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DIPu e DIPri: Diferenças e Fontes do Direito Internacional

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Licensed to moniquemariani@yahoo.com.br
Introdução
Importa, em um primeiro momento, distinguir o Direito Internacional
Público (DIPu) do Direito Internacional Privado (DIPri), embora alguns
temas estudados estejam presentes em ambas as disciplinas. Vejamos a
seguir a diferença entre os dois grandes ramos do Direito Internacional:
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
O DIPu é o conjunto de regras escritas e não escritas que regulam os
comportamentos dos sujeitos do Direito Internacional, tendo como
principais atores os Estados.
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
Em contra ponto, o DIPri possui na atualidade mais de um objeto de
estudo (nacionalidade, condição jurídica do estrangeiro, homologação de
sentenças estrangeiras, como também competência internacional).
Ademais, o principal foco do DIPri é a solução de conflitos interespaciais
por meio de elementos de conexão.
O DIPri cuidará dos conflitos de lei no espaço e das relações entre
particulares. Baseia na Lei de
Introdução ao Código Civil.
Conflito envolvendo:
1. Direito de Famílias, capacidade civil ou personalidade: a lei do local do
domicílio.
2. Obrigações ou negócios jurídicos: a lei do local da celebração.
3. Bens: lei do local de situação da coisa.
4. Casamento no estrangeiro:
5. Sucessão:
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Fontes do Direito 
Internacional
A) CONVENÇÕES INTERNACIONAIS: Sem dúvida é a principal fonte do
direito internacional. Os tratados são elaborados de forma democrática,
com a participação de todos os estados, disciplinam matérias variadas e
dão maior segurança, pois exigem a forma escrita.
B) COSTUMES INTERNACIONAIS: Para que um determinado
comportamento omissivo ou comissivo configure constume internacional,
deve conter os seguintes elementos: 1. material ou objetivo - Prova de
uma prática geral e 2. O psicológico ou subjetivo - Direito.
C) PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO: Apesar de difício identificação são
fontes autônomas.
D) ANALOGIA E EQUIDADE: São soluções eficientes para enfrentar o
problema da falta de norma específica.
E) Decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das
diferentes nações.
Nas provas da OAB a maioria das questões quanto a fontes versa sobre 
tratados internacionais, sua classificação e, principalmente, o processo 
de celebração previsto no Brasil.
ATENÇÃO
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Nacionalidade
CONCEITO
É a nacionalidade um vínculo jurídico-político de direito público
interno pelo qual o indivíduo se torna parte dos elementos integrantes de
um Estado. É de competência de cada Estado definir, através do seu Direito,
quem são seus nacionais; portanto, todos aqueles que não estiverem
englobados por esse conceito serão denominados de estrangeiros para esse
Estado.
No Brasil é a Constituição Federal que determina, com
exclusividade, as condições para aquisição e perda da nacionalidade
brasileira.
Conceitos básicos:
a) Nação: é o agrupamento de indivíduos que ocupam um mesmo espaço
físico e estão ligados por laços históricos, culturais, econômicos e políticos. A
formação de uma nação está intimamente ligada a tradição, costume e
consciência coletiva que esses indivíduos possuem igualmente.
b) Povo: é o conjunto de pessoas que formam o elemento humano de um
Estado e estão ligadas entre si pelo vínculo da nacionalidade.
c) População: é a definição usada pela ótica demográfica, mais abrangente
do que o conceito de povo, já que denomina aqueles que ocupam um
mesmo território, sejam eles nacionais ou não.
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d) Nacionais: como dito anteriormente, são todos aqueles cujo Direito interno
de um Estado define como seus integrantes e a esse Estado estão ligados
através de um vínculo jurídico-político.
e) Cidadão: é um conceito restrito, para designar nacionais (natos ou
naturalizados) no gozo dos direitos políticos e participantes da vida do Estado.
f) Estrangeiros: são todos aqueles que perante ao Direito interno de um Estado
não são considerados nacionais.
g) Polipátrida: é aquele que possui mais de uma nacionalidade em razão de o
seu nascimento o enquadrar em distintas regras de aquisição de
nacionalidade.
h) Apátrida: é aquele que em razão de seu nascimento não adquire
nacionalidade por não se enquadrar em nenhum critério estatal que o vincule
juridicamente aquele Estado. É o que acontece com o filho de um casal
originário de um país que só admite o critério da territorialidade, nascido no
estrangeiro, em um Estado que só reconhece o critério da consanguinidade.
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE
A nacionalidade será primária ou originária quando resultar de fato
natural, como o nascimento, e será estabelecida involuntariamente de acordo
com os critérios adotados pelo Estado, sejam eles advindos da territorialidade
ou da sanguinidade. Por sua vez será secundária ou adquirida perante a
manifestação de um ato vontade, em regra pela naturalização.
CRITÉRIOS PARA AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE
São dois os critérios para aquisição da nacionalidade primária e
ambos partem do nascimento da pessoa, são eles: o de orgiem sanguínea e o
de origem territorial.
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a) Ius solis ou critério da territorialidade: Segundo esse critério a
nacionalidade de uma pessoa será determinada através do local do seu
nascimento, portanto, serão considerados nacionais todos aqueles que
nascerem no território do Estado. O conceito político de território, porém,
abrangerá além do conceito geográfico, atingindo todo o espaço onde o Estado
exerça sua soberania mesmo que esse espaço esteja além de suas fronteiras.
Alcança, assim, o mar territorial, a zona econômica exclusiva, o espaço aéreo,
navios e aeronaves militares onde quer que estejam e navios e aeronaves civis
com a bandeira do país em águas internacionais ou em espaço aéreo
internacional. Esse critério é adotado como regra pelo Brasil, conforme
preceitua a Constituição de 1988, já que assim como os Estados Unidos,
recebeu grandes correntes imigratórias e têm interesse na absorção dos
descentes desses imigrantes como componentes do elemento humano do
nosso Estado.
Contudo, são admitidas ligeiras atenuações e em determinadas situações
haverá a preponderância do critério ius sanguinis para determinação da
nacionalidade.
Cabe ainda ressalta que a nacionalidade fixa-se pelo momento do nascimento e
não da concepção, é atribuída, portanto, onde efetivamente ocorreu o
nascimento e não no local da concepção.
b) Ius Sanguinis ou critério da consanguinidade: a nacionalidade de
uma pessoa será determinada através da origem de seus ascendentes
independentemente do local de nascimento. É o critério adotado por países
tradicionais como Itália, França e Japão.
MODOS DE AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE ORIGINÁRIA BRASILEIRA
A Constituição estabelece com exclusividade quem são os brasileiros
natos e conforme o art.12, inciso I, as formas de aquisição na nacionalidade
originária são:
a) Os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço do seu país. (art. 12, inc. I,
alínea c, CF).
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Esse é o critério ius solis, segundo o qual, será considerado nacional aquele que
nascer no território brasileiro independentemente da nacionalidade dos seus
ascendentes. Não importará para tal critério se esses ascendentes estão no país
definitivamente ou de forma transitória, legal ou ilegalmente, por isso, filhos de
turistas ou estrangeiros em situação irregular nascidos no Brasil são brasileiros
natos.
Porém, a presença de duas condições afastará essa possibilidade de atribuição
de nacionalidade:
* -ambos os ascendentes serem estrangeiros;
* e ao menos um deles estar aserviço de seu país de origem.
Filhos de embaixadores, cônsules ou funcionários da representação
diplomática estrangeira, por exemplo, que nascerem no Brasil não serão
brasileiros natos.
b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
qualquer um deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. (art.12,
inc I, alínea b, CF)
Nessa hipótese o legislador adotou como critério de aquisição da
nacionalidade originária brasileira o ius sanguinis, combinado com um requisito
adicional funcional: ao menos um dos ascendentes, que seja nato ou
naturalizado brasileiro, estar a serviço da República Federativa do Brasil.
