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Direito Constitucional_ resumo dos tópicos mais cobrado em concursos anteriores

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Prof. Leandro Cadenas Prado 
Auditor Fiscal da Receita Federal 
 
 
 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
RESUMO DOS TÓPICOS MAIS COBRADOS EM 
CONCURSOS ANTERIORES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3ª Edição 
Atualizada pela EC nº 44/2004 
 
 
 
 
 
MAIS DE 600 ÍTENS COBRADOS EM 
CONCURSOS PÚBLICOS NOS ÚLTIMOS 5 ANOS 
 
 
2
O Autor 
Leandro Cadenas Prado é Auditor-Fiscal da Receita Federal, 
aprovado na área de Tributação e Julgamento, 1ª Região 
Fiscal, no concurso de 2000/2001, exercendo suas atribuições 
em Campo Grande (MS). É Instrutor da Escola de 
Administração Fazendária do Ministério da Fazenda 
(ESAF/MF) e professor de Direito Constitucional, Administrativo 
e Penal, ministrando aulas em cursos preparatórios para 
concursos públicos. É autor dos livros Servidores Públicos 
Federais - Lei nº 8.112/90, Ética na Administração Pública e 
Resumo de Direito Penal – Parte Geral, todos pela Editora 
Impetus. É também professor colaborador do site 
www.pontodosconcursos.com.br. 
 
 
Palavras do Autor: 
Com o passar dos anos, acompanhando cada prova de 
concurso público, percebemos que as questões cobradas em 
Direito Constitucional são recorrentes, sempre direcionadas 
para os mesmos assuntos. 
 
Com o intuito de auxiliar na preparação daqueles que desejam 
seguir a carreira pública, compilamos questões cobradas 
anteriormente, de maneira prática e didática que, acreditamos, 
deve proporcionar uma boa fonte de revisão dos pontos já 
estudados. 
 
Neste trabalho, estão abrangidas quase que a totalidade de 
temas cobrados em qualquer das próximas provas de Direito 
Constitucional. 
 
Agora é sua vez. Faça sua parte. Estude. Revise. O sucesso 
virá! 
 
E-mail: leandro@pontodosconcursos.com.br 
 
 
3
RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
SUMÁRIO 
 
CAPÍTULO ASSUNTO PÁGINA
Capítulo I Teoria Geral, Direitos, Garantias e Nacionalidade 04 
Capítulo II Poder Legislativo 18 
Capítulo III Poder Executivo 25 
Capítulo IV Poder Judiciário e Ministério Público 30 
Capítulo V União 34 
Capítulo VI Estados-membros, Distrito Federal e Municípios 36 
Capítulo VII Controle de Constitucionalidade 40 
Capítulo VIII Servidor Público e Administração Pública 47 
Capítulo IX Direito Tributário e Outros Temas 56 
 
 
 
4
RESUMO DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
CAPÍTULO I 
TEORIA GERAL 
DIREITOS, GARANTIAS E NACIONALIDADE 
 
1. Não existem normas de hierarquia diferenciada na Constituição. 
2. Não há hierarquia entre direitos e garantias fundamentais. 
3. Os direitos fundamentais têm aplicação às relações entre particulares. 
4. A limitação aos direitos fundamentais há de observar o princípio da 
proporcionalidade. 
5. Pessoas jurídicas de direito público podem ser titulares de direitos 
fundamentais. 
6. Os direitos fundamentais têm incidência nas relações entre 
particulares. 
7. Segundo a melhor doutrina, poder político é a energia que possui o 
Estado que o torna capaz de coordenar e impor decisões à sociedade estatal 
com o intuito de ordenar as relações entre os grupos sociais e entre os 
indivíduos entre si, com vistas a realizar seus fins globais, possuindo por 
características essenciais: a unicidade, a indivisibilidade e a indelegabilidade. 
8. A função executiva, por meio da qual o Estado realiza atos concretos 
voltados para a realização dos fins estatais e da satisfação das necessidades 
coletivas, compreende a função de governo, relacionada com atribuições 
políticas, co-legislativas e de decisão, e a função administrativa, da qual se 
vale o Estado para desenvolver as atividades de intervenção, fomento, 
polícia administrativa e serviço público. 
9. Para Hans Kelsen, a norma fundamental, fato imaterial instaurador do 
processo de criação das normas positivas, seria a constituição em seu 
sentido lógico-jurídico. 
10. A constituição, na sua concepção formal, seria um conjunto de normas 
legislativas que se distinguem das não constitucionais em razão de serem 
produzidas por processo legislativo mais dificultoso, o qual pode se 
materializar sob a forma da necessidade de um órgão legislativo especial 
para elaborar a Constituição – Assembléia Constituinte – ou sob a forma de 
 
 
5
um quorum superior ao exigido para a aprovação, no Congresso Nacional 
das leis ordinárias. 
11. A característica de subordinado do poder constituinte derivado refere-
se, além de sua sujeição às regras atinentes à forma procedimental pela qual 
ele irá promover as alterações no texto constitucional, também ao conteúdo, 
que deve estar de acordo com a constituição federal. 
12. Um dos elementos essenciais do princípio republicano é a 
obrigatoriedade de prestação de contas, pela administração pública, sob as 
penas da lei, no caso de descumprimento desta obrigação. 
13. A repartição de competências é o ponto nuclear da noção de Estado 
Federal, tendo a CF/88 adotado como princípio geral de repartição de 
competência a predominância do interesse. 
14. Em razão do princípio federativo, adotado na Constituição de 1988, os 
Estados podem instituir seus impostos e aplicar suas rendas. 
15. Em decorrência do princípio federativo, há, na Constituição brasileira, a 
previsão de que os Estados possuirão constituições e os municípios, leis 
orgânicas, ambos os documentos, aprovados, respectivamente, nas 
Assembléias Legislativas e nas Câmaras municipais. 
16. Como decorrência da adoção do princípio do Estado Democrático de 
Direito, temos o princípio da independência do juiz, cujo conteúdo relaciona-
se, entre outros aspectos, com a previsão constitucional de garantias 
relativas ao exercício da magistratura. 
17. São elementos essenciais do Estado de Direito: a submissão do 
Estado, seus agentes e dos particulares ao império da lei de cuja elaboração 
o povo participa direta ou indiretamente; a separação dos poderes e a 
enunciação dos direitos fundamentais. 
18. Segundo precedente do STF, no caso brasileiro, não é admitida a 
posição doutrinária que sustenta ser o poder constituinte originário limitado 
por princípios de direito suprapositivo. 
19. Uma norma do poder constituinte originário pode afetar efeitos ainda 
por ocorrer de fato ocorrido no passado (retroatividade mínima). 
20. O princípio do duplo grau de jurisdição não é uma garantia 
constitucional. 
21. Segundo a melhor doutrina, a soberania, em sua concepção 
contemporânea, constitui um atributo do Estado, manifestando-se, no campo 
interno, como o poder supremo de que dispõe o Estado para subordinar as 
demais vontades e excluir a competição de qualquer outro poder similar. 
22. Em um Estado Parlamentarista, a chefia de governo tem uma relação 
de dependência com a maioria do Parlamento, havendo, por isso, uma 
 
 
6
repartição, entre o governo e o Parlamento, da função de estabelecer as 
decisões políticas fundamentais. 
23. Um dos objetos do Direito Constitucional Comparado é o estudo das 
normas jurídicas positivadas nos textos das Constituições de um mesmo 
Estado, em diferentes momentos histórico-temporais. 
24. É possível a exigência de garantia de instância para a interposição de 
recurso voluntário em processo administrativo. 
25. A exigência de comprovação de depósito como pressuposto de 
admissibilidade e garantia recursal não afronta o princípio da ampla defesa e 
do contraditório. 
26. O princípio da presunção de inocência tem o seu alcance restrito ao 
âmbito penal, não vinculando a esfera administrativa. 
27. A lei de proteção do consumidor não pode modificar os efeitos de ato 
jurídico perfeito (por exemplo, um contrato) anterior a ela própria. 
28. Entre os princípios fundamentais da ordem constitucional, no que 
respeita às relações internacionais, se encontra a concessão de asilo 
político. 
29. A igualdade entre os Estados é princípio fundamental da RepúblicaFederativa em suas relações internacionais. 
30. É parte da política nacional, no que se refere às suas relações 
internacionais colaborar como árbitro internacional na busca de solução 
pacífica de conflitos. 
31. É parte dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil 
estabelecer mecanismos tributários de justiça social para construção de uma 
sociedade justa e solidária. 
32. O princípio da proporcionalidade tem sua sede material na disposição 
constitucional que determina a observância do devido processo legal. 
33. A garantia constitucional da não violação do direito adquirido e do ato 
jurídico perfeito alcança qualquer lei, seja ela de natureza privada ou pública. 
34. O princípio do direito adquirido não se afirma em face de alteração 
introduzida mediante Emenda Constitucional. 
35. A garantia constitucional do direito adquirido não pode ser invocada 
para se obstar a incidência de norma constitucional editada pelo Poder 
Constituinte Originário. 
36. Não se pode invocar direito adquirido contra mudanças de um dado 
regime, nos estatutos ou em institutos jurídicos. 
 
