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Direito Penal I

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06 DE AGOSTO DE 2012
Direito Penal I
Plano de Ensino:
Comenta: Evolução Histórica, fontes, formas de interpretação da legislação, territorialidade e extraterritoridade. Teoria Geral do crime, concurso de pessoas. 
Formas de Avaliação:
1º Bimestre
Prova – 7 pontos
Resenha filme Salve Geral – 3 pontos
2º Bimestre
Prova – 7 pontos
Resenha – Entre Muros e Favelas, excludente de antijuridicidade “estrito cumprimento do dever legal”, texto Professor Humberto Ribeiro Jr. – 3 pontos.
OBS.: Bandidos e traficantes na linha de fogo: vidas matadas e extermínio com prática banalizada. (Texto).
Bibliografia – PARTE GERAL – VOL 1
> Rogério Greco
> Damásio de Jesus
> Fernando Capez
> André Estefam
Obs.: “Estrito cumprimento do dever legal” -> Prof. Humberto Ribeiro Junior -> Texto.
DIREITO PENAL I
Introdução
Sociedade -> conflitos -> Estado -> Autotutela (exceção) (25 CP) -> Lei
“O homem é um ser social”, eles se reúnem em grupos, isso deu origem a sociedade, e assim gerar conflitos. Era o estado que resolvia esses conflitos, tirando das pessoas e passando pra si a responsabilidade da administração da justiça. Sendo assim, a autotutela passa a ser excepcional, o que antes era regra para solucionar os conflitos (Ex. de autotutela: legitima defesa – Cod. 25 CP). O estado soluciona os conflitos de interesse entre os indivíduos usando a lei.
Evolução Histórica
(Professor Mirabete) 
Fase da vingança privada: o ESTADO era mediador, não há um juiz ou um arbitro.
> Talião – Lei de Talião: eram penas extremamente cruéis. Porém, eram mais proporcionais ao mal praticado. 
> Composição – é uma possibilidade que o réu tinha de pagar por sua liberdade.
LEI 9099/95 – Lei de Juizado Especiais Criminais – JECRIM (art.89)
Fase de vingança divina: DEUS era o mediador
> Ordálias de Deus: aplicação de duelos. Sendo que o resultado dos duelos ficava a cargo de Deus.
Fase da vingança pública: 
Período Humanitário: contra penas cruéis, são favoráveis a penas proporcionais. Que defendam as penas que não firam a dignidade humana. 
Livro: “Dos delitos e das penas”
Tendência contemporânea: 
Direito penal Mínimo (Autor: Eugenio Raul Zaffaroni – Nilo Batista) - É como se existisse três ramificações do direito, sendo, direito penal máximo (2 grupos, os cidadão e os inimigos; penas cruéis – Günther Jacobs), mínimo (o réu tem que ser punido, entretanto sempre deve ser respeitado a dignidade da pessoa humana) e abolicionismo penal (o réu não pode ser encarcerado).
08 DE AGOSTO DE 2012
Conceito de direito penal
Direito penal é ramo do direito público que descreve condutas criminosas e que estabelece as penas (03 tipos de penas: 1. privativa de liberdade, encarceramento; 2. penas restritivas de direito, Art. 43 CP, prestação de serviços comunitários; 3) pena de multa) e medidas de segurança (MS é a internação em hospital psiquiátrico do doente mental que pratica crime, a fim de tratar a doença do réu). As partes não podem transigir sobre as normas do direito penal.
Aquele individuo sã que pratica crime, será aplicado a PENA: Repressão (direcionada ao réu, ou seja, o Estado se vinga confinando o réu ao encarceramento), prevenção(incide sobre a sociedade, o individuo é colocado como exemplo para os demais ) e ressocialização (fazer com que o individuo após o cumprimento de sua pena volte “melhor” para a sociedade).
Fontes:
Fontes do direito penal: de onde advém o direito penal.
De produção: quem produz o direito penal conforme o Art. 22, I CF/88 – a UNIÃO DE FORMA PRIVATIVA. Lei advinda do Congresso Nacional. Estados e Municípios não legislam sobre direito penal, somente a UNIÃO. Através de LEIS FEDERAIS, cria conduta criminosa e estabelece pena e medidas de seguranças.
De conhecimento:	- LEI
- Princípios
- Analogia
- Costumes
- Doutrina
- Jurisprudência 
4.1. Princípios
Princípios são normas expressas ou não pelo legislador que auxiliam o interprete da lei.
Da intervenção mínima: o direito penal deve interferir e intervir o mínimo possível na vida dos indivíduos. Só se faz necessário, se os outros ramos do direito não resolverem o problema. O ramo do direito penal é “ultima ratio”, ÚLTIMA RAZÃO.
13 DE AGOSTO DE 2012
Continuação de Princípios:
Da lesividade: diz que o legislador não poderá criminalizar algumas condutas. Não poderá tornar criminosa algumas atitudes do individuo.
-> conduta interna: pensamento do individuo.
-> conduta que não exceda ao âmbito do autor: ninguém pode ser punido pelo que ele é, somente pelo que ela faz (negro, pobre...).
-> estados existenciais: “Direito penal do autor” # D. P. Fato
-> condutas reprováveis apenas socialmente: futilidades sociais.
Insignificância ou bagatela: o direito penal entende que existem “determinados níveis de importância”, como a vida, a integridade física, liberdade sexual, moralidade entre outras.
Individualização da pena -> Lei 8072/90 (crime hediondo): a pena precisa ser calculada caso a caso.
Teoria Monista ou unitário -> em caso de penas diferentes para o mesmo crime onde existe, por exemplo, um mandante e o executor ou como no caso dos Nardoni, que o pai da menina executada teve a pena maior do que da madrasta, simplesmente pelo fato do crime ter sido contra descendente dele. 
Processo Trifásico de Dosimetria da Pena -> criado por Nelson Hungria – está previsto no código penal (Art. 68). 
Três fases: 	
1ª Fase: Art. 59 CP -> Circunstâncias judiciais: > Culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos, circunstâncias, consequência do crime, comportamento da vitima.
2ª Fase: Art. 61 a 67 CP -> Agravantes (aumenta pena) e das atenuantes (diminui a pena): praticar o crime utilizando fogo, provocando maior sofrimento a vitima (agrava) e a maior idade (é uma atenuante, qto mais novo mais atenuante).
3ª Fase: Causas de Aumento e Diminuição de Pena -> a partir dessa fase, o juiz vai estipular tipo de pena e o tempo de pena.
Conforme o Art. 2º da lei 8072/90 – todos que cometerem crime hediondo devem cumprir pena integralmente em regime fechado. Porem ao fazerem uma análise sobre a constitucionalidade entenderam ser a mesma inconstitucional, descrevendo assim que a pena inicialmente se daria em regime fechado, progredindo ao longo do tempo.
- TIPOS DE PENA NO BRASIL:
* PPL (Encarceramento)
* PRD (art. 43 CP). Ex.: prestação de serviço social.
* Multa/Fiança (valor pago ao Estado)
Indenização NÃO É PENA, pois pode passar da pessoa do condenado.
Proporcionalidade: a punição depende da conduta praticada. 
Responsabilidade pessoal: pessoalidade/intranscendência da pena > a pena não pode passar da pessoa do condenado. Ex.: não passa de pai para filhos.
Penas -> Privativa de Liberdade; Restritivas de Direito (prestar serviços comunitários); Multa (multa # indenização, pois em uma vai para o estado e a outra para a vitima).
15 DE AGOSTO DE 2012
Humanidade: também chamado de principio da limitação das penas – esse principio se encontra no Art. 5º, §47(XLVII) CF – segundo esse principio algumas penas não podem ser aplicadas no Brasil (de morte, caráter perpétuo, banimento # extradição, trabalhos forçados, cruéis).
20 DE AGOSTO DE 2012	
Juri popular: Somente julga os crimes de homicídio, aborto, infanticídio e participação em suicídio (crimes dolosos contra a vida) – art. 121 – 127 CP.
Denuncia: O MP/ES relata os fatos de determinado crime para o juiz de direito para resolução dos fatos.
1ª Fase do Julgamento ocorre: - pronuncia; - impronuncia; - desclassificação; - absolvição; - sumária. 
Modalidade do Crime Doloso: - Intenção do resultado; - Assume o risco de praticar o resultado (Foda-se).
