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A família, o doente e a doença mental

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Ensino Clínico Teórico em Saúde Mental
UNIDADE II
A família, o doente e a doença mental
1
- Introduzir as definições e os critérios de saúde e doença mental 
presentes na nossa sociedade.
- Como o portador de transtorno mental entende sua doença.
- Qual o papel da família no tratamento do usuário dos serviços
de saúde mental.
Objetivos
2
Estado de bem-estar em que o indivíduo reconhece suas
próprias habilidades, pode lidar com seus estresses normais da
vida, pode trabalhar de forma produtiva e frutífera, e é capaz de
contribuir para a sua comunidade.
Saúde Mental 
OMS (Organização mundial de saúde)
3
As três componentes essenciais desta definição são o bem-estar, o
funcionamento efetivo do indivíduo, e o funcionamento efetivo na
comunidade, (...) a saúde mental e o bem-estar são fundamentais
para o desenvolvimento pessoal e interpessoal do ser humano,
devendo a sua promoção, proteção e recuperação constituírem
preocupações vitais dos indivíduos, comunidades e sociedades.
OMS (Organização mundial de saúde)
4
SAÚDE E DOENÇAS MENTAIS
É difícil definir com precisão saúde e doenças mentais. As pessoas que
conseguem desempenhar seu papel na sociedade e manter um
comportamento apropriado e adaptativo são consideradas saudáveis.
5
Por sua vez as pessoas que não conseguem desempenhar seu papel ou
assumir responsabilidades e, ainda, apresentam um comportamento
inapropriado são consideradas doentes.
Um Transtorno Mental é uma Síndrome caracterizada por
perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação
emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma
disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de
desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental.
DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais da APA - Associação Psiquiátrica Americana).
Transtorno Mental
6
Doença Mental
É uma síndrome ou um padrão psicológico ou comportamental
clinicamente significativo que ocorre em um indivíduo e que está
associado a angústia ou a incapacidade, ou ao aumento significativo do
risco de morte, de dor, de incapacidade, ou ainda a uma importante
perda de liberdade.
(VIDEBECK, 2012)
7
Hospital
Psiquiátrico
Serviços 
Substitutivos que
operam em 
regime aberto.
Respeitando e 
ampliando os
direitos do 
pacientes, 
buscando a 
reintegração 
social e familiar.
8
É possível identificar que as pessoas com transtornos mentais
ainda estão entre as mais excluídas da sociedade. Na complexa
relação entre exclusão social e doença mental, muitos dos elementos
característicos da exclusão social (como desemprego, baixa renda e
falta de rede social) são, ao mesmo tempo, causas e conseqüências
da doença mental.
9
Estar inserido na sociedade é organizar uma vida cotidiana capaz de
conduzir a uma continuidade, em interação com os outros a sua volta e
com o modo de produção da sociedade.
10
O indivíduo se insere na sociedade, assimilando e participando do
cotidiano da comunidade. As atividades do dia a dia de cada pessoa
estão relacionadas com as atividades cotidianas de sua família,
amigos, colegas de trabalho, constituindo uma trama de relações
sociais vinculadas a estas diferentes atividades.
11
12
Relações 
sociais 
Relações 
sociais 
antes do 
adoecer 
Relações 
sociais 
após do 
adoecer 
13
P* 10 . Perdi o interesse de profissão, de namorada, da vida de casado.
P 9 . Agora eu não fiz mais nada. Depois que fiquei doente.
P 3 . Já faz um ano que não trabalho. Desde que fiquei doente.
FP 8 . Teve amigos, mas isso aí faz um tempo, depois se retiraram. Então, 
agora não. Não tem um amigo.
14
A internação é reconhecida como um marco desta ruptura 
na vida cotidiana.
15
Os pacientes 
relataram dificuldade 
em manter a sua
rede social 
relacionada a amigos 
e trabalho, associando 
a doença a um 
abatimento e 
desesperança. A 
doença carrega 
consigo um vazio para 
a vida do paciente.
