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500 ANOS DE LUTAS SOCIAIS NO BRASIL2 (1)

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500 ANOS DE LUTAS SOCIAIS NO BRASIL: MOVIMENTOS SOCIAIS, ONGs E TERCEIRO SETOR
MOVIMENTOS SOCIAIS: O CONCEITO
O conflito social mudou, no mundo moderno, da esfera da produção para a esfera dos problemas da cultura, e nesta, os problemas de identidade cultural seriam os mais importantes, gerando movimentos em torno das questões de raça, gênero, nacionalidade etc.
Temos dois modelos de análise: um culturalista (enfatizando os movimentos sociais), e outro classista (enfatizando mais as estruturas econômicas, as classes sociais, as contradições sociais e os conflitos de classes). Defendemos uma terceira posição, que destaca a importância da cultura na construção da identidade de um movimento social, mas concebe os movimentos segundo um cenário pontuado por lutas, conflitos e contradições, cuja origem está nos problemas da sociedade dividida em classes, com interesses, visões, valores, ideologias e projetos de vida diferenciados.
A análise sobre movimentos sociais não poder separada da análise de classe social, mas também não podemos resumir os movimentos a algo determinado pelas classes.
Para definir movimento social deve-se estabelecer algumas diferenças:
Movimento X Grupo de interesse
Interesse comum de um grupo é um componente de um movimento, mas componente não suficiente para caracterizá-lo como tal
Movimento tem que formar um coletivo social, necessita de ter uma identidade em comum, objetivos comuns para a ação (ser negro, mulher, defender baleia, não ter teto para morar)
Ter realidade anterior à aglutinação de seus interesses, ou seja, história de experiências culturais. As inovações culturais, econômicas ou outro tipo de ação que vierem a gerar, partem do substrato em comum das carências ou demandas que reivindicam, articuladas pelos legados da herança cultural que possuem. Criam e renovam repertórios de ações, ideias, valores etc.
Movimento social X Ação histórica de grupos sociais (como movimento classes trabalhadora)
Essa Ação é uma categoria da dialética, a de movimento, em oposição à estática. É ação da classe em movimento e não um movimento específico da classe.
Movimento em sentido ampliado X movimento em sentido restrito 
Movimento social X Ação coletiva
Protesto, rebelião, invasão, luta armada, são modos de estruturação de ação coletiva. Podem ser estratégicas de um movimento social, mas sozinhos não são movimentos sociais.
Esfera onde ocorre a ação coletiva
Espaço não-institucionalizado, nem esfera pública, nem privada
1º dedução: movimento social refere-se à ação dos homens na história. Esta ação envolve um fazer – por meio de um conjunto de práticas sociais- e um pensar- por meio de um conjunto de ideias que motiva ou dá fundamento à ação. Trata-se de uma práxis, portanto.
Lutas sociais conferem aos movimentos um caráter cíclico. Vão e voltam segundo a dinâmica do conflito social, da luta social, da busca do novo ou da reposição/conservação do velho. Esses fatores conferem às ações dos movimentos caráter reativo, ativo ou passivo.
Não basta carências para haver um movimento. Elas tem que traduzir em demandas, que por sua vez poderão se transformar em reivindicações, através de ação coletiva.
Os fatores carências, legitimidade da demanda, poder político das bases, cenários conjuntural do país darão a força social de um movimento, gerando o campo de forças do movimento social e uma dada cultura política.
Definição ampla para conceito de movimento social:
Movimentos sociais são ações coletivas de caráter sociopolítico, construídas por atores sociais pertencentes a diferentes classes e camadas sociais. Eles politizam suas demandas e criam um campo político de força social na sociedade civil. Suas ações estruturam-se a partir de repertórios criados sobre temas e problemas em situações de conflitos, litígios e disputas. As ações desenvolvem um processo social e político-cultural que cria uma identidade coletiva ao movimento, a partir de interesses em comum. Esta identidade decorre da força do princípio da solidariedade e é construída a partir da base referencial de valores culturais e políticos compartilhados pelo grupo.
