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Guia de Estudos da Unidade 4 - Introdução ao Direito

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Introdução ao Direito
 
UNIDADE 4
1
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO - UNIDADE 4
DIREITO PÚBLICO – NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO, ADMINISTRATIVO E
PROCESSUAL.
 Para início de conversa
Bem-vindo(a) à última unidade da disciplina de Introdução ao Direito. 
Como já estudamos e aprendemos na primeira unidade, o Direito Público tem como parte geral aquilo 
que está posto na Constituição, especializando-se em sistemas como este que passaremos a ver agora: 
tributário, administrativo e processual. 
Aviso desde já que a nossa preocupação, devido a sua aplicação prática, com o Direito Tributário será bem 
maior do que com os outros dois ramos.
Muitos dos termos aqui apresentados podem ser novidades para qualquer um de vocês. 
Não se preocupe! Temos uma solução em mãos (que não é simplesmente perguntar ao Google). O STF 
recentemente fez um glossário para facilitar a com- preensão do leitor internacional (e nacional) da nossa 
linguagem jurídica própria. Este glossário está localizado em:
http://www2.stf.jus.br
Passe por lá e verifique como é fácil seu uso. Agora mãos à obra, vamos ao Direito Público!
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NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
O sistema tributário no Brasil 
Caro(a) aluno(a), antes de começarmos, vamos ler o glossário presente nas páginas 132-134 do livro de 
Glasenapp (disponível em sua biblioteca virtual).
E ai, você leu? Lembre-se destes conceitos, já que eles são importantíssimos para a compreensão da 
matéria. Pronto, agora podemos começar o sistema tributário.
Tributar é retirar do patrimônio particular para o patrimônio público com o intuito de financiar este poder. 
Nesse sentido, verificando a constituição, seria necessária a existência de previsão desta possibilidade 
em seu texto (já que o direito a propriedade também é constitucionalmente descrito) e, como aparece 
mais adiante, de lei que crie esta obrigação de pagar o tributo.
Para simplificar esta análise, vamos fazer a seguinte construção:
E como fica isto na legislação? Vamos agora verificar?
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CONSTITUIÇÃO:
Cria os tributes 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
a) Impostos;
b) Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços 
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
c) Contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade 
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade 
a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compul- sórios: (...)
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio 
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação 
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no 
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Determina seu complemento no CTN 
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios;
II - Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: (...)
Lei específica e sua previsão orçamentária fazem com que o tributo possa ser cobrado 
Glossário legal
O Código Tributário traz uma série de conceitos que são imprescindíveis para a compreensão do sistema 
tributário. Aqui está uma pequena lista dos mais importantes conceitos:
§ Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, 
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrati-
va plenamente vinculada.
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§ Fato Gerador:
Art. 4
o do CTN: A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva 
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - A denominação e demais características formais adotadas pela lei; 
II - A destinação legal do produto da sua arrecadação.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus 
efeitos:
I - Tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias mate-
riais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - Tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos 
termos de direito aplicável. 
Uma vez criado o tributo pela lei, existirá a hipótese tributária. Uma vez ocorrendo, no mundo real, 
a hipótese tributária, haverá o fato gerador. Existindo o fato gerador, existirá também a obrigação 
tributária. Ou seja:
Fonte: Adaptação do autor.
 Fique atento !
Fique atento, o fato gerador é o centro de todo entendimento tributário. Se ele não acontecer, não haverá 
obrigação de pagar tributo, bem como é ele quem define que espécie de tributo estamos tratando (impos-
to, taxa...). Assim, não há como a lei dizer que algo é taxa se o fato gerador (que é algo do mundo real) é 
de imposto. Isto atribui estabilidade a todo o sistema tributário. 
§ Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer 
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Vamos chamar esta situação independente de 
qualquer atividade estatal específica de “desvinculação”. Significa, simplesmente, que uma vez que 
se paga o imposto não existe uma contraprestação específica para seu pagamento.
o Sua base de cálculo baseia-se em pessoalidade e capacidade contributiva. Ou seja, ver quem vai 
pagar e o quanto pode pagar.
o A competência, descrita mais adiante, é dada pela própria Constituição.
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o A Competência Residual: é a permissão dada pela CF à União para a criação de novos impostos (art. 
154 CF).
§ As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito 
de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a 
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou 
posto à sua disposição. Ou seja, a taxa é o tributo vinculado ao exercício regular do poder de polícia 
ou serviço público específico e divisível (ex. taxa de bombeiros e taxa de licenciamento de automóvel).
o Obs. O STF deixou claro que são princípios regentes na fixação de taxas:
§ Reserva de competência.