Satisfará esse critério funcional qualquer serviço público prestado pelos órgãos
e entidades da Administração Direta e Indireta da União, dos estados, do
Distrito Federal ou dos municípios.
c) Os nascidos no estrangeiro de pai ou mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer temo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira. (art. 12, inc. I, alínea c, CF)
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O terceiro critério para aquisição da nacionalidade originária brasileira
também é o jus sanguinis, mas combinado com o registro em repartição
brasileira competente ou de residência em território nacional e de opção, após
adquirida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
Há duas possibilidades distintas para aquisição da nacionalidade, ambas
fundadas no critério ius sanguinis:
● O registro em repartição brasileira competente - assegura, por si só, a
nacionalidade brasileira
● Residência no território brasileiro e, uma vez, adquirida a maioridade,
expressa opção pela nacionalidade brasileira - também denominada de
nacionalidade originária potestativa são dois os requisitos para aquisição
da nacionalidade brasileira:
* vir o nascido no estrangeiro residir no Brasil, a qualquer tempo;
* e depois de atingida a maioridade, efetuar opção, em qualquer tempo, pela
nacionalidade brasileira.
Não será considerado o optante brasileiro nato até que haja
reconhecimento judicial de sua opção, mas esse reconhecimento gerará efeitos
ex tunc (retroativos).
O texto constitucional só permite a manifestação de vontade após a
maioridade e essa opção tem caráter personalíssimo não podendo ser realizada
mediante representação, caso o menor nascido no estrangeiro venha a residir
no Brasil com seus pais (sendo os dois ou um brasileiro). No citado caso, o
menor será considerado brasileiro nato a partir da sua residência, contudo, a
permanência dessa condição estará sujeita a manifestação de vontade do
mesmo quando atingida maioridade, estando suspensa a condição de nacional
nato após a maioridade até que manifeste sua vontade.
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BRASILEIROS NATURALIZADOS
A hipótese de aquisição de nacionalidade de forma secundária está
prevista no art. 12, inc II em suas alíneas “a” e “b” e será realizada mediante
naturalização, sempre após manifestação de vontade do interessado. Mesmo
que preenchidos as condições e requisitos necessários não está assegurado ao
estrangeiro o direito a nacionalização, visto que essa concessão é ato de
soberania nacional, discricionária do Chefe do Poder Executivo.
Poderá a nacionalização ser tácita ou expressa. Será tácita quando
adquirida por força das regras jurídicas de nacionalização adotadas por
determinado Estado, independendo da manifestação expressa do
naturalizando. Já a naturalização expressa depende do requerimento do
interessado, da sua intenção de adquiri nova nacionalidade.
Existem duas hipóteses na Constituição de 1988 para que seja realizada a
naturalização expressa:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral.(art12, inc. II, alínea a, CF)
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação
penal, desde requeiram a nacionalidade brasileira.
PORTUGUESES RESIDENTES NO BRASIL
Segundo o § 1.º do art. 12, serão atribuídos aos portugueses com
residência permanente no Brasil direitos inerentes aos brasileiros, desde que
haja reciprocidade em favor dos brasileiros que possuem residência
permanente em Portugal.
Não se trata essa hipótese de concessão de nacionalidade brasileira
e sim de um tratamento favorecido, continuando, portanto, com a
nacionalidade
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portuguesa os portugueses aqui residentes, assim como continuam brasileiros
os nacionais que residem em Portugal. Porém, são concedidos direitos, a uns e
outros, que, no geral, somente poderiam ser concedidos aos nacionais de cada
pais, não precisando o português naturalizar-se brasileiro para auferir os
direitos correspondentes à condição de brasileiro naturalizado nem o brasileiro
em Portugal naturalizar-se português para conseguir lá esses direitos.
A condição a ser atribuída equipara-se a de naturalizado não a de nato.
TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIRO NATO E NATURALIZADO
Não é permito pela Constituição de 1988 lei que estabeleça tratamento
diferenciado entre brasileiros natos e naturalizados. Sendo permitidos somente
os casos de tratamento diferenciado que constam expressamente no próprio
texto constitucional.
Esse tratamento diferenciado está disposto na Constituição no art. 12, § 3.º que
trata de cargos privativos a brasileiros natos; no art. 89, inc. VII que dispões
sobre a reserva de vagas a cidadãos brasileiros natos para funções no Conselho
da República; no art. 5.º, inc. LI que proíbe a extradição do brasileiro nato, mas
permite a do naturalizado em hipóteses específicas e no art. 222 que nega
direito de propriedade para brasileiro naturalizado em determinados tipos
empresas, a 30% do capital total e do capital votante e a participação da gestão
dessas empresas.
PERDA DA NACIONALIDADE
A perda de nacionalidade será declarada quando configurada alguma das
hipóteses expressamente previstas na Constituição Federal não podendo o
legislador ordinário ampliar essas hipóteses, sob pena de manifesta
inconstitucionalidade.
As hipóteses de perda previstas no art. 12, § 4.º incisos I e II quando:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional - torna-se necessário que a sentença
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judicial seja transitada em julgado, que tenha sido assegurado o direito a
ampla defesa e que a ação tenha sido proposta pelo Ministério Público Federal
e que se trate de brasileiro naturalizado, já que não atinge brasileiros natos.
Aplica-se essa perda necessária da nacionalidade brasileira a casos como o de
traição à pátria.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu
território ou para exercício de direitos civis.
A perda de nacionalidade poderá atingir tanto o brasileiro nato, como o
naturalizados, pois o indivíduo que adquire voluntariamente a nacionalidade
de outro país evidencia, em regra, a falta de consistência com o seu vínculo
com o Brasil, seu desapreço com o Estado brasileiro ou sua absoluta
indiferença com a condição de brasileiro. A perda de nacionalidade nessa
hipótese será realizada via processo administrativo e também será concedido
direito a ampla defesa e a decisão competirá ao Presente da República,como
estabelece o art. 23 da Lei n.º 818/49.
Se a aquisição de outra nacionalidade não decorre de um ato de manifestação
de vontade, como no caso da contração de matrimônio com um estrangeiro, a
nacionalidade brasileira não será perdida. A Emenda Constitucional de Revisão
n. 3 de 1994 criou também as exceções à hipótese de perda da condição de
brasileiro pela aquisição de outra nacionalidade que estão dispostas nas da
alíneas “a” e “b” transcritas acima juntamente com o inciso II.
REQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE
A legislação ordinária admite duas formas da reaquisição da nacionalidade
brasileira que também constam na Lei n.º 818/49:
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a) Poderá readquirir nacionalidade o brasileiro naturalizado que perdeu sua
nacionalidade por sentença transitada em julgado, em razão de atividade
nociva ao interesse nacional, mediante ação rescisória que desconstitua os
efeitos da decisão judicial anterior.
b) Através de Decreto Presidencial, nos casos da perda da nacionalidade de
brasileiros natos e naturalizados devido a opção pela nacionalidade de outro
país.
Para esse caso há precedente do STF que define que o brasileiro nato
retornará nas mesmas condições que possuía anteriormente, desde que não
tenha sido deferido pedido de extradição formulado por Estado estrangeiro
para esse brasileiro nato que readquira nacionalidade brasileira e tenha
cometido crime no exterior.
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XVII Exame da Ordem
Carlos, brasileiro naturalizado, tendo renunciado à sua anterior nacionalidade,
casou-se com Tatiana, de nacionalidade alemã. Em razão do trabalho na iniciativa
privada, Carlos foi transferido para o Chile, indo residir lá com sua mulher. Em
15/07/2011, em território chileno, nasceu a primeira filha do casal, Cláudia, que
foi registrada na Repartição Consular do Brasil. A teor das regras contidas na
Constituição Brasileira de 1988, assinale qual a situação de Cláudia quanto à sua
nacionalidade.
