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Casos Concretos 1 a 15 sociologia juridica e judiciaria

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Caso Concreto 1
Depois da morte da mulher em janeiro último, José Joaquim dos Santos, servidor da Polícia Federal em Brasília, viúvo e único responsável por um bebê recém-nascido e pela filha de 10 anos, não viu alternativa senão requerer administrativamente a concessão de licença de adoção, a fim de dispor de tempo para cuidar, de modo apropriado, dos filhos e se recuperar da perda no plano pessoal. A requisição foi indeferida pela coordenadora substituta do Departamento de Recursos Humanos da Polícia Federal em Brasília. O argumento para o indeferimento da solicitação de licença-adotante foi, basicamente, que o servidor não é do sexo feminino e não adotou criança alguma. Inconformado, o servidor buscou o Judiciário e conquistou o direito de gozar da licença paternidade nos moldes da licença maternidade. Segundo a juíza Ivani Silva da Luz, da 6ª Vara Federal do Distrito Federal, “embora não exista previsão legal e constitucional de licença paternidade nos moldes de licença maternidade, esta não deve ser negada ao genitor, ora impetrante.” A magistrada destacou também que ”o fundamento deste direito é proporcionar à mãe o período de tempo integral com a criança, possibilitando que sejam dispensados a ela todos os cuidados essenciais, a sua sobrevivência e o seu desenvolvimento”. (Site Conjur de 08.02.2012) Nas decisões do Departamento de RH da Polícia Federal e da Juíza da 6ª Vara Federal do DF podemos identificar Escolas doutrinárias que possuem visões diferentes acerca da função da Sociologia no campo do Direito. Identifique que Escolas são estas, apresentando os argumentos de cada uma. 
R- A análise da decisão da coordenadora substituta do departamento de recursos humanos tem como característica a ciência do direito da Escola Positivista a lei pura. 
Já a análise da Juíza da 6ª Vara Federal do DF podemos identificar outra escola A Escola Sociológica do Direito que considera o DIREITO como um fato social, um fenômeno social decorrente do próprio convívio do homem em sociedade.
Caso Concreto 2
Um dos preceitos básicos de boa gestão na Administração Pública consiste em verificar se há razoável equilíbrio entre a demanda e a oferta dos serviços públicos. Atualmente, de acordo com o relatório Justiça em Números do Conselho Nacional de Justiça, a cada ano, de dez novas demandas ingressadas no Judiciário brasileiro, apenas três são resolvidas. As outras sete são postergadas para os anos seguintes. Grosseiramente, isto significa que são necessários três anos e quatro meses de atividade do poder Judiciário para proporcionar a resolutividade necessária para um ano. Por outro lado, já uma tradição no poder Judiciário brasileiro, a Semana Nacional de Conciliação proporciona em apenas uma semana cerca de 300 mil acordos. Novamente de forma aproximada, se fosse possível a designação de nove SNCs em um único ano, toda a demanda anual do
Judiciário estaria absorvida exclusivamente nessas nove semanas. As demais 43 semanas do ano poderiam ser direcionadas a reduzir o acervo de mais de 92 milhões de feitos que aguardam resolução.[...] O ano de 2013, no âmbito da mediação judicial e da conciliação, foi marcado pela consolidação do entendimento de que não é aceitável um modelo de poder público se permitir ser tão deficitário no que concerne ao seu índice de congestionamento quando já existem no Brasil soluções possíveis. Merecem destaque os seguintes fatos:
I) a aprovação, no Senado, do projeto de lei de mediação do senador Ricardo Ferraço, em tramitação desde 2011;
II) a organização da I Conferência Nacional de Conciliação e Mediação Judicial e da I Conferência Nacional de Mediação de Família e Práticas Colaborativas;
III) a continuação da formação de instrutores em mediação judicial e conciliação pelo CNJ;
IV) A organização do I Curso Básico de Mediação Judicial que atendeu 2 mil alunos de todo o Brasil e
V) o estimulo pelo CNJ a magistrados que encaminhem demandas litigiosas em varas de família a mediadores de família para atuarem, de forma remunerada quando possível, como auxiliares da justiça (artigo 139 do CPC) e o encaminhamento a oficinas de parentalidade e divórcio ? uma prática voltada a educar pais divorciando a resolverem melhor seus conflitos. (AZEVEDO, André Gomma de Conciliação e mediação têm boas
perspectivas após bom ano. Revista Consultor Jurídico, 29 de dezembro de 2013).