Os movimentos aglutinam bases demandatárias, assessores e lideranças e têm estreitas relações com uma série de outras entidades sociopolíticas, como partidos e facções políticas legais ou clandestinas, setores da mídia, universidade, municipal, administração, articulados em redes sociais com interesses comuns.
Existe conflito e tendências internas nos MS, contudo, como eles se apresentam em público, na prática, cria um imaginário social de unicidade, uma visão de totalidade.
O tipo de ação envolvida é que será o indicador do caráter do movimento.
Mov. Transformador; Mov. Reformista; Mov. Redentor; Mov. Alternativo
Giddens (1993) aglutina os movimentos entre as ações que são geradas por tensões estruturais (movimentos dos negros), crenças generalizadas (movimentos dos direitos civis), distúrbios e violências (movimentos de rua, quebra quebra etc.) e movimentos de controle social (movimento contra reforma da constituição) -> Mov são respostas a estímulos externos
Touraine (1989) Leque maior de movimentos sociais
MOVIMENTOS E CLASSES SOCIAIS NO BRASIL
Desde os tempos do Brasil Colônia, a sociedade brasileira é pontilhada de lutas e movimentos sociais contra a dominação, a exploração econômica e, mais recentemente, contra a exclusão social.
Surgimento de organizações de luta e resistência dos trabalhadores expressas em ligas, uniões, associações de auxílio múto etc por conta da substituição de mão-de-obra escrava pela assalariada
Revolta da população reivindicando serviços urbanos, protestando contra politicas locais, como a Revolta da Vacina,
Nos anos 20 surgem várias lutas e movimentos das camadas medias da pop urbana e revoltas militares e dos cangaceiros do sertão. Revolução dos tenentes, coluna Prestes, lita por educação
Revolução de 30: movimento da elite, consolidação de novas regras que buscou inseri-lo no cenário internacional como produtor, não apenas de produtos agrícolas, mas também de produtos de bens de consumo industrializado. Legislação do trabalho. Ministérios e secretarias foram criados e questão social passa a ser atenção de setores específicos do governo.
Vários movimentos sociais de 1930-1937, A Marcha contra fome, a Revolução Constitucionalista de SP, Movimento Pau de Colher (ocupação de terras na BA), criação da aliança Libertadora, revoltas militares.
1945-1964: fase de regime populista; bastante fértil em termos de lutas e movimentos sociais. Conjuntura de redemocratização do país, aliada a um cenário internacional de desenvolvimento da sociedade de consumo e a política da Guerra Fria entre as então potencias mundiais criaram espaços favoráveis aos projetos nacionalistas de desenvolvimento nacional. Instalação de multinacionais, Petrobrás, Usinas Hidroeletricas, Brasília, fábrica de automóveis, novos setor da classe operaria de metalurgia no ABCD paulista
1961-1964: dois movimentos do campo dos atuais sem terra: Liga Camponesa do Nordeste e Movimento dos Agricultores Sem Terra no sul do país. Movimento educação Base (MEB), cultura e educação e desenvolvimento nacional autônomo liderados pela UNE e Círculos Populares de Cultura (CPC)
1964-1969: movimentos de resistência. Greve de Contagem (MG) e Osasco (SP). Estudantes como atores da cena. Ato n 5: ponto culminante de uma era do medo, repressão e violação dos direitos humanos. 
