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GRI - material completo 2019

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Aula 1 - Introdução 
 
GEOPOLÌTICA – DEFINIÇÃO 
 
Geopolítica tem o objetivo de fazer a interpretação dos fatos da atualidade e do 
desenvolvimento políticos dos países usando como parâmetros principais ás informações 
geográficas. Visa também compreender e explicar os conflitos internacionais da 
atualidade e as principais questões políticas da atualidade. 
A problemática geopolítica não mais se identifica como "uma única disciplina", seja a 
Geografia, a Ciência Política ou a Estratégia Militar, e sim como "um campo de estudos". 
 
Histórico 
A expressão geografia política existe há séculos. Mas considera-se que geografia política 
moderna nasceu com a obra Politische Geographie [Geografia Política], de Friedrich 
RATZEL, publicada em 1897. Ratzel, na verdade, não criou o rótulo "geografia política"; 
ela apenas redefiniu o seu conteúdo, apontando para o que seria um verdadeiro estudo 
geográfico da política. Ratzel mostrou que o estudo da geografia política só vai se 
preocupar com o meio ambiente - as características "naturais" do território, por exemplo 
(localização, formato, proximidade do mar, etc.) - desde que isso tenha relações com a 
vida política. Ele procurou estabelecer uma série de temas pertinentes à geografia política, 
que continuam a ser atuais. 
 
A palavra geopolítica, por sua vez, foi criada no início do século XX, mais precisamente 
em 1905, num artigo denominado "As grandes potências", escrito pelo jurista sueco 
Rudolf KJELLÉN. A geopolítica, enfim, conheceu um período de grande expansão no 
pré-guerra na primeira metade do século XX, tendo ficado, mais tarde, no ostracismo, 
principalmente depois de 1945. 
 
A partir de meados dos anos 1970 a geopolítica sai do ostracismo. Ela volta a ser 
novamente estudada (nunca deixou de ser, mas de 1945 até por volta de 1975 esteve 
confinada em pequenos círculos, em especial militares). Só que agora, ao invés de ser 
vista como "uma ciência" (como pretendia Kjellén) ou como "uma técnica/arte a serviço 
do Estado" que possui interesses multidisciplinares. 
 
 
Enfim, a palavra geopolítica não é uma simples contração de geografia política, como 
pensam alguns, mas sim algo que diz respeito às disputas de poder no espaço mundial e 
que, como a noção de PODER já o diz, não é exclusivo da geografia 
 
Podemos dizer que existiram ou existem várias interpretações diferentes sobre o que é 
geopolítica e as suas relações com a geografia política. Vamos resumir essas 
interpretações, que variaram muito no espaço e no tempo, em quatro visões: 
 
1. "A geopolítica seria dinâmica (como um filme) e a geografia política estática (como 
uma fotografia)". 
 
2. "A geopolítica seria ideológica (um instrumento do nazi-fascismo ou dos Estados 
totalitários) e a geografia política seria uma ciência". 
 
3. "A geopolítica seria a verdadeira (ou fundamental) geografia". 
 
4. "A geopolítica (hoje) seria uma área ou campo de estudos interdisciplinar". 
 
 
Aula 2 – Sociedade, Estado e Poder 
 
 
Poder - desde a origem dos homens ao longo de sua evolução, como seres sociais que se 
agrupam para se apoiarem e se defenderem, objetivando a satisfação das suas 
necessidades naturais e psicológicas, encontra-se uma figura permanente: o poder. 
Para Bertrand Russel, “Poder é a capacidade de produzir os efeitos desejados por quem o 
detém”. 
 
Estado - Dentre as estruturas sociais organizadas, o Estado é a que detém o maior grau 
de poder, correspondendo a ele, o seguimento institucionalizado do Poder Nacional. 
Poder Nacional é a capacidade que tem o conjunto dos homens e meios que constituem a 
Nação, atuando em conformidade com a vontade nacional, para alcançar os Objetivos 
Nacionais”. 
 
Nação - nação significa uma coletividade de mesmas raízes culturais, ritos e símbolos 
comuns e dotada de um projeto político – sócio – cultural uniforme. Em suma, uma nação 
se define culturalmente e não racialmente. Exemplo: Brasil 
 
Política possui várias definições: 
É a ciência do governo dos povos (Koogan e Houaiss) 
A arte de tornar possível o que é necessário (Bismark) 
Arte de organizar e governar um Estado e de dirigir suas ações, internas e externas, em 
busca de um bem comum – definição muito utilizada e bem compreendida. 
 
Geopolítica, finalmente, é um estudo dos Estados em sua relação no contexto mundial. 
 
Lembrando que temos as Novas geopolíticas: Globalização, Conflito árabe-israelense, 
influência dos Estados Unidos no mundo atual, Nova Ordem Mundial, Países emergentes, 
China e sua influência, uso dos recursos energéticos no mundo, etc. 
 
 
 
Mas que temos que estudar um pouco as teorias geopolítica para entender melhor esse 
tema: 
 
Teorias Clássicas 
 
Na teoria clássica, encontramos as seguintes: 
 
- Poder Marítimo: “o mar era a fonte de todo o poder nacional” segundo Ratzel. Na 
época da colonização, marcou fortemente a presença de Portugal, assim como a 
Inglaterra. 
A teoria está sintetizada em 4 fatores de importância decisiva, expostos em “The 
Influence of the Sea upon History” (Boston:1880): 
1º - Posicionamento e fisiopolítica (sem continentalidade); 
2º - Extensão territorial (posições estratégicas); 
3º - Aspectos psicossociais, população e caráter nacional (ligação vital com o mar/terra); 
4º - Política de governo (voltado para o mar). 
 
- Poder Terrestre: Analisando o mapa mundi, Mackinder observou que 75% das terras 
do Globo eram constituídas de Europa, Ásia e África; com cerca de 90% da população 
mundial, denominando esse conjunto de “Ilha do Mundo” e destacando-o como eixo 
central no hemisfério norte. 
Constatou, ainda, que as conquistas dos bárbaros para oeste e dos cossacos para leste 
partiram do centro-oriental, concebendo que no interior desse eixo, numa área central, se 
instalaria o poder terrestre. 
 
 
Denominou-se essa área de “Terra Central” ou “Terra Coração” (Heartland), autêntica 
área pivô da História. A seguir, deduziu que quem a controlasse dominaria a “Ilha 
Mundial” [Velho Mundo] e, como consequência, controlaria o mundo. 
 
