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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

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DIREITO ADMINISTRATIVO OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 
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INTRODUÇÃO 
Por que resolvemos criar uma apostila e distribuir de graça? 
 Quando começamos a estudar para concursos públicos nós não sabíamos como estudar, qual o material 
que nos levaria até a aprovação de forma mais rápida. Fomos por muitas vezes enganados com apostilas 
compradas em bancas de revistas e outras. 
 Foi então que resolvemos criar nossa própria apostila, para auxiliar o nosso estudo para os concursos que 
fomos fazendo. Já tivemos algumas aprovações, então queremos difundir a nossa “técnica” de estudar para 
aqueles que estão começando tenham a oportunidade de adiantar os estudos e obter a tão sonhada aprovação. 
 Esta apostila vem para auxiliar nos seus estudos, sentimos em falar, mas só com ela não é suficiente. Bem 
sabemos que para se preparar para concursos precisamos treinar bastante, sendo assim, você concurseiro (a) 
deverá procurar resolver o número maior de questões da banca examinadora, que no último certame foi o CESPE. 
 Nossa sugestão: 
1) Leia esta apostila de 3 a 5 vezes; e 
2) Resolva em torno de 20 a 40 provas da CESPE; 
 
Observação: Dê importância para as matérias básicas – português e informática. Tendo em vista que elas 
farão a diferença na sua aprovação. Embora, nós, a princípio não vamos disponibilizar apostilas dessas matérias. 
Vocês seguindo a nossa sugestão é certa aprovação. Não tem jeito é INEVITÁVEL! Acredite em 
você, mesmo que tudo pareça que não vai dar certo. Caso não tenha concentração em casa, procure 
imediatamente uma biblioteca, pois, “biblioteca é o jardim dos sonhos” de um estudante. 
Lembrando que como diz o professor Wilber: “O suor que hoje jás do seu rosto, servirá de 
refrigerio para sua alma amanhã”, pois, por mais longe que possa parecer estar uma data um dia ela 
chegará e não importará se estará preparado ou não, ela chegará. Então que você e nós possamos estar 
preparados para o dia de nossa vitória que já foi decretada. 
Visite sempre a nossas páginas, lá tem muita motivação para não deixar você olhar para baixo, 
mas, sim para o ALVO. 
Seu sucesso é o nosso sucesso. 
EQUIPE DOS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA! 
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Produzido por: 
Equipe Os Concurseiros de Rondônia – OSCR.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: 
1 Noções de organização administrativa. 
2 Administração direta e indireta, centralizada e 
descentralizada. 
3 Ato administrativo: conceito, requisitos, atributos, 
classificação e espécies. 
4 Agentes públicos: espécies e classificação; cargo, 
emprego e função públicos. 
5 Poderes administrativos: Hierárquico, disciplinar, 
regulamentar e de polícia; Uso e abuso do poder. 
6 Licitação: Princípios, dispensa e inexigibilidade; 
Modalidades. 
7 Controle e responsabilização da administração: Controles 
administrativo, judicial e legislativo. 
8 Responsabilidade Civil do Estado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Estado, governo e Administração 
1.1 Estado 
É uma Pessoa Jurídica de Direito Público soberano, 
formado por três elementos indissociáveis e indispensáveis: 
Povo; Território e Governo Soberano. 
A partir da organização política do território, surgem 
duas noções de Estado: 
a) Unitário: existência de um poder político; marcado pela 
centralização política (no Uruguai, por exemplo, existe somente 
um poder político central). 
b) Federado: existência de poderes políticos distintos; 
marcado pela descentralização política (no Brasil, por exemplo, 
existe a coexistência de esferas políticas autônomas e distintas – 
União; Estados; Distrito Federal; Municípios). 
Integram a organização política do Estado os 
denominados Poderes (LEJ) que exercem funções – 
Típica/Primária/Principal; Atípica/Secundária. 
No clássico modelo de tripartição dos poderes, 
concebido por Charles Montesquieu em 1748, são três os 
Poderes do Estado: Legislativo, Executivo, Judiciário - LEJ (artigo 
2º da Constituição Federal). 
Estes poderes exercem funções públicas; como 
exemplo, o Legislativo exerce de forma típica a função de legislar 
(criar leis) e de forma atípica pode julgar o Presidente da 
República (função jurisdicional); o Executivo exerce de forma 
típica a função administrativa, porém, em alguns casos, pode de 
forma atípica editar medidas provisórias (função legislativa); e 
por fim, o Judiciário exerce de forma típica a função jurisdicional 
(julgar), entretanto, pode de forma atípica elaborar regimentos 
internos (função legislativa). 
1.2 Governo 
Esta expressão é usualmente empregada como sendo 
um conjunto de órgãos constitucionais responsáveis pela função 
política do Estado. 
 