A) Cláudia não pode ser considerada brasileira nata, em virtude de a
nacionalidade brasileira de seu pai ter sido adquirida de modo derivado e pelo
fato de sua mãe ser estrangeira.
B) Cláudia é brasileira nata, pelo simples fato de o seu pai, brasileiro, ter se
mudado por motivo de trabalho.
C) Cláudia somente será brasileira nata se vier a residir no Brasil e fizer a opção
pela nacionalidade brasileira após atingir a maioridade.
D) Cláudia é brasileira nata, não constituindo óbice o fato de o seu pai ser
brasileiro naturalizado e sua mãe, estrangeira.
Comentário: Art. 12. São brasileiros: c) os nascidos no estrangeiro de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007).
Alternativa Correta: D
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XVIII EXAME
Ricardo, brasileiro naturalizado, mora na cidade do Rio de Janeiro há 9 (nove)
anos. Em visita a parentes italianos, conhece Giulia, residente em Roma, com
quem passa a ter um relacionamento amoroso. Após 3 (três) anos de namoro a
distância, ficam noivos e celebram matrimônio em território italiano. De comum
acordo, o casal estabelece seu primeiro domicílio em São Paulo, onde ambos
possuem oportunidades de trabalho. bÀ luz das regras de Direito Internacional
Privado, veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB),
não havendo pacto antenupcial, assinale a opção que indica a legislação que irá
reger o regime de bens entre os cônjuges.
A) Aplicável a Lei italiana, haja vista que nenhum dos cônjuges é brasileiro nato.
B) Aplicável a Lei italiana, em razão do local em que foi realizado o casamento.
C) Aplicável a Lei brasileira, em razão do domicílio do cônjuge varão.
D) Aplicável a Lei brasileira, porque aqui constituído o primeiro domicílio do
casal.
Comentário: Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as
regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os
direitos de família.
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto
aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.(Redação dada pela
Lei nº 3.238, de 1957)
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio
conjugal. Alternativa Correta: D
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Tratados Internacionais
Conforme o art. 2º, 1, a, da Convenção de Viena, de 1969, o Tratado é
um acordo internacional, concluído por escrito, celebrado pelos Estados,
regido pelo Direito Internacional.
Importa destacar que o aludido documento não possui uma
denominação específica, a ele podendo ser atribuído qualquer título,
como; tratados, convenções, acordos, pactos, etc.
Em regra, não há denominação específica, com uma exceção para as
Concordatas, espécies de tratados celebrados entre Estados e o
Vaticano. No Brasil, as concordatas são consideradas inconstitucionais,
em razão da separação entre a Igreja e o Estado.
ATENÇÃO
Classificação:
- Quanto ao número de partes: os Tratados podem ser; Bilaterais,
Plurilaterais e Multilaterais.
- Quanto a natureza do objeto: o Tratado poderá ser normativo ou
contratual.
- Quanto ao procedimento: teremos os Tratados em sentido estrito e
acordos em forma simplificada.
Os Tratados irão extinguir-se por vontade das partes ou ab-rogação, em
razão de tratado superveniente sobre o mesmo assunto e que reúna todas
as partes do Tratado anterior, superveniência de norma imperativa de
direito internacional geral, bem como por vontade unilateral ou denúncia.
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Para a celebração do Tratado teremos quatro fases solenes:
Primeira Fase (externa): negociações preliminares e assinaturas - Há a
constituição de conferências ad hoc e de comissões especiais; após a
negociação, os envolvidos irão adotar o texto resultado dos debates.
Posteriormente, teremos a assinatura, a qual terá a função de autenticar o
tratado. Em regra, os Estados não se vinculam ao documento internacional
a partir da assinatura, mas sim da ratificação.
Segunda Fase (interna): manifestação do Congresso Nacional – A
submissão ao Congresso Nacional é ato discricionário, no entanto, se o
Presidente pretender ratificar, na próxima fase, necessitará da prévia
anuência do Parlamento. Posteriormente, o documento deverá ser
referendado pela Câmara dos Deputados e em seguida pelo Senado
Federal. Importante destacar que o Congresso não irá ratificar o Tratado,
cabendo tal função à figura do Presidente.
Se o Tratado versar sobre Direitos Humanos a aprovação se dará 
respeitando os requisitos das emendas constitucionais
ATENÇÃO
Terceira Fase (externa): Ratificação – A ratificação é o processo pelo qual
os atos são postos em vigor, por meio da ratificação o Estado irá
expressará seu consentimento definitivo. Depois de ratificado, para se
desvincular de um tratado somente por meio do mecanismo da denúncia.
Ademais, importante atentar que o instituto da ratificação não se
confunde com o da adesão. Por fim,resta informar que a ratificação é um
ato administrativo externo, expresso, político, circunstancial, irretroativo
irretratável, sem prazo e discricionário.
Os Tratados que versam sobre Direitos Humanos não são passíveis de 
denúncia.
ATENÇÃO
Licensed to moniquemariani@yahoo.com.brQuarta Fase (interna): Promulgação e Publicação – Trata-se de uma fase 
complementar, sem previsão na Convenção de Viena. A Publicação deverá 
ser feita no Diário Oficial da União.
O Tratado é obrigatório a partir da Ratificação, é executório a partir da 
Promulgação e é aplicável a partir da Publicação.
ATENÇÃO
Quarta Fase (interna): Promulgação e Publicação – Trata-se de uma fase 
complementar, sem previsão na Convenção de Viena. A Publicação deverá 
ser feita no Diário Oficial da União.
Hierarquia dos tratados no Brasil segundo o STF:
MATÉRIA PROC. LEGISLATIVO 
DO REFERENDO
HIERARQUIA
Comum Decreto legislativo do Congresso
Nacional (quorum: maioria simples)
Infraconstitucional 
(equivale à lei ordinária)
Direitos 
Humanos
Decreto legislativo do 
CongressoNacional (quorum: maioria 
simples). EC 45/04 – permite ratificar 
tratado internacional por Emenda 
Constitucional (votação nas duas casas, 
em dois turnos, com 3/5 dos votos) – o 
tratado vira EC, mesmo sem constar no 
texto constitucional.
Norma supralegal 
(acima da lei ordinária, 
mas abaixo da 
Constitucional).
Disposições do Direito Interno sobre Competência para Concluir Tratados:
Um Estado não pode invocar o fato de que seu consentimento em obrigar-
se por um tratado foi expresso em violação de uma disposição de seu
direito interno sobre competência para concluir tratados, a não ser que
essa violação fosse manifesta e dissesse respeito a uma norma de seu
direito interno de importância fundamental.
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Uma violação é manifesta se for objetivamente evidente para qualquer
Estado que proceda, na matéria, de conformidade com a prática normal e
de boa fé.
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XV Exame da Ordem
Túlio, brasileiro, é casado com Alexia, de nacionalidade sueca, estando o
casal domiciliado no Brasil. Durante um cruzeiro marítimo, na Grécia, ela,
após a ceia, veio a falecer em razão de uma intoxicação alimentar. Alexia,
quando ainda era noiva de Túlio, havia realizado um testamento em Lisboa,
dispondo sobre os seus bens, entre eles, três apartamentos situados no Rio
de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional Privado, assinale a
afirmativa correta.
A) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz
respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação
brasileira, pois Alexia encontrava-se domiciliada no Brasil.
B) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz
respeito à observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação
portuguesa, local em que foi realizado o ato de disposição da última vontade
de Alexia.
C) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao
inventário e à partilha de bens, porquanto Alexia faleceu na Grécia, e não no
Brasil.
D) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a
legislação sueca, em razão da nacionalidade do de cujus.
