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DIREITO CIVIL VI - AULA - 1

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DIREITO CIVIL VI – AULA – 1 
Introdução ao Direito das Sucessões, Sucessão e Herança
Introdução
Nesta aula, serão apresentados os Direitos Sucessórios. Parte do Direito Civil que estuda a substituição mortis causa. Serão apresentados os conceitos iniciais e seus fundamentos. As regras iniciais de direitos sucessórios que encontram-se no último livro do Código Civil de 2002.
Você irá distinguir as diversas espécies de sucessões e sucessores. Aprenderemos que a sucessão pode se dar de forma legítima ou testamentária, uma decorre de disposição legal, enquanto a outra decorre de atos de última vontade do autor da herança.
Você irá compreender a responsabilidade dos herdeiros e os efeitos da administração provisória da herança, pois a partir do momento da morte os direitos do de cujus passam a ser titularizados pelos seus herdeiros.
Você irá reconhecer ainda, a cessão dos direitos hereditários e compreender seus efeitos jurídicos. O que seria necessário para que a cessão fosse feita de forma adequada e de acordo com as normas jurídicas.
Conceito e fundamentos de Direito das Sucessões
SUCESSÃO MORTIS CAUSA
É aquela que decorre da morte do titular de direitos e como consequência ocorrerá à transmissão do domínio. Todas as vezes que uma pessoa falece, abre a sucessão de seus bens. A sucessão é o ato pelo qual uma pessoa assume o lugar da outra, substituindo-a na titularidade de determinados bens.
DIREITOS SUCESSÓRIOS
O Direito das Sucessões, ramo do Direito Civil, é um complexo de normas e princípios que se destinam a regular a passagem de titularidade do patrimônio (ativo e passivo) de alguém aos seus sucessores (herdeiros e legatários).
“O Direito das Sucessões é o ramo do Direito Civil, obviamente permeado por valores e princípios constitucionais, que tem por objetivo primordial estudar e regulamentar a destinação do patrimônio da pessoa física ou natural em decorrência de sua morte, momento em que se indaga qual o patrimônio transferível e quem serão as pessoas que o recolherão”. Para esse doutrinador, o Direito das Sucessões seria uma disciplina do Direito Civil Constitucional, pelo necessário diálogo com os princípios e normas constitucionais. (CARVALHO, Luiz Paulo Vieira de. Direito..., 2014, p. 18 e 20)
Herança
O direito à herança é garantido na Constituição, no artigo 5º, XXX. Seguindo a linha de constitucionalização do Direito Civil, a herança foi disciplinada na carta magna como direito fundamental. A doutrina atual entende que a herança tem uma função social a ser cumprida, permitindo que o herdeiro obtenha direitos e lhe confira uma destinação econômica adequada.
Artigo 5º, XXX, CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXX - É garantido o direito de herança.
VOCÊ SABIA?
O Código Civil (arts. 1.784 a 2.027, CC) divide o Direito das Sucessões em quatro títulos:
I. Da sucessão em geral;
II. Da sucessão legítima;
III. Da sucessão testamentária;
IV. Do inventário e da partilha.
Do momento da abertura da sucessão
Como já estudamos lá no início do curso, em Direito Civil I, não existe direito sem um titular que o ocupe. Dessa forma, no exato momento da morte, os direitos do falecido serão transferidos para seus herdeiros. A partir daí concluímos que o momento da abertura da sucessão é o exato momento da morte.
Princípio de Saisine
“Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.”
É uma ficção, importada do Direito francês, pela qual, no exato momento da morte do autor da herança, ocorre a transmissão do seu patrimônio aos seus herdeiros e legatários. Ainda que a transmissão do domínio só se concretize tempos depois, a sua eficácia será retroativa ao momento da morte, que se chama momento da abertura da sucessão.
Concluímos, então, que a partir do momento da abertura da sucessão os herdeiros tornam-se condôminos da totalidade de bens deixados pelo morto e apenas após a partilha é que poderá ter a definição de que bem pertencerá a cada um.