 
- Poder Aéreo: capacidade que tem uma nação de defender seus interesses por meios 
aéreos. A sua visão tem sido ampliada com o raio de ação das aeronaves modernas, os 
mísseis intercontinentais e os satélites, mas, ainda assim, serve para as cogitações bélicas 
dos estrategistas dos dois mundos. Teoria elaborada por Seversky 
 
- Pan Regiões: conjugação dos espaços vitais na direção dos meridianos, em eixos norte-
sul, envolvendo variada gama de recursos. 
Seguindo a tese das “áreas geograficamente compensadas”, os denominados “espaços 
vitais ativos”, possuidores de indústria e tecnologia, instalados no norte, seriam liderados 
por um Estado (Exemplo: Alemanha e seu nazismo na 2ª guerra). Em contrapartida, os 
“espaços vitais passivos”, ao sul, seriam mantidos como simples fornecedores de 
matérias-primas, sem tecnologia, conformados a se manterem na mais estreita 
interdependência do norte. 
 
 
 
- Poder Perceptível: a capacidade de um Estado de fazer a guerra e/ou de impor sua 
vontade no contexto político e econômico mundial. Esse poder seria calculado para cada 
Estado pela fórmula: 
PP = (C+E+M) x (S+W) 
onde: 
PP - Poder Perceptível 
C - Massa crítica (população e território) 
E - Capacidade econômica (economia, principalmente a capacidade industrial) 
M - Capacidade militar (conjunto da expressão militar) 
S - Objetivo estratégico (concepção estratégica) 
W - Vontade de executar a estratégia militar (vontade política nacional) 
 
Teorias Modernas: 
 
Teoria dos Blocos – considerando a economia e seus blocos, taiscomo: Federação das 
Américas com o Dólar, a Confederação Euroafricana com o Euro, a União das Repúblicas 
Soberanas com o Rublo e a Liga Asiática com o Iene. 
 
Teoria da Incerteza – são tantas incertezas no mundo atual que vários aspectos podem 
interferir na geopolítica mundial. Entre eles: 
- Instabilidades e possíveis revoluções a eclodirem nas antigas repúblicas soviéticas, 
ocasionadas pela pobreza e pela diversidade de grupos culturais na busca do poder 
regional; 
- Explosão demográfica nos Estados da África; 
- Ameaça nuclear de países islâmicos do norte da África contra a Europa; 
- Rearmamento do Japão e abertura da China à tecnologia e comercialização com o Japão 
e o ocidente. 
 
Portanto, a Geopolítica nos parece ser algo dinâmico e com alterações fundamentais 
baseados nas alterativas que surgem nas relações internas e externas dos países do mundo. 
Importante, então, termos noções de geografia para tal. 
 
 
 
Aula 3 - Fronteiras nacionais e internacionais. 
 
A geopolítica como determinada pelos teóricos está intimamente ligada ao espaço 
territorial, e às estratégias de ação dos Estados. Neste contexto, a questão da expansão 
territorial passa exclusivamente pela gestão das fronteiras, com o objetivo de: 
 (1) proteção do espaço; 
 (2) regulamentação de ações comerciais; 
 (3) ações conservacionistas com relação ao meio ambiente; e 
 (4) como uma correlação entre os acontecimentos políticos e o solo. 
A geopolítica está vinculada ao poder e seu uso deste na utilização de seus 
territórios/espaço. É sabido que o espaço físico é um dos principais componentes para o 
desenvolvimento econômico, pois é o recurso principal no desenvolvimento do Estado, 
por isso, o “limite” do espaço de atuação dos Estados sempre despertou a cobiça e o 
interesse de “vizinhos” e demais colonizadores. Creditada ao fim do Império Romano, as 
fronteiras foram consideradas uma das principais causas de sua queda dada sua enorme 
extensão, aliada a decadência econômica e a invasão dos bárbaros. 
O termo “fronteira” cresceu e ganhou notoriedade com a consolidação dos Estados 
Europeus no Tratado de Westphalia, e sua definição faz referência a uma faixa; um limite 
de um território, uma porção de “espaço” com domínio especifica; e serve para regular a 
atuação econômica, política e de poder dos Estados, ou seja, soberania para exercer a 
autoridade da forma que considerar conveniente, sendo este espaço terrestre, marítimo e 
aéreo. 
No século XIX a mesmo com a evolução na definição de fronteiras os limites entre 
os países não era uma proposta de grande vigia e/ou extrema importância, a menos que 
se tratasse da exploração de recursos naturais. Isso por que não existia uma grande 
expansão dos negócios internacionais realizados em grande escala a tal ponto que 
necessitasse de uma estrutura alfandegária complexa. O que existia, porém, eram áreas 
em que se dava a fiscalização, principalmente para efeitos tarifários. Porém com o 
fortalecimento dos Estados como Alemanha, Grã-Bretanha e França passaram a garantir 
e definir seus espaços e áreas de jurisdição. 
 
 
No século XX a discussão acerca das fronteiras ganhou notoriedade e gerou 
grandes controvérsias. Alguns autores defendiam que as fronteiras deveriam ser áreas de 
integração, enquanto outros reforçavam a questão histórica considerando que a ocupação 
do espaço deveria se dar segundo a origem, língua e demais aspectos culturais do povo 
em questão. 
Tipos de fronteiras: 
Naturais: estabelecidas utilizando-se de acidentes geográficos como rio, 
montanha, oceano, porém essas nunca satisfazem por completo, e sempre são pontos de 
divergências e contestações20. 
Artificiais: Não possuem marcos geográficos relevantes, porém formada por 
linhas imaginárias resultado de acordos bilaterais, convenções, ou imposições geradas por 
meio de cálculos matemáticos, rastreamento por satélite, ou propostas astronômicas. 
Antropogeografia: estabelecidas e baseadas nos aspectos culturais homogêneos 
da região habitada levando-se em consideração as características da como: língua, etnia, 
religião etc. 
 
Ocupadas: estabelecida quando a proposta de demarcação divisória é habitada. 
Neste contexto observação que quando habitada no lado de um só Estado, é desfavorável 
ao que não possui habitante, pois possibilita a invasão afetando a soberania; se for 
habitada nos dois lados, favorece as relações políticas, econômicas e culturais locais entre 
eles, porém, será potencialmente uma zona de fricção; 
Vazias: quando a linha de fronteira não é habitada; haverá sempre nessa área um 
grau de vulnerabilidade com relação à defesa do território para ambos os Estados. 
 
Jurídica: Pode-se identificar 3 tipos: 
- de jure - quando foram estabelecidas por um acordo entre as partes; 
- em litígio - quando a linha de fronteira é contestada por uma ou ambas as partes 
e encontra-se em processo de negociação; 
- em conflito - quando a linha de fronteira é contestada por uma ou ambas as 
partes, o processo de negociação está interrompido e existe um Estado de tensão entre 
elas. 
 
