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AULA 3 – AGLOMERANTES HIDRÁULICOS: CIMENTO PORTLAND Curitiba, 20 de fevereiro de 2019 Professora Priscila Oliveira Lachovicz • UNIDADE 3- Aglomerante hidráulico: cimento Portland 3.1 Processo de fabricação; 3.2 Componentes e compostos do cimento Portland; 3.3 Hidratação do cimento Portland; 3.4 Propriedades dos cimentos: massa especifica, finura, tempo de pega, resistência e estabilidade de volume; 3.5 Tipos de cimentos e aplicações. ITENS ABORDADOS • Tem função de dar resistência ao material e de agrupar os agregados de forma a unir os materiais. • CLASSIFICAÇÃO DOS AGLOMERANTES: – HIDRÁULICO SIMPLES: Reagem na presença de água. São constituídos de um único aglomerante, podendo ser misturados a outras substâncias, em pequena quantidade, com a função de regular o tempo de pega. EX: Cimento Portland e Cal hidráulica. – HIDRÁULICO COMPOSTO: Aglomerantes simples com adições de materiais com propriedades cimentícias, como Pozolana, Escória etc. AGLOMERANTES – MISTO: Mistura de dois ou mais aglomerantes Ex: cimento + cal; – AÉREOS: Necessitam da presença de ar para endurecer, depois de endurecidos, não resistem bem a água. Como gesso e cal aérea. – INERTE: Endurecem por secagem. EX: Argilas. AGLOMERANTES • CAL HIDRÁULICA: Depois do cozimento, as pedras são endurecidas para a hidratação, com uma temperatura aproximada de 150º C (O controle da temperatura deve ser realizado criteriosamente, caso contrário a água em excesso combina com silicatos e aluminatos). Sendo o grau de hidraulicidade definido por: Grau de hidraulicidade = %𝑆𝑖𝑂2+%𝐴𝑙2𝑂3+%𝐹𝑒2𝑂3 %𝐶𝑎𝑂 AGLOMERANTES AGLOMERANTES GRAU DE HIDRAULICIDADE CLASSIFICAÇÃO TEMPO DE ENDURECIMENTO <0,1 CAL AÉREA >30 DIAS 0,1 a 0,15 CAL FRACAMENTE HIDRÁULICA 15 a 30 DIAS 0,15 a 0,30 CAL MEDIANAMENTE HIDRÁULICA 10 a 15 DIAS 0,30 a 0,40 CAL HIDRÁULICA 5 a 10 DIAS 0,40 a 0,50 CAL EMINENTEMENTE HIDRÁULICA 2 a 4 DIAS DEFINIÇÃO: Material Pulverulento de cor acinzentada, resultante da queima do calcário, argila e posterior adição de gesso. AGLOMERANTE CIMENTO HISTÓRICO: A palavra CIMENTO é originada do latim CAEMENTU, que designava na velha Roma espécie de pedra natural de rochedos. A origem do cimento tem cerca de 4.500 anos. Em 1824, o construtor inglês Joseph Aspdin queimou conjuntamente pedras calcárias e argila, transformando-as num pó fino. Percebeu que obtinha uma mistura que, após secar, tornava-se tão dura quanto as pedras empregadas nas construções. A mistura não se dissolvia em água e foi patenteada pelo construtor no mesmo ano, com o nome de cimento Portland, que recebeu esse nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às rochas da ilha britânica de Portland. AGLOMERANTE CIMENTO • MATÉRIA-PRIMAS: –Calcário; –Argila; –Gesso. É necessário a extração destes materiais bem como a trituração e aquecimento a uma determinada temperatura, com a mistura e adição de água ocorrem as reações químicas que dão origem ao cimento. COMPONENTES E COMPOSTOS DO CIMENTO PORTLAND • CALCÁRIO: É o Carbonato de Cálcio (CaCO3) que é encontrado na natureza com algumas impurezas em sua composição. Um exemplo das impurezas encontradas no Calcário é a presença de óxidos de Magnésio (MgO). Quando o carbonato de Cálcio puro ou Calcita, é colocado sob ação de calor, ocorre o decomposição da sua composição, sendo ela: CaCO3 CaO + CO2 PRODUÇÃO CIMENTO PORTLAND 100% 56% + 44% • ARGILA: A argila utilizada como matéria prima no cimento Portland tem em sua composição silicato de alumínio hidratado que normalmente contém ferro e outros minerais, em maiores proporções. Para fabricação do cimento, a argila é importante pois