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Aula 11 – Revenimento/Tratamento sub zero Endurecimento por precipitação Austêmpera/Martêmpera Prof. Dr. Rita Sales Revenimento Revenimento é um processo feito após o endurecimento por têmpera. Peças que sofreram têmpera tendem a ser muito quebradiças. A fragilidade é causada pela presença da martensita. A fragilidade pode ser removida pelo revenimento. Transformações ocorridas durante o revenido conforme temperatura 25 a 100°C= segregação e distribuição do carbono em direção as discordâncias, esta pequena precipitação pouco afeta a dureza. Fenômeno predominante em aços de alto carbono. 100 a 250°C= 1° estágio do revenido – precipitação do carboneto de ferro do tipo epsilon Fe2-3C e reticulado hexagonal ausente em aços de baixo carbono e baixo teor de liga, dureza RC=60. 200 a 300°C= 2° estágio do revenido – austenita-bainita em aços de médio alto teor de carbono dureza RC continua a cair. 250 a 350°C= 3° estágio do revenido – carboneto metaestável Fe5C2, verifica-se em aço de alto carbono uma estrutura chamada troostita (massa escura), dureza RC=50. Transformações ocorridas durante o revenido conforme temperatura 400 a 600°C= recuperação da estrutura de discordância, os aglomerados de Fe3C passam a uma forma esferoidal, mantendo a estrutura de ferrita fina acicular, dureza RC=45 a 25. 500 a 600°C= somente nos aços contendo Ti, Cr, Mo, V, Nb, ou W = precipitação de carbonetos de liga, chamado de endurecimento secundário ou 4° estágio do revenido. 600 a 700°C= recristalização e crescimento do grão, cementita precipitada = forma esferoidal, ferrita aqui-axial. Estrutura tenaz de baixa dureza RC=5 a 20. Revenimento O resultado do revenimento é uma combinação desejável de dureza, ductilidade, tenacidade, resistência e estabilidade estrutural. As propriedades resultantes do revenimento dependemdo aço e da temperatura do revenimento. A martensita é uma estrutura metaestável. Quando aquecida, tende a estabilidade, ou seja, a transformar-se nas fases ferrita e cementita. A martensita é uma estrutura tetragonal de corpo centrado (a ferrita é cúbica de corpo centrado) supersaturada de carbono (a ferrita contém carbono em até seu limite de solubilidade no ferro). Apresenta a morfologia de finas ripas/ placas. O aquecimento leva a difusão do carbono (em excesso na estrutura) e sua conseqüente precipitação em forma de carboneto de ferro. A saída do excesso de carbono possibilita que a estrutura tetragonal torne-se cúbica, ou seja, torne-se ferrítica. Revenimento O aumento da temperatura leva assim ao crescimento das agulhas de ferrita e a coalescência dos precipitados. Logo tem-se que o aumento da temperatura de revenimento leva à redução da dureza e ao aumento da ductilidade. A temperatura de revenimento deve ser aquela na qual são obtidas as propriedades desejadas. O aquecimento para revenimento é mais eficiente quando as partes são imersas em óleo, para revenimentos até 350° C. A partir desta temperatura o óleo contendo as partes é aquecido até a temperatura apropriada. O aquecimento em banho permite que a temperatura seja constante em toda a peça, proporcionando um revenimento uniforme. Revenimento Para temperaturas acima de 350° C é mais indicado usar um banho de sais de nitratos. Os banhos salinos podem ser aquecidos até 625° C. Independentemente do tipo de banho, o aquecimento gradual é fundamental para evitar fissuras no aço. Depois de alcançada a temperatura desejada, as partes são mantidas nesta temperatura por aproximadamente duas horas. São então removidas do banho e resfriadas em ar sem convecção. Fragilidade do revenido Aços de baixo teor em liga qdo aquecidos na faixa de 375-575°C ou qdo são resfriados lentamente através desta faixa. Ocorre mais rapidamente na faixa de 450- 475°C. Aços carbonos comuns com Mn abaixo de 0,3% não apresentam o fenômeno. Aços contendo apreciáveis quantidades de Mn, Ni, Cr além de 1 ou + impurezas como Sb (+ prejudicial), P, Sn, ar são susceptíveis ao fenômeno. É somente revelada no ensaio de resistência ao choque. Matérias-primas muito puras são mais susceptíveis ao fenômeno. 0,5-1,0% de Mo retarda o fenômeno. Para restaurar a tenacidade e voltar ao estado normal = aquecimento 600°C ou acima seguido de resfriamento rápido abaixo de 300°C. Transformação da Austenita Retida A austenita retida pode ocasionar o fenômeno de instabilidade dimensional = transforma em martensita quando submetido a trabalho a frio/revenido/envelhecimento = fragilização ou fissuração. Transformação da austenita retida: Revenido – 2°estágio=aços médio e alto carbono Aços rápidos – necessidade de mais 1 revenido. Quando um aço ferramenta contem um combinação com mais de 7 % tungstênio, molibdênio e vanádio, com mais de 0.60% carbono, ele é chamado Aço Rápido. Esse termo, que descreve sua habilidade de cortar metais "rápido", TRATAMENTO SUB-ZERO n Alguns tipos de aço, especialmente os alta liga, não conseguem finalizar a transformação de austenita em martensita. O tratamento consiste no resfriamento do aço a temperaturas abaixo da ambiente n Ex: Nitrogênio líquido: -170°C Nitrogênio + álcool: -70°C Outros tratamentos para Austenita Retida Para evitar que ocorram fissuras de têmpera em aços para ferramenta: resfriamento a temperaturas de 65 a 93°C, revenido imediatamente a seguir = retenção da austenita. 