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Direitos humanos - Resumo aula 8

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Direitos Humanos - Aula 8 
O sistema constitucional de emergência e a restrição dos direitos fundamentais 
O Estado de Defesa 
O Estado de Defesa, espécie do gênero Estado de Salvaguarda, visa preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
	Em 2002, o então prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Cesar Maia, defendeu a instauração de Estado de Defesa, ao considerar que alguns ataques a prédios públicos eram atos de terrorismo. A governadora do estado à época, Benedita da Silva, rechaçou um possível encaminhamento ao Presidente da República. 
	Estado de Defesa é um instituto de direito de crise cujo uso é legitimado pela ocorrência de hipóteses previstas no texto constitucional. Suas normas formam uma ordem rígida, pois o texto constitucional relaciona em numerus clausus todas as medidas de coerção passíveis de ser aplicadas pelo Estado.
Caminho para decretação do Estado de Defesa
O Presidente da República deve antecipadamente, tomar conhecimento dos pareceres emitidos pelo Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, conforme disposição constitucional. 
Artigo 136 – O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.
Ressalta-se que as opiniões dos Conselhos não vinculam a decisão do Chefe do Executivo que, tendo decidido pela instituição do Estado de Defesa ou sua prorrogação, deverá submeter, dentro de vinte e quatro horas, o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta. Na hipótese do Congresso estar em recesso, deverá ser convocado extraordinariamente, no prazo de cinco dias, para apreciar o decreto devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.
Na vigência deste tipo de salvaguarda são estabelecidas ao Estado algumas limitações formais expressas. A prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará se não for legal (cf. inciso LXV , Art. 5°), facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial, sendo que a comunicação da prisão será acompanhada de declaração do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação.
Limites das medidas de defesa
Ao decidir pelo emprego de medidas de defesa, o Presidente da República deverá determinar o tempo de sua duração, que não será superior a 30 dias, especificar as áreas a serem abrangidas pelas medidas, e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem dentre as seguintes: 
Restrição ao direito de reunião, ainda que exercida no seio das associações: contenção ao estipulado no Art. 5°, inciso XVI, da CRFB: “Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”. Contenção ao estipulado no Art. 5°, inciso XVII, da CRFB: “é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar”.
Do sigilo de correspondência, do sigilo de comunicação telegráfica e telefônica: contenção ao estipulado no Art. 5°, inciso XII, da CRFB: “É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal”.
Na hipótese de calamidade pública poderá especificar medidas de ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, respondendo a União pelos danos e custos decorrentes: não se confunde com o inciso XXV, Art. 5º da CRFB: “No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegura ao proprietário indenização ulterior, se houver dano”. Neste, trata-se de bens particulares; enquanto naquele, trata-se de bens e serviços públicos.
Outros direitos previstos em tratados internacionais.
O Estado de Sítio
O Estado de Sítio é a segunda espécie do gênero Estado de Salvaguarda, e para sua decretação o Presidente da República deve, após ouvir a opinião do Conselho da República e do Conselho de Defesa Nacional, solicitar autorização ao Congresso Nacional, conforme o comando constitucional (Art. 137, CRFB). O emprego da medida de Sítio é ato extremado e configura a existência de situações mais graves que aquelas que justificariam o estabelecimento do Estado de Defesa.
O governo da Argentina decretou estado de sítio por um período de 30 dias, no final de 2001, numa tentativa de conter a onda de violência que assolava o país.
Há que se atentar que o Presidente, ao solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar ou prorrogar o Estado de Sítio, deve relatar os motivos determinantes do pedido cuja decisão do Congresso será por maioria absoluta. Estando o Congresso em recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal o convocará para dentro de cinco dias apreciar o ato de solicitação. Em hipótese alguma o Presidente da República poderá decretar o Estado de Sítio sem a prévia autorização do Congresso Nacional.
Funcionamento do Estado de Sítio
Congresso Nacional atuará como instrumento fiscalizador do Estado Democrático de Direito Excepcional. Por essa razão, permanecerá em funcionamento até o término das medidas coercitivas.
As resoluções a serem cumpridas pelo executor das medidas do sítio são formalizadas através de decreto presidencial que, uma vez publicado, legitimará a prática dos atos constritores do exercício de direitos individuais.
O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas. Depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas (cf. art. 138, CRFB).
Subespécies de Estado de Sítio
O regime constitucional em vigor estabelece duas espécies de Estados de Sítio, cada qual diferenciada em função dos direitos que podem ser contidos. Em virtude disso, há na espécie Estado de Sítio duas subespécies: Estado de Sítio Pleno e Estado de Sítio Restrito ou “atenuado”.
Estado de Sítio Pleno: CF/88 - Art. 137. II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira. No Estado de Sítio Pleno o Presidente da Republica não encontra, de forma expressa, limitação de atuação. 
Estado de Sítio Restrito: CF/88 - Art. 137. I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa. No Estado de Sítio Restrito, o texto constitucional estabelece limites expressos à atuação estatal. “[...] a norma pode referir-se também a fatos ou situações que não constituem conduta humana, mas isso só na medida em que esses fatos ou situações são condições ou efeitos de condutas humanas” (KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Trad. MACHADO, João B. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. 13).
CF/88 - Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas. § 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.

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