Pesquise e discorra sobre 2 (duas) ações apresentadas no texto que contribuem para o desenvolvimento dos meios alternativos de solução de conflitos na sociedade brasileira.
R-Visto que no Brasil os critérios de soluções de conflitos, até então, se davam através da composição jurídica, foi observado que dessa forma o acesso a justiça se dava de forma muito lenta, face ao número de conflitos demasiadamente grande para os magistrados que assim irão julgá-los. Logo, tornou-se necessário adotar uma composição voluntária, onde um resultado se estabelece a partir de mútuo acordo entre as partes. O texto apresenta uma série de ações provocadas pelo governo para o desenvolvimento dos meios alternativos, dentre eles pode-se destacar a aprovação no senado do projeto de lei de mediação; e a organização da I Conferência Nacional de Conciliação e Mediação Judicial e da I Conferência Nacional de Mediação de Família e Práticas Colaborativas. O que se observa com o caso concreto exposto, como relata Sergio Cavalieri Filho em sua obra “Programa de Sociologia Jurídica”, é que a socialidade não se resume a uma disposição abstrata, aquela que cabe única e exclusivamente a uma autoridade que decidirá mediante os critérios elaborados judicialmente, mas sim é um princípio que modernamente alimenta toda a nossa ordem jurídica, a de que as partes podem chegar a um acordo, prevalecendo a relação social entre as partes.
Caso Concreto 3 
 
 A Ação Penal no. 92.0001334-1analisada e julgada na Justiça Federal de Roraima (doravante Caso Basílio) apresenta uma decisão peculiar no direito brasileiro. Basílio Alves Salomão, indígena do povo Macuxi, foi denunciado pelo Ministério Público de Roraima em março de 1986 por homicídio contra Valdenísio da Silva, também Macuxi, na aldeia em que ambos viviam. O processo passou para competência da Justiça Federal – Seção Judiciária do Estado de Roraima – em fevereiro de 1992, e em outubro de 1994, depois de ouvidos o réu e as testemunhas, o Ministério Público Federal solicitou laudo antropológico, tendo em vista a necessidade de avaliar, dentre outros quesitos, o grau de imputabilidade do referido índio [Basílio] e se houve alguma punição segundo suas leis e costumes.” Deferido pelo juiz, verificou-se no laudo os líderes indígenas a pena de desterro, durante o qual Basílio ficaria privado da companhia de seus familiares e privado de iniciativa própria, sujeitando-se às ordens de outrem, sob o regime de trabalhos forçados e sem direito a possuir bens e a exercer os direitos de membro do grupo. Não obstante o laudo ter sido requerido pelo Ministério Público Federal, em suas alegações finais (setembro de 1995), o representante do MPF (que não era o mesmo que pedira o laudo) manifestou-se pela pronúncia do acusado, isto é, que Basílio fosse levado a júri popular. O juiz federal, na sentença em que pronunciou o réu, aceitou a tese do MPF. Levado a júri popular em maio de 2000, Basílio foi absolvido. Entretanto, o que fundamentou sua absolvição pelo Conselho de Sentença (os jurados) não foi ausência de materialidade ou não comprovação da autoria. Apesar de terem decidido que Basílio desferiu a facada na vítima, e que esta facada levou Valdenísio à morte, os jurados consideram que o fato de Basílio ter sido julgado e condenado segundo os costumes de sua comunidade indígena era suficiente para isentá-lo de pena no julgamento realizado pela Justiça Federal. O reconhecimento pela Justiça Federal da aplicação de normas jurídicas que não estãoprevistas no Código Penal Brasileiro, prática pouco comum na jurisprudência brasileira, torna o Caso Basílio singular na prática jurídica brasileira. (por Estella Libardi de Souza. disponível em: http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/33234-42224-1-PB.pdf). Em relação a origem das normas de conduta, identifique a escola que mais se assemelha aos fundamentos apresentados pelo Conselho de Sentença da Justiça Federal. Justifique.