16
Ocupação com limpeza e organização da casa, um cuidado com o 
ambiente em que vivem, o que demonstra responsabilidade e 
capacidade de independência.
P 11 . Eu lavo louça, eu passo pano no chão, eu lavo banheiro.
P 7 . Depois eu volto para casa, lavo a minha roupa, cuido da
minha casa.
FP 11 . Precisa ver que filho tranqüilo. Eu acho o apartamento
limpo, o banheiro lavado, a cozinha impecável. É caprichoso.
Mas quando está em crise é irreconhecível.
17
Ser capaz de cuidar da
casa é um dos primeiros
passos para se conquistar
independência e viver na
sociedade sem precisar
do auxílio diário de outras
pessoas.
18
A principal perspectiva é de poder viver melhor, que inclui constituir 
família, expandir e intensificar os relacionamentos, trabalhar e não 
necessitar de internações como forma de tratamento.
P 11 . (Queria) Namorar, ir no cinema, levar a namorada pra minha casa, 
ter filhos.
P 10 . (Queria) Construir uma família, construir uma vida, porque eu sofri 
demais já.
P 8 . Eu queria ser feliz, arrumar um lugar para mim, casar e ter filhos.
19
P 10 . Mas quem sabe eu posso melhorar, né? Quem sabe, eu
posso arrumar um serviço, né? E... Que seja interessante, e que
eu possa me levantar na vida, né? Que eu possa andar bem
trajado, com dinheiro no bolso, comprar uma carteira, comprar
uns aparelhos, alguma coisa em casa, né? E o que eu penso na
vida é ajudar a minha mãe.
20
P 10 . Quero domingo comer feijoada, tem cachoeira para ir.
P 8 . Eu tinha vontade de sair na sexta-feira e ir para um barzinho
e tomar uma cervejinha. É disso que eu sinto falta.
P 4 . Eu pretendo ir morar na minha casa no litoral, só isso, e
visitar a minha mãe na casa dela, na cidade, em São Paulo.
21
Evidencia-se que os laços sociais tornam-se frouxos, revelando a
dificuldade de inclusão na rede social primária de familiares,
amigos e vizinhos. Além disso, a doença também marca a
dificuldade de inclusão pela via do trabalho, diminuindo as
possibilidades dos pacientes.
22
Os pacientes não perdem o otimismo em relação às expectativas
para o futuro, apresentam o desejo de mudança, de ruptura com a
inércia, com a falta de trabalho e de relacionamentos.
23
O processo de Reabilitação Psicossocial refere-se à possibilidade
do paciente de exercer a cidadania e adquirir autonomia, formação
profissional, capacidade social, bens materiais. Constitui-se na
capacidade das pessoas de exercer plenamente seus direitos,
construir a própria habilidade de acesso ao valor, no caminho da
emancipação.
24
O papel da família no tratamento do usuário dos 
serviços de saúde mental
25
As novas perspectivas referentes à atenção em saúde
Programa Saúde da Família
Redução do tempo de internação
Cuidados prestados no domicílio
Incentivos para tratamentos em 
unidades ambulatoriais
Inclusão da 
família no 
processo de 
cuidar
26
Responsabilidade 
da família que 
antecede o 
reforma 
psiquiátrica 
Identificar o transtorno mental
Encaminhar o familiar
Visitá-lo
27
Tendo em vista a reformulação da assistência 
psiquiátrica, a unidade familiar assume um 
importante papel no cuidado e ressocialização 
dos sujeitos que sofrem de enfermidade mental.
28
A presença do sofrimento 
mental no ambiente familiar
provoca mudanças nas 
rotinas, hábitos e costumes da
família.
Necessidade de adaptação à nova situação
Estigma social
Sobrecarga 
Conflitos e Sentimentos de incredulidade
29
A convivência com o transtorno mental implica em
sobrecarga caracterizada pordificuldades como:
- Problemas no relacionamento com o familiar;
- Estresse por conviverem com o humor instável e a
dependência do portador de sofrimento psíquico;
- Medo das recaídas e do comportamento deste no período
das crises.
