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PARTO NORMAL NAS FÊMEAS DOMÉSTICAS O trabalho de parto consiste no mecanismo fisiológico no qual o útero gravídico expulsa o feto. Vias fetais – ducto pelo qual o feto transita no momento do feto. As vias fetais são divididas em moles e ósseas. VF Moles – cérvix, vagina, vestíbulo da vagina, nervo pudendo, arco isquiático, vulva VF Óssea – púbis, ísquio, íleo, últimas vértebras coccíneas e o sacro formando a pelve. Deve ocorrer o relaxamento desse conjunto de estruturas para que ocorre o parto. A cérvix, o lúmen e a vulva = dificultam a passagem do feto. Desencadeamento do parto → periparto Momento em que antecede o parto e culmina com o total amadurecimento do feto, ou seja, que ele nasça e tenha condições de sobreviver. Há preparação da glândula mamária, preparação para a involução uterina, maturação final do feto e início da atividade ovariana. O desencadeamento do parto se dá pela maturação do SNC do feto, que se torna apto à secretar e à responder aos hormônios. O feto cresce e passa a viver em um local extremamente pequeno. Com isso, o córtex da adrenal produz o CORTISOL, que ativa a 17 α hidroxilase I e II, que transformam a P4 em E2. Esse aumento de E2 no final da gestação é responsável por desencadear o parto. A elevação dos níveis de E2 resulta em: aumento da sensibilidade à ocitocina; aumento da secreção de PGE2 (relaxamento da cérvix); aumento da secreção de PGI (vasodilatação) e PGF2α (contração e luteólise). Vacas O feto se desenvolve e juntamente com ele o SNC. Há liberação de ACTH, que atua sobre o córtex da adrenal, liberando cortisol. Há transformação de P4 em E2 e, consequentemente há aumento da produção de PGE2, PGF2α, PGI.... Porcas A produção de P4 é 100% ovariana. Logo, é a P4 ovariana que é convertida em E2, pela ativação da 17-α-hidroxilase placentária. O aumento de E2 gera um aumento dos níveis de prostaglandina. Cadelas Pelo amadurecimento do SNC, há liberação de cortisol pelo córtex da adrenal→ P4 em queda e E2 fica constante (tanto em cadelas prenhes quanto em não prenhes). Quando E2 está constante → aumento da produção de PG!! Éguas Aumento da atividade do córtex da adrenal = aumento do cortisol. E2 e P4 em queda, mas a P4 cai mais rapidamente que E2. Assim, quando E2 sobressai a P4 → momento do parto. Papel da RELAXINA Produzida pelo CL, placenta e folículos pré-ovulatorios. Próximo ao parto a maior fonte de relaxina é a placenta. Só é produzida em altos níveis de E2 (próximo ao parto). Causa relaxamento dos ligamentos pélvicos, sínfise púbica, endométrio e glândulas mamárias. Como?? Altera os índices de glicosaminoglicanos e colágeno → relaxamento. Fases do Parto 1) Prodrômica ou preparação do parto 2) Fase de dilatação da via fetal 3)Contração uterina 4) Expulsão Uterina 1) FASE PRODRÔMICA Vaca - Fase de sinais eminentes de parto; -Afrouxamento dos ligamentos, sífise púbica (2 semanas antes de parir) -Descida de colostro nos tetos -Aparecimento de corrimento na vagina – fluidificação do tampão mucoso cervical → significa que a vaca vai parir em 12 horas. -Edema de vulva e vagina Égua - Relaxamento dos nervos pélvicos e arco isquiático. - Inquietação e sudorese - Descida do colostro (significa que daqui 2 – 3 dias ela vai parir) - Dosagem de Ca, K e Na no leite Ca → 40mg/dL – vai parir em 12 – 24h ; 12 mg/dL – feto imaturo Cada dosagem tem um score. A somatória desses scores deve ser 35 ou maior . Valores 40 mg/dL – escore 15 e 12mg/dL – escore 5. Se tiver 35 ou mais – 12 ou 24 horas do parto. Cadela e gata - Queda de 1ºC da temperatura corpórea (12 a 24 h antes do parto) - Inquietação - Inapetência - Comportamento de fazer ninho - Descida de colostro não é um bom indicativo de proximidade de parto (algumas fêmeas podem iniciar a produção de leite com 40 dias de gestação). No US → indicativo de que está próximo ao parto – dilatação do estômago dos fetos; Batimentos cardíacos < 180 – 230 – sofrimento fetal – proximidade do parto! (relativo!! Varia de animal pra animal – usar a clínica do animal para saber se realmente se aproxima do parto). Porca - Aumento de 1ºC na temperatura corporal (12 – 24 h antes do parto) - A porca apresenta 1ºC a mais no parto e durante toda a lactação. - Comportamento de fazer ninho. 