 
 R: É nítida a participação da escola do pluralismo jurídico, que é o fenômeno que possibilita o surgimento de ‘direitos’ extra estatais, ou seja, a possibilidade que existe do Estado não ser o único a impor/determinar, quando o réu (Basílio) é absolvido de condenação pelo Conselho de Sentença, com a fundamentação de já ter sido julgado e condenado segundo os costumes de sua comunidade indígena. 
 
  
 
Caso concreto 4
Lei da Ficha Limpa será aplicada nas eleições de 2014. Resultado de ampla mobilização popular e aprovada pelo Congresso Nacional em 2010, a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010) será pela primeira vez aplicada em uma eleição geral, a de 2014. A Lei da Ficha Limpa foi sancionada no dia 4 de junho de 2010.[...]. A proposta foi aprovada pelo Congresso Nacional após receber as assinaturas de 1,3 milhão de brasileiros em apoio às novas regras. A história da elaboração da lei começou, na verdade, dois anos e dois meses antes da sanção da norma, com o lançamento de campanha popular de igual nome em abril de 2008. A campanha teve como finalidade aprimorar o perfil dos candidatos a cargos eletivos, estimulando os eleitores a conhecer a vida pregressa dos políticos. (Jornal eletrônico Aqui Acontece de 23.01.2014). Não há dúvidas que a lei ficha limpa veio contribuir para melhorar o processo de escolha dos legisladores. Assim, discorra sobre as principais mudanças introduzidas pela referida lei mencionando as principais discussões acerca da sua constitucionalidade e aplicabilidade travadas no STF. 
O Estadão fez um resumo interessante sobre as mudanças trazidas pela Lei da Ficha Limpa: 
QUEM FICA INELEGÍVEL 
Condenação decidida por órgão jurisdicional colegiado deixa o político inelegível. Porém, ele pode recorrer e, se conseguir liminar, poderá inscrever-se na eleição.
 2. TEMPO DE INEGIBILIDADE 
O político condenado pela Justiça fica oito anos inelegíveis. 
3.CRIMES PREVISTOS NA LEI 
Além dos crimes já previstos hoje, ficam inelegíveis também os condenados, em decisão de colegiado jurisdicional, por crimes de abuso de autoridade, lavagem ou ocultação de bens; racismo; tortura; terrorismo; crimes hediondos; trabalho escravo; crimes contra a vida; abuso sexual; formação de quadrilha ou bando; ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público; e enriquecimento ilícito. 
4. CRIMES PRATICADOS NO EXERCÍCIO DO PODER 
Ficam inelegíveis por oito anos seguintes à decisão. 
5. POLÍTICOS QUE RENUNCIAM PARA NÃO SEREM CASSADOS
 Presidente da República, governadores, prefeitos, deputados federais e estaduais, senadores e vereadores que renunciam para não perder o mandato ficam inelegíveis nos oito anos subsequentes. 
6. PROFISSIONAIS PROCESSADOS 
Profissional excluído da profissão por infração ética fica inelegível. Funcionários públicos demitidos após processo administrativo ou judicial também. Ainda membros do Ministério Público que tenham perdido o cargo por processo disciplinar ficam fora das eleições.
Caso Concreto – 5
 O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro tem dois novos desembargadores: o ex-juiz titular do II Tribunal do Júri da capital, Paulo de Oliveira Lanzellotti Baldez, de 52 anos, e o advogado André Emilio Ribeiro Von Melentovytch, de 46. Eles tomaram posse no final da tarde desta segunda-feira, dia 13, em vagas decorrentes, respectivamente, das aposentadorias dos desembargadores Alberto Motta Moraes e Raul Celso Lins e Silva. Paulo Baldez foi promovido por merecimento, e André Ribeiro foi nomeado pelo Quinto Constitucional da OAB/RJ (http://paginadez.blogspot.com.br/2010/12/rio-tribunal-de-justica-empossa-dois.html).
a) Como são escolhidos os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados? Explique de forma detalhada.
