Buscar

TRABALHO DE CONSTITUCIONAL - Constituição: conceito e classificações

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE 
CURSO EM GRADUÇÃO EM DIREITO 
 
 
 
 
ADRELY CHAVES DE FRANÇA 
DÉBORA GREICY SANTOS DE SOUZA 
ELINY KERLEN SANTOS MENDONÇA 
JODSON MONTEIRO FONSECA 
LUIZ HENRIQUE CALDAS 
OSMAR DA SILVA MACEDO 
RENATO SOARES CARLOS 
 
 
 
 
 
 
CONSTITUIÇÃO 
Concepções e Classificações 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus - AM 
2019 
 
 
ADRELY CHAVES DE FRANÇA 
DÉBORA GREICY SANTOS DE SOUZA 
ELINY KERLEN SANTOS MENDONÇA 
JODSON MONTEIRO FONSECA 
LUIZ HENRIQUE CALDAS 
OSMAR DA SILVA MACEDO 
RENATO SOARES CARLOS 
 
 
 
 
 
 
CONSTITUIÇÃO 
Concepções e Classificações 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado para obtenção de nota á 
Disciplina de Teoria da Constituição e dos Direitos 
Fundamentais, no curso de Graduação em Direito no 
Centro Universitário do Norte – UNINORTE. 
 
 Professor: Fernando Bruno A. de Araújo. 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus - AM 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão 
rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre 
que tenha de se vender a alguém.” 
Jean-Jacques Rousseau 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ______________________________________________________5 
2. A CONSTITUIÇÃO __________________________________________________6 
3. CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO___________________________________7 
3.1 Constituição em Sentido Sociológico_____________________________________ 9 
3.2 Constituição em Sentido Politico_________________________________________12 
3.3 Constituição em Sentido Jurídico ________________________________________14 
3.3.1 Constituição no Sentido Lógico - Jurídico ________________________________14 
3.3.2 Constituição no Sentido Jurídico – Positivo _______________________________15 
3.4 Constituição em Sentido Normativo ______________________________________17 
3.5 Constituição em Sentido Cultural ________________________________________19 
4. CLASSIFICAÇÕES DE CONSTITUIÇÃO ______________________________19 
4.1 Quanto à forma _______________________________________________________21 
4.2 Quanto à sistemática ___________________________________________________21 
4.3 Quanto à origem ______________________________________________________23 
4.4 Quanto ao modo de elaboração___________________________________________24 
4.5 Quanto ao conteúdo ou quanto à identificação das normas _____________________25 
4.6 Quanto à estabilidade/ alterabilidade/ mutabilidade/ plasticidade/ consistência______28 
4.7 Quanto à extensão _____________________________________________________28 
4.8 Quanto à função ou estrutura _____________________________________________29 
4.9 Quanto à dogmática_____________________________________________________29 
4.10 Quanto à correspondência com a realidade (critério ontológico - essência)_________29 
4.11 Quanto ao sistema______________________________________________________31 
4.12 Quanto à origem de sua decretação________________________________________31 
4.13 Quanto ao Conteúdo Ideológico __________________________________________31 
5. CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988_______________32 
CONCLUSÃO____________________________________________________________33 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________________________34 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Constituição é de essencial importância e relevância na construção social, 
visto ser a lei fundamental e suprema de um Estado. 
Neste contexto, o presente trabalho abordará quanto às concepções e a 
classificações das Constituição, visto as suas variadas formas de se conceituar e os critérios 
para se classificar uma Constituição. 
E diante, as diferentes formas de se compreender as concepções de 
Constituição, na qual, está associada à ideia de lei suprema, da maneira que se observa, a 
Constituição pode assumir diferentes sentidos, sendo eles: sociológico, político, jurídico e, 
ainda, o cultural, na qual, serão elencadas as teorias que descrevem as visões particulares ao 
seu principal expoente, descrevendo a forma e como a Constituição encontra o seu 
fundamento na sua visão. 
E de modo, que as Constituições podem se apresentarem de diferentes 
maneiras, sendo de épocas diversas, países diferentes ou através da analise das diversas 
constituições, será descrito os critérios que podem ser adotados para classificar as 
constituições, na qual irá ajudar a compreender as constituições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. CONSTITUIÇÃO 
 
A Constituição é o sistema de normas, escritas, em documento único ou de 
modo esparso, ou não, que fundam e regulam a ordem jurídica estatal e nas quais estão 
consignados os preceitos, ideais e aspirações máximas do povo, o titular do poder constituinte 
originário, segundo a moderna doutrina, tudo o que é tido por essencial ao bom 
funcionamento das instituições e ao atingimento da finalidade do Estado que, sintetizada por 
muitos na expressão “bem comum”, nada mais é do que a felicidade de todos e a de cada um. 
Em breve conceito, José Afonso da Silva (2005, p. 37) afirma que a 
Constituição “é o simples modo de ser do Estado”. 
Mais detalhadamente (2005, p. 37/38), o doutrinador ensina que: 
"A constituição do Estado considerada sua lei 
fundamental, seria, então, a organização dos seus 
elementos essenciais: um sistema de normas jurídicas, 
escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado, a 
forma de seu governo, o modo de aquisição e o 
exercício do poder, o estabelecimento de órgãos, os 
limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem 
e as respectivas garantias. Em síntese, a constituição é o 
conjunto de normas que organiza os elementos 
constitutivos do Estado". 
 
Para Paulo Bonavides (2008), a Constituição, em seu aspecto material, é o 
conjunto de normas pertinentes à organização do poder, à distribuição da competência, ao 
exercício da autoridade, à forma de governo, aos direitos da pessoa humana, sejam eles 
individuais ou sociais. 
Tem-se que o Constitucionalismo Moderno foi marcado por grande teorização, 
principalmente após a promulgação da Constituição americana, em 1776 e da Declaração 
Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789. A força das ideias dispostas em 
tais cartas, bem como a disseminação dos pensamentos liberais levou a consolidação da 
Constituição no sentido de ser lei fundamental dos Estados. Nesse contexto, as correntes 
filosóficas e doutrinais desenvolverem diversas explicações e entendimentos para a 
Constituição. 
Assim, é notável a existência várias formas de compreensão referente à 
Constituição, bem como, várias concepções associadas a essa ideia de lei suprema. 
Dependendo da maneira que se observa, a Constituição pode assumir diferentes sentidos, 
 
 
posto que a doutrina apresenta diversos conceitos de constituição baseadas nos aspectos 
sociológico, político, jurídico e cultural. 
O conceito de constituição varia de acordo com as concepções ideológicas e 
filosóficas de quem o formula e, portanto, do sentido que lhe seja dado. 
As Constituições, devido as suas diversas maneiras de serem apresentadas, 
sendo elas, de épocas diversas, através da analise de outras constituições e países diferentes, a 
partir deste contexto, poderão ser classificadas de acordo com diversos critérios, assim 
facilitando a compreensão. 
 
3. CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO 
 
Em virtude do principio da supremacia da Constituição, toda e qualquer norma 
de ordenamento jurídico deve, obrigatoriamente, ser compatível com seuconteúdo. 
As diferentes formas de se compreender o Direito acabam por produzir 
diferentes concepções de Constituição, conforme o ponto de vista da análise realizada. 
Destacando – se as seguintes concepções: 
 
3.1 CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO SOCIOLÓGICO - FERDINAND LASSALE 
 
 
A concepção Constitucional em seu sentido sociológico encontra em 
FERDINAND LASSALLE o seu maior expoente, em seu ensaio “O que é uma 
Constituição?”, analisa e concebe a Constituição como um fato social e não como uma norma 
propriamente dita, na qual, considera que uma determinada constituição só seria legítima se 
representasse o efetivo poder social, sendo nessas situações denominada de constituição real. 
As questões constitucionais não eram questões jurídicas, e sim questões 
políticas, não aceitava a força normativa da constituição escrita. 
 
 
Ferdinand Lassale (apud José Afonso da Silva, 2005, p. 38) afirma que a 
constituição de um país é “a soma dos fatores reais do poder que regem nesse país”, sendo o 
documento denominado constituição apenas uma “folha de papel”. 
Sendo os fatores reais de poder que atuam dentro de cada sociedade, é essa 
força ativa e eficaz que informa todas as leis e instituições jurídicas vigentes. Assim, ele 
suscitou a diferenciação entre a Constituição jurídica ou escrita e a Constituição real ou 
efetiva. 
 
Segundo seu pensamento, a Constituição real é, em essência, a soma dos 
fatores reais de poder, sendo tais fatores os verdadeiros regentes da sociedade. A Constituição 
escrita, por sua vez, é um documento, uma mera folha de papel, que objetiva organizar a vida 
política de uma nação. 
Dessa forma, tem-se que a Constituição jurídica é apenas um papel, já a 
Constituição real, esta não é jurídica, mas sim política. 
Ele dissocia, assim, a constituição jurídica, pautada no dever - ser (de Hans 
Kelsen) da constituição real, que se situa no plano do ser. 
De acordo com Lassale, a constituição escrita só será valida se for capaz de se 
ajustar à Constituição real, ou seja, uma determinada constituição só é legítima se representar 
o efetivo poder social. 
A Constituição deve ser o reflexo das forças sociais que estruturam o poder, 
sendo representação efetiva dos anseios da sociedade. Caso o texto constitucional não 
expresse esses fatores reais de poder, tal texto não terá validade, conforme defende Lassale 
(2002, p. 68): “De nada serve o que se escreve numa folha de papel se não se ajusta à 
realidade, aos fatores reais e efetivos do poder”. 
Assim, a Constituição jurídica deve corresponder à constituição real para que 
possa prosperar, e sempre que houver colisão entre a Constituição escrita e a Constituição 
 
 
real, esta prevalecerá, uma vez que, aquela não passaria de uma folha de papel, que poderia 
ser descartada. 
Se fosse transferido o pensamento de Lassale para nossa Constituição Federal 
de 1988, serviria como exemplo o artigo 3º - CF/88, pois não se ajustaria a realidade de nosso 
país, pela descrição e fatos expostos a seguir: 
 
 
 
E neste contexto, afirma Lenza (2006, p. 43) que Ferdinand Lassale concebe a 
Constituição no sentido sociológico afirmando que "uma constituição só seria legítima se 
representasse o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder", no 
caso de isso não acontecer, ela seria ilegítima, caracterizando uma "simples folha de papel". 
Então, a Constituição seria "uma somatória dos fatores reais do poder dentro da sociedade". 
Assim, através de Lassale, houve o reconhecimento de que os fatores políticos, 
sociais e econômicos são relevantes para a compreensão do fenômeno constitucional. 
Destacando a importância da relação entre o documento escrito e as forças determinantes do 
poder para termos uma Constituição. 
 
 
 
 
3.2 CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO POLÍTICO - CARL SCHMITT 
 
 
 
Defendendo a ideia de que o poder constituinte é a vontade política. Assim, o 
poder constituinte nasce a Constituição como ato do poder estatal. Dessa forma, para Schmitt, 
a Constituição só é válida quando surge através de um poder constituinte e é estabelecida por 
sua vontade. 
Em sua obra “Teoria da Constituição”, Carl Schmitt afirma que o real 
fundamento da Constituição está na decisão política que antecede a elaboração da própria 
Constituição. Sem tal decisão não seria possível à organização do Estado. 
A unidade e a ordenação de uma Constituição relacionam-se, exatamente, a 
existência da unidade política de um povo, posto que uma norma tenha validade, uma vez que 
se encontra positivamente ordenada em virtude de uma vontade existente. 
 
A Teoria da Constituição, nesse sentido, é a teoria do que forma um Estado, 
isto é, da unidade política de um povo. E de acordo com Schmitt (2003, p.29), “A constituição 
tem sua existência inteiramente condicionada a uma decisão política fundamental”. 
Segundo Schmitt a Constituição é ato proveniente de um poder soberano 
(unidade política) que dita à ordem social, a política e a jurídica. O direito só se manifesta se 
provir de uma deliberação de caráter pessoal: 
A Constituição em sentido positivo surge mediante um ato do poder 
constituinte. (...) Este ato constitui a forma e modo da unidade política, cuja existência é 
anterior. Não é, pois, que a unidade política surja porque se haja ‘dado uma Constituição’. A 
Constituição em sentido positivo contém somente a determinação consciente da concreta 
 
 
forma de conjunto pela qual se pronuncia ou decide a unidade política. (SCHMITT, 1932, p. 
24). 
E continua: “A essência da Constituição não está contida numa lei ou numa 
norma. No fundo de toda normatização reside uma decisão política do titular do poder 
constituinte, quer dizer, do Povo na Democracia e do Monarca na Monarquia autêntica”. 
(SCHMITT, 1932, p.27). 
Dessa forma, Schmitt estabelece uma diferenciação entre Constituição e Lei 
Constitucional. Pois a Constituição, num sentido político, é a decisão política fundamental. 
Assim, o que não é decisão política fundamental é, na verdade, Lei Constitucional. 
 