§ Legalidade.
§ Isonomia.
§ Anterioridade.
o Base de cálculo das taxas: as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
§ A base de cálculo da taxa é a medida sobre a qual incide a alíquota (%) do tributo. Ela deve atender 
a três elementos essenciais.
§ Pressuposto material vinculado a uma atividade específica do
poder público.
§ Ter como sujeito passivo da obrigação tributária a pessoa ligada
à atividade estatal.
§ Ter como base de cálculo elemento relacionado com essa atividade estatal.
§ A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Mu-
nicípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras 
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como 
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Ou seja, se 
uma obrapública valorizou um imóvel particular, pode-se cobrar (havendo lei específica e autorização 
orçamentária) contribuição de melhoria.
§ Empréstimos compulsórios: (art. 148) A União, mediante lei complementar, poderá instituir emprés-
timos compulsórios para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de 
guerra externa ou sua iminência ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada 
à despesa que fundamentou sua instituição. São tributos criados no caso de investimento público. 
Tem natureza tanto tributária (pagamento coativo) quanto de empréstimo (contratual). É um tributo 
extraordinário que deverá ser restituído futuramente. Não deve ser confundida com o mútuo do direito 
privado. É um empréstimo de direito público, ou seja, o dinheiro arrecadado deve ser restituído.
§ Contribuições: Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de 
sua atuação nas respectivas áreas.
o São certos tributos que ora são verdadeiros impostos, ora taxas, e às vezes, um misto destas duas 
categorias e que por delegação, são arrecadadas por entidades beneficiárias.
o Submetem-se ao regime das normas tributárias (reserva legal e anterioridade tributária).
o São tipos de tributo parafiscal, já que a sua arrecadação é feita por entidades parafiscais.
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o Tipos de contribuição
§ Contribuições sociais
§ Seguridade social, (previdenciária, PIS-PASEP, seguro desemprego)
§ Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDEs)
§ Ex. Instituto do Açúcar e do Álcool; Combustíveis
§ Contribuições de interesses das categorias profissionais
§ São as contribuições previstas no artigo 8o inciso IV.
Competência tributária:
A regra geral determina quem poderá cobrar que tributo no nosso sistema. Deve-se ater às seguintes 
regras, sabendo que quem cobra aproveita o produto arrecadado, exceto nos casos previstos na Constitu-
ição (arts. 157-161 da Constituição):
Tributo: Regra:
Imposto Fato gerador previsto na Constituição:
§ Impostos da União: art. 153 da Constituição e aqueles cuja pre-
visão não exista da Constituição (art. 154).
§ Impostos dos Estados e do Distrito Federal: art. 155.
§ Impostos dos Municípios (e do DF regra do 147): art.
156.
Taxa Quem for competente para o serviço público ou pelo poder de polícia.
Contribuição de Melhoria: Quem for responsável pela obra pública.
Empréstimo Com- pulsório União.
Contribuições Especiais: Regra Geral: União. Exceções:1. Contribuição de iluminação pública (149-A): municípios/Distri-
to Federal;2. Estados, Municípios e DF: Contribuição criada para seus 
próprios servidores, no custeio de seu sistema de seguridade 
social próprio.
Separação da competência dos Impostos:
Como já vimos acima, o imposto tem sua competência determinada pelo fato gerador já descrito na con-
stituição. Isso significa que o texto constitucional determina quem poderá cobrar cada um dos impostos e, 
caso isto não seja cumprido, teremos um tributo inconstitucional (portanto, nulo).
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Antes mesmo de se fazer qualquer tipo de contabilidade, vamos observar o quadro abaixo e determinar: 
quem tem a maior competência tributária para os impostos?
Note o tamanho das setas ali postas.
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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS E DEFINIÇÕES: 
Princípios e Limites à atividade tributária (art. 150 – 152 da Constituição Federal) 
Os limites à atividade tributária encontram-se presentes entre os artigos 150 e 152 da Constituição fed-
eral. Neste sentido, fica mais fácil encontrar esses limites se deslocarmos os artigos para dentro da 
seguinte tabela:
Princípio: Previsão constitucional:
Regra geral da proi- 
bição no caput do artigo 
150.
Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contri- buinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Legalidade. Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Isonomia. Instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação 
profissional ou função por eles exercida, independentemente da denomi-
nação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
Irretroatividade. Cobrar tributos:
a. em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência 
da lei que os houver instituído ou aumentado.
Anterioridade. Cobrar tributos:
b. no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei 
que os instituiu ou aumentou.
Carência ou nonagési-
ma.
Cobrar tributos:
c. antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publi-
cada a lei que os instituiu ou aumentou.
