erudita (agílimo); Pronome • O pronome desempenha importantes funções na língua: indica as pessoas do discurso (primeira: quem fala; segunda: com quem se fala; terceira: de quem ou de que se fala), promove a coesão textual – liga partes, substituindo nomes, acontecimentos – e auxilia o nome, atribuindo-lhe ideias de posse, indefinição, etc. (pronome adjetivo: acompanha o substantivo; pronome substantivo: substitui o substantivo); • Pronomes você e vocês são utilizados para tratamento familiar, expressam intimidade, aproximação, informalidade; • São pronomes de tratamento cerimonioso senhor, senhora, senhorita; • Os pronomes de reverência (como, Vossa Excelência) são utilizados em contextos formais para altas autoridades públicas, membros da aristocracia e do clero; • O possessivo faz referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Os possessivos podem imprimir ao texto traços de possessividade, afetividade, admiração, simpatia e até mesmo desprezo; • Os indefinidos costumam ser empregados com a finalidade de se criar o efeito de vago, do geral, da indefinição; • Os indefinidos são pronomes de terceira pessoa, alguns são variáveis, outros invariáveis; • Indefinido + substantivo versus indefinido + artigo + substantivo: sem artigo, generaliza-se (toda mulher); com o artigo, dá-se ao substantivo a noção do inteiro (toda a mulher); • Indefinido + adjetivo: ligado ao adjetivo, tem-se a noção do inteiro (toda bonita); • Algum + substantivo versus substantivo + algum: no primeiro caso, o indefinido tem valor positivo (algum sinal); no segundo, negativo (sinal algum); • Os demonstrativos, além de marcadores espaciais e temporais, possuem uma função coesiva no texto, introduzindo ou recuperando palavras, expressões, orações, parágrafos inteiros: ◦ Este, esta, isto indicam proximidade da pessoa que fala; ◦ Esse, essa, isso indicam proximidade da pessoa a quem se fala; ◦ Aquele, aquela, aquilo indicam o que está afastado tanto da pessoa que fala como da pessoa a quem se fala; ◦ Este, esta, isto indicam tempo presente em relação à pessoa que fala; ◦ Esse, essa, isso indicam tempo passado em relação à época em que se coloca a pessoa que fala; ◦ Aquele, aquela, aquilo indicam tempo vago ou época remota; Artigo • Os definidos: ◦ Determinam o ser, pressupõem que o ser já é conhecido; ◦ Podem assumir valor intensificador: Ele era o ladrão, o maior de todos; ◦ Colocados após o indefinido “todo”, dão a ideia de inteiro (todo o colégio); sem artigo, significa “qualquer” (todo colégio); ◦ Podem assumir valor denotativo quando postos em oposição ao indefinido: Meu lar é o escritório (mora no escritório, emprego denotativo) versus Meu lar é um escritório (assemelha-se ao escritório, emprego conotativo); ◦ Não se utiliza artigo após “cujo” (As deusas a cujas orações me referi); ◦ Não se utiliza artigo diante de pronomes como Vossa Excelência, Vossa Santidade; • Os indefinidos: ◦ Indefinem o ser (Havia um garoto na calçada); ◦ Podem indicar aproximação (Tem uns vinte anos); ◦ Podem assumir valor pejorativo ou afetivo (É um zé ninguém!; Ela tem uma boca); Numeral • Podem ser cardinais (um, dois), ordinais (primeiro, segundo), multiplicativos (dobro, triplo) ou fracionários (um terço, dois quartos); • Podem assumir valor conotativo (Já falei mil vezes!); • Com algarismo romano, se colocados à esquerda do substantivo, leem-se como ordinais (XX – vigésima – Bienal do Livro); • Com algarismo romano, se colocados à direita do substantivo, leem-se como ordinais de um a dez: Papa João Paulo II (segundo); lê-se como cardinal a partir de onze: Leão XIII (treze); • Em linguagem coloquial, é comum a flexão de grau (Me dá um cincão, pai?); • Possuem valor argumentativo quando usados como dado estatístico; Verbo • Voz (ação verbal é produzida ou recebida pelo sujeito): ◦ Ativa: sujeito pratica a ação; ◦ Passiva: sujeito sofre a ação; ◦ Reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação; • Modo (as diversas maneiras sob as quais a pessoa que fala traduz o significado contido no verbo, o modo de dizer): ◦ Indicativo: certeza; ◦ Subjuntivo: incerteza; ◦ Imperativo: pedido, sugestão, ordem, súplica; • Tempo (momento em que ocorre a ação verbal): ◦ Presente; ◦ Passado (pretérito); ◦ Futuro; • Número (singular ou plural); • Pessoa (primeira, segunda, terceira); Advérbio • Classe gramatical invariável (flexão no grau apenas); • Lugar: abaixo, acima, além, aí, ali, aqui, cá, dentro, lá, avante, atrás, fora, longe, perto; • Tempo: ainda, agora, amanhã, ontem, logo, já, tarde, cedo, outrora, então, antes, depois, imediatamente, anteriormente; • Intensidade: muito, pouco, assaz, bastante, demais, excessivamente, demasiadamente; • Dúvida: talvez, quiçá, acaso, porventura, provavelmente, eventualmente; • Modo: bem, mal, assim, adrede, asperamente; • Negação: não, nunca, jamais, tampouco; • Afirmação: sim, realmente, certamente, deveras, decerto, efetivamente; • Locuções adverbiais: ◦ Lugar: à distância, de longe, em cima, em volta; ◦ Tempo: às vezes, à tarde, à noite, de repente, de súbito, hoje em dia; ◦ Modo: às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, dessa maneira, de cor, em vão; ◦ Afirmação: sem dúvida, de fato, por certo; ◦ Dúvida: por certo, quem sabe; ◦ Causa: Morreu por amor; ◦ Meio: a cavalo; ◦ Instrumento: Operou com o canivete; ◦ Condição: Sem você, eu não vou; ◦ Concessão: Mesmo doente, escrevia romances; • Flexão do advérbio: ◦ O advérbio pode apresentar flexão em grau: ◦ Grau comparativo: ▪ … mais lentamente do que… (comparativo de superioridade); ▪ … menos lentamente do que (comparativo de inferioridade); ▪ … tão lentamente como… (comparativo de igualdade); ◦ Grau superlativo: ▪ Superlativo absoluto: • Viveu muito fielmente (superlativo absoluto analítico – uso do advérbio de intensidade);• Viveu fidelissimamente (superlativo absoluto sintético – uso do sufixo -íssimo); ▪ Superlativo relativo: • Clara é a mais bela da sala (superlativo relativo de superioridade); • Ele é o menos capaz para a tarefa (superlativo relativo de inferioridade); Os conectivos • A preposição e a conjunção possuem pontos em comum, por exemplo: ◦ Ambas ligam palavras e orações, são elementos de coesão, mas não retomam palavras como o pronome e o advérbio; ◦ Não possuem função sintática, ao contrário dos pronomes; ◦ Possuem na frase valor semântico, excetuando as preposições de verbos transitivos indiretos; • Preposição : ◦ Função: subordinar um termo a outro, o segundo passa a ser dependente do primeiro; ◦ Classificação: as preposições podem ser de dois tipos: ▪ Essenciais: a, ante, até, após, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre; ▪ Acidentais (podem pertencer a outras classes gramaticais): afora, consoante, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, tirante, visto; ◦ Locuções prepositivas: ▪ Nestas a última palavra é sempre uma preposição: ao lado de, antes de, além de, adiante de, a despeito de, acima de, abaixo de, depois de, em torno de, a par de, apesar de, através de, de acordo com, com respeito a por causa de, quanto a, respeito a, junto a, etc.; ◦ Emprego da preposição: ▪ As preposições essenciais são empregadas com os pronomes pessoais oblíquos tônicos: • Lutou contra mim/Não trabalhava sem mim/Pensava em ti/Confiava a mim seus segredos; ▪ As preposições acidentais são empregadas com os pronomes pessoais do caso reto: • Todos comeram, salvo tu./Fora eu, todos comeram; ◦ Relações semânticas da preposição: ▪ As preposições podem exprimir várias relações, eis algumas: • Cantava à gaúcho (modo); • O hotel foi estimado em 1 milhão (preço); • A agulha apontava para o Sul/Atirou-se sobre o herói (direção); • Foram com o tio (companhia); • Martelava com o ferro (instrumento); • Vim de Salvador (procedência); • Alimentava-se de farinha e feijão (meio); • Falava-se sobre tudo (assunto); • De manhã, tocava violino/Por dez anos, vivi em Londres (tempo); • Transformou-se em sapo (mudança de estado); • Cantava pelos bares da vida/Vamos para o Rio? (lugar); • Editado para leitores exigentes (finalidade); • Estavam sob o automóvel (posição inferior); • Estavam sobre o automóvel (posição superior); ◦ Coesão e preposição: ▪ A preposição subordina um termo ao outro. O termo que comanda a preposição pode ser chamado termo regente e o comandado, regido. Em “confio em você”, o regente é o verbo; o regido, o pronome de tratamento. Se regente e regido estiverem distantes um do outro, haverá um problema de coesão, de ligação malfeita; • Conjunção : ◦ A conjunção, além de ligar palavras ou orações, dá uma direção argumentativa ao texto, estabelece relação semântica. Observe as conjunções e a ideia que elas transmitem: ▪ Terás a felicidade, mas só na velhice (restrição); ▪ Comprou a casa, mas arrependeu-se e vendeu-a (retificação); ▪ Estava feliz, mas dissimulava com uma expressão séria (atenuação); ▪ Apanhou muito, mas ganhou (não compensação); ▪ Mas e o prefeito? Resolveu trabalhar? (situação, assunto); ▪ Correu muito e não venceu (oposição); ▪ Correu muito e venceu (consequência ou conclusão); ▪ Era honesto, e muito honesto! (explicação enfática); ▪ Tirou o chapéu e entrou no templo (adição); ▪ E o Valdir? Já devolveu o dinheiro? (situação, assunto); ▪ Contava como Caetano (comparação); ▪ Como era louco, não podia sair de lá (causa); ▪ Jogava como o pai o