Comentário: de acordo com o art. 9º da LINDB, as formalidades alusivas à
elaboração do testamento são regidas, no Direito Internacional Privado
brasileiro, pelo critério “lacus regit actum”, em conformidade com o art.
Supracitado. Este por sua vez, estabelece que “Para qualificar e reger as
obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem”. Logo, como o
testamento foi feito em Portugal, aplicas-se a lei portuguesa no tocante às
formalidades pertinentes. Alternativa Correta: B
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XVI EXAME
O litígio que envolve Estados e organizações internacionais, podendo ser de
natureza econômica,política ou meramente jurídica, é conceituado como
controvérsia internacional. Acerca dos meios diplomáticos para soluções
pacíficas de controvérsias internacionais, assinale a afirmativa correta.
A) A negociação é um mecanismo que conta com o envolvimento de um
terceiro, cuja função é propor uma solução pacífica para o conflito entre as
partes.
B) Os bons ofícios caracterizam-se pela oferta espontânea de um terceiro
que colabora com a solução de controvérsias, podendo ser um Estado, um
organismo internacional ou uma autoridade.
C) A mediação caracteriza-se pelo envolvimento de um terceiro que somente
pode ser pessoa natural.
D) A conciliação é muito semelhante à mediação. Entretanto, caracteriza-se
pela possibilidade de atuar como mediador pessoa natural, Estado ou
organismo internacional.
Comentário: A atuação internacional de mediador somente pode ser
exercida por pessoa natural, ainda que os Estados litigantes peçam auxílio a
um terceiro Estado, Organização Internacional ou ente anômalo, que atuará
na qualidade de mediador, esse terceiro, obviamente e naturalmente,
indicará uma pessoa natural para atuar na qualidade de mediador.
Alternativa Correta: B
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Controvérsias 
Internacionais
Os conflitos sempre existiram entre os seres vivos do nosso planeta,
seja ele um animal na disputa de seu alimento para sua sobrevivência ou até
mesmo por humanos, onde sempre houve diversas controvérsias, das mais
diversas naturezas. Essas divergências existentes entre as pessoas podem
alcançar etapas mais avançadas e entrar em pontos de violência e crise se as
partes envolvidas não entrarem em comum acordo. No meio de tantos
conflitos constantes em nossa sociedade, faz-se necessário a plena função
do Direito. Como não poderia ser diferente, o Direito Internacional mantém
o equilíbrio e a justiça nas relações internacionais, onde tenta buscar uma
solução para os litígios que tendem a surgir.
A partir do momento que há conflito de interesses, há litígio.
Hobbes, afirma que também pode ser considerado litígio a simples ameaça
a conflito, ainda que este jamais ocorra. Às vezes, um conflito está ligado a
mera diferença quanto ao entendimento do significado de certa norma,
expressa em Tratado que vincule países.
Quando há uma solução para as divergências internacionais por
meio de diálogo, falamos que houve uma solução de modo pacífico. Já
quando esta não é disponível e é necessário o uso da força, dizemos que é
não-pacífica.
Com objetivo de promover sempre as melhores formas de
resolução dos choques internacionais, podemos citar algumas convenções
que foram realizadas como a Convenção de Haia para a Solução Pacífica de
Conflitos Internacionais de 1899, a segunda Convenção de Haia para a
Solução
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Pacífica de Conflitos Internacionais de 1907 e o Ato Geral para Solução
Pacífica de Controvérsias Internacionais em 1928, que é mais conhecido como
Ato Geral de Arbitragem de Genebra.
A adoção de medidas tendentes a resolver o cerne da
incompatibilidade que esteve na origem do conflito, incluindo as tentativas de
levar as partes se aceitarem mutuamente. Compreendendo o conjunto de
esforços orientados no sentido de aumentar a cooperação entre as partes em
conflito e aprofundar o seu relacionamento, focalizando-se nos aspectos que
conduziram ao conflito, promovendo iniciativas construtivas de reconciliação,
no sentido do fortalecimento das Instituições e dos processos das partes.
Há atualmente diversas formas de buscar soluções pacíficas para
resolverem as controvérsias internacionais, onde podemos destacar os Meios
Diplomáticos, os Meios Políticos e os Meios Jurisdicionais.
Meios diplomáticos
Inicialmente através da Negociação Direta, mecanismo em que se verifica
que os próprios Estados se encontram e decidem por sua própria iniciativa
promover uma solução para o conflito. Não existe a atuação de terceiros no
cenário das relações exteriores, neste meio. Os próprios contendentes, os
próprios atores do cenário internacional que se encontra em confronto é que
vão tentar se encontrar e promover uma solução.Além da negociação direta devemos considerar também, bastante
importante, mecanismo de Sistema de Consultas. O sistema de consultas nada
mais é, senão uma negociação direta preestabelecida. Os Estados já sabendo
que eventualmente podem entrar em conflito determinam por meio de tratado
internacional encontros com certa regularidade para que possam solucionar
esses confrontos que eventualmente podem surgir.
Outro mecanismo verificado são os Bons Ofícios, diferentemente do que
ocorre com os demais mecanismos de solução de controvérsias, quando
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falamos em bons ofícios, temos a atuação de uma terceira figura no cenário
internacional, trata-se de um estado que não tem nenhuma relação com a
controvérsia, ele Estado vai buscar aproximar as partes, não raro, por sua
própria iniciativa, então as partes encontram a solução para o conflito.
Como mecanismo diplomático de solução de controvérsias temos a
conciliação, onde os próprios Estados vão designar pelo menos três atores no
cenário das relações exteriores. Esses três atores vão constituir seus
representantes que, então, vão propor uma sugestão para a solução da
controvérsia. A atuação desses novos atores, novamente, é substancial, tendo
em vista, que diz respeito ao centro da questão conflitou. Não estão os
contendentes obrigados a aceitar essa sugestão.
Como último mecanismo de solução diplomática de controvérsias temos o
inquérito, costuma-se a afirmar que o inquérito não é, necessariamente, um
mecanismo de solução de controvérsias e, se for, deve ser considerado
indireto, pois o inquérito, nada mais é se não um instrumento composto de
uma série de documentos com informações acerca da contenda. Ele pode
então ser utilizado para a aplicação em todo e qualquer mecanismo de solução
de controvérsias, desse modo, ele vai trazer inúmeras informações que são
relevantes para a solução do embate.
Se nenhum dos mecanismos diplomáticos de solução de
controvérsias for suficiente poderão ser empregados os mecanismos jurídicos e
políticos.
Meios Políticos
Os meios políticos de resolução de controvérsias internacionais são
aqueles que utilizam instituição intergovernamental das nações em discussão
para determinar uma forma mais conciliatória de resolver a demanda. Quando
existe conflito de certa gravidade, desconforto no cenário internacional, que se
encontra no ápice de uma guerra, desacordos entre os Estados envolvidos, os
órgãos políticos ou organizações intergovernamentais tem por “finalidade” a
solução de tais conflitos. Podem agir contra uma das partes, quando a outra
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manifesta interesse, ou mesmo à controvérsia de ambas as partes, quando o
secretário geral da organização ou terceiro Estado integrante da organização
venha a se manifestar.
- Organização das Nações Unidas
- Assembleia Geral e Conselho de Segurança
- Organização Mundial do Comércio
- Organizações Regionais, de domínio político
- Organização dos Estados Americanos OEA
- Liga dos Países Árabes
- Mercado Comum do Sul
- União Europeia
Meios Jurisdicionais
Esta examina cada litígio e tenta resolvê-lo da melhor forma. As
doutrinas classificam os meios jurisdicionais em duas fases: a Arbitragem e a
Solução Judicial, as quais serão abordadas abaixo.