 
 
Aula 4 - Políticas territoriais no Brasil 
 
Inscrita no campo de saber da Geopolítica e da Geografia Política as “políticas 
territoriais” abrangem “toda e qualquer atividade estatal que implique, simultaneamente, 
uma dada concepção do espaço nacional, uma estratégia de intervenção ao nível da 
estrutura territorial e, por fim, mecanismos concretos que sejam capazes de viabilizar 
essas políticas”. Neste contexto, cabe discussão tanto as políticas de desenvolvimento 
regional e integral territorial nacional como as urbanas, ambientais, de instalação 
estratégica de atividades produtivas, povoamento e estímulo à expansão de fronteiras 
internas e externas ou o controle e vigilância das fronteiras. 
Historicamente a posse e o controle territorial sustentou a construção do Estado 
brasileiro. A relação estreita entre estado e território sugere a implantação das formas 
estruturantes com vistas a unidade e direção e governabilidade do Estado. 
Nos primeiros anos da década de 1930 durante o governo Vargas, inicia a política 
de criação de autarquias e conselhos nacionais que cuidariam de setores específicos 
(como nos casos dos Conselhos Nacionais de Estatística e de Geografia), ou de produtos 
considerados economicamente importantes (petróleo, café, açúcar, pesca, sal e mate), 
controlando a produção e estabelecendo preços mínimos. 
Entre os anos da II Guerra Mundial e 1954, o Governo Federal utiliza o conceito 
de segurança nacional para criar uma série de empresas estatais estratégicas, que 
garantiriam nas décadas seguintes à ampliação do processo de industrialização, 
principalmente na Região Sudeste: Companhia Vale do Rio Doce (1942), Fábrica 
Nacional de Motores (1943), Companhia Nacional de Álcalis (1943), Companhia 
Siderúrgica Nacional (1946), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (1952), 
para financiar projetos industriais de longa maturação. Fazem parte também desse período 
a criação da Petrobrás (1953), que instituiu o monopólio da extração e refino do petróleo 
e derivados. É possível perceber, pela magnitude das ações tomadas, a necessidade vital 
de mecanismos de controle do território, tais como: o conhecimento dos aspectos físicos 
da superfície e do subsolo, dos padrões espaciais da ocupação humana e econômica e de 
um ordenamento regional condizente com escala territorial do Brasil, além do seu 
mapeamento sistemático. 
Para RÜCKERT (2007), de caráter explicitamente geopolítico no pós-64, o Estado 
autoritário brasileiro enfrenta, a partir dos anos 80, o esvaziamento de suas propostas e 
viabilidades coma crise do Estado Desenvolvimentista. 
A crise do petróleo a partir de 1973 e a emergência do sistema financeiro 
internacional globalizado provocam, na maioria dos países que adotam modelos 
semelhantes de desenvolvimento, modificações nos campos da economia, das ideias e das 
instituições. O Brasil, um dos maiores exemplos do projeto desenvolvimentista chega aos 
anos 90 sem haver mudado tal projeto, o qual vinha mantendo o país ainda dentro dos 
moldes do processo substitutivo de importações. 
Com o fim do socialismo e o processo de globalização a pleno vigor, passam a 
influenciar a maioria das regiões do globo a fomentar blocos econômicos, demonstrando 
a tendência globalizante e certa inflexão em relação às questões de soberana e fronteiras. 
A década de 90 e a crise dos Estados Desenvolvimentistas representam, portanto, rupturas 
de paradigmas socioeconômicos e políticos com significados e alcances tão ou mais 
profundos do que a própria constituição dos Estados Nacionais. 
A modernização da concepção de bloco na Europa, as redefinições da geopolítica 
clássica que perde seus sentidos originais; a tendência às economias flexíveis e à 
“flexibilização dos lugares”, pela alta mobilização do capital e a inserção de novas 
economias no processo de globalização financeira e de mercados, obrigam a maioria dos 
Estados da América Latina em especial o Brasil, a reatualizar suas políticas externas e 
internas e a requalificar suas opções e necessidades de ordenação territorial e de 
desenvolvimento. 
Os anos 90 e o início do século XXI são tempos de globalização financeira e de 
industrializações crescentemente flexíveis, de sistemas territorializados de produção, de 
capitais sem compromissos com os lugares; de investimentos e desinvestimentos em 
mercados financeiros voláteis; de ameaças constantes aos Estados nacionais pelas 
intempéries financeiras; pelas desregulamentações unilaterais de mercado dos países do 
Sul e pelos novos protecionismos dos mercados dos países do Norte. Além disso, após o 
mais longo período da história do Brasil Republicano, o Brasil ainda está emergindo do 
totalitarismo que assolou gerações e inteligências e partindo para um processo de 
redemocratização, estabilidade econômica e novos desafios no contexto mundial. 
 
 
 
 
Aula 5 – Introdução a Regionalização - Câmbio 
 
Para melhor entendimento do processo de regionalização, há necessidade de conhecermos 
dois aspectos fundamentais: 
 
I - MOEDA 
 
1) DEFINIÇÃO, ORIGEM E EVOLUÇÃO DA MOEDA 
 
Bem instrumental que facilita as trocas e permite a medida ou a comparação de valores. 
A moeda, como hoje a conhecemos, é o resultado de uma longa evolução. 
 
No início não havia moeda. Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por 
mercadoria, sem equivalência de valor, tornando-se as mais aceitas como padrões de 
troca. Esta elementar forma de comércio foi dominante no início da civilização 
 
MOEDA-MERCADORIA: Algumas mercadorias passaram a ser mais procuradas do que 
outras, pois tinham mais utilidade e eram aceitas por todos. Com isso foram assumindo a 
função de moeda: 
- O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados. Como vantagens, podemos 
citar: locomoção própria, reprodução e prestação de serviços. 
- O sal, de difícil obtenção, principalmente no interior dos continentes, era muito utilizado 
na conservação de alimentos. 
Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram inconvenientes às transações 
comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem fracionáveis e por 
serem facilmente perecíveis, não permitindo o acúmulo de riquezas. 
 
 
 
MOEDAS METÁLICAS: Por apresentar vantagens (entesouramento, divisibilidade, 
raridade) e por necessidade de facilitar o transporte, a moeda metálica foi largamente 
empregada. 
Inicialmente foram utilizados o ferro e o cobre, mas com a descoberta de grandes jazidas 
desses minérios perdeu-se a raridade desses que é condição indispensável de uma moeda. 
Foram, então, empregados o ouro e a prata. 
Durante muitos séculos os países cunharam em ouro suas moedas de maior valor, 
reservando a prata e o cobre para os valores menores. Estes sistemas se mantiveram até o 
final do século passado, quando o cuproníquel e, posteriormente, outras ligas metálicas 
passaram a ser muito empregados, passando a moeda a circular pelo seu valor extrínseco, 
isto é, pelo valor gravado em sua face, que independe do metal nela contido. 
 