Modalidade do Crime Culposo: - Não há intenção de produzir o resultado; - ¹imprudência, ²negligencia, ³imperícia.
¹ Conduta Positiva: fazer algo de forma acelerada. (EX.: atropelar e matar alguém no trânsito)
² Conduta Negativa: consiste em não fazer alguma coisa. (Ex.: não faz revisão no carro e por isso ocorre um acidente fatal).
³ É a falta de técnica para produzir alguma atividade profissional, e seumau uso resulta em acidentes. 
Imprudência: a conduta é positiva, consiste sempre em fazer alguma coisa de forma afoita ou acelerada. Ex.: na pressa, acelerar o carro e atropelar alguém.
Negligência: consiste numa conduta negativa, em um não fazer alguma coisas. Ex.: meu carro precisa de revisão, não faço e viajo, acabo derrapando o carro e atropelo alguém. 
Imperícia: falta de técnica para prática determinada conduta. Está sempre ligada à profissão. Ex.: médica dermatologista que resolve fazer cirurgia plástica.
OBS.: O crime pode ter mais de uma conduta.
OBS².: para responsabilidade penal a pessoa tem que agir como dolo ou com culpa.
Imperícia Qualificada: Sujeito tem a técnica, mas não executa de forma adequada. Ex.: médico cirurgião que esquece bisturi na barriga do paciente (art. 121 CP)
-> 121, paragrafo 4º do CP -> A pena é aumentada em 1/3. A imperícia qualificada é mais grave que os outras condutas. 
Continuação:
“In dubio pro reo”: é um principio válido somente na sentença final, na duvida sempre vai favorecer o réu! O júri no Brasil só julgam os crimes dolosos contra vida: homicídio, aborto, Infanticídio e participação em suicídio. Entretante, os jurados julgam tanto esses crimes como os co-anexo com eles (Art. 78 C.P)
In dubio pro Societate -> na duvida o juiz decide em favor da sociedade (durante o curso do processo). Ele vai decidir por dar continuidade com o processo. A dúvida durante o processo não vai favorecer o réu.
EXEMPLO: Tribunal Popular do Juri – julga crimes dolosos contra a vida, previstos nos art. 121 a 127 CP, que são: homicídio, aborto, infanticídio e participação em suicídio. Julga também os crimes conexos a eles (78 CPP). 
Culpabilidade – uma pessoa só pode ser punida no Brasil se agir com dolo ou culpa.
i.a) DOLO: (art. 18, I – CP) – é crime doloso quando o sujeito tem a intenção de praticar o resultado ou quando ele assume o risco de praticar o resultado (a pessoa que pratica o crime está pouco se importando para o resultado – FODA-SE);
i.b) CULPA: (art. 18, II – CP) – o sujeito não tem a intenção de praticar o resultado, entretanto o incidente acontece por imprudência, negligencia e imperícia. 
“ne bis in idem” – uma pessoa não pode ser punida duas vezes pelo mesmo fato.
A Reincidência está no Art. 67: punição de uma pessoa pela prática do mesmo crime.
Igualdade: todos são iguais perante a lei. 
22 DE AGOSTO DE 2012
Continuação:
Legalidade: Art. 5º, XXXIV CF/88 – art. 1º CP 
Sendo o mais importante dos princípios elencados, sustenta todo o ordenamento jurídico brasileiro.
Anteriormente era: 
P. da anterioridade: precisa de uma lei que diga que ela é criminosa antes da prática da conduta (está prevista antes da conduta). 
P. Reserva Legal: apenas a lei federal pode descrever conduta criminosa.
Normas penais em branco: é uma norma incompleta, precisa de complementação para ter aplicabilidade (pra ter eficácia). Elas subdividem em: HOMOGÊNEAS – são iguais, a norma incompleta e seu complemento estão no mesmo nível hierárquico (pirâmide de Kelsen) e HETEROGÊNEO – a norma incompleta e seu complemento estão em níveis hierárquicos diferenciados.
PERGUNTA: A reserva das NPB elas violam o principio da reserva legal? As NPB não violam o principio da reserva legal porque a conduta criminosa precisa estar inscrita em lei federal, apenas seu complemento está fora.
27 DE AGOSTO DE 2012
Analogia # Interpretação analógica – lacuna na lei. Existe um buraco na lei. Exemplo: usa-se uma solução de um caso concreto em outro semelhante. Na Analogia há omissão do magistrado e também existe expressão genérica.
EX.: 12.015/09 -> Se utiliza de lei q disciplina hipótese semelhante
213 CP (Estupro) -> conjunção carnal violenta – 6 a 10 anos
214 CP (Atentado violento ao pudor) qdo o ato libidinoso # conjunção carnal – 6 a 10 anos
A analogia deve ser utilizada “in bonnam partem” (sempre a favor) e nunca “in mallam partem” (contra). A analogia tem que favorecer o réu.
> Interpretação analógica: não existe omissão na lei. O legislador diz o que quer dizer, se utilizando assim de uma forma de expressão genérica. 
Costumes – é uma pratica reiterada da sociedade. 
* Fontes mediata direta: a lei.
*Fontes mediata indireta: analogia, costumes e princípios gerais do direito.
Infração Penal
Classificação de Infração Penal
	Crimes ou Delitos
	Contravenções Penais
	Ação Penal Pública e Privada
	Ação Penal Privada
	Denuncia ou Queixa
	Denúncia
	Cabe tentativa
	Não Cabe tentativa
Obs.: Homicídio simples – 121, caput -> 6 a 20 anos
Obs.: Homicídio Qualificado – 121, § 2º -> 12 a 30 anos
Crimes ou Delitos
Preocupam-se com condutas maiores, condutas que atingem bem jurídico mais importante para sociedades (vida, patrimônio, liberdade, etc). Para esses delitos as punições são maiores, chegando a 30 anos. Estão dispostos no CP e Legislações extravagantes (CRIAD, EI, LEI DO DESARMAMENTO E ETC). 
Estão elencados tanto no código penal, quanto em legislações extravagantes (ex.: no ECA ou ECRIAD, no estatuto do Idoso, lei de desarmamento, etc), ao contrário das contravenções penais que estão elencadas numa única legislação – Dec. Lei 3688/41.
Contravenção
“Crime a não”, é a conduta classificada como de menor potencial, são bens jurídicos menores (ou crime-anão), atingem bens jurídico de menor importância, como por exemplo, tirar a tranquilidade dos vizinhos. As punições são menores, chegando até 2 anos ou multa. Estão dispostos na lei 3688/41 – decreto lei.
Ação Penal
É o direito subjetivo de exigir do Estado a aplicação do direito objetivo -> o direito que cada um tem de exigir do estado a aplicação da lei em frente a um crime/delito. Se divide em ação penal pública e ação penal privada.
Ação Penal Pública
Quem puder exigir do estado a aplicação da lei é o órgão público. Ex.: Ministério Público.
Ação Penal Publica Incondicionada (regra no ordenamento jurídico): não é necessário qualquer condição para que o MP ofereça denuncia (aplicação da lei). Ex.: Art. 121, 155, 157, 129 e etc.
Ação Penal Condicionada: É necessário algumas condições previas para sua instauração, como representação da vitima ou requisição do Ministro da Justiça. Ex.: lesão corporal leve, art. 129 e 213 CP. > Só pode atuar com autorização prévia (representação e requisição são sinônimos de autorização).
EX.: Representação da vitima: art. 129 e 213.
Requisição do Ministro da Justiça: Art. 141 CP e Art. 7º, §3º, CP (crime praticado contra brasileiro, por estrangeiro, fora do Brasil).
Ação Penal Privada (Vitima)
A vitima exige a aplicação da lei ao Estado. 
Exclusivamente Privada/Privativa do Ofendido: em caso de morte da vitima, a representação da mesma, poderá acontecer através de seus ascendentes, descendentes, conjugues ou irmãos. Ex.: crimes contra honra, art. 138 à 140 CP. 
Personalíssima: A ação só poderá ser representada pela vitima, somente ela poderá exigir ao Estado. Ex.: art. 236 CP.
Subsidiaria da Púbica: é a ação em substituição à ação pública, isso em decorrência do prazo perdido pelo MP. Que por sua vez se torna ação penal privada.