1- Sazonamento: manutenção de peças tratadas em estoque por um determinado período de tempo ou submetendo-as repetidamente aos extremos de temperatura esperada em serviço. 2- Promoção de um certo grau de encruamento na peça. 3- Choque mecânico 4- Ciclos acelerados de envelhecimento resultados = revenido comum. Envelhecimento (Endurecimento por precipitação) Principal requisito: Solubilidade diminuir com a temperatura, de forma ser possível obter-se uma solução sólida supersaturada. Consiste na precipitação de outra fase, na forma de partículas extremamente pequenas e uniformemente distribuídas. Esta nova fase enrijece a liga. Após o envelhecimento o material terá adquirido máxima dureza e resistência. O envelhecimento pode ser natural ou artificial. Solubilização Objetivos: Aumentar a ductilidade Aliviar tensões pós-soldagem Produzir microestruturas desejadas - Em ligas endurecíveis por precipitação: Reduzir dureza Condicionar o material para o tratamento de envelhecimento através da dissolução de precipitados Envelhecimento (Endurecimento por precipitação) Solubilização Precipitação Resfriamento em água Chamado de envelhecimento que pode ser natural ou artificial A ppt se dá a T ambiente A ppt se dá acima da T ambiente por reaqueci- mento Envelhecimento (Endurecimento por precipitação) Aplicação em ligas leves e algumas ligas de cobre Aproveita propriedade de certos elementos ligas se dissolverem no Fe alfa formando soluções supersaturadas e, em condições determinadas, se precipitarem na forma de carbonetos ou nitretos. Aços maraging= baixo teor de C, Alto teor de Ni, possuindo Ti, Al, e evetualmente, Ni, Co e Mo. Tratamento térmico: Austenização: 1h para cada 25mm de secção. Temperatura usual para aços com 18% de Ni =820°C.Resfriamento = temperatura ambiente sem preocupação com a velocidade Envelhecimento a 480°C durante 3 a6 h. As vezes é maior para matrizes para fundição sobre pressão (530°C) Envelhecimento (Endurecimento por precipitação) Elevados valores de resistência mecânica e Dureza. Precipitação de compostos intermetálicos contendo Ni, Mo, Ti, e eventualmente o Fe. Estrutura martensítica em tiras e a sua estrutura cristalina é cúbica centrada. Envelhecimento (Endurecimento por precipitação) Exemplo: rebites utilizados na construção de aviões São mais fáceis de colocar e se ajustam melhor se forem moles e dúcteis, nestas condições não possuem resistência mecânica necessária. Escolhe-se uma liga de Al que forme uma solução sólida super saturada ao ser resfriada bruscamente, mas envelhece em temperatura ambiente. Problema: Devem ser utilizados rapidamente após o tratamento de solubilização. Resolução Armazenagem em geladeira. Precipitados finos de Al2Cu Precipitados grosseiros de Al2Cu (sobreenvelhecimento) Liga 2xxx (Al + 4.5%Cu) Superenvelhecimento Continuação do processo de segregação = precipitação verdadeira=metal amolece Ex: Liga de 96% Al-4% Cu, quase separação completa de Cu. Diminuição da Dureza. Endurecimento combinado 1) Trabalho a frio antes do tratamento de envelhecimento Reação de envelhecimento se dá em temperaturas mais baixas, pois os planos de escorregamento atuam como núcleo para precipitação. A temperatura durante a etapa alivia parte do encruamento e causa leve perda de dureza. 2)Deformação de uma liga previamente endurecida aumenta ainda mais a dureza. Dificuldades: resistência ao escorregamento = aumento de energia necessária para deformação a frio. Diminuir a ductilidade = ruptura AUSTEMPERA E MARTEMPERA n Problemas práticos no resfriamento convencional e têmpera n A peça/ parte poderá apresentar empenamento ou fissuras devidos ao resfriamento não uniforme. A parte externa esfria mais rapidamente, transformando-se em martensita antes da parte interna. Durante o curto tempo em que as partes externa e interna estão com diferentes microestruturas, aparecem tensões mecânicas consideráveis. A região que contém a martensita é frágil e pode trincar. Os tratamentos térmicos denominados de martempera e austempera vieram para solucionar este problema MARTEMPERA n O resfriamento é temporariamente interrompido, criando um passo isotérmico, no qual toda a peça atinja a mesma temperatura. A seguir o resfriamento é feito lentamente de forma que a martensita se forma uniformemente através da peça. A ductilidade é conseguida através de um revenimento final. AUSTEMPERA n Outra alternativa para evitar distorções e trincas é o tratamento denominado austêmpera, ilustrado ao lado n Neste processo o procedimento é análogo à martêmpera. Entretanto a fase isotérmica é prolongada até que ocorra a completa transformação em bainita. Como a microestrutura formada é mais estável (alfa+Fe3C), o resfriamento subsequente não gera martensita. Não existe a fase de reaquecimento, tornando o processo mais barato. MARTEMPERA E AUSTEMPERA alternativas para evitar distorções e trincas RESUMOS TRANSFORMAÇÕES AUSTENITA Perlita ( + Fe3C) + a fase próeutetóide Bainita ( + Fe3C) Martensita (fase tetragonal) Martensita Revenida ( + Fe3C) Ferrita ou cementita Resf. lento Resf. moderado Resf. Rápido (Têmpera) reaquecimento Tratamentos Térmicos Recozimento Total ou Pleno Recozimento Isotérmico Normalização Tempera e Revenido Resfriamento Lento (dentro do forno) Resfriamento ao ar
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