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A Diabete, também conhecida como Diabete Mellitus, é uma doença crônica e prevalente, classificada como uma epidemia pela organização mundial de saúde, na qual o organismo não produz insulina suficiente, ou não consegue usar adequadamente a insulina que é produzida, causando assim a hiperglicemia e distúrbios no metabolismo, de carboidratos, proteínas e gorduras. MARASCHIN (et al., 2010, p. 02), Explica que a insulina é um hormônio anabólico essencial para a conservação da homeostase de glicose e do crescimento e diferenciação celular. Esse hormônio é secretado pelas células β das ilhotas pancreáticas em resposta ao aumento dos níveis circulantes de glicose e aminoácidos glicogênios após as refeições. A insulina também regula a homeostase de glicose em vários níveis, reduzindo sua produção hepática e aumentando sua captação periférica, principalmente nos tecido muscular e adiposo. FEDERLE et al. (2011.) A incidência de DM (Diabetes Mellitus) vem crescendo mundialmente, resultando em uma epidemia global (CHENG et al., 2013). Segundo LORBER, (2014), mais de 382 milhões de pessoas estão atualmente afetadas em todo o mundo, com previsão de aumento para 592 milhões para o ano 2035. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil é o quarto país no mundo em número de pessoas com Diabetes, com mais 12 milhões de doentes (ALMEIDA-PITITTO et al., 2015). Isso acontece porque na maioria das vezes os pacientes diabéticos só procuram tratamento muito tarde, apenas quando já aparece uma das complicações. Tipo 1: GUIDONI (2009) pontua o tipo 1 (DM1), que aparece principalmente na fase da infância ou da adolescência, ocasionado pela destruição de células beta, de natureza autoimune ou idiopática, causando deficiência completa de insulina, sendo necessária a reposição do hormônio. O desenvolvimento do DM1 pode ocorrer de forma progressiva, em crianças e adolescentes com maior incidência entre 10 e 14 anos, já nos adultos ocorre mais lentamente. Tipo 2: O tipo 2 (DM2), mais frequente, corresponde a aproximadamente a 85% a 90% dos casos e aparece insidiosamente, principalmente em adultos, no entanto sua frequência tem aumentado em crianças e adolescentes obesos. Esse tipo de Diabetes assemelha-se clinicamente a DM1 autoimune, que muitas vezes é classificada erroneamente como tipo DM2, devido ao seu aparecimento tardio. Estima-se que a DM2 é de 8 a 10 vezes mais comum em comparação com o tipo 1 De acordo com SANTOS, FREITAS e PINTO (2014), a DM2 ocorre na maioria dos casos por fator hereditário. Há também uma relação com o aumento de peso e com a vida sedentária. Cerca de 60 a 90% das pessoas vítimas da DM2 está acima do peso normal. A incidência aumenta a partir dos 40 anos de vida. A DM2 pode evoluir no paciente sem sintomas durante vários anos, e apresentar somente leve hiperglicemia de jejum. Entretanto, como já mencionado, o Diabetes é assintomático em proporção significativa dos casos, a suspeita clínica ocorrendo então a partir de fatores de risco para o diabetes (BRASIL, 2006). Os sintomas clássicos de Diabetes Tipo1 e Tipo2 são: poliúria, polidipsia, polifagia e perda involuntária de peso, assim também como a fadiga, fraqueza, letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite e infecções de repetição. Algumas vezes o diagnóstico é feito a partir de complicações crônicas como neuropatia, retinopatia ou doença cardiovascular aterosclerótica. Existe outro tipo de Diabetes pouco conhecido e pouco divulgado. A Diabetes Gestacional, que trata-se de qualquer intolerância à glicose, de magnitude variável, com início ou diagnóstico durante a gestação. Entretanto, aquelas pacientes de alto risco e que na consulta inicial de pré-natal já preenchem os