 
Os Estados podem optar quanto à relação entre o Poder 
Legislativo e Executivo pelo chamado regime de governo: 
a) Parlamentarismo: colaboração entre os Poderes Legislativo e 
Executivo; neste o Poder Executivo é dividido em duas frentes: 
chefe de Estado – o Presidente da República ou monarca, e chefe 
de Governo – o Primeiro Ministro ou Conselho de Ministros. Ex:. 
Inglaterra. 
b) Presidencialismo: predominância do princípio da divisão dos 
Poderes, maior independência entre os mesmos. Neste sistema, o 
Presidente da República acumula as funções de chefe de Governo 
e de Estado. Ex:. Brasil. 
Já quanto à maneira de instituição do poder e com 
relação entre governantes e governados o Estado pode escolher 
sua forma de governo: 
a) República: caracterizado pela eletividade e pela temporalidade 
dos mandatos. Ex:. Brasil. 
b) Monarquia: caracterizada pela hereditariedade e vitaliciedade. 
Ex:. Inglaterra. 
1.3 Administração Pública 
Em sentido amplo, Administração Pública envolve os 
órgãos de governo (que exercem função política) e os órgãos e 
pessoas jurídicas (que exercem função meramente 
administrativa). 
Em sentido estrito, por conseguinte, Administração 
Pública só envolve os órgãos que exercem função meramente 
administrativa e de execução dos programas de governo. 
Por outro lado, Administração Pública em sentido 
formal, subjetivo ou orgânico é o conjunto de órgãos, pessoas 
jurídicas e agentes constituídos para a consecução dos fins do 
Governo, não importando a atividade que exerçam (em regra, 
desempenham função administrativa) envolvendo a 
Administração Direta e Indireta. O Brasil adota o critério formal 
de Administração Pública. 
Pode também a Administração Pública apresentar-se em 
sentido material, objetivo ou funcional que nada mais é do que o 
conjunto de atividades administrativas executadas pelo Estado 
por meio de seus órgãos e agentes. 
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2 Organização da Administração Pública: 
administração Direta e Indireta 
 Integram a Federação brasileira os entes federados 
(entidades políticas) que possuem competência para editar 
leis, sendo no Brasil: União/Estado/Distrito 
Federal/Municípios – Administração Direta; Bem como 
também integram a Federação as entidades administrativas: 
Autarquias/Fundações Públicas/Empresas 
Públicas/Sociedades de Economia Mista – Administração 
Indireta, que não legislam, tão somente executam as leis 
editadas pelas pessoas políticas. 
2.1 Noções de centralização, descentralização e 
desconcentração 
 A centralização ocorre quando o Estado executa suas 
tarefas diretamente por meio de seus órgãos e agentes 
integrantes da Administração Direta. 
 A descentralização, por outro lado, ocorre quando o 
Estado desempenha algumas de suas tarefas através de outras 
pessoas, ou seja, indiretamente, delegando certas atribuições 
a terceiros, o que pressupõe a existência de duas pessoas 
distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço. 
 A descentralização pode se apresentar de duas 
formas, sendo por outorga/serviço – em virtude de lei que 
atribui ou autoriza que outra pessoa execute e detenha a 
titularidade do serviço, ou por delegação/colaboração – 
quando um contrato ou ato unilateral atribui a outra pessoa à 
execução do serviço, porém, não sua titularidade que 
continua sendo do Estado. 
 A figura da desconcentração ocorre de maneira 
exclusiva dentro da mesma pessoa jurídica, ou seja, trata-se 
meramente de uma técnica administrativa de distribuição 
interna dentro de uma só pessoa jurídica com intuito de 
tornar mais ágil e eficiente a prestação dos serviços. 
2.2 Administração Direta 
 Como conceituado anteriormente, Administração 
Direta é o conjunto de órgãos que compõe as pessoas 
políticas do Estado, que concomitantemente é titular e 
executora do serviço público, que editam as leis, que tem sua 
competência de agir caracterizado pela centralização, no qual 
o Estado age diretamente sem intervenção de terceiros, 
sendo composta pela União, Estados o Distrito Federal e 
Municípios. 
2.3 Administração Indireta 
 Conjunto de pessoas jurídicas que vinculadas à 
Administração Direta executam as atividades administrativas, 
que têm sua competência caracterizada pela descentralização, 
no qual o Estado delega a terceiros a execução de serviços, 
sendo resguardada a titularidade que continua pertencendo 
ao Estado. 
 Integram a Administração Indireta a Autarquia, 
Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de 
Economia Mista. A seguir breves comentários sobre cada 
espécie de entidades. 
2.2.1 Autarquia 
 Pessoa jurídica de direito público interno, criada por 
lei específica, e extinta, pelo princípio do paralelismo, também 
por lei específica. 
 A responsabilidade civil é objetiva (necessidade 
econômica de repara dano independe de falta de serviço ou 
culpa do agente, bastando tão somente à existência do dano), 
artigo 37, § 6° da CF. 
Com relação aos terceiros as Autarquias expedem 
verdadeiros atos administrativos, passíveis desta forma de 
serem impugnados por Mandado de Segurança. 
A licitação é obrigatória para compras, alienações, 
concessões, permissões e locações. 
 A contratação de pessoal depende de concurso 
público, e seus servidores são regidos pelo regime jurídico 
único. 
 O patrimônio das Autarquias é considerado bem 
público, logo, inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis. 
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As autarquias possuem imunidade tributária e 
privilégios processuais na Fazenda Pública, e quando federais 
terão seus litígios processados e julgados na Justiça Federal 
(artigo 109, I da CF). 
Alguns exemplos de Autarquias: Instituto Nacional de 
Seguro Social – INSS; Instituto Nacional de Colonização e 
Reforma Agrária – INCRA. 
2.2.2 Fundações Públicas 
 Não se podem confundir primeiramente Fundações 
Públicas pertencentes à Administração Indireta, com as 
fundações privadas, uma vez que, estas são criadas por ato de 
vontade de um particular, a partir de um patrimônio privado e 
visando um fim que não o público. 
 As Fundações Públicas de direito privado (fundação 
governamental), a lei apenas autoriza sua criação, sujeitam-se 
a um regime jurídico híbrido, ou seja, em parte reguladas por 
normas de direito privado e em outras por normas de direito 
público. Não possuem privilégios processuais, e tão pouco, 
imunidades tributárias. Devem obedecer a Lei 8.666/93 
quanto às licitações e seus empregados regidos pela CLT 
(Consolidação das Leis Trabalhistas). 
 Em outro prisma, as Fundações Públicas de direito 
público, são uma espécie de autarquia sendo autorizadas por 
lei, com finalidade específica não lucrativa e de cunho social; 
assistência médica e hospitalar; educação e ensino; pesquisa 
e; atividades culturais. 
 É obrigatória a licitação em todas as situações, 
respeitando-se os parâmetros da Lei 8.666/93. 
 A responsabilidade civil, assim como no caso das 
Autarquias é objetiva, como disposto no artigo 37, § 6° da CF. 
 Seus bens por estarem afetados pelo serviço público 
não podem ser penhorados, respeitando assim, a 
continuidade da prestação do serviço público. 
 Seus agentes devem ser selecionados pela realização 
de concurso público e abarcados pelo regime jurídico único. 
 As fundações Públicas por serem instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, conforme artigo 150, § 2° da CF, 
são alcançadas pelo princípio da imunidade tributária e 
doravante pelas prerrogativas que a ordem jurídica atribui às 
Autarquias. 
 Quando de natureza federal, as Fundações Públicas 
terão seus litígios processados e julgados na Justiça Federal 
(artigo 109, I da CF). 
2.2.3 Empresas Públicas 
 Pessoa jurídica de direito privado, integrante da 
Administração Indireta, tendo sua criação autorizada por lei 
específica, sob qualquer forma jurídica, com capital 
exclusivamente público e podendo explorar atividades 
econômicas ou prestar serviços públicos. 
 Quando exploradoras de atividades econômicas as 
Empresas Públicas não fazem jus à imunidade tributária 
recíproca; sua atividade se sujeita predominantemente ao 
regime de direito privado; não se sujeitam ao artigo 37, § 6° 
da CF, ou seja, não se sujeitam à responsabilidade civil 
objetiva; seus bens não se enquadram como públicos. 
 Em sentido oposto, quando as Empresas Públicas 
prestarem serviços públicos suas atividades se sujeitam ao 
regime de direito público. 
 Diferentemente das Empresas Públicas que exploram 
atividades econômicas, estas por prestarem serviços públicos 
podem gozar de privilégios fiscais exclusivos e fazem jus à 
imunidade tributária recíproca. 
 A contratação de pessoal deve ser precedida de 
concurso público, artigo 37, II da CF, todavia, serão regidos 
pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). 
 Os seus bens são considerados públicos, portanto, 
sujeitos ao regime de direito público. 
 O respeito às regras de licitação e contratos (Lei 
8.666/93) deve ser integral, uma vez que, prestam serviços 
públicos. 
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 Não estão sujeitas a falência como bem prevê o 
artigo 2°, I da Lei 11.101/2005. 
 Sujeitas ao artigo 37, §6° da CF, isto é, a elas se 
aplicam as regras da responsabilidade civil objetiva. 
 Quando federais terão seus pleitos processados e 
julgados na Justiça Federal, ou seja, gozam de foro 
privilegiado, artigo 109, I da CF. 
 Exemplo de Empresa Pública exploradora de serviço 
público: Caixa Econômica Federal – CEF; prestadora de serviço 
público: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social – BNDES. 
2.2.4 Sociedades de Economia Mista 
 Pessoa jurídica de direito privado, autorizada por lei 
específica, sua forma jurídica é a modalidade de sociedade 
anônima (unicamente), tendo seu capital social formado por 
capitais públicos e privado (mistos), sendo, porém, o controle 
acionário da pessoa política instituidora ou de entidade da 
respectiva Administração Indireta, podendo por fim explorar 
atividades econômicas ou prestar serviços públicos. 
 Quando exploradoras de atividades econômicas as 
Sociedades de Economia Mista não fazem jus à imunidade 
tributária recíproca; sua atividade se sujeita 
predominantemente ao regime de direito privado; não se 
sujeitam ao artigo 37, § 6° da CF, ou seja, não se sujeitam à 
responsabilidade civil objetiva; seus bens não se enquadram 
como públicos. 
 Contudo, quando em sentido contrário, ou seja, 
quando prestadoras de serviços públicos, as Sociedades de 
Economia Mista quanto se sujeitam ao regime de direito 
público. 
 Diferentemente das Sociedades de Economia Mista 
que exploram atividades econômicas, estas por prestarem 
serviços públicos podem gozar de privilégios fiscais exclusivos 
e fazem jus à imunidade tributária recíproca. 
 A contratação de pessoal deve ser precedida de 
concurso público, artigo 37, II da CF, todavia, serão regidos 
pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). 
 Os seus bens são considerados públicos, portanto, 
sujeitos ao regime de direito público. 
 O respeito às regras de licitação e contratos (Lei 
8.666/93) deve ser integral, uma vez que, prestam serviços 
públicos. 
 Não estão sujeitas a falência como bem prevê o 
artigo 2°, I da Lei 11.101/2005. 
 Sujeitas ao artigo 37, §6° da CF, isto é, a elas se 
aplicam as regras da responsabilidade civil objetiva. 
 Quando federais terão seus pleitos processados e 
julgados na Justiça Federal, ou seja, gozam de foro 
privilegiado, artigo 109, I da CF. 
 Exemplos de Sociedades de Economia Mista 
exploradoras de atividades econômicas: Banco do Brasil S/A – 
BB; Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás; prestadora de serviço 
público: SABESP. 
3 Atos Administrativos 
 O conceito de ato administrativo segundo o mestre 
Hely Lopes Meirelles é “toda manifestação unilateral de 
vontade da Administração Pública que, agindo nessa 
qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, 
transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor 
obrigações aos administrados ou a si própria”. 
 Figura em contrassenso quanto ao ato administrativo 
é o fato administrativo que segundo a renomada autora 
Maria Sylvia Di Pietro considera fatos administrativos “eventos 
da natureza, não decorrentes de manifestação ou declaração 
humana, que produzam efeitos no âmbito do direito 
administrativo, a exemplo da morte de um servidor”. 
 