O pensamento de Schimitt se fosse aplicada em nossa Constituição Federal de 
1988, poderia ser citada como Lei Constitucional o art. 242, § 1º e § 2º da CRFB/88, in 
verbis: 
“Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às 
instituições educacionais oficiais criadas por lei 
estadual ou municipal e existentes na data da 
promulgação desta Constituição, que não sejam total ou 
preponderantemente mantidas com recursos públicos.§ 
1º O ensino da História do Brasil levará em conta as 
contribuições das diferentes culturas e etnias para a 
formação do povo brasileiro.§ 2º O Colégio Pedro II, 
localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido 
na órbita federal.” 
Essa distinção feita por Schmitt distinguindo a Constituição das leis 
constitucionais, de uma forma mais clara, é que para ele a Constituição dispõe apenas sobre 
 
 
matérias de grande relevância jurídica, como exemplo, a organização do Estado. Da maneira, 
que as leis constitucionais, seriam normas que fazem parte formalmente do texto 
constitucional. 
 
A Constituição representa os aspectos fundamentais do Estado, ou seja, as 
decisões políticas que não podem ser modificadas. Enquanto, as leis constitucionais estão no 
texto escrito, mas não são decisão política fundamental, podendo ser reformadas. 
3.3 CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO JURÍDICO - HANS KELSEN 
 
 
Em sua Teoria Pura do Direito, o pensamento de Hans Kelsen, a Constituição é 
um puro "dever - ser", ou seja, seria a norma pura. Uma vez, que Kelsen entende que o 
ordenamento jurídico é um sistema hierárquico de normas, no qual a validade de uma norma 
está relacionadaà sua adequação a outra norma, sendo esta de hierarquia superior. 
O autor atribuiu um sentido jurídico a Constituição, afastando das ideias 
valorativas, sociológicas, ou políticas. Dessa forma, qualquer referencial exterior ao sistema 
jurídico deve rejeitado, pois o que determina a validade da norma é exatamente a sua 
 
 
conformidade com norma superior. Assim, é indiferente o conteúdo ou valor das normas, 
importando, apenas, a sua vinculação formal ao sistema normativo. 
 
Para Kelsen, a norma máxima da estrutura hierárquica não tem sua validade 
verificada. Nesse sentido, tal norma superior é norma fundamental, sendo alicerce de validade 
para todo o sistema jurídico. 
Em sua obra, Kelsen defende a existência de um escalonamento de normas. 
Uma norma, de hierarquia inferior, busca validação em norma superior, e assim 
sucessivamente, até chegar à Constituição. Essa é exatamente a ideia da pirâmide de Kelsen, 
na qual as normas na base buscariam validade nas normas do vértice. 
 
Nesse sentido, a Constituição seria o fundamento de validade de todo o sistema 
infraconstitucional, ou seja, todas as normas abaixo da Constituição devem estar em 
conformidade com a norma máxima de acordo com o entendimento de Kelsen (2006. p 246.): 
 
A ordem jurídica não é um sistema de normas jurídicas 
ordenadas no mesmo plano, situadas umas ao lado das 
outras, mas é uma construção escalonada de diferentes 
camadas ou níveis de normas jurídicas. A sua unidade é 
produto da relação de dependência que resulta do fato 
de a validade de uma norma, se apoiar sobre essa outra 
norma, cuja produção, por seu turno, é determinada por 
outra, e assim por diante, até abicar finalmente na 
norma fundamental–pressuposta. A norma fundamental 
hipotética, nestes termos – é, portanto, o fundamento de 
 
 
validade último que constitui a unidade desta 
interconexão criadora. 
 
A Constituição, segundo Kelsen, pode ser entendida em dois sentidos: o 
lógico-jurídico e jurídico-positivo. 
 
 
A Constituição, em sentido jurídico-positivo, é o fundamento positivo de 
validade da ordem jurídica. Enquanto, a Constituição, no sentido lógico-jurídico, é o 
fundamento lógico de validade de todo ordenamento jurídico. 
3.1.1 - CONSTITUIÇÃO NO SENTIDO LÓGICO - JURÍDICO 
A Constituição, em sentido lógico-jurídico, não é tangível, existindo, apenas, 
no campo das ideias, sendo uma Constituição de norma fundamental hipotética, cujo objetivo 
é ser base lógica de validade da Constituição jurídico -positiva. Existe uma concordância 
social que converge no sentido cumprir o que está estabelecido na Constituição jurídico - 
positiva. Assim, esta norma constitui apenas uma ordem, dirigida a todos, de obediência à 
Constituição. 
 
3.3.2 - CONSTITUIÇÃO NO SENTIDO JURÍDICO - POSITIVO 
 
Já no sentido jurídico-positivo, a Constituição corresponde à norma positiva 
suprema, ou seja, a norma fundamental de todo o ordenamento jurídico. Seu fundamento está 
na norma fundamental hipotética. Para Kelsen, em caso de conflito entre a Constituição 
 
 
jurídico - positiva e a realidade social, a Constituição prosperará, assim, a realidade social terá 
que se amoldar a Constituição. 
 
Deste modo, fundamento de validade das normas está na hierárquica entre elas, 
posto que toda norma apoia sua validade na norma imediatamente superior. 
CONCEPÇÕES MODERNAS SOBRE A CONSTITUIÇÃO 
 
3.4 CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO JURÍDICO - NORMATIVA - KONRAD HESSE 
 
 
A força normativa da Constituição, titulo do livro traduzido para o português 
pelo Ministro Gilmar Mendes, na qua, Konrad Hesse desenvolve a concepção jurídica – 
normativa, e apesar de muitas vezes sucumbir à realidade, a Constituição possui uma força 
normativa capaz de conformar esta mesma realidade, modificando-a. Bastando que para isso 
exista “vontade de Constituição” e não apenas “vontade de poder”. 
Defendendo que o papel do direito constitucional é dizer aquilo que deve ser (e 
não o que é), e a Constituição tem uma força normativa capaz de conformar a realidade. 
 
 
Sendo uma crítica à concepção Sociológica de Ferdinand Lassalle, de modo, 
que defende a ideia que a Constituição escrita possui força normativa, ela obriga e pode 
mudar a realidade, pois tem o poder de mudança ao seu contexto, havendo o choque entre a 
Constituição escrita e o poder. De maneira, que a Constituição escrita tem força para mudar a 
realidade, visto que a mesma poderá limitar o poder do governante. 
 