Denuncia
É um documento (petição) onde o MP narra a conduta criminosa e requer a condenação do réu. O MP que o elabora. 
Queixa Crime
É um documento onde são narrados os fatos criminosos, que requer a condenação do réu, só é cabível não ação penal privada, sendo empregada somente pela vitima. Apresentado através de um advogado ao juiz de direito.
Notitia Criminis (Notícia Crime)
Apresentar na delegacia, através de uma ocorrência, um crime ao delegado. 
- Homicídio tentado – art. 14 II CP (a pena do crime consumado é maior que a pena do crime tentado).
Obs.: não se pune a “tentativa de contravenção”, somente é punido a contravenção consumada (art. 4º DL 3688).
29 DE AGOSTO DE 2012
Tentativa
Art. 14, II, CP – o crime vai ser punido por forma tentada quando, por motivo alheio, independente da sua vontade o agente não consiga atingir o resultado, o objetivo.
Consumado
Consegui atingir o objetivo, o agente alcançou o resultado.05 DE SETEMBRO DE 2012
Classificação doutrinaria dos crimes 
Refere-se somente aos crimes ou delitos especificamente.
Quanto ao diploma Legal:
Comum: é o crime que está localizado dentro do CP, que estão elencados do art. 121 ao 361; 
Especial: São todos os crimes que estão presentes nas leis especiais (legislação extravagante) todo aquele que está fora da código penal. 
Ex.: ECA\EI\ LEI DE DESARMAMENTO\LEI DE SEGURANÇA NACIONAL.
Quanto a qualidade do sujeito
Aquele que prática ou sofre o crime, esses se subdividem em: Ativo: quem pratica ou Passivo: quem sofre.
-> ativo (pratica)
-> passivo (sofre/vitima)
Podendo ser ainda:
Comum -> quando o crime for praticado ou sofrido por qualquer um. 
Ex.: homicídio/roubo/lesão corporal. 
Próprio -> Só indivíduos específicos podem praticar ou sofrer o crime. 
Ex.: crime de auto-aborto, 124, caput CP. / Feto (vitima), a gestante é a única que pode praticar o crime e o feto é a única vitima. / Art. 123 CP (Crime de infanticídio) – praticado pela mãe em estado puerperal, o filho é vitima. 
Ex.: Art. 312 CP. – Peculato / Art. 212 – vilipêndio ou cadáver -> qualquer um pode praticar e somente a “família do morto” que sofre, que é a vitima.
Quanto ao Resultado
Material: é aquele que o legislador descreve conduta praticada pelo agente e resultado proibido e exige que na prática seja realizada a verificação do resultado. (Art. 121 CP – matar alguém)
Formal: o legislador descreve a conduta, e o resultado. Mas na prática o legislador não exige que verifique o resultado. O crime se caracteriza pelo simples fato da conduta. (Art. 159 CP e 130 CP)
c) mera conduta: só descreve a conduta. (Art. 150 CP)
Quanto a Forma de Praticar o Crime
Ação Livre – crime praticado de qualquer forma. Ex.: 121 CP.
Ação Vinculada – Aquele que o legislador determina o “modo operandis”, a forma que será praticado. Ex.: 130 CP.
Quanto aos vestígios
Transeunte: crime que não deixa vestígios (Ex.: crime contra honra).
Não Transeunte: crime que deixa vestígios (Ex.: a maioria dos crimes).
Quanto relação à localização topográfica do crime dentro do código.
- Simples: crime simples é a forma mais básica que o legislador faz de um crime. Todo crime simples se encontra no “Caput”.
Ex.: Art. 121 Caput – Matar Alguém – Pena 6 a 20 anos.
- Privilegiado: descreve uma circunstância que se presente faz com que a pena seja reduzida. Geralmente está localizado no primeiro paragrafo, logo após o caput.
Ex.: Parag. 1º - Se o crime é cometido por relevante valor social a pena é reduzida 1/6 a 1/3. 
- Qualificado: é aquele onde é descrito uma circunstância que se presente na prática faz com que a pena do agente aumente. Em como regra está localizado no paragrafo 2º.
Ex.: Parag. 2º - Se o crime é cometido através do fogo ou veneno. Pena de 12 a 30 anos.
Quanto a Crime a Distância
É aquele crime que atinge o território de dois ou mais países.
- Teoria da Atividade: é competente para julgar, o lugar onde se deu a atividade criminosa, a conduta.
- Teoria do Resultado: é competente para julgar, lugar onde se deu o resultado.
- Teoria da Ubiquidade/mista – vai ser competente pra julgar tanto onde ocorreu a conduta quanto onde aconteceu o resultado (teoria usada no Brasil).
> Crime Plurilocais: atinge o território de duas ou mais cidades dentro do mesmo país.
Quem é competente pra julgar esse tipo de crime: Art. 70 CPP (Cód. Processo Penal) – teoria do resultado (Será competente para julgar o local onde ocorreu o resultado).
10 DE SETEMBRO DE 2012
Quanto ao número de indivíduos.
a) monossubjetivos/unissubjetivo: praticado por somente um só sujeito. 
b) plucissubjetivos: são aqueles crimes praticados por mais de um individuo.
Podendo ser: Eventual ou Necessário.
EVENTUAL: é aquele que eventualmente poderá ser praticado por mais de um individuo. Mas essa não é uma exigência do legislador, foi uma escolha dos indivíduos que praticam a conduta criminosa.
NECESSÁRIO: sendo imposto pelo legislador, o crime é obrigatoriamente praticado por mais de dois indivíduos. Ex.: formação de quadrilha ou bando, art. 288 CP (pelo menos 4 pessoas). Art. 35 da Lei 11343/06 – Associação para o Tráfico.
Obs.: menores de idade e doentes mentais são contatos para a caracterização do crime, isso para garantir a punição dos maiores de idade e capazes.
Quanto ao número de condutas praticadas. 
a) Unissubsistente: praticado através de uma só conduta (matar com um tiro). Ex.: crimes contra honra – calunia e difamação.
b) Polissubsistente: praticado por mais de uma conduta (por exemplo, disparar e acerta mais de uma vez para matar alguém). 
Crime Habitual
Crime habitual é aquele exige reiteração (repetição) de conduta, exigido pelo legislador para se caracterizar crime habitual.
Art. 284 CP – crime de curandeirismo – normalmente tal crime estão apresentados no “CP” no gerúndio.
OBS.: o direito à liberdade de crença não é direito absoluto. Se a conduta atingir a liberdade do outro pode violar a liberdade de crença.
Crime Hediondo
São apenas os crimes elencados na Lei 8072/90 mais precisamente no artigo 1º.
Crime comum -> ele poderá iniciar sua pena em Regime Fechado, Semi-Aberto ou Aberto. Podendo passar para semi-aberto depois de cumprido 1/6 da pena.
Crime Hediondo -> iniciará o cumprimento da pena em Regime Fechado. Aqui somente se passa para o AS se cumprido 2/5 da pena.
Quanto a Conduta
A conduta embarca tanto a ação como a omissão.
Comissivo: exige uma ação por parte do agente. Depende de uma conduta Positiva do Agente.
Ex.: matar, sequestrar, constranger.
Omissivo: é aquele que se caracteriza através de uma omissão.
Ex.: omissão de socorro – prevaricação.
Subdivide-se: 
- PROPRIO OU PURO: é aquele crime que pode ser praticado por qualquer pessoa e independe de qualquer resultado. A omissão por si só caracteriza crime (desde que não se coloque em risco sua integridade física).
- IMPROPRIO OU COMISSIVO POR OMISSÃO: é aquele crime que só pode ser praticado por um grupo especifico de indivíduos, os garantidores e precisa gerar resultado. – Art. 13, II, CP. 
Garantidores: são aqueles que têm o dever de garantir a vida de outro individuo. 
Ex.: em acidente que ocorrem com filhos por omissão dos pais. Erros médicos, etc.
Crimes Vagos
É aquele crime que não possui vitima especifica.
É de ação penal pública.
Ex.: Peculato -> a vitima é a sociedade, atinge a coletividade.
