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Prof. Eng. Ricardo Bonfim 1 Estruturas Especiais de Concreto - Perdas de Protensão NOTAS DE AULA 2 Definição A força de protensão é o elemento fundamental das peças de concreto protendido. Ela deve garantir o estado de protensão das seções de concreto durante toda a sua vida útil. Ao se efetuar a protensão da armadura não se consegue um esforço constante ao longo da mesma. Vários fatores, entre os quais as técnicas de protensão, influem no esforço efetivo de protensão em cada seção. Devido a diversos fatores observa-se uma redução da força de protensão aplicada na armadura ativa em diversas etapas da execução e utilização da estrutura. Perdas de Protensão 3 Definição A redução da intensidade da força de protensão é o que chamamos de perdas de protensão. Essas perdas são dividas em 2 grupos: Perdas de Carga Imediatas; Perdas de Carga Progressivas; De uma maneira geral serão discutidos os casos com pós tração (protensão após a concretagem) particularizando-se, depois, para o caso de pré tração. Perdas de Protensão 4 Perdas imediatas São as perdas que acontecem durante a transferência da força de protensão para as seções de concreto. (instante inicial t0). As principais Perdas Imediatas ocorrem por: - encurtamento do concreto; - atrito entre os materiais; - acomodação das ancoragens; Para compreendermos os cálculos e quando aplica-los é preciso primeiramente compreender os fenômenos físicos envolvidos em cada uma dessas situações. Perdas de Protensão 5 Perdas imediatas Perdas de Carga por atrito entre os materiais No caso de protensão com aderência posterior, em que a armadura é tracionada após a concretagem da peça, o atrito entre o cabo e a bainha acarreta perdas de protensão que devem ser consideradas no cálculo. Esse atrito é maior nos trechos curvos, em razão das elevadas pressões de contato que surgem no desvio da trajetória dos cabos. Há, em via de regra, uma diminuição do esforço de protensão ao longo do cabo, cabendo ao projetista calculá-las para que em qualquer seção, combinação de carregamentos ou época na vida da estrutura tanto as condições de utilização como as de estado limite último estejam verificadas. Perdas de Protensão 6 Perdas imediatas As diminuições do esforço de protensão que ocorrem ao longo dos cabos são normalmente chamadas de perdas e podem ser classificadas de imediatas e diferidas ou ao longo do tempo. As primeiras são devidas principalmente a forma como se procede a protensão e das propriedades elásticas do aço e do concreto. As perdas diferidas ou ao longo do tempo se devem às propriedades viscoelásticas tanto do concreto como do aço. As três principais perdas imediatas são: a) perda por atrito (normalmente cabo x bainha); b) perda por deformação da ancoragem e; c) perda por deformação imediata do concreto. Perdas de Protensão 7 Perdas imediatas Perdas de Protensão 8 Perdas imediatas Quanto às perdas diferidas, podem ser classificadas como: a) Perda por retração do concreto; b) Perda por efeito de fluência do concreto e; c) Perda por relaxação da armadura de protensão. Perdas de Protensão 9 Perdas imediatas Perdas de Protensão 10 Perdas imediatas Perdas de Protensão 11 Perdas imediatas Perdas de Protensão 12 Perdas imediatas Perdas de Protensão Estudando o equilíbrio das forças dadas na figura “c”, tem-se: 13 Perdas imediatas Perdas de Protensão 14 Perdas imediatas Perdas de Protensão NBR 6118:2014 – item 9.6.3.3.2.2 Na falta de dados experimentais, adotam-se para (μ) os valores da tabela: * Valores em 1/radianos 15 Perdas imediatas Perdas de Protensão NBR 6118:2014 – item 9.6.1.2.1 16 APLICAÇÃO Perdas de Protensão 10 0 cm S S´ 17 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução 18 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução Propriedade da tangente extrema da parábola do segundo grau 19 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução Lembrando que: 1rad × 180/π = 57,296°, ou seja, 0,12rd = 0,12 * 57,296 = 6,88º Seção Distância (m) ∆α (º) ∆α (rad) e-µ(∆α + ßx) σs = σs´ (kN/cm2 ) A B C tg α = 2 f/a tg α = 2x(1-0,1)/15 = 0,12 0,12 * 57,296 = 6,88º resultado em α=6,88º ou α=0,12rd 20 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução Seção Distância (m) ∆α (º) ∆α (rad) e-µ(∆α + ßx) σs = σs´ (kN/cm2 ) A 0 0 0 1 <-> 100% (inicial) 120 B C tg α = 2 f/a tg α = 2x(1-0,1)/15 = 0,12 0,12 * 57,296 = 6,88º resultado em α=6,88º ou α=0,12rd Lembrando que: 1rad × 180/π = 57,296°, ou seja, 0,12rd = 0,12 * 57,296 = 6,88º 21 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução Seção Distância (m) ∆α (º) ∆α (rad) e-µ(∆α + ßx) σs = σs´ (kN/cm2 ) A 0 0 0 1 <-> 100% (inicial) 