 
 
 
 
 
CONCEITO DE HANS KELSEN 
 
 
CONCEITO DE KONRAD HESSE 
Para a concepção jurídica, norma é o texto concretizado dentro de um contexto. 
É possível alteração na norma tanto mexendo no texto (por meio de emenda, por exemplo), 
como, sem nem mexer no texto, analisando-se essa norma dentro de um contexto diferente. 
Um exemplo claro é o caso da União homo afetiva. A constituição, desde 1988, 
protege o direito a família. 
Em 1988, caso o STF se deparasse com uma situação envolvendo união entre 
pessoas do mesmo sexo, ele certamente não entenderia pela juridicidade dessa situação, pois o 
contexto (realidade) existente naquela época era completamente diferente. Então, quem vai 
interpretar a constituição tem que aliar o texto ao contexto. 
Neste contexto, esse tipo de interpretação não pode ser feito uma única vez, 
sendo necessário aliar o texto ao contexto, podendo ser que daqui a 30 anos a norma já não 
 
 
seja mais a mesma, posto que o contexto terá mudado novamente. Logo, toda vez que um 
interprete for se deparar com uma situação similar, ele tem que fazer novamente esse 
movimento (aliar o texto ao contexto). É o que a doutrina chama de círculo hermenêutico (pré 
- compreensão que tem que ser feita pelo intérprete diante do contexto. O intérprete tem que 
fazer isso o tempo todo). 
Deste modo, a Constituição na concepção de Hesse é um sistema aberto de 
normas e princípios, cujo sua alteração não só ocorre de maneira formal (por emendas), de 
modo, que a mudança social também altera a Constituição. A norma constitucional está em 
constante dialogo com os fatos. Por tais razões, vem prevalecendo desde a 2º Guerra Mundial, 
e alguns autores a classificam dentro da Concepção Cultural, ao passo que outros preferem 
classificá-la dentro da Concepção Jurídica. 
 
Vale mencionar ainda, que a Concepção Jurídica Normativa é uma antítese a 
Concepção Sociológica e que tem ela grande importância para o Supremo Tribunal Federal - 
STF, pois dela decorre, por exemplo, a relativização da coisa julgada. 
 
3.6 CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO CULTURAL – J. H. MEIRELLES TEIXEIRA 
 
Sob a concepção culturalista, a constituição é um produto da sociedade, um 
fato cultural influenciado por fatores das mais diversas ordens (reais, espirituais, racionais, 
voluntaristas etc), resultando no que J. H. Meirelles Teixeira (apud Lenza, 2014, p. 89) 
denomina de “Constituição Total”: um conglomerado de normas que, proveniente da vontade 
da unidade política, influencia e é influenciado pela cultura e pelas variáveis que sobre ela 
atuam (econômicas, sociológicas, jurídicas e filosóficas), definindo questões relativas ao 
Estado e ao poder político. 
 
 
 
 
Diante a constituição tem aspecto sociológico, político e jurídico, ou seja, ela 
reúne todas as concepções anteriores em uma só, visto que não são antagônicas, mas 
complementares. Ou seja, vista a constituição de vários ângulos, remete ao conceito de 
Constituição total, que é aquela que não só estabelece normas sobre os poderes, mas sobre 
todos os aspectos da vida social, reunindotodas as demais concepções. Segundo eles a 
constituição é fruto da cultura de um país. O que faz pensando que existe um aspecto 
sociológico, político e jurídico. 
 É assim chamada porque a Constituição é condicionada por uma determinada 
cultura e ao mesmo tempo é um elemento condicionante desta cultura. 
Sob o aspecto material ou substancial, o que caracteriza uma norma 
constitucional é o seu conteúdo, não sendo levado em consideração o seu modo de aprovação 
ou exteriorização (Lenza, 2014, p. 86). 
 
Nesse sentido, a Constituição encerra um “conjunto de normas fundamentais 
condicionadas pela cultura total, e ao mesmo tempo condicionante desta, emanadas da 
vontade existencial da unidade política, e reguladora da existência, estrutura e fins do Estado 
e do modo de exercício e limites do poder politico” (J.H. Meirelles Teixeira, Curso de Direito 
Constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 1991, p. 77-78, citado por Marcelo Novelino, Direito 
Constitucional. 2ª ed., São Paulo: Método, 2008, p.44). 
 
 
 
 
 
4. CLASSIFICAÇÕES DE CONSTITUIÇÃO 
 
Após a visão sobre concepções da Constituição, abordemos a Classificação das 
Constituições, sendo elas: 
 
4.1 - QUANTO À FORMA 
Essa classificação é bastante criticada, pois toda constituição é escrita e não - 
escrita. 
 
 ESCRITA: São formadas por um diploma jurídico, ou seja, por um conjunto de regras 
jurídicas organizadas em um único documento, regulamentando os elementos essenciais de 
um Estado. 
A Constituição escrita vem toda reunida num único documento. É chamada de 
‘codificada’, vem toda em um mesmo ‘Código’. Dizendo de forma grosseira, vem toda num 
mesmo livro, reunido. Podemos chamar de documento escrito e único, de modo, que J.J. 
Gomes Canotilho chama de ‘constituição instrumental’. 
Ao ser feito a associação com o conceito moderno de constituição, o qual 
coloca essa característica dentro da qualificação de ‘constituição ideal’, pois, a constituição 
ideal deve ser escrita, consignar a separação dos poderes, conceder direitos e garantir a 
participação popular. 
Ainda segundo J.J. Canotilho, sendo a constituição reunida num documento 
único, teremos maiores condições de avaliar com certeza aquilo que está dentro da norma e 
aquilo que está fora da norma: os direitos que temos ou não, aquilo que estamos ou não 
autorizados a fazer. Um aspecto importante a ser ressaltado é o de que uma constituição 
escrita é formulada num determinado momento do tempo por um órgão constituinte, 
especificamente incumbido de tal tarefa, da maneira que a Constituição escrita é Codificada, 
reunida em documento único. 
A nossa Constituição Federal, por exemplo, se apresenta basicamente de forma 
escrita, e como é bastante prolixa, há pouco espaço para se ter costumes como regras. De 
maneira, que o costume constitucional no Brasil é o voto de liderança, posto que determinadas 
matérias sobre as quais há consenso, quem vota a matéria são as lideranças, sendo uma 
aprovação simbólica. 
 