Crime de Ação Única
Ação Única – é aquele crime onde o legislador o descreve utilizando um único verbo. (Ex.: Art. 121 CP – Matar Alguém);
Ação Múltipla – é aquele que é descrito pelo legislador por mais de um verbo. (Ex.: Art. 122 CP – participação em suicídio: induzir, instigar ou auxiliar outrem em seu suicídio – induzir, instigar – contribuição moral; e auxiliar – contribuição material).
Ex.: Art. 33 Lei 11.323/06 – Trafico de substância de entorpecentes – 18 verbos para descrever.
Instantâneo (Tipos de Crime)
- Instantâneo: cuja consumação se verifica quase que simultaneamente a pratica da conduta.
Ex.: Calunia, assim que você se expressa, logo caracteriza crime ao atingir a honra da pessoa;
- Permanente: entre o lapso temporal entre conduta e resultado é mais distante. 
Ex.: pratica-se a conduta e tempos depois observa o resultado do crime.
Art. 159 - Extorsão mediante sequestro. O crime se prolonga no tempo.
- Instantâneo de efeito permanente: é a mistura dos dois itens, onde conduta e consumação acontecem próximas, mas o resultado, os efeitos da conduta serão permanentes. 
Ex.: homicídio ou estupro.
13 DE SETEMBRO DE 2012
Principais Acessórios
Crime Principal: não depende de crime prévio, ou seja, da existência de outro crime.
Crime Acessório: é aquele crime que não existe sem outro crime.
Ex.: Art. 180 CP – crime de receptação.
Tipos de Crimes
*Inter Criminis – é o caminho que o crime percorre. Composto de 4 fases necessária percorrido pelo crime para ser aceito pelo legislador:
- Cogitação – não é punida
- Preparação – poderá ou não ser punida a depender da formacomo o agente pratica.
- Execução – o agente começa a colocar em risco o bem jurídico em risco. O agente sempre será punido.
- Consumação – Verificamos o resultado da conduta do agente. 
Art. 14, I CP – Punida.
“- 5ª Fase: Exaurimento: é o proveito econômico obtido pelo agente com a prática do crime”. Essa fase não é necessária para ser percorrida pelo crime.
Entre a fase de Execução e Consumação pode haver a fase da “tentativa”, isso se o crime não foi consumado. Art. 14, II, CP. C
Crime consumado: é onde é verificado o resultado da conduta do agente, esse resultado se adequa ao que foi proibido pelo legislador. 
Crime Tentado: é o inicio da execução e a não consumação por circunstâncias alheias a vontade do agente.
Tentativa: art. 14, II, CP.
Características da Lei Penal
- Exclusividade: somente a lei penal descreve conduta criminosa e comina a sanção.
- Imperatividade: a lei penal será imposta independentemente da vontade dos indivíduos. A lei penal independe da vontade das partes, os mesmos não tem como chegar a um acordo para aplicação da lei penal. Exceto lei 9099/95 – Art. 76 – Transação Penal (acordo firmado entre Réu e MP para aplicação das penas restritivas de direito).
- Impessoalidade: a lei penal ela vai ser aplicada a todos os indivíduos que desobedecer as normas (praticar conduta criminosa) independente da classe social, raça, sexo, etc).
17 DE SETEMBRO DE 2012
Interpretação da Lei Penal
Quanto ao sujeito que interpreta a lei:
Autêntica: quem interpreta a lei é a própria lei.
Ex.: Art. 150 CP – crime de violação de domicilio. 
Parag. 4º define o conceito de “casa”. E no 5º o que não é compreensível como “casa”.
Ex.: Art. 312 CP – Crime de Peculato.
Art. 327 CP – descreve quem é funcionário publico (para explicar melhor o crime de peculato e quem pode cometê-lo).
Doutrinaria: quem faz a interpretação são os estudiosos de direito (pelos doutrinadores).
Jurisprudencial: quem faz a interpretação são os juízes de direito em suas sentenças.
Quanto à forma de interpretação
Gramatical: é a forma que leva em consideração única e exclusivamente às regras gramaticais. Ela se limita ao impresso pelo legislador. É a forma mais pobre da interpretação da lei, o interprete não vai além do que está expresso.
 Teleológica: o interprete vai buscar a finalidade da lei.
Histórica: o interpreta vai levar em consideração o momento histórico que a lei foi criada. 
Sistemática: essa é a melhor, apontada pela a doutrina. É aquela interpretação que leva em consideração o ordenamento jurídico como um sistema de normas. 
Ex.: ao interpretar o CP leva-se em conta a CF.
Interpretação analógica – ele se utiliza de uma expressão genérica para interpretar um caso especifico. Nessa hipótese, o legislador não deixa brecha na lei.
Vigência e revogação da lei penal:
Em regra, uma lei é criada para vigorar por tempo indeterminado.
- Vigência indeterminada
- Vacatio legis: o período que existe entre a publicação da lei e sua entrada em vigor em seu ordenamento jurídico. Durante esse lapso temporal, a lei torna-se de conhecimento público. A regra é de que ela seja de 45 dias se a lei for omissa.
- Ab-rogação / derrogação: são formas de revogação de uma lei.
> Ab-rogação: é a revogação TOTAL de uma lei. Podendo ser 
> Derrogação: é a revogação parcial da lei. Somente alguns dispositivos deixam de ter vigência.
Ambas podem ser Expressas ou Tácitas, ou seja:
- Expressa: é quando a lei posterior diz expressamente no seu corpo o que ela esta revogando. 
Ex.: a lei B diz expressamente que revoga os dispositivos da lei A.
- Tácita: quando o legislador fala de um mesmo assunto, (disciplinada de forma diferenciada) tratando de forma diferenciada. Sempre prevalecendo o segundo dispositivo.
Conflito de leis no tempo
Novatio Legis incriminadora – é uma nova lei que vem criminalizando uma conduta que antes não era considerada criminosa.
Novatio Legis in pejus – o legislador cria uma hipótese que vai piorar a situação do réu, a tradução é nova lei pior para o réu. 
Lei 8072/90 (inserção do 121, Parag. 2º como hediondo), veio para prejudicar o réu.
Abolitiocriminis – descriminaliza uma conduta criminosa, retirando do ordenamento jurídico. Sendo benéfica para o réu, ela retroage para beneficiar o mesmo.
Ex.: 217, 218, 219, 220 todos foram revogados do CP.
Novatio Legis in mellius – é uma nova lei que melhora a situação do réu. Ela não se confunde com a Abolitiocriminis, pois a mesma mantêm a conduta criminosa mais traz benefícios para o réu. Por exemplo, a redução de pena.
Ex.: Lei 12015/09 (estupro e atentado violento ao pudor) – unificação que veio beneficiar o réu. Antes de 2009, o réu seria julgado e condenado pelos dois crimes.
Lei 8072/90 (progressão de regime)
19 DE SETEMBRO DE 2012
Leis Temporárias e Leis Excepcionais
Art. 3º CP 
– Leis Temporárias: é a lei que tem o seu prazo máximo de vigência determinado, especificado, no corpo da lei.
Ex.: data de inicio e término.
- Leis Excepcionais: é aquela que sabemos o prazo máximo de vigência, porém esse prazo não é tão determinado. Vigora em um período excepcional, quando há uma anormalidade no Estado. 
Ex.: leis de guerra, em calamidades públicas.
OBS.: não necessitam de que uma nova lei as revogue, assim que termina o período excepcional ou temporária ela é automaticamente revogada.
Tempo de Crime
Art. 4º do CP.
Em qual momento o crime foi praticado? (é isso que o legislador quer dizer). 3 teorias para explicar o tempo de crime.
Teoria Aplicada
- Teoria da Atividade: considera-se praticado o crime no momento da prática da conduta, quando o agente pratica a omissão ou a ação; 
- Teoria do resultado: considera-se praticado o crime, quando o resultado é verificado. Isto é, se você atira em um individuo hoje e ele só falecesse dias depois, seria considerado momento do crime o dia do óbito; 
- Teoria da Ubiquidade ou mista: é uma conjugação das duas teorias anteriores.
Obs.: no Brasil, a teoria aplicada é da Atividade. Se não for para prejudicar, ela ocorre quando o agente pratica a conduta. É usado para beneficiar o réu e não prejudica-lo, por isso observa-se sobre a conduta e não o resultado.
Lugar do Crime
Art. 6º do CP.
Qual é o lugar competente para julgar? 
Estão ligado aos crimes a distância (quando atinge dois ou mais países).