RESPOSTA: Há duas formas de se formar desembargador.
Quatro quintos são escolhidos entre os magistrados do próprio Tribunal de Justiça, levando-se em conta a antiguidade e merecimento, o restante, ou seja, um quinto das vagas são distribuídas meio a meio entre os membros do Ministério Público e da OAB. Esses órgãos confeccionam um lista com seis nomes e submetem ao Tribunal de Justiça que resumem a uma lista com três nomes de cada órgão e encaminham ao Governador para que escolha um de cada lista.
b) Avalie as vantagens e desvantagens deste processo de escolha.
RESPOSTA:
A vantagem seria a formação de um quadro ecléticos, com um perfil diferente do encontrado nos tribunais de primeira instância e que podem inserir discussões saldáveis com resultados proveitos para a sociedade.
A desvantagem é a manipulação política na indicação dos desembargadores o que indicam comprometimento da máquina, com troca de favores.
Caso Concreto 6
Brasília - Um balanço das atividades do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)
divulgado quinta-feira (2) mostra que, em 2013, o número de processos
abertos para investigar magistrados dobrou em relação a 2012. Segundo o
CNJ, 24 processos foram instaurados no ano passado. No ano anterior, 11
ações investigaram a conduta funcional de juízes. De acordo com o
levantamento, dos 24 processos disciplinares, dez resultaram no
afastamento de 13 magistrados. Por não se tratar de um tribunal, a punição
administrativa máxima que o conselho pode aplicar é a aposentadoria
compulsória, com o pagamento do salário. Um juiz acusado de
irregularidades só perde o cargo após o julgamento da ação pela Justiça
comum. Desde a criação do CNJ, em 2005, 64 magistrados foram afastados
das funções, 44 foram aposentados compulsoriamente e 11 receberam
censura devido aos atos praticados. Entre as decisões tomadas em 2013, o
Conselho Nacional de Justiça afastou do cargo o presidente do Tribunal de
Justiça da Bahia, Mario Hirs, e a desembargadora Telma Laura Silva Britto.
Eles são acusados de pagamento indevido de R$ 448 milhões em
precatórios, títulos da dívida pública reconhecidos por decisão judicial
definitiva. O conselho também aposentou o desembargador do Tribunal de
Justiça do Tocantins (TJTO), Bernardino Lima Luz. Segundo os conselheiros,
o desembargador usou o cargo para obter vantagem pessoal. A decisão foi
tomada por unanimidade. A aposentadoria compulsória foi com vencimentos
proporcionais. Agência Brasil (Jornal eletrônico Portugal Digital de
02.01.2014). A emenda Constitucional nº 45/2004, conhecida como a
reforma do judiciário, criou o CNJ. Desta forma, informe como se dá a
composição deste órgão, suas principais funções e pesquise as ações
que este conselho promove para democratização do poder judiciário.