 
 
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3.1 Validade e eficácia 
 Quanto à figura da validade do ato administrativo, 
tem-se quando este se encontra em total conformidade com o 
ordenamento jurídico, não contendo assim nenhuma 
irregularidade, tão pouco, ilegalidade. 
 No que tange ao aspecto da eficácia, esta se 
apresenta quando o ato já está disponível para a produção de 
seus efeitos próprios, não dependo assim de eventos 
posteriores. 
3.2 Atos Vinculados e Discricionários 
 Atos vinculados são os atos que a Administração 
Pública pratica sem nenhuma margem de liberdade de 
decisão, uma vez que, a própria lei se encarregou de 
estabelecer os limites de atuação do agente público, não 
existindo margem para apreciação da oportunidade e 
conveniência do ato a ser praticado. 
 Em sentido antagônico, apresentam-se os atos 
discricionários que são aqueles que a Administração pratica 
com certa liberdade de escolha, nos limites da lei, quanto ao 
seu conteúdo, modo de realização, sua oportunidade e 
conveniência administrativas. 
3.3 Classificação 
3.3.1 atos gerais e individuais 
 Atos gerais são aqueles dirigidos a pessoas 
indeterminadas, ou seja, não possuem destinatários 
determinados; ex:. portaria. 
 Atos individuais, por sua vez, são aqueles dirigidos a 
destinatários determinados, certos, produzindo diretamente 
seus efeitos concretos; ex:. nomeação. 
3.3.2 atos internos e externos 
 Atos internos são aqueles destinados a produzir 
efeitos somente no âmbito da Administração, tipicamente 
operacional, normalmente não exigindo publicação oficial, 
mas tão somente ciência ao destinatário; ex:. portaria de 
remoção de servidor. 
 Atos externos, em contrapartida, são aqueles que 
atingem os administrados em geral, devendo, portanto ser 
publicados em órgão oficial; ex:. nomeação de candidatos 
aprovados em concurso público. 
3.3.3 atos simples, complexo e composto 
 Atos simples são aqueles que decorrem de uma única 
manifestação de vontade de uma pessoa ou de um órgão, 
simples ou colegiado; ex:. multa de trânsito. 
 Atos complexos são aqueles que necessitam da 
manifestação de duas ou mais vontades produzidas por mais 
de um órgão ou autoridades diferentes; ex:. portarias 
conjuntas. 
 Por fim, os atos compostos são aqueles decorrentes 
da manifestação de vontades dentro de um mesmo órgão, 
sendo uma principal e a outra secundária; ex:. nomeação do 
Procurador-Geral da República que deve ser precedida de 
aprovação do Senado Federal. 
3.3.4 Atos de império, de gestão e de expediente 
 Os atos de império são aqueles que a Administração 
impõe coercitivamente aos administrados, criando assim 
obrigações ou restrições para os mesmos; ex:. 
desapropriação. 
 Os atos de gestão são aqueles praticados pela 
Administração na qualidade de gestora de seus bens e 
serviços e em posição de igualdade com o particular; ex:. 
contrato de locação de um bem móvel. 
 Já os atos de expediente são aqueles internos da 
Administração, visando, desta forma dar andamento aos 
processos e serviços; atos de rotina; ex:. cadastramento de 
processos em sistema informatizado. 
3.3.5 Atos constitutivos, extintivos, modificativos e 
declaratórios 
 Atos constitutivos são aqueles em que a 
Administração cria, modifica ou extingue direito ou situação 
jurídica dos seus administrados; ex:. concessão de licença. 
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 Atos extintivos são aqueles que põem fim a situações 
jurídicas individuais existentes; ex:. demissão de servidor. 
 Atos modificativos são aqueles que alteram situações 
jurídicas preexistentes, contudo, sem provocar a extinção de 
direitos e obrigações; ex:. alteração de horários em uma 
repartição. 
 Finalizando,os atos declaratórios são aqueles que a 
Administração apenas reconhece um direito que já existia 
antes do ato, não criado assim situação jurídica nova; ex:. 
licença. 
3.3.6 Ato-regra, ato-condição e ato subjetivo 
 Ato-regra são aqueles que criam situações gerais, 
abstratas e impessoais, podendo ser modificados pela 
vontade de quem os produziu e sem possibilidade de direito 
adquirido; ex:. regulamento. 
 Ato-condição são aqueles que alguém pratica 
incluindo-se, isoladamente ou mediante acordo de outrem, 
debaixo de situações criadas pelos atos-regra; ex:. acordo na 
concessão de serviço público. 
 Em se tratando de atos subjetivos, são aqueles que 
criam situações particulares, concretas e pessoais, sendo 
imodificáveis pela vontade de apenas uma das partes e 
podem gerar direitos adquiridos; ex:. contratos. 
3.4 Atributos dos atos administrativos 
 São as qualidades ou características presentes nos 
atos administrativos que os diferenciam dos demais atos. 
 Os principais atributos elencados pela maioria dos 
autores são: Presunção de legitimidade; Imperatividade; 
Auto-executoriedade; Tipicidade – PITA. 
 A presunção de legitimidade vislumbra uma 
presunção de que os atos administrativos são verdadeiros (fé 
pública), legais e legítimos, não dependo de lei expressa neste 
sentido. 
 