orientou (conformidade); ▪ Se não foi um galanteio, ainda sim impressionou a jovem (concessão); ▪ Se não falar, eu chamo o juiz! (condição); • Interjeição : ◦ É a classe gramatical que expressa reação emocional; ◦ Exemplo: Ai! Socorro! Ufa!; Capítulo 2 – Morfologia – Formação de palavras Morfemas • Além das desinências, do radical, do tema, da vogal temática, temos como morfemas os afixos (prefixo e sufixo); são eles que possibilitam a formação de novas palavras (morfemas derivacionais). Os afixos que se antepõem ao radicam chama- se prefixos; os que se pospõem denominam-se sufixos; os afixos possuem significação maior que as desinências. Já a vogal de ligação e a consoante de ligação são morfemas insignificativos, servem apenas para evitar dissonâncias (hiatos, encontros consonantais), sequências sonoras indesejáveis. Veja: ◦ Palavras cognatas, família ideológica: ▪ Quando um grupo de palavras possui o mesmo radical, diz-se que o grupo é formado pela mesma raiz. Quando as palavras irmanam-se pelo sentido, temos a série sinonímica, a família ideológica: casa, moradia, lar, mansão, habitação, etc.; ◦ Radical: O “radical” é a base significativa da palavra; “raiz” é o morfema que contém o núcleo significativo comum a uma família linguística (radical mais antigo); ◦ Prefixo: Os prefixos de nossa língua são de origem latina ou grega, alguns apresentam alteração em contato com o radical, assim o prefixo an-, indicador de privação, torna-se a- diante de consoante; ▪ Os prefixos possuem mais independência que os sufixos, pois, provêm, em geral, de advérbios ou preposições, que têm ou tiveram vida independente; ◦ Sufixo: Os sufixos podem ser nominais, verbais, ou adverbiais. Formam, respectivamente, nomes (substantivos, adjetivos), verbos e advérbios (a partir de adjetivos). Exemplos: anarquismo, malufar, rapidamente; • Processos de formação de palavras: ◦ Há dois grandes processos de formação: a derivação e a composição. Na derivação, temos apenas um radical, a palavra é derivada de outra; na composição temos ao menos dois radicais, a palavra é composta. Exemplos: girassol (composta), giratório (derivada); ◦ Derivação: ▪ Tipos: • Prefixal: cria-se uma palavra derivada a partir de um prefixo (disenteria); • Sufixal: cria-se uma palavra derivada a partir de um sufixo (doutorada); • Parassintética: cria-se uma palavra derivada por meio do acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo. Se retirarmos qualquer um dos afixos, não teremos palavra (adoçar); • Prefixal e sufixal: acréscimo não simultâneo de prefixo e sufixo. Retirando-se um dos afixos (ou os dois), ainda teremos palavra (deslealdade); • Derivação regressiva: esse tipo de derivação cria substantivos deverbais, isto é, derivados do verbo. Por isso, são substantivos que denotam ação. Se o substantivo indicar ação e se, em relação ao verbo possuir um número menor de fonemas, o primitivo será o verbo e o derivado, o substantivo (a derivação ocorre por meio da supressão de fonemas) (ataque); • Derivação imprópria: ◦ Mudança de classe gramatical: ▪ De substantivo comum para substantivo próprio; ▪ De substantivo próprio para substantivo comum; ▪ De adjetivo para substantivo; ▪ De substantivo para adjetivo; ▪ De verbo para substantivo; ▪ De substantivo/adjetivo/verbo para interjeição; ▪ De verbo e advérbio para conjunção; ▪ De adjetivo para advérbio; ▪ De particípio para preposição; ▪ De particípio para substantivo e adjetivo; ◦ Composição: palavras compostas são aquelas que apresentam mais de um radical, no mínimo dois; os radicais primitivos perdem a significação própria em benefício de um único significado: ▪ Justaposição: os dois termos (radicais) conservaram a sua individualidade, não há alteração fonética (girassol); ▪ Aglutinação: na composição, há perda de fonemas (aguardente, boquiaberto); ◦ Outros processos: ▪ Onomatopeia: trata-se da imitação de sons e ruídos da natureza. A partir de onomatopeias, formam-se novas palavras (miar/miado, latir/latido, piar/pio); ▪ Abreviação vocabular: trata-se da redução de fonemas, a palavra se apresenta de forma reduzida e não pelna (auto/ automóvel); ▪ Hibridismo:trata-se de palavras cujos morfemas são de línguas diferentes (sambódromo, português e grego); Capítulo 3 – Sujeito e predicado Tipos de Sujeito • Determinado: ◦ O sujeito é determinado quando pode ser identificado na frase, por meio de seu(s) núcleo(s) ou por meio de uma elipse (quando se oculta a palavra, porque ela está subentendida no contexto ou implícita na terminação do verbo); ◦ Sujeito determinado simples: ▪ Quando há um só núcleo sintático, representado por um substantivo, pronome ou numeral (no singular ou no plural); ▪ Os presidenciáveis debateram, eles se ofenderam, os dois foram analisados; ◦ Sujeito determinado composto: ▪ Quando há dois ou mais núcleos sintáticos, representados por substantivos, pronomes ou numerais (no singular e no plural); ▪ Lula e o ex-governador argumentaram de forma diferente; ◦ Sujeito determinado elíptico ou implícito desinência verbal (oculto): ▪ Quando o sujeito foi oculto por estar expresso anteriormente ou por estar implícito na desinência verbal; ▪ Somos alienados? Os ricos e os pobres os são?; ▪ Há muitos ricos e muitos pobres… não igualemos; • Indeterminado: ◦ O sujeito indeterminado ocorre quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem pratica a ação, ou ainda por não haver interesse no seu conhecimento. O sujeito indeterminado pode apresentar-se na terceira pessoa do plural ou na terceira pessoa do singular, com emprego do “se”, índice de indeterminação do sujeito; ◦ Com verbo na terceira pessoa do singular e com o índice de indeterminação do sujeito (se): ▪ Necessita-se de água; ◦ Com verbo na terceira pessoa do plural, sem o índice de indeterminação do sujeito (se): ▪ Necessitam de água; • Inexistente (oração sem sujeito): ◦ Neste tipo de estrutura sintática, a exemplo do sujeito elíptico e do sujeito indeterminado, há apenas o predicado; a diferença é que, ao contrário dos dois primeiros, não há quem faça a ação. Os principais casos: ▪ a)Verbos ou expressões que denotam fenômeno da natureza e indicação de tempo em geral: • Faz calor, meu bem? Podemos sair?; • Chove, amor!; ▪ b)Com os verbos “haver” e “fazer” no sentido de tempo decorrido (impessoais): • Aliás, faz 10 minutos que não chove; • Há pouco não chovia, que chato!; ▪ c)Com o verbo “haver” no sentido de existir, acontecer, ocorrer (impessoal): • Amor, há tantas outras coisas a fazer…; ◦ Em linguagem coloquial e em certos textos literários, é comum o emprego do verbo “ter” com o sentido de existir. Para muitos gramáticos, todavia, o uso deve ser evitado em linguagem culta: ▪ Tem tanto museu bonito…; Capítulo 4 – Termos da oração ligados ao verbo Termos associados ao verbo • Verbos de ligação são frequentes na descrição dos seres em geral, nas definições científicas e nas operações lógicas. Esse Verbo Objeto Direto Objeto Indireto Adjunto Adverbial Agente da Passiva tipo pode designar estado permanente, estado transitório, mudança de estado e continuidade de estado; Aparência de estado • Verbo transitivo direto: o verbo não exige preposição e possui um complemento chamado objeto direto; • Verbo transitivo indireto: o verbo exige preposição e possui um complemento chamado objeto indireto, o qual apresenta preposição explícita (ou implícita, se for pronome); • Verbo transitivo direto e indireto: o verbo exige dois complementos, um objeto direto (sem preposição) e um objeto indireto (com preposição explícita ou implícita); Significativos Intransitivos: não possuem complemento verbal; possuem sentido completo Transitivos: possuem complemento verbal, objeto/sentido incompleto Objeto Termo integrante (necessário à estrutura sintática). É o complemento de um verbo transitivo (sinônimo de complemento verbal). Funciona semanticamente como o alvo, o ser afetado, o destinatário Pode estar elíptico se estiver claro no contexto Está sempre associado ao verbo transitivo (termo associado ao verbo) Objeto direto • Trata-se do complemento do verbo transitivo direto, ou do complemento verbal sem preposição (porque o verbo não a exige); Objeto indireto • Trata-se do complemento do verbo transitivo indireto, ou do complemento verbal com preposição (quando a preposição é uma exigência do verbo); Objeto na forma de pronome • Pronomes como “me”, “te”, “se”, “nos”, “vos” podem funcionar como OD ou OI, se ligados ao verbo (se ligados ao nome, adjunto adnominal ou complemento nominal). Para saber a função, deve-se analisar a regência do verbo; Objeto direto preposicionado • O objeto direto preposicionado (ou preposicional) ocorre quando a preposição existe no objeto, mas não é comandada pelo verbo. Ou é comandada pelo falante ou por um outro vocábulo (pronomes oblíquos tônicos). Veja os casos: ◦ a)Com pronomes oblíquos tônicos, que exigem preposição (obrigatório); ◦ b)Com o pronome quem, com antecedente expresso (obrigatório); ◦ c)Com o nome Deus (obrigatório); ◦ d)Quando se coordena o pronome átono (na função de OD) e um substantivo (obrigatório); ◦ e)Quando se usa um verbo transitivo direto de forma impessoal (no singular), acompanhado da partícula se (obrigatório); ◦ f)Diante de pronomes referentes a pessoas (facultativos); ◦ g)Por necessidade de clareza; ◦ h)Com pronomes precedidos de