 
7
37. As disposições constitucionais relativas a determinado regime de 
remuneração dos servidores públicos não podem deixar de ser modificadas 
sob o argumento de que sobre elas há direito adquirido. 
38. Pode-se invocar validamente o princípio do direito adquirido em face 
das leis de ordem pública. 
39. A aplicação da lei que amplia os prazos de prescrição aquisitiva ou 
extintiva às situações em curso não viola o princípio do ato jurídico perfeito. 
40. A tentativa de alteração, mediante lei, de situação jurídica submetida a 
termo ou a condição insuscetível de ser modificada a arbítrio de outrem 
atenta contra o princípio constitucional do direito adquirido. 
41. Preenchidos os requisitos para a aposentadoria segundo a lei vigente 
ao tempo da aposentação, reconhece-se a existência a direito adquirido. 
42. O princípio constitucional que assegura a ampla defesa e o 
contraditório não proíbe que se realize o interrogatório do indiciado perante a 
autoridade policial na ausência do advogado. 
43. Os direitos constantes do catálogo de direitos individuais e coletivos 
não estão elencados de forma exaustiva. 
44. Os direitos individuais estão garantidos tanto contra o poder de 
emenda, quanto contra o poder de revisão constitucional. 
45. A reprodução em emenda constitucional de direito constante de tratado 
internacional sobre direitos humanos em que a República Federativa do 
Brasil seja parte eleva esse direito no ordenamento jurídico brasileiro a status 
constitucional. 
46. No sistema constitucional brasileiro, os direitos fundamentais podem 
ser argüidos em face dos poderes públicos, e também podem ser invocados 
nas relações entre particulares. 
47. Nem todas as normas que tratam de direitos fundamentais na 
Constituição são auto-executáveis, de aplicação imediata, de eficácia plena. 
48. Segundo a melhor doutrina, as normas de eficácia contida são de 
aplicabilidade direta e imediata, no entanto, podem ter seu âmbito de 
aplicação restringido por uma legislação futura, por outras normas 
constitucionais ou por conceitos ético-jurídicos. 
49. Segundo a melhor doutrina, as normas constitucionais de eficácia 
limitada são do tipo normas declaratórias de princípios institutivos quando: 
determinam ao legislador, em termos peremptórios, a emissão de uma 
legislação integrativa; ou facultam ao legislador a possibilidade de elaborar 
uma lei, na forma, condições e para os fins previstos; ou possuem esquemas 
gerais, que dão a estrutura básica da instituição, órgão ou entidade a que se 
 
 
8
referem, deixando para o legislador ordinário a tarefa de estruturá-los, em 
definitivo, mediante lei. 
50. Consideram-se direitos fundamentais, entre outros, aqueles 
enumerados no título da Constituição relativo aos direitos e garantias 
fundamentais. 
51. É típico de uma Constituição dirigente apresentar em seu corpo normas 
programáticas. 
52. Uma lei que destoa de uma norma programática da Constituição pode 
ser considerada inconstitucional. 
53. A idéia de uma Constituição escrita, consagrada após o sucesso da 
Revolução Francesa, tem entre seus antecedentes históricos os pactos, os 
forais, as cartas de franquia e os contratos de colonização. 
54. Uma Constituição rígida pode abrigar normas programáticas em seu 
texto. 
55. Uma Constituição é rígida quando prevê processo legislativo de 
emenda do seu texto mais complexo e difícil do que o processo de 
elaboração da legislação ordinária. 
56. A existência de supremacia formal da constituição depende da 
existência de rigidez constitucional. 
57. Na história do Direito Constitucional brasileiro, apenas a Constituição 
de 1824 pode ser classificada, quanto à estabilidade, como uma constituição 
semi-rígida. 
58. As constituições outorgadas, sob a ótica jurídica, decorrem de um ato 
unilateral de uma vontade política soberana e, em sentido político, encerram 
uma limitação ao poder absoluto que esta vontade detinha antes de 
promover a outorga de um texto constitucional. 
59. Da constituição que resulta do trabalho de uma Assembléia Nacional 
Constituinte, composta por representantes do povo, eleitos com a finalidade 
de elaborar o texto constitucional, diz-se que se trata de uma constituição 
promulgada. 
60. Da Constituição em vigor pode ser dito que corresponde ao modelo de 
Constituição escrita, dogmática, promulgada e rígida. 
61. Toda Constituição flexível, por decorrência da sua própria natureza, 
será uma Constituição histórica. 
62. Um decreto-lei de 1987, compatível com a Constituição pretérita, cujo 
conteúdo tampouco entra em colisão com a Constituição de 1988 deve ser 
considerado como recebido pela Constituição de 1988, permanecendo em 
vigor enquanto não for revogado. 
 
 
9
63. Ainda que a Constituição de 1988 não tenha previsto a figura do 
Decreto-Lei, apenas aqueles materialmente incompatíveis com a 
Constituição em vigor ficaram revogados. 
64. Sendo que o Código Tributário Nacional (CTN) foi editado antes da 
Constituição de 1988, sob a forma de lei ordinária, é possível afirmar que as 
normas do CTN que regulam limitações constitucionais ao poder de tributar 
continuam em vigor, desde que o seu conteúdo seja concordante com as 
normas da Constituição de 1988, independente da forma pela qual se 
reveste. 
65. Normas legais anteriores à Constituição nova, que com ela sejam 
incompatíveis no seu conteúdo, devem ser tidas como revogadas (não 
recepcionadas) pela nova Constituição. 
66. A legislação federal anterior à Constituição de 1988 e regularmente 
aprovada com base na competência da União definida no texto constitucional 
pretérito é considerada recebida como estadual ou municipal se a matéria 
por ela disciplinada passou, segundo a nova Constituição, para o âmbito de 
competência dos Estados ou dos Municípios, conforme o caso, não se 
podendo falar em revogação daquela legislação em virtude dessa mudança 
de competência promovida pelo novo texto constitucional. 
67. As cláusulas pétreas não inibem toda e qualquer alteração da sua 
respectiva disciplina constante das normas constitucionais originárias, não 
representando assim a intangibilidade literal destas, mas compreendem a 
garantia do núcleo essencial dos princípios e institutos cuja preservação 
nelas se protege. 
68. Cláusula pétrea é princípio ou norma da Constituição que não pode ser 
objeto de emenda constitucional tendente a aboli-lo. 
69. Os direitos e garantias individuais que representam limite ao poder de 
reforma não se encontram exclusivamente no art. 5º da Constituição Federal. 
70. No âmbito dos direitos e deveres individuais e coletivos, previstos na 
Constituição da República, a casa é o asilo inviolável do indivíduo, não sendopermitido a ninguém nela penetrar, sem consentimento do morador, exceto 
em caso de desastre, flagrante delito, prestação de socorro, determinação 
judicial, durante o dia. 
71. Constituem direitos fundamentais do trabalhador: gozo de férias anuais 
remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; 
décimo terceiro salário com base na remuneração integral; proibição de 
diferença de salários por motivo de idade; irredutibilidade do salário, salvo o 
disposto em convenção ou acordo coletivo. 
72. Não constitui direito fundamental do trabalhador o descanso aos 
domingos. 
 
 
10
73. O direito do empregado à irredutibilidade salarial pode ser objeto de 
negociação coletiva, ou seja, o salário do trabalhador é irredutível, salvo 
disposição contida em acordo ou convenção coletiva. 
74. A Constituição veda a distinção entre trabalho manual, técnico e 
intelectual. 
75. Uma profissão pode ser exercida ainda que não regulada pelo 
legislador ordinário. 
76. O indivíduo que invoca motivo de crença religiosa para se eximir de 
obrigação legal a todos imposta e que se recusa a cumprir prestação 
alternativa fixada em lei pode ser privado de direitos. 
77. Nem todo indeferimento de prova pedida por acusado em processo 
administrativo é ilegítimo, sob o argumento de ferir a garantia constitucional 
da ampla defesa. É legítimo, em especial, quando a prova é reputada 
impertinente, meramente protelatória ou sem interesse para esclarecer os 
fatos (art. 156, Lei 8.112/90). 
78. Ainda que seja inviolável a vida privada, é possível a quebra de sigilo 
bancário. 
79. Não agride a garantia constitucional da inviolabilidade de domicílio 
entrar na casa de alguém, sem o consentimento do morador, quando está 
caracterizada situação de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. 
80. Os atos processuais são em princípio públicos, podendo, entretanto, a 
lei restringir a publicidade quando a defesa da intimidade ou o interesse 
social o exigirem. 
81. Viola a garantia da ampla defesa e do devido processo legal a 
condenação de um agente público a multa, sem que o servidor tenha sido 
chamado a participar do processo, ainda que se lhe dê a chance de recorrer 
dessa decisão. 
82. Não se afigura legítimo presumir que as pessoas que se dedicam à 
vida pública abrem mão, implicitamente, da pretensão ao direito à 
privacidade. 
83. Nem todos os direitos sociais previstos na Constituição são também 
assegurados aos trabalhadores domésticos. 
84. O Seguro-desemprego será concedido somente em caso de 
desemprego involuntário. 
85. A remuneração do trabalho noturno deverá ser sempre superior à do 
diurno. 
86. É direito social a proteção em face da automação, na forma da lei. 
 