1. Arbitragem
A arbitragem é um sistema de pacificação de desavenças de qualquer
natureza ou causa em que, dois ou mais países, através de um ou mais árbitros
que são de livre escolha das partes e, um termo de compromisso que estabelece
às normas que devem ser obedecidas, a matéria da desavença, à indicação dos
árbitros, apontando-lhes os seus poderes e, não menos importante, a promessa
de cumprimento de anuir o respeito e a execução da posterior sentença arbitral.
A escolha dos árbitros ao longo do tempo tem sido submetida a diplomatas,
chefes de Estado, jurisconsulto etc., porém atualmente vem sendo mais
utilizado um tribunal ad hoc.
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A arbitragem pode ser voluntária, que com o surgimento de uma desavença
entre os países, ambos decidem submetê-la a uma solução arbitral ou
obrigatória que ocorre quando já há um acordo prévio entre as partes em que se
houverem desavenças, será submetido a uma solução arbitral.
Em 1899, na cidade de Haia houve uma convenção onde ficou determinado que
nela, seria instituído um tribunal arbitral particular também denominado como
corte permanente de arbitragem, onde, qualquer país que quisesse se submeter
para dirimir sua controvérsia com outro país, poderia utilizar deste tribunal,
desde que ambos consentissem.
2. Solução Judicial
A Solução Judicial, assim como a Arbitragem, funciona através de jurisdição
voluntária, que requer o acordo prévio entre as partes para acionar as Cortes
Internacionais e solucionar suas controvérsias, funcionando de forma
subsidiária, como forma de complementação a jurisdição obrigatória e, além
disso, os litigantes não escolhem quem julgará.
As decisões proferidas por uma Corte Internacional imparcial, são
obrigatórias e executáveis e as jurisprudências, são mais definidas do que os
casos julgados por árbitros, pelas normas de sua competência e pelas questões
de fundo.
Existem várias Cortes Internacionais, tanto universais quanto regionais tais
como a Corte de Justiça das Comunidades Européias, a Corte Européia, a Corte
Interamericana e o Conselho Internacional de Justiça. Para ACCIOLY, a solução
de litígio através da CIJ tem vantagem em relação à arbitragem, pois envolve o
Conselho de Segurança na implementação da sentença, o que significa que se a
lide não for resolvida, as partes deverão submetê-la ao Conselho, que pode fazer
recomendações ou decidir sobre as medidas a serem aplicadas no caso de o
assunto envolver ameaça a paz.
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No plano internacional os Tribunais e as Cortes são entidades judiciárias
permanentes compostas por juízes independentes, em determinados casos, o
Estado litigante tem direito de indicar um juiz de sua nacionalidade para compor
a CIJ, e têm como função julgar os conflitos internacionais tomando por base o
direito internacional vigorante, de acordo com um processo previamente
estabelecido, prolatando, ao final, uma sentença obrigatória entre as partes.
Meios Coercitivos para Soluções de Litígios
Quando uma controvérsia não pode ser resolvida por meios amistosos, os
Estados recorrem ás vezes, a métodos violentos, sem irem, contudo, até a
guerra. A prática internacional tem permitido esse método de proceder que se
manifesta de várias formas, constitutivas dos chamados meios coercitivos para a
solução de controvérsias. Trata-se em tais casos, de sanções, que só deveriam
caber a organismos internacionais, em relação a seus membros.
É fato conhecido que a Sociedade das Nações (SDN) quando um de seus
membros recorria à guerra contrariando os compromissos assumidos, decretava
ao Estado agressor as sanções estipuladas no Art. 16 do Pacto assinado em
Versalhes e que podem ser resumidas em ruptura de relações e a aplicação de
atos coercitivos de natureza econômica e financeira, podendo ainda organizar
uma força armada destinada a fazer o transgressor cumprir os compromissos
desrespeitados. Na prática, essas disposições não funcionaram como era preciso,
principalmente por ocasião do conflito Ítalo-etiópico, de 1935, e da hecatombe
que ensangüentou o mundo no início de setembro de 1939.
Na carta da ONU estas sanções estão previstas mais energicamente ainda,
como se verifica da leitura de seus artigos 39/51, e foram postas em prática por
ocasião da agressão à Coréia do Sul pelas forças armadas da parte norte do
mesmo Estado em 1950.
Licensed to moniquemariani@yahoo.com.brCabendo ao conselho de segurança a responsabilidade precípua de manter a
paz e a segurança internacionais, deve ele, em caso de existir qualquer ameaça à
paz, sua ruptura ou agressão a qualquer Estado, impor as medidas tendentes para
enfrentar a anormalidade da situação.
As sanções previstas pela carta da ONU podem ser classificadas em
militares e não militares. Além de decretar as sanções previstas nos artigos
supramencionados contra o Estado responsável pela insegurança na humanidade,
a ONU pode resolver as divergências que possam surgir entre seus membros não
só os métodos conhecidos e praticados pelo Direito internacional, que são a
negociação, o inquérito, a mediação, a conciliação, a arbitragem, a solução judicial,
como também apelando para que essas controvérsias sejam resolvidas pelos
diversos organismos regionais, que, por força do artigo 52, possam existir desde
que sejam compatíveis com os propósitos e princípios Das Nações Unidas, quais
sejam:
- Retorsão
- Represálias
- O embargo
- Bloqueio pacífico
- Boicotagem
- Rompimento das relações diplomáticas
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XV EXAME
Violento torcedor estrangeiro, integrante de torcida organizada e arrolado
como impedido de entrar em estádios de futebol durante a Copa do Mundo,
por figurar na lista da Interpol, após ter ingressado irregularmente em território
nacional e ser capturado dentro de um dos estádios, tem a sua deportação
promovida, por não se retirar voluntariamente.
Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
A) Nunca mais poderá o torcedor estrangeiro deportado reingressar no
território nacional.
B) O torcedor estrangeiro deportado só poderá reingressar no território
nacional se ressarcir o Tesouro Nacional, com correção monetária, das despesas
com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o pagamento da multa devida à
época, também corrigida.
C) O torcedor estrangeiro deportado só poderá reingressar no território
nacional após o transcurso do lapso prescricional quinquenal para
ressarcimento do Tesouro Nacional.
D) O torcedor estrangeiro deportado poderá retornar se comprovadamente não
tiver condições de arcar com o pagamento da quantia devida, sem prejuízo de
sua própria subsistência.
Comentário: de acordo com o art. 64 do Estatuto do Estrangeiro, Lei 6.815/85:
“O deportado só poderá reingressar no território nacional se ressarcir o Tesouro
Nacional, com correção monetária, das despesas com a sua deportação e
efetuar, se for o caso, o pagamento da multa devida à época, também
corrigida.” A alternativa correta transcreveu o artigo supracitado. Alternativa
Correta: B
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Corte Interamericana
A Corte Interamericana de Direitos Humanos é um órgão judicial
autônomo que tem sede em San José (Costa Rica), cujo propósito é aplicar e
interpretar a Convenção Americana de Direitos Humanos e outros tratados
de Direitos Humanos. Faz parte do chamado Sistema Interamericano de
Proteção aos Direitos Humanos.
A Corte exerce competência contenciosa e consultiva.Os idiomas
oficiais da Corte são os mesmos adotados pela OEA, quais sejam o espanhol,
português, inglês e o francês. Os idiomas de trabalho são aqueles que
decida a Corte a cada ano. Não obstante, para um caso específico, pode-se
adotar também como idioma de trabalho aquele de uma das partes, sempre
que este seja a língua oficial desta.