 Vale ressaltar que tal presunção não tem um condão 
absoluto ou intocável, pelo contrário, trata-se de uma 
presunção relativa (juris tantum), ou seja, admitem prova em 
contrário a cargo de quem alega a ilegitimidade. 
 A imperatividade, por sua vez, traduz-se na 
possibilidade de a Administração, de maneira unilateral, criar 
obrigações para os administrados que se encontrem em seu 
círculo de incidência. Reflete um ato coercitivo. Decorre do 
Poder Extroverso do Estado. 
 A figura da auto-executoriedade permite que o 
mesmo seja executado diretamente, ou seja, independe de 
prévia autorização judicial para execução do ato. 
 Importante destacar que para o Professor Celso 
Antônio Bandeira de Mello exigibilidade e executoriedade 
são figuras distintas. Para o mestre a exigibilidade é 
“caracterizada pela obrigação que o administrado tem quanto 
ao cumprir o ato”; em contraponto, a executoriedade “seria a 
possibilidade de a administração, praticar o ato, ou compelir 
direta e materialmente o administrado a praticá-lo”. 
 Por fim, a tipicidade para a renomada autora Maria 
Sylvia Di Pietro é “o atributo pelo qual o ato administrativo 
deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei 
como aptas a produzir determinados resultados”. 
3.5 Espécies de Atos Administrativos 
3.5.1 Atos normativos 
 São os atos de comando geral e abstratos, não 
possuindo destinatários determinados, mas incidindo sobre 
todos os fatos ou situações que se enquadrem nas hipóteses 
que abstratamente preveem. 
 São exemplos de atos normativos: decretos 
regulamentares, instruções normativas, atos declaratórios 
normativos, dentre outros. 
3.5.2 Atos ordinários 
 São aqueles que ordenam o funcionamento da 
Administração Pública, e a conduta funcional de seus agentes. 
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 Advindos do Poder Hierárquico, são inferiores em 
hierarquia aos atos normativos e têm como exemplos as 
instruções, circulares internas, ordens de serviço, 
memorandos e os ofícios. 
3.5.3 Atos negociais 
 Encerram uma declaração da Administração 
conjugada com a vontade do particular. Não são dotados de 
imperatividade e, embora aparente, não são considerados 
como bilaterais. 
 Principais espécies de atos negociais: 
a) Licença: ato unilateral; vinculado; definitivo; 
declaratório. Quando atendidos os pré-requisitos legais 
exigidos, a Administração tem o dever de concedê-la. Ex:. 
licença para dirigir (CNH). 
b) Autorização: ato unilateral; constitutivo; 
discricionário; precário. Neste, a Administração concede ao 
particular a realização de uma atividade ou uso de bem 
público de interesse exclusivamente do particular. Ex:. 
utilização de uma praça para evento. 
c) Permissão: ato unilateral; discricionário e precário, 
podendo ter prazo determinado e ainda ser gratuito ou 
oneroso. Aqui a Administração consente ao particular alguma 
conduta em que exista interesse primordial coletivo. Ex:. 
instalação de banca de jornal em praça pública. 
3.5.4 Atos enunciativos 
 São aqueles que enunciam situação existente, sem 
manifestação material da administração. 
 Principais espécies de atos enunciativos: 
a) Certidão: cópia de informações registradas em algum 
livro em poder da Administração, geralmente requerida pelo 
administrado que tenha algum interesse nestas informações. 
Em caso de inexistência de lei específica, o prazo para 
expedição da certidão é de 15 dias. 
b) Atestado: declaração da Administração referente a 
uma situação de que tem conhecimento em razão da 
atividade de seus órgãos e agentes. 
c) Parecer: documento de caráter eminentemente 
técnico, opinativo, e emitido por órgão especializado na 
matéria de que se trata o assunto. 
d) Apostila: é um aditamento a um ato ou contrato 
administrativo, visando retificá-lo, atualizá-lo ou ainda 
complementá-lo. Ex:. anotação de promoção de servidor. 
3.5.5 Atos punitivos 
 São meios pelos quais a Administração Pública pode 
impor diretamente sanções a seus servidores ou 
administrados em geral, tendo fundamentos no Poder 
Disciplinar (quanto aos servidores públicos e particulares com 
algum vínculo jurídico específico) e Poder de Polícia (com 
relação aos particulares em geral que não possuem vínculo 
jurídico específico com a Administração). Exemplos:. 
advertência; multa de trânsito. 
3.6 Extinção ou desfazimento dos Atos Administrativos 
 Tal fenômeno poderá ser resultante do 
reconhecimento da ilegitimidade do ato, ou ainda 
simplesmente poderá advir da desnecessidade de existência 
do mesmo, denotando sua extinção ou desaparecimento. 
 Sintetizaremos as principais formas de extinção dos 
atos administrativos abarcadas pela maioria dos autores 
administrativistas. 
a) Renúncia: ocorre quando o beneficiado dispõe, de 
maneira facultativa da vantagem que lhe foi concedida. Ex:. 
dono de banca de jornal que abre mão da permissão de uso 
de bem público concedida. 
b) Cumprimento de seus efeitos ou extinção natural: 
decorre do cumprimento normal dos efeitos de determinado 
ato. Ex:. concessão de férias. 
 
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c) Desaparecimento do sujeito ou extinção subjetiva: 
ocorre com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou 
do ato. Ex:. permissão, uma vez que, a morte do 
permissionário extingue o ato em questão. 
d) Desaparecimento do objeto ou extinção objetiva: 
ocorre quando o objeto sobre o qual recai o ato desaparece. 
Ex:. bem tombado que desaparece em virtude de um 
terremoto. 
e) Contraposição ou derrubada: extinção do ato 
decorrente da prática de um outro ato administrativo oposto 
ao primeiro. Ex:. exoneração que extingue a nomeação. 
f) Caducidade: extinção do ato em decorrência de uma 
lei não mais permitir a prática de determinado ato. 
g) cassação: extinção do ato em razão do beneficiário 
deixarde cumprir os requisitos para a exigência da 
manutenção do ato e de seus efeitos. Não deixa de ser uma 
forma de sanção ao particular beneficiado. Ex:. um 
restaurante que teve seu alvará cassado em virtude da falta 
de higiene. 
h) Anulação: deve ocorrer quando existir vício no ato no 
que tange à legalidade. Pode ser realizado pela Administração 
(autotutela) ou pelo Poder Judiciário (ilegalidade). Seus efeitos 
são retroativos (ex tunc), ou seja, retroagem seus efeitos ao 
momento da prática do ato. Contudo, os eventuais efeitos já 
produzidos perante terceiros de boa fé, anteriores à data de 
anulação, não serão desfeitos, sendo assim resguardados. 
Vale ressaltar que o artigo 54 da Lei 9.784/99 prevê um prazo 
de 5 cinco anos para anulação de atos administrativos ilegais, 
independente do vício, ressalvado os casos de má-fé. 
i) Revogação: em outro diapasão, ocorre quando um 
ato válido é retirado do mundo jurídico por razões de 
conveniência e oportunidade – portanto – sendo um critério 
discricionário e realizável somente pela Administração 
Pública. Seus efeitos, diferentemente do que ocorre na 
anulação seus efeitos são prospectivos (ex nunc), ou seja, para 
frente, devendo, por conseguinte, serem respeitados os 
direitos adquiridos. 
 Alguns atos são insuscetíveis de revogação como são 
os casos dos atos consumados (já exauriram seus efeitos); 
atos vinculados (não comportam juízo de oportunidade e 
conveniência); atos que já geraram direitos adquiridos; atos 
que integram um procedimento; atos complexos; 
3.7 Quadro Diferenciador: Anulação X Revogação 
 ANULAÇÃO REVOGAÇÃO 
Sujeito 
Competente 
Administração / 
Judiciário 
Administração 
Motivo Ilegalidade Conveniência / 
Oportunidade 
Efeitos Ex tunc, 
retroagem 
Ex nunc, não 
retroagem 
 
3.8 Convalidação 
 Processo no qual a Administração Pública procura 
aproveitar atos administrativos com vícios superáveis, 
podendo confirmá-los no todo ou em parte, se aplicando a 
atos nulos ou anuláveis, sendo seus efeitos retroativos (ex 
tunc). 
 Na esfera federal, o artigo 55 da Lei 9.784/99, assim 
preceitua: 
 Artigo 55. Em decisão na qual se evidencie não 
acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 
poderão ser convalidados pela própria Administração. 
 Quanto aos vícios de legalidade, enquadram-se como 
defeitos sanáveis: a) vício relativo à competência; b) vício de 
forma. 
 
4 Agentes Públicos 
 São todos aqueles que, de forma definitiva ou 
meramente transitória, executam uma função pública 
proposta pelo Estado. 
 
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4.1 Classificação 
 Vamos adotar a classificação proposta pelo mestre 
Hely Lopes Meirelles, que separa os agentes públicos em cinco 
grupos distintos: 
a) Agentes Políticos: integrantes dos mais altos escalões 
do Poder Público, possuindo vínculo político e responsáveis 
pela elaboração das diretrizes de atuação governamental com 
funções de direção, orientação e supervisão geral da 
Administração Pública. Ex:. Juízes; Deputados. 
b) Agentes Administrativos: São aqueles que exercem 
uma atividade pública de natureza profissional e remunerada, 
sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico 
estabelecido pelo ente federado ao qual pertencem. Podem 
ser subdivididos em: servidores públicos – agentes 
administrativos sujeitos a regime jurídico-administrativo 
(estatutários); empregados públicos – ocupantes de 
empregos públicos sujeitos a regime jurídico contratual 
trabalhista (celetistas); temporários – são aqueles 
contratados por um tempo determinado visando atender 
necessidade de excepcional interesse público. 
c) Agentes Honoríficos: São os cidadãos convocados 
para prestarem, transitoriamente, serviços específicos ao 
Estado sem remuneração, não possuindo também vínculo 
profissional com a Administração Pública. Ex:. mesários 
eleitorais; jurados do Tribunal do Júri. 
d) Agentes Delegados: Particulares que recebem uma 
incumbência específica para executar uma atividade, obra ou 
serviço público por sua conta e risco, em nome próprio e sob a 
fiscalização permanente do poder delegante. Ex:. 
concessionários; permissionários; leiloeiros. 
e) Agentes credenciados: também particulares que 
recebem a incumbência específica para representar à 
Administração em determinado ato ou atividade específica, 
mediante remuneração do poder credenciante. Ex:. um artista 
consagrado que fosse incumbido oficialmente de representar 
o Brasil em um congresso internacional sobre proteção da 
propriedade intelectual. 
 