 
De acordo com Pedro Lenza, “[...] seria a constituição formada por um 
conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único documento, estabelecendo as 
normas fundamentais de um Estado [...]”. 
 NÃO – ESCRITA: as Constituições não escritas são baseadas nos usos e costumes de uma 
sociedade. Seus “textos constitucionais” são formados por documentos esparsos, não 
existindo um diploma jurídico único e codificado. 
De modo, que ao se referir a normas que não estão propriamente reunidas em 
apenas um diploma legal, não estão consolidadas em um único livro. 
Nesta forma de organização constitucional, as são normas esparsas, presentes 
em diplomas legais diversos, mas que possuem status constitucional. São normas que, dada a 
sua importância, possuem a alcunha de constituição. Não necessariamente estamos falando de 
leis, mas também de costumes e jurisprudência, ou seja, posições reiteradamente assumidas 
pelo Poder Judiciário. 
Uma característica muito importante e que deve ser sabida é a de que esta 
Constituição não é formulada num determinado momento histórico, por um órgão 
constituinte: uma Constituição não - escrita é formulada com o passar do tempo, conforme a 
evolução da própria sociedade. Um exemplo clássico é o da Constituição Inglesa, toda ela 
baseada em leis esparsas, costumes e jurisprudência e tendo vários documentos escritos. 
Segundo Pedro Lenza, “[...] seria aquela constituição que, a o contrário da 
escrita, não traz as regras em um único texto solene e codificado. É formada por ‘textos’ 
esparsos, reconhecidos pela sociedade como fundamentais, e baseia-se nos usos, costumes, 
jurisprudência, convenções [...]”. 
 
 
 
4.2 - QUANTO À SISTEMÁTICA 
 
As Constituições quanto ao critério sistemático, se classificam: 
 
 REDUZIDAS OU UNITÁRIAS: Seriam aquelas que se materializariam em um só código 
básico e sistemático, como as brasileiras. 
 
 VARIADAS: São aquelas que se distribuíam em vários textos e documentos esparsos, 
sendo formadas de várias leis constitucionais, destacando – se a belga de 1830 e a francesa de 
1875. 
Nesse mesmo sentido, Bonavides distingue as Constituições codificadas das 
legais. 
 
 CODIFICADAS/ ORGÂNICAS/ UNITEXTUAIS: Corresponde às reduzidas de Pinto 
Ferreira, na qual, seriam aquelas que se acham contidas inteiramente num só texto, com os 
seus princípios e disposições sistematicamente ordenados e articulados em títulos, capítulos e 
seções, formando em feral um único corpo de lei. Desta maneira, a Constituição se apresenta 
como um código e o que caracteriza um código é a sistematização de suas normas, como o 
caso da nossa CRFB/88, que se divide sistematicamente de forma codificada. 
 
 NÃO CODIFICADAS/ INORGÂNICAS/ PLURITEXTUAIS/ LEGAIS: Denominadas 
ainda, Constituições escritas não formais, e que equivalem às variadas de Pinto Ferreira, na 
qual seriam aquelas escritas que se apresentam esparsas ou fragmentadas em vários textos. 
Haja vista a titulo ilustrativo, a Constituição Francesa de 1875. Compreendida ela Leis 
Constitucionais, elaboradas poderes públicos, de organização do Senado e de relações entre os 
poderes. 
 
4.3 QUANTO À ORIGEM 
 
 PROMULGADA/ DEMOCRÁTICA/ VOTADA/ POPULAR: é feita por representantes 
do povo (titular do Poder Constituinte) e estes representantes têm que ser eleitos para o fim 
específico de elaborar a Constituição, refletindo uma manifestação do povo. Desta forma, 
 
 
assim tem a atuação de uma assembleia constituinte, com representantes eleitos pelo voto 
popular. Assim, não há que se falar em imposição, mas sim em representação. 
A nossa Constituição se encaixa nesta classificação, posto que ela é 
democrática, porque foi elaborada por representantes eleitos especificamente para este fim 
(Assembleia Nacional Constituinte). A alguns autores afirmam que a nossa Constituição não 
seria democrática porque na Assembleia Constituinte alguns parlamentares não foram eleitos 
para este fim específico de promulgar a Constituição, mas afirmar isso seria um rigorismo 
excessivo. 
E de acordo com Pedro Lenza, “também chamada de democrática, votada ou 
popular, é aquela constituição fruto de uma Assembleia Nacional Constituinte, eleita 
diretamente pelo povo, e m no me dele, atuar, nascendo, portanto, da deliberação da 
representação legítima popular [...]”. 
 
 OUTORGADA: é a constituição imposta, de maneira unilateral, pelo agente 
revolucionário (grupo ou governante), que não recebeu do povo a legitimidade para em nome 
dele atuar. No Brasil, as constituições outorgadas foram as de 1824, 1937, 1967. Vale 
ressaltar, que a constituições outorgadas recebem, por alguns estudiosos, o apelido de “CartasConstitucionais”. 
E segundo Pedro Lenza, “são as constituições impostas, de maneira unilateral, 
pelo agente revolucionário (grupo, ou governante), que não recebeu do povo a legitimidade 
para em nome dele atuar [...]”. 
 
 
 CEZARISTA: é uma constituição Outorgada, que para tentar dar legitimidade a essa 
constituição imposta é submetida a um plebiscito (consulta prévia) ou referendo (consulta 
posterior). Mesmo submetida a plebiscito ou referendo, a Constituição não se torna 
 
 
democrática. Deste modo, as Constituições chamadas Cesaristas, se tem a participação 
popular através de referendo ou plebiscito. 
 
 PACTUADA: Uadi Lammêgo Bulos (apud Lenza, p. 85) inclui na classificação quanto à 
origem as chamadas constituições pactuadas, verificadas quando há pluralidade de líderes 
detentores do poder constituinte, que acordam entre si os termos da Carta constitucional. 
Assim, surge através de um pacto entre o rei e a assembleia, são aquelas em que o poder 
constituinte originário se concentra nas mãos de mais de um titular. Por isso mesmo, trata-se 
de modalidade anacrônica, dificilmente ajustando-se à noção moderna de Constituição, 
intimamente associada à ideia de unidade do poder constituinte. Um exemplo é a Constituição 
Espanhola de1930. 
 