R- O CNJ é composto por 15 conselheiros, sendo nove magistrados, dois membros do Ministério Público, dois advogados e dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada. Os conselheiros têm mandato de dois anos. Entre os direitos e deveres dos conselheiros, estabelecidos pelo Regimento Interno do CNJ, estão, de elaborar projetos, propostas ou estudos sobre matérias de competência do CNJ e apresentá-los nas sessões plenárias ou reuniões de Comissões, observada a pauta fixada pelos respectivos Presidentes; requisitar de quaisquer órgãos do Poder Judiciário, do CNJ e de outras autoridades competentes as informações e os meios que considerem úteis para o exercício de suas funções; propor à Presidência a constituição de grupos de trabalho ou Comissões necessários à elaboração de estudos, propostas e projetos a serem apresentados ao Plenário do CNJ; propor a convocação de técnicos, especialistas, representantes de entidades ou autoridades para prestar os esclarecimentos que o CNJ entenda.Caso Concreto 8
Três dias depois da rebelião ocorrida na Penitenciária de Pedrinhas, que resultou na morte de três detentos, a família de uma das vítimas, o borracheiro Elson de Jesus Pereira, de 43 anos, que foi decapitado, denuncia que o crime poderia ter sido evitado, uma vez que a vítima deveria ter sido conduzido até um setor condizente com sua pena, que foi por receptação, após ter comprado pneus roubados, no ano de 2009. O borracheiro, no entanto, foi transferido para a penitenciária, sendo que, duas semanas
antes, ele estava preso no Centro de Triagem, naquele Complexo Penitenciário. [...] A mulher da vítima, Tereza de Jesus Furtado, revelou que o marido não era um criminoso, sendo condenado apenas por uma mera fatalidade, já que não tinha conhecimento da origem ilícita do produto adquirido, quatro pneus roubados.[...] Elson de Jesus Pereira tinha três filhas, sendo que o nome da borracharia foi escolhido em homenagem a uma delas, Vitória, a caçula, de 12 anos, que sofre de paralisia cerebral. (Jornal eletrônico Maranhão da Gente de 04.10.2013). No Brasil foi editada a lei 7.210/1984 que regula as execuções penais, um dos objetivos encontrados no artigo 1º desta lei é a ressocialização do indivíduo, mas o que verificamos no atual sistema carcerário é um pouco diferente. No caso em tela, podemos encontrar efeitos negativos da Lei de Execuções Penais? Quais? Explique cada um deles.
R- Sim. Sendo considerados por Cavalieri Filho como um dos efeitos negativos da lei quando o Estado não se propõe a cumprir o que está prescrito em lei, dessa forma, a conduta omissiva da autoridade na aplicação prejudica a eficácia da norma. Outras formas descritas como negativas para Cavalieri Filho são pela ineficácia da lei, ou seja, quando esta não tem força para governar os fatos sociais e os efeitos negativos pela falta de estrutura adequada, não havendo para isso os recursos humanos e materiais necessários.
Caso Concreto 9
Sobre as chamadas "ondas renovatórias" de Mauro Cappelletti e Bryant Garth. Como afirma Bobbio (2004, p.24), “o problema fundamental em relação aos direitos do homem, hoje, não é tanto o de justificá-los, mas o de protegê-los. Trata-se de um problema não filosófico, mas político”. Nessa perspectiva de proteção e efetivação dos direitos, Mauro Cappelletti organizou um profundo estudo sobre as diversas tentativas feitas em vários países de se atribuir à população o acesso à justiça. (CAPPELLETTI; GARTH, 2002) Concomitantemente, Cappelletti observou o movimento de aprimoramento do acesso à justiça, que denominou de “ondas renovatórias”. São três as ondas renovatórias. A primeira retrata a assistência judiciária gratuita, especialmente voltada aos pobres. A segunda enfatiza a representação dos interesses difusos. A terceira prioriza uma reforma interna do processo, na busca da efetividade da tutela jurisdicional. Considerando que o próprio conceito de acesso à Justiça já é um desafio aos juristas e aplicadores do Direito, haja vista a dificuldade de sua delimitação, extensão e efeitos, pode-se elencar como característica essencial a existência de uma estrutura jurídica estatal voltada à solução dos problemas apresentados pelos indivíduos. (CAPPELLETTI; GARTH, 2002, p.8)( Blog trabalho & Concurso, publicado em 01.12.2010, por Carolina Lobato Goes de Araújo). No Livro Manual de Sociologia Jurídica: Introdução a uma leitura externa do Direito, escrito por Ana Lúcia Sabadell, a autora dentro da linha de pensamento de Cappelletti aborda algumas medidas realizadas no Brasil que promovem o acesso à justiça efetivo. Face ao exposto, discorra sobre 3 (três) destas medidas apresentadas pela autora.
R -
Ana Lúcia Sabadell aborda algumas medidas realizadas no Brasil, dentre as quais podemos citar: A ampliação dos serviços de defensoria pública, a multiplicação dos escritórios experimentais de advocacia e dos centros de atendimentos jurídicos, e a criação de procedimentos especiais, rápidos e de baixo custo para pequenas causas.