4.2 Cargo, emprego e função 
 Cargo público é o conjunto de atribuições e 
responsabilidades previstas na estrutura organizacional que 
devem ser cometidas a um servidor e remuneração fixadas em 
lei ou diploma a ela equivalente. Pode-se classificar o cargo 
ainda em: efetivo: providos por concurso público; regime 
estatutário; estabilidade. Em comissão: livre nomeação e 
exoneração; transitório; relação de confiança. Vitalícios: 
maior garantia de permanência; somente podem perder o 
cargo por meio de sentença transitada em julgado. 
 Em outro prisma, a expressão emprego público nada 
mais é de que a relação jurídica entre os ocupantes de 
emprego e o Estado por meio de contrato regida pela 
Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). 
 Quanto à expressão função pública, pode-se definir 
como conjunto de atribuições às quais não corresponde um 
cargo ou emprego. Na Carta Magna estão previstas duas 
espécies: artigo 37, IX (exercida por servidores contratados 
temporariamente); artigo 37, V (funções de confiança, sendo 
ocupadas somente por quem possui cargo efetivo). 
5 Poderes Administrativos 
 Na visão de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, 
pode-se conceituar poderes administrativos como “o conjunto 
de prerrogativas de direito que a ordem jurídica confere aos 
agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado 
alcance seus fins”. 
5.1 Poder Hierárquico 
 É o poder conferido ao agente público para 
organizar/escalonar a estrutura da Administração e fiscalizar a 
atuação de seus subordinados. O poder hierárquico é ainda 
irrestrito, permanente e automático. 
 Vale destacar que não há hierarquia entre pessoas 
jurídicas diferentes, estando presente a subordinação 
(interna) somente no âmbito de uma mesma pessoa jurídica. 
 
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 Não podemos olvidar do termo vinculação (externa) 
que existe entre a Administração direta e as entidades da 
indireta, em que não há hierarquia, mas, tão somente o 
chamado controle finalístico, tutela administrativa ou 
supervisão. 
5.2 Poder Disciplinar 
 É um poder-dever conferido a Administração Pública 
para aplicação de sanções decorrente da prática de infrações 
funcionais. 
 Importante mencionar que somente as pessoas 
detentoras de algum vínculo jurídico específico com o Estado 
é que podem ser alcançadas pelo poder disciplinar. 
 Como Regra geral, a doutrina hodiernamente, aponta 
o poder disciplinar como de exercício discricionário, todavia, 
esta discricionariedade se dá somente quanto à escolhaou 
graduação da penalidade, uma vez que, não existe 
discricionariedade quanto ao de ver de punir o infrator. 
 Vale ressaltar também que, o ato de aplicar 
penalidade deve ser sempre motivado e assegurado a todos 
os envolvidos o direito ao contraditório e a ampla defesa 
(artigo 5º, LV, CF). 
5.3 Poder Regulamentar 
 Em sentido amplo, é o poder conferido ao agente 
público para expedição de atos normativos gerais e abstratos. 
 Já em sentido restrito, é o poder conferido ao Chefe 
do Poder Executivo para editar atos administrativos 
normativos, tendo seu exercício se materializado quando der 
fiel execução às leis por meio de tais atos. 
 Pode-se dividir a figura do decreto em: 
a) decretos de execução: artigo 84, IV da CF; regras 
jurídicas gerais, abstratas e impessoais; atos normativos 
secundários; 
b) decretos autônomos ou independentes: prerrogativa 
de editar regulamentos diretamente derivados da 
Constituição Federal; atos primários. Podem ser: externos – 
normas dirigidas a todos os cidadãos; internos – dizem 
respeito à organização, competência e funcionamento da 
Administração Pública. 
5.4 Poder de Polícia 
 No entendimento de Vicente Paulo e Marcelo 
Alexandrino, poder de polícia “é o poder de que dispõe a 
Administração Pública para condicionar ou restringir o uso de 
bens e o exercício de direitos ou atividades pelo particular, em 
prol do bem-estar da coletividade”. 
 Interessante conceito quanto ao poder de polícia 
expresso no artigo 78 do Código Tributário Nacional: 
 Artigo 78. Considera-se poder de polícia a atividade 
da administração pública que, limitando ao disciplinando 
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou 
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente 
à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas de pendentes de concessão ou autorização do 
Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à 
propriedade e aos direitos individuais e coletivos. 
Polícia Administrativa Polícia Judiciária 
Caráter preventivo; Caráter repressivo; 
Exercido pelas autoridades 
administrativas e polícias; 
Exercido pela polícia civil e 
militar; 
Atua sobre bens, direitos e 
atividades; 
Atua sobre pessoas; 
Age sobre ilícitos 
administrativos; 
Age sobre ilícitos penais; 
 
O poder de polícia é exercitado por meio de atos 
administrativos que deve está pautado dentro dos limites 
estabelecidos pela lei, sendo observadas pela Administração a 
necessidade, proporcionalidade e eficácia. 
 Não existem sanções de polícia administrativa que 
impliquem detenção ou reclusão de pessoas, visto que esta 
atua sobre bens, pessoas e atividades. 
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 De forma tradicional a doutrina aponta três atributos 
do poder de polícia: CAD – coercibilidade: medidas que 
podem ser impostas pela Administração ao administrado, 
inclusive mediante o emprego de força; Auto-executoriedade: 
possibilidade da Administração de executar seus atos 
diretamente, ou seja, sem necessidade de prévia autorização 
judicial; Discricionariedade: razoável liberdade de atuação no 
que tange a valoração da oportunidade e conveniência de sua 
prática. Há, no entanto, exceções. Ex:. licença para construção 
em terreno próprio; exercício de uma profissão; Em tais casos, 
quando atendidos os pré-requisitos legais pelo particular, 
estes atos tornam-se vinculados. 
 Não se pode deixar de destacar o prazo prescricional 
das ações punitivas decorrentes do exercício do poder de 
polícia que é de 5 (cinco anos), de acordo com a Lei 9.873/99, 
objetivando apurar infrações à legislação em vigor, contados a 
partir da prática do ato, ou em se tratando de infração 
permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado. 
 Figura importante que vale a pena destacar, o abuso 
de poder na escorreita visão do mestre Hely Lopes Meirelles 
“ocorre quando a autoridade, embora competente para 
praticar o ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou se 
desvia das finalidades administrativas”. 
 Pode-se dividir o abuso de poder em duas espécies: 
a) excesso de poder: ocorre quando o agente público 
atua fora dos limites de sua esfera de competência 
administrativa; Ex:. Presidente da república institui um 
imposto através de decreto. 
b) desvio de poder ou desvio de finalidade: ocorre 
quando o agente público, embora dentro dos limites de sua 
esfera de competência, contraria finalidade expressa na lei 
que autorizou ou determinou a sua atuação. Ex:. 
desapropriação de imóvel de desafeto com o fim de prejudicá-
lo. 
 Importante frisar que, todos os atos praticados com 
abuso de poder são nulos – devendo ser declarados pela 
Administração Pública ou pelo Poder Judiciário. 
 