“Pelo princípio da saisine, previsto no art. 1.784 do CC/2002, a morte do de cujus implica a imediata transferência do seu patrimônio aos sucessores, como um todo unitário, que permanece em situação de indivisibilidade até a partilha. Enquanto não realizada a partilha, o acervo hereditário — espólio — responde pelas dívidas do falecido (art. 597 do CPC) e, para tanto, a lei lhe confere capacidade para ser parte (art. 75,VII do CPC). Acerca da capacidade para estar em juízo, de acordo com o art. 75,VII do CPC, o espólio é representado, ativa e passivamente, pelo inventariante. No entanto, até que o inventariante preste o devido compromisso, tal representação far-se-á pelo administrador provisório, consoante determinam os arts. 985 e 986 do CPC. O espólio tem legitimidade para figurar no polo passivo de ação de execução, que poderia ser ajuizada em face do autor da herança, acaso estivesse vivo, e será representado pelo administrador provisório da herança, na hipótese de não haver inventariante compromissado”.
Devemos lembrar que a morte pode ser real ou presumida:
A morte real
É a atestada, na qual se tem um corpo com detecção de morte cerebral atestada por um médico. É a morte conforme artigo 6º do Código Civil.
Morte presumida sem declaração de ausência
É a morte sem a presença do corpo para que seja atestada por um médico, mas determinada por sentença, quando se enquadrarem em situações previstas no artigo 7º do Código Civil.
Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I — se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II — se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Morte presumida por ausência
Se uma pessoa desaparecer do seu domicilio sem deixar notícia, a principio será declarada nomeada um curador, posteriormente será aberta a sucessão provisório e apenas 10 anos depois, com a abertura da sucessão definitiva é que será declarada a morte presumida, nos termos do artigo 37 do Código Civil.
Comoriência
É quando ocorre a morte de mais de uma pessoa ao mesmo tempo e não é possível determinar quem veio a óbito primeiro.
Art. 8º Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Significa dizer que se um pai morre junto com um filho, sendo impossível precisar quem morreu primeiro, presume-se que se deu a comoriência e desta maneira um não chegou a herdar do outro.
“Comoriência. Acidente de carro. Vítima arremessada a 25 metros de distância do local, encontrada morta pelos peritos 45 minutos depois, enquanto o marido foi conduzido ainda com vida ao hospital falecendo em seguida. Presunção legal não afastada. Sentença de improcedência reformada. Recurso provido” (TJSP, Apelação com Revisão 566.202.4/5, Acórdão 2652772, 8.ª Câmara de Direito Privado, São João da Boa Vista, Rel. Des. Caetano Lagrasta, j. 11.06.2008, DJESP 27.06.2008).
Herança
Atenção, porque o artigo 71 do Código Civil permite a pluralidade de domicílios e, neste caso, qualquer um deles poderá ser considerado como lugar da abertura da sucessão.
“Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.”
O assunto é tratado no artigo 48 do Código de Processo Civil.
Art. 48, CPC: O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento dedisposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Em complemento, a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros.
Continuar lendo o arquivo: Sucessão de bens de estrangeiros situados no país
Lei aplicável à sucessão
Lei Material — aquela que vigorar no momento da morte. Mesmo que surja lei nova logo após a morte, será utilizada lei retroativa ao momento da morte.
“Art. 1.787. Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela.”
O Senhor José faleceu em dezembro de 2001, portanto, antes da vigência do Código Civil. Devido a diversos contratempos, seu inventário só pôde ser aberto em maio de 2012, já com a vigência do Código Civil. Na sua opinião, aplica-se a lei retroativa ao momento da morte ou será utilizada a lei vigente no momento em que o inventário estiver em curso?
GABARITO
Se alguém morreu antes da vigência do Código Civil atual aplica-se a regra do diploma legal de 1916, conforme artigo 2.014 do Código Civil.