Vedação ao efeito 
de confisco.
Utilizar tributo com efeito de confisco.
Liberdade de tráfego. Estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tribu-
tos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio 
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
Uniformidade geográ-
fica.
É vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo o 
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação 
a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, 
admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o 
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes 
regiões do país.
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Capacidade Contribu-
tiva.
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão grad-
uados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para 
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos 
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as ativi-
dades econômicas do contribuinte.
Ainda existe no sistema tributário uma importante limitação chamada de imunidade.
Esta se aplica exclusivamente aos impostos. O que significa que nos casos abaixo não se pode cobrar 
nenhum imposto.
Fonte: Adaptação do autor
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Crédito tributário 
O crédito tributário surge com o seu lançamento. Vamos tirar do CTN as partes mais importantes e em 
seguida construir um fluxograma para facilitar nossa compreensão:
1. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, 
assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da 
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, 
identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. (art. 142 do 
CTN)
2. O lançamento é efetuado:
a. Com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da leg-
islação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indis-
pensáveis à sua efetivação.
b. De ofício (e revisto) pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
i. Quando a lei assim o determine;
ii. Quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação 
tributária;
iii. Quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso 
anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclareci-
mento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfa-
toriamente, a juízo daquela autoridade;
iv. Quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legis-
lação tributária como sendo de declaração obrigatória;
v. Quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exer-
cício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
vi. Quando se comproveação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, 
que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
vii. Quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, 
fraude ou simulação;
viii. Quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento ante-
rior;
ix. Quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autorida-
de que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
c. Por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever 
de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em 
que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, ex-
pressamente a homologa.
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Fonte: Adaptação do autor
SUSPENSÃO DO CRÉDITO: 151 CTN 
A suspensão do Crédito Tributário é a situação onde aquele crédito, apesar de existir, não pode ser co-
brado. Ou seja, ele existe, mas está temporariamente inexigível, como se vê abaixo:
Art. 151 do CTN:
I - moratória;
II Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
III - o depósito do seu montante integral;
IV - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo triutário administrativo;
V - a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
VI – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
– o parcelamento.
EXTINÇÃO DO CRÉDITO 156 DO CTN 
A extinção do crédito acontece, via de regra, pelo seu pagamento. Contudo existem outras hipóteses 
onde ela pode ocorrer. O resultado da extinção é o fim do crédito tributário e de sua exigibilidade.
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento;
II - a compensação; 
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do dis- posto no artigo 150 e 
seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita ad- ministrativa, que 
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não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado;
XI - a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA 
Sujeito passivo da responsabilidade tributária (121 - 138 CTN)
Responsável geral O contribuinte (a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penal-
idade pecuniária – art. 121).
Solidariedade O responsável solidário é aquele que pode ser exigido como se o 
contribuinte fosse, em seu lugar ou conjunta- mente. Serão solidári-
os:
(124 CTN)
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que consti-
tua o fato gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Terceiros:
Substituição (exce- ção) Terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, 
excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este 
em caráter supletivo do cumpri- mento total ou parcial da referida 
obrigação.
Quem são? 1. Os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores.
2. Os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus 
tutelados ou curatelados.
3. Os administradores de bens de terceiros, pelos tributos dev-
idos por estes.
4. O inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio.
5. O síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela 
massa falida ou pelo concordatário.
6. Os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, 
pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou 
perante eles, em razão do seu ofício.
7. Os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
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Sucessores: Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gera-
 dor seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens
quem adquiriu o imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação
bem sucede na obri- de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de
gação do tributo? melhoria, sub-rogam-se na pessoa dos respectivos ad-
quirentes, salvo quando conste do título a prova de sua
quitação.
FISCALIDADE E EXTRAFISCALIDADE 
Os tributos de fato são a principal parcela de receita financeira do Estado, essa característica chama-se 
de fiscalidade. Contudo, em alguns casos, os tributos têm características que vão além do simples gerar 
receita, eles têm a função de estimular condutas ou de desestimular as mesmas (extrafiscalidade).
A CIDE (contribuição de intervenção no domínio econômico) é um importante exemplo desta extrafiscal-
idade.
 Leitura complementar
Para lhe auxiliar em seus estudos, verifique o link abaixo, do site da Receita Federal e identifique essa 
característica: http://www.receita.fazenda.gov.br
Agora vamos para os artigos 157 a 160 da Constituição: http://www.planalto.gov.br.
 Palavras do Professor
Caro(a) estudante, agora responda a seguinte pergunta:
O fato de um ente público ter arrecadado significa dizer que ele vai usar o dinheiro?