 
11
87. O salário-família será pago em razão do dependente do trabalhador de 
baixa renda nos termos da lei. 
88. Os direitos sociais são suscetíveis de alteração mediante emenda 
constitucional. 
89. Os direitos sociais previstos na Constituição, ainda que sejam normas 
programáticas, produzem efeitos jurídicos desde a promulgação da CF, 
independente de regulação posterior pelo legislador ordinário. 
90. A disposição do Código de Processo Penal brasileiro segundo a qual o 
silêncio do acusado pode ser interpretado em seu desfavor não foi recebida 
pela ordem constitucional de 1988. 
91. A lei regulará a individualização da pena, não estando prevista a 
adoção da perda de direitos, mas sim, da pena de suspensão de direito. 
92. A determinação contida na lei de crimes hediondos no sentido de que 
os autores de determinados crimes cumpram a condenação em regime 
fechado não atenta contra o princípio da individualização da pena. 
93. São imprescritíveis os crimes de racismo e os cometidos por grupos 
com armas contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. 
94. O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado no caso de 
comprovado envolvimento em tráfico de drogas. 
95. Não se admite a extradição de pessoas que enfrentam, nos países 
requerentes, acusações que poderão acarretar a sua condenação à pena de 
morte. (O STF já admitiu a extradição de pessoa que foi condenada à prisão 
perpétua) 
96. A Constituição Federal admite a interceptação telefônica para fins de 
investigação criminal (não para finalidades administrativa, civil ou 
parlamentar). 
97. Não pode haver interceptação telefônica mediante autorização do 
Ministério Público. 
98. O sigilo de comunicações telefônicas não pode ser quebrado por 
decisão de autoridade policial, qualquer que seja a finalidade. 
99. Não constitui prova ilícita a captação por meio de fita magnética de 
conversa entre presentes autorizada por um dos interlocutores, se realizada 
em legítima defesa. 
100. Nem toda gravação de conversa telefônica sem autorização de 
autoridade judicial constitui prova ilícita. 
101. Segundo a jurisprudência do STF, a inviolabilidade do sigilo das 
correspondências, das comunicações telegráficas e dos dados não é 
absoluta, sendo possível sua interceptação, sempre excepcionalmente, com 
 
 
12
fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional ou de 
preservação da ordem jurídica, quando este direito estiver sendo exercido 
para acobertar práticas ilícitas. 
102. A existência, num processo, de prova ilicitamente obtida contamina as 
demais dela derivadas (teoria dos frutos da árvore envenenada). 
103. É inválida a condenação criminal fundada exclusivamente nos 
elementos informativos do inquérito policial. 
104. Há, no sistema constitucional brasileiro, possibilidade de aplicação de 
lei com caráter retroativo. 
105. É constitucional a prisão civil do depositário infiel em se tratando de 
alienação fiduciária em garantia. 
106. A Constituição Federal proíbe a pena de prisão perpétua no Brasil, mas 
admite a pena de morte. 
107. O princípio da presunção de inocência consagrado na Constituição não 
permite que se proceda ao lançamento do nome do réu no rol dos culpados 
após a sentença de pronúncia no processo penal. 
108. O princípio da presunção de inocência é compatível com a prisão 
cautelar ou provisória. 
109. A denúncia vaga ou genérica no processo penal é incompatível com o 
princípio constitucional do direito de defesa. 
110. A ampliação do prazo prescricional em matéria criminal não se aplica 
aos fatos praticados antes da entrada em vigor da lei, aplicando-se o 
princípio da anterioridade em matéria penal. 
111. O legislador não poderá outorgar ao júri competência para conhecer 
também de crimes culposos contra a vida. 
112. Não é assegurado, na instituição do júri, conforme o texto 
constitucional, o duplo grau de jurisdição. 
113. O princípio da proibição da prova ilícita impede que o Tribunal de 
Contas puna agente público com base exclusivamente em fita com gravação 
clandestina de conversa telefônica entre o agente público e terceiros, que 
comprovam mau uso de verbas públicas. 
114. O sentenciado penal pode ser preso para cumprir a sentença, mesmo 
enquanto dela pender recurso extraordinário. 
115. A reparação por danos morais independe de prova de dano à 
reputação do autor da demanda. 
116. A obrigação de reparação do dano decorrente da prática de um delito 
não desaparece com a morte da pessoa condenada pela prática desse 
 
 
13
delito, passando para eventuais herdeiros, até o limite do patrimônio 
transferido. 
117. A liberdade de expressão é compatível com pedido de reparação por 
danos morais formulado por pessoa atingida em sua honra pelas palavras 
proferidas. 
118. Segundo a jurisprudência pátria, o direito à inviolabilidade da honra, se 
aplica também à pessoa jurídica. 
119. A indenização prevista no texto constitucional inclui o dano moral, 
material ou à imagem. 
120. Não faz parteda liberdade de expressão divulgar opiniões e críticas 
anonimamente. 
121. A liberdade sindical constitucionalmente assegurada não permite a 
criação de mais de um sindicato, representativo de uma mesma categoria 
profissional ou econômica, por base territorial. 
122. A contribuição sindical, fixada pela assembléia geral, será descontada 
em folha de trabalhador vinculado ao sindicato (sindicalizado). 
123. É obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas 
de trabalho. 
124. O aposentado filiado a um sindicato preserva o direito de votar nas 
eleições para escolha dos dirigentes do sindicato, bem como poderá 
concorrer a cargo de direção ou representação sindical. 
125. No pagamento das sentenças judiciais proferidas contra as pessoas 
jurídicas de direito público, é legítima a atribuição de precedência de 
pagamento aos créditos de natureza alimentícia. 
126. O valor do crédito constante de precatório deve ser atualizado 
monetariamente, a partir de 10 de julho do exercício de sua expedição, até a 
data do efetivo pagamento, devendo ser expedido novo precatório para o 
pagamento, pela Fazenda Pública, do quantum correspondente à 
atualização, se não houver previsão normativa determinando o pagamento 
de uma só vez do valor atualizado. 
127. É legítima a desapropriação de solo urbano não edificado, subutilizado 
ou não utilizado com pagamento mediante títulos da dívida pública (CF, art. 
182, §4º, III). 
128. O direito de propriedade é garantido, mas sofre limitações. 
129. Um dos requisitos da função social da propriedade é a exploração que 
favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
130. O pagamento de indenização pela desapropriação se submete ao 
regime precatório, o que não viola o princípio da justa e prévia indenização. 
 
 
14
131. A desapropriação por interesse social, para fins de reforma agrária, do 
imóvel que não esteja cumprindo sua função social, somente pode acontecer 
depois de paga a justa e prévia indenização em títulos da dívida agrária ao 
expropriado (CF, art. 184). 
132. A propriedade produtiva é insuscetível de desapropriação para fins de 
reforma agrária (CF, art. 185, II). 
133. Se indenizam em dinheiro as benfeitorias úteis e necessárias em caso 
de desapropriação para fins de reforma agrária. 
134. A Constituição expressamente admite a desapropriação, para fins de 
reforma agrária, de imóveis rurais, não fazendo menção a imóveis urbanos. 
135. As operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de 
reforma agrária não estão sujeitas aos impostos federais, estaduais e 
municipais incidentes sobre a alienação de bens imóveis. 
136. A pequena propriedade rural, trabalhada pela família, não será objeto 
de penhora para pagamento de dívida decorrente de atividade produtiva. 
137. A autoridade pode ocupar um imóvel de propriedade particular, 
independentemente da anuência do proprietário, que somente receberá 
indenização ulterior se houver dano, no caso, por exemplo, de proteger, por 
um certo tempo, uma certa parcela da população de uma iminente catástrofe 
natural. 
138. A decisão proferida em mandado de injunção supre a omissão 
legislativa entre as partes. 
139. O mandado de injunção coletivo é plenamente compatível com a ordem 
constitucional brasileira. 
140. Não é caso de deferimento, nem mesmo parcial, do mandado de 
injunção pelo STF, quando a norma infraconstitucional regulamentadora do 
direito ou liberdade constitucional (i) oferece disciplina insatisfatória aos 
interesses do impetrante, (ii) é injusta ou (iii) mesmo inconstitucional. 
141. Não cabe mandado de injunção com a finalidade de corrigir exclusão 
pecuniária incompatível com o princípio da igualdade, mesmo que se 
pretenda a equiparação de vencimentos entre servidores que não foram, 
todos, contemplados na lei garantidora do benefício. 
142. É admissível o mandado de injunção perante o STF nas hipóteses em 
que, impetrado por organização sindical, estiver destinado a constatar a 
ausência de norma que inviabilize o exercício de direito ou liberdade 
constitucional de seus filiados. 
143. O mandado de segurança não é remédio constitucional adequado para 
cobrar do Estado verbas por ele devidas ao impetrante e não pagas 
oportunamente. 
 
