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Vicios privados, beneficios publicos

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Resenha: Eduardo Giannetti - Vícios privados, benefícios públicos? 
Arthur Fernandes da Costa Alves
FIPECAFI – Gestão Financeira: 1º semestre
__________________________________________________________
Eduardo Giannetti é um economista e professor brasileiro, formado na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) ambas da Universidade de São Paulo. É autor de diversos livros e artigos, já tendo sido traduzido para diversos idiomas, e tendo ganhado por duas vezes o Prêmio Jabuti: em 1994, com o livro Vícios privados, benefícios públicos? (Cia. das Letras, 1993) e, em 1995, com As partes & o todo (Siciliano, 1995).
O livro está dividido em cinco capítulos, procurando relacionar a ética (ou a falta de ética) com o (possível) desenvolvimento econômico de uma sociedade, fazendo isso através das referências históricas. Segue um resumo geral de cada capítulo.
No primeiro capítulo, o autor fala sobre as variações do neolítico moral - a crença de que o retardamento ético do homem é a causa principal do hiato - com o passar das eras, em que todas as teses afirmavam, com mais ou menos ênfase, que a evolução cientifica/tecnológica do homem era a responsável pelo o atraso da evolução moral.
Conclui afirmando ser difícil definir, verificar ou medir o progresso moral de uma civilização, isso se for possível hierarquizar as sociedades humanas de acordo com um suposto grau de avanço no campo da ética.
Mesmo sendo inviável fazer uma relação entre a evolução tecnológica e a evolução moral de uma sociedade, visto que é difícil ter critérios objetivos que permitam fazer comparações claras e inequívocas, a evolução tecnológica cria uma desigualdade em qualquer civilização, visto que não serão todos que irão usufruir e esta diferença cria pontos de vistas diferentes sobre o mesmo tema, tornando difícil uma unificação da moral.
Como o carro, por exemplo, é mais fácil para uma pessoa que não em acesso a um carro particular ser favorável a uma medida que limite o seu uso para a conservação do meio ambiente, já uma pessoa, que sempre teve acesso, pode entender que o conforto/beneficio que ele pode proporcionar vale o custo ambiental associado.
Não existe uma relação direta entre a evolução tecnológica e o atraso moral em uma sociedade, e nem é possível fazê-la, visto que, segundo o autor, as mudanças no conhecimento cientifico, no meio ambiente e na problemática da sociedade demandam uma constante revisão dos nossos julgamentos.
No segundo capítulo, o autor procura entender a necessidade do desenvolvimento de uma ordem moral para assegurar a coexistência, relativamente pacifica, dos indivíduos em uma determinada sociedade. Já que, a inexistência de tal ordem, causaria o desmanche caótico e violento dessa civilização.
Dada à certeza da necessidade de uma ordem moral, um novo problema surge: como fazer com que os indivíduos dessa sociedade acatem as normas impostas? 
A conclusão foi de que a adesão as normas parece ser motivada por uma combinação de submissão, identificação e internalização. O ponto a ser discutido, é o que determina a maior ou menor adesão dos indivíduos em cada situação.
No terceiro capítulo, é discutida a questão que surge com a conclusão de que é necessária uma autoridade para impor uma ordem moral para que uma sociedade não sucumba em caos e violência, até que ponto, pode ser restringida a liberdade individual, para que a coesão social não seja desfeita.
	Pensando no problema, duas extremidades são discutidas, uma em que a autoridade decide todas as possibilidades que um individuo dessa sociedade possa ter e outra em que ele é livre para tomar suas decisões. No primeiro caso, as limitações impostas fazem com que essa sociedade não tenha valor e, na segunda, a sobrevivência da sociedade fica comprometida. Com isso, uma nova indagação aparece: “Sem liberdade não há escolha moral; sem escolha moral não pode haver mérito; e, sem mérito, o que pode valer o indivíduo?”.
	Estendeu seu pensamento para o plano econômico e a relação que uma autoridade (Estado) tem no desenvolvimento econômico, tanto individual quanto a de uma comunidade. 
	Concluindo que, tanto para a coesão social quanto para o plano econômico, o Estado deveria proteger cada membro da sociedade contra a violência de outro membro. Mas que o processo seria lento e que, na busca do equilíbrio de quando se deve agir ou não, inexistiriam respostas simples e definitivas. 
	No quarto capítulo, é abordado a tese do egoísmo ético, que, para promover a eficiência produtiva e alocativa da economia e maximizar o nível de bem estar material da sociedade, era necessário que cada individuo pertencente dessa comunidade sempre buscasse melhorar sua condição de vida material.
	Com isso, conclui que, ao contrário que o neolítico moral afirma, a prosperidade de uma sociedade não acarreta em vícios e retarda o progresso ético, e sim que, os vícios e falta de ética alavanca a fortuna de uma sociedade. Sendo assim, o excesso da moralidade cívica em uma comunidade, levaria a mesma a estagnação econômica.
	Apesar, da necessidade de vícios para que uma sociedade tenha prosperidade, a fala de uma autoridade para proteger os indivíduos, uns dos outros, causaria tanto dano quanto uma sociedade sem desvios éticos. Assim como, uma autoridade, buscando apenas o seu interesse, apenas causaria mais dano à sociedade. Como dito antes, ”na busca do equilíbrio de quando se deve agir ou não, inexistiriam respostas simples e definitivas”.
	No quinto capítulo, foi discutida a noção de que a presença de valores morais e a adesão a normas de conduta são requisitos indispensáveis para prosperidade econômica como regra de convivência civilizada e se torne, alimentado pela busca individual por uma melhoria na sua condição de vida material, uma interação construtiva na criação de riqueza.
	Concluindo que, a base da economia deve ser a busca pela confiança plena entre seus participantes, e para isso, as regras do jogo são importantes, mas estão longe de ser tudo.
	Para que uma sociedade alcance o auge de seu desenvolvimento e riqueza, a ética deve ser uma qualidade almejada pelos seus indivíduos, visto que, apesar da necessidade da ambição em melhorar sua condição de vida, é ilusório supor que o auto interesse dentre da lei é tudo o que o mercado precisa para o seu máximo desenvolvimento.
	Após a leitura do livro, pode-se concluir que, a relação proposta por vários autores, de que quanto mais vícios uma sociedade possui maior será o seu progresso, não possui validade. Já que existe uma necessidade de ordem, tanto legal quanto moral.
	O mais interessante é a forma como foi abordado o pensamento econômico de diferentes culturas e tempos, com um formato simples e didático. Mostrando que, muitos dos problemas que o Brasil possui, já foram estudados anteriormente na história.

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