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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 9ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
Processo nº:XXXX
Autos nº: XXX
	JOSIANE ALMEIDA, já qualificadanos autos em epígrafe,que lhe move a justiça publica através do Ministério Público Federal, vem, por seu advogado que ao final subscreve, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, por não se conformar com a Sentença de fl. X.
	Dessa forma, apresenta tempestivamente RAZÕES RECURSAIS, de Apelação interposta por termo – fl. Y – contra sentença de fl. X, nos termos da fundamentação anexa, requerendo que vossa excelência se digne determinar a sua remessa ao Desembargador Federal Presidente do Egrégio Tribunal Regional Federal da 1ª Região do Estado de Minas Gerais, para reforma da decisão, com fulcro no inciso I do artigo 593 do Código de Processo Penal.
Nestes termos, 
Pede deferimento.
Brasil, 01 de dezembro de 2018
Advogado:
OAB. Nº:
RECURSO DE APELAÇÃO
APELANTE:Josiane Almeida
APELADO: Ministério Público Federal
OBJETO: Ação Penal - Peculato 
AUTOS ORIGINÁRIOS: n° XXXX.XXXXXX-XX
 
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO – AO COLENDO DESEMBARGADOR PRESIDENTE.
 
Autos nº: XXX 
 
 
 
RAZÕES DO RECURSO
1. DOS FATOS.
.
	Nos autos, aréJosiane Almeida, funcionária pública de uma agência da Caixa Econômica Federal em Belo Horizonte - MG, que ocupa o cargo de Gerente de Conta, foi acusada com incurso nas penas do artigo 312, caput,do Código Penal, porque,segundo as conclusões do procedimento administrativo, a mesma no dia 08 de julho de 2018, supostamente teria chegado antes do horário de início do expediente bancário, e por meio de sua senha e matrícula, efetuou o comando de cadastramento de senha bancária referente à conta de uma das clientes do referido banco em que trabalha, e antes deste ato alegado, a acusada também havia feito o pedido do cartão magnético dessa mesma conta, foi alegado então que alguém efetuou saques da referida conta em locais/agências bancárias diversas.
	Por esse motivo o Ministério Público Federal acusou a ré, de crime de peculato, fundamentado no Art. 312 CP.
	Intimada na data de26 de novembro de 2018 da prolação da sentença, a révem, tempestivamente, expor Razões do Recurso.
O Parquet requereu a condenação daré, com base no art. 312, caput,do Código Penal, pedido que foi acolhido pelo magistrado, condenando a réu a 6 anos de reclusão e multa.
2. DO DIREITO.
2.1. PRELIMINARES.
a) Do Cerceamento de Defesa
	Importante ressaltar, inicialmente, que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LV, assegura a todo acusado o contraditório e a ampla defesa, com todos os meios e os recursos inerentes.Verifica-se que o presente feito está maculado por vicio incurável, pois cercou de forma flagrante a defesa da ré.
	Isto porque o Magistrado que proferiu a sentença hora questionada, de forma imotivada e injustificada, mesmo sobre protestos da defesa indeferiu a oitiva das testemunhas arroladas pela defesa, malgrado em que pese terem elas relevante valor probando.
	Sendo assim considera-se o ato cerceatório a limitação do exercício da ampla defesa, quanto impede a produção de provas que se julguem pertinentes a fim de se rechaçar as teses articuladas pela acusação.
	Neste sentido o artigo 5° da Constituição Federal, inciso LV, é claro em asseverar que:a defesa é uma garantia constitucional.
	Sendo o certo que foi violado o devido processo legal por cerceamento de defesa. No caso em tela a oitiva de testemunhas era imprescindível para aferir fatos valorosos, de grande relevância para formulação de uma decisão do judiciário, portanto o indeferimento da oitiva das testemunhas fere os princípios da ampla defesa e do contraditório.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV -aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
	Verifica-se a nulidade do presente processo em função da escusa em realizar a oitiva das testemunhas arroladas pela Defesa da Ré.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativas colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
	