Teoria Aplicada
- Atividade: lugar onde ocorreu a conduta, ou seja a omissão ou a ação;
- Resultado: lugar onde ocorreu o resultado;
- Ubiquidade ou mista: adotado pelo Brasil, podendo ser observado o lugar do crime tanto onde ocorreu a conduta ou o resultado.
‘24 DE SETEMBRO DE 2012
Territorialidade
Aplicação de lei estrangeira dentro de seu território.
Art. 5º:
Convenções, Tratados e Regras de Direito Internacional
* Embarcações e Aeronaves públicas brasileiras ou a serviço do governo brasileiro -> Território nacional onde quer que estejam.
Embarcações e aeronaves privadas estrangeiras – aplica-se a lei estrangeira.
Extraterritorialidade
Aplicação da lei brasileira fora de seu território.
Art. 7º: 
Ext. Incondicionada: quando a aplicação da lei brasileira é independente de sua condição. (I Art. 7º).
a) crimes praticados contra vida e a liberdade do presidente da república.
b) Contra patrimônio público
c) Administração pública por quem está a seu serviço
d) Genocídio quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.
Detração Penal: é o abatimento de pena.
Ext. Condicionada: é a lei brasileira aplicada
a) crimes que o Brasil se obrigou a reprimir
b) crimes praticados por brasileiros
c) crimes praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras privadas que se encontrem em território estrangeiro e aí não sejam julgadas. 
As condições estão no paragrafo 2º, para aplicação da lei brasileira. Essas são condições cumulativas, devem estar presentes todas as condições, caso contrário não se aplica a lei brasileira. São elas:
> Que o agente entre em território brasileiro.
> Que o fato praticado no estrangeiro seja punível também no estrangeiro.
>> Não ter o agente cumprido pena e nem condenado
> Não ter o agente sido perdoado no estrangeiro.
Pena Cumprida no Estrangeiro
Art. 8º
Trata de uma forma parcial da detração penal. Que seria o abatimento da pena que o agente cumpriu no estrangeiro. Isto é, caso ele tenha cumprido 5 anos no estrangeiro, e no Brasil ele foi condenado a 10 anos, abate-se os 5 anos cumpridos.
Eficácia de sentença estrangeira
Art. 9º
A aplicação da sentença no estrangeiro pode ser homologada para o Brasil nas hipóteses:
- Reparação do Dano: indenização.
- Aplicação de Medida de Segurança: internação de doente mental em clinicas psiquiátricas.
PENA 				X			 MS (Art. 96)
- Pessoas sãos 						- Doente Mental
- Crime							- análoga a cond. criminosa
- Prevenir, reprimir e ressocializar				- Tratamento 
- 30 anos no máximo 					- Indeterminado (essa
determinação vai contra ao Principio da humanidade, que proíbe a pena de prisão perpetua no Brasil)
- Algumas correntes defendem que o Tempo Máx. que se pode ficar internado é de 30 anos.
- A terceira corrente defende que o tempo máximo de tratamento seria em abstrato cominada para o crime.
P.S: no Brasil, tende aceitar e aplicar a terceira corrente, isto é, o tempo de tratamento seria a mesma da pena pelo crime praticado. 
Contagem do prazo
Art. 10º
No ordenamento jurídico brasileiro, existem dois tipos de prazo:
- Prazo Penal: inclui-se na contagem o primeiro dia do prazo; ele não se prorroga.
Ex.:
- Prazo Processual Penal: não inclui o primeiro dia. E ele se prorroga.
Frações não computáveis de pena
Art. 11º
As frações de dias e de cruzeiros (reais) não são computáveis na pena. 
Legislação Especial
Art. 12º
Ele poderá ser aplicado subsidiariamente aos crimes previstos em outras legislações.
Ex.: lei antidrogas -> contra o trafico de drogas.
08 DE OUTUBRO DE 2012
Trabalho 2º Bimestre
Associações do documentário “Entre Muros e Favelas” e a excludente de antijuricidade (ilicitude). 
Estrito cumprimento do dever legal (ECDL). VALOR: 3 pontos. Fonte Arial 12, espaçamento 1,5 – Data de entrega: 12/11/12. 
17 DE OUTUBRO DE 2012
Teoria Geral do Crime
Noções Introdutórias
Estuda o delito em geral, as características da infração penal. 
Crime = delito = contravenção (prisão simples).
Gravidade da infração penal e aplicado da pena. 
CRIME: “ação humana que, consciente ou descuidadamente, lesa de maneira grave ou expõe a risco de grave lesão bem jurídico vital para a vida em sociedade, que de outra forma, que não a intervenção penal, não poderia ser protegido”.
Sistema Tripartido: é a divisão tripartida das infrações penas que o crime, delito e contravenção, segundo a gravidade. 
Concepção Tripartide, prevalece também no Brasil, segundo a qual crime é ação típica, antijurídica e culpável. 
Sistema Bipartido: adotado no Brasil, as condutas puníveis dividem-se em crimes e delitos.
Bipartide, segundo a qual crime é fato típico e antijurídico (a culpabilidade seria mero pressuposto de aplicação da pena).
Brasil -> Infração Penal (Gênero) > Crime = delito # Contravenção (Art. 1º da LICP).
OBS.: Lei número 1134/2006 – art. 28 (interpretação sistemática). 
OBS.: Injusto Penal – É o fato típico e antijurídico. Sendo assim, para a corrente tripartida (majoritária), o crime é injusto penal culpável.
Sujeitos do Crime
Sujeito Ativo: PESSOA FÍSICA MAIOR DE 18 ANOS. Sujeito Ativo é aquele que pratica a conduta descrita pelo tipo penal. Inicialmente, apenas o homem pode ser sujeito ativo de crime. 
OBS.: A CF prevê a responsabilidade penal da jurídica para os crimes ambientais, o que os tornaria potenciais sujeitos ativos.
Sujeito Passivo: PESSOA FÍSICA, JURÍDICA E ENTE DESPERSONALIZADO. É quem sofre a infração penal. É o titular do bem jurídico protegido pela norma. 
OBS.: Não se pode confundir sujeito passivo com prejudicado, uma vez que, terceiros podem ser atingidos de forma negativa pela prática delituosa, sem que sejam classificados como sujeitos passivos.
Objeto do Crime
Objeto Jurídico: é o bem jurídico tutelado pela norma examinada. 
Ex.: no caso de homicídio o objeto jurídico protegido é a vida. 
Objeto Material: pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do agente. 
Ex.: Violação de correspondência.
Todo crime têm: sujeito ativo, passivo e objeto jurídico, mas nem todos têm objeto material, visto que em alguns delitos não se exige alteração do mundo exterior.
OBS.: Crimes de mera conduta > não tem material.
Crimes Formais
Crimes Materiais
CRIME: infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou detenção.
CONTRAVENÇÃO: crimes anões, que são condutas que apresentam menor gravidade em relação ao crime. Pena de prisão simples ou de multa. O critério distintivo entre crime e contravenção é dado pela natureza de pena privativa de liberdade cominada.
DELITO: Ação que vincula a conduta ao resultado, através do nexo de causalidade (é a relação dita natural, de causa e efeito, entre conduta e resultado naturalístico. É o que existe entre a conduta e o resultado, necessário, mas não o suficiente, para que se possa atribuir a responsabilidade pelo resultado ao agente).
22 DE OUTUBRO DE 2012.
Conceito do Crime
Conceito Formal: é toda conduta que atenta contra a lei penal.
Conceito Material: é toda conduta que viola os bens jurídicos mais importantes.
Conceito Analítico: Analisa todos os elementos que integram o crime.
Teorias do Conceito Analítico
- Teoria Bipartida: Fato Típico + antijurídico
- Teoria Tripartida: Fato Típico + antijurídico + culpável (Teoria adotada no Brasil).
Elementos do Crime
Fato Típico			Antijurídico (ilicitude)			Culpável
Conduta			Qdo o agente não atua em:		- Imputabilidade
Resultado			- Legitima defesa			- Potencial Consciência 
Nexo Causalidade		- Estado de Necessidade		da ilicitude.
Tipicidade			- ECDL					- Exigibilidade de 
- Exercício regular do direito		conduta diversa.