Caso concreto 10
Os 30 anos do comício que a Globo transformou em festa. Há exatos 30 anos, cerca de 300 mil pessoas foram à Praça da Sé, em São Paulo, para reivindicar eleições diretas para presidente. No palanque, políticos, artistas, sindicalistas e estudantes. Era o maior ato político ocorrido nos primeiros 20 anos da ditadura brasileira, com todo o seu saldo de mortes, torturas, desaparecimentos forçados, censuras e supressões dos direitos individuais, mas o foco da reportagem que o telejornal de maior audiência do país, o
Jornal Nacional, da TV Globo, levou ao ar naquela noite, era a comemoração pelos 430 anos de São Paulo. O histórico comício da Praça da Sé ocorreu em um momento em que o Brasil reunificava suas forças para tentar por fim ao regime de exceção, em um movimento crescente. Treze dias antes, um outro ato político realizado em Curitiba (PR), com a mesma finalidade, havia sido completamente ignorado pela emissora. Mesmo a chamada para o ato que os organizadores tentaram veicular na TV como publicidade paga não foi aceita pela direção. O Jornal Nacional nada falou sobre o comício que levou 50 mil pessoas às ruas da capital paranaense. Antes dele, outros, menores, já ocorriam em várias cidades brasileiras desde 1983. Nenhum mereceu
cobertura. [...] Quando a multidão ocupou a Praça da Sé, a Globo optou por maquiar o ato e alterar suas finalidades. No telejornal mais visto do país, o apresentador Sérgio Chapelin fez a seguinte chamada: “A cidade comemorou seus 430 anos com mais de 500 solenidades. A maior foi um comício na Praça da Sé”. A matéria que entrava a seguir, do repórter Ernesto Paglia, evidenciava os 30 anos da Catedral da Sé e os shows
artísticos pelo aniversário da cidade. Só no finalzinho, o repórter dizia que as pessoas pediam a volta das eleições diretas para presidente, como se aquilo tivesse sido um rompante espontâneo no evento convocado para outros fins. Apesar da postura da maior rede de TV nacional, a campanha Diretas Já ganhava o país. No dia 24 de fevereiro, um novo grande comício foi realizado em Belo Horizonte (MG), e reuniu um contingente ainda maior de pessoas do que o de São Paulo. No mesmo Jornal Nacional, apenas rápidas imagens da multidão que saiu às ruas e dos muitos oradores que pediam o fim da ditadura, acompanhados de um texto que desvirtuam o sentido do ato A hostilidade com que os manifestantes tratavam a emissora só fazia aumentar. Foi nesta época que os protestos de rua passaram a bradar o slogan ouvido até hoje: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”. Foi nesta época também que os repórteres da Globo passaram a ser achincalhado nas ruas. Alguns sofreram agressões físicas. [...] No
documentário “Muito Além do Cidadão Kane”, da emissora pública britânica Channel 4, de 1993, um trecho da matéria exibida pelo Jornal Nacional sobre o comício da Praça da Sé ajuda a comprovar a tese expressa no título pelo diretor, Simon Hartog. No filme "Cidadão Kane", de 1941, considerado a melhor produção cinematográfica de todos os tempos, o genial Orson Wells narra a historia de um magnata das comunicações que, para assegurar lucro e poder, não tem escrúpulos em apoiar governantes diversos, independentes de partidos e ideologias. (Jornal eletrônico Carta Maior, por Najla Passos, publicada em 24.01.2014). A mídia é conhecida como o 4º Poder, junto aos poderes estatais quanto às mudanças sociais. Assim, qual é o papel da mídia na formação da opinião pública? Pesquise notícias que foram veiculadas de forma diversa em seu estado.