 
15
144. A fixação de prazo para impetração de mandado de segurança é 
plenamente compatível com a própria garantia que se pretende outorgar. 
145. Há impedimento à impetração do mandado de segurança para proteger 
direito amparado por habeas corpus ou habeas data. 
146. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data. 
147. Menor de dezesseis anos não pode propor ação popular para anular 
ato lesivo à proteção do meio ambiente. 
148. A ação popular não pode ser ajuizada para atacar ato jurisdicional. 
149. A ação popular será instrumento idôneo para anular ato da 
Administração lesivo ao meio ambiente, ainda que não provado que o ato 
também provocou prejuízo ao erário. 
150. A ação popular destina-se a anular ato lesivo ao patrimônio público ou 
de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
151. Qualquer cidadão pode propor ação popular para anular ato lesivo ao 
meio ambiente, sendo o autor da ação isento, salvo má fé, dos ônus da 
sucumbência e das custas judiciais. 
152. O habeas data é o instrumento adequado para se conhecer e retificar 
informação relativa ao impetrante em bancos de dados de entidade 
governamental ou de caráter público. 
153. O habeas corpus é instrumento adequado para se impugnar ordem de 
juiz de primeiro grau de quebra de sigilo bancário. 
154. O habeas corpus contra ato de procurador da República com atuação 
em primeiro grau de jurisdição da Seção Judiciária do Distrito Federal é 
julgado perante o Tribunal Regional Federal com jurisdição sobre o Distrito 
Federal. 
155. Há possibilidade constitucional de impetração de habeas corpus 
preventivo. 
156. Os imóveis públicos urbanos não poderão ser adquiridos mediante 
usucapião. 
157. A União, os Estados e os Municípios estão impedidos de subvencionar 
cultos religiosos ou igreja. 
158. É vedado o ensino religioso como disciplina de matrícula obrigatória 
dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. 
 
 
16
159. O cidadão poderá ser privado de seus direitos por motivo de crença 
religiosa se a invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e 
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. 
160. É assegurada a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva, podendo a lei estabelecer restrições àquela 
prestação. 
161. Constitui vedação constitucional de caráter federativo o 
estabelecimento de aliança entre as unidades da Federação e igrejas, 
inclusive os representantes destas, sendo possível, na forma da lei, a 
colaboração de interesse público. 
162. A outorga de tratamento diferenciado a cidadãos ou empresas do 
Estado-membro é incompatível com a Constituição. 
163. A Constituição Federal proíbe que se concedam privilégios fiscais 
exclusivamente às empresas públicas. 
164. A Constituição Federal não permite que se conceda tratamento 
favorecido à empresa brasileira de capital nacional. 
165. A Constituição Federal proíbe que se adote medida provisória na 
regulamentação de dispositivo cuja redação tenha sido alterada por emenda 
constitucional aprovada a partir de 1995 até a EC 32, inclusive (CF, art. 246). 
166. A Constituição assegura a nacionalidade brasileira aos nascidos no 
estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir 
no Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira. 
167. Dentre os cargosprivativos de brasileiro nato encontram-se os de 
oficial das forças armadas, da carreira diplomática, o de Presidente da 
República, de Ministro da Defesa e os de Ministro do Supremo Tribunal 
Federal. 
168. Nos termos da Constituição, os filhos de brasileiros que não estejam a 
serviço do Brasil nascidos no exterior poderão fazer opção pela 
nacionalidade brasileira a qualquer tempo. 
169. Além das previstas na Constituição, a lei não poderá estabelecer outras 
distinções entre brasileiros natos e naturalizados. 
170. Ocorrerá perda da nacionalidade brasileira quando um brasileiro 
adquirir voluntariamente outra nacionalidade, salvo nos casos de 
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de 
imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente 
em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território 
ou para o exercício de direitos civis. 
171. A criação de associações independe de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento. 
 
 
17
172. O Ministério Público não tem o poder de determinar a dissolução 
compulsória de associação, o que só pode ser feito por decisão judicial 
transitada em julgado. 
173. A criação de cooperativas depende de regulação legal, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento. 
174. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar. 
175. As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm 
legitimidade para representar os seus filiados, judicial ou extrajudicialmente. 
176. Segundo a jurisprudência do STF, havendo mais de um sindicato 
constituído na mesma base territorial, a sobreposição deve ser resolvida com 
base no princípio da anterioridade, cabendo a representação da classe 
trabalhadora à organização que primeiro efetuou o registro sindical. 
177. Constitui o sentido essencial do princípio da representação o exercício 
do poder não pelo seu titular, mas por órgãos de soberania que atuam no 
interesse do povo. 
178. Ninguém poderá ser compelido a se associar ou a permanecer 
associado. 
179. A expressão de atividade artística e de comunicação é livre, e 
independe de censura ou licença. 
180. Um determinado cidadão brasileiro pode ter o direito de votar e não ter 
o de ser votado (p. ex.: art. 14, § 3º, VI). 
181. Os conscritos e os estrangeiros não podem votar. 
182. O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem insuficiência de recursos. 
183. Com base no Estado de Direito, princípio fundamental da ordem 
constitucional brasileira, a configuração do princípio do acesso à justiça, 
quanto aos beneficiários do direito à assistência jurídica integral e gratuita 
prestada pela Defensoria Pública ou por quem lhe faça as vezes, apenas 
obriga o Estado a efetuar esse serviço aos que comprovarem insuficiência de 
recursos. 
184. O direito de reunião em lugares abertos ao público não depende de 
prévia autorização de autoridade pública. 
 
 
18
CAPÍTULO II 
PODER LEGISLATIVO 
 
185. A Constituição Federal adota um modelo horizontal de distribuição de 
competência legislativa. 
186. Ainda que não exista hierarquia entre leis federais e estaduais, há 
previsão, no texto constitucional, da possibilidade de uma norma federal, 
quando promulgada, suspender a eficácia de uma norma estadual (art. 24, § 
4º). 
187. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), a 
distinção entre a lei complementar e a lei ordinária não se situa no plano da 
hierarquia, mas no da reserva de matéria. 
188. Os Senadores são eleitos pelo sistema majoritário. 
189. Compete ao Senado Federal processar e julgar o Presidente e o Vice-
Presidente da República, os Ministros do STF, o Procurador-Geral da 
República e o Advogado-Geral da União, nos casos de crimes de 
responsabilidade. 
190. Na competência legislativa concorrente, em face de omissão legislativa 
da União, prevê a CF/88 a competência legislativa plena de Estados e 
Distrito Federal. 
191. A imunidade parlamentar somente protege o Deputado ou Senador 
após diplomação. 
192. Pela calúnia proferida por Deputado, em discurso na Câmara, não 
poderá o mesmo ser processado criminalmente, nem mesmo no STF; além 
disso, não estará sujeito à responsabilidade civil pelo discurso que proferiu. 
193. A instauração de processo contra os Ministros de Estado só está 
sujeita à prévia autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços dos 
seus membros, quando os crimes por eles praticados forem conexos com 
aquele praticado pelo Presidente da República (51, I). 
194. A emenda parlamentar a projetos de iniciativa privativa do Executivo ou 
do Judiciário há de guardar relação de pertinência com a matéria objeto da 
proposta. 
195. As comissões permanentes da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal poderão, na forma do regimento, discutir e votar determinados 
projetos de forma definitiva. 
196. As Comissões permanentes do Senado Federal e da Câmara dos 
Deputados têm competência para convocar Ministros de Estado para 
 
 
19
prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições, bem como 
solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão. 
197. A convocação extraordinária do Congresso Nacional poderá ser 
requerida pelos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
198. Não é legítima deliberação do Congresso Nacional, na sessão 
extraordinária, sobre qualquer matéria que esteja submetida à sua 
apreciação (só matéria para a qual foi convocado e Medidas Provisórias – 
art. 57, §7º). 
199. A comissão representativa do Congresso Nacional que deve atuar no 
período de recesso não dispõe de poderes para emendar a Constituição. 
200. As chamadas questões interna corporis não são passíveis de controle 
judicial, exceto para confrontar o ato praticado com as prescrições 
constitucionais, legais ou regimentais que estabeleçam condições, forma ou 
rito para seu cometimento. 
201. É vedada a edição de medida provisória em matéria relativa a direito 
penal, processual penal, processual civil, direitos políticos e direito eleitoral, 
nacionalidade, cidadania, organização do Judiciário e Ministério Público, 
orçamento. 
202. Matéria reservada à Lei Complementar não pode ser objeto de Medida 
Provisória. 
203. A Constituição de 1988 consagra um regime de democracia 
representativa perfeitamente compatível com a forma de democracia direta, 
como a iniciativa popular. 
204. A Constituição Federal não prevê iniciativa popular para as Emendas 
Constitucionais. 
205. A filiação partidária constitui condição de elegibilidade no sistema 
constitucional brasileiro. 
206. Os partidos políticos são pessoas jurídicas de direito privado. 
207. Não é constitucional proposta de legislação complementar para a 
existência de um único partido político no Brasil. 
208. Os projetos de lei não precisarão ser aprovados, necessariamente, 
pelo plenário da Câmara e do Senado Federal. 
209. Não apresenta vício formal a emenda constitucional que, tendo 
recebido modificação não substancial na Casa revisora, foi promulgada sem 
nova apreciação da Casa iniciadora quanto à referida alteração. 
210. O texto constitucional não admite a delegação legislativa em matéria de 
lei complementar. 
 
