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HENDRIK ISECKE 8075814 ATIVIDADE – Ciclo 3 Avaliação feita pelo Centro Universitário Claretiano, para verificação parcial do desempenho na disciplina Psicologia da Educação, sob a orientação da Profª. Eliane Aparecida Piza Candido BATATAIS – SP. 2019 INTRODUÇÃO Este trabalho tem a finalidade de apresentar uma situação onde a Zona de Desenvolvimento Proximal de mostre presente. A cena descrita é um problema corriqueiro no dia a dia de uma família com seu veículo automotor. O aprendizado será baseado no pai ensinando seu filho a lidar com tal situação, fornecendo-lhe instruções, ferramentas e agindo como um guia, mediando a atividade mas nunca de fato tomando para si a responsabilidade de executar nada. O filho deve então seguir as instruções de seu pai e finalizar o conserto do veículo, adquirindo uma habilidade, ou melhor, um conhecimento para toda sua vida, pois trocar um pneu, como descrito posteriormente neste trabalho e incessantemente em outras mídias, não requer habilidade. O filho terá então desenvolvido aptidão para tal tarefa, mas isso será apenas seu desenvolvimento a nível real. Há também um conhecimento que ele não será capaz de desenvolver, ainda. A isso damos o nome de nível de desenvolvimento potencial, que poderia ser um aprendizado desenvolvido, mas haverá limitações que o tornam somente um potencial e não algo concretizado, real. 1. A situação 1.1 Problema Sexta-feira, 18h37, o pai vai chegando em casa e nota que o carro não está em situação ideal. A oficina mecânica fecha em poucos minutos, às 19h, e ele não quer esperar até amanhã pois viajará cedo com seu filho e esposa para a praia. Ele logo considera a oportunidade de não só verificar o problema no carro e consertá-lo, mas também de ensinar seu filho a fazê-lo, dando-lhe um ensinamento para o resto da vida. 1.2. A Participação do Mediador e o papel do Aprendiz No caminho de casa ele constatou que o problema era algo relacionado ao posicionamento do carro. Não lhe parecia que o carro estaria alinhado ou balanceado. A instabilidade nas curvas corroborou sua suspeita: era algo no sistema de direção, pneus, suspensão, etc. Ao finalmente chegar em casa, desce do carro e entra, chamando o filho para ajudar, esse que vem já com uma lanterna na mão, sua função desde muito tempo. Eles chegam então na garagem prontos para a avaliação do problema, mas o filho, incapaz de dirigir dada suas limitações de tamanho e idade, não pode fazer seus próprios testes e ajudar na elaboração de um plano de ação. Seria também desnecessário: o pai logo aponta o pneu que, com pouca pressão, teria esvaziado, causando toda essa instabilidade. 1.3. A Resolução A troca de um pneu é, na verdade, mas uma série de procedimentos do que uma habilidade. Uma série de ações que requerem o mínimo e força e podem ser executadas com facilidade por qualquer condutor. Claro que são necessárias as ferramentas que, hoje em dia, vêm de fábrica nos veículos no conjunto do estepe (Brasil, apenas), mas nada que o pai não pudesse instruir, passo a passo, para que o filho fizesse. 2. Zona de Desenvolvimento Proximal A Zona de Desenvolvimento Proximal é definida por Vygotsky como a área/período de aprendizado em que aquele que aprende é assistido por alguém mais velho ou com mais experiência e/ou habilidade naquilo. Na situação em supracitada, o aprendizado ocorre quando o pai, mediador nesse cenário, inclui o filho na resolução do problema, dando-lhe o passo a passo para que ele seja capaz de fazer a troca do pneu sem maiores dificuldades. O filho muito dificilmente seria capaz de concluir essa tarefa sozinho pois não é tão intuitivo quanto parece. Os parafusos precisam ser afrouxados com o carro ainda no solo, dando-lhe sustentabilidade, mas não se pode soltar um parafuso sequer sem que o carro esteja levantado, do contrário os outros entortam e aquela roda nunca mais sairá de lá, comprometendo toda a ação. A presença do pai como mediador nessa situação previne que o filho cometa erros que vão não só comprometer seu aprendizado, mas também toda a situação de aprendizado que pode ser terminada com um movimento errôneo A todo esse aprendizado da troca do pneu damos o nome de Nível de Desenvolvimento Real, pois o filho, aluno nesse cenário, aprendeu todo o procedimento de troca do pneu. Há também o Nível de Desenvolvimento Potencial que é a parte que nem mesmo com a presença do mediador poderia ser aprendida naquele momento por uma multiplicidade de fatores. No caso, sua idade não permitia que ele dirigisse o veículo, identificando assim o problema por si só e desenvolvendo mais essa habilidade também. No caso, o mediador agiu como facilitador, entregando-lhe o problema e o passo a passo da solução. 3. Conclusão Como profissional, tomamos o lugar do mediador. Gosto de pensar que eu não sou quem puxa o aprendiz para o conhecimento, tampouco despejo-o na criança. Somos uma ponte, a luz que ilumina o caminho, a ser trilhado pela criança com suas próprias pernas. Maria Montessori tem uma frase muito interessante que se aplica aqui: “Qualquer ajuda desnecessária é um obstáculo para o desenvolvimento”. Usemos como exemplo a identificação do problema. O filho até poderia identificar o pneu que, vazio, daria instabilidade para o carro, mas como ele poderia se certificar de que era isso? Ele não poderia dirigir o veículo a fim de testar sua teoria. ele não saberia que é o pneu que causaria esse problema se o pai não o dissesse. O pai agiu como mediador, mostrando-lhe o problema, dando-lhe as ferramentas, mas, num modelo ideal, não encostaria em nenhuma delas, deixando que o filho o fizesse, seguindo fielmente suas instruções. Nenhuma ajuda desnecessária, fazendo com que seu desenvolvimento fosse o maior, logicamente, dentro do possível. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA FELIX, Leonardo. Você sabe quais itens são obrigatórios nos carros brasileiros hoje? Veja… Disponível em: <https://carros.uol.com.br/noticias/redacao/2018/05/23/voce-sabe-quais-itens-sao-obrigatorios-nos-car ros-brasileiros-hoje-veja.htm> Acesso em: maio/2019. YASNITSKY, A. VYGOTSKY An Intellectual Biography. Nova Iorque: Routledge, 2018. CAMPOS, J. AP. P. P. et al. Psicologia da Educação. Batatais: Claretiano, 2016.
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