6 Licitação 
 O mestre José dos Santos Carvalho Filho conceitua 
licitação como “o procedimento administrativo vinculado por 
meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por 
ela controlados selecionam a melhor proposta entre as 
oferecidas pelos vários interessados, com dois objetivos – a 
celebração de contrato, ou a obtenção do melhor trabalho 
técnico, artístico ou científico”. 
6.1 Princípios 
 O artigo 3º da Lei 8.666/93 elenca os princípios 
explícitos deste procedimento administrativo, e partindo 
desta premissa, comentaremos de forma sucinta alguns 
destes princípios, visto que alguns destes já foram 
comentados nos tópicos 1.1 a 1.5 deste material. 
a) Igualdade: Decorre da isonomia entre os licitantes. 
Em se tratando de desempate alguns critérios podem ser 
utilizados, artigo 3º, § 2º da Lei 8.666/93 (grifamos): 
 § 2
o
 Em igualdade de condições, como critério de 
desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos 
bens e serviços: 
 I - [revogado] 
 II - produzidos no País; 
 III - produzidos ou prestados por empresas 
brasileiras. 
 IV - produzidos ou prestados por empresas que 
invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no 
País. 
 Vale destacar a preferência de contratação para as 
Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), 
como estabelece a Lei Complementar 123/2006 em seus 
artigos 44 e 45 (grifamos): 
Art. 44. Nas licitações será assegurada, como 
critério de desempate, preferência de contratação para as 
microempresas e empresas de pequeno porte. 
 § 1º Entende-se por empate aquelas situações em 
que as propostas apresentadas pelas microempresas e 
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empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por 
cento) superiores à proposta mais bem classificada. 
 § 2º Na modalidade de pregão, o intervalo 
percentual estabelecido no § 1º deste artigo será de até 5% 
(cinco por cento) superior ao melhor preço. 
Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei 
Complementar, ocorrendo o empate, proceder-se-á da 
seguinte forma: 
 I - a microempresa ou empresa de pequeno porte 
mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço 
inferior àquela considerada vencedora do certame, situação 
em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado; 
 II - não ocorrendo a contratação damicroempresa ou 
empresa de pequeno porte, na forma do inciso I do caput 
deste artigo, serão convocadas as remanescentes que 
porventura se enquadrem na hipótese dos §§ 1º e 2º do art. 
44 desta Lei Complementar, na ordem classificatória, para o 
exercício do mesmo direito; 
 III - no caso de equivalência dos valores apresentados 
pelas microempresas e empresas de pequeno porte que se 
encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 
44 desta Lei Complementar, será realizado sorteio entre elas 
para que se identifique aquela que primeiro poderá 
apresentar melhor oferta. 
 § 1º Na hipótese da não-contratação nos termos 
previstos no caput deste artigo, o objeto licitado será 
adjudicado em favor da proposta originalmente vencedora do 
certame. 
 § 2º O disposto neste artigo somente se aplicará 
quando a melhor oferta inicial não tiver sido apresentada por 
microempresa ou empresa de pequeno porte. 
 § 3º No caso de pregão, a microempresa ou empresa 
de pequeno porte mais bem classificada será convocada para 
apresentar nova proposta no prazo máximo de 5 
(cinco) minutos após o encerramento dos lances, sob pena de 
preclusão. 
b) Vinculação ao Instrumento Convocatório: Está a 
Administração proibida de descumprir normas e condições 
previstas no respectivo edital (Lei interna da licitação). 
Disposto no artigo 41 da Lei 8.666/93. 
c) Julgamento Objetivo: Não pode haver 
discricionariedade na apreciação das propostas pela 
Administração, pelo menos em tese. Nesta esteira, deve-se 
fazer um julgamento objetivo das propostas baseadas em 
critérios pré-estabelecidos no edital. 
d) Probidade Administrativa: Basicamente se traduz na 
atuação ética dos agentes da Administração em todas as 
etapas do procedimento licitatório. 
6.2 Modalidades 
6.2.1 Concorrência 
 A mais complexa das modalidades licitatórias, 
destinadas obrigatoriamente para transações de maior vulto. 
Presta-se a contratação de obras, serviços e compras de 
quaisquer valores. 
 Precedida de ampla publicidade 30/45 dias, podendo 
concorrer quaisquer interessados. Princípios elencados pela 
doutrina: universalidade, ampla publicidade, habilitação 
preliminar e julgamento por comissão. 
 Disposto no artigo 22, § 1º da Lei 8.666/93 
(grifamos): 
 § 1
o
 Concorrência é a modalidade de licitação entre 
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação 
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de 
qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. 
6.2.2 Tomada de Preços 
 Nesta modalidade a habilitação é prévia à abertura 
do procedimento licitatório. 
 Todavia, interessados que não estejam previamente 
cadastrados têm a garantida a possibilidade de se inscreverem 
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das 
propostas. 
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 Presta-se também à celebração de contratos relativos 
a obras, serviços e compras, porém, de menor vulto do que o 
exigido pela concorrência. 
 Previsto no artigo 22, §2º da Lei 8.666/93 (grifamos): 
 § 2
o
 Tomada de preços é a modalidade de licitação 
entre interessados devidamente cadastrados ou que 
atenderem a todas as condições exigidas para 
cadastramento até o terceiro dia anterior à data do 
recebimento das propostas, observada a necessária 
qualificação. 
6.2.3 Convite 
 Nesta modalidade a publicidade não é exigida, sendo 
necessária apenas afixação do instrumento convocatório em 
local apropriado. 
 A Administração convocará pelo menos três pessoas 
de determinado ramo, cadastrados ou não, sendo que o prazo 
para apresentação de proposta será de cinco dias úteis. 
 Insculpido no artigo 22, §3º da Lei 8.666/93 
(grifamos): 
 § 3
o
 Convite é a modalidade de licitação entre 
interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados 
ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 
(três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local 
apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá 
aos demais cadastrados na correspondente especialidade que 
manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 
(vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. 
6.2.4 Concurso 
 A natureza do objeto, e não o valor do contrato é que 
determina a necessidade de realizar licitação na modalidade 
concurso. 
 Nesta modalidade, o julgamento é realizado por uma 
comissão especial composta por pessoas detentoras de cargo 
público ou não, sendo, entretanto, indivíduos de reputação 
ilibada e com alto conhecimento na matéria em exame. 
 Inserido no artigo 22, §4º da Lei 8.666/93 (grifamos): 
 § 4
o
 Concurso é a modalidade de licitação entre 
quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, 
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou 
remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes 
de edital publicado na imprensa oficial com antecedência 
mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. 
6.2.5 Leilão 
 Basicamente destinada à venda de bens móveis para 
a Administração ou produtos legalmente apreendidos ou 
penhorados, e ainda para venda de bens imóveis cuja 
aquisição tenha derivado de procedimentos judiciais ou dação 
em pagamento. 
 Nesta modalidade, dispensa-se a habilitação prévia, 
sendo necessária tão somente avaliação e ampla publicidade 
em edital com prazo de 15 dias. 
 Assentado no artigo 22, §5º da Lei 8.666/93 
(grifamos): 
 § 5
o
 Leilão é a modalidade de licitação entre 
quaisquer interessados para a venda de bens móveis 
inservíveis para a administração ou de produtos legalmente 
apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens 
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, 
igual ou superior ao valor da avaliação. 
Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição 
haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em 
pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade 
competente, observadas as seguintes regras: I - avaliação dos bens 
alienáveis; II - comprovação da necessidade ou utilidade da 
alienação; III - adoção do procedimento licitatório, sob a 
modalidade de concorrência ou leilão. 
6.3 Dispensa 
 Nestes casos a lei autoriza a não realização de 
licitação. Esta é possível, contudo, a lei autoriza sua dispensa. 
Lista taxativa prevista no artigo 24 da Lei 8.666/93 a seguir 
colacionada (grifamos): 
 
 
 