fornece óxidos de SiO2 , Al2O3 e Fe2O3 para a composição do material. PRODUÇÃO CIMENTO PORTLAND • GESSO: É a última matéria prima acrescida no processo de fabricação do cimento, pois tem a função de regular o tempo de pega, devido suas reações de hidratação. Quando o cimento é hidratado começa a reação química de hidratação e consequentemente ocorre a liberação calor (reação exotérmica), neste processo pode ocorrer a retração do concreto e consequentemente a fissuração. Para minimizar este efeito, na produção é acrescentado o gesso, que controla o efeito de hidratação, na composição de forma que ocorra um equilíbrio na composição do cimento. PRODUÇÃO CIMENTO PORTLAND FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND PREPARO E DOSAGEM DA MISTURA CRUA HOMOGENEIZAÇÃO CLINQUERIZAÇÃO ESFRIAMENTO ADIÇÕES FINAIS E MOAGEM ENSACAMENTO FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND PREPARO E DOSAGEM DA MISTURA CRUA Calcários e argilas, em proporções determinadas, são enviados aos moinho de cru onde se processa o início das misturas das matérias primas e ao mesmo tempo a sua pulverização, de modo que ocorre a redução do tamanho das partículas a 0,050 mm, em média. A Moagem pode ser realizada de forma seca ou úmida, ou seja, com ou sem a presença de água. FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND PREPARO E DOSAGEM DA MISTURA CRUA - MOAGEM POR VIA ÚMIDA: A matéria prima é moída com água e sai dos moinhos sob forma de pasta contendo de 30% a 40% de água em sua composição. É bombeada para cilindros onde tem seu processamento para homogeneização realizado por várias horas. - MOAGEM POR VIA SECA: A matéria prima sai do moinho misturada, pulverizada e seca. Neste caso os moinhos possuem temperaturas entre 300º e 400º C o que permite a secagem da matéria prima. FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND PREPARO E DOSAGEM DA MISTURA CRUA Para o processo de dosagem é feita a determinação da porcentagem de cada matéria prima na mistura crua que depende essencialmente da composição química de cada material e da composição que se deseja obter neste cimento. Para o controle da composição química da mistura química são utilizados alguns métodos, tais como: Módulo Hidráulico, Módulo de Sílica e Módulo de Alumina-ferro. FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND A matéria prima é dosada e reduzida a um pó muito fino, garantindo que depois do processo de moagem a matéria prima esteja completamente homogeneizada. HOMOGENEIZAÇÃO FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND Todo processo realizado até aqui, tem como resultado uma matéria prima que será moída em um forno rotativo a temperaturas de até 1450 °C resultando no clínquer ou clínquer Portland. CLINQUERIZAÇÃO TEMPERATURA PROCESSOS ATÉ 100◦ C EVAPORAÇÃO DA ÁGUA LIVRE ELEVA ATÉ 500◦ C DESIDRATAÇÃO DOS MATERIAIS ARGILOSO ELEVA ATÉ 900◦ C CRISTALIZAÇÃO DOS ARGILO MINERAIS DECOMPOSTOS E DECOMPOSIÇÃO DOS CARBONATOS DE 900◦ C até 1200◦ C REAÇÃO DO CaO COM SÍLICOS ALUMINOSOS DE 1250◦ C até 1280 ◦ C INÍCIO DA FASE VÍTREA (INÍCIO DA FORMAÇÃO DOS CRISTAIS) ACIMA 1280 ◦ C FORMAÇÃO DE VIDRO DOS COMPÓSITOS DO CIMENTO = CLINQUERIZAÇÃO FABRIACAÇÃO CIMENTO PORTLAND Depois do forno o material obtido é o CLÍNQUER. Na saída do forno o clínquer tem a forma arredondada com diâmetro entre 1 cm a 3 cm e temperatura entre 1200 ◦ C e 1300 ◦ C. Devido a alta temperatura é necessário o processo de esfriamento do material que é realizado com uma corrente de ar fria em contato direto com o clínquer. Após o processo de esfriamento o clínquer apresenta temperaturas entre 50 ◦ C e 70◦C e a partir da diminuição da