Benesses do regime para camada média: expansão do ES pago, acesso ao consumo de bens industrializados, linha branca, e carros, Banco de Financiamento da casa própria BNHabitação., empregos de multinacionais e acesso aos cargos na burocracia governamental. Classe operaria: arrocho salarial
1974: crise petróleo, crise do milagre brasileiro. Articulação da resistência o regime militar. Vários movimento emergem das cinzas. Base para as greves que se espalhavam no país entr 1978-1979
1984: movimento diretas já. Mobilização para nova constituição. Os movimentos sociais que emergiram nacena politica, desde final de 70, conseguiram inscrever em leis, como direitos, varias reivindicações. Conquistas sociais de trabalhadores, mulheres, índios, menores, cidadãos
90’: crise internacional do capitalismo globalizado; desemprego, reformas; reestruturação no mercado de trabalho, flexibilização dos contratos, enfraquecimento sindicato dos trabalhadores, MST granha mídia (agente do principal conflito social no país)
Plano Real e dólar 1:1 (plano de estabilização econômica), 1994 -1999. Mudança no estilo de vida das diferentes classes e camadas sociais brasileiras. Fim da era d consumo fácil, aprofundamento da recessão e recrudecimento das taxas de desemprego.
Novos atores entraram em cena, luta não contra a exclsão clamando por cidadania e direitos, e sim luta pela inclusão, integração dos excluídos que o sistema gera. “ Trata-se do contraditório terceiro setor, que passaremos a analisar a seguir”
Anos 2000: retorno do movimentos sociais à cena politica nacional. Lenta retomada, em outras bases, incorporado a experiência adquirida via a participação nos conselhos, fóruns e outras formas mais ou menos institucionalizadas de participação. Outras categorias passam a se organizar e a protestas, como os caminhoneiros das estradas contra as taxas de pedágio e condições de trabalho.
A EMERGENCIA DE NOVAS FORMAS DE ASSOCIATIVISMO E O TERCEIRO SETOR NOS ANOS 90
ORIGEM E COMPOSIÇÃO
No Brasil dos ano 90, existem inúmeras organizações, fundações, associações e movimentos para promover o desenvolvimento econômico local, impedir a degradação ambiental, defender os direitos civis e atuar em áreas onde o Estado é incipiente em relação aos idoso, à mulher, aos índios, aos negros. Atuar onde a presença do estatal é de triste memória, como em relação as crianças, em internatos ou nas ruas em situação de risco, vitimas de todo tipo de violência. Categorias sociais esquecidas, isoladas e desconsideradas, passaram a exercitar o que a sociedade conquistou: o direito a ter direitos.
Anos 80 os movimentos tiveram organização inicial por meio de ações e organizações de lutas por direitos, pauta de reivindicações que se transformou em leis, canais de interlocução com Estado, conselhos gestores, câmaras.
Participando desses canais, como representantes da sociedade civil, encontramos um universo grande de organizações, movimentos sociais, ongs, associações comunitárias empresas cidadã, que compõem o chamado terceiro setor.
3º setor: fenômeno complexo, diferenciado e contraditório
Associativismo que atua no nível do poder local
Organizações com fins públicos e sem fins lucrativos
Natureza instituída a parir da transformação no campo das ONGs, dos movimentos sociais e das associações filantrópicas e comunitárias, organizações populares dos anos 70-80
3º setor como Frankenstein: grande, heterogêneo, construído de pedaços, desajeitados, com múltiplas facetas
Contraditório pois inclui entidades progressistas e conservadoras; abrange programas e projetos sociais que objetivam tanto a emancipação dos setores populares e a construção de sociedade mais justa, igualitária, com justiça social, como programas meramente assistenciais, compensatório, estruturados segundo ações estratégicos racionais pautadas em lógica de mercado.
Ponto em comum: todos falam de cidadania.
3º setor não é homogêneo: essa é uma visão reducionista de sua realidade. Assim alguns autores vê o setor como exploração da forma de trabalho, estratégia neoliberal para desobrigar o Estado de atuar na área social. Alguns falam que o 3º setor é a faencia das politicas estatais na área social, porque o Estado só saberia atuar em nível macro, não conseguindo penetrar nas microesferas da sociedade, que as políticas públicas necessitam de mediadores para serem efetivas.
Crescimento do 3º no ultimo milênio é fenômeno ocidental. Novo setor da economia social> geração de emprego e lucrativo.