A Corte tem competência litigiosa para conhecer de qualquer
caso relativo à interpretação e aplicação das disposições da Convenção
Americana de Direitos Humanos a que lhe seja submetida apreciação,
sempre os Estados signatários reconheçam esta competência, por
declaração ou convenções especiais. Basicamente conhece dos casos em
que se alegue que um dos Estados-membros tenha violado um direito ou
liberdade protegido pela Convenção, sendo necessário que se tenham
esgotados os procedimentos previstos nesta. As pessoas, grupos ou
entidades que não sejam o Estado não têm capacidade de impetrar casos
junto à Corte, mas podem recorrer à Comissão Interamericana de Direitos
Humanos.
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A Comissão pode, então, levar os assuntos diante desta, sempre que o
Estado questionado haja reconhecido sua competência. Em todos os casos, a
Comissão deve comparecer em todos os casos apreciados pela Corte. O
procedimento junto à Corte é de caráter contraditório. Termina com uma
sentença judicial motivada, obrigatória, definitiva e inapelável. Se a decisão
não expressa, no todo ou parcialmente, a opinião unânime dos juízes,
qualquer destes tem direito a que se junte sua opinião dissidente ou
individual. Em caso de desacordo sobre o sentido ou alcance da decisão, a
Corte o interpretará por solicitação de qualquer das partes, sempre que esta
solicitação seja apresentada dentro de noventa dias a partir da notificação
da sentença.
Os Estados-membros da OEA podem consultar a Corte acerca da
interpretação da Convenção Americana de Direitos Humanos ou de outros
tratados concernentes à proteção dos Direitos Humanos no âmbito dos
Estados americanos. Além disso, podem consultá-la, dentro da sua
competência, também os órgãos da Organização dos Estados Americanos.
Pode a Corte, ainda, a pedido de um Estado-membro da OEA, emitir parecer
sobre a compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e os
mencionados tratados internacionais.
A Corte é composta por sete juízes, naturais dos Estados-
membros da OEA, eleitos a título pessoal entre juristas da mais elevada
autoridade moral, de reconhecida competência em matéria de Direitos
Humanos, que reúnam as condições requeridas para o exercício das mais
elevadas funções judiciais conforme da lei do país do qual seja nacional ou
do Estado que lhe proponha a candidatura. Não pode haver mais de um juiz
da mesma nacionalidade. Os juízes da Corte são eleitos para um mandato de
seis anos e somente podem ser reeleitos uma vez. O juiz eleito para
substituir a outro, cujo mandato não tenha ainda expirado, completa tal
mandato.
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XVII EXAME
No Caso Damião Ximenes (primeiro caso do Brasil na Corte Interamericana de
Direitos Humanos), o Brasil foi condenado a investigar e sancionar os
responsáveis pela morte de Damião Ximenes, a desenvolver um programa de
formação e capacitação para as pessoas vinculadas ao atendimento de saúde
mental e a reparação pecuniária da família. Damião Ximenes foi morto, sob
tortura, em uma clínica psiquiátrica particular na cidade de Sobral, no Ceará. A
condenação recaiu sobre a Federação (União) e não sobre o estado do Ceará
ou sobre o município de Sobral, embora ambos tenham algum tipo de
responsabilidade sobre o funcionamento da clínica. A responsabilização do
governo federal (e não do estadual ou do municipal) aconteceu porque
A) estado e município não possuem capacidade jurídica para responder pela
violação de direitos humanos praticados por seus agentes.
B) o Brasil é um estado federativo e, nesses casos, cabe ao governo nacional
cumprir todas as disposições da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, relacionadas com as matérias sobre as quais exerce competência
legislativa e judicial.
C) o falecimento de Damião Ximenes aconteceu em uma clínica particular e
cabe ao SUS, que é federal, a regulamentação e supervisão do funcionamento
de todas as casas de saúde.
D) a Corte Interamericana de Direitos Humanos possui jurisdição internacional
e para que a condenação recaísse sobre um estado ou um município seria
necessária a homologação da decisão da Corte pelo Tribunal de Justiça do
Ceará.
Comentário: Na Federação de Estados a União Federal possui a competência
da soberania, respondendo internacionalmentepelos atos de seus estados-
membros. Alternativa Correta: B
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XVIII EXAME
Uma carta rogatória foi encaminhada, nos termos da Convenção
Interamericana sobre Cartas Rogatórias, para citação de pessoa física
domiciliada em São Paulo, para responder a processo de divórcio nos Estados
Unidos. A esse respeito, assinale a opção correta.
A) Não será necessário obter exequatur em função do tratado multilateral
ratificado por ambos os países.
B) O STJ deverá conceder o exequatur, cabendo à justiça estadual cumprir a
ordem de citação.
C) A concessão de exequatur caberá ao STJ e seu posterior cumprimento à
justiça federal.
D) A concessão de exequatur e seu posterior cumprimento caberão à
autoridade central indicada na Convenção Interamericana sobre Cartas
Rogatórias.
Comentário: Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando
for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1o
Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a
imóveis situados no Brasil.
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e
segundo a forma estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por
autoridade estrangeira competente, observando a lei desta, quanto ao objeto
das diligências. Alternativa Correta: C
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XX EXAME
Em 2013, uma empresa de consultoria brasileira assina, na cidade de Londres,
Reino Unido, contrato de prestação de serviços com uma empresa local. As
contratantes elegem o foro da comarca do Rio de Janeiro para dirimir eventuais
dúvidas, com a exclusão de qualquer outro. Dois anos depois, as partes se
desentendem quanto aos critérios técnicos previstos no contrato e não
conseguem chegar a uma solução amigável. A empresa de consultoria brasileira
decide, então, ajuizar uma ação no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro para rescindir o contrato.
Com relação ao caso narrado acima, assinale a afirmativa correta.
a) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua
decisão na legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a
aplicar leis estrangeiras.
b) O Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide,
pois o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do
local em que o contrato foi assinado.
c) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua
decisão na legislação do Reino Unido, pois os contratos se regem pela lei do
local de sua assinatura.
d) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na
legislação brasileira, pois, a litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros, aplica-
se a lex fori.
Comentários:
Diante da situação apresentada, duas perguntas devem ser respondidas:
a) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide?
Sim, poderá. Segundo o art. 22, III, do Novo CPC, compete à autoridade judiciária
brasileira processar e julgar as ações em que as partes, expressa ou tacitamente,
se submeterem à jurisdição nacional. Na situação apresentada, as contratantes
elegeram o foro da comarca do Rio de Janeiro para dirimir eventuais dúvidas,
com exclusão de qualquer outro.
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b) Qual o direito material aplicável a essa lide?
Segundo o art. 9º, LINDB, “para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei
do país em que se constituírem”.
Na situação apresentada, o contrato foi celebrado em Londres, Reino Unido.
Logo, será aplicada a legislação do Reino Unido.
O gabarito é a letra C.
Lúcia, brasileira, casou-se com Mauro, argentino, há 10 anos, em elegante
cerimônia realizada no Nordeste brasileiro. O casal vive atualmente em Buenos
Aires com seus três filhos menores. Por diferenças inconciliáveis, Lúcia pretende
se divorciar de Mauro, ajuizando, para tanto, a competente ação de divórcio, a
fim de partilhar os bens do casal: um apartamento em Buenos Aires/Argentina e
uma casa de praia em Trancoso/Bahia. Mauro não se opõe à ação.
Com relação à ação de divórcio, assinale a afirmativa correta.
a) Ação de divórcio só poderá ser ajuizada no Brasil, eis que o casamento foi
realizado em território brasileiro.
b) Caso Lúcia ingresse com a ação perante a Justiça argentina, não poderá
partilhar a casa de praia.
c) Eventual sentença argentina de divórcio, para produzir efeitos no Brasil,
deverá ser primeiramente homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
d) Ação de divórcio, se consensual, poderá ser ajuizada tanto no Brasil quanto
na Argentina, sendo ambos os países competentes para decidir acerca da
guarda das criança e da partilha dos bens.