partícula comparativa (facultativo); ◦ i)Quando o objeto direto precede o verbo (facultativo); ◦ j)Quando a preposição tem valor partitivo (facultativo, dependendo do caso); ◦ k)Em certas expressões idiomáticas (facultativo); Objeto direto cognato (ou interno) • Ocorre quando o objeto traz o mesmo radical (ou mesmo sentido: Dormiu um sono) do verbo. É frequente na literatura como recurso expressivo; Objeto direto (ou indireto) pleonástico • Trata-se da repetição do objeto como instrumento de ênfase: Os sonhos, eu os perdi; Topicalização do objeto • Colocar o objeto no início da oração (no topo) é uma forma de chamar a atenção (instrumento de ênfase). É preciso não confundir a topicalização do objeto com determinadas estruturas chamadas anacoluto; Alteração semântica • Em literatura, é comum o uso de rescursos expressivos envolvendo o objeto. Um desses recursos consiste em empregar o mesmo verbo em sentidos diferentes para cada objeto; Ampliação de sentido na mudança de regência • Verbos transitivos, quando se tornam intransitivos, passam a ter sentido mais abrangente; Adjunto adverbial • Do ponto de vista sintático, relacional, o adjunto adverbial se anexa ao verbo, ao adjetivo e ao advérbio. Do ponto de vista semântico, o adjunto dá ao verbo uma circunstância de lugar, tempo, modo, etc. (os valores semânticos do addvérbio). Quando ligado ao adjetivo e ao advérbio, expressa intensidade; • Em certas construções, o adjunto adverbial pode ligar-se à frase toda (para muitos linguistas, seria um adjunto adverbial de enunciação); • Com o seu emprego, o enunciador manifesta sua opinião em relação a um fato, expresso por uma frase; • Ao contrário do objeto, dado como termo integrante, necessário à estrutura da frase, o adjunto adverbial é classificado pelas gramáticas normativas como termo acessório, desnecessário à frase; • Em algumas situações, a omissão do adjunto adverbial pode não prejudicar a sintaxe, mas pode prejudicar a mensagem, se o adjunto contiver uma informação importante para o emissor ou para o contexto; • Tipos de adjunto adverbial: ◦ 1. Causa; ◦ 2. Companhia; ◦ 3. Concessão; ◦ 4. Condição; ◦ 5. Conformidade; ◦ 6. Dúvida; ◦ 7. Finalidade; ◦ 8. Instrumento; ◦ 9. Intensidade; ◦ 10. Lugar; ◦ 11. Matéria; ◦ 12. Meio; ◦ 13. Modo; ◦ 14. negação; ◦ 15. Oposição; ◦ 16. Tempo; • Em relação à classificação, é importante levar em consideração afrase, pois um mesmo adjunto pode assumir um significado diferente em outro contexto; Agente da passiva • Termo que, na oração em voz passiva analítica, designa o agente da ação verbal. Introduzido pela preposição por ou de, o agente da passiva está sempre ligado ao verbo. Quando uma oração apresenta um verbo construído com o objeto direto (voz ativa, sujeito agente), ela pode assumir a forma passiva; havendo a passiva analítica, pode-se ter o agente da passiva. As transformações podem ser descritas da seguinte forma: Voz ativa Voz passiva analítica OD Viram Sujeito Verbo Locução verbal (verbo ser no mesmo tempo e modo + particípio do verbo) Sujeito Agente da passiva, introduzido pela preposição por • Observações: 1. Se o sujeito da ativa estiver acompanhado de artigo, haverá a contração antecedendo o núcleo (substantivo ou pronome) do agente da passiva: ◦ Por + a = pela; ◦ Por + o = pelo; ◦ Por + as = pelas; ◦ Por + os = pelos; 2. Pode haver na ativa uma locução verbal (verbo auxiliar + verbo principal em um das formas nominais). A transformação para a passiva obedece aos seguintes critérios: ◦ a) O auxiliar concorda com o sujeito na passiva, mas permanece no mesmo tempo e no mesmo modo; ◦ b) O verbo principal, na passiva, vai para o particípio; ◦ c) Coloca-se o verbo ser na passiva após o auxiliar da ativa e antes do particípio; ◦ d) O verbo ser assume o tempo e o modo do verbo principal da ativa; • Omissão do agente da passiva: ◦ a) Se, em uma oração de voz ativa, o verbo estiver na terceira pessoa do plural, não haverá agente explícito para indicar sujeito indeterminado na transformação para a voz passiva; ◦ b) Na imprensa, às vezes o agente não aparece por desconhecimento ou por não haver interesse em revelá-lo; Capítulo 5 – Termos da oração ligados ao nome e vocativo Adjunto adnominal • Termo ligado ao nome, mais especificamente a um núcleo sintático (do sujeito, do objeto, etc.); • É expresso por: artigos, pronomes, numerais, adjetivos, locuções adjetivas e orações adjetivas; • As minhas duas lindas garotas da África morrem da subnutrição que o mundo não combate; • Possui função de especificar, explicar, indeterminar, determinar o ser, isto é, o nome, o substantivo; • Pode estar presente em qualquer termo da oração, estará ligado ao seu núcleo, sem intermediação do verbo ou da vírgula; • Quando o adjunto adnominal estiver ligado ao sujeito e for desempenhado por um adjetivo, teremos uma qualidade velha (posta como conhecida pelos interlocutores) ou permanente (o predicativo transmite-nos uma qualidade nova – posta como revelação – ou passageira); • O documento falso foi encontrado (adjunto adnominal); • O documento é falso (predicativo); Predicativo do sujeito • Remete a uma qualidade (qualidade nova, isto é, posta como se fosse uma revelação) ou a um estado do sujeito (de caráter passageiro). Pode apresentar-se: ◦ a) Com verbo de ligação (ser, estar, parecer, continuar, entre outros, podem funcionar como verbos de ligação se introduzirem uma qualidade, um estado ou uma mudança de estado do sujeito): ▪ As nuvens são mágicas; ▪ As nuvens estão escuras; ▪ As nuvens continuam ameaçadoras; ◦ b) Sem verbo de ligação (com transitivo ou intransitivo): ▪ As nuvens marcham mansas; • Depois do verbo, não há necessidade da vírgula. A vírgula, porém, é de fundamental importância quando o adjetivo segue o núcleo do sujeito; ◦ O garoto, cansado, assistia a guerras; ◦ O garoto assistia a guerras cansado; • É preciso estar atento também à ordem das palavras, pois em muitos casos é a posição do adjetivo que gera ambiguidade; ◦ O garoto saiu do local abandonado; Predicativo do objeto • Qualidade nova imposta pelo sujeito ao objeto ou uma opinião do sujeito sobre o objeto; • Alguns verbos que possibilitam o predicativo do objeto: eleger, crer, encontrar, estimar, fazer, nomear, proclamar, chamar, formar; • Nomearam o ministro chefe da comissão; Complemento nominal • Possui a função de completar o nome; pode estar ligado a substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio, sempre com preposição; • Ligado ao substantivo, cumpre o papel semântico do objeto, isto é, ser afetado, alvo da ação: ◦ Invasão no Líbano; • Se for agente, ou possuidor, teremos o adjunto adnominal: ◦ As armas dos Estados Unidos; Aposto • Mantém uma relação de igualdade semântico com o termo anterior. O aposto pode ser explicativo, enumerativo, distributivo, recapitulativo, especificativo ou oracional; • Os Beatles, o mais famoso conjunto de rock de todos os tempos, tornaram-se um mito (explicativo); • Ele amava tudo dos Beatles: a música, a filosofia, as vestimentas, etc. (enumerativo); Vocativo • O vocativo é um termo que não pertence ao sujeito nem ao predicado; indica um chamado, um apelo; o vocativo remete ao destinatário da mensagem. Também pode ser um indicador de religião, posição política, grupo social, idade, orientação sexual, origem geográfica, etc; ◦ – Tucanos, o petista já chegou!; ◦ – Padre, eu pequei!; ◦ – Bofe, você tem “fogo”?; Capítulo 6 – Sintaxe e semântica, tipos de predicado Predicado nominal • Informa uma qualidade nova ou passageira; está presente de forma mais sistemática nas descrições e nas definições científicas; • No predicado nominal, o núcleo é o nome, sintaticamente denominado predicativo do sujeito. Estruturas que apresentam o predicado nominal: ◦ a) Verbo de ligação + predicativo do sujeito: ▪ A vida é um cálice de vinho; ◦ b) Verbo de ligação + predicativo do sujeito + adjunto adverbial: ▪ Os corvos são mensageiros do terror à noite; Predicado verbal • O predicado verbal expressa uma ação mental ou física; nele estão presentes verbos transitivos ou intransitivos; • Como esses verbos expressam uma ação do ser, o uso desse tipo de predicado pode criar um efeito de dinamicidade. No predicado verbal, o núcleo é o verbo (transitivo ou intransitivo). Estruturas sintáticas: ◦ a) Verbo intransitivo: ▪ O vento dança; ◦ b) Verbo intransitivo + adjunto adverbial: ▪ O vento dança loucamente; ◦ c) Verbo transitivo + objeto: ▪ O vento dança a valsa da natureza; ◦ d) Verbo transitivo + objeto + adjunto adverbial: ▪ O vento dança a valsa da natureza loucamente; Predico verbo-nominal • Esse tipo de predicado está presente no momento em que o enunciador deseja passar: ◦ a) Uma ação e um estado de sujeito: ▪ São Paulo caminha lenta; ◦ b) Uma qualidade nova do objeto causada pelo sujeito: ▪ As indústrias deixam a rica cidade; ◦ c) Uma opinião do sujeito sobre o objeto: ▪ Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro (Cazuza; O tempo não para); • No predicado verbo-nominal, o núcleo é o verbo e o nome (um predicativo); • Estruturas sintáticas: ◦ a) Verbo transitivo + objeto + predicativo do sujeito; ◦ b) Verbo transitivo + objeto + predicativo do objeto; ◦ c) Verbo intransitivo + predicativo do sujeito; Topicalização do objeto • Quando se quer destacar o objeto, pode-se colocá-lo à frente de toda a oração: ◦ Livro: Compre um!; Ambiguidade sintática • Ocorre quando um termo da oração pode assumir dupla função sintática: ◦ As mulheres do sertão saíram das terras castigadas; ◦ O termo “castigadas” pode estar ligado a “terras” ou a “mulheres”; pode ser adjunto adnominal de “terras” ou predicativo do sujeito de “mulheres”; Paralelismo sintático • Trata-se da reiteração de estruturas sintáticas; ◦ […] Nunca me esquecerei que no meio do caminho/tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho/no meio do caminho tinha uma pedra (Carlos Drummond de Andrade. “No meio do caminho”); Capítulo 7 – A palavra “se” Voz ativa • Temos a voz ativa quando o sujeito da oração é agente, isto é, pratica a ação: ◦ Bombeiro resgata torcedor; Vozpassiva analítica • A voz passiva analítica ocorre quando a oração apresenta um sujeito paciente e uma locução verbal (verbo ser + particípio): ◦ Torcedor é resgatado; • Essa estrutura pode ainda conter um termo acessório denominado agente da passiva: ◦ Torcedor é resgatado por bombeiro; Pronome apassivador • A estrutura em que a partícula (ou pronome) apassivadora se encontra é mais concisa, não traz o agente da passiva: ◦ Trocam-se ideias; • Para que haja voz passiva sintética, é preciso que: ◦ a) O verbo esteja em terceira pessoa; ◦ b) Haja a palavra “se”; ◦ c) O verbo seja VTD ou VTDI; ◦ d) O substantivo seja sujeito paciente; • Deve-se observar ainda se o verbo está concordando com o substantivo, o qual funciona como sujeito. O objeto direto não ocorre na passiva, transforma-se em sujeito paciente; Índice de indeterminação do sujeito • Em português, pode-se indeterminar o sujeito na terceira pessoa do plural, sem a palavra “se”; ou na terceira pessoa do singular, com o “se” denominado índice de indeterminação do sujeito: ◦ Precisa-se de alimentos e livros; • Além do verbo transitivo indireto, é comum o uso de intransitivos nesse tipo de estrutura: ◦ Rouba-se muito. Pronome reflexivo ou pronome recíproco • A refexividade ocorre quando o sujeito é agente e paciente, pratica e sofre a ação: ◦ Maria cortou-se com a navalha; • Na voz reflexiva, observa-se também a presença do pronome recíproco (em vez de a si mesmo, teremos um ao outro): ◦ Elas se cumprimentaram; Parte integrante do verbo • Como parte integrante do verbo, esse pronome ocorre com verbos que expressam sentimento ou mudança de estado: ◦ Alegrou-se ao ver a paz surgir no horizonte; Partícula de realce • O pronome de realce servirá para destacar, enfatizar um verbo intransitivo; tal recurso dá mais espontaneidade à ação do sujeito: ◦ Foi-se a primeira bomba de chocolate; Capítulo 8 – Sintaxe dos pronomes Uso dos pronomes pessoais do caso reto • Os pronomes pessoais do caso reto funcionam como sujeito da oração; • a) Para eu / para mim: ◦ Emprega-se “para eu” quando o pronome é sujeito de um verbo que vem a seguir; emprega-se “para mim” quando o pronome pessoal da primeira pessoa não for sujeito a oração e houver a preposição; • b) Salvo eu/exceto eu/menos eu: ◦ As palavras denotativas de exclusão “salvo”, “menos” e “exceto” pedem pronome pessoal do caso reto; • c) Pronomes pessoais do caso reto regidos por preposição: ◦ Os pronomes “ele”, “ela”, “nós”, “vós”, “eles”, “elas” podem não exercer a função de sujeito quando regidos por preposição; Uso dos pronomes pessoais do caso oblíquo átono • Esses pronomes não atuam como sujeitos da oração, exceto quando envolvem auxiliar causativo ou sensitivo; • a) Me – te – nos – vos: ◦ Pronomes que podem exercer a função de complemento verbal, complemento nominal e adjunto adnominal; • b) Reflexividade e reciprocidade dos oblíquos átonos: ◦ Quando o sujeito pratica e sofre a ação (a reflexividade ou reciprocidade), sujeito e pronome estarão na mesma pessoa; • c) o, a, os, as, lhe, lhes: ◦ Os pronomes “o”, “a”, “os”, “as” exercem a função de objeto direto, não pressupondo preposição; já os pronomes “lhe” e “lhes” são utilizados quando pressupõem preposição, podendo exercer o papel sintático de objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adnominal (valor possessivo); • d) Pronome de interesse: ◦ O pronome “me” pode ser empregado em certos contextos para demonstrar o interesse do enunciador sobre fatos; trata- se de um efeito de aproximação; no cotidiano, é comum a sua ocorrência; • e) Recurso de estilo: os oblíquos átonos com valor possessivo: ◦ Os pronomes pessoais podem assumir valor possessivo em determinadas frases; tal recurso dá elegância ao texto; • f) Recurso de estilo: o pleonasmo: ◦ Os oblíquos “o”, “a”, “os”, “as”, “lhe”, “lhes” podem recuperar um objeto e com isso enfatizá-lo; Uso dos pronomes pessoais do caso oblíquo tônico • Esses pronomes não funcionam como sujeito e são utilizados com preposição, que pode estar embutida no próprio pronome (comigo, contigo, consigo) ou antecedida ao pronome (para mim, para ti, para si, a mim, a ti, a si, entre mim, sobre ti), etc.; • a) Reflexivos si, consigo: ◦ Os reflexivos “si”, “consigo” exigem sujeito na terceira pessoa, em norma culta; • b) Com nós/conosco, com vós/convosco: ◦ utilizam-se as formas pronominais “com nós”, “com vós”, em vez de “conosco” e “convosco”, quando esses pronomes pessoais estiverem acompanhados de “mesmos”, “próprios”, “outros”, “todos” e numerais; Adaptações fonéticas: lo-la-los-las, no-na-nos-nas • a) A terminação r/s/z: ◦ Cai essa consoante e acrescenta-se “l” ao pronome pessoal; • b) A terminação ditongo nasal/m: ◦ Acrescenta-se “n” ao pronome pessoal; • c) A terminação “mos” seguida de “nos”: ◦ Cai o “s” do verbo; Auxiliares causativos e sensitivos (deixar, mandar, fazer, ouvir, escutar, ver…) • Quando os auxiliares causativos ou sensitivos estiverem seguidos de pronome pessoal e forma no infinitivo, utiliza-se o pronome pessoal do caso oblíquo, o qual será o sujeito do infinitivo (trata-se de um exceção, pois haverá um pronome oblíquo na função de sujeito). O pronome oblíquo e o verbo no infinitivo funcionarão como objeto direto oracional; Variantes linguísticas • O uso coloquial dos pronomes deve ser considerado erro quando a situação requerer uma linguagem culta. No diálogo, em situações informais, o seu emprego é aceito, visto que, nesses contextos, emprega-se a variante popular. Veja os principais casos: ◦ a) Pronome do caso reto na função de oblíquo; ◦ b) Uso indevido do “lhe”, “lhes” como objeto direto; ◦ c) Falta de concordância entre pronomes de segunda e terceira pessoa; ◦ d) Falta de concordância entre pronome e verbo; ◦ e) Uso indevido de pronome pessoal do caso reto com auxiliar causativo e sensitivo; ◦ f) Utilização indevida de reflexivos de terceira pessoa com sujeito em primeira ou segunda pessoas; ◦ g) Emprego errôneo de formas como “conosco”, “convosco”; Contrações: “mo”, “ma”, “to”, “ta”, “lho”, “lha” • Os oblíquos “me”, “te”, “lhe”, “nos”, “vos”, “lhes” contraem-se com os átonos “o”, “a”, “os”, “as”. Veja: me + o = mo me + a = ma me + os = mos me + as = mas te + o = to te + a = ta te + os = tos te + as = tas lhe + o = lho lhe + a = lha lhe + os = lhos lhe + as = lhas lhes + o = lho lhes + a = lha lhes + os = lhos lhe + as = lhas nos + o = no-lo nos + a = no-la nos + os = no-los nos + as = no-las vos + o = vo-lo vos + a = vo-la vos + os = vo-los vos + as = vo-las • Tais formas pronominais não possuem muita frequência modernamente; em consequência disso, o emprego torna-se mais difícil; Capítulo 9 – Período composto por coordenação • As coordenadas podem ser de dois tipos: assindéticas (sem conjunção) ou sindéticas (com conjunção); • As sindéticas dividem-se em: ◦ Aditiva: ▪ Passa ideia de sobreposição, adição (e, nem, não só..., mas também, não apenas..., mas ainda, etc.); ◦ Adversativa: ▪ Apresenta quebra de expectativa em relação ao que foi dito anteriormente (mas, todavia, no entanto, entretanto, contudo, porém, etc.); ◦ Explicativa: ▪ Trata-se de justificativa, argumento favorável ao que foi dito anteriormente (pois, porque, porquanto, etc.); ◦ Conclusiva: ▪ Explicita algo que está implícito na oração anterior (logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois, então, etc.); ◦ Alternativa: ▪ Passa a ideia de alternidade, oposição, exclusão (ou… ou, ora… ora, quer… quer, já… já, seja… seja); • As conjunções são polissêmicas, apresentam vários valores semânticos; • A conjunção “e” coordena elementos de igual função, quando isso não ocorre há quebra de paralelismo sintático; • As correlações conjuntivas (não só...,mas também, ora… ora) pressupõem paralelismo gramatical; a ausência de um dos termos da correlação implicará quebra de paralelismo; Capítulo 10 – Período composto por subordinação Orações subordinadas substantivas: • As subordinadas são estruturas dependentes; • Haverá quebra de paralelismo sintático se houver a omissão da oração principal ou da subordinada; • A oração subordinada substantiva é permutável por “isto”; • A oração principal não apresenta a conjunção; • A oração subordinada substantiva faz uso de conectivo ou de verbo no infinitivo (oração reduzida); • A oração subjetiva exerce o papel de sujeito da principal, exige verbo da oração principal na terceira pessoa do singular: ◦ É preciso que haja democracia; • A objetiva direta: exerce o papel de objeto direto da oração principal: ◦ Quero que todos aprendam; • A objetiva indireta exerce papel de objeto indireto da principal, vem regida