R-
O papel da mídia seria o de informar, esclarecer a sociedade acerca dos fatos. Porém, como diz Ana Lúcia Sabadell em sua obra “Manual de Sociologia Jurídica: Introdução a uma leitura externa do Direito”, quando nos referimos a opinião pública, o direito em geral reproduzem o “senso comum”, difundido pela mídia, ou seja, refletem estereótipos e visões sensacionalistas. Um exemplo similar ao caso concreto exposto está acontecendo agora, com as constantes manifestações principalmente contraa Copa do Mundo realizada no Brasil e os recentes casos de corrupção no governo, milhares de jovens saíram as ruas com cartazes alegando a insatisfação com o atual sistema político e muita das vezes os protestos acabaram em conflito com a polícia, no entanto, a mídia divulgou intensamente a notícia tendenciosa de que os manifestantes na verdade se tratavam de vândalos.
que tinham a intenção de lesionar patrimônio público.
Caso Concreto 12
11 de Setembro: dez anos depois. Os ataques terroristas do 11 de Setembro mudaram o mundo em questão de horas.[...] Dez anos depois, o esforço consumiu US$ 5 trilhões e contribuiu para o buraco nas contas públicas do país. Pior do que o déficit econômico, porém, foi o desgaste moral. Para trancafiar terroristas capturados, os EUA criaram um centro de detenção em Guantánamo, Cuba, até hoje um espinho na garganta da nação que era arauto dos direitos humanos. A vida dos americanos também nunca mais foi
a mesma depois do 11 de Setembro. A Lei Patriótica deu ao presidente o direito de prender sem acusação prévia suspeitos de terrorismo. Pouco depois, Bush mandou grampear telefonemas e e-mails de cidadãos sem permissão judicial. Viajar de avião virou uma via-crúcis. A segurança nos aeroportos foi reforçada e a inspeção de passageiros aumentou as filas, os atrasos e o desconforto. (disponível em: http://topicos.estadao.com.br/11- de-setembro). O atentado de 11 de setembro é considerado um ato político que promoveu mudanças no Direito Norte-americano. Dê 2 (dois) exemplos de fatos políticos que proporcionaram alterações no Direito Brasileiro.
Justifique.
Crimes sexuais
O Código Penal brasileiro foi modificado ao longo da década para tentar superar o histórico tratamento desigual dado a homens e mulheres. O crime de assédio sexual (art. 216) foi acrescentado em 2001 (Lei 10.224), prevendo pena para os empregadores que constranjam suas funcionárias a com eles manterem relação sexual. O conceito moralista de mulher honesta (virgens e casadas monogâmicas), presente até então nos arts. 215 e 216, foi expurgado pela Lei 11.106/2005, que deu tratamento igual a todas as mulheres independentemente de sua vida sexual. A mesma lei revogou também os crimes de sedução (art. 217), rapto consensual (art. 220) e adultério (art.240), resquícios de um tempo em que o Direito Penal foi usado para regular a sexualidade alheia. Por fim, mais recentemente, em 2009, a Lei 12.015 trouxe inúmeras inovações no tratamento dado aos crimes sexuais. Acabou-se com a distinção entre os crimes de estupro (sexo vaginal forçado) e atentado violento ao pudor (outro ato libidinoso forçado) e, hoje, tanto homens quanto mulheres, quando forçados ao sexo vaginal, anal, oral ou outro ato libidinoso de gravidade semelhante, são considerados vítimas do mesmo crime de estupro (art. 213).
Lei Maria da Penha
A Lei 11.340 de 2006, conhecida como Lei Maria da Penha, trouxe inúmeras inovações no tratamento dado à violência contra a mulher no Brasil. As medidas protetivas de urgência passaram a ser adotadas com o fim de impedir a continuidade das agressões e foram criados Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Infelizmente, em função da cultura machista arraigada no Judiciário brasileiro, muitos juízes passaram a considerar a lei inconstitucional sobre o pueril argumento de que a lei dá tratamento desigual a homens e mulheres. Claro que é um argumento falacioso, pois não há como se falar em inconstitucionalidade quando o tratamento desigual, por parte da lei, visa a reduzir uma desigualdade social histórica. A igualdade jurídica consiste em tratar desigualmente os desiguais com o fim de reduzir essas desigualdades.