temperatura este material já pode ser transportado e estocado em depósitos. ESFRIAMENTO FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND Como o clínquer sai do esfriamento com formas arredondadas e tamanhos consideráveis é necessário um novo processo de moagem para que a matéria prima fique em pó fino. A partir da moagem é realizado o processo de adições finais de acordo com a finalidade de cada tipo de cimento. ADIÇÕES FINAIS E MOAGEM FABRICAÇÃOCIMENTO PORTLAND FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND PRINCIPAIS TIPOS DE CIMENTO: • CP I (Cimento Portland Comum); Considerado o cimento mais simples é utilizado para obras normais, que não possuam qualquer exigência especial para o cimento, como obras sem exposição frequente à água. Possui resistência de 25 Mpa. ADIÇÕES FINAIS E MOAGEM • CP I-S (Cimento Portland comum com adição); Semelhante ao CP I, porém com até 5% de adição de material pozolânico. • CP II-E (Cimento Portland composto com escória); A adição de escória, deve variar entre 6% e 34%. Este cimento é utilizado em materiais que não liberam tanto calor. O uso de cimentos comuns para estas situações resultará em rachaduras. Resistência de 25 MPa. FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND • CP II-Z (Cimento Portland composto com pozolana); Tem adições de entre 6% a 14% de pozolana e de até 10% de fíler. A resistência média é 32 MPa, é um cimento indicado para obras subterrâneas ou outras que fiquem em constante contato com a água. ADIÇÕES FINAIS E MOAGEM • CP II-F (Cimento Portland composto com fíler); Semelhante ao CP II-Z, porém com resistência maior, em torno de 40 MPa. É versátil, mas tem seu uso indicado para obras que exijam grande resistência do cimento, como obras em concreto armado, por exemplo. • CP III (Cimento Portland de alto forno); Resistências de 25, 32 ou 40 MPa, tem grande durabilidade e pode ser utilizado para obras convencionais, ou para obras com grande agressividade ao cimento, como obras metálicas, viadutos, pistas de aeroporto, obras no litoral e etc. FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND • CP IV (Cimento Portland Pozolânico); Adições de pozolana que variam entre 15% e 30%, é um cimento com alta resistência à compressão, sendo indicado para obras que sejam submetidos a grandes variações de temperatura. Apresentam grande resistência e durabilidade e resistências entre 25 e 32 MPa. ADIÇÕES FINAIS E MOAGEM • CP V-ARI (Cimento Portland de alta resistência inicial); Apresentar alta resistência inicial – se torna duro e resistente em muito menos tempo do que outros tipos. Em um dia, pode atingir uma resistência de 26 MPa. • CP RS (Cimento Portland resistente a sulfatos); Utilizando em ambientes sujeitos ao ataque de sulfatos tais como esgotos, mares e industrias, ele é mais indicado para obras de porte elevado. FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND • CP BC (Cimento Portland de baixo calor de hidratação); Resistente às grandes temperaturas, evita o surgimento de fissuras e aumenta a durabilidade da estrutura. ADIÇÕES FINAIS E MOAGEM • CPB (Cimento Portland branco) Sua característica mais marcante é, de fato, sua cor. É mais utilizado como rejunte. FABRICAÇÃO CIMENTO PORTLAND Por fim, o Cimento Portland resultante da moagem do clínquer é transportado de forma mecânica e pneumaticamente para os silos de cimento a granel, onde então é estocado. A partir daí são realizados ensaios de qualidade do cimento e então enviado para ensacamento, que normalmente ocorre em sistema automatizado para sacos de 50 kg. ENSACAMENTO Obrigado! OBRIGADA!
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