6. Fato Típico
Todo fato típico carece de ação humana e tipicidade, dolosa ou culposa. Alguns fatos ainda têm resultado naturalístico, que deve ser causado pela conduta.
6.1. Conduta
Toda ação ou omissão humana dolosa ou culposa voltada a uma finalidade. Ou seja, ação é toda ação humana, positiva ou negativa, consciente e voluntária, dirigida a uma finalidade.
Ação ou Omissão: Exteriorização dos pensamentos.
> Ação – conduta comissiva
> Omissão – conduta omissiva. O CP adota a teoria normativa da omissão (não há nexo casual).
-> crimes omissivos próprios – puro ou simples;
-> crimes omissivos impróprios – comissivos por omissão ou omissivos qualificados. Art. 13,II do CP -> garantidores.
Obrigação Legal de Vigilância ou Cuidado.
- De outra forma assume obrigação de impedir o resultado.
- Com o seu comportamento anterior cria risco de produção do resultado.
Assumindo:
Crime Omissivo Próprio					Crime Omissivo Impróprio
- Dever Genérico de agir				- Dever genérico de impedir o resultado
- Adequação Típica direta com a norma			- Adequação indireta
- Não admite tentativa					- Admite Tentativa
Humana
Obs.: Pessoa Jurídica???
- Teorias – Ficção (Savigny): Pessoa Jurídica não é dotada de vontade/consciência.
- Realidade (Otto Güske): Pessoa Jurídica é uma realidade e na ficção.
Para o Direito Penal, aplica-se a teoria da ficção. Porém a CF prevê duas exceções para a possibilidade de responsabilização penal da pessoa jurídica: Crimes ambientais e crimes contra a ordem econômica. 
Consciente e Voluntária (Dolo ou Culpa)
- Dolo: Quer diretamente o resultado ou assume o risco de produzi-lo.
- Vontade
			- Culpa: da Causa ao resultado, devido negligência, imperícia e imprudência.
Regra: Todo crime é doloso.
- Só haverá crime culposo com previsão legal (art. 18, Único, CP).
- Vontade deve ser dirigida a um fim.
- Os atos que não possuem vontade exclui-se a conduta:
> Estado de inconsciência
> Força irresistível: natureza e terceiros.
> Atos Reflexos.
O código penal adota a Teoria Finalista.
6.2. Resultado: 
É possível classificar o conceito de resultado em jurídico e naturalístico.Resultado Jurídico seria a afronta à norma penal, ou seja, toda infração penal tem resultado jurídico. E Resultado Naturalístico é a alteração do mundo físico, diverso da própria conduta, mas causada por ela. Esses por sua vez, tem seus tipos classificados em:
Crimes Materiais: o tipo traz a descrição do resultado e o exige para a consumação;
Crimes Formais: o tipo traz a descrição do resultado mas não o exige para a consumação. Como não há coincidência entre o que o tipo exige para a consumação (conduta) e o que o agente quer (resultado), também são chamados de tipos incongruentes. Nos crimes formais não há perfeita sintonia entre a tipicidade objetiva da subjetiva.
Mera Conduta: o tipo sequer traz descrição de resultado.
24 DE OUTUBRO DE 2012
6.3. Nexo Causal (Relação de Casualidade)
É a resolução física de causa e efeito entre a conduta e o resultado Naturalístico. 
- Só a nexo de casualidade nos crimes materiais. 
- Art. 13 do CP: Teoria da Equivalência dos antecedentes causais (“Conduta dine qua nom”): segundo a qual considera-se causa tudo aquilo que contribui para a geração de um resultado (Causa é tudo aquilo que produziu o resultado).
Ex.: “A” – compra veneno de rato. Compra bolo para colocar veneno. Entrega o bolo envenenado a “B”, esse por sua vez come o bolo envenenado e morre. “A” toma suco na lanchonete = essa é a eliminação hipotética (Thyrim).
- Critica a Teoria – Repressão “ad infinitum”.
A teoria é bastante criticada, por sua demasiada amplitude, como o regresso ao infinito (como por exemplo podendo considerar causa a extração do minério com que se moldou a arma).
A) Espécie de Causa
Causas Dependentes: causas que se encontram na linha de desobediência previsível e esperado da conduta. É o que costuma acontecer.
Causas Independentes: não se encontram na linha de desdobramento previsível e esperada da conduta. Divididas em:
- Relativamente independentes: quando precisam de associação da conduta para que venham a gerar o resultado.
- Absolutamente Independentes: não tem relação com a conduta do agente, portanto geram o resultado ainda que isoladas.
Cada uma das categorias enumeradas ainda pode ser classificada quanto ao momento em que atuam, como:
Preexistente (anterior à conduta).
Concomitante (quando coincide no tempo com a conduta).
Superveniente (quando posterior à conduta).
OBS.: Se as causas são dependentes, sempre haverá nexo entre conduta e resultado, pois em tais casos uma se encontra no desdobramento normal da outra, e depende da anterior para ocorrer. Sem anterior, a posterior não ocorreria, e assim por diante.
OBS.: Se houver causa absolutamente independente, não há nexo causal entre a conduta e o resultado, pois ainda que a conduta venha a ser eliminada o resultado permaneceria.
OBS.: No CP, expressamente, no art. 13, I, traz uma exceção quanto a peculiaridade na causa relativamente independente. Nesse artigo diz: quando a causa relativamente independente for superveniente, não será considerado existente o nexo causal. A existência de uma causa superveniente relativamente independente rompe o nexo causal.
Teoria da Causalidade Adequada
Resumindo
	TIPOS DE CAUSA
	HÁ NEXO CAUSAL?
	Causa Absolutamente Independente
	NÃO
	Causa Relativamente Independente
	Preexistente
	SIM
	
	Concomitante
	SIM
	
	Superveniente
	NÃO
29 DE OUTUBRO DE 2012
Tipicidade
Tipicidade penal é a perfeita adequação entre o fato concreto e o tipo incriminador (modelo abstrato). Sendo assim, a tipicidade nos permite pensar que a conduta é, a principio, proibida pelo ordenamento penal. Apenas com a verificação da antijuridicidade, no entanto, será possível ter certeza de que a conduta objetivamente considerada é realmente contrária (proibida pelo) ao ordenamento jurídico-penal.
Tipo Penal Objetivo E Subjetivo
Como adota-se uma teoria de um tipo penal complexo, assim podemos dividi-la como parte objetiva e subjetiva. Objetiva quando externo ao sujeito, perceptível diretamente pelo observador (o movimento corpóreo, o lugar da conduta, o resultado naturalístico etc) e Subjetiva quando se refere ao aspecto interno do sujeito (previsão do resultado, consciência da conduta, vontade, objetivos etc.).
Tipicidade Penal
Pode ser:
Dolosa: quando presente no tipo o elemento subjetivo do tipo dolo.
Culposa: quando necessário tão somente o elemento normativo culpa. 
Sem dolo ou culpa, não há crime conforme o principio da culpabilidade, que rege o direito penal brasileiro.
A adequação Típica pode ser:
Imediata: nos casos em que o fato concreto se adapta diretamente à hipótese típica, ou seja, o tipo espelha a conduta realizada no mundo exterior;
Mediata ou Indireta: nos casos em que o fato não encontra correspondente direto na narrativa típica, sendo necessário o emprego de outra norma para que ocorra a tipicidade. Ex.: não há um tipo que narre “tentar matar alguém”. 
OBS.:
	
Tipicidade
	Objetiva
	formal;
material.
	
	Subjetiva
	Dolosa;
Culposa.
O Tipo Penal
Tipo é utilizado com o sentido de modelo, e assim, o tipo penal incriminador seria o modelo de conduta proibida. Ao invés de descrever a própria proibição da conduta (“não matar, sob pena de...”), o sistema de modelos (tipos) traz a descrição da conduta proibida no preceito primário, e no secundário, a sanção. Ou seja, primeiro descreve o crime e depois a pena.
OBS.: Núcleo do tipo é o verbo que descreve a conduta proibida ou determinada.
Elementares e Circunstâncias
Nos tipos penais podem ser discriminadas elementares e circunstâncias:
Elementares: são os dados essenciais da figura típica, sem os quais ocorre atipicidade absoluta ou relativa.