MOEDA – PAPEL (Surgimento dos Primeiros Bancos): O surgimento de atividade 
comercial, onde o rendimento é obtido pelo diferencial entre o preço pago na compra e o 
preço cobrado na venda, elevou o nível de negócios a um ponto que a moeda metálica já 
não era suficiente. 
Surge a figura do trocador de dinheiro (cambismo), e do ourives que recebia o ouro para 
guardar, sob recibo. Os recibos passaram a circular de mão em mão, ao invés do detentor 
do recibo procurar trocá-lo por moedas. Por outro lado, os ourives começaram a ser 
procurados pelos que necessitavam de empréstimos e, logo, perceberam que os 
depositantes nunca vinham buscar as moedas ao mesmo tempo, gerando um lastro em 
depósitos. Esta é uma das funções dos bancos atualmente. 
Com o tempo, da mesma forma ocorrida com as moedas, os governos passaram a conduzir 
a emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o poder de pagamento, o 
chamado papel moeda, ou seja, notas capazes de circular como moedas, mas cujo portador 
não possuía a faculdade de exigir sua permuta por moeda metálica. 
Para conseguir dar curso a esse tipo de moeda, os governos baseados no princípio da 
soberania começaram a impor o curso forçado da moeda. Atualmente quase todos os 
países possuem seus bancos centrais, encarregados das emissões de cédulas e moedas. 
 
 
 
2) CLASSIFICAÇÃO DAS MOEDAS 
 
MOEDAS CONVERSÍVEIS: são aquelas que não sofrem a restrições quanto a sua 
conversibilidade e que dispõem de mecanismos adequados e permanentes para serem 
convertidas em quaisquer outras ou em outra. Uma moeda se torna conversível ou forte 
na medida em que outros povos passam a aceita-la livremente e/ou porque grupos a 
desejam, ou por instrumentos governamentais, sendo, portanto um conceito. É aquela 
livremente aceita por outros países, em quaisquer mercados e sem restrições. 
 
MOEDAS INCONVERSÍVEIS: É aquela sobre a qual existem limites e/ou restrições à 
sua conversibilidade, não sendo, portanto, aceita livremente nas transações com outros 
países (“Moeda fraca”). 
 
Portanto, uma moeda pode ter: 
 
VALOR INTERNO: capacidade de compra da moeda, visto que essa capacidade (valor 
real) não é estável, mas de variáveis econômico-financeiras. 
VALOR EXTERNO: capacidade de uma moeda em efetuar pagamentos internacionais, 
que correspondem ao seu valor externo. A moeda aceita, passa a ter um prolongamento 
do seu valor interno, caso contrário, o agente pagador terá que converter a sua moeda – 
taxa de câmbio. 
 
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações 
(centavos) da moeda nacional. A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em 
relação a outra, dividindo-se em taxa de venda e taxa de compra. 
Por exemplo, o preço R$ 3,95 = US$ 1,00 é a taxa de câmbio entre reais e dólares, em 
um determinado tempo. 
 
 
 
 
II - EVOLUÇÃO DO SISTEMA MONETÁRIO INTERNACIONAL 
 
O Sistema Monetário Internacional é o conjunto de regras e convenções, consuetudinárias 
ou produto de tratados internacionais, que regulam a relação econômica entre os países. 
São funções do Sistema Monetário Internacional, prover: liquidez, mecanismo de ajuste 
e confiança. 
Esteconjunto de regras permite o aprofundamento das relações econômicas 
internacionais contribuindo para a estabilidade do mercado de câmbio, para a eliminação 
de problemas de balanço de pagamento e para o desenvolvimento de mecanismos de 
crédito internacionais em momentos de crise. 
 
HISTÓRICO RÁPIDO 
 
O Padrão Ouro no Período Clássico - 1870-1914: Tinhas duas características principais: 
1- A moeda nacional tem uma taxa de câmbio fixa em ouro; 
2-O ouro pode ser livremente vendido, comprado, exportado e importado. 
 
BRETTON WOODS - 1944: na cidade de Bretton Woods (nos USA) foi realizada uma 
conferência com delegados de 45 países sobre os problemas das moedas, da regulação do 
sistema financeiro e da reorganização do mercado e dos fluxos do comércio mundial. 
Durante esta conferência, surgiram as primeiras instituições para regular o sistema 
financeiro internacional: FMI e BIRD (Banco Mundial). 
 
Fim do Sistema de Bretton Woods: O Sistema chega ao fim no período 1971-73, pois em 
15/08/1971, Nixon (presidente dos EUA) informou a suspensão da conversibilidade do 
dólar. 
Em dezembro de 1971 o G10 reuniu-se no Instituto Smithsonian, em Washington, para 
negociar ajuste nas taxas de câmbio. 
No anos de 1973, o mundo passa definitivamente para um sistema de taxas de câmbio 
flutuantes. 
 
 
 
 
Aula 6 – Introdução à Regionalização – Comércio Exterior 
 
Todos os países do mundo executam operações de compra e venda no mercado 
internacional e, portanto, são atores nas trocas internacionais e participam do comércio 
exterior mundial. 
 
Então, podemos afirmar que o Comércio Exterior é a troca de bens e serviços entre países. 
No comércio exterior, podemos encontrar a exportação e a Importação: 
 
Exportação: são as vendas para o exterior (bens e serviços) 
Importação: são as compras do exterior (bens e serviços) 
 
O saldo entre as exportações e importações formam o que chamamos de “Balança 
Comercial”: 
Balança Comercial = Exportações – Importações 
 Se positiva = superávit 
 Se negativa = déficit 
 
Como dito acima, os países são os atores deste mercado, comprando e vendendo produtos 
e serviços para atender as necessidades de seus povos. O Brasil também é atuante nesse 
mercado, porém ainda em uma escala pequena se comparada aos principais. 
 
O Brasil registrou aumento acima da média mundial. As exportações brasileiras, 
cresceram 17,5 % em valor, em 2017, depois de cinco anos de quedas consecutivas. O 
resultado levou à ampliação da participação brasileira nas vendas mundiais para 1,23% 
do total – contra 1,16% em 2016. O índice de 2017 para o Brasil é o maior desde 2013, 
quando chegou a 1,28%. 
 
 
 
 
Porém, o Brasil nunca atingiu a marca de 1,5% das exportações mundiais: 
 
 
 
 
Os maiores exportadores do mundo são (dados de 2017); 
1. China: US$ 2,263 trilhões 
2. Estados Unidos: US$ 1,547 trilhão 
3. Alemanha: US$ 1,448 trilhão 
4. Japão: US$ 698 bilhões 
5. Holanda: US$ 652 bilhões 
6. Coreia do Sul: US$ 574 bilhões 
7. Hong Kong: US$ 550 bilhões 
8. França: US$ 535 bilhões 
9. Itália: US$ 506 bilhões 
10. Reino Unido: US$ 445 bilhões 
 
Apenas a título de comparação, o Brasil exportou US$ 218 bilhões 
 
Como vemos acima, China, Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Holanda, Itália e 
Reino Unido estão entre os maiores exportadores/importadores do mundo. 
 
 
Além da participação da China no mercado atual nos últimos anos, todos os demais países 
nas primeiras posições pertencem ao grupo denominado G7, a Europa (a Holanda está na 
lista por possuir um dos maiores portos do mundo – o porto de Rotterdam que é um “hub” 
estratégico para as mercadorias que transitam por toda a Europa) e a países asiáticos que 
vêm se destacando há anos no mercado internacional como a Coreia do Sul. 
 