 
20
211. Emenda à Constituição não pode instituir a pena de morte para crimes 
hediondos. 
212. Emenda à Constituição não pode estabelecer o voto indireto para a 
eleição de prefeitos. 
213. Deve ser considerada inconstitucional toda a emenda à Constituição 
que tenha por objeto dispositivo tendente a abolir cláusula pétrea. 
214. A matéria constante de proposta de emenda à constituição rejeitada ou 
havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma 
sessão legislativa. 
215. Não só os direitose garantias individuais previstos expressamente no 
art. 5º da Constituição estão protegidos contra emendas à Constituição. 
216. É inconstitucional emenda à Constituição que crie imposto da União, 
sujeitando a tal imposto não somente pessoas físicas e pessoas jurídicas de 
direito privado, como também pessoas jurídicas de direito público, como 
Estados e Municípios. 
217. Nem mesmo por meio de proposta de mais da metade das 
Assembléias Legislativas das unidades da Federação, o Congresso Nacional 
pode votar e promulgar emenda à Constituição que transforme o Estado 
Federal brasileiro em Estado unitário, por ferir cláusula pétrea. 
218. As emendas à Constituição têm mesmo status hierárquico das normas 
da Constituição elaboradas pelo próprio poder constituinte originário. 
219. Segundo a melhor doutrina, a aprovação de emenda constitucional, 
alterando o processo legislativo da própria emenda, ou revisão 
constitucional, tornando-o menos difícil, não seria possível, porque haveria 
um limite material implícito ao poder constituinte derivado em relação a essa 
matéria. 
220. Normas que constituem cláusulas pétreas têm mesmo status 
hierárquico ao das demais normas constantes do texto constitucional. 
221. Emenda constitucional pode alterar disposição transitória da 
Constituição. 
222. Se uma proposta de emenda for rejeitada ou prejudicada, não poderá 
ser reapresentada na mesma sessão legislativa. 
223. O membro do Congresso Nacional não tem legitimidade para, sozinho, 
apresentar proposta de emenda à Constituição. 
224. Não configura fator impeditivo da apresentação, discussão ou votação 
de uma proposta de emenda à Constituição que a proposta de emenda seja 
a reiteração idêntica de outra proposta de emenda rejeitada na sessão 
legislativa anterior. 
 
 
21
225. Configuram fatores impeditivos da apresentação, discussão ou votação 
de uma proposta de emenda à Constituição, entre outros, que a proposta de 
emenda seja apresentada à discussão por partido político, com ou sem 
representação no Congresso Nacional, que durante a votação da emenda 
esteja em curso uma intervenção federal em Estado-membro, que a proposta 
tenha por objeto a criação de novos casos de prisão civil por dívidas, além 
daqueles já previstos pelo constituinte originário e que a proposta tenha por 
objeto a criação da pena de banimento, para crimes hediondos. 
226. A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção 
federal, do estado de defesa ou de estado de sítio. 
227. A sanção do Presidente da República a projeto de lei aprovado pelo 
Congresso Nacional não é hábil para convalidar eventual vício de iniciativa. 
228. É inconstitucional o projeto de lei apresentado por membros do 
Congresso Nacional sobre matéria que o constituinte diz pertencer ao âmbito 
da iniciativa privativa do Presidente da República. 
229. É admissível a rejeição pelo Congresso Nacional de veto total a um 
projeto de lei, bem como a rejeição parcial do veto total. 
230. Os projetos de lei encaminhados pelo Presidente da República terão 
início na Câmara dos Deputados. 
231. Os atos de uma CPI no âmbito do Congresso Nacional são suscetíveis 
de revisão judicial. 
232. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no plano federal 
não pode anular ato do Executivo praticado de modo comprovadamente 
contrário à moral e ao direito. 
233. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no plano federal 
pode investigar ato administrativo de integrante do Judiciário e convocar 
integrante do Ministério Público para depor. 
234. A CPI não tem competência constitucional para editar leis, ainda que 
com vistas ao aperfeiçoamento do sistema legislativo, relativamente ao tema 
que ensejou a instauração da CPI. 
235. A CPI tem competência para quebrar o sigilo bancário, fiscal e 
telefônico de pessoa – física ou jurídica – sob a sua investigação, mediante 
decisão necessariamente fundamentada. 
236. No curso de uma CPI no Congresso Nacional, não podem ser 
decretadas, entre outras, as seguintes medidas: busca domiciliar de 
documentos incriminadores; interceptação telefônica; proibição de o 
investigado se ausentar do país; proibição de o investigado se comunicar 
com o seu advogado durante a sua inquirição; seqüestro de bens. 
237. CPI tem prazo determinado para encerrar os seus trabalhos. 
 
 
22
238. CPI não pode exigir de testemunha que responda a pergunta que não 
tenha pertinência com o objeto da CPI ou que envolva assunto protegido 
pelo sigilo profissional. 
239. A testemunha convocada para depor perante uma Comissão 
Parlamentar de Inquérito no âmbito do Congresso Nacional e que entenda 
ilegítima a sua convocação pode impetrar habeas corpus para se livrar da 
convocação. 
240. O tratado incorporado ao direito interno tem o mesmo nível hierárquico 
das leis. 
241. Lei ordinária que dispõe sobre assunto próprio de lei complementar é 
inconstitucional. 
242. Segundo a jurisprudência do STF, se uma lei complementar disciplinar 
uma matéria não reservada a esse tipo de instrumento normativo, poderá 
uma lei ordinária, disciplinando tal matéria, revogá-la. 
243. Uma lei complementar que dispõe sobre assunto que a Constituição 
não reserva à lei complementar é, segundo a doutrina pacífica, válida e 
suscetível de produzir efeitos jurídicos. 
244. A lei complementar se define por ser aprovada pelo Congresso 
Nacional mediante maioria absoluta (maioria dos membros da casa). 
245. Leis complementares se sujeitam à sanção ou ao veto do Presidente 
da República. 
246. Mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das 
Casas do Congresso Nacional, a matéria de projeto de lei rejeitado pode ser 
objeto de novo projeto de lei na mesma sessão legislativa. 
247. Se um projeto de lei teve início na Câmara dos Deputados, poderá o 
Senado, em seguida, rejeitá-lo, hipótese em que será arquivado, ou poderá 
aprová-lo integralmente ou com emendas, sendo que, na segunda hipótese, 
o projeto seguirá, de imediato, para a sanção ou veto do Presidente da 
República. Em caso de emendas, estas deverão ser analisadas pela casa 
iniciadora. 
248. O Presidente da República, depois de comunicado ao Presidente do 
Senado os motivos pelos quais vetou o projeto de lei, não pode mais revogar 
o veto e ter o projeto de lei como sancionado. 
249. Na apreciação de projeto de lei delegada pelo Congresso Nacional, 
não se admitem emendas parlamentares. 
250. Se uma lei recém editada é declarada inconstitucional pelo STF, em 
uma ação direta de inconstitucionalidade, é possível afirmar que, 
necessariamente, a lei em questão não é municipal. 
 
 
23
251. Pode-se declarar inconstitucional uma lei pelo fato de ela ser 
manifestamente desarrazoada. 
252. Nem toda lei que prevê efeito retroativo a ela própria é lei 
inconstitucional (art. 5º, XL). 
253. O direito de petição, como assegurado na Constituição Federal, pode 
ser exercido em face de órgãos do Poder Executivo, do Legislativo e do 
Judiciário. 
254. O parecer prévio, emitido pelo órgão competente, sobre as contas que 
o Prefeito deve anualmente prestar, pode ser rejeitado por dois terços dos 
membros da Câmara de Vereadores. 
255. O Tribunal de Contas da União tem competência para fiscalizar a 
aplicação de recursos da União repassados a Município mediante convênio. 
256. As contas de empresas supranacionais, de cujo capital a União 
participe, podem ser fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União. 
257. O Tribunal de Contas não tem legitimidade para a suspensão das 
atividades de associação que desenvolva atividades nocivas ao bom 
andamento dos serviços públicos. 
258. O Tribunal de Contas não pode determinar a busca e apreensão de 
documentos que saiba que se encontram na casa de agente público sob a 
sua investigação, mesmo que os documentos sejam essenciaispara o 
julgamento de um processo da sua competência. 
259. O Tribunal de Contas não tem o poder de anular ou sustar contratos 
administrativos, mas pode determinar à autoridade administrativa que 
promova a anulação do contrato. 
260. O Tribunal de Contas não pode determinar que a autoridade 
administrativa sujeita à sua jurisdição suspenda o pagamento de vantagem a 
servidores públicos, se o pagamento dessa vantagem tiver sido determinado 
por decisão judicial transitada em julgado. 
261. É vedada a criação, por Municípios, de tribunais de contas municipais. 
262. As decisões dos Tribunais de Contas estão sujeitas a revisão judicial. 
263. Cabe aos Tribunais de Contas emitir parecer sobre as contas dos 
Chefes do Executivo, mas não lhes cabe julgá-las (art. 71, I). 
264. Órgãos da Administração Pública indireta também estão sujeitos a 
prestação de contas a Tribunal de Contas (art. 71, II). 
265. Uma lei ordinária pode dispor em sentido contrário ao que estabelece 
um tratado de direito internacional de que o Brasil faz parte, porque esse 
tratado, na visão do Supremo Tribunal Federal, não goza de hierarquia de 
norma constitucional entre nós. 
 