4.4 QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO 
 
 HISTÓRICA: A Constituição é costumeira, consuetudinária (não é escrita), vai se 
formando lentamente, não surge de uma só vez em um só momento, de modo que for sendo 
elaborada ao mesmo passo que a sociedade for evoluindo, pois é formada lentamente, tão 
lento quanto o amadurecimento da sociedade, posto que a formação da constituição vai se 
dando conforme as ideias forem sendo transformadas. Não se trata de ruptura momentânea, 
mas de uma lenta formação. 
Deste modo, a Constituição histórica é lenta, de acordo, com a evolução no 
tempo, como por exemplo, a Constituição Inglesa. 
Segundo Pedro Lenza, “constituem-se através de um lento e contínuo processo 
de formação ao longo da história, reunindo a história e as tradições de um povo [...]”. 
 
 DOGMÁTICA: Sempre escrita, surge em um só momento, de uma só vez, é fruto das 
ideias, dos dogmas predominantes naquele momento histórico, cuja Constituição formada 
num determinado momento, refletindo tudo aquilo que saltava aos olhos em tal curto espaço 
de tempo. 
Estas Constituições refletem as ideias e o humor reinante naquele específico 
momento de formulação de suas normas. 
 Vicente Paulo ressalta isso quando cita o exemplo da Constituição da 
República de 1988, que foi criada num momento delicado para a sociedade brasileira, a qual 
 
 
acabava de passar por um momento triste de desprezo pelos direitos individuais, qual fosse o 
da Ditatura Militar: desta forma, a constituinte de 1988 acabou por gerar um documento muito 
preocupado em esmiuçar tudo o que dissesse respeito a tais direitos, sendo um documento até 
mesmo prolixo em diversos aspectos. 
A nossa constituição não preza tanto pelos direitos do indivíduo pelo fato de a 
evolução da sociedade brasileira ter levado a tal resultado, por sua evolução ao longo dos 
séculos, posto que a Constituição assim o faz por causa do momento que nossa sociedade 
tinha acabado de viver, quando de sua elaboração. 
Deste modo, a Constituição dogmática é o retrato momentâneo da sociedade. 
Para Pedro Lenza afirma as Constituições dogmáticassão “[...] e laboradas de 
um só jato, reflexivamente, racionalmente, por uma Assembleia Constituinte [...]”. 
 
 
 
4.5 QUANTO AO CONTEÚDO OU QUANTO À IDENTIFICAÇÃO DAS NORMAS 
 
Este critério distingue as constituições de acordo com o modo de identificação 
de suas normas: pelo conteúdo ou pela forma de elaboração. 
 
 CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO MATERIAL: que se identifica por consagrar um 
conjunto de normas estruturais de uma dada sociedade politica. São consideradas normas 
materialmente constitucionais as que tratam de matérias típicas de uma constituição, quais 
sejam, estrutura do Estado, organização dos poderes e direitos e garantias fundamentais. O 
conteúdo típico de uma Constituição é: Direitos fundamentais, Estrutura do Estado e 
Organização dos poderes – DEO. É uma classificação típica das constituições costumeiras. 
 
 
Nas palavras de Pedro Lenza, “será aquele texto que contiver as normas 
fundamentais e estruturais do Estado, a organização de seus órgãos, os direitos e garantias 
fundamentais [...]”. 
 
 CONSTITUIÇÃO EM SENTIDO FORMAL: Compreende o conjunto de normas 
jurídicas formalizadas de modo diverso do processo legislativo ordinário, o que só é possível 
no caso de constituições escritas. Dentre os fatores distintivos está o órgão responsável pela 
elaboração que, no caso de constituições democráticas, é a Assembleia Constituinte. 
As normas formalmente constituintes são aquelas elaboradas por processos 
legislativos mais complexos que o ordinário. O caráter constitucional dessa espécie normativa 
não discorre do conteúdo, mas da forma de elaboração. Em contrapartida, normas referentes a 
matérias não constitucionais, como a que mantem o Colégio Pedro II na orbita federal, 
descrito no artigo 242 §2º da CF/88. 
Segundo Pedro Lenza, “será aquela constituição que elege como critério o 
processo de sua formação, e não o conteúdo de suas normas [...]”. 
 
 
4.6 QUANTO À ESTABILIDADE/ ALTERABILIDADE/ MUTABILIDADE/ 
PLASTICIDADE/ CONSISTÊNCIA 
 
Faz-se uma comparação entre a Constituição e as leis de um determinado país e 
não entre uma Constituição de um país e a de outro, está relacionada ao grau de dificuldade de 
modificação da Constituição. 
Na qual, faz comparação entre grau de dificuldade na modificação de leis 
constitucionais e infraconstitucionais. Podemos ter Constituições imutáveis, fixas, rígidas, 
semi - rígidas, super-rígidas ou flexíveis e as transitoriamente flexíveis. 
 
 
 
 IMUTÁVEIS/ PERMANENTES/ GRANÍTICAS/ INTOCÁVEIS: São as leis 
fundamentais antigas criadas com a pretensão de eternidade, tida como imodificáveis sob 
pena de maldição dos Deuses. De modo, que não era permitem alterações em seu texto, tais 
exemplos são o Código de Hamurabi e a Lei das XII Tabuas. 
De acordo com Pedro Lenza, “são aquelas constituições inalteráveis, 
verdadeiras relíquias históricas e que se pretendem eternas, sendo também denominadas 
permanentes, graníticas ou intocáveis” 
 
 FIXAS OU SILENCIOSAS: Não poderiam ser modificadas, de maneira que só poderiam 
ser modificadas pelo mesmo poder constituinte responsável por sua elaboração, quando 
convocado para tal. É o caso das constituições francesas da época de Napoleão I. 
 
Todavia, ambas as constituições acima citadas têm apenas valor histórico, pois essas 
duas primeiras classificações não são mais utilizadas. 
 
 RÍGIDAS: As constituições nesta classificação somente podem ser alteradas por um 
procedimento de alteração mais dificultoso do que aquele apropriado para a 
alteração das leis, pois possuem exigências formais especiais, como debates mais amplos, 
prazos mais dilatados e quórum qualificado, podendo conter matérias insuscetíveis de serem 
livremente alteradas pelo Poder Constituinte Derivado Reformador, chamadas Clausulas 
Pétreas. Adotada pela maioria dos Estados Modernos, esta espécie é própria de constituições 
escritas. Tendo, como exemplo, a Nossa Constituição Federal de 1988, na qual, a rigidez 
constitucional está prevista no artigo 60 § 2º que estabelece um quórum de votação 3/5 dos 
membros de cada Casa, em dois turnos de votação, para aprovação das emendas 
constitucionais. 
De acordo com Pedro Lenza, “são aquelas constituições que exigem, para a sua 
alteração (daí preferirmos a terminologiaalterabilidade), um processo legislativo mais árduo, 
mais solene, mais dificultoso do que o processo de alteração das normas não constitucionais 
[...]”, ou seja, das leis ordinárias e as leis complementares. 
 