Casamento homoafetivo
Uma das principais conquistas de direito da década não veio do Poder Legislativo, mas do Poder Judiciário. Na ausência de uma lei que regularizasse a união de homossexuais, o Supremo Tribunal Federal decidiu, no julgamento da ADI 4.277, que a Lei da União Estável (Lei 9.278/96) também deve ser aplicada aos casais homossexuais. Tendo em vista que o art. 8º da lei dispõe que os conviventes poderão requerer a conversão da união estável em casamento a qualquer tempo, alguns casais homossexuais já conseguiram converter suas uniões estáveis em casamento. Uma verdadeira revolução no Direito de Família.
Caso Concreto 13
CNJ autoriza casamento gay em cartórios. O Conselho Nacional de Justiça aprovou, na manhã desta terça-feira (14/5), uma resolução que determina aos cartórios de todo o país que convertam a união estável homoafetiva em casamento civil. A proposta partiu do próprio presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, e foi aprovada por maioria de votos dos conselheiros. A justificativa do presidente do CNJ foi tornar efetiva a decisão do STF que reconheceu, em 2011, a legalidade da união estável entre pessoas do mesmo sexo. Barbosa qualificou como contrassenso ter de esperar que o Congresso Federal estabeleça a norma e afirmou também que os cartórios estão descumprindo a decisão do STF. "O conselho está removendo obstáculos administrativos à efetivação de decisão tomada pelo Supremo, que é vinculante”, afirmou. [...] De acordo com a resolução aprovada nesta terça pelo CNJ, “é vedada às autoridades competentes” a recusa em celebrar casamento civil ou em converter união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em caso de o cartório deixar de cumprir o que dispõe a resolução, caberão providências pelo devido juiz corregedor. A decisão do CNJ passa a valer a partir de sua publicação no Diário de Justiça Eletrônico. (Jornal Eletrônico Consultor Jurídico, publicado em 14.05.2013, por Rafael Baliardo). De acordo com o texto, podemos afirmar que o modelo de família idealizado no Código Civil de 1916 se mantêm intacto nos dias atuais?
Justifique.
R- Não. O texto expressa claramente quando reconhece a existência de uma nova relação familiar, Cavalieri Filho fala em seu livro Programa de Sociologia Jurídica que “Em nenhuma outra área do direito houve tão grande evolução como no Direito de Família. Foram tantas as modificações sociais ocorridas nas últimas décadas que não seria demais afirmar que temos hoje, mormente após a Constituição de 1988, um novo Direito de Família. Em razão disso, inúmeros diplomas legislativos foram produzidos nas oficinas do direito, em busca da necessária harmonia entre a realidade social e a lei.”Dentre tais mudanças, pode-se destacar o surgimento do divórcio e da união de pessoas do mesmo sexo.
Caso concreto 14
Após 'Salve Jorge', denúncias contra tráfico de pessoas aumentaram em São Paulo. O número de vítimas de tráfico de pessoas para exploração sexual ou trabalho escravo atendidas no Estado de São Paulo aumentou 44% no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2012. Os dados são da secretaria estadual da Justiça e da Defesa da Cidadania. De janeiro a março, foram registrados 11 casos com 85 vítimas atendidas pelo Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, contra nove casos com 59 vítimas nos três primeiros meses do ano passado. Segundo a secretaria, o aumento de denúncias pode ser reflexo de um maior conhecimento do problema, graças à ampla abordagem do tema pela novela "Salve Jorge", da TV Globo, "o que acaba despertando a população para a ação das máfias que comercializam pessoas". ( Jornal Eletrônico Folha de São Paulo, publicada em 12.04.2013, por Mônica Bergamo). O tráfico de pessoas é um exemplo de como o crime organizado age numa escala globalizada. Em razão do exposto, pesquise que outros crimes, desta ordem, se apresentam no cenário brasileiro e de que forma a comunidade internacional atua na redução deste tipo de criminalidade.
R- Um tipo de crime nessa ordem que está crescendo muito no Brasil é o de tráfico de drogas. Atualmente, mais de um quinto dos presos é oriundo desse tipo de delito, número que vêm crescendo. A comunidade internacional se esforça de todas as formas com uma fiscalização minuciosa nas fronteiras do país e também nos aeroportosinternacionais.
Caso concreto 15

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