por preposição: ◦ Duvido de que todos venham; • A completiva nominal exerce papel de complemento nominal de um termo da principal, vem regida por preposição obrigatória: ◦ Chegamos à conclusão de que tudo não passava de um engano; • A predicativa exerce função de predicativo do sujeito da oração principal: ◦ O sonho era que houvesse menos fome; • A apositiva exerce função de aposta da oração principal, é precedida de dois pontos ou vírgula: ◦ O rei queria isto: que todos o respeitassem na corte; • O discurso direto reproduz fala da personagem: ◦ Ele disse: “Estou com frio!”; • O discurso indireto ocorre quando o narrador incorpora em seu discurso a fala da personagem: ◦ Ele disse que estava com frio; Orações subordinadas adjetivas • As orações adjetivas exercem morfologicamente o papel de adjetivo; sintaticamente, a função de adjunto adnominal; • Os pronomes relativos introduzem as orações adjetivas; • O relativo “que” substitui coisa ou pessoa; pode estar acompanhado de preposições monossilábicas; • O relativo “quem” substitui pessoas ou seres personificados, sempre vem acompanhado de preposição; • O relativo “o qual” (e flexões) substitui o relativo “que” nas adjetivas explicativas; deve ser utilizado para evitar ambiguidades; • O relativo “cujo” indica posse e subentende a preposição “de” mais o antecedente (= do qual, da qual); concorda com o substantivo posposto (não há cujo o, cuja a); • A oração subordinada adjetiva explicativa é acompanhada de vírgulas e compartilha um saber sobre o antecedente; • As adjetivas restritivas não são acompanhadas de vírgulas e delimitam o antecedente; • As adjetivas podem sofrer redução no infinitvo, no gerúndio e particípio. São instrumentos de concisão; • O relativo é elemento de coesão, de ligação; • O relativo pode estar acompanhado de preposição; • Para saber se há preposição, observe se há palavra, expressão ou oração à direita que peça preposição: ◦ As poesias de que gosto; • A oração adjetiva deve estar encostada ao antecedente do relativo: ◦ Correto: ▪ As guerras, que são insanas, traduzem uma fragilidade humana; ◦ O que não pode acontecer: ▪ As guerras traduzem uma fragilidade humana, que são insanas; Orações subordinadas substantivas adverbiais • Os tipos de adverbiais: ◦ Causais: ▪ Expressam a causa oração principal; ◦ Consecutivas: ▪ Expressam a consequência da oração principal; ◦ Condicionais: ▪ Expressam a condição da oração principal; ◦ Conformativas: ▪ Expressam relação de concordância, conformidade; ◦ Comparativas: ▪ Expressam confronto, comparação com a oração principal; ◦ Concessivas: ▪ Expressam a ressalva, a concessão, argumento mais fraco, quebra de expectativa; ◦ Temporais: ▪ Expressam o momento em que se realiza a ação da oração principal; ◦ Finais: ▪ Expressam a intenção, a finalidade do que é dito na principal; ◦ Proporcionais: ▪ Apresentam uma ação simultânea à ação da oração principal; Capítulo 11 – Regência Verbos • Assistir: ◦ VI = morar; ◦ VTD = socorrer; ◦ VTI = ver; ◦ VTI = ter direito a; • Visar: ◦ VTI = ter por objetivo; ▪ Apesar de VTI, “visar”, com o sentido de ter por objetivo, não aceita “lhe” (Visava a ele); ◦ VTD = pôr visto; ◦ VTD = mirar; • Aspirar: ◦ VTI = almejar; ▪ Apesar de VTI, “aspirar”, com o sentido de almejar”, não aceita “lhe” (Aspirava a ele); ◦ VTD = inspirar; • Obedecer/Desobedecer: ◦ VTI; • Esquecer/Lembrar: ◦ VTD = cair na lembrança/apagar-se da memória (sem preposição e sem pronome); ◦ VTI pronominal = cair na lembrança/apagar-se da memória (com preposição e pronome); ◦ VTI = cair na lembrança/apagar-se da memória (com verbo sempre na terceira pessoa, sujeito à direita e objeto indireto posposto ao verbo, mas antecedido ao sujeito); • Ir/Chegar: ◦ VI = ir em/chegar em; ◦ VI = ir a/chegar a; • Implicar: ◦ VTD = acarretar; ▪ A regência “implicar em”, no sentido de acarretar, é largamente utilizada pelo povo, mas ainda não foi assimilada pela norma culta; ◦ VTI = meter-se; ◦ VTI = mostrar má disposição com as pessoas; • Informar/Avisar/Notificar: ◦ VTDI; ◦ Informar algo a alguém. Informar alguém de algo. Informar alguém sobre algo; ◦ Se utilizarmos os pronomes pessoais do caso oblíquo, teremos: ▪ Informar ao professor que tudo estava certo = Informar-lhe que tudo estava certo; ▪ Informar o professor de que tudo estava certo = Informá-lo de que tudo estava certo; • Querer: ◦ VTD = desejar; ◦ VTI = querer bem, estimar, amar; • Agradar: ◦ VTD = fazer carinho; ◦ VTI = satisfazer; • Custar: ◦ VTD = valer; ◦ VTI = ser difícil, ser obtido à custa de (com sujeito em forma de oração, a qual pode ser precedida ou não de preposição expletiva); ◦ VTDI = causar, acarretar; • Pagar, perdoar: ◦ VTD = objeto é coisa; ▪ Se for verbo for transitivo direto, utiliza-se “o”, “a”, “os”, “as”; ◦ VTI = objeto é pessoa; ▪ Se o verbo for transitivo indireto, utiliza-se “lhe” e “lhes; ◦ VTDI = objeto é coisa e pessoa; • Preferir: ◦ VTDI = preferir uma coisa a outra, preferir uma entre duas coisas; ◦ Construções como “prefiro mais”, “prefiro antes” e “prefiro mais… que” não são aceitas pela norma, trata-se de linguagem coloquial; ◦ VTD = dar primazia a; • Responder: ◦ VTI/VI = dar resposta a alguém, replicar; No caso das adjetivas, a palavra que comanda a preposição está à direita desta e não à esquerda, como nos demais casos. Observe: • O presidente a que fiz referência estava e Londres; Em relação às subordinadas substantivas, a preposição ocorre nas objetivas indiretas e nas completivas nominais. Capítulo 12 – Crase A Crase é a contração de duas vogais idênticas. Temos esse fenômeno na prosa e na poesia. A fusão ocorre entre a preposição “a”, comandada pelo verbo, advérbio ou adjetivo, e o artigo “a”, que precede o substantivo. O sinal sobre o “a” recebe o nome de acento grave. Não há crase: • Diante de masculino; • Diante de verbo; • Diante de pronomes que não aceitam artigo; • Em expressões repetidas; • Diante de palavras de sentido indeterminado; • Diante de nomes de lugares que não aceitam artigo; • Diante da palavra “casa” com o sentido de lar; • Diante da palavra “terra” como antônimo de “bordo”; • Diante da palavra “distante” quando esta estiver indeterminada; • Diante da palavra “após”; • Diante dos pronomes de tratamento iniciados por Vossa/Sua (de cerimônia); • Diante de numerais (exceto em indicações de horas); Crase facultativa: • Diante de possessivo; • Diante de nome próprio feminino; Crase obrigatória • Se a palavra à esquerda (A) pedir preposição “a” e a palavra à direita (B) aceitar artigo feminino “a”; • Se a palavra à esquerda pedir preposição “a” e a palavra à direita for um pronome demonstrativo (a, as, aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo); • Se houver uma palavra à direitados relativos “a qual”, “as quais” que peça preposição “a”; • Nas locuções adverbiais femininas e nas locuções prepositivas femininas (à moda de, à custa de, à beira de, à maneira de, à vista de, à procura de, etc.). Se subentender “à moda de”, haverá acento grave diante de masculino; • Nas locuções conjuntivas adverbiais proporcionais; • Diante da palavra “casa”, quando estiver determinada; • Diante da palavra “terra”, quando esta estiver determinada (ou quando for planeta); Capítulo 13 – Pontuação Vírgula – Regra geral I • A associação lógica entre as palavras pode ser concebida como um critério (regra) geral: se entre duas palavras vizinhas não hoiver vírgula, é porque estão em relação, em associação lógica (AB); todavia, se entre elas houver uma vírgula, é porque não estão em associação; • Em suma: ◦ A B = há associação lógica; ◦ A, B = não há associação lógica; • A regra geral acima descrita explica a ausência da vírgula entre certos termos da oração, por exemplo: ◦ a) Não há vírgula entre sujeito (A) e predicado (B), pois estão em associação lógica; ◦ b) Não há vírgula entre verbo (A) e objeto (B), pois estão em associação lógica; ◦ c) Não há vírgula entre o adjunto adnominal (A) e o núcleo (B), pois estão em associação lógica; ◦ d) Não há vírgula entre o nome (A: substantivo abstrato, adjetivo ou advérbio) e o complemento nominal (B), pois estão em associação lógica; • Por ser uma regra geral, convém observar as demais regras; Vírgula – Regra geral II • A intercalação também será tratada como regra geral, por isso, convém observar algumas exceções – as orações subordinadas adjetivas restritivas intercaladas, por exemplo, não recebem a vírgula (vide item das subordinadas). A intercalação pode ser traduzida como uma interrupção sintática; a ordem natural (sujeito + verbo + objeto (+ adjunto adverbial)) tem sua sequência interrompida por uma palavra, expressão, oração, etc. Se retirarmos o termo intercalado, a sequência natural será recuperada. O termo intercalado receberá duas vírgulas (uma antes e outra depois). Veja os principais casos: ◦ Conjunção intercalada; ◦ Adjunto adverbial intercalado; ◦ Oração intercalada; ◦ Aposto explicativo intercalado; ◦ Predicativo do sujeito; ◦ Expressões de caráter explicativo; A vírgula no período simples: objeto pleonástico • A colocação do objeto antecedendo o objeto é um recurso expressivo, dá-se ênfase ao complemento do verbo. As gramáticas, todavia, não registram a vírgula nesses casos, mas observa-se a sua ocorrência em alguns textos; • O consenso em torno da vírgula no que tange à topicalização do objeto ocorre quando