2) FASE DE DILATAÇÃO DAS VIAS FETAIS Caracterizada pelas contrações uterinas. Vaca – dura 6 – 12 horas Égua – dura 2 horas Sinais – desconforto do animal; envoltórios na vagina. 3) FASE DE CONTRAÇÃO UTERINA - As contrações se iniciam lentas e tornam-se cada vez mais rápidas; - No início → contrações irregulares com duração de 25-50 segundos. - Depois → contrações rítmicas e vigorosas, energéticas com duração de 50 – 90 segundos. - Na fase de expulsão = contrações bastante ativas, de até 120 segundos. - O normal é ter 6 contrações a cada 15 minutos. Menos que isso = relaxamento insuficiente; Mais que isso – ruptura de tecidos moles. 4) FASE DE EXPULSÃO DO FETO - O animal deita; - Rompimento das bolsas antes da expulsão do feto - Nessa fase há contração do útero e do abdômen - As contrações do útero fazem com que os envoltórios e o próprio feto se depositem na vagina. Esse estímulo na vagina, estimula o nervo pudendo, que estimula a medula, que leva à contração abdominal → Reflexo de Fergunson. A contração abdominal + contração. Égua - Rompimento da estrela cervical - Nascimento do feto envolto pelo âmnio (o alantoide já se rompeu). O âmnio é branco. Se o feto nascer envolto por uma membrana vermelha- significa que o alantoide não se rompeu = romper manualmente. - O parto dura 30 min. - A placenta sai após o feto (adeciduada) Vaca - O alantoide e o âmnio se rompem na vagina. -Como o codão umbilical é mais curto, ele se rompe quando o feto sai. -A placenta sai depois do feto (adeciduada). -O parto, em vacas, dura 2 horas; em novilhas = 4 horas Ovelha -Idem a vaca; também é adeciduada. Cadela -Feto pode nascer com ou sem os envoltórios fetais. -Secreção esverdeada na vulva (pela metabolização da hemoglobina no ambiente placenta pela uteroverdina) -Intervalo na liberação de um feto e outro pode variar de 15min à 5h → P/ saber se é o último feto ou não fazer raio x ou aplicar ocitocina. - Evitar mexer muito nos filhotes para que a fêmea não rejeite o filhote. PARTO NORMAL EM ÉGUAS Os principais sintomas do início do parto nas éguas são: edema de vagina (vulva); descida do colostro (mojo); inquietação e relaxamento dos ligamentos sacro isquiáticos. O cordão umbilical do potro é longo pois permite que ele alcance o ambiente externo antes que a placenta se descole completamente. O cordão se rompe quando a fêmea fica em pé, quando o feto passa pela vagina ou quando o potro se levanta. Junto no parto, sai o Boosmane (nos bovinos) e o Hipomanes (nos equinos) → é uma substância gelatinosa verde que é formada por excretas, leite uterino.... OPÇÕES DE AUXÍLIO AO PARTO DISTÓCICO EM CÃES E GATOS Episiotomia – corte no períneo Cesariana Fórceps Estímulo à contração Tração manual → Distocias de Causa Materna 1 – Distúrbio Geral da Parturiente 2 – Estreitamento da via fetal óssea 3 – Alterações da via fetal mole 1 – Ausência ou insuficiência nas contrações uterinas → atonia uterina primária ou secudária. - contração excessiva/violenta → principalmente em equinos → ruptura de útero, vagina, vulva, períneo. 2 - Alteração na ossificação da pelve, com consequente estretamento da via fetal óssea e dificuldade da passagem do feto. 3 – Estreitamento de vulva e vagina; cicatrizes na vulva, vagina, edema, estreitamento secundário. Estreitamento do canal cervical → comum em Ruminantes; Grau I → passagem dos membros anteriores e cabeça, ou membros os posteriores até o coxal. Grau II → passagem, apenas, das articulações társicas e cárpicas (cabeça e coxal não passam). Grau III → o feto não se insinua no canal. Estreitamentode corno uterino MANEJO CLÍNICO DO PARTO O feto começa a se desenvolver em um ambiente pequeno → estresse → produção pelo córtex da adrenal de cortisol. Esse cortisol estimula / ativa a 17 α hidroxilase I eII que transnformam a P4 placentária em E2. O ↑ E2 desencadeia: Separação da placenta Dilatação cervical PARTO Aumento da sensibilização à ocitocina Há liberação de prolactina – lactação 1) Dilatação – demora 6 – 12 horas – fase de dilatação das vias fetais moles e duras, há alteração na estática fetal, queda de 1ºC na temperatura corporal da parturiente. 