120 B 15 6,88 0,12 C tg α = 2 f/a tg α = 2x(1-0,1)/15 = 0,12 0,12 * 57,296 = 6,88º resultado em α=6,88º ou α=0,12rd Lembrando que: 1rad × 180/π = 57,296°, ou seja, 0,12rd = 0,12 * 57,296 = 6,88º 22 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução Seção Distância (m) ∆α (º) ∆α (rad) e-µ(∆α + ßx) σs = σs´ (kN/cm2 ) A 0 0 0 1 120 B 15 6,88 0,12 1-0,23(0,12+0,01.15)=0,938 120*0,938=112,6 C tg α = 2 f/a tg α = 2x(1-0,1)/15 = 0,12 0,12 * 57,296 = 6,88º resultado em α=6,88º ou α=0,12rd Lembrando que: 1rad × 180/π = 57,296°, ou seja, 0,12rd = 0,12 * 57,296 = 6,88º 23 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução Seção Distância (m) ∆α (º) ∆α (rad) e-µ(∆α + ßx) σs = σs´ (kN/cm2 ) A 0 0 0 1 120 B 15 6,88 0,12 1-0,23(0,12+0,01.15)=0,938 120*0,938=112,6 C 15+9 6,88 0,12 1-0,23(0,12+0,01.24)=0,917 112,6*0,917=103,25 tg α = 2 f/a tg α = 2x(1-0,1)/15 = 0,12 0,12 * 57,296 = 6,88º resultado em α=6,88º ou α=0,12rd Lembrando que: 1rad × 180/π = 57,296°, ou seja, 0,12rd = 0,12 * 57,296 = 6,88º 24 APLICAÇÃO Perdas de Protensão 10 0 cm S S´ Solução 120kN/cm2 100,6kN/cm2 120kN/cm2 100,6kN/cm2 A tensão efetiva de protensão no ponto “C” sofreu uma perda de 16,8kN/cm2 (~14%) 82,2kN/cm2 25 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Lembrando: fpyk é o valor característico da resistência convencional de escoamento, considerada equivalente à tensão que conduz a 0,2% de deformação permanente; fptk é a resistência usual de ruptura e varia de 1450 MPa a 1900 MPa. 26 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução 27 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução 28 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução Seção S1-S2 S2-S3 S3-S4 S4-S5 e (cm) 2,78 5,68 11,36 5,56 L (m) 1,15 2,35 2,35 1,15 α (º) 29 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução Lembrando que: 1rad × 180/π = 57,296°, ou seja, 0,12rd = 0,12 * 57,296 = 6,88º Seção S1-S2 S2-S3 S3-S4 S4-S5 S5-S6 S6 - S7 S7 - S8 S8 - S9 e (cm) 2,78 5,68 11,36 5,56 5,56 11,36 5,68 2,78 L (m) 1,15 2,35 2,35 1,15 1,15 2,35 2,35 1,15 α (º) 2,77 2,77 5,54 5,54 5,54 5,54 2,77 2,77 30 APLICAÇÃO Perdas de Protensão Solução Seção x (m) ∆ x(m) α (º) ∆α (º) ∆α (rad) e-µ(∆α + ßx) Fs´ (kN/cm2 ) S(ext) 0 0 0 0 0 1 137,76 S0 1 1 0 0 0 1-0,05*(0+0,01*1) 137,69 S1 1,15 1+1,15 2,77 2,77 0,05 1,00 137,69*0,99 S2 2,35 2,15+2,35 2,77 5,54 0,10 1-0,05*(0,10+0,01*2,35) 137,29*0,99 S3 2,35 6,85 5,54 11,08 0,19 0,99 136,45*0,99 S4 1,15 8 5,54 16,62 0,29 0,98 132,27 S5 1,15 9,15 5,54 22,16 0,39 0,98 129,62 S6 2,35 11,5 5,54 27,7 0,48 0,97 125,73 S7 2,35 13,85 2,77 30,47 0,53 0,97 121,96 S8 1,15 15 2,77 33,24 0,58 0,97 118,30 S9 1 16 0 33,24 0,58 0,97 114,75 31 Perda por deformação da ancoragem Perdas de Protensão Quando se efetiva a ancoragem de um cabo há sempre um pequeno retrocesso no cabo que estava esticado, provocando uma queda de tensão no mesmo. 32 Perda por deformação da ancoragem Perdas de Protensão 33 Perda por deformação daancoragem Perdas de Protensão http://www.rudloff.com.br/historia-da-rudloff/ 34 Perdas de Protensão APLICAÇÃO 35 Perdas de Protensão APLICAÇÃO Solução 36 Perdas de Protensão APLICAÇÃO Solução 37 Perdas de Protensão APLICAÇÃO Solução Usando a Lei de Hooke e adotando-se o módulo de elasticidade Ep=2,1 x 105 MPa, recomendado pela NBR 7482, tem- se a perda de: ∆σ = 210.000 x 0,00012 = 25,2 MPa 38 Perdas de Protensão SOBRE LEI DE HOOKE A Lei de Hooke é uma lei da física que determina a deformação sofrida por um corpo elástico através de uma força, afirmando que a distensão de um objeto elástico é diretamente proporcional à força aplicada sobre ele. Pensando em uma mola: Ao esticá-la, ela exerce uma força contrária ao movimento realizado. Assim, quanto maior a força aplicada, maior será sua deformação. Por outro lado, quando a mola não tem uma força que age sobre ela, dizemos que ela está em equilíbrio. Isso dado pela equação: F = k . Δl donde, F: força aplicada sobre o corpo elástico K: constante elástica ou constante de proporcionalidade Δl: variável independente, ou seja, a deformação sofrida Ou seja: A deformação da mola aumenta proporcionalmente à força aplicada nela. 39 ATIVIDADE 1 – p/ entrega Perdas de Protensão 15 0 cm S S´ 150 kN/cm2 0,27 2000cm 2000cm800cm800cm 40 ATIVIDADE 2 – p/ entrega Perdas de Protensão 14,2 mm Fptk=1930MPa Fpyk=1560MPa Área =~ 1,038cm2 ADOTAR AS MESMAS SEÇÕES DO EXEMPLO DE APLICAÇÃO 41 Perdas de Protensão ATIVIDADE 3 – p/ entrega 60 m 7,5 mm 42 Forças de Protensão Próxima aula: Dimensionamento e verificação de Estado Limite de Utilização (Descompressão, formação de fissuras e aberturas de fissuras)
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