30
Cuidado Financeira 
Física e 
Emocional 
Sobrecargas
31
“Porque tínhamos que comprar a medicação que
ele tomava antes dele começar o
acompanhamento aqui e, no caso, era um gasto
assim bem alto”. (E5)
“”E com o remédio ela não pode trabalhar [...] ela
toma remédio muito forte, então ela dorme
demais...”“(E4)
Financeira 
32
“”Põe cinza pelo chão, cigarro na cama pode dar
um incêndio, deixar fogão ligado, deixar o grill
ligado com carnes e ir dormir. Eu me assusto.
[...] de repente uma crise de novo, com a faca
na mão assim para mim”.”(E6)
“”Ele tenta se matar [...] a gente sempre tem que
estar alerta [...] assim qualquer barulhinho eu já
estou acordada, você já dorme preocupada,
com medo dele levantar, cair, se machucar ou
de ele fazer alguma besteira”.”(E1)
Cuidado
33
“
“”Mas tem dia que ai a gente perde as estribeiras [...]
Ai, muito difícil, porque a pessoa fica teimosa, a
pessoa tem, quer fazer, ela, às vezes ela fugia de
casa, a gente não sabia para onde que ela tinha ido,
eu fui ficar preocupada, eu chegava de noite em casa
[...] Se ela está acordada ela come direto [...] e ela tem
insônia também, ela fica acordada à noite todinha”.”
(E4)
“
Cuidado
“É, mas infelizmente quando tem uma pessoa só é
ruim também como eu falei, como é que eu vou só
cuidar deles e eu? Então quando eu preciso fazer
alguma coisa vou deixar aonde, com quem?
como?”. (E1)
34
“
“
“
Física e 
emocional 
“Que nem de noite eu não consigo dormir direito 
[...] eu fico nervosa”. (E1)
.”Não dava mais para mim suportar, não podia mais 
com ele [...]”. (E3)
“Nossa eu estava ficando louca também junto com ele..”
(E8)
“Passei o dia todo de cama com diarréia, por quê? Porque
ela pegou um táxi e saiu, eu não sabia onde ela estava,
comecei a ficar nervosa e aí, ataca a colite, gastrite na
gente [...]”(E6)
35
(...) conhecer a sobrecarga da família que convive com o
sofrimento psíquico, foi constatado que essa realidade é
permeada por sentimentos de desespero, ansiedade,
preocupação e sofrimento, implicando em conflitos e tensões.
36
No atual contexto da assistência psiquiátrica, a família como
espaço privilegiado para a prática do cuidado, precisa ser
inserida de forma efetiva nas discussões do novo paradigma de
assistência em saúde mental, vista como uma facilitadora no
processo de reinserção social do portador de transtorno mental.
37
As famílias precisam ser ouvidas, ter sua realidade/ sofrimento
compreendida e acolhida, quando, muitas vezes, solicitam a
internação do familiar doente não é por não amá-lo ou por fugirem
da responsabilidade de, enquanto família, atender as
necessidades de seus integrantes. Isso se dá porque não
agüentam mais a convivência que, aos poucos, vai se tornando
insustentável, difícil e desgastante, o que ressalta a importância de
serem orientadas e apoiadas.
38
Grupo de 
familiares nos 
serviços 
comunitários de 
saúde mental 
Esclarecer sobre o 
comportamento 
Ser 
orientada 
sobre o 
tratamento
uso dos 
psicofármacos
Efeitos
colaterais
sintomatologia
39
Esta precisa aprender a coexistir em um mesmo espaço com
uma pessoa carente de cuidado receber orientação. Estratégias
de enfrentamento, as quais precisam ser trabalhadas para
fortalecer os vínculos e a capacidade de prover o cuidado da
família.
40
41
O cuidado prestado pela família visa preservar a vida de
seus integrantes, possibilitando que estes alcancem o
desenvolvimento pleno de suas potencialidades, de acordo
com sua própria capacidade considerando as condições do
meio onde vivem. A família é o núcleo onde se irradia o
cuidado, o espaço onde o cuidar é aprendido.

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