 SEMIRRÍGIDAS OU SEMIFLEXÍVEIS: possui uma parte rígida e outra parte que é 
flexível, um exemplo é a Constituição Imperial de 1824, na qual dividia a constituição em 
 
 
duas partes, uma parte deve ser alterada por um processo mais dificultoso e outra parte pode 
ser alterada assim como as leis. 
Nas palavras de Pedro Lenza, “é aquela constituição que é tanto rígida como 
flexível, ou seja, algumas matérias exigem um processo de alteração mais dificultoso do que o 
exigido para alteração das leis infraconstitucionais, enquanto outras não requerem tal 
formalidade [...]”. Exemplo clássico foi o da Carta Imperial de 1824. 
 
 FLEXÍVEIS: São aquelas Constituições que não possuem um processo legislativo de 
alteração mais dificultoso do que o processo legislativo de alteração das normas 
infraconstitucionais. Vale dizer, a dificuldade em alterar a Constituição é a mesma encontrada 
para alterar uma lei que não constitucional, servindo como exemplo, a Constituição Inglesa. 
Em 2000, a Inglaterra aderiu ao tratado “Human Rights Act”, diante a submissão a esse 
tratado internacional, passou a haver hierarquia entre as normas, sendo assim, deixou de ser 
considerada flexível. 
Segundo Pedro Lenza, “é aquela constituição que não possui um processo 
legislativo de alterabilidade mais dificultoso do que o processo legislativo de alteração das 
normas infraconstitucionais [...]” 
 
 TRANSITORIAMENTE FLEXÍVEIS: São as suscetíveis de reforma, com base no 
mesmo rito das leis comuns, mas apenas por determinado período, ultrapassado este, o 
documento constitucional passa a ser rígido. Nessa hipótese, o binômio rigidez/ flexibilidade 
não coexiste simultaneamente. Apresenta-se de modo alternado. Tendo como exemplo a 
Constituição de Baden de 1947 e a Carta Irlandesa de 1937 durante os primeiros três anos de 
vigência. 
 
 
 
 
4.7 QUANTO À EXTENSÃO 
 
O critério adotado para tal classificação é a amplitude das matérias 
contempladas no texto constitucional. 
 
 CONCISA /SINTÉTICA /SUCINTA /SUMÁRIA /BREVE /CLÁSSICA/ BÁSICA: 
são breves, sucintas, tratam apenas dos princípios gerais das matérias constitucionais, sem se 
preocupar com os detalhes. É uma constituição em sentido material. São chamadas também de 
clássicas, porque as primeiras constituições criadas só tratavam desses temas, como exemplo, 
a Constituição dos EUA. 
De acordo com Pedro Lenza, “seriam aquelas enxutas, veiculadoras apenas dos 
princípios fundamentais e estruturais do Estado [...]”. 
 
 PROLIXAS/ ANALÍTICAS/ AMPLAS/ LONGAS/ EXTENSAS/ LARGAS/ 
DESENVOLVIDAS/ VOLUMOSAS/ INCHADAS/ REGULAMENTARES: é a tendência 
das constituições atuais. O são todas as constituições criadas após o fim do período das 
ditaduras militares e após a 2ª Guerra Mundial (todas as da América Latina, inclusive a 
CR/88). Dão maior proteção e estabilidade às matérias por elas consagradas. 
Segundo Pedro Lenza, “são aquelas que abordam todos os assuntos que os 
representantes do povo entenderem fundamentais [...]”. 
 
 
4.8- QUANTO À FUNÇÃO OU ESTRUTURA 
 
 GARANTIA/ QUADRO/ ESTATUTÁRIA/ ORGÂNICA: tem por finalidade apenas 
proteger direitos. Característica das constituições clássicas, que surgiram com um objetivo 
pré-definido, o de proteger e garantir as liberdades individuais em face do Estado. A 
 
 
Constituição seria uma moldura dentro da qual os poderes públicos poderiam agir (por isso se 
usa o termo “quadro”, que na verdade é uma tradução equivocada de um termo inglês). 
 
 DIRIGENTE/ PROGRAMÁTICA/ DIRETIVA: Trata-se e daquela Constituição que 
dirige os rumos do Estado (ela própria – não atribui essa direção aos poderes). 
É também chamada de programática porque os rumos do Estado são dados por normas 
programáticas, entretanto o programa de ação traçado por uma norma não é uma diretriz que o 
poder público segue, mas sim uma obrigatoriedade. As normas programáticas estabelecem 
uma obrigação de resultado e não de meio (diz que tipo de resultado o Estado deve buscar e 
não o meio pelo qual o fará, como por exemplo no art. 3º - CR, que traça os objetivos da 
República federativa do Brasil). As normas que estabelecem os meios geralmente são NE 
Plena ou NE Contida. A CR/88 é ainda eclética, porque é fruto de várias ideologias, e não de 
apenas uma ideologia. 
 
4.9 QUANTO À DOGMÁTICA 
 
Pinto Ferreira (apud Lenza, 2012, p. 92/93), valendo-se do critério ideológico e 
lembrando as lições de Paulino Jacques, identifica tanto a Constituição: 
 
 ORTODOXA: Formada por uma só ideologia, por exemplo, a soviética de 1977, hoje 
extinta, e as diversas Constituições da China marxista. 
 ECLÉTICA: Formada por ideologias conciliatórias, como a brasileira de 1988 ou a da 
Índia de 1949. 
 
4.10 QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (CRITÉRIO 
ONTOLÓGICO — ESSÊNCIA) 
 
Karl Loewenstein (apud Lenza, 2012, p. 93) distinguiu as Constituições em: 
 
 
 NORMATIVAS: Quando há subordinação dos detentores do poder às normas 
constitucionais que o disciplinam. Regulam efetivamente o processo político do Estado, por 
corresponderem à realidade política e social, ou seja, limitam, de fato, o poder. 
 
 NOMINALISTAS/ NOMINATIVAS/ NOMINAIS: Quando há disciplina acerca do 
poder, insuficientemente concretizada na realidade. Buscam regular o processo político do 
Estado, mas não conseguem realizar este objetivo, por não atenderem à realidade social. 
 
 SEMÂNTICAS: Quando o texto constitucional não passa de instrumento dos donos do 
poder, sem limitação deste. Não têm por objetivo regular a política estatal. Visam apenas a 
formalizar a situação existente do poder político, em benefício dos seus detentores. 
 