- Atipicidade Absoluta – quando, com a eliminação hipotética do dado, a conduta deixa de ser relevante penal. Ex.: retire hipoteticamente o termo “outrem” do crime de lesão corporal, e o fato deixa de ter relevância penal, pois a autolesão não é, a principio, punível.
- Atipicidade Relativa – quando a exclusão hipotética do dado resulta na alteração da classificação típica, ou seja, o fato passa a ser capitulado em outro tipo. Ex.: elimine a violência ou grave ameaça do roubo, e o fato passa a constituir furto.
OBS.: geralmente, as elementares são encontradas no caput.
Classificação das Elementares
Podem ser objetivas e subjetivas. As objetivas se subdividem em descritivas e normativas.
Objetivo-descritiva: é aferido pela simples observação, como os verbos ou termos de significado evidente, que não precisa de valoração (matar, subtrair, ofender, alguém...);
Objetivo-normativa: apenas é alcançado com a realização de juízo de valor, a partir de referenciais jurídicas (elementar normativa jurídica, como “alheia”) ou extrajurídicas (elementar normativa extrajurídica, como “honesta”);
Subjetiva: normalmente o elemento subjetivo dos tipos dolosos é o dolo, que esgota a referencia subjetiva, e está implícito nos tipos dolosos. Em alguns casos, há elementares que tratam de especial fim de agir do agente, peculiar objetivo do sujeito no momento da conduta (perceptível pelo emprego das locuções “para fim de”, “para”, “com o fim de”), essas são chamadas elementares subjetivas.
Circunstâncias
São dados acessórios da figura típica que orbitam as elementares e têm como função influir dosagem da pena. São as circunstâncias em sim que determinam a pena. Também divididas em objetivas (quando lindam com aspectos externos ao sujeito) e subjetivas (quando tratam o agente).
Tipicidade Conglobante
Fórmula corretiva da tipicidade formal, para que se alcance a verdadeira tipicidade penal, segunda alguns autores como Zaffaroni. 
OBS.: Além da tipicidade formal, é necessário que a ação seja antinormativa, ou seja, que não seja determinada ou fomentada pelo ordenamento. Assim, a tipicidade penal, seria a soma da tipicidade formal com a tipicidade Conglobante. 
Tipicidade penal seria, enfim, a tipicidade formal mais a tipicidade Conglobante (antinormatividade + tipicidade material).
OBS.: Se o juízo da tipicidade implica proibição a priorida conduta, não podem ser considerada sequer proibidas aquelas condutas que não são apenas toleradas (descriminantes), mas sim fomentadas ou determinadas pelo ordenamento, sendo assim importante considerar o que a norma queria atingir, o que ela quer proibir. Por outro lado, se as excludentes da antijuricidade permitem excepcionalmente o que é a princípio proibido, não teria sentido, excepcionalmente, permitir o que a principio não era proibido, ou seja, torna-se desnecessário apelar para as descriminantes quando a questão deve ser resolvida no âmbito da tipicidade.
Tipicidade Dolosa
Designa dolo como intenção, vontade. Há duas importantes teorias acerca dos elementos constitutivos do dolo:
Teoria normativa do dolo: dolo é a consciência, vontade e consciência da ilicitude;
Teoria psicológica do dolo: dolo é a consciência e vontade de estar concretizando/concretizar os elementos do tipo. Desde logo é possível concluir que, quem não tem consciência de que concretiza os elementos do tipo não tem dolo.
OBS.: TODOS os tipos do CP são punidos na forma dolosa. Apenas alguns, no entanto, são punidos na forma culposa. Isso é denominado por alguns como regra da excepcionalidade do crime culposo. Isso vemos no Art. 18, paragrafo único do CP: “os crimes são, em regra, punidos na forma dolosa, apenas quando há previsão expressa, especifica, é que se torna possível a punição na forma culposa”.
Teorias de Conceituação do Dolo
São três:
Teoria da vontade: apenas tem dolo aquele que quer o resultado, que atua para alcançar o resultado;
Teoria do assentimento: tem dolo aquele que, prevendo ser provável a ocorrência do resultado, aceita o risco de sua ocorrência;
Teoria da Representação: tem dolo aquele que prevê como possível o resultado, e mesmo assim continua atuando;
Teoria da Probabilidade: tem dolo aquele que prevê o resultado como provável. 
OBS.: No Brasil adotou, conforme no art. 18 do CP, as teorias da vontade e do assentimento.
Classificação do Dolo
Dolo Direto: quando o sujeito faz a previsão do resultado e atua no sentido de alcança-lo. O sujeito age para conseguir o resultado (dispara para alcançar o resultado morte), e subdivide-se em:
- dolo direto de primeiro grau: seria em relação aos resultados propostos inicialmente pelo sujeito, que configuram as verdadeiras finalidades de sua ação.
- dolo direto de segundo grau: seria a aceitação dos resultados concomitantes (efeitos colaterais) tidos como necessários. Ex.: sujeito manda explodir seu próprio navio para receber seguro, tendo como certa, ainda que lamentável a morte de seus tripulantes.
Dolo Eventual: Ocorre quando o agente faz previsão do resultado e tolera o risco de sua produção. O sujeito não quer o resultado, mas continua agindo, aceitando sua produção como preço para permanecer com sua conduta (não quer matar os pedestres, mas tolera o risco da produção do resultado para poder continuar conduzindo seu carro em velocidade muito maior que a permitida).
Dolo Geral: incide em espécie de erro quanto ao nexo causal. Ocorre quando o agente acredita haver consumado o delito quando une realidade o resultado somente se produz por uma ação posterior. É chamado erro sucessivo, ou seja, quando o sujeito pratica conduta que acredita ser mero exaurimento de crime já praticado, mas atinge apenas nesse momento o resultado querido (Ex.: o cara quer matar a sogra, assim aperta seu pescoço até que ela perde os sentidos. Achando tê-la matado, tenta esconder o corpo amarra uma pesada pedra ao corpo e a lança no rio. O corpo é encontrado, e o exame necroscópico revela que a sogra morreu, na verdade, afogada. Assim, ele responderá por homicídio consumado (p. 73 – Direito Penal – Gustavo Octaviano).
Dolo de perigo: Ocorre nos chamados crimes de perigo. Ex.: art. 130 CP.
OBS.: NÃO SE PODE CONFUNDIR DOLO COM DESEJO. O desejo é livre e “mero querer” passivo, não relacionado com a vontade que baseia a ação. Dolo é a consciência e vontade, ainda que não seja livre, mas sempre vinculada a alcançar o fim mediante os meios escolhidos e controlados.
31 DE OUTUBRO DE 2012
Tipicidade Culposa
Tipo culposo (art. 18, II, do CP) ocorre quando o agente dá causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Segundo Mirabete, crime culposo seria a “conduta humana voluntaria (ação ou omissão) que produz resultado antijurídico não querido, mas previsível, e excepcionalmente previsto, que podia, com a devida atenção, ser evitado”.
Imprudência: conduta positiva;
Negligência: conduta negativa;
Imperícia: Inaptidão do agente para o exercício de arte, profissão ou ofício.
Na tipicidade culposa, é preciso, ainda a quebra de um dever objetivo de cuidado, causando um resultado objetivamente previsível. 
OBS.: A idéia da previsibilidade objetiva considera, assim, o que normalmente seria previsível. 
OBS.: Para diminuir a subjetividade do conceito (ganhando segurança jurídica), pode-se utilizar do principio da confiança. Para tal principio, limitador e orientador de sentido da previsibilidade objetiva, jamais poderá ser considerado previsível resultado que dependa da quebra do dever de cuidado de terceiros, ou seja, o agente não é obrigado a prever que terceiro irá descumprir com seus deveres de cuidado.
05 DE NOVEMBRO DE 2012
Modalidades de Culpa
Elementos da culpa:
Conduta humana voluntária, comissiva ou omissiva;
Inobservância de um dever objetivo de cuidado;
Resultado lesivo não querido, tampouco assumido, pelo agente.
OBS.: Crimes culposos sem resultado naturalístico. Ex.: Art.: 228 e 229 ECA.
Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado naturalístico;
Previsibilidade;
Tipicidade.