Como se vê ali (e na página 131 do nosso livro texto), a resposta é não! Sugiro que você leia com 
atenção estes poucos artigos e chegue ao entendimento de que, no quesito tributação, a União é quem 
manda na grande maior parte do dinheiro arrecadado.
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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: 
Conceito de Administração Pública 
O Direito Administrativo é o ramo do direito que regula a função administrativa do Estado, independen-
temente de ser ela exercida ou não pelo Poder Executivo. Já a Administração Pública é o conjunto de 
agentes, serviços e órgãos instituídos pelo Estado com o objetivo de fazer a gestão de certas áreas de 
uma sociedade. A Administração Pública tem como objetivo trabalhar a favor do interesse público, e dos 
direitos e interesses dos cidadãos que administra.
Princípios Constitucionais do art. 37 
Os dois princípios base que orientam toda a Administração Pública são:
1. Supremacia do interesse público: determina privilégios jurídicos e superioridade do interesse público 
sobre o particular, ou seja, aquilo que for melhor para a coletividade estará acima daquilo que for 
melhor para o indivíduo. Devemos lembrar, contudo, que se for o caso do Estado estar em situação 
de igualdade com o particular (ex. um contrato de locação) este princípio nem sempre será aplicado.
2. Indisponibilidade do interesse público: limita a supremacia, o interesse público não pode ser livre-
mente disposto pelo administrador que, necessariamente, deve atuar nos limites da lei.
Em seguida, temos cinco princípios base no art. 37 da Constituição:
1. Legalidade: é a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos serão resolvi-
dos pela lei. Desdobra-se da ideia de República e impessoalidade do governante, fato que gera a ideia 
que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer se não em virtude de lei e que o Estado apenas 
poderá fazer aquilo que for autorizado por lei. Mesmo quando há liberdade (discricionariedade) que o 
ordenamento jurídico confere ao Administrador para atuar em certas situações de acordo com o juízo 
de conveniência e oportunidade, esta sempre será dentro dos limites da lei (não cabe intervenção 
judicial quanto ao mérito).
2. Publicidade: a administração deve informar a todos os seus atos, já que representa os nossos inter-
esses. Não havendo publicidade o ato terá seus efeitos anulados.
§ A publicidade é de acordo com certos requisitos legais (não é livre).
§ A CF proíbe a publicidade que faça propaganda do administrador (como pessoa), a propaganda as 
obras é necessária, sem vinculá-las à pessoa (não pode ter símbolos, imagens, expressões).
§ Exceções à publicidade: devem existir por igual previsãoconstitucional, já que a regra não poderia 
ser excetuada por meio de norma de hierarquia inferior: art. 5º, XXXIII – garante o sigilo para se-
gurança da sociedade e do Estado; art. 5º, X - direito à intimidade e art. 5º LX – ações que devem 
correr em segredo de justiça.
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3. Moralidade: prima pela probidade dentro da Administração como uma das diretrizes a ser seguida. 
Contra violações à moralidade é possível o uso da ação popular, prevista no texto constitucional no 
art. 5o LXXIII, que determina que qualquer cidadão (em exercício de seus Direitos Políticos – arts. 14 
e 15 ad CF) poderá promover ação judicial com objetivo de anular este ato. O ato imoral é ilegal e 
criminoso, seu tipo penal está descrito na lei Lei 8.429/92.
Obs. § 4º do artigo 37: Os atos de improbidade administrativa importarão à suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na 
forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
4. Impessoalidade: a impessoalidade é a característica que tona as ações dos servidores públicos inde-
pendentes de qualquer particularidade.
5. Eficiência: trazido pela emenda constitucional 19, determina a racionalização do funcionamento da 
administração pública. Apesar de ter contexto econômico, deve-se pensar na atuação que trouxer o 
menor custo com o máximo ganho para a administração pública. É a racionalização do exercício da 
administração pública. 
Administração Pública
Direta: A administração pública direta é composta pelos órgãos ligados diretamente aos entes que com-
põe a federação brasileira, ou seja, a União, os Estados federados, o Distrito Federal e os Municípios.
Indireta: A administração pública indireta corresponde às pessoas jurídicas constituídas para o desem-
penho especializado de um serviço público. São vinculadas à administração pública direta, mas gozam de 
autonomia de gestão.
Como exemplo, as autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e os 
consórcios públicos.
Definição legal (decreto lei 200 de 1967)
Art. 4° A Administração Federal compreende:
I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da 
Presidência da República e dos Ministérios.