 
24
266. Não sofre de inconstitucionalidade formal a lei federal, de iniciativa de 
parlamentar, que, versando sobre matéria tributária, concede benefício fiscal 
a certas categorias de contribuintes de impostos de competência da União. 
267. Mesmo diante de demora do Chefe do Executivo em apresentar projeto 
de lei da sua iniciativa privativa, o Poder Legislativo não pode aprovar lei 
fixando prazo para que o projeto seja encaminhado. 
268. Não é válida a lei municipal que fixa horário de funcionamento dos 
bancos e instituições financeiras nos limites do território do Município. 
269. A lei orçamentária anual não pode conceder aumento para servidores 
públicos. 
270. Há óbice jurídico a que se apresentem e se aprovem emendas 
parlamentares a projeto de lei de diretrizes orçamentárias que contrariem o 
plano plurianual (art. 166, § 3º). 
271. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes 
orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão 
apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento 
comum. 
272. A distinção doutrinária, entre revisão e reforma constitucional, 
materializou-se na CF/88, uma vez que o atual texto constitucional brasileiro 
diferencia tais processos, ao estabelecer entre eles distinções quanto à 
forma de reunião do Congresso Nacional e quanto ao quorum de deliberação 
(art. 60, CF/88 e art. 3º, ADCT). 
273. Segundo a CF/88, a Constituição Estadual deverá obedecer aos 
princípios contidos na Constituição Federal, porém, nas matérias em que não 
haja setores legislativos concorrentes entre União e Estados, não haverá 
subordinação das leis estaduais às leis federais. 
274. A possibilidade de a União instituir, mediante lei complementar, 
imposto não previsto expressamente como sendo um imposto de 
competência da União, desde que seja não-cumulativo e não tenha fato 
gerador ou base de cálculo próprios de outros impostos discriminados na 
CF/88, constitui uma competência legislativa residual. 
275. A inviolabilidade, ou imunidade material, dos membros do Congresso 
Nacional afasta o dever de indenizar qualquer pessoa por danos morais e 
materiais por ela sofridos em razão de atos praticados pelo deputado ou 
senador, no estrito exercício de sua atividade parlamentar. 
276. Compete privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente a 
funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus 
componentes. 
 
 
25
CAPÍTULO III 
PODER EXECUTIVO 
 
277. É competência administrativa de todos os entes da federação fiscalizar 
as instalações nucleares. 
278. Os Ministros de Estado poderão ser processados e julgados nos 
processos por crime comum, independente de autorização da Câmara dos 
Deputados. 
279. Na hipótese de impedimento do Presidente da República e do Vice-
Presidente, serão chamados ao exercício da Presidência, sucessivamente, o 
Presidente da Câmara dos Deputados, o Presidente do Senado Federal e o 
Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
280. O afastamento do Presidente e do Vice-Presidente do País, se superior 
a 15 dias, há de ser precedido da necessária licença do Congresso Nacional. 
281. O recebimento de denúncia ou queixa contra o Presidente da 
República, por prática de crime comum, implica suspensão do exercício de 
funções presidenciais. 
282. A vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente implica, se nos 
dois primeiros anos do mandato, a realização de eleições noventa dias 
depois de aberta a última vaga. 
283. Haverá eleições indiretas para Presidente e vice-presidente da 
República se ambos os cargos ficarem vagos nos dois últimos anos do 
período presidencial. 
284. Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por 
partido político, obtiver maioria absoluta dos votos válidos. 
285. Se nenhum candidato à Presidência da República obtiver a maioria 
absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição, concorrendo os dois 
candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a 
maioria dos votos válidos, não computados os brancos e nulos. 
286. O Presidente da República, na vigência do seu mandato, não pode ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
287. O prefeito e o Governador podem ser presos durante o desempenho do 
seu mandato, pois a imunidade prevista no art. 86, § 3º, da CF/88, segundo o 
Supremo Tribunal Federal, é exclusiva do Presidente da República, não 
podendo ser estendida a eles. 
288. O Prefeito será julgado pelo o Tribunal de Justiça do Estado (CF, art. 
29, X). 
 
 
26
289. Admitida a acusação contra o presidente da República por infração 
penal comum, ele será submetido a julgamento perante o STF. 
290. A Receita Federal não pode, juridicamente, dar execução a uma lei que 
tenha sido julgada inconstitucional pelo STF em sede de ação declaratória de 
constitucionalidade, mesmo não tendo sido a União parte em tal feito. 
291. Ainda que diante da omissão do Legislativo em editar leis que sejam 
necessárias para que o cidadão goze efetivamente dos direitos fundamentais 
dispostos na Constituição Federal, o STF não pode, quando provocado, criar, 
ele próprio, as normas faltantes. 
292. Ainda que o Presidente da República, estando obrigado a apresentar o 
projeto de lei da sua iniciativa exclusiva, não o faça tempestivamente, não 
poderá o projeto ser apresentado por comissão do Congresso Nacional nem 
poderá o Supremo Tribunal Federal legislar sobre o assunto, se provocado 
por meio de mandado de injunção. 
293. Projeto de lei da iniciativa privativa do Presidente da República pode 
sofrer emenda no âmbito do Congresso Nacional. 
294. Não será possível aumento de despesa via emenda apresentada ao 
projeto de lei resultante de iniciativa privativa do Presidente da República 
(CF, art. 63, I). 
295. O Presidente da República só poderá solicitar urgência para 
apreciação de proposição que verse sobre matéria cujo projeto de lei seja de 
sua iniciativa. 
296. A extrapolação, pelo Poder Executivo, no uso do seu poder 
regulamentar, caracteriza, segundo a jurisprudência do STF, uma ilegalidade 
e não uma inconstitucionalidade, uma vez que não há ofensa direta à 
literalidade de dispositivo da Constituição. 
297. Se lei concede vantagem financeira a uma dada categoria de 
servidores públicos, deixando, porém, de concedê-la a outra categoria, em 
desacordo com as exigências do princípio da isonomia, esse tratamento 
diferenciado poderá, no âmbito do Judiciário, ser tido como inconstitucional, 
mas a vantagem não poderá ser estendida ao segmento do funcionalismo 
discriminado. 
298. É de iniciativa privativa do Presidenteda República a lei que disponha 
sobre criação de cargos, funções e empregos públicos e sua remuneração 
(art. 61, § 1º, II, “a”). 
299. O presidente da República pode delegar a Ministro de Estado sua 
competência para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou 
cargos públicos vagos (art. 84, parágrafo único). 
 
 
27
300. Se o presidente da República não tomar posse na data fixada no texto 
constitucional, o cargo será declarado vago, após dez dias, contados dessa 
data, salvo motivo de força maior. 
301. Será considerado eleito presidente da República, em primeiro turno, o 
candidato que atingir uma votação que seja igual ou superior à maioria 
absoluta dos votos apurados na eleição, não computados os em branco e os 
nulos. 
302. Para a constitucionalidade da declaração de guerra, pelo presidente da 
República, no caso de agressão estrangeira, ela terá que ser submetida à 
autorização do Congresso Nacional, ou, quando ocorrida no intervalo das 
sessões legislativas, deverá haver referendo. 
303. Mesmo se o Presidente da República se convencer de que apenas um 
trecho do caput de um artigo do projeto de lei é inconstitucional, não poderá 
vetá-lo apenas em tal passagem, pois está vedado o veto a palavras. 
304. Não cuida de assunto a ela vedado a medida provisória que cria 
adicional por tempo de serviço para os servidores públicos federais. 
305. Medida provisória rejeitada pode ser reeditada na sessão legislativa 
seguinte àquela em que a rejeição se deu. 
306. Medida provisória pode disciplinar assunto que tenha sido objeto de 
tratado já incorporado à ordem jurídica interna. 
307. É possível o uso de Medida Provisória com a finalidade de abertura de 
crédito extraordinário para atender a despesas decorrentes de comoção 
interna. 
308. Aprovado, pelo Congresso Nacional, projeto de lei de conversão, 
alterando o texto original da medida provisória, esta só perderá sua vigência 
quando o projeto for sancionado ou vetado pelo Presidente da República, 
ainda que isso ocorra após o prazo máximo de cento e vinte dias contados 
de sua edição. 
309. A medida provisória pode ser editada para aumentar imposto. 
310. É legítima a revogação de medida provisória antes do decurso do 
prazo constitucionalmente fixado. 
311. São assuntos vedados à medida provisória: disciplinar como os 
partidos políticos devem se coligar para disputar eleições presidenciais; 
estabelecer requisitos para a promoção de Procuradores da República e de 
Juízes Federais nas respectivas carreiras; agravar as penas para crimes 
cometidos contra a Administração Pública; modificar a lei orçamentária em 
vigor. 
312. Medida provisória não pode dispor sobre direito penal, nem mesmo 
para beneficiar o réu. 
 