Comentários:
Segundo o art. 23, III, CF/88, compete à autoridade judiciária brasileira, com
exclusão de qualquer outra, “em divórcio, separação judicial ou dissolução de
união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território
nacional”.
Assim, caso Lúcia ingresse com ação de divórcio na Argentina, não poderá
partilhar a casa de praia que está situada em Trancoso (Bahia). Isso porque é
competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira, em ação de divórcio,
proceder à partilha de bens situados no Brasil.
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XVI Exame da Ordem
O MERCOSUL é um organismo internacional que visa à integração econômica de
países que se localizam geograficamente no eixo conhecido como Cone Sul, nos
termos do Tratado de Assunção (1991) e do Protocolo de Ouro Preto (1994).
Sobre o sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, assinale a afirmativa
correta.
A) O MERCOSUL não possui um sistema próprio de solução de controvérsias,
adotando, nos termos do Tratado de Assunção, o sistema estabelecido no Anexo
II do Tratado de Marrakesh para a Organização Mundial do Comércio.
B) Provisoriamente estabelecido no Protocolo de Brasília (1993), o sistema de
solução de controvérsias do bloco. MERCOSUL encontra-se, atualmente,
normatizado pelo Protocolo de Ouro Preto (1994), que estabeleceu a estrutura
orgânica definitiva do
C) O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, atualmente normatizado
nos termos do Protocolo de Olivos (2002), estabeleceu como instância final
judicante o Tribunal Permanente de Revisão.
D) O sistema de soluções de controvérsias do MERCOSUL somente foi
normatizado pelo Protocolo de Las Leñas (1996), que estabeleceu os
procedimentos de cooperação e assistência jurisdicional em matéria civil,
comercial, trabalhista e administrativa.
Comentário: O sistema de solução de controvérsias do MERCOSUL, atualmente
normatizado nos termos do Protocolo de Olivos (2002), estabeleceu como
instância final judicante o Tribunal Permanente de Revisão. Alternativa Correta: C
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Sujeitos do Direito 
Internacional
Os sujeitos são aqueles seres ou organismos cuja conduta é regulada pelo
Direito Internacional Público, ostentando personalidade jurídica
internacional.
Estados: São os sujeitos clássicos e tradicionais, com capacidade originária
e com amplos poderes de atuação. Tem como elementos: povo, território
(área de soberania – espaço aéreo, mar territorial, navios e aeronaves
militares onde quer que se encontrem), governo soberano,
reconhecimento e finalidade. A responsabilização dos Estados é instituto
consuetudinário, tendo em vista ser regulada, em regra, pelo costume
internacional.
Organizações intergovernamentais (interestatais/internacionais): Surgiram
no século XX, possuem personalidade jurídica e capacidade derivada, não
dispondo de todas as competências atribuídas aos Estados.
b.1) ONU: Criada em 1945, pela Carta de São Francisco, possui 192
membros.
b.2) OMC: Visa implementar acordos comerciais multilaterais,ser foro
para negociações e solucionar controvérsias sobre tarifas do comércio
internacional.
Beligerantes e Insurgentes: O Estado de beligerância ocorre em razão de
quando de um conflito armado interno de grande capacidade - Guerra Civil
-, já o Estado de insurgência é caracterizado por um conflito interno de
menor magnitude. Vaticano (Santa Sé): É um microestado, com
características peculiares. Por ser um estado sui generis, destaca-se entre
os Estados.
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O pacto de San Jose da Costa Rica criou a Corte Interamericana de
Direitos Humanos, responsável pelo julgamento, e a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, pela fiscalização dos Estados
membros. O mesmo pacto autoriza que qualquer pessoa pode
apresentar denúncias ou queixa de violações aos direitos humanos na
Comissão. Penalmente quem julga e fiscaliza é o Tribunal Penal
Internacional.
ATENÇÃO
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Relações Internacionais e 
Soluções Pacíficas de 
Controvérsias
A controvérsia em comento pode ser definida como sendo o conflito de
interesses de dois ou mais Estados. Os meios pacíficos de soluções de
controvérsias podem ser agrupados de várias formas, como por exemplo,
os meios facultativos ou obrigatórios. No trato das relações diplomáticas,
o que prevalecia era o costume, ou seja, uma série de regras e
comportamentos não codificados, não sistematizados, que foram sendo
construídos ao longo dos séculos e eram aceitáveis, entendidos e previsto
por todos os Estados.
Atualmente existem diversos meios de soluções pacíficos, estabeleceram-
se pela primeira vez tribunais internacionais permanentes, além do
incremento da diplomacia multilateral, que contribuiu com isso para a
supressão da diplomacia secreta, prática esta que se consagrou como
danosa, principalmente por ter sido considerada como um gatilho para o
início da Primeira Guerra Mundial.
Importa destacar que todas as normas de Relações Internacionais são
direcionadas à busca da manutenção da paz, diferentemente de qualquer
outro momento na história, onde, mesmo se as nações não estivessem
interessadas pela guerra, ao mesmo tempo não buscavam arduamente a
sua supressão.
Ademais, é importante atentar que com todos os instrumentos de solução
pacíficas de controvérsias, mesmo a ONU que é o órgão supremo de
composição existente, não tem poder de coagir duas nações em conflito a
sentarem-se e resolverem seus problemas em uma mesa de negociações.
Faz-se necessário que as partes tenham a boa vontade de dialogar e
estabelecer um entendimento.
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Portanto, resta claro que o objetivo a ser alcançado atualmente é a criação
de cortes especializadas em várias áreas sociais internacionais, como direito
do mar, direito aéreo, direito econômico, propriedade intelectual, uma
necessidade latente na atual situação internacional.
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XIX EXAME
Para a aplicação da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional 
de Crianças, Lígia recorre à autoridade central brasileira, quando Arnaldo, seu 
marido, que tem dupla-nacionalidade, viaja para os Estados Unidos com a filha de 
17 anos do casal e não retorna na data prometida. Arnaldo alega que entrará com 
pedido de divórcio e passará a viver com a filha menor no exterior.
Com base no caso apresentado, a autoridade central brasileira
A) deverá acionar diretamente a autoridade central estadunidense para que tome 
as medidas necessárias para o retorno da filha ao Brasil.
B) deverá ingressar na Justiça Federal brasileira, em nome de Lígia, para que a 
Justiça Federal mande acionar a autoridade central estadunidense para que tome 
as medidas necessárias para o retorno da filha ao Brasil.
C) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que a filha é maior de 16 anos.
D) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que o pai também possui direito de 
guarda sobre a filha, já que o divórcio ainda não foi realizado.
O gabarito é a letra “C”; art. 4º da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro 
Internacional de Crianças, concluída na cidade de Haia, em 25 de outubro de 1980. 
Veja Decreto nº. 3.413/2000.
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Tribunal Penal Internacional 
ou Corte Penal Internacional 
(TPI/CPI)
Foi antecedido pelos Tribunais de Nuremberg, Tóquio, Luanda, Iugoslávia e
do Iraque. Tais tribunais foram criados após os crimes (para julgá-los
especificamente) e eram temporários; tratavam-se de tribunais de
exceção. Assim, por meio do Tratado de Roma de1998, foi criado o
Tribunal Penal Internacional que possui as seguintes características:
Permanente;
Autônomo - não possui ligação com a ONU, e pode celebrar convênios
com os Estados;
Universal (erga omnes) – não importando se o Estado é signatário do
Estatuto de Roma;
Tem competência para julgar crimes de repercussão internacional, para
pessoas acusadas de crimes de genocídio, contra a humanidade, de guerra
e de agressão (pendente de regulamentação, não foi tipificado). Há o
direito a guerra legítima, porém há leis que regem a guerra (Convenção de
Genebra).
Aplica-se ainda a competência ratione temporis que determina que o
Tribunal Penal Internacional só pode julgar os crimes praticados após a
entrada em vigor do Estatuto de Roma, que ocorreu em 01 de julho de
2002.