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de per-
sonalidade jurídica própria:
a) Autarquias;
b) Empresas Públicas;
c) Sociedades de Economia Mista;
d) Fundações públicas.
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Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em 
cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade.
Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patri- mônio e receita 
próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor 
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada;
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio 
próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o 
Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa podendo 
revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 
1969);
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas 
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indire-
ta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969);
IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrati-
vos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exi-
jam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio 
próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União 
e de outras fontes.
NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL 
Definição e tipos de Processo: 
§ Conhecimento: Processo onde “se conhece” o fato e se determina a medida judicial cabível. Nele o 
juiz toma conhecimento da situação e produz necessariamente uma decisão. As partes provocarão o 
juiz, que instruirá o processo, verificará as provas e decidirá.
§ Execução: Antes procedimento específico, hoje visto como parte do processo
de conhecimento. Seria o processo dentro do qual o juiz executa a sentença, gerando o adimplemento 
daquilo ali determinado, satisfazendo assim os interesses do credor. Pode ser:
o Parte do processo de conhecimento, como “cumprimento da sentença” (art. 475-I CPC);
o Um processo independente quando o título executivo for extrajudicial (art. 652 CPC).
§ Preventivo: Aquele cujo objetivo é preparar para um novo processo, impedindo a perda do objeto ou a 
possibilidade de que a ação que se vai utilizar perca sua função.
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Tipos de Procedimento: 
Procedimento: É a série de atos que se desdobram dentro de uma relação processual. Também pode ser 
chamado de rito.
O procedimento comum é ordinário ou sumário (art. 272), mas também pode ser abreviado e especial. 
Vejamos o que o STF diz sobre os diversos tipos de procedimento (vide glossário mencionado na abertu-
ra deste guia):
§ Procedimento / Rito ordinário (livro I e II do CPC): É marcha processual instituída para todas as causas, 
a que não se atribua rito especial ou próprio. No processo ordinário, são seguidas todas as regras 
gerais e comuns a todo o processo judicial, sem qualquer alteração ao que está estabelecido para o 
comum ou geral das ações.
§ Procedimento / Rito sumário (art. 275 do CPC): Aquele em que só se observam os atos substanciais, 
sendo dispensadas as demais formalidades do rito ordinário, e redução dos termos, prazos e dilações. 
A nomenclatura mudou com o novo Código de Processo Civil. Neste tipo, abreviam-se prazos e se 
dispensam certas formalidades próprias do rito ordinário, a fim de que os julgamentos respectivos se 
façam em menor tempo, ou com maior brevidade.
Obs. Procedimento / Rito sumaríssimo: Tem como objetivo dar maior rapidez às ações. Nada mais é do 
que o superlativo da expressão sumário pela redação do art. 3° da Lei n° 9.245, de 26/11-95. “Art. 
3º A expressão “procedimento sumaríssimo”, constante de dispositivos do Código de Processo Civil, é 
substituída pela expressão “procedi- mento sumário”.
§ Procedimento / Rito abreviado: Em face da relevância da matéria e de seu especial significado para 
a ordem social e a segurança jurídica, o relator de uma ação direta de inconstitucionalidade pode 
submeter o processo diretamente ao Plenário do Tribunal. O plenário terá a faculdade de julgar de-
finitivamente a ação, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do 
Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cinco 
dias cada. Nesse caso, a liminar não é analisada, sendo julgado diretamente o mérito da ação.
§ Os procedimentos especiais estão definidos em leis próprias (ex. o do Mandado de Segurança está 
na lei 12.016/2009).
Fases do processo ordinário:
1. Fase Postulatória: Fase em que o Autor apresenta a petição inicial e o Réu a resposta. Nesta fase 
prevalecemos atos de requerimentos das partes.
2. Fase Ordinatória ou Saneadora: Fase em que o Juiz saneia o processo e aprecia os requerimentos de 
provas formulados pelas partes.
3. Fase Instrutória: Fase probatória (em que são produzidas as provas).
4. Fase Decisória: Fase em que será prolatada a Sentença.
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 Palavras do Professor
Caro(a) aluno(a), concluímos com esta etapa, a parte destinadaao Direito Público especial e o último 
assunto da disciplina de Introdução ao Direito. 
Sei que tratamos muitos assuntos e com bastante profundidade, o que tornou o nosso estudo um pouco 
mais desafiador. Contudo, acredito que, se você fizer a leitura do material de apoio da BUP e estudar de 
forma detalhada nossos guias de estudo e os vídeos produzidos para esta disciplina, não haverá qualquer 
problema para atingirmos nossas metas e objetivos.
Não se esqueça de utilizar bem a legislação recomendada! Saudações e bons estudos.

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