 
28
313. Medida provisória se sujeita ao controle abstrato da 
constitucionalidade, mesmo antes de convertida em lei. 
314. As medidas provisórias que perderem sua eficácia por rejeição tácita 
ou expressa continuarão disciplinando as relações constituídas e decorrentes 
de atos praticados durante a sua vigência, se o Congresso Nacional não 
editar, até sessenta dias após a rejeição, um decreto legislativo disciplinando 
os efeitos da aplicação dessas medidas provisórias. 
315. Cabe o uso de medida provisória para regular assunto que venha a ser 
objeto, hoje, de uma emenda constitucional (veja art. 246). 
316. Supondo que uma medida provisória tenha aumentado as alíquotas do 
imposto de renda, é correto dizer que o aumento somente poderá ser 
cobrado no exercício seguinte àquele em que a medida provisória tiver sido 
editada e, ainda assim, desde que a medida provisória tenha sido convertida 
em lei até o último dia do exercício financeiro em que foi editada. 
317. Uma constituição estadual pode permitir que o governador edite 
medida provisória, pois a CF não veda sua utilização ao estado. 
318. A CF/88 não proíbe expressamente que o Município adote o regime 
das medidas provisórias na sua lei orgânica. 
319. O Presidente da República não pode delegar a atribuição de editar 
medidas provisórias aos Chefes dos demais Poderes da República. 
320. Os pressupostos da urgência e da relevância das medidas provisórias 
podem ser avaliados no âmbito do Poder Judiciário, em caráter excepcional. 
321. Mesmo que rejeitada a medida provisória pelo Congresso Nacional, há 
caso em que as relações jurídicas decorrentes de atos praticados durante a 
sua vigência conservam-se regidas por essa mesma medida provisória (art. 
62, § 11). 
322. De acordo com a atual disciplina constitucional do tema, uma medida 
provisória pode revogar outra medida provisória que ainda esteja pendente 
de apreciação pelo Congresso Nacional. 
323. São competências dos Municípios: suplementar a legislação federal e 
estadual no que couber; organizar e prestar, de modo direto ou sob regime 
de concessão ou permissão, o serviço de transporte coletivo no seu território; 
promulgar a sua própria lei orgânica; fixar a retribuição pecuniária devida ao 
Prefeito e aos Vereadores. 
324. Embora a Constituição Federal determine que a criação ou extinção de 
cargos, no âmbito do Poder Executivo, deva ocorrer por meio de lei, no caso 
do cargo estar vago, sua extinção poderá se dar por meio de Decreto do 
Presidente da República. 
 
 
29
325. Compete ao Conselho de Defesa Nacional, órgão superior de consulta 
do Presidente da República, opinar sobre assuntos relacionados com a 
soberania nacional e a defesa do Estado democrático. 
326. Integram o Conselho da República: o vice-presidente da República, os 
Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, os líderes da 
maioria e da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, o 
ministro da Justiça e seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e 
cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, 
dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, 
todos com mandato de três anos, vedada a recondução. 
 
 
 
30
CAPÍTULO IV 
PODER JUDICIÁRIO E MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
327. Ressalvada a competência da Justiça Militar, compete à Justiça 
Federal processar e julgar os crimes cometidos a bordo de navios e 
aeronaves, bem como os crimes contra a organização do trabalho. 
328. Compete à Justiça Federal processar e julgar as causas movidas por 
funcionários públicos contra a União. 
329. Compete aos Tribunais Regionais Federais o processo e julgamento de 
feitos quando a autoridade coatora for membro do Ministério Público da 
União (art. 108, I, a). 
330. Compete ao Tribunal Regional Federal julgar os recursos contra as 
decisões dos juízes estaduais prolatadas em causas em que for parte 
instituição de previdência social federal. 
331. Cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar habeas corpus contra ato de 
turma recursal de Juizado Especial. 
332. Não cabe ao Supremo Tribunal Federal julgar o Presidente da 
República nas ações civis públicas em que ele figure como réu. 
333. Após a vitaliciedade, o juiz só perderá seu cargo por sentença judicial 
transitada em julgado. 
334. Admitida pela Câmara dos Deputados a denúncia ou queixa contra o 
Presidente da República por prática de crime comum, será remetida ao 
Supremo Tribunal, que não está obrigado a receber a denúncia ou queixa. 
335. Segundo a CF/88, são irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior 
Eleitoral, salvo as que contrariarem Constituição Federal e as denegatórias 
de habeas corpus ou mandado de segurança. 
336. As causas que envolvam instituição de previdência social e segurado 
poderão ser processadas e julgadas na Justiça Estadual, no foro de domicílio 
dos segurados ou beneficiários, devendo o recurso cabível ser interposto 
perante o Tribunal Regional Federal competente. 
337. Compete ao órgão central da Procuradoria da Fazenda Nacional a 
representaçãojudicial nas execuções da dívida ativa. 
338. O crime político deverá ser processado e julgado pela Justiça Federal, 
com recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal. 
339. Serão processadas e julgadas perante a Justiça Estadual, do foro do 
domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte 
instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja 
 
 
31
sede de vara ou juízo federal, cabendo recurso para o Tribunal Regional 
Federal competente. 
340. A independência do Poder Judiciário, assegurada constitucionalmente, 
não impede que um membro do Judiciário venha a ser processado e julgado 
pelo Poder Legislativo (CF, art. 52, II). 
341. O Supremo Tribunal Federal é o foro próprio para o julgamento de 
mandado de segurança contra ato do Presidente da República, das Mesas 
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do TCU, do Procurador-
Geral da República e do próprio STF. 
342. Compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso especial, 
as causas decididas em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, 
quando a decisão recorrida contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes 
vigência; julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei 
federal; der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
343. A autoridade judiciária não pode legislar, nem mesmo para o caso 
concreto, no bojo de um mandado de injunção. 
344. Compete ao Ministério Público a defesa judicial dos direitos e 
interesses das populações indígenas. 
345. Por serem de relevância pública as ações e serviços de saúde, é 
entendimento do STF que o Ministério Público Federal está autorizado a 
ajuizar ação civil pública contra a contratação de rede hospitalar privada, no 
âmbito do SUS, sem o devido processo licitatório. 
346. O membro do Ministério Público não pode decretar a prisão de pessoa 
submetida à sua investigação criminal, exceto em flagrante delito. 
347. Os integrantes do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas 
estão submetidos às mesmas normas que regem, no que concerne a 
direitos, vedações e forma de investidura no cargo, os membros do Ministério 
Público comum. 
348. São instrumentos de atuação do Ministério Público da União: promover 
a ação direta de inconstitucionalidade e o respectivo pedido de medida 
cautelar, impetrar habeas corpus e mandado de segurança, promover o 
inquérito civil e a ação civil pública para a defesa de direitos difusos e 
coletivos, expedir recomendações a órgãos públicos, visando à melhoria dos 
serviços públicos e de relevância pública. 
349. Sobre as funções eleitorais do Ministério Publico pode-se dizer que são 
próprias do Ministério Público Federal, em todas as fases e instâncias do 
processo eleitoral. 
 
 
32
350. Entre outras, são atribuições do cargo de procurador-geral da 
República: exercer a chefia do Ministério Público Federal, dirimir conflitos de 
atribuição entre integrantes de ramos diferentes do Ministério Público da 
União, exercer a função de procurador-geral eleitoral, designar o vice-
procurador-geral da República. 
351. O procurador-geral da República deve ser ouvido previamente nas 
ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do 
Supremo Tribunal. 
352. Os membros do Ministério Público da União que oficiem perante juízos 
de primeira instância são processados e julgados, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, pelos Tribunais Regionais Federais, ressalvada a 
competência da Justiça Eleitoral. 
353. É incumbência do Ministério Público da União a defesa da ordem 
jurídica e do regime democrático. 
354. O Ministério Público da União compreende o Ministério Público 
Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Militar e o 
Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. 
355. O Ministério Público da União não compreende o Ministério Público 
Eleitoral. 
356. O procurador-geral da República exerce a chefia do Ministério Público 
Federal e do Ministério Público da União. 
357. A garantia de inamovibilidade dos membros do Ministério Público da 
União pode ser excepcionalizada por motivo de interesse público, mediante 
decisão do Conselho Superior, por voto de dois terços de seus membros, 
assegurada ampla defesa. 
358. É vedado ao membro do Ministério Público da União exercer a 
advocacia, ainda que gratuita. 
359. Para concorrer à vaga de juiz em Tribunal Regional Federal, no quinto 
constitucional, o membro do Ministério Público deverá ter mais de dez anos 
de carreira e ser indicado, pelo seu órgão, em lista sêxtupla, a ser 
encaminhada ao respectivo tribunal. 
360. Em face do princípio da independência funcional, o membro do 
Ministério Público pode pedir a absolvição do réu no processo penal. 
361. A autonomia administrativa e financeira assegurada ao Ministério 
Público da União compreende a elaboração de seus regimentos internos. 
362. Da decisão de Tribunal de Justiça em representação para fins 
interventivos em Município não cabe recurso extraordinário para o Supremo 
Tribunal Federal. 
 