	Requer-se a nulidade absoluta do processo, a partir da Audiência de Instrução de Julgamento, por ofensa aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art. 5°, LV, CF), aos artigos 196 e 400 do CPP e em conformidade com o art. 564, III, e, do CPP.
	Dessa forma, resta demonstrado a ofensa do princípio do contraditório e ampla defesa, dando causa a nulidade suscitada no artigo 564, III, e, do Código de Processo Penal. Conforme consolidado pelo Supremo Tribunal Federal;
súmula 523 “No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”. 
2.2 DO MÉRITO.
a) Da absolvição por insuficiência de provas
	Os fatos narrados revelam sem qualquer sombra de dúvidas que não há os requisitos típicos do crime em comento, eis que há ausência de justa causa, com base no art. 395, III do CPP. vez que nada foi encontrado em posse da Ré, dessa forma não há fato que tipifique o crime alegado pelo querelante, pois o art. 312 CP descreve que para ocorrer o crime de Peculato o qual o querelante alega, há a necessidade de que o agente público aproprie-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular.
	As provas materiais que o querelante aduziu, são suposições vazias, pois nada foi encontrado em posse da acusada. Segundo o procedimento administrativo, constatou-se que: no dia 8 de julho de 2018, foram utilizados a matrícula e a senha da acusada para fazer o cadastro da senha e anteriormente o pedido do cartão, porém nada de material foi encontrado em posse da mesma, sendo assim não há indícios suficientes para a sentença proferida pelo Magistrado.
Conforme o que assevera o art. 395 III do CPP e a descrição do crime alegado pelo querelante constante no art. 312 CP. 
	
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal;   
Art. 312CP- Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio. 
	Do exposto, insta mencionar à V. Ex.ª, não haver tipicidade na conduta da acusada, uma vez que a mesma não tinha nada em sua posse. Portanto, resta configurada a atipicidade da conduta da Acusada, não há de se falar em crime, como assevera o art. 14, I, CP:
Art. 14 - Diz-se o crime: 
        Crime consumado 
 I -consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; 
Art. 312 CP- Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular...
	Conforme se depreende dos autos,o Magistrado considerou os supostos antecedentes criminais como sendo a circunstância judicial necessária e suficiente para fixar a pena-base supramencionada, de acordo com o artigo 59 do CP. Isso porque, segundo ele, a Ré é investigada por outro crime diverso do presente caso, conforme certidão de fls. 100 trazida aos autos. 
	Ressalte-se que se trata de uma investigação e não de uma sentença transitado em julgado, por esse motivo não há de se falar em maus antecedentes.
	O simples fato de um funcionário público apropriar-se de dinheiro não configura o crime de Peculato, mas é necessário saber oque motivou a serem esses recursos a ele confiados. Nesse sentido tem sido o entendimento do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo no julgado abaixo:
“Não basta para a configuração do peculato que o agente que se apropriou do dinheiro seja funcionário público. É mister que a denúncia esclareça a que título lhe foi o dinheiro confiado, se ratione officii ou contemplationeofficii, distinção essa fundamental para a exata definição do delito” (TJSP – RHC – Rel. Chiaradia Netto – RT 369/52).
	Dessa forma, faz-se necessário a absolvição do réu, com base no artigo 386, inciso VII, Código de Processo Penal. Ocorrendo a reforma da referida Sentença para que seja declarada a absolvição da acusada, visto que não existem provas suficientes para sua condenação. 
	Assim, a dúvida deve levar, necessariamente, à absolvição, em apreço aoprincípio constitucional da presunção de inocência,In dubio pro reo, a menos que haja robusto conjunto probatório a elidi-la. 
	Contudo, não é o que ocorre nos autos, sendo manifesta a insuficiência probatória. Assim, imprescindível a absolvição do apelante da acusação do delito dePeculato, conforme previsão do Código de Processo Penal, artigo 386, inciso VII. 
Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
3. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer: 
a) Seja o presente recurso conhecido e provido, sendo anulada a Referida Sentença de fl. X., com fulcro no inciso IV, do artigo 564, do Código de Processo Penal e súmula 523 do STF, conseguinte o retorno dos autos à vara de origem, para que seja assegurado ao acusado o direito de apresentar alegações finais.
b) Subsidiariamente, seja o réu absolvido, ante a insuficiência de provas para condenação, fundamentos encontrado no art. 386, VII do Código de Processo Penal.
Brasil,10 de dezembro de 2018
Advogado:
OAB nº:

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