O comércio exterior brasileiro, por sua vez, está muito focado na exportação de 
“commodities”, fato que causa certo prejuízo na sua participação mundial. Além disso, o 
comércio exterior brasileiro, o modal mais utilizado é o marítimo, com mais de 50% das 
operações, sendo o principal porto de embarque, o Porto de Santos com movimentações 
em 2018 num total de aproximadamente 133,6 milhões de toneladas (2,5% acima de 
2017, batendo seu recorde histórico). 
 
 
 
 
Relações Comerciais – Diplomacia, Comércio e Aduana 
 
Relações Diplomáticas: O Brasil possui relações diplomáticas com países dos cinco 
continentes. 
 
O Brasil, por meio do MRE (Ministério das Relações Exteriores), possui 112 países com 
consulados em seu território e está representado em 68 cidades nos cinco continentes. 
Nestes locais, são encontrados embaixadas e consulados que possuem a função de efetuar 
promoção comercial, assistência consular, apoio às comunidades brasileiras no exterior, 
comunicação e difusão da cultura e idioma do País. 
O MRE ou Itamaraty (como é mais conhecido) atua na política externa brasileira. O Brasil 
possui relações bilaterais com diversos países (no site do MRE é possível verificar com 
os atos, tratados e acordos com os diversos países e blocos econômicos do mundo – 
www.itamaraty.gov.br/o-ministerio/o-brasil-no-exterior). 
 
Relações Comerciais: 
 
O Brasil possui relações comerciais com todos os países do mundo nos cinco continentes. 
Também possui relação com os blocos econômicos conhecidos. 
No âmbito comercial, as relações são realizadas através do Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (www.mdic.gov.br). 
Como parte integrante da América do Sul e, por ser um importante “player” no mercado 
desta região, o Brasil pertence ao bloco econômico denominado Mercosul e ao ALADI 
(Associação Latino Americana de Integração - criada em 1980 com objetivo de fomentar 
um mercado comum latino americano, caracterizado pela adoção de preferências 
tarifárias e pela eliminação de restrições não-tarifárias.). 
 
 
As relações comerciais com países e blocos econômicos podem trazer diversos benefícios 
para o Brasil devido a uma série de acordos e sistemas criados. Entre eles, podemos citar: 
 
 - SGP: é um sistema do comércio internacional onde mercadorias de países em 
desenvolvimento possuem acesso privilegiado aos mercados dos países desenvolvidos. 
Certos produtos, originários e procedentes de países beneficiários em desenvolvimento e 
de menor desenvolvimento, recebem tratamento tarifário preferencial (redução da tarifa 
alfandegária) nos mercados dos países outorgantes (os principais são: União Europeia, 
Estados Unidos, Rússia, Suíça, Canadá e Austrália – este último concede o benefício do 
SGP apenas para os países de menor desenvolvimento do Pacífico Sul). 
 
 - SGPC: o Acordo foi ratificado ou assinado em definitivo por 40 países, incluindo o 
Brasil. A participação no Acordo está reservada exclusivamente aos países em 
desenvolvimento. 
 
Todos estes acordos são regulados e verificados pela OMC – Organização Mundial do 
Comércio. A OMC é organização internacional, criada em 1995 e que sucedeu ao Acordo 
Geral de Tarifas e Comércio (GATT), que supervisiona um grande número de acordos 
sobre as "regras do comércio" entre os seus estados-membros. 
 
A OMC tem sido utilizada para promover uma extensa série de políticas relativas ao 
comércio internacional e seus investimentos e desregulamentações. 
Cinco princípios norteiam o sistema internacional de comércio: Não discriminação; 
Reciprocidade; Aplicabilidade de Compromissos; Transparência e Válvulas de 
Segurança. 
 
 
 
Aduaneira: 
 
 A alfândega brasileira é exercida pela receita federal vinculada ao Ministério da Fazenda. 
 
A Secretaria da ReceitaFederal (SRF) é responsável pelo controle aduaneiro, para fins 
de cumprimento da legislação tributária, administrativa e cambial, bem como para 
garantir a atuação das autoridades de controle sanitário, ambiental e de segurança pública 
e, ainda, o adequado transporte e armazenagem de mercadorias no comércio exterior. 
Qualquer que seja a modalidade logística adotada pela empresa exportadora e/ou 
importadora, as mercadorias deverão ser enviadas ou recebidas através da alfândega – 
aduana brasileira. 
A empresa deve saber que a mercadoria passará por uma inspeção fiscal que tem por 
objetivo verificar a exatidão dos dados declarados pelo exportador ou importador em 
relação à mercadoria exportada ou importada, aos documentos apresentados e à legislação 
vigente, com vistas ao desembaraço. 
Outro fator importante é o regime aduaneiro que a empresa irá utilizar para sua 
importação ou exportação. De maneira geral, a importação e exportação de mercadorias 
possuem tributos a serem pagos pelas empresas, porém veremos alguns regimes que 
suspendem ou isentam as empresas de certos impostos. 
 
Para conhecimento, vamos citar alguns: 
 
Trânsito Aduaneiro: Permite o transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um 
ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão de tributos. 
 
Exportação Temporária: Permite a saída de mercadorias do País, com suspensão do 
pagamento do imposto de exportação, condicionada ao seu retorno em prazo 
determinado, no mesmo estado em que foram exportadas. Esse regime se aplica em 
exportações para pesquisa científica, exposições, feiras, modelos, testes, etc. 
 
 
 
Drawback: Estímulo às exportações, efetuando a suspensão, isenção ou restituição do 
imposto de importação dos insumos utilizados para a industrialização de produtos 
exportados ou a exportar. 
 
Loja Franca: Ficam nos portos e aeroportos e vendem mercadoria nacional e/ou 
estrangeira a passageiros em viagem internacional com pagamento em cheque de viagem 
ou moeda estrangeira conversível. As mercadorias permanecerão depositadas, com 
suspensão de tributos e sob controle fiscal, convertendo-se a suspensão em isenção, por 
ocasião da venda. 
 
Zona Franca de Manaus: Modelo de desenvolvimento econômico implantado pelo 
governo brasileiro objetivando viabilizar uma base econômica na Amazônia Ocidental, 
promover a melhor integração produtiva e social dessa região ao país, garantindo a 
soberania nacional sobre suas fronteiras. Possui polos agropecuário, industrial e 
comercial. 
 
FUNDAP: Mecanismo de incentivos financeiros que visa incrementar as operações de 
comércio exterior através do sistema portuário do Espírito Santo, proporcionando a 
restituição de uma parcela da operação na forma de financiamento para aplicação em 
novos projetos ou na expansão de suas atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 7 – Regionalização e Integração 
 
1. A globalização e a internacionalização das empresas 
 
Globalização é o conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial que 
vem acontecendo nas últimas décadas. O ponto central da mudança é a integração dos 
mercados numa "aldeia-global", explorada pelas grandes corporações internacionais. 
 