 
33
363. Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no 
processamento de precatórios (Súmula STF 733). 
364. Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida 
liminar (Súmula STF 735). 
365. O Estado-membro que descumpre decisão judicial do Tribunal Superior 
do Trabalho está sujeito a intervenção federal requisitada pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
366. É cabível reclamação fundada na garantia da autoridade das decisões 
tomadas pelo Supremo Tribunal Federal, entre outros, nos casos de decisão 
definitiva de mérito: (i) em ação direta de inconstitucionalidade julgada 
improcedente, com a proclamação da constitucionalidade da norma objeto de 
impugnação, (ii) em ação declaratória de constitucionalidade julgada 
procedente, com a proclamação da constitucionalidade da norma objeto de 
apreciação, (iii) em ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente, 
com a utilização de interpretação conforme a Constituição. 
367. Essa reclamação cabe também no caso de decisão liminar em ação 
declaratória de constitucionalidade que concede medida cautelar requerida 
pelo autor da ação. 
368. Essa reclamação não cabe se há decisão liminar em ação direta de 
inconstitucionalidade que indefere medida cautelar requerida pelo autor da 
ação. 
369. O procurador-geral da República tem legitimidade para apresentar 
diretamente à Câmara dos Deputados projeto de lei fixando novos valores de 
retribuição pecuniária dos membros e servidores do Ministério Público da 
União. 
370. Créditos, decorrentes de sentença judicial, de natureza alimentícia 
também se sujeitam ao regime de pagamento por meio de precatório, porém, 
serão pagos com prioridade. 
371. Não há hierarquia entre advogado, agente do Ministério Público e 
magistrado de qualquer categoria. 
 
 
 
34
CAPÍTULO V 
UNIÃO 
 
372. A criação de um Território, a partir do desmembramento de parte do 
território de um Estado, far-se-á por lei complementar, aprovada no 
Congresso Nacional, após aprovação da criação do Território, em plebiscito, 
do qual participa apenas a população diretamente interessada, sendo 
obrigatória, ainda, a audiência da Assembléia Legislativa do Estado. 
373. É vedado à União tributar as rendas das obrigações da dívida pública 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração 
e os proventos dos respectivos agentes públicos em níveis superiores aos 
que fixar para suas obrigações e para seus agentes. 
374. A pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser 
efetuadas mediante autorização ou concessão da União por brasileiros ou 
empresa constituída sobas leis brasileiras. 
375. A Constituição Federal elenca, de forma precisa e expressa, a 
competência dos Municípios e da União, deixando a competência residual 
para os Estados-membros. 
376. São bens da União as terras devolutas indispensáveis à defesa das 
fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de 
comunicação e à preservação ambiental. 
377. Os lagos e rios que banhem mais de um Estado ou sirvam de limites 
com outros países, os potenciais de energia hidráulica e os recursos naturais 
da plataforma continental são bens da União. 
378. Segundo a Constituição Federal, a competência da União para emitir 
moeda é exercida exclusivamente pelo Banco Central (CF, art. 164). 
379. As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no Banco 
Central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou 
entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em 
instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei (art. 
164, § 3º). 
380. Em determinados casos, a intervenção federal poderá realizar-se sem 
a designação de um interventor. 
381. A decretação da intervenção da União nos Estados, em razão de 
impedimento ao livre exercício do Poder Judiciário Estadual, darse-á por 
requisição do STF, provocada por pedido do Presidente do Tribunal de 
Justiça; nesta hipótese, a decretação da intervenção é obrigatória, não sendo 
mais um ato discricionário pelo Presidente da República. 
 
 
35
382. Nos termos da CF/88, a responsabilidade civil por danos nucleares, 
independentemente da existência de culpa, é da União (art. 21, XXIII, c). 
383. Segundo o STF, a intervenção federal para prover a execução de 
ordem ou decisão judicial consistente na determinação de depósito para 
pagamento de precatórios judiciários de natureza alimentícia sujeita-se à 
chamada reserva do financeiramente possível, e não será requisitada se o 
ente federativo estadual ou distrital comprovar empenho no cumprimento de 
suas obrigações constitucionais e demonstrar a existência de risco à 
continuidade da prestação de serviços públicos essenciais à população, caso 
seja forçado àquele pagamento. 
384. Nas matérias da competência privativas da União, os Estados-
membros, o Distrito Federal e os Municípios não podem legislar para suprir a 
falta de lei federal. No entanto, lei complementar poderá autorizar os Estados 
a legislar sobre questões específicas dessas matérias. 
385. Não há hierarquia entre leis federais, estaduais ou municipais, cada 
uma tratando de matérias de suas respectivas competências. 
386. A Advocacia-Geral da União, diretamente ou por meio de órgão 
vinculado, representa judicialmente a Câmara dos Deputados. 
387. O comparecimento de Ministro de Estado ao Senado Federal, por 
iniciativa própria, para expor assunto de relevância de seu Ministério é uma 
exceção ao princípio de separação dos poderes. 
 
 
 
36
CAPÍTULO VI 
ESTADOS-MEMBROS, DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS 
 
388. A Constituição prevê a possibilidade de decretação de intervenção 
federal no Distrito Federal e proíbe sua divisão em municípios. 
389. O Distrito Federal dispõe de competência legislativa estadual e 
municipal. 
390. O Distrito Federal não é dotado de todas as competências 
reconhecidas aos Estados-membros. 
391. No âmbito do Distrito Federal, a organização da Defensoria Pública, do 
Poder Judiciário local e da Polícia Civil constitui tarefas de competência 
legislativa da União. 
392. Constitui fundamento suficiente para a decretação da intervenção do 
Estado no Município a não-aplicação do mínimo exigido da receita municipal 
da manutenção e desenvolvimento do ensino. 
393. A Constituição estadual não pode estabelecer que a representação 
interventiva, no plano estadual, seja proposta pelo Procurador-Geral ou 
Advogado-Geral do Estado. 
394. No contexto de sua autonomia, os Estados-membros estão impedidos 
de instituir um regime parlamentar de Governo bem como constituir um 
sistema legislativo bicameral. 
395. Não é legítima previsão constitucional que condicione a nomeação ou a 
destituição de Secretários estaduais à aprovação da Assembléia Legislativa. 
396. Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os 
serviços locais de gás canalizado. 
397. Embora os recursos naturais da plataforma continental e da zona 
econômica exclusiva sejam bens da União, a Constituição Federal assegura 
aos Estados a participação no resultado da exploração de petróleo localizado 
na plataforma continental correspondente à extensão da área territorial do 
Estado. 
398. Pertencem aos Estados as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que 
estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, 
Municípios ou terceiros. 
399. Os requisitos para nomeação dos membros do Tribunal de Contas da 
União contidos na Constituição Federal são de observância obrigatória pelo 
constituinte estadual. 
 
 
37
400. O processo legislativo estabelecido na Constituição Federal é 
vinculante para o Estado-membro. 
401. A Constituição Federal admite expressamente a possibilidade de 
delegação da competência legislativa federal para os Estados-membros. 
402. O modelo de competência legislativa concorrente consagrado na 
Constituição Federal condiciona a elaboração de ato normativo estadual à 
não existência da norma federal. 
403. Os Estados-membros estão impedidos de celebrar tratados 
internacionais. 
404. Os Estados não dispõem de autonomia para disciplinar o sistema 
eleitoral a ser adotado para as eleições estaduais e municipais. 
405. Não pode o Estado-membro estabelecer quorum para a aprovação de 
emenda constitucional mais rígido do que o previsto na Constituição Federal, 
tampouco pode adotar modelo de revisão constitucional simplificado. 
406. A Constituição do Estado-membro pode exigir que o processo-crime 
contra o Governador do Estado dependa da autorização específica da 
Assembléia Legislativa. 
407. O Governador, durante o seu mandato, somente poderá ser 
processado por crimes a ele atribuídos mediante licença da Assembléia 
Legislativa, se assim dispuser a Constituição Estadual. 
408. É compatível com o princípio da separação dos Poderes inscrito na 
Constituição Federal que a Constituição de Estado-membro atribua 
competência ao Governador para dispor, mediante decreto, sobre 
organização e funcionamento da administração estadual, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, 
não havendo ilegalidade ou inconstitucionalidade se tal decreto revogar lei 
anterior em sentido contrário. 
409. Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de 
Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, que, ao 
concluir a votação, enviará o respectivo projeto para sanção ou veto do chefe 
do Poder Executivo estadual. 
410. Os Estados-membros não podem recusar fé aos documentos públicos 
da União nem de outros Estados ou dos Municípios. 
411. Na sua organização, os Estados-membros submetem-se aos princípios 
constitucionais sensíveis e aos princípios estabelecidos. 
412. O Estado-membro vincula-se ao sistema de iniciativa legislativa 
privativa do Executivo fixado pela Constituição Federal. 
 
 
38
413. Aplica-se aos deputados estaduais as regras da Constituição Federal 
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade e imunidade. 
414. Um Estado-membro da Federação brasileira não pode se desligar da 
União Federal (direito de secessão). 
415. A respeito da iniciativa das leis, o Governador de um Estado-membro 
não tem legitimidade constitucional para dar início ao processo legislativo 
federal. 
416. O Tribunal de Justiça tem competência para processar e julgar ação 
declaratória de constitucionalidade. 
417. O Tribunal de Contas do Estado

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