Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA RESUMO DO TEXTO “A (des)utopia da liberdade e igualdade: Possibilidades de Sentido Para Construção de Jurisdições Constitucionais Democráticas” (Valéria Ribas do Nascimento e Jose Luis Bolzan de Morais) A obra de Nascimento e Morais (2009) discute e analisa o igualitarismo e a liberdade à luz de uma realidade utópica, contrastando-as com o atual estágio de desenvolvimento de nossas sociedades e, também, da ciência política. A primeira parte do artigo apresenta a ideia de invenção da utopia, como uma perspectiva relacionada ao permanente processo de modificação. Recorre ao filósofo italiano Antonio Negri, que nos apresenta a noção de “desutopia constitutiva”. A desutopia entende que os desejos da multidão e sua luta com o poder constituído nunca terminam, mas sempre se rearticulam, enfrentam limites, os ultrapassam, para então encontrar outros limites mais à frente, cuja luta que o constitui enquanto tal é a luta pela realização da liberdade da multidão, luta esta que mais que necessária, deve tornar-se hegemônica. Faz uma relação entre a evolução do Estado Moderno, desde sua primeira versão absolutista, passando pelo Estado Liberal, Estado Social até o Estado Democrático de Direito. È pertinente o questionamento levantado e discutido nesse tópico acerca dos fatores que contribuíram para que a valorização da liberdade individual – princípio ovacionado durante o Estado Liberal – não tivesse como consequência uma maior igualização, mas sim um aumento da desigualdade. No decorrer do texto são apresentadas algumas colocações sobre o desenvolvimento do Estado de Direito Liberal, no qual prevaleceu, em tese, o princípio da liberdade, até a emergência do Estado Social que visa à igualdade como princípio basilar de sua estrutura. Discute sobre a necessidade de igualização social por meio de ressignificações estatais internas no que tange à jurisdição, ao processo e ao constitucionalismo, assimilando que os Estados estão imersos em um processo que se pode chamar de mundialização ou globalização. Traçando aspectos que possam levar à o que chama de (re)construção do sentido democrático para o constitucionalismo e para a jurisdição constitucional. Podemos depreender com a leitura do artigo que a liberdade e igualdade constituem os valores sobre os quais está fundado o Estado constitucional. A ideia de que somos seres livres e independentes reforça a concepção de que os princípios de justiça que definem nossos direitos não devem ser fundamentados em nenhuma convicção moral ou religiosa específica; ao contrário, eles devem tentar ser neutros em relação às diferentes noções do que possa ser uma vida boa. Conclui que a igualdade não se opõe à liberdade, pois só pode haver liberdade num sistema baseado na igualdade. As Instituições e funções estatais, bem como a sociedade em geral, permaneceram aprisionadas pelo paradigma racionalista e iluminista do século XVII e XVIII, o que dificultou o reconhecimento da diferença, a preocupação com o outro, o desenvolvimento da igualização e a inserção popular nos problemas do Estado. Acredita-se, portanto, que a (re) construção de um sentido para o direito constitucional e para a jurisdição constitucional pode servir de alternativa para se combater a concepção individualista atual.
Compartilhar