AS ONGS MILITANTES ANOS 80 E ONGS PROPOSITIVAS ANOS 90 – DOIS MOMENTOS NO ASSOCIATIVSMO BRASILEIRO
As ONGs são a face mais visível do terceiro setor, mas elas são apenas uma das frentes de ações coletivas que o compõe. Elas são muito diferentes entre si, quanto aos objetivos, projetos, formas de atuação e ação coletiva.
ONGs nos anos 90
Oriundas ou herdeiras da cultura participativa, indentitária e autônoma dos anos 70-80 (ONGs militantes)
Ongs detrás da maioria dos movimentos sociais populares urbanos que geraram um cenário de grande participação da sociedade civil
Contribuiu para queda do regime militar e para transição democrática do país
Contribuíram para reconstrução do conceito de sociedade civil e inovação das lutas sociais, inscrevendo como sujeitos de direitos categorias até então esquecidas, criando novo campo ético-político e cultural por meio de ações coletivas desenvolvidas em espaços alternativos de expressão da cidadania
Ações pela conquista de direitos, luta pela igualdade com justiça social, criação do discurso de participação popular como necessidade e componente da democracia
Caracteristicas similires aos movimentos populares: enraizamento na sociedade, participação mística estimulada por ícones emblemáticos, rebeldia, disciplina organizativa, luta social, desobediência civil, pouca relação e interlocução com órgãos públicos institucionalizados.
Nova cultura politica construída a partir da herança em relação ao espaço público e temas de interesses coletivos como meio ambiente, saúde, lazer, ou interesses específicos, como portadores de deficiência física, mental, vírus da Aids
Ongs cidadãs/militantes junto com movimentos sociais reivindicatórios dos anos 80 -> construção da cultura da cidadania
Ongs do anos 80 era contra o Estado. A CR/88 foi o grande momento de infleão e de ruptura com a tradição predominante, sendo que iniciou-se uma nova concepção de participação, unido democracia direto à representativa. Em suma, participar da gestão do direitos, seja em conselhos e câmaras de interlocução com Estado.
ECA, SUS, LOAS, câmara setoriais, orçamento participativo, reforma urbana, transporte coletivo, conselho de política pública, direitos da mulher, idoso, colegiados, estrutura de mediação entre o Estado e sociedade civil -> conquistas da participação organizada.
Aquelas que atuam segundo ações estratégicas, utilizando-se de lógicas instrumentais, racional e mercadológica (ONG propositiva)
As novas ongs não tem perfil ideológico definido. Falam em nome do pluralismo, defende políticas de parcerias entre público e privado, alargamento do espaço público não –estatal
Maioria criada nos anos 90 e não tem movimentos ou associações comunitárias militantes por detrás. Muitas surgiram pela iniciativa de empresários e grupos econômicos, discurso próximo das agencias financeiras internacionais
Anos 90 Ongs militantes era minoria
Ponto crucial que determinu a mudança no tipo predominante de associativismo nos anos 90 e a crise de identidade e revisão do campo de atuação das ONGs militantes foi a organização de outras redes de associativas – (i) como as novas ongs do terceiro setor, que não querem ser confundidas com as antigas militantes e gostam de se denominar apenas como “terceiro setor”); (ii) mudanças das políticas sociais do estado, novo modelo de desenvolvimento e desconcentração de várias transferências da operacionalização dos serviços.
Incorporação de critérios da economia de mercado no capitalismo para a busca de qualidade e eficácia de suas ações, atua com estratégias de mkt e usa mídia para divulgar suas ações. Usa racionalidade empírica, voltada para conquista de objetivos imediatos.
Não deriva da mobilização em massa(dedicam a uma causa), mas sim de processos de mobilizações pontuais (entidade plural, fundada em objetivos humanitários – Greenpeace, Campanha contra a Fome).