2)Expulsão do feto – 3 – 12 horas – contração uterina mais contração abdominal. 3) Fase de expulsão da placenta – secreção puerperal normal (esverdeada, marrom ou vermelha; a involução uterina completa se dá em 12 – 15 semanas. Na fase 2 (expulsão do feto) devemos examinar a cadela se: - houver corrimento vaginal esverdeado, vermelho ou marrom -se a parturiente estiver debilitada ou sem contrações uterinas há 2 – 4 horas (atonia uterina). - Se a parturiente apresenta contrações fortes há mais de 20 – 30 minutos sem expulsão (distocias) - Se a parturiente estiver à mais de 12 horas na fase de expulsão. Na fase 3 (fase de expulsão da placenta) devemos avaliar a cadela se: -Não forem expelidas todas as placentas -Se houver lóquios com odor fétido -Houver hemorragia pós expulsão placentária -A temperatura corporal ultrapassar 39,5ºC -Se os neonatos estiverem comprometidos -Se a parturiente estiver comprometida Distocia Dificuldade em nascer (distocia fetal) ou dificuldade em que a fêmea apresenta ao expelir os fetos (distocias maternas). A ocorrência em cães é 5%. Em raças como bulldog, a ocorrência é acima de 70%. Em cães há uma maior tendência que em gatos. Em carnívoros as causas de distocias na maioria das vezes é de origem materna. Inércia (atonia uterina) Primária – não há resposta aos hormônios liberados pela contração uterina. Onde ocorre: síndrome do feto único; presença de muito líquido fetal, falta de Ca na alimentação, fetos absolutos ou relativos grandes. Secundária – O útero não contrai por exaustão, devido à uma obstrução do canal do parto. Tratamento para inércia uterina Promover pequenas caminhadas → Observar se tem abertura de cérvix → Aplicar gluconato de cálcio IV – lento ( cadela – 2 -20 ml / gatas 2 – 5 ml) → Depois de 30 minutos → Nascimento ou s/ resposta → Pode-se repetir o gluconato de cálcio mais uma vez e aguardar ou aplicar ocitocina (cadela 1 a 5 UI/IV | gatas 0,5 UI/IV). Se a ocitocina não funcionar: fórceps, cesariana. Somente se o feto estiver insinuado no canal do parto. Desvantagem da ocitocina Contrações de longa duração Ruptura uterina Separação precoce da placenta Estenose cervical → Tração Forçada - contenção da fêmea -higienização -lubrificação intensa (mucilagem) -uso de correntes -sedação/tranquilização -animal em estação Correntes: colocar em ossos longos; no máximo 3 pessoas; não prender os envoltórios fetais juntos; prender 1 membro em cada corrente; as correntes não podem ser muito finas; usar correntes de fácil limpeza/esterilização; usar somente força humana; acompanhar a contração abdominal; as forças de tração devem ser alternadas (para redução do diâmetro torácico). CONDUÃO DO PARTO E ESTÁTICA FETAL Na condução do parto, espera-se que se tenha a melhor higienização possível, o melhor exame ginecológico e que o tratamento seja planejado!! Auxílio às contrações Episiotomia Cesariana Fetotomia Correção de distocias Tração forçada Estática Fetal Atitude → Estendida (é relação entre as partes flexíveis do feto e o seu corpo). Membros X Cabeça Estedidos Desvio lateral Flexionados * Desvio medial Cruzados * Desvio dorsal *patológicos Apresentação → relação entre o eixo longitudinal do feto com o eixo longitudinal da mãe. Posterior Anterior 1) Longitudinal – Posterior / Anterior 2) Transverso – Ventral / Dorsal 3) Vertical – Ventral/Dorsal Posição → relação do dorso do feto e o dorso da mãe: Dorsal ou superior → dorso pra cima Ventral ou inferior → dorso para baixo Lateral → esquedo ou direito
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