Com isso, começamos a presenciar as economias abertas e suas características: 
 - participação em tratados comerciais 
 - proliferação de marcas (marcas locais x marcas globais) 
 - consumidores mais exigentes 
 - preços determinados pelo mercado e crédito mais fácil 
 - busca incessante por custos mais competitivos 
 
Este processo de globalização traz o desenvolvimento de produtos e serviços globais, com 
marcas globais e, principalmente, o aparecimento da real comunicação global. Importante 
lembrar que os produtos e serviços cada vez mais são globais, mas algumas variáveis 
mercadológicas, principalmente a comunicação de muitos desses produtos e serviços, tem 
que continuar a respeitar as características culturais de cada mercado, país ou região. 
 
As empresas precisam de um processo de internacionalização para atingir novos 
mercados e continuarem competitivas nos mercados externos e internos, evitando, assim, 
que seus produtos sejam substituídos por produtos similares vindo de outros países. 
 
Com o processo de liberalização comercial crescente em todo o mundo, as empresas 
brasileiras necessitam conhecer o comércio internacional e suas relações comerciais. 
 
 
 
Além disso, a internacionalização de uma empresa passa por diversos fatores: 
 
- Planejamento estratégico: ao analisar o ambiente externo, as empresas devem verificar 
o que ocorre no mundo e a influência desses fatos em seu negócio. Exemplos: a onda de 
nacionalismo em alguns países europeus, as barreiras tarifárias e não tarifárias dos países, 
a política internacional dos países, etc. 
- Marketing: as empresas devem criar marcas globais e conhecer seu novo mercado e seus 
novos clientes. Exemplos: modificar produtos e serviços (se necessário) para a entrada 
em novos mercados. 
- Logística: maior complexidade devido à internacionalização. Novos modais e nova 
cadeia de suprimentos. 
- Recursos Humanos: necessidade de um novo tipo de profissional - expatriados, por 
exemplo. 
 
Fatores de Competitividade Mundial: 
 
Qualidade – produção de bens e serviços que atendam quesitos de qualidade do produto, 
da gestão, do atendimento ao cliente e até mesmo da sustentabilidade e responsabilidade 
socioambiental do negócio; 
Produtividade – produtividade suficiente para atendimento da demanda global; 
Capacidade – tecnológica (para atualização do produto/serviço prestado), administrativa 
(para atender as necessidades e diferenciações locais), logística (para o envio e/ou 
recepção de matérias primas e produtos acabados), entre outras 
Inovação – trazer produtos/serviços novos ou atualizados que o consumidor encontre 
satisfação/necessidade em obtê-los. 
 
 
2- O processo de integração regional 
 
Com a globalização crescente, durante as décadas de 80/90, surge à reestruturação 
industrial com a consolidação dos conglomerados (União Europeia, MERCOSUL, 
NAFTA, etc.). 
 
A União Europeia é o resultado da associação econômica de nações criada pelo Tratado 
de Roma (1957) e tem o objetivo de formar um grande mercado comum. Atualmente é 
composta de 28 estados membros e mais três países em negociação. São eles: 
Alemanha Áustria Bélgica Bulgária 
Chipre Croácia Dinamarca Eslováquia 
Eslovênia Espanha Estônia Finlândia 
França Grécia Hungria Irlanda 
Itália Letônia Lituânia Luxemburgo 
Malta Países Baixos Polônia Portugal 
Reino Unido República Checa Romênia Suécia 
 
Os países candidatos são: Albânia, Macedônia, Montenegro, Sérvia e Turquia. Por sua 
vez, os países que são potenciais candidatos são: Bósnia-Herzegovina e Kosovo. 
 
BREXIT 
Brexit é uma abreviação para "British exit" (saída britânica, na tradução literal para o 
português). Esse é o termo mais comumente usado quando se fala sobre a decisão do 
Reino Unido de deixar a União Europeia. 
Num referendo em 23 de junho de 2016, os britânicos foram perguntados se o Reino 
Unido deveria permanecer ou deixar a União Europeia. A maioria- 52% contra 48%- 
decidiu que o país deveria deixar o bloco regional. Mas a saída não aconteceu de imediato, 
foi agendada para o dia 29 de março de 2019. 
 
 
Alguns pontos importantes do que já foi acertado entre Reino Unido e União Europeia: 
 
- Direitos dos cidadãos após o Brexit: a ideia é que os britânicos morando na UE e 
europeus que moram no Reino Unido possam continuar a trabalhar e estudar onde tenham 
residência, alémde poderem trazer consigo membros da sua família, embora nem todos 
os pontos dessa questão tenham sido decididos. 
- Período de transição: irá durar 21 meses após a saída do Reino Unido, para dar tempo 
de os dois lados acertarem um acordo quanto às trocas comerciais bilaterais. Um 
documento futuro traçará as linhas gerais das relações britânico-europeias. 
- A "conta do divórcio": o Reino Unido terá de pagar até 39 bilhões de libras (cerca de 
R$ 190 bilhões) como compensação financeira à UE. 
- Irlanda do Norte: o ponto mais delicado do acordo. A questão é que a fronteira entre a 
República da Irlanda (país independente e membro da UE) e a Irlanda do Norte (parte do 
Reino Unido) passará a ser, após o Brexit, uma fronteira entre a UE e o Reino Unido.Um 
período de transição foi acordado para permitir que Reino Unido e União Europeia 
formulem um acordo de comércio e para permitir que empresas se organizem. 
 
Isso significa que, se o "acordo de retirada" receber sinal verde, não haverá qualquer 
mudança na situação atual entre 29 de março de 2019 e 31 de dezembro de 2020. 
 
Dados do Brexit – www.bbc.com/portuguese. 
 
 
 
O MERCOSUL é resultado do Tratado de Assunção de 26/03/91 com quatro membros 
iniciais: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Neste estão traçados os objetivos e a 
metodologia da integração, a definição de um período de transição, os princípios da zona 
de livre comércio, com a união aduaneira. 
 
A Venezuela faz parte do Mercosul desde 2012. No mesmo ano, foi assinado o Protocolo 
de Adesão da Bolívia ao MERCOSUL, que, uma vez incorporado ao ordenamento 
jurídico dos Estados Partes, fará do país andino o sexto membro pleno do bloco. 
Observação: Em 2 de dezembro de 2016, a República Bolivariana da Venezuela foi 
notificada do cessamento do exercício de seus direitos inerentes à condição de Estado 
Parte do MERCOSUL, em razão do descumprimento de compromissos assumidos no 
Protocolo de Adesão ao MERCOSUL. Em 05 de agosto de 2017, a República Bolivariana 
da Venezuela foi notificada da suspensão de todos os seus direitos e obrigações inerentes 
à sua condição de Estado Parte do MERCOSUL, em conformidade com o disposto no 
segundo parágrafo do artigo 5º do Protocolo de Ushuaia (Ruptura da ordem democrática). 
 