Todo os casos: é no local que se desenvolvem as formas de mobilização e sociabilidade. Não demanda dos indivíduos obrigações e deveres permantes para com a organização e mobilização se organiza independentemente de laços anteriores de pertencimento(diferente da militância)
A MUDANÇA NO CARÁTER DAS REDES: DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA AS REDES LOCAIS. AS NOVAS LAÇÕES COM O ESTADO
Anos 80: ongs articuladas para além das fronteiras do país. Ajuda e cooperação internacional. Fundo de redes internacionais. Em sua maioria as ongs tinham matrizes cristãs ou humanistas. No Brasil se relacionavam com outras ongs, sindicatos, movimentos sociais, partidos, igrejas e empresas
Anos 90: o que passou a predominar foram os programas desenvolvidos com o apoio de agências financiadoras internacionais, a partir de acordos e empréstimos feitos ao governo brasileiro. (Ex.: programa de requalificação de trabalhadores desenvolvido pelo governo federal em parceria com sindicatos, movimentos e entidades do 3º setor.
Algumas ongs possuíam receita de prestação de serviços.
Nova conjuntura: criação de forte vinculo com os governos locais e menos articulação com a rede de cooperação internacional de matriz religiosa. As entidades entraram em um circuito das politicas de empréstimos do país, então tem sentido econômico e politico (ações das entidades passaram a estar em consonância com as regras do stats quo nacional – ao contrario dos anos 80 que as ongs eram contra o Estado e se articulava internacionalmente).
Ponto de vista federal para contribuição ao terceiro setor: área jurídica (regulamentação de novas regras, marco legal do trabalho voluntário, qualificação de pessoas jurídicas OCIP, normatiza criação de novos tipos de relação de trabalho, disciplina as relações e termo de parcerias, trabalhador voluntário)
Onda de políticas de parceria e cooperação com o Estado, não dar as costas ao Estado ou apenas criticá-lo, mas alargar o espaço público no interior da sociedade civil, construção de uma nova realidade social.
Ongs: geração de emprego e oportunidade de trabalho temporário, sem vinculo, renda é gerada pela quantidade produzida. Requalificação dos trabalhadores, cursos de curta duração e desenvolvimento de habilidades para o excluídos do mercado (seja pela tecnologia ou programa de redução de custos das empresas)
ONGs através do terceiro setor entraram para a agenda das novas políticas sociais (educação, aids, saúde, transito, prevenção, direitos humanos, institucionalização da política de conselhos).
Novas entidades: caráter emergencial. Ações não para acabar com problemas ou resolve-los, mas sim equaciona-los de uma forma socialmente aceitável. Atuação de caráter pontual, de curta duração e dependentes da renovação contínua dos convênios, acordos etc. Ações dependem de verbas de fundos do governo, que por sua vez dependente de empréstimos dos pacotes internacionais. Teia de articulação continuamente realimentada por objetivos que são paliativos em face dos problemas sociais em questão.
Essas ações de auto-ajuda, quando levadas a efeito por entidades de perfil ideológico mais conservador, podem vir a alterar completamente o sentido e o caráter das ações coletivas, deslocando a responsabilidade coletiva do estado para o indivíduos, num estilo meramente assistencialista e compensatório.
TERCEIRO SETOR E MOVIMENTOS SOCIAIS
As associações do 3º setor estão passando a ocupar o papel que antes era desempenhado pelos sindicatos e partidos políticos. O novo associativismo tem estabelecido relações contraditórias com o “antigo” associativismo advindo dos movimentos sociais populares dos anos 70-80
70-80 fizeram da política eixo básico de articulação e identidade, atuando por meio de reivindicações por direitos e eram amalgamados pelas ideologias da esquerda
Hoje, o associativismo do 3º setor é pouco ou nada politizado, as vezes avesso às ideologias e integrado às politicas neoliberais
Novo associativismo é contraditório. Herdeiro e absorveu vários aspectos do associativismo militante anterior. Tem se organizado setorialmente ao redor de grandes eixos temáticos da cidade, como saúde, saneamento, educação, geração de renda.