o enunciado utiliza dois objetos: o objeto pleonástico. Nesses casos, coloca-se a vírgula após o primeiro objeto: ◦ Os sonhos [OD], eu os [OD] busquei loucamente; ◦ Aos famintos [OI], dei-lhes [OI] livros velhos; A vírgula no período simples: o adjunto adverbial • Iniciando a oração: ◦ No início do período ou da oração, o adjunto adverbial recebe a vírgula, salvo se for um advérbio de pequeno corpo; • No meio da oração: ◦ Nessa posição, o adjunto adverbial (sobretudo se for longo) receberá duas vírgulas. Na realidade, a colocação do adjunto adverbial no meio do período pode ser caracterizada como uma intercalação; • No final da oração: ◦ No final do período ou da oração, o adjunto adverbial dispensa a vírgula, a não ser que se queira enfatizá-lo; • Caso facultativo: ◦ Segundo Celso Cunha, em Gramática da Língua Portuguesa, quando os adjuntos adverbiais são de pequeno corpo (um advérbio, por exemplo), costuma-se dispensar a vírgula. A vírgula pode ser utilizada quando se pretende realçá-los. A vírgula no período simples: predicativo do sujeito • O uso da vírgula para o predicativo do sujeito segue praticamente o mesmo raciocínio observado no emprego da vírgula para o adjunto adverbial. Repare: ◦ No início da oração: ▪ Nessa posição, a vírgula é obrigatória; ◦ No meio da oração, após o verbo: ▪ Depois do verbo, o predicativo do sujeito pode receber a vírgula ou não; mas, se ele estiver colocado após o sujeito, antes do verbo, deve-se pontuar, já que a omissão das vírgulas implicará mudança de sentido e de função sintática; ◦ No fim da oração: ▪ No final da oração (com verbos transitivos ou intransitivos), ou após o verbo de ligação, não se utiliza a vírgula para o predicativo do sujeito; A vírgula no período simples: vocativo • Exceto na poesia, em que a omissão da vírgula é possível, o vocativo sempre estará separado por vírgula, em qualque posição; A vírgula no período composto: as coordenadas • As coordenadas assindéticas são separadas por vírgula; • As conjunções que iniciam as orações coordenadas sindéticas adversativas, explicativas e conclusivas precedidas de vírgula; • Algumas conjunções coordenativas sindéticas adversativas e conclusivas (contudo, entretanto, no entanto, todavia, portanto, por conseguinte, etc.) costumam, para efeito de ênfase, serem seguidas também de vírgula; • Nas coordenadas sindéticas alternativas, as correlações conjuntivas (ou… ou, ora… ora, quer… quer) são separadas por vírgula na mudança de oração; • Nas orações coordenadas, o “e” poderá receber vírgula quando os sujeitos das orações forem diferentes (caso facultativo), quando a conjunção estabelecer uma oposição (caso facultativo) ou quando houver a repetição da conjunção; • Quanto às correlações conjuntivas (tanto… quanto, não só… mas também), costuma-se não utilizar a vírgula, mas a sua presença é observada em muitos textos; A vírgula no período composto: subordinadas substantivas • Em ordem direta (a principal iniciando a oração), não há vírgula; em ordem indireta (a subordinada iniciando a oração), embora não seja consenso, costuma-se empregá-la; A vírgula no período composto: subordinadas adjetivas • Restritiva: ◦ A adjetiva restritiva não recebe a vírgula; sua função é delimitar, restringir o antecedente; • Explicativa: ◦ A adjetiva explicativa recebe a vírgula (se estiver no meio do período, fica entre vírgulas); sua função é compartilhar um saber sobre o antecedente; A vírgula no período composto: subordinadas adverbiais • Separam-se por vírgula as subordinadas adverbiais, principalmente quando antepostas à principal; A vírgula na enumeração de palavras e orações • A vírgula separa elementos de mesma função sintática: ◦ Orações; ◦ Palavras; A vírgula em elementos de valor explicativo • Recebem a vírgula palavras ou expressões explicativas, retificativas, conclusivas e continuativas (por exemplo, isto é, difo, então, a saber, com efeito, ou melhor, além disso, etc.); A vírgula na zeugma e elipse • Usa-se a vírgula para indicar a zeugma (quando se oculta um verbo citado anteriormente) e a elipse (quando o enunciador omite uma palavra ou expressão subentendida na desinência do verbo ou no contexto); Emprego das reticências • As reticências são utilizadas para indicar pensamento incompleto, omissão de partes de um texto, interrupção da fala ou do pensamento, hesitação da personagem, interrupção da narrativa a fim de que o leitor dê asas à imaginação; Emprego dos parênteses • Os parênteses são empregados para indicar, principalmente, um comentário, uma reflexão, uma informação acessória, uma explicação, uma observação, uma nota emocional. Observa-se ainda o seu emprego em referência a datas, indicações bibliográficas e indicações cênicas; Emprego do travessão • O travessão é indicado para introduzir o discurso direto, para isolar palavras ou frases, para dar mais realce a uma conclusão, para substituir as vírgulas em frases e expressões de caráter explicativo, sobretudo se o período já contiver um bom número de vírgulas; Emprego das aspas • São empregadas: ◦ No início e no fim de umacitação; ◦ Para indicar um estrangeirismo; ◦ Para indicar um neologismo; ◦ Para enfatizar o valor significativo de uma palavra; ◦ Para indicar uma ironia da enunciação; ◦ Em títulos de obras; Emprego dos dois pontos • Os dois pontos podem introduzir o discurso direto, um comentário, um esclarecimento, uma enumeração. Em requerimentos, colocam-se os dois pontos após o vocativo (ou a vírgula); Emprego do ponto e vírgula • O ponto e vírgula, segundo Celso Cunha, é um sinal intermediário entre a vírgula e o ponto; equivale a um ponto reduzido ou a uma vírgula mais alongada. Veja alguns exemplos: ◦ Separar orações de mesma natureza que possuem certa extensão; ◦ Separar partes do período que se apresentam subdivididas por vírgula; ◦ Separar uma enumeração de itens (listas, leis, decretos, portarias, etc.); Capítulo 14 – Colocação pronominal Emprego da próclise • A gramática normativa toma como critério a ocorrência de determinados elementos gramaticais para que haja a próclise. Seguem os elementos gramaticais que atraem o pronome para antes do verbo: ◦ a) Partícula negativa; ◦ b) Pronome indefinido; ◦ c) Pronomes demonstrativos; ◦ d) Advérbios; ▪ Obs.: Se o advérbio for seguido de pause, teremos a ênclise; ◦ e) Orações interrogativas e exclamativas (optativas); ◦ f) Gerúndio e infinitivo flexionado precedidos por preposição; Emprego da mesóclise • A mesóclise só é possível com o futuro do presente e com o futuro do pretérito; o fato de ser futuro, contudo, não garante a mesóclise, é preciso observar alguns fatores: ◦ a) Com o futuro do presente: ▪ Não precedido de palavra atrativa (negação, advérbio…), no início do período ou da oração, o futuro do presente exigirá mesóclise; ▪ Entregar-te-ei os meus pulmões para que grites; ▪ Atente, todavia, para duas situações: • Precedido de palavra atrativa: próclise; • No meio do período, sem palavra atrativa, próclise ou mesóclise; ◦ b) Com o futuro do pretérito: ▪ Não precedido de palavra atrativa (negação, advérbio…), no início do período ou da oração, o futuro do pretérito exigirá mesóclise; ▪ Oferecer-me-ia se me conhecesse; ▪ Atente, todavia, para duas situações: • Precedido de palavra atrativa: próclise; • No meio do período, sem palavra atrativa: próclise ou mesóclise; Emprego da ênclise • a) Quando o verbo é precedido de pausa (início de período, vírgula, ponto, ponto e vírgula); • b) Com infinitivo impessoal: ◦ Precedido de preposição ou negação, pode haver próclise ou ênclise; a ênclise é, todavia, obrigatória, se o pronome for “o(s)”, “a(s)”, e o infinitivo vier regido da preposição “a”: ▪ Comecei a amá-la; • c) Com imperativo; • d) Com gerúndio, desde que não precedido de preposição; Colocação pronominal nas locuções verbais • Não há ênclise ao particípio; havendo palavra atrativa, não é possível a colocação do pronome no meio da locução (qualquer que seja a locução: com infinitivo, gerúndio ou particípio); Capítulo 15 – Ortografia Na maioria das vezes, o erro de ortografia não interfere na mensagem, porém prejudica a imagem do enunciador, pois é bastante perceptível. Quando possível, deve-se utilizar o raciocínio: se “análise” é com “s”, “analisar” também será (o radical da palavra primitiva possui “s”); Nomenclatura • a) Sinônimos: ◦ Palavras que se assemelham no sentido; • b) Antônimos: ◦ Palavras que se opõem quanto ao sentido; • c) Homônimos: ◦ Palavras que possuem o mesmo nome; • d) Homófonos: ◦ Palavras que possuem o mesmo som; • e) Homógrafos: ◦ Palavras que apresentam a mesma grafia; • f) Heterônimos: ◦ Nomes diferentes atribuídos a uma mesma pessoa; • g) Parônimos: ◦ Palavras semelhantes quanto ao seu som; Emprego do s com som de z • a) Nome próprio: Isabel, Teresa, Luís, Tomás, Sousa, Queirós; • b) Adjetivos com sufixo -oso, -osa: amoroso, carinhosa, afetuoso; • c) Adjetivos com sufixo -ês, -esa: burguês, burguesa, camponês, camponesa, freguês, freguesa; • d) Adjetivos pátrios com os sufixos -ês, -esa: português, portuguesa, inglês, inglesa; • e) Adjetivos com os sufixos -ese, -isa, -ose: metamorfose, sacerdotisa, diocese, virose; • f) Verbos derivados cujo radical termina em “s”: analisar (de análise), atrasar (de atrás), extravasar (de vaso), paralisia (de paralisar); • g) Formas dos verbos “pôr” e “querer”: pus, depuseste, quisesse; • h) O “s” entre vogais possui som de “z”: crise, Brasil; Os sufixos -ês e -esa e os verbos terminados em -isar • a) Forma adjetivos ou substantivos derivados de substantivos concretos: montês, chinês; • b) Formas femininas dos adjetivos terminados em -ês: inglesa, burguesa; • c) Radical dos nomes primitivos termina em “s”: frisar, paralisar; Usa-se “s” em verbos terminados em -nder ou -ndir • Compreender, compreensão; • Distender, distensão; • Repreender, repreensão; Emprego do dígrafo “ss” • Usa-se “ss” nos substantivos derivados de verbos com terminação em -eder ou -edir: ◦ Ceder, cessão; ◦ Conceder, concessão; ◦ Proceder, processo; ◦ Suceder, sucessão; Emprego do “c” e “ç” • a) Nos vocábulos de origem tupi e africana: açaí, caçula, miçanga; • b) Após ditongo: beiço, caiçara, foice, louça, precaução, traiçoeiro; Emprego da letra “h” • a) Final e inicial em certas interjeições: ah!, ih!, oh!; • b) No substantivo próprio Bahia (estado), por tradição; todavia grafa-se baía, Baía de Guanabara, baiano, baiana, baianinha; • c) Nos compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico: sobre-humano, anti-higiênico, pré- histórico; Emprego das letras “k”, “w” e “y” • a) Abreviaturas e símbolos de termos científicos: km (quilômetro), kg (quilograma); • b) Na transcrição de palavras estrangeiras não aportuguesadas: show, playground; Emprego do “z” • a) Os derivados em -zal, -zinho, -zito: cafezal, avezinha; • b) Os derivados de palavras cujo radical terminam em “z”: enraizar (de raiz); • c) Os sufixos -ez, -eza formam substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: pobreza (de pobre), acidez (de ácido). • d) O sufixo -izar é empregado se o radical dos nomes primitivos não terminar em “s”: canalizar (de canal), cicatrizar (de cicatriz); Emprego da letra “x” • a) Geralmente após ditongo: baixo, deixar, eixo; • b) Após sílaba inicial en-: enxada, enxergar, enxofre, enxerido, enxurrada, enxoval; • c) Depois de sílaba inicial me-: mexer, mexerica, mexicano; • d) Em vocábulos de origem indígena ou africana: abacaxi, xavante; Emprego do dígrafo “ch” • Usa-se “ch”, por razões etimológicas, nas palavras: chuchu, salsicha, mochila, pechincha; Emprego da letra “g” • a) Substantivos terminados em -agem, -igem, -ugem: garagem, massagem; • b) Palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, ógio, úgio: contágio, estágio, refúgio; • c) Palavras derivadas de outras que se grafam com “g”: massagista (de massagem); Emprego da letra “j” • a) Palavras derivadas de outras terminadas em -ja: laranjada (de laranja); • b) Todas as formas de conjugação dos verbos terminados em - jar ou -jear: arranjemos (de arranjar); • c) Vocábulos cognatos ou derivados que têm “j”: lajes (de laje); • d) Palavras de origem ameríndia ou africana: canjica; Emprego da letra “e” • a) A sílaba final dos verbos terminados em -uar ou -oar: continue, abençoe; • b) Palavras formadas com o prefixo ante-: antebraço; Emprego da letra “i” • a) Na sílaba final dos verbos terminados em -uir: diminui; • b) Em palavras formadas com o prefixo anti-: antiaéreo; Emprego do hífen • Regra geral: usa-se hífen quando a palavra é um todo semântico e pode ser permutada por outra. Não se usa hífen quando os componentes conservam seu valor individual: pão- duro (avarento); pão duro (pão endurecido); • Sempre se usa o hífen diante de “h”: anti-higiênico,super- homem; • Prefixo terminado em vogal: ◦ a) Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo; ◦ b) Sem hífen diante de consoante diferente de “r” e “s”: anteprojeto, semicírculo; ◦ c) Sem hífen diante de “r” e “s”. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom; ◦ d) Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro- ondas; • Prefixo terminado em consoante: ◦ a) Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub- bibliotecário; ◦ b) Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico; ◦ c) Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante; • Compostos: ◦ a) Sem hífen, se houver elemento de ligação (há exceção) ou base oracional: fim de semana, olho de sogra, dia a dia, faz de conta, bicho de sete cabeças. Exceção: cor-de-rosa; ◦ b) Com hífen, se não houver elemento de ligação (há exceção): bate-boca, porta-bandeira, terça-feira; ◦ c) Com hífen, se forem palavras iguais ou quase iguais: tique- taque, reco-reco; Emprego da maiúsculo e minúscula • Maiúsculas: ◦ Para épocas históricas, datas importantes, festas religiosas; altos cargos e dignidades; nomes de altos conceitos religiosos ou políticos e pontos cardeais, quando designam regiões; • Minúsculas: ◦ Para festas pagãs ou populares, nomes de meses; após vírgula, ponto e vírgula e dois pontos(não se tratando de discurso direto) e nos casos de derivação imprópria em que o substantivo próprio tornou-se substantivo comum; A ortoépia • Ocupa-se da pronúncia correta das palavras; eis alguns casos frequentes: ◦ Pronúncia e grafia incorretas: advinhar, dignatário, impecilho, mendingo, previlégio, supertição; ◦ Pronúncia e grafia corretas: adivinhar, dignitário, empecilho, mendigo, privilégio, superstição; Capítulo 16 – Verbo Presente do indicativo e tempos derivados • Para conjugar os verbos no presente do indicativo, isole o radical e acrescente as seguintes terminações: ◦ 1ª conjugação (AR): -o; -as; -a; -amos; -ais; -am; ◦ 2ª conjugação (ER): -o; -es; -ei; -emos; -eis; -em; ◦ 3ª conjugação (IR): -o; -es; -e; -imos; -is; -em; • a) Presente do subjuntivo (que eu…): ◦ Terminação AR: -e; -es; -e; -emos; -eis; -em; ◦ Terminações ER/IR: -a; -as; -a; -amos; -ais; -am; • b) Imperativo afirmativo: ◦ Segundas pessoas: ▪ Conjugar as segundas do presente do indicativo e tirar a letra “s”; ▪ Demais: são iguais ao presente do subjuntivo; • c) Imperativo negativo: ◦ É igual ao presente do subjuntivo, com o advérbio “não” antecedendo; Terminação do pretérito perfeito • -i, -ste, -u, -mas, -stes, -ram; • Obs.: cuidado com a primeira e a terceira pessoa em verbos irregulares; Diferenças entre o perfeito e o imperfeito • João matava [imperfeito: passado durativo] aula; • João matou [perfeito: passado pontual] aula; Derivados do pretérito perfeito • Para obter os três tempos derivados do pretérito perfeito, tira-se o “-ste” da forma verbal da segunda pessoa do singular do pretérito perfeito e agregam-se as desinências de cada tempo. Veja os três tempos e as respectivas desinências: ◦ 1. Pretérito mais-que-perfeito do indicativo (passado anterior a outro passado): ▪ -ra, -ras, -ra, -ramos, -reis, -ram; ▪ João já sentara [Forma simples] quando Léo chegou; ▪ João já tinha sentado [Forma composta] quando Léo chegou; ◦ 2. Pretérito imperfeito do subjuntivo (uma probabilidade no presente, passado ou no futuro; acesso ao mundo da fantasia): ▪ -sse, -sses, -sse, -ssemos, -sseis, -ssem; ▪ Observe a combinação desse tempo com o futuro do pretérito: • Se ele viesse [Imperfeito do subjuntivo] eu faria [Futuro do pretérito] a sua vontade; ◦ 3. Futuro do subjuntivo (uma possibilidade no futuro): ▪ -r, -res, -r, -rmos, -rdes, -rem; ▪ Observe a combinação desse tempo com o futuro do presente: • Se ele vier [Futuro do subjuntivo], eu farei [Futuro do presente] a sua vontade; Embreagens verbais • O emprego metafórico dos tempos (ou embreagens verbais) é a substituição de um tempo por outro e seus efeitos de sentido. Esse procedimento não se restringe a textos literários; no cotidiano, é comum a troca de tempos. Veja a diferença entre o emprego literal e o emprego metafórico no período a seguir: ◦ Em 2006, o Brasil perdeu [Pretérito perfeito: emprego literal] a copa e o “status” de melhor equipe do mundo; ◦ Em 2006, o Brasil perde [Presente do indicativo no lugar do pretérito perfeito (emprego metafórico)] a copa e o “status” de melhor equipe do mundo; ◦ No segundo período, o presente destaca o passado, já que este possui ressonância até os dias de hoje. Veja outros exemplos: ▪ 1. O imperfeito no lugar do presente do indicativo (efeito: polidez, educação): • O senhor podia tirar o seu revólver do meu pescoço? (podia em vez de pode); ▪ 2. O imperfeito no lugar do futuro do pretérito (efeito: certeza): • Este jantar até meu marido fazia! (fazia no lugar de faria); ▪ 3. O perfeito no lugar do futuro do presente (efeito: certeza): • USP? O ano que vem? Já passei! (passei no lugar de passarei); Capítulo 17 – Concordância nominal Substantivo e seus satélites • A concordância nominal estuda as relações estabelecidas entre o substantivo e seus satélites (relações de gênero e número); • A regra geral diz que o artigo, o pronome, o numeral e o adjetivo concordam em gênero e número com o substantivo ao qual se referem; Dois substantivos para um adjetivo • Para uso correto das primeiras regras especiais, leve em contra os dois tipos de concordância: ◦ 1. Concordância gramatical: ◦ 2. Concordância atrativa: ▪ O adjetivo refere-se aos dois substantivos, mas concorda com o mais próximo (o critério é a eufonia); ▪ Observe as situações: • Um adjetivo (na função de adjunto adnominal) para dois ou mais substantivos: ◦ Ordem direta (subst./s + adjetivo): ▪ Nessa ordem, o adjetivo pode concordar com o mais próximo (concordância atrativa) ou com a soma (concordância gramatical); ◦ Ordem indireta (adjetivo + subst./s): ▪ Nessa ordem, o adjetivo concorda com o mais próximo (concordância atrativa); ▪ Quando os substantivos são nomes próprios ou nomes de parentesco, o adjetivo vai sempre para o plural; • Um adjetivo (na função de predicativo) para dois ou mais substantivos: ◦ Ordem direta (subst./s + adjetivo): ▪ Nessa ordem, o adjetivo concorda com a soma (concordância gramatical); ▪ Se os substantivos foram próprios, convém usar o plural; ▪ Se os substantivos foram de número diferentes, convém repetir o adjetivo; ◦ Ordem indireta (adjetivo + subst./s): ▪ Nessa ordem, pode concordar com o mais próximo (concordância atrativa) ou com a soma (concordância gramatical); Dois adjetivos para um substantivo • Quando há dois adjetivos para um substantivo, o critério é o seguinte: ◦ Se o substantivo estiver no plural, não haverá artigo diante do segundo adjetivo; ◦ Se o substantivo estiver no singular, haverá artigo diante do segundo adjetivo; Meio, bastante, caro, barato, muito, pouco Verbo ser + adjetivo • As expressões “é bom”, “é ótimo”, “é necessário”, “é proibido” etc. (verbo ser + adjetivo) são variáveis se o substantivo, ao qual se referem, for precedido de determinante; • São invariáveis quando os substantivos estiverem desacompanhados de determinante; Adjetivo com valor de advérbio • Os adjetivos que se transformaram em advérbios (ligados ao verbo) permanecem invariáveis (como adjetivos, variam); Alerta • A palavra “alerta” e a locução “em alerta” não variam; Anexo, em anexo • O primeiro varia, concorda com o substantivo (o que está sendo anexado); • O segundo não, é locução adverbial; • Utiliza-se “em anexo” quando não é preciso especificar a que está anexado; Mesmo, próprio • Variam quando ligados ano nome, não variamquando ligados ao verbo (“mesmo” como “de fato”); Incluso, lesa • Variam, pois concordam com o substantivo ao qual se refere; Quite, pseudo • A palavra “quite” concorda com o sujeito ao qual se refere; • “Pseudo” é invariável; Obrigado • Varia em gênero e número; Capítulo 18 – Concordância verbal • A concordância verbal estuda, principalmente, as relações estabelecidas entre o verbo e o sujeito; • É importante priorizar, além da regra geral, a concordância do verbo haver, da palavra se, do sujeito composto, do sujeito oracional e do substantivo coletivo; Sujeito simples • O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito; • Pássaros metálicos bombardeiam Bagdá; Sujeito composto • a) Em ordem direta: ◦ Se os sujeitos estiverem na terceira pessoa, o verbo vai para a terceira do plural; ◦ Crianças e mulheres temem o pior; • b) Em ordem indireta: ◦ Pode ir para o plural ou concordar com o mais próximo; ◦ Morre um velhinho e seu netinho; ◦ Morrem um velhinho e seu netinho; • c) Núcleos são (quase) sinônimos ou há gradação: ◦ Pode concordar com o mais próximo ou ir para o plura; ◦ A vingança, maldade, o ódio condenou o ditador do Iraque (ou condenaram); • d) Sujeito composto seguido de aposto recapitulativo: ◦ Concorda com o aposto (tudo, nada etc.); ◦ Morte, miséria, caos… nada sensibiliza o equivocado presidente norte-americano; Sujeito oracional • Quando o sujeito for oracional, o verbo da oração principal deve permanecer na terceira do singular; • Parece que os democratas farão oposição sistemática a Bush, dizem os especialistas; ◦ Observação: ▪ O sujeito de parecer tem início a partir da palavra que; Pronomes de tratamento: Vossa Excelência, Vossa Santidade etc. • O verbo e os pronomes devem estar na terceira pessoa; • Vossa Excelência deseja o seu café na cama?; Substantivo coletivo e expressões partitivas (grande parte, maioria etc.) • Grande parte das vítimas fugia (ou fugiam) da guerra; Verbos haver e fazer • a) Haver – sinônimo de existir, acontecer: ◦ É impessoal, empregado na terceira pessoa do singular (oração sem sujeito); ◦ Devia haver outras razões para o ataque americano; ◦ Sim, havia bombas; • b) Haver e fazer com o sentido de tempo decorrido: ◦ Impessoais, empregados sempre no singular (oração sem sujeito); ◦ Faz vinte anos que aquele povo não respira a paz; ◦ Há vinte anos que vive o inferno da guerra; Verbos que denotam tempo, fenômeno da natureza • a) Indicação de horas: ◦ O verbo concorda com o número de horas; ◦ São duas horas em Brasília; • b) Fenômeno temporal: ◦ O verbo é impessoal, só na terceira pessoa do singular; ◦ Chove na capital federal; A palavra “se” • a) Partícula apassivadora: ◦ O verbo concorda com o sujeito; ◦ Roubam-se os cofres enquanto a rádio prevê bom tempo; • b) Índice de indeterminação do sujeito: ◦ O verbo permanece no singular; ◦ Precisa-se de livros para a população enxergar; Capítulo 19 – Acentuação • I. Posição da sílaba tônica: ◦ A sílaba tônica é a mais forte (pronunciada com mais intensidade); ◦ De acordo com sua posição, temos a seguinte classificação: ▪ a) Última: oxítona: • Ca-fé; ▪ b) Penúltima: paroxítona: • Pa-ne-la; ▪ c) Antepenúltima: proparoxítona: • Lím-pi-do; ◦ Observe a sílaba tônica das palavras a seguir: ▪ No-bel (oxítona); ▪ A-va-ro (paroxítona); ▪ Ru-bri-ca (paroxítona); ▪ Ín-te-rim (proparoxítona); • II. Mudança de significado na alteração da sílaba tônica: ◦ A mudança de sílaba tônica pode, em alguns casos, gerar mudança de sentido; ◦ Exemplos: ▪ Ja-ca (paroxítona) = fruta; ▪ Ja-cá (oxítona) = cesto; ▪ Cá-qui (parxítona) = cor; ▪ Ca-qui (oxítona) = fruta; • III. Mudança de classe gramatical na alteração da sílaba tônica: ◦ A alteração da posição da sílaba tônica também pode alterar a classe gramatical; ◦ Exemplos: ▪ Fá-brica (proparoxítona) = substantivo; ▪ Fa-bri-ca (paroxítona) = verbo; • IV. Regras de acentuação: ◦ 1. Acentuam-se os monossílabos tônicos terminadas em - a(s), -e(s), -o(s): ▪ Há, pás, é, pés, mês, pó, nós, vós, pôs; ◦ 2. Acentuam-se as oxítonas terminadas em: -a(s), -e(s), -o(s), -em(s): ▪ Gam-bá, te-rás, a-xé, pa-jés, a-vô, a-vós, re-cém, re- féns; ◦ 3. Acentuam-se as paroxítonas terminadas em: -os, -um(s), - x, -u(s), -r, -i(s), -n, -ão(s), -l, ã(s), ditongo oral, -ons: ▪ Fór-ceps, fó-rum, lá-tex, bô-nus, re-vól-ver, ra-vi-ó-li, lá- pis, pó-len, ór-gão, a-má-vel, í-mã, fa-lên-cia, pró-tons; ◦ 4. Acentuam-se todas as proparoxítonas: ▪ Es-pé-ci-me, mu-ní-ci-pe, noc-tí-va-go, ê-xo-do, an-tí-do- to; ◦ 5. Acentuam-se os ditongos abertos tônicos: -éu(s), -éi(s), - ói(s), em palavras oxítonas: ▪ réu, véu, céu, do-dói, pas-téis, tro-féu, tro-féis; ▪ Mas não são acentuados em palavras oxítonas: • Geleia, paranoico, ideia, plateia, apoia, apoio; ◦ 6. Acentuam-se o i e o u, quando: ▪ a) Forem tônicos; ▪ b) Fizerem hiato com a vogal anterior; ▪ c) Estiverem sozinhas na sílaba ou com s; ▪ d) Não seguidas de nh; ▪ e) Não precedidas de ditongo decrescente em palavras paroxítonas: • Ataíde, cafeína, Esaú, ciúme, atraí-los; • Mas nas palavras paroxítonas, se vierem depois de um ditongo descrescente, não serão acentuados: ◦ Baiuca, bocaiuva, feiura, taoismo; • As palavras xiita e juuna não são acentuadas porque nfazem hiato com a própria vogal; ◦ 7. Verbos terminados em -guar, -quar, -equir – como “aguar”, “averiguar”, “desaguar”, “enxaguar”, “obliquar”, “delinquir” - admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e do imperativo: ▪ Há duas possibilidades: • a) Se pronunciadas com “a” ou “i” tônicos, essas formas devem ser acentuadas; • b) Se pronunciadas com “u” tônico, essas formas deixam de ser acentuadas; ▪ Atenção: • No Brasil, a pronúncia mais correta é deixar tônicos o a e o i (primeiro caso); ◦ 8. Palavras terminadas em -eem e -oo não são mais acentuadas: ▪ Creem, deem, voo, doo; ◦ 9. Principais acentos diferenciais: ▪ Singular / plural: • Tem / Têm; • Detém / Detêm; • Vem / Vêm; • Intervém / Intervêm; ▪ Atenção: • “Lê”, “crê”, “dê”, “vê” (3ª pessoa do singular) = leem, creem, deem, veem (3ª pessoa do plural); ▪ Por / pôr: • Preposição (átona): Saiu por aí; • Verbo (tônico): Pôr os pés pelas mãos; ▪ Pode / pôde: • Presente: Você quer, você pode; • Passado: Ele pôde sentir o gosto da derrota; ▪ Atenção: • Para (verbo parar); • Pelo (substantivo); • Pera (substantivo); • Polo (substantivo); Capítulo 20 – Estudo de determinadas partículas • O estudo da palavra que possibilita rever os valores semânticos das conjunções coordenativas e subordinativas; • Quanto ao estudo das palavras denotativas de exclusão, inclusão etc., trata-se de matéria importante para os exames modernos; a semântica dessas partículas tem sido objeto de investigação por parte dos linguistas; • Não se esqueça de que o importante não é decorar, mas interpretar; • Observe a síntese a seguir: ◦ 1. Situação (afinal, então, mas): ▪ Afinal, a guerra acabou?; ▪ Então, o verdão está na final?; ▪ Mas o governo, cederá?; ◦ 2. Realce (cá, lá, só, mesmo): ▪ Eu cá me viro, Maria!; ▪ Veja só!; ▪ É isso mesmo, beija a moça; ▪ Eu sei lá!; ◦ 3. Limitação (só, apenas, somente): ▪ Só ele sabia velejar; ▪ Somente o São Paulo é tri; ▪ Apenas duas moscas pousaram na sopa; ◦ 4. Inclusão (ainda, ademais, além disso, também, até, inclusive): ▪ Ademais é insano; ▪ Até o sol se pôs; ◦ 5. Exclusão (salvo, exceto, menos, fora, tirante): ▪ Tirante os olhos perversos, tudo era luz; ▪ Fora o deputado federal, todos votaram contra; ◦ 6. Porque: ▪ Nas respostas e justificativas (= pois); ▪ Cante, porque está frio e perigoso; ◦ 7. Por que: ▪ a) Nas interrogativas em início de frase: • Por que você me olha assim?; ▪ b) Introduzindo substantivas
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