A Bolívia é, atualmente, Estado Parte em Processo de Adesão. 
 
São Estados Associados do Mercosul: o Chile (desde 1996), o Peru (desde 2003), a 
Colômbia e o Equador (desde 2004), a Guiana e o Suriname (ambos desde 2013). 
 
 
 
 
O NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) entrou em vigor em 01/1/94 
entre os EUA, o Canadá e o México objetivando criar uma zona de livre comércio, porém 
sem a união aduaneira, pois cada país manterá sua política tarifária. 
Observação: As pretensões dos Estados Unidos eram ainda maiores: implantar um bloco 
de livre comércio entre os países da América do Norte, América Central e do Sul (exceto 
Cuba), intitulado de ALCA – Área de Livre Comércio das Américas. 
Porém, com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, começou, em 2017, a ser 
negociada uma nova versão do Nafta por exigência do presidente americano que 
considerava o acordo um "desastre" para seu país. 
Em agosto de 2018, os Estados Unidos fecharam um acordo com o México, e, finalmente, 
em outubro de 2018, também fecharam acordos com o Canadá sobre as negociações entre 
esses três países da América do Norte. 
O novo tratado receberá o nome Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA, na 
sigla em inglês), de acordo com uma declaração conjunta. 
 
Também podemos citar os seguintes blocos econômicos/acordos multilaterais: 
- CARICOM (comunidade e mercado comum do Caribe); 
- CAN (Comunidade Andina das Nações); 
- Liga Árabe (21 países); e 
- APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico); 
 
 
 
3 - Protecionismo e livre-comércio 
 
O protecionismo é uma defesa que os países armam com tarifas e outras barreiras para 
encarecer, dificultar e até impedir a venda de produtos importados em seu mercado 
interno. 
 
Em maior ou menor grau, todo país pratica o protecionismo. Ele é exercido por meio de 
diversas medidas protecionistas, tais como: 
- cobrança de tarifas, controle e regulamentação da entrada e saída de capitais do país; 
- favorecimento de patentes nacionais; 
- subsídios à indústria interna; 
- proteção de capitais investidos no exterior; 
- criação de normas técnicas de qualidade para produtos estrangeiros. 
 
Por exemplo: adota-se uma tarifa alta para impedir a entrada de produtos estrangeiros 
num país que tenha tal mercadoria. Pode-se, ainda, criar um sistema de quotas, limitando 
a importação. 
 
Outro exemplo é a fixação de taxas diferentes de câmbio para a mesma moeda estrangeira, 
de acordo com seu destino: turismo ou comércio. Ou o estabelecimento de um máximo 
percentual que o acionário estrangeiro pode atingir numa empresa. 
 
Na segunda metade do século XX, o protecionismo começou a perder força. Com o 
processo de globalização da economia, muitas barreiras alfandegárias caíram e o 
comércio internacional passou a ser estimulado e ganhou força. 
 
Com isso, surgem os grandes blocos (já estudados acima) e o livre comércio. O livre 
comércio, portanto, é percebido quando há a união de países em torno de um mesmo 
bloco, como o Mercosul, por exemplo. Com esses blocos, as mercadorias têm um livre 
comércio (livre circulação de mercadorias) e taxas alfandegárias são reduzidas ou 
isentadas dos exportadores e importadores. 
 
 
 
 
4 - Organismos internacionais: FMI, BIRD, BID, do GATT à OMC 
 
Os organismos internacionais são instituições compostas por vários países para promover 
o diálogo entre as nações e elaborar normas básicas que serão seguidas pelos países em 
determinadas áreas. Há organismos internacionais compostos por países de todo o mundo 
e há as organizações regionais, as quais reúnem membros de uma região (Mercosul) ou 
continente (Organização dos Estados Americanos – OEA). 
 
Além da OMC (Organização Mundial do Comércio), que vimos no bimestre anterior ( e 
detalharemos melhor nesta aula), podemos encontrar uma lista de organismos 
internacionais que influem na geopolítica e na regionalização e integração dos países do 
globo. 
 
Entre os organismos internacionais abertos a todos os países do mundo, o principal é a 
Organização das Nações Unidas – ONU. Há outros organismos que são temáticos, como 
a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura) e a FAO 
(Organização das Nações Unidas para a Alimentação). 
 
ONU 
A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma instituição internacional formada por 
191 países (incluindo o Brasil), fundada após a Segunda Guerra Mundial para manter a 
paz e a segurança no mundo; estimular relações cordiais entre as nações; promover 
progresso social, melhores padrões de vida e direitos humanos. Os membros são unidos 
em torno da Carta da ONU, um documento internacional onde estão escritos os direitos e 
os deveres dos países. 
As Nações Unidas têm seis órgãos principais: a Assembléia Geral, o Conselho de 
Segurança, o Conselho Econômico e Social, o Conselho de Tutela, o Tribunal 
Internacional de Justiça e o Secretariado. Todos eles ficam na sede da ONU, em Nova 
York; menos o Tribunal, que fica em Haia, na Holanda. 
 
 
 
 
 
Banco Mundial 
O Banco Mundial age para o desenvolvimento no mundo. Sua meta principal é ajudar as 
pessoas e países mais pobres. Ele é formado pelo BIRD (Banco Internacional para a 
Reconstrução e o Desenvolvimento) e pela AID (Associação Internacional de 
Desenvolvimento). 
Criado em 1944, o Banco Mundial ajudou a reconstruira Europa depois da Segunda 
Guerra Mundial. Hoje em dia, o Banco Mundial continua reconstruindo, agora 
preocupado com desastres naturais, fome, doenças e guerras. Só que sua principal meta 
de trabalho é diminuir a pobreza no mundo em desenvolvimento. 
 
Fundo Monetário Internacional - FMI 
O FMI é uma organização internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do 
sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de câmbio e da balança de 
pagamentos, através de assistência técnica e financeira. Sua sede é em Washington. 
O FMI foi criado em 1945 e tem como objetivo básico zelar pela estabilidade do sistema 
monetário internacional, notadamente através da promoção da cooperação e da consulta 
em assuntos monetários entre os seus 185 países membros e, com isso, evitando que 
desequilíbrios nos balanços de pagamentos e nos sistemas cambiais dos países membros 
possam prejudicar a expansão do comércio e dos fluxos de capitais internacionais. 
Juntamente com o BIRD, o FMI emergiu das Conferências de Bretton Woods como um 
dos pilares da ordem econômica internacional do Pós-guerra. 
Objetivos do FMI: 
• Promover a cooperação monetária internacional, fornecendo um mecanismo de 
consulta e colaboração dos problemas financeiros; 
• Favorecer a expansão equilibrada do comércio, proporcionando níveis elevados 
de emprego, trazendo desenvolvimento dos recursos produtivos; 
• Oferecer ajuda financeira aos paises membros em dificuldades econômicas, 
emprestando recursos com prazos limitados; 
• Contribuir para a instituição de um sistema multilateral de pagamentos e promover 
a estabilidade dos câmbios. 
 