A descentralização política da cidade institui uma esfera pública não-estatal. Nova ética e nova cultura política. Construção de uma esfera pública não estatal significa criar instituições voltadas para a produção e reprodução de políticas púbicas que não são controladas pelo Estado, mas tem um caráter indutivo, fiscalizador e controlador do Estado.
Anos 90: Estado vive crise financeira e redefinição e modernização de sua estrutura e aparelhos, dado que sua forma clássica de dominação está esgotada. Emergência de cidadãos da sociedade civil intervindo nas políticas públicas, gerando novos atores para desenhar, intervir no Estado, criar nova forma de representação. 
O terceiro setor estrutura-se basicamente a partir de organizações institucionalizadas e articula-se com alguns tipos de movimentos sociais, de caráter mais propositivo e menos reivindicativo.
Trabalho no 3º setor: trabalho voluntário, sem sindicato e associação. Quando assalariado, contrato é precário, por tempo determinado e projeto específico. 
Verba: Há competição entre as entidades pelo acesso ás verbas destinadas aos programas.
CULTURA POLÍTICA E ASSOCIATIVISMO NO TERCEIRO SETOR
Falar de cultura política é tratar do comportamento de indivíduos nas ações coletivas, é tratar dos conhecimentos que os indivíduos tem a respeito de si próprios e de seu contexto.
Cultura política propositiva: baseada numa lógica que não possui muitos elementos de ordem crítico-demandatária, de pressão reivindicativa. Se colocam na esera pública numa perspectiva mais de associacionismo, de colaboracionimos com quem quer que atuem. Nesse sentido, o tipo de cultura política que gera tende a reforçar as políticas assistenciais, integradoras e compensatórias.
Forte papel da mídia para o curriculum das novas ongs.
Ao longo dos anos 90 as ongs militantes estava desarticuladas por causa do novo modelo propositivo. Resultado que começa a aparecer associações unindo militante com propositivo. Demandas/participar da construção de políticas públicas, seja para crianças, índios, jovens, adolescentes. Espaço de excelência: conselhos de políticas.
A importância do papel da cultura política passou a ser atribuída à possibilidade que esta oferece para explicar a ação política dos indivíduos nos grupos sociais, o comportamento político dos indivíduos como seres políticos, não apenas em relação às instituições ou governantes, em especial no momento do voto.
Ênfase se desloca das atitudes e opiniões dos indivíduos isolados para os indivíduos como membros participantes de grupos, de coletivos sociais com uma identidade, sem terra, negro, mulher, causa ambientalista
CONCLUSÃO: EXCLUSÃO E PARTICIPAÇÃO
Mundo do trabalho: processo de exclusão se da pelas inovações tecnológicas, recução de cargos hierarquias e funções e reformas estatais nas leis do país que possibilitam a flexibilização e desregulamentação do sistema de normas e contratos sociais.
Um dos processos e exclusão social é o aumento do desemprego
Busca pela qualificação por meio de novos cursos na educação formal e não-formal. Discurso de requalificação profissional.
Capital financeiro internacional determina as regras do jogo econômico e as ênfase das políticas públicas
Movimentos sociais populares, bastante desmobilzados nos anos 90, começam a se organizar em outros formatos de lutas, menos reivindicatórios e mais propositivos
Estamos vivendo uma nova onda de redes de associativismo. Um dos problemas é que seu impacto na realidade é lento e muito pontual e problemas sociais são graves e precisam de respostas urgentes. 
As novas ONGs, de perfil mais agressivo, estruturadas com o apoio de grandes grupos ou companhias empresariais, atuando nas franjas da nova economia social, segundo regras e critérios de racionalidade de uma economia de mercado.
Terceiro setor não substitui a forma movimento social, se alimentando das conquistas desses. Principalmente quando traduzidos no plano de leis.
Altera-se o sentido das ações coletivas de participação da população

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