Espécies de Culpa
- Culpa inconsciente (sem previsão) é aquela em que o agente não prevê a produção do resultado. Ex.: Um sujeito dirige em alta velocidade, mas nem prevê que possa causar acidente, mas sim em chegar rapidamente em casa;
- Culpa Consciente (com previsão) é aquela em que o agente, embora prevendo o resultado, não deixa de praticar a conduta acreditando, sinceramente, que este resultado não venha ocorrer. Ex.: um sujeito nas mesmas circunstâncias dirigindo em alta velocidade, prevê a possibilidade de atropelar alguém, mas confia ser capaz de desviar e controlar seu veiculo, assim, evitando o acidente.
OBS.: Assim, é possível distinguir o dolo eventual da culpa consciente: em ambos há previsão de resultado, mas no dolo eventual ele é tolerado, aceito, enquanto que na culpa consciente o sujeito acredita que irá evita-lo, ou seja, não o tolera.
	
	Consciência
	Vontade
	Dolo Direto
	Prevê o resultado
	Quer o resultado
	Dolo Eventual
	Prevê o resultado
	Assume o risco
	Culpa Consciente
	Prevê o resultado
	Acredita que pode evitar o resultado com suas habilidades.
	Culpa Inconsciente
	Não prevê o resultado
	Não quer e não aceita o resultado.
- Culpa Levíssima: em que a quebra do dever ordinário de cuidado não é facilmente perceptível, não tem relevância penal. Seria a exigência de cuidado incomum, anormal. Apenas quando claramente houve quebra de dever de cuidado é que o agente pode ser punido por crime culposo.
- Culpa Imprópria: aquela que o agente, fantasiando situação de fato que justificaria sua conduta, quer o resultado, porem responde a título de culpa quando o erro é evitável (art. 20, I, do CP – descriminante putativa por erro de tipo).
OBS.¹: compensação e concorrência de culpas.
OBS.²: não há tentativa para crimes culposos. 
Exceção: culpa imprópria. 
Preterdolo
Modalidade de crime qualificado pelo resultado. Ocorre quando há um crime doloso em o agente produz o resultado pretendido e, ainda, um resultado mais grave a título de culpa (Art. 18, paragrafo único, do CP).
Ou seja, o crime praticado mediante ação dolosa com resultado posterior culposo é chamado de preterdoloso (além do dolo). Assim, quando a ação antecedente é punida na forma dolosa, mas o tipo traz previsão de resultado posterior punível na forma culposa, podemos afirmar que se trata de previsão de crime preterdoloso.
Crimes qualificadospelo resultado:
- DOLO + DOLO: art. 157, II, CP.
- CULPA + CULPA: art. 250, II, CC art. 258, do CP.
- CULPA + DOLO: art. 121, IV, do CP.
- DOLO + CULPA: art. 129, III, CP. 
12 DE NOVEMBRO DE 2012
Erro do Tipo (Culpa Imprópria)
O agente atua com uma equivocada percepção da realidade recaindo o erro sobre as elementares, circunstâncias ou qualquer dado que se agregue à figura típica. 
O erro de tipo afasta a consciência e a vontade do agente, excluindo, sempre o dolo. Porém, em algumas situações, responderá pelo crime a título de culpa, caso houver previsão legal. Assim, fala-se em:
Erro de tipo invencível (escusável, justificável, inevitável): ocorre quando o agente, nas circunstâncias em que se encontrava, não tinha como evita-lo, mesmo tomando as cautelas devidas. Exclui o dolo e a culpa. 
Erro de tipo vencível (inescusável, injustificável, evitável): ocorre nos casos em que o agente, se tivesse atuado com a diligência devida, poderia ter evitado o resultado. O agente poderá responder a título de culpa, se houver previsão legal. 
Espécies de erro de tipo:
Essencial: quando o erro recai sobre as elementares, circunstâncias ou outro dado do tipo penal. 
Acidental: o agente atua com consciência da ilicitude de seu comportamento, apenas se enganam do quanto a um elemento não essencial do fato ou erra no seu movimento de execução. Pode ser:
- Erro sobre o objeto (“error in objeto”): o agente subtrai um objeto acreditando ser outro.
- Erro sobre a pessoa (“error in persona”): art. 20, III do CP. O erro ocorre com relação à identificação da vítima. 
- Erro na execução (“aberratio ictus”): art. 73 do CP. Ocorre quando, por acidente ou por erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir pessoa que pretendia ofender, atinge diversa.
- Resultado diverso do pretendido (“aberratio criminis”) art. 74 do CP: agente quer produzir um resultado criminoso, mas vem a produzir outro.
- Erro quanto ao nexo causal (“aberratio causal”): ocorre quando há divergência entre os meios e modos que o sujeito queria aperfeiçoar o resultado e aqueles que realmente provaram a lesão. 
-> Descriminantes putativas: ocorre quando o agente imagina situação que só existe na sua mente, acreditando atuar nas descriminantes do art. 23 CP. 
- Art. 20, I do CP.
19 DE NOVEMBRO DE 2012
	Fase dos Crimes
	1ª Fase
	2ª Fase
	3ª Fase
	4ª Fase
	5ª Fase
	Cogitação (Fase Interna)
	Preparação
	Execução 
- Pode ocorrer duas situações:
	Consumação (art. 14, I, CP)
	Exaurimento
	Regra: não são puníveis.
Exceção: Condutas preparatórias que são previstas como crimes autônomos. 
Ex.: Art. 288 do CP e Art. 25 da LCP
	Consumação
	Não se Consuma por situação alheia à vontade do agente
	Ocorre quando o agente conseguir com sua conduta reunir todos os elementos do tipo penal (tipicidade):
- Crimes matérias e culposos. Art. 121 CP
- Omissivos Próprios. Art. 135 CP
- Mera Conduta. Art. 150 CP
- Formais. Art. 159 CP.
- Qualificados pelo resultado. Ex.: 129, 2º, V, CP.
	Ocorre somente em determinadas infrações penais, quando o agente esgota os elementos do tipo e “tira proveito” após a consumação.
Tentativa (Art. 14, II, CP)
Ocorre quando, iniciado a execução, o sujeito não atinge o resultado por circunstâncias alheias à sua vontade.
Elementos da Tentativa
Conduta Dolosa
Agente ingressar nos atos executórios
Não ocorre a consumação por circunstâncias alheias à sua vontade.
Circunstâncias alheias à vontade do agente: fato externo que de qualquer modo, influencie na interrupção da execução.
OBS.: desistência voluntária e arrependimento eficaz (art. 15, CP).
Espécies de tentativa
Perfeita (acabada, crime falho);
Imperfeita (inacabada);
Branca (incruenta)
Cruenta
Infrações penais que não admitem tentativas
Contravenção penal, art. 4º da LCP (Lei de Contravenção Penal)
Crimes habituais: ocorre quando o agente prática, de forma reiterada e habitual, a conduta descrita no tipo. Ex.: art. 229 e 284 CP.
Crime preterdolosos
Crimes culposos
Exceção: culpa imprópria (descuminante – putativa -, art. 20, I, CP)
Crimes unissubsistentes: ocorre quando a conduta do agente se exaure em um único ato. Ex.: injuria verbal, omissão de socorro.
Crime de atentado ou empreendimento: tentar alcançar o resultado já é crime consumado. Ex.: art. 352 CP. 
21 DE NOVEMBRO DE 2012
7. Ilicitude 
É a relação de antagonismo entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico.
- O CP adotou a teoria do caráter indiciário da ilicitude (“ratio congnoscende”).
7.1. Causas Excludentes de Ilicitude
Ocorre quando ações típicas são consideradas lícitas pelo Decreto:
Parte Geral do CP: art. 23
Parte Especial: art. 128 e 142.
Legislação extravagante: Lei de Imprensa e CPM.
Causa supra-legal: consentimento do ofendido.
7.2. Estrito Cumprimento do Dever Legal
A lei determina que o agente tem que cumprir certo dever.
Elemento subjetivo: conhecimento da situação justificante;
Dever legal: lei no sentido estrito, decretos, regulamentos, atos administrativos, decisões judiciais.
Estrito cumprimento nos limites impostos pela lei.
OBS.: o excesso é punível.
OBS.: Pais castigam os filhos.
7.3. Exercício Regular de Direito
Quando o próprio Direito permite a conduta do agente.
OBS.: Ofendículos: mecanismos de defesa de bens jurídicos que podem causar lesão do agressor. Ex.: cerca elétrica.

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