Para muitos estudiosos, a Constituição Brasileira de 88 é nominal, mas tende a 
ser normativa. Como exemplo de argumentação, o Artigo 7º, IV: 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, 
além de outros que visem à melhoria de sua condição 
social: 
IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente 
unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais 
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, 
educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e 
previdência social, com reajustes periódicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua 
vinculação para qualquer fim; 
 
A realidade do salário mínimo não condiz com o Art.7º, assim esta é uma 
norma não condizente com a realidade. 
 
 
 
4.11 QUANTO AO SISTEMA 
 
Diogo de Figueiredo Moreira Neto (apud Lenza, 2012, p. 94) classifica as 
constituições em: 
 
 PRINCIPIOLÓGICA: É aquela em que há predominância dos princípios, normas 
caracterizadas por elevado grau de abstração, que demandam regulamentação pela legislação para 
adquirirem concretude. É o caso da CF/88. 
 
 PRECEITUAL: É aquela em que prevalecem as regras, que se caracterizam por baixo grau de 
abstração, sendo concretizadas de princípios. 
 
4.12 QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO 
 
Lenza (p. 95), citando as lições de Miguel Galvão Teles e Jorge Miranda, 
afirma que as constituições podem ser: 
 
 HETERÔNOMAS/ HETEROCONSTITUIÇÕES: Decretadas de fora do Estado por 
outro (ou outros) Estados(s) ou por organizações internacionais 
 
 AUTÔNOMAS/ AUTOCONSTITUIÇÕES/ HOMOCONSTITUIÇÕES: Elaboradas 
pelo próprio Estado, o que é mais comum, como manifestação da soberania estatal. 
 
4.13 CONTEÚDO IDEOLÓGICO 
 
André Ramos Tavares (apud Lenza,2012, p. 96) propõe outra classificação, levando 
em conta o das Constituições, classificando-as em: 
 
 LIBERAIS OU NEGATIVAS: São constituições que buscam limitar a atuação do 
poder estatal, assegurando as liberdades negativas aos indivíduos. Podem ser identificadas com as 
Constituições-garantia. 
 
 SOCIAIS OU DIRIGENTES: São constituições que atribuem ao Estado a tarefa de ofertar 
prestações positivas aos indivíduos, buscando a realização da igualdade material e a efetivação dos 
direitos sociais. Cabe destacar que a CF/88 pode ser classificada como social. 
 
 
 
Tal classificação possui relação com os direitos humanos de primeira e segunda 
geração. 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
Após a apresentação de vasta classificação das constituições, Lenza (2012, p. 
98) aplica os conhecimentos obtidos na seguinte caracterização da Constituição da República 
de 1988: “promulgada, escrita, analítica, formal (cf. nova perspectiva classificatória 
decorrente do art. 5.º, § 3.º, introduzido pela EC n. 45/2004, sugerida no item 2.3.4), 
dogmática, rígida/ super-rigida, reduzida, eclética, pretende ser normativa, 
principiológica, definitiva (ou de duração indefinida para o futuro), garantia, dirigente, 
social e expansiva”. 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 Concluímos que diante a constituição ser o conjunto de normas que organiza 
os elementos constitutivos do Estado, e de modo que as Constituições podem se apresentarem 
de diferentes maneiras, na qual são necessários critérios para classificar as constituições, na 
qual irá ajudar a compreender as constituições. 
 E tendo em vista, que o conceito de constituição varia de acordo com as 
concepções ideológicas e filosóficas de quem o formula e, portanto, do sentido que lhe seja 
dado. 
De modo que, para Ferdinand Lassale, num sentido sociológico, a Constituição 
é a soma dos fatores reais de poder que predominam em uma comunidade. É a composição do 
que realmente o povo necessita e deseja, devendo haver relação entre o documento escrito e 
as forças determinantes do poder para existir uma Constituição. 
Todavia, na visão de Carl Schmitt, a Constituição é a decisão política 
fundamental, é ato proveniente de um poder soberano que dita à ordem social, a política e a 
jurídica. Já Hans Kelsen, atribuiu a Constituição um sentido jurídico; lei hierarquicamente 
superior em relação às outras normas, não importando o conteúdo, mas simplesmente a forma 
como é escalonada. 
De maneira que para Konrad Hesse, em sua concepção normativa foi feita 
como antítese a tese de Lassale (sociológica). Ainda que em alguns casos a constituição 
escrita acabe por sucumbir diante da realidade, em outros ela possui uma força normativa 
capaz de modificar esta realidade. Para isto, basta que exista uma “vontade de constituição” e 
não apenas uma “vontade de poder”. 
E diante as demais concepções anteriores, Meirelles Teixeira defende a 
concepção culturalista, na qual, em sua visão a constituição tem aspecto sociológico, político 
e jurídico, ou seja, ela reúne todas as concepções anteriores em uma só, visto que não são 
antagônicas, mas complementares, ou seja, vista a constituição de vários ângulos, remete ao 
conceito de Constituição total, que é aquela que não só estabelece normas sobre os poderes, 
mas sobre todos os aspectos da vida social, reunindo todas as demais concepções. Segundo 
ele a constituição é fruto da cultura de um país, posto que faz pensando que existe um aspecto 
sociológico, político e jurídico. 
 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 23ª ed. São Paulo: Malheiros. 2008. 
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução de João Baptista Machado. 7. ed. São 
Paulo: Martins Fontes, 2006. 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Método, 2006. 
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 16. ed. rev., atual. e ampl. – São 
Paulo: Saraiva, 2012. 
 
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 18. ed. rev., atual. e ampl. São 
Paulo: Saraiva, 2014. 
 
LASSALE, Ferdinand. O que é uma Constituição? trad. Hiltomar Martins Oliveira. Belo 
Horizonte: Ed. Líder, 2002. 
NOVELINO, Marcelo. Direito Constitucional. 2ª ed. São Paulo: Editora Método, 2008. 
SCHMITT, Carl. Teoría de la Constitución. Tradução de Alfredo Gallego Anabitarte. 
Madrid: Revista de Drecho Privado, 1932. 
SCHMITT, Carl. Teoría de La Constitución. Presentación de Francisco Ayala. Primera 
edición em “Alianza Universidad Textos” 1982. Cuarta reimpresión em “Alianza Universidad 
Textos”. Madrid. España. 2003. 
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 25. ed. rev. e atual. São 
Paulo: Malheiros Editores, 2005.

Outros materiais