“Art. 2.041. As disposições deste Código relativas à ordem da vocação hereditária (arts. 1.829 a 1.844) não se aplicam à sucessão aberta antes de sua vigência, prevalecendo o disposto na lei anterior.” (Lei no 3.071, de 1º de janeiro de 1916)
Não se esqueça de que a lei processual a ser utilizada será a vigente no momento em que o inventário estiver em curso, não ficando vinculada ao momento da abertura da sucessão.
As espécies de sucessões e de sucessores. A indivisibilidade da herança. A responsabilidade dos herdeiros. Os efeitos da administração provisória da herança.
Das espécies de sucessão
Observação: Havendo herdeiros necessários (ascendente, descendente, cônjuge) só pode dispor de até 50% do seu patrimônio.
“Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.”
Espécies de sucessores
SUCESSORES LEGATÁRIOS
O legatário é um herdeiro a título singular, o qual é contemplado em testamento com um ou com alguns bens específicos.
SUCESSORES HERDEIROS – HERDEIROS LEGÍTIMOS
São os estipulados por lei. O artigo 1.829, do Código Civil, confere uma ordem de vocação hereditária, ou seja, a ordem em que os herdeiros serão chamados a participar da herança do morto.
Cada inciso do artigo representa uma classe de herdeiros e só é possível aplicar o inciso seguinte se o anterior não puder ser aplicado. É uma forma de ver quem tem preferência na herança.
Art. 1.829/CC. A sucessão legítima difere-se na ordem seguinte:
I – aos descendentes em concorrência com o cônjuge;
II – aos ascendentes em concorrência com o cônjuge;
III – ao cônjuge;
IV – aos colaterais.
Observação: Herdeiros Necessários — São herdeiros legítimos, mas que não poderão ser afastados por testamento, conforme Art. 1.845 e 1.846, ambos do Código Civil. Não podem ficar privados de pelo menos 50% da herança: os ascendentes, os descendentes e o cônjuge.
SUCESSORES HERDEIROS – HERDEIROS INSTITUÍDOS
Nomeados pelo autor da herança em testamento, conferindo-lhe quinhão hereditário, não um bem específico.
Observação: O mesmo sujeito pode figurar nas diversas classificações de sucessores, recaindo o seu direito, sobre blocos patrimoniais distintos. Nada impede que um herdeiro receba por sucessão legítima e por sucessão testamentária.
Herança
É a universalidade patrimonial da pessoa. É o conjunto de bens, direitos e deveres. A herança, ainda que seja composta de bens móveis, é considerada bem imóvel.
A natureza jurídica da herança é universalidade de direito, por ser considerada bem imóvel para os efeitos legais, na forma do art. 80, II do Código Civil. Não é suscetível de divisões em partes, antes que seja feita a partilha dos bens no inventário.
Art. 80, CC: Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
Indivisibilidade da herança
A herança é um bem indivisível antes da partilha. Nos termos do art. 1.791, do Código Civil, a herança defere-se como um todo unitário, in totum, ainda que vários sejam os herdeiros.
O direito dos coerdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio. Forma-se, então, um condomínio eventual pro indiviso em relação aos bens que integram a herança, até o momento da partilha. Isso justifica, por exemplo, a impossibilidade, como regra, da usucapião de bens entre herdeiros, como antes foi esposado. (TARTUCE, 2017, p. 44)
Os herdeiros passam a ser condôminos sobre a totalidades dos bens deixados pelo extinto. A herança, até que seja feita a partilha dos bens, é de copropriedade de todos os herdeiros e como tal, um não pode impedir o exercício de direito de propriedade do outro.
Art. 1.791. A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros.
Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos coerdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio.
A responsabilidade dos herdeiros até as forças da herança
De acordo com o artigo 1.792 do Código Civil:
O prazo para o ajuizamento do inventário está previsto no artigo 1.796 do Código Civil. Porém, o Código de Processo Civil de 2015, no artigo 611, traz um prazo de 2 meses e pelo princípio da especialidade deverá ser esse o prazo adotado. Assim, o ajuizamento do inventário deverá ser feito em até 2 meses contados, a partir da abertura da sucessão.
Art. 1.792, CC: O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demostrando o valor dos bens herdados.