critérios para diabetes fora da gestação serão classificadas não como diabetes gestacional, mas como DM. Similar ao DM2, o DM gestacional associa-se tanto à resistência à insulina quanto à diminuição da função das células beta (SBD, 2015). O DM gestacional ocorre em 1 a 14% de todas as gestações, e relaciona-se com aumento de morbidade e mortalidade perinatais. No Brasil cerca de 7% das gestações são complicadas pela hiperglicemia gestacional. Grande parte das gestantes com a doença desenvolve o problema porque não produzem insulina suficiente para regular sua taxa de glicose. Dentre as complicações que podem surgir em virtude disto problemas respiratórios no bebê e hipertensão na mãe. Na maioria dos casos, existe reversão para a tolerância normal após a gravidez, porém cerca de 10% a 63% correm risco de desenvolver DM2 dentro de 05 a 16 anos após o parto (SBD, 2015). A terapêutica na DM1 historicamente tem seguido a tríade insulina/alimentação/ atividade física. Com os novos avanços tecnológicos e terapêuticos, e novos conhecimentos dos fatores psicológicos e sociais que envolvem o diabetes, poder-se-ia dizer que hoje a tríade deveria mudar para insulina/ monitorização/educação em diabetes, incluindo em educação a alimentação, a atividade física e a orientação para os pacientes e suas famílias (SBD, 2012). A insulina deve ser iniciada assim que for feito o diagnóstico de DM1. A escolha do melhor esquema terapêutico deve levar em consideração as características das insulinas, idade, estágio puberal, horário de escola/ trabalho, atividades físicas, padrão de alimentação e, mais importante, aceitação do esquema proposto pelo paciente e pela família (SBD, 2012). Já na DM2, atualmente, existem muitas substâncias que ajudam no tratamento do DM2, a única diferença é como agirá no organismo. Os medicamentos podem ser classificados em três grupos: 1) Os que auxiliam na secreção da insulina; 2) Os que reduzem a resistência insulínica e 3) Aqueles que diminuem o aumento da digestão dos carboidratos. Atualmente, existem remédios reúnem essas características num só comprimido (SANTOS; FREITAS; PINTO, 2014). No paciente com DM2 a utilização da insulina é menos frequente do que deveria e seu início tende a ser tardio. Isso se deve ao receio infundado, tanto por parte de médicos como do paciente e seus familiares. (SBD, 2015). Embora a dificuldade de manter a hemoglobina glicada (HbA1c) no nível desejado ao longo do tempo esteja relacionada tanto com o estilo de vida quanto com o tipo de medicação prescrita, ela decorre primariamente do declínio progressivo da função da célula β, sendo a necessidade de insulinização reconhecida como o resultado natural desse processo temporal. Por esta razão, a terapêutica com insulina deve ser iniciada quando, a despeito de doses máximas de duas ou três drogas orais utilizadas por alguns meses, o paciente mantiver níveis de HbA1c> 7% ou > 8% em populações específicas (SBD, 2015) A terapêutica com insulina também deve ser iniciada quando o paciente apresentar sinto- mas de hiperglicemia graves e significantes ou níveis de glicose muito elevados (> 300 mg/dl) ou perda de peso significante ou presença de acetonúria. A insulina é a mais efetiva medi- cação hipoglicemiante conhecida e pode reduzir a HbA1c aos níveis de controle desejáveis a partir de quais- quer níveis de HbA1c iniciais. Não existem doses máximas acima das quais seu efeito terapêutico não ocorra, nem contraindicações ao seu uso (SBD, 2015). O controle do diabetes mellitus e a prevenção de complicações envolvem o conhecimento e a execução de tarefas de autocuidado por parte do paciente. Monitoramento do índice glicêmico, adequação da alimentação, cuidado com os pés e prática de atividades físicas englobam tais tarefas. Isso