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 Art. 24. É dispensável a licitação: Vide Lei nº 
12.188, de 2.010 Vigência 
 I - para obras e serviços de engenharia de valor até 
10% do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo 
anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma 
obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma 
natureza e no mesmo local que possam ser realizadas 
conjunta e concomitantemente; 
I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 
150.000,00; 
 II - para outros serviços e compras de valor até 10% 
do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior 
e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que 
não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou 
alienação de maior vulto que possa ser realizada de 1x; 
II - para comprase serviços não referidos no inciso anterior: 
a) convite - até R$ 80.000,00 ; 
 III - nos casos de guerra ou grave perturbação da 
ordem; 
 IV - nos casos de emergência ou de calamidade 
pública, quando caracterizada urgência de atendimento de 
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a 
segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros 
bens, públicos ou particulares, e somente para os bens 
necessários ao atendimento da situação emergencial ou 
calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam 
ser concluídas no prazo máximo de 180d consecutivos e 
ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou 
calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; 
 V - quando não acudirem interessados à licitação 
anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem 
prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as 
condições preestabelecidas; 
 VI - quando a União tiver que intervir no domínio 
econômico para regular preços ou normalizar o 
abastecimento; 
 VII - quando as propostas apresentadas consignarem 
preços manifestamente superiores aos praticados no mercado 
nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos 
oficiais competentes, casos em que, observado o §ú do art. 48 
desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a 
adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não 
superior ao constante do registro de preços, ou dos 
serviços; (Vide § 3º do art. 48) 
Art. 48. § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou 
todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá 
fixar aos licitantes o prazo de 8d úteis para a apresentação de 
nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas 
referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução 
deste prazo para 3d úteis. 
 VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito 
público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por 
órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que 
tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à 
vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado; 
 IX - quando houver possibilidade de 
comprometimento da segurança nacional, nos casos 
estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido 
o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento) 
 X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao 
atendimento das finalidades precípuas da administração, 
cujas necessidades de instalação e localização condicionem a 
sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor 
de mercado, segundo avaliação prévia; 
 XI - na contratação de remanescente de obra, serviço 
ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, 
desde que atendida a ordem de classificação da licitação 
anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo 
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente 
corrigido; 
 XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros 
gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos 
processos licitatórios correspondentes, realizadas 
diretamente com base no preço do dia; 
 XIII - na contratação de instituição brasileira 
incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do 
ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição 
dedicada à recuperação social do preso, desde que a 
contratada detenha inquestionável reputação ético-
profissional e não tenha fins lucrativos; 
 XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos 
de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso 
Nacional, quando as condições ofertadas forem 
manifestamente vantajosas para o Poder Público; 
 XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte 
e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que 
compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. 
 XVI - para a impressão dos diários oficiais, de 
formulários padronizados de uso da administração, e de 
edições técnicas oficiais, bem como para prestação de 
serviços de informática a pessoa jurídica de direito público 
interno, por órgãos ou entidades que integrem a 
Administração Pública, criados para esse fim específico; 
 XVII - para a aquisição de componentes ou peças de 
origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de 
equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao 
fornecedor original desses equipamentos, quando tal 
condição de exclusividade for indispensável para a vigência da 
garantia; 
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 XVIII - nas compras ou contratações de serviços para 
o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou 
tropas e seus meios de deslocamento quando em estada 
eventual de curta duração em portos, aeroportos ou 
localidades diferentes de suas sedes, por motivo de 
movimentação operacional ou de adestramento, quando a 
exiguidade dos prazos legais puder comprometer a 
normalidade e os propósitos das operações e desde que seu 
valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II 
do art. 23 desta Lei: 
Art. 23. II - para compras e serviços não referidos no inciso 
anterior: a) convite - até R$ 80.000,00 ; 
 XIX - para as compras de material de uso pelas Forças 
Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e 
administrativo, quando houver necessidade de manter a 
padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos 
meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de 
comissão instituída por decreto; 
 XX - na contratação de associação de portadores de 
deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada 
idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração 
Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de 
mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível 
com o praticado no mercado. 
 XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados 
exclusivamente à pesquisa científica e tecnológica com 
recursos concedidos pela Capes, pela Finep, pelo CNPq ou por 
outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo 
CNPq para esse fim específico; 
 XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento 
de energia elétrica e gás natural com concessionário, 
permissionário ou autorizado, segundo as normas da 
legislação específica; 
 XXIII - na contratação realizada por empresa pública 
ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e 
controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação 
ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja 
compatível com o praticado no mercado. 
 XXIV - para a celebração de contratos de prestação de 
serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito 
das respectivas esferas de governo, para atividades 
contempladas no contrato de gestão. 
 XXV - na contratação realizada por Instituição 
Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para 
a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito 
de uso ou de exploração de criação protegida. 
 XXVI – na celebração de contrato de programa com 
ente da Federação ou com entidade de sua administração 
indireta, para a prestação de serviços públicos de forma 
associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio 
público ou em convênio de cooperação. 
 XXVII - na contratação da coleta, processamento e 
comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou 
reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, 
efetuados por associações ou cooperativas formadas 
exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda 
reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais 
recicláveis, com o uso deequipamentos compatíveis com as 
normas técnicas, ambientais e de saúde pública. 
 XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, 
produzidos ou prestados no País, que envolvam, 
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa 
nacional, mediante parecer de comissão especialmente 
designada pela autoridade máxima do órgão. 
 XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços 
para atender aos contingentes militares das Forças Singulares 
brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, 
necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do 
fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da 
Força. 
 XXX - na contratação de instituição ou organização, 
pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a 
prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural 
no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e 
Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, 
instituído por lei federal. Vigência 
 XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do 
disposto nos arts. 3o, 4o, 5o e 20 da Lei no 10.973, de 2 de 
dezembro de 2004, observados os princípios gerais de 
contratação dela constantes. 
Art. 3o A U/E/DF/M e as respectivas agências de fomento poderão 
estimular e apoiar a constituição de alianças estratégicas e o 
desenvolvimento de projetos de cooperação envolvendo empresas 
nacionais, ICT e organizações de direito privado sem fins lucrativos 
voltadas para atividades de pesquisa e desenvolvimento, que 
objetivem a geração de produtos e processos inovadores. §ú. O 
apoio previsto neste artigo poderá contemplar as redes e os 
projetos internacionais de pesquisa tecnológica, bem como ações 
de empreendedorismo tecnológico e de criação de ambientes de 
inovação, inclusive incubadoras e parques tecnológicos. 
Art. 4o As ICT poderão, mediante remuneração e por prazo 
determinado, nos termos de contrato ou convênio: I - compartilhar 
seus laboratórios, equipamentos, instrumentos, materiais e demais 
instalações com microempresas e empresas de pequeno porte em 
atividades voltadas à inovação tecnológica, para a consecução de 
atividades de incubação, sem prejuízo de sua atividade finalística;II 
- permitir a utilização de seus laboratórios, equipamentos, 
instrumentos, materiais e demais instalações existentes em suas 
próprias dependências por empresas nacionais e organizações de 
direito privado sem fins lucrativos voltadas para atividades de 
pesquisa, desde que tal permissão não interfira diretamente na 
sua atividade-fim, nem com ela conflite. ú. A permissão e o 
compartilhamento de que tratam os incisos I e II do caput deste 
artigo obedecerão às prioridades, critérios e requisitos aprovados e 
divulgados pelo órgão máximo da ICT, observadas as respectivas 
disponibilidades e assegurada a igualdade de oportunidades às 
empresas e organizações interessadas. 
DIREITO ADMINISTRATIVO EDITORA ATUALIZA JURIS 
WWW.EDITORATUALIZAJURIS.COM.BR 19/33 
Art. 5o Ficam a União e suas entidades autorizadas a participar 
minoritariamente do capital de empresa privada de propósito 
específico que vise ao desenvolvimento de projetos científicos ou 
tecnológicos para obtenção de produto ou processo inovadores. 
§ú. A propriedade intelectual sobre os resultados obtidos 
pertencerá às instituições detentoras do capital social, na 
proporção da respectiva participação. 
Art. 20. Os órgãos e entidades da administração pública, em 
matéria de interesse público, poderão contratar empresa, 
consórcio de empresas e entidades nacionais de direito privado 
sem fins lucrativos voltadas para atividades de pesquisa, de 
reconhecida capacitação tecnológica no setor, visando à realização 
de atividades de pesquisa e desenvolvimento, que envolvam risco 
tecnológico, para solução de problema técnico específico ou 
obtenção de produto ou processo inovador. 
XXXII - na contratação em que houver transferência de 
tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de 
Saúde - SUS, no âmbito da Lei n
o
 8.080, de 19 de setembro de 
1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, 
inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as 
etapas de absorção tecnológica. 
XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins 
lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras 
tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e 
produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de 
baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. 
(Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) 
§ 1
o
 Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput 
deste artigo serão 20% para compras, obras e serviços 
contratados por consórcios públicos, sociedade de economia 
mista, empresa pública e por autarquia ou fundação 
qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% do limite 
previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não 
se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para 
obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam 
ser realizadas conjunta e concomitantemente; 
I - para obras e serviços de engenharia: a) convite - até R$ 
150.000,00; 
II - para outros serviços e compras de valor até 10% do limite 
previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para 
alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram 
a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior 
vulto que possa ser realizada de 1x; 
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior: 
a) convite - até R$ 80.000,00 ; 
§ 2
o
 O limite temporal de criação do órgão ou entidade 
que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII 
do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades 
que produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da 
Lei n
o
 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados 
em ato da direção nacional do SUS. 
 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público 
interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou 
entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido 
criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta 
Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o 
praticado no mercado; 
6.4 Inexigibilidade 
 No que toca à inexigibilidade, a licitação é 
juridicamente impossível, visto à inviabilidade de competição 
decorrente da pluralidade de potenciais proponentes. Lista 
exemplificativa insculpida no artigo 25 da Lei 8.666/93 
(grifamos): 
 Art. 25. É inexigível a licitação quando houver 
inviabilidade de competição, em especial: 
 I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou 
gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa 
ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência 
de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita 
através de atestado fornecido pelo órgão de registro do 
comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou 
o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação 
Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; 
 II - para a contratação de serviços técnicos 
enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com 
profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a 
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; 
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos 
profissionais especializados os trabalhos relativos a: I - estudos 
técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II -
 pareceres,perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou 
consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; IV -
 fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V -
 patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI -
 treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de 
obras de arte e bens de valor histórico. VIII - (Vetado). 
 III - para contratação de profissional de qualquer 
setor artístico, diretamente ou através de empresário 
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou 
pela opinião pública. 
 § 1
o
 Considera-se de notória especialização o 
profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua 
especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, 
experiências, publicações, organização, aparelhamento, 
equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas 
atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e 
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do 
objeto do contrato. 
 § 2
o
 Na hipótese deste artigo e em qualquer dos 
casos de dispensa, se comprovado superfaturamento, 
respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda 
Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente 
DIREITO ADMINISTRATIVO OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 
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público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais 
cabíveis. 
7 Controle e responsabilização da Administração 
 José dos Santos Carvalho Filho conceitua controle da 
Administração Pública como “o conjunto de mecanismos 
jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o 
poder de fiscalização e de reversão da atividade 
administrativa em qualquer das esferas de poder”. 
 Neste diapasão, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo 
nos trazem o seguinte conceito de controle da administração 
“o conjunto de instrumentos que o ordenamento jurídico 
estabelece a fim de que a própria Administração Pública, os 
Poderes Judiciário e Legislativo, e ainda o povo, diretamente 
ou por meio de órgãos especializados, possam exercer o poder 
de fiscalização, orientação e revisão da atuação 
administrativa de todos os órgãos, entidades e agentes 
públicos, em todas as esferas de Poder”. 
7.1 Controle Administrativo 
 É aquele que se origina da própria Administração 
Pública realizável sobre suas atividades, sendo conhecido 
como controle interno derivado da autotutela administrativa 
(Súmula 473 do STF). 
 A doutrina e as leis mencionam e tratam de diversos 
tipos de meios e instrumentos que podem ser utilizados pelo 
administrado para provocar o controle administrativo, todos, 
porém, espécies do direito de petição, insculpido no artigo 5º, 
XXXIV da Carta Maior. 
 Teceremos breves comentários sobre alguns destes 
meios e instrumentos utilizados pelos administrados, bem 
como dos recursos administrativos que na visão de José dos 
Santos Carvalho Filho “são meios formais de controle 
administrativo, através dos quais o interessado postula, junto 
a órgãos da Administração, a revisão de determinado ato 
administrativo”. 
 