 
 
BIRD 
O Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BIRD), que faz parte 
do Banco Mundial, empresta dinheiro e dá assistência para os países que não são tão 
pobres e que não têm problemas com dívidas. 
 
Banco Interamericano de Desenvolvimento 
O Banco Interamericano de Desenvolvimento ou BID é uma organização financeira 
internacional com sede na cidade de Washington. Criada em 1959, tem o propósito de 
financiar projetos viáveis de desenvolvimento econômico, social e institucional e 
promover a integração comercial regional na área da América Latina e o Caribe. Ainda 
que tenha nascido no seio da Organização de Estados Americanos (OEA) não guarda 
nenhuma relação com essa instituição pan-americana, nem com o Fundo Monetário 
Internacional (FMI) ou com o Banco Mundial. 
 
Acordo Geral de Tarifas e Comércio - GATT 
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (em inglês, General Agreement on Tariffs and 
Trade, GATT), foi estabelecido em 1947, tendo em vista harmonizar as políticas 
aduaneiras dos Estados signatários. Está na base da criação da Organização Mundial de 
Comércio (OMC). O GATT foi um conjunto de normas e concessões tarifárias, criado 
com a função de impulsionar a liberalização comercial e combater práticas protecionistas, 
regular, provisoriamente, às relações comerciais internacionais. 
Em 1946, visando impulsionar a liberalização comercial e combater práticas 
protecionistas, 23 países (fundadores), iniciaram negociações tarifárias. Essa primeira 
rodada de negociações resultou em 45.000 concessões e o conjunto de normas e 
concessões tarifárias - o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - GATT. 
Durante a Rodada Uruguai de negociações (1986 – 1994), voltou-se a discutir sobre a 
criação de um organismo internacional destinado a regulamentar o comércio 
internacional. Como resultado, a Ata da Rodada Uruguai tem o acordo constitutivo da 
OMC, encarregada de efetivar e garantir a aplicação dos acordos citados. 
 
 
 
Organização Mundial do Comércio (OMC) 
A Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma organização internacional que 
supervisiona um grande número de acordos sobre as "regras do comércio" entre os seus 
estados-membros. Foi criada em 1995 sob a forma de um secretariado para administrar o 
Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), um tratado comercial que criou muito da 
fundação para a OMC. A sede está-se em Genebra, Suíça. 
A OMC tem sido utilizada para promover uma extensa série de políticas relativas ao 
comércio, investimentos e desregulamentações. A OMC executa cerca de vinte acordos 
comerciais diferentes. 
 
Organização dos Estados Americanos (OEA) 
A OEA é o principal Fórum Multilateral do Hemisfério para o fortalecimento da 
Democracia, bem como para a Promoção dos Direitos Humanos e para a discussão de 
problemas comuns, tais como: Pobreza, Terrorismo, Drogas e Corrupção. 
A participação do Governo de Cuba, país-membro, está suspensa desde 1962, 
consequentemente apenas 34 governos têm participação efetiva. Nações de outras partes 
do mundo participam da OEA como "Observadores Permanentes". 
A Secretaria-Geral da OEA coloca em prática os Programas e Políticas estabelecidas 
pelos Órgãos Políticos. 
No âmbito da nova estrutura, quatro Secretarias especializadas coordenam os esforços da 
OEA em diversas áreas. 
 
Outros departamentos, escritórios e agências, tais como Organismos Interamericanos para 
a defesa dos Direitos Humanos e o Departamento da Cúpula das Américas – reportam-se 
diretamente à Secretaria-geral da OEA. 
 
 
5. Definição de negociação, conflito e mediação. 
 
 
Negociação  O ato de comprar e vender não é sempre uma negociação (Exemplo: a 
compra em um supermercado: não podemos mudar a situação já definida) 
Uma das melhores definições de negociação é: “Negociação é uma coleção de 
comportamentos que envolve comunicação, vendas marketing, psicologia, sociologia e 
resolução de conflitos.” (Acuff, 1993). 
Em resumo, negociar é um “processo”; é a ação, na qual desempenhamos papéis e 
interferimos diretamente no resultado, a partir do nosso desempenho. 
 
Conflito  Praticamente toda negociação se inicia pela existência de um conflito 
 
Segundo Hodgson (1996), para que haja conflito basta a existência de grupos. A simples 
existência de diferentes grupos já cria um potencial latente de conflitos. Por sua vez, 
segundo Hampton, (1991:297) o conflito pode surgir da experiência de frustração de uma 
ou ambas as partes, de sua incapacidade de atingir uma ou mais metas. 
 
A seguir a parte frustrada interpreta a situação, projetando suas conseqüências, passando 
a comportar-se à luz da situação imaginada. A outra parte envolvida reage a este 
comportamento, com base em suas próprias percepções e conceituações da situação, que 
podem ser bem diferentes daquelas imaginadas pela outra parte. 
 
Outras causas dos conflitos podem ser: diferenças de personalidade, existência de 
atividades interdependentes no trabalho, metas diferentes, recursos compartilhados, 
diferenças de informação e percepção, dentre outras (Martinelli, 2002). 
 
 
Mediação e Arbitragem  O uso da mediação e da arbitragem pode ser útil na solução 
de situações de conflitos. 
 
A participação de uma terceira pessoa, que não está diretamente envolvida com o 
problema poderá trazer muitas vantagens, como por exemplo: 
- Na presença de uma terceira parte, os ânimos exaltados são acalmados; 
- Esta pessoa pode orientar as partes a descobrirem quais seus reais interesses e como 
poderiam priorizá-los, determinando inclusive um cronograma com prazos para a 
chegada a um acordo; 
 
A comunicação e o clima da negociação poderão ser melhorados; dependendo do nível, 
problemas de relacionamentos poderão ser amenizados e até mesmo resolvidos de 
forma definitiva. 
 
A mediação é caracterizada pelo alto controle da terceira parte sobre o processo, porém 
baixo controle sobre os resultados. O mediador é uma figura neutra, especialista no campoem que a disputa está acontecendo que possui autoridade outorgada pelas partes, tendo 
como objetivo ajudar as partes a negociarem de maneira efetiva, criando um senso de 
trabalho em equipe e um clima propício ao acordo. 
 
Já na arbitragem existe alto controle sobre os resultados, porém a terceira parte tem baixo 
controle sobre o processo. Os árbitros normalmente são escolhidos por serem justos, 
imparciais e sábios e, dessa forma, as soluções vêm de uma fonte respeitada e com crédito. 
 
Os processos de arbitragem normalmente são utilizados para solução de conflitos entre 
empresas, trabalhadores e em contratos de uma forma geral. As partes apresentam sua 
posição ao árbitro que, dependendo das regras estabelecidas pode ou não decidir com 
base nelas.

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