ocorre quando o paciente é bem instruído pela equipe de saúde e quando é desenvolvido um bom relacionamento profissional-paciente.Pois é as unidades básicas de saúde do SUS, que respondem por 47,1% do cuidado desses pacientes com DM. A DM é uma doença crônica e complexa, necessitando de cuidados médicos contínuos, objetivando o controle glicêmico eficaz, a diminuição de complicações, dos custos financeiros, da morbidade e da mortalidade associados à doença ADA, (2015); Tem sido destacado o valor da intervenção precoce, a segmentação de mudanças no estilo de vida e estratégias farmacológicas para reduzir as complicações macrovasculares. (LORBER, 2014). Além disso, o apoio contínuo de agentes de saúde e da família é fundamental na prevenção de complicações agudas e redução do risco de complicações em longo prazo. (ADA, 2015). Mudanças no estilo de vida, incluindo a aderência ao planejamento alimentar, medicamentoso e o combate ao sedentarismo, têm sido apontados como fatores importantes na prevenção e controle da doença. TOSCANO (2004). ADA (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION.) Standards of medical care in diabetes – 2010. Diabetes Care, Alexandria, v. 33, n. Suppl. 1, p. S11-61, Jan. 2010. DOI: 10.2337/dc10-S011. Errata em: Diabetes Care, Alexandria, v. 33, n. 3, p. 692, Mar. 2010. Disponível em: . ALMEIDA-PITITTO B, Dias ML, Moraes ACF, Ferreira SRG, Franco DR, Eliaschewitz FG. Type 2 diabetes in Brazil: epidemiology and management. Diabetes Metab Syndr Obes. 2015 Jan; 8:17-28. Brasil: Diabetes. DiabetesTipoI. 2016. Disponível em: <https://www.bd.com/brasil/diabetes/page.aspx?cat=19151&id=19257>. Acesso em: 27/03/18 CHENG L , Khorasani K , Ding Y , Guo X ; Revista Internacional de Biologia Computacional e Drug Design (IJCBDD) , vol. 6, nº 1/2, 2013 Data de publicação online: quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013. Disponível em: <https://www.yeastgenome.org/reference/S000152525>. Acesso em: 27/03/19 FEDERLE, C. A. et al. Atuação do enfermeiro na cetoacidose diabética. Voos Revista Polidisciplinar Eletrônica da Faculdade Guairacá, v. 3, n. 2, 2012. Disponível em:<http://www.revistavoos.com.br/seer/index.php/voos/article/view/219/05_Vol3.2_VOOS2011_CCS>. Acesso em 27/03/19 GUIDONI, C. M. et al. Assistência ao diabetes no Sistema Único de Saúde: análise do modelo atual. BrazilianJournalofPharmaceuticalSciences, v. 45, n. 1, p. 37-48, 2009. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/bjps/v45n1/05.pdf>. Acesso em 27/03/19. LORBER, D. Importance of cardiovascular disease risk management in patients with type 2 diabetes mellitus. Diabetes Metab Synd Obes. 2014;7:169–83. MARASCHIN, F. J. et al.2010 Classificação do Diabete Melito. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Arq. Bras. Cardiol. vol.95 no.2 São Paulo Aug. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066782X2010001200025&lng=en&nrm=iso&tlng=pt&ORIGINALLANG=pt>. Acesso em 27/03/19. SANTO, M.B. do. E.; SOUZA, L.M.E. de; SOUZA, A.C.G. de; FERREIRA, F.M. Adesão dos portadores de diabetes mellitus ao tratamento farmacológico e não farmacológico na atenção primária à saúde. Revista de Enfermagem, v.15, n.1, 2012. SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes). Disponível em:<http://www.diabetes.org.br/para-o-publico/diabetes/o-que-e-diabetes>. Acesso em: 27/03/19. TOSCANO, C.M. As campanhas nacionais para detecção das doenças crônicas não-transmissíveis: diabetes e hipertensão arterial. Ciênc. Saúde Col., v.9, n.4, p.885-895, 2004. Cursos de Técnico em Enfermagem – Uc3 Professora: Marília Modesto Alunas: Anny Priscila; Beatriz Nunes; Gabriela Maura; Kellen Cristina; Maria Paula Teodoro; Raquel Souza; Simone Alencar
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