A competência originária para julgar os crimes de genocídio, contra a
humanidade, de guerra e de agressão é do Estado onde o crime
aconteceu. Logo a competência do Tribunal Penal Internacional é
suplementar; só ocorre quando o Estado abdica em favor do Tribunal
Internacional ou não a exerce.
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As penas no TPI prezam pelos Direitos Humanos. Podem ser de: reclusão de
até 30 anos – contudo admite-se a prisão perpétua a depender da gravidade
do crime –; multa ou perdas de bens. Não tem pena de morte, pena cruel ou
de banimento (tirar a nacionalidade e, em seguida, expulsar).
O Brasil ratificou o Estatuto de Roma (art. 5º, §4º da CF – EC 45/2004)
aderindo ao Tribunal Penal Internacional. Com isso o Brasil tem dever de
entrega. A entrega para o Tribunal Penal Internacional não é o mesmo que
extradição, visto que este ocorre entre Estados.
O Estatuto de Roma não admite reservas (exclusão de responsabilidades
- exclusão de artigos), Não há prescrição e não admite imunidades.
Fique sabendo!
Direito Comunitário
Trata da integração regional, blocos regionais. Logo é um direito
supranacional. Comumente, a doutrina aponta o Direito Comunitário como
um aspecto do Direito Internacional Público. Sua independência, contudo,
decorre da sua natureza híbrida – pública e privada, pois envolve sujeitos de
Direito Internacional e cidadãos (regendo tanto situações públicas, quanto
privadas.
Nacionalidade
Trata-se de um elemento jurídico-político de conexão, ligando o
indivíduo à um Estado, habilitando-o a reivindicar sua proteção mediante o
pleno exercício de seus direitos e cumprimento de todos os deveres que lhes
forem determinados.
Importante, ademais, não confundir nacionalidade com
cidadania, a cidadania pressupõe a nacionalidade, uma vez que para ser
titular de direitos políticos, necessário se faz ser um sujeito nacional.
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A nacionalidade pode ser originária ou primária, atribuída no instante do
nascimento, como também a nacionalidade derivada ou secundária, a qual
irá observar o critério ius domicilli, o ius laboris e o ius communicatio. No
Brasil, o critério adotado é o da nacionalidade originária.
Estrangeiro
Trata-se do indivíduo nascido em outro Estado. Existem algumas
regras para a aceitação de estrangeiros, inclusive, é uma característica da
soberania estabelecer tais regras. No Brasil, é permitida a entrada,
permanecia e até domicílio de estrangeiros.A Constituição Federal de 1988, determina que eventuais restrições serão
estabelecidas pela união que tem competência para legislar sobre o assunto,
ademais, atualmente, contamos com a Lei 6.815/ 1080 – Estatuto do
Estrangeiro, o qual irá garantir ao estrangeiros direitos e atribuir deveres.
Os direitos e deveres individuais e coletivos são assegurados pela
Constituição Federal, nos termos do Art. 5º, o dispositivo constitucional está
aderente ao Art. 5º da Convenção de Havana sobre a Condição do
Estrangeiro “Os Estados têm a obrigação de conceder aos estrangeiros
domiciliados ou de passagem em seu território, todas as garantias individuais
que concederem a seus próprios nacionais e o gozo dos direitos civis
essenciais”. Assim, estrangeiro no Brasil goza dos mesmos direitos
fundamentais que o brasileiro nato.
Outrossim, a admissão do estrangeiro no Brasil, pelas regras estabelecidas
no Estrangeiro – Lei 6964/81, baseia-se no atendimento à Segurança
Nacional, à organização institucional e aos interesses políticos, sócio-
econômicos e culturais do Brasil, bem como a defesa do trabalhador
nacional.
Desse modo, a concessão do visto, a sua prorrogação ou transformação
ficam sempre condicionadas aos interesses (Art. 3º), de forma que a entrada
e a permanência do estrangeiro podem ser obstadas ocorrendo qualquer das
hipóteses do artigo 7º, ou a inconveniência de sua presença no território
nacional, a critério do Ministério da Justiça – Art. 26.
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O visto consular, que é condição de admissibilidade do estrangeiro no
território nacional, configura mera expectativa de direito, podendo ser
recusado pela autoridade consular competente, mesmo que o passaporte e
demais documentos apresentados estejam bons para viagem ao Brasil.
Condições Para a Entrada do Estrangeiro:
Admissibilidade: Visto consular que é um ato de cortesia do Estado e não
um direito do transeunte. Uma vez concedido, configura mera expectativa
de direito;
Asilo político: Trata-se da proteção concedida ao estrangeiro perseguido em
seu território por delitos políticos, convicção religiosa, situação racial,
excluídos aqueles previstos na legislação penal comum. O asilo poder ser
diplomático ou territorial;
Extradição: Processo pelo qual um Estado atende ao pedido de outro
Estado, remetendo-lhe pessoa processada no país solicitante por crime
cometido previsto na legislação de ambos os países. Via de regra, não se
extradita nacional;
Expulsão: Processo pelo qual um país expele de seu território estrangeiro
residente, em razão de crime ali praticado ou de comportamento nocivo aos
interesses nacionais. Não é pena, é medida administrativa de natureza
política, do Poder Executivo, fundada no direito de defesa do Estado. É ato
discricionário e independe da prática de crime. É ato de soberania e fica
vedado o retorno do expelido;
Deportação: Processo de devolução de estrangeiro que aqui se encontre
irregularmente, para o país de sua nacionalidade ou procedência. O
deportado poderá retornar ao país, desde que em situação regular (visto).
Não se confunde com banimento (nacionais expelidos), abolido pela
Constituição; e
Repatriação: É o retorno de brasileiro, em situações excepcionais, custeado
pelo Estado.
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QUESTÕES COMENTADAS DOS ÚLTIMOS EXAMES
XIX EXAME
Ex-dirigente de federação sul-americana de futebol, após deixar o cargo que
exercia em seu país de origem, sabedor de que existe uma investigação em
curso na Colômbia, opta por fixar residência no Brasil, pelo fato de ser
estrangeiro casado com brasileira, com a qual tem dois filhos pequenos. Anos
depois, já tendo se naturalizado brasileiro, o governo da Colômbia pede a sua
extradição em razão de sentença que o condenou por crime praticado quando
ocupava cargo na federação sul-americana de futebol.
Essa extradição
A) não poderá ser concedida, porque o Brasil não extradita seus nacionais.
B) não poderá ser concedida, porque o extraditando tem filhos menores sob
sua dependência econômica.
C) poderá ser concedida, porque o extraditando não é brasileiro nato.
D) poderá ser concedida se o país de origem do extraditando tiver tratado de
extradição com a França.
O art. 5º, LI da CR/88 c/c o art. 77, I da Lei nº. 6.815/80 prevê as hipóteses de
extradição de brasileiro (naturalizado).
Não obstante, a justificativa para extradição, embora aparentemente correta,
não está juridicamente adequada, pois não é o fato do “ex-dirigente” não ser
brasileiro nato que autorizaria a sua extradição, mas o fato dele não ser
brasileiro nato e ter cometido o crime comum antes da naturalização. Nesse
sentido, se ele tivesse cometido o crime comum depois da naturalização (salvo
hipótese de crime de tráfico ilícito de entorpecentes) ele não seria extraditado.
Então, caso você tenha errado esta questão, creio que vale a pena fazer um
recurso, uma vez que a questão apresenta um erro técnico na justificativa para
a promoção da extradição do brasileiro naturalizado.
Oportunamente, vale lembrar que o conceito trazido na alternativa “B” é
aplicável apenas no caso de Expulsão – art. 75, II, “b” da Lei nº. 6.815/80.
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