Art. 1.796,CC: No prazo de trinta dias, a contar da abertura da sucessão, instaurar-se-á inventário do patrimônio hereditário, perante o juízo competente no lugar da sucessão, para fins de liquidação e, quando for o caso, de partilha da herança.
Art. 611, CPC: O processo de inventário e de partilha deve ser instaurado dentro de 2 (dois) meses, a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
Continuar lendo o arquivo: Inventário
Administração provisória da herança
Observação:
Espólio é a herança ajuizada ou inventariada;
O espólio é administrado pelo inventariante;
O inventariante só é considerado como tal após assinatura de Termo de Compromisso de Inventariante em juízo. Só a partir deste momento é que será investido como inventariante;
A inventariança é um encargo.
Cessão de direitos hereditários e seus efeitos jurídicos
É um negócio jurídico translativo por atos inter vivos, que somente poderá ser realizado após a abertura da sucessão, pois o artigo 426 do Código Civil, não se pode negociar sobre a herança de pessoa viva. Porém, após a abertura da sucessão pode ser feita a cessão, desde que não exista cláusula de inalienabilidade imposta em testamento pelo falecido.
Art. 1.793. O direito à sucessão aberta, bem como o quinhão de que disponha o coerdeiro, pode ser objeto de cessão por escritura pública.
§ 1º Os direitos, conferidos ao herdeiro em consequência de substituição ou de direito de acrescer, presumem-se não abrangidos pela cessão feita.
§ 2º É ineficaz a cessão, pelo coerdeiro, de seu direito hereditário sobre qualquer bem da herança consideradosingularmente.
§ 3º Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.
Art. 1.794. O coerdeiro não poderá ceder a sua quota hereditária à pessoa estranha à sucessão, se outro coerdeiro a quiser, tanto por tanto.
Art. 1.795. O coerdeiro, a quem não se der conhecimento da cessão, poderá, depositado o preço, haver para si a quota cedida a estranho, se o requerer até cento e oitenta dias após a transmissão.
Parágrafo único. Sendo vários os coerdeiros a exercer a preferência, entre eles se distribuirá o quinhão cedido, na proporção das respectivas quotas hereditárias.
Atividades
1- João morre em dezembro de 2015 deixando dois filhos, Camila e Roberto. Camila e Roberto, no entanto, em virtude do grande sofrimento vivenciado pela morte de João, acabam por não tomar as medidas necessárias ao processamento de inventário de João. Diante da situação apresentada, pergunta-se: é possível afirmar que Camila e Roberto são proprietários dos bens deixados por João?
GABARITO
Em virtude da incidência do art. 1.784, CC, a posse e propriedade dos bens deixados por João são transferidos aos seus herdeiros e eventuais legatários no momento da abertura da sucessão, que é momento da morte. Desta forma, a propriedade fora transferida a Camila e Roberto na data da morte de João, por força do princípio do direito de saisine.
2- Ricardo morreu em 30/10/2012 deixando, como únicos herdeiros, seus três filhos, Marcelo, Gabriela e Renato. Ricardo possuía um único imóvel, que foi objeto de inventário por escritura pública, no valor de R$300.000,00 divididos em partes iguais por seus três filhos.
O imóvel foi vendido 6 meses depois da morte de Ricardo. Um ano depois do falecimento de seu pai, o filho mais velho, Marcelo é acionado em ação de cobrança de dívida deixada por seu falecido pai, no montante de R$250.000,00. Preocupado com a situação Marcelo lhe procura e pergunta se é obrigado a pagar a dívida toda deixada por seu pai. Explique sua resposta.
GABARITO
A abertura da sucessão ocorreu em 30/10/2012 com a morte de Ricardo. Marcelo não é obrigado a pagar toda a dívida uma vez que ninguém pode responder ultra vires hereditatis, ou seja, que ninguém pode responder por encargos superiores às forças da herança (art. 1.792, CC). Assim, Marcelo só é obrigado a responder pelo equivalente a R$100.000,00, montante da herança de seu pai, por ele recebido.

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