 
a) Representação: Recurso administrativo pelo qual o 
administrado ou servidor público qualquer, tendo de algum 
modo informações/notícias de irregularidades, ilegalidades ou 
condutas abusivas oriundas de agentes da Administração – 
profere denúncia visando à apuração e a regularização destas 
anomalias. 
b) Reclamação: modalidade de recurso administrativo 
utilizada para postular a revisão de atos prejudiciais quanto 
aos direitos e interesses de determinado administrado. De 
acordo com Decreto 20.910/32, o prazo quanto ao direito de 
revisão se extingue em um ano. 
c) Pedido de reconsideração: Refere-se ao recurso 
administrativo solicitado à mesma autoridade que praticou o 
ato o qual se insurge o recorrente, visando assim, nova 
apreciação. O prazo de pedido de reconsideração será de um 
ano se não houver prazo diverso fixado em lei. 
d) Revisão: Modelo de recurso administrativo 
apresentado em face de uma determinada decisão 
administrativa com intuito de desfazê-la ou abrandá-la, 
geralmente em virtude de fatos novos que demonstrem o erro 
da penalidade aplicada. 
e) Processo Administrativo: Na escorreita visão de 
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo processo administrativo 
é “uma série de atos ordenados em uma sucessão lógica, a 
qual tem por finalidade possibilitar à administração pública a 
prática de um ato administrativo final ou prolação de uma 
decisão administrativa final”. 
7.2 Controle Legislativo 
 É o controle exercido pelos órgãos legislativos ou 
comissões parlamentares visando à fiscalização da 
Administração Pública sob os aspectos políticos e financeiros, 
sendo, portanto um controle externo. 
7.2.1 Da fiscalização contábil, financeira e orçamentária 
 Esta é exercida sobre os atos de todas as pessoas que 
administrem bens ou dinheiros públicos. 
DIREITO ADMINISTRATIVO EDITORA ATUALIZA JURIS 
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 Pode se apresentar de duas formas: Interno: controle 
pleno, de legalidade, conveniência, oportunidade e eficiência. 
Exercido pelo próprio poder responsável por determinado 
recurso público; Externo: exercido pelo Poder Legislativo com 
o auxílio do Tribunal de Contas (órgão independente; auxiliar 
do Poder Legislativo quanto ao controle externo, sobretudo 
financeiro, não existindo hierarquia entre os mesmos; o 
artigo 71 da CF dispõe quanto ao Tribunal de Contas da 
União – TCU) com intuito de verificar a probidade da atuação 
da Administração e a regularidade na utilização de recursos 
públicos. O artigo 70 da Carta política discorre acerca desta 
atuação do Poder Legislativo. 
7.3 Controle Judiciário 
 Forma de controle que possibilita a fiscalização do 
Poder judiciário sobre os demais Poderes (Legislativo e 
Executivo) e sobre seus próprios atos. 
 Há alguns tipos especiais de ações contra atos do 
Poder Público como: 
a) Mandado de Segurança – Disposto no artigo 5º, § 
LXIX da CF; Lei 12.016/09. 
b) Ação Popular: Previsto no artigo 5º, § LXXIII da CF; Lei 
4.717/65. 
c) Ação civil pública: Insculpido no artigo 129, III da CF; 
Lei 7.347/85. Dentre outros. 
8 Responsabilidade Civil do Estado 
 Tem sua gênese no Direito Civil. Também 
denominada de responsabilidade extracontratual, pode-se 
compreender como a obrigação que tem o Estado de 
indenizar os danos patrimoniais ou morais que seus agentes 
causem aos particulares. 
8.1 Evolução 
8.1.1 Irresponsabilidade do Estado 
 Nesta fase o Estado não respondia pelos seus atos 
lesivos, ou seja, imperava a não responsabilização do Estado. 
 Sua maior notoriedade aconteceu nos regimes 
absolutistas, visto que o rei, nestas épocas, não poderia lesar 
seus súditos, pois o mesmo não cometia erros. 
 Esta fase, por sua vez, encontra-se totalmente 
superada. 
8.1.2 Responsabilidade com culpa civil comum do Estado 
 Pretendeu-se nesta fase a equiparação do Estado ao 
indivíduo, obrigando-o a indenizar os danos causados aos 
particulares quando da comprovação de que seus agentes 
agiram com dolo ou culpa. 
8.1.3 Teoria da Culpa Administrativa 
 Nesta, em estágio de evolução, o Estado tem o dever 
de indenizar o dano sofrido pelo particular quando da 
comprovação da culpa anônima ou falta de serviço. 
Pode-se decorrer

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