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BIOFISICA - VIRGINIA GALEGO GARRIDO

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIOMEDICINA
Virgínia Galego Garrido
20164975
APLICAÇÕES DA RADIAÇÃO NA MEDICINA
Profª: Patricia Peres Polizelli
São José do Rio Preto/SP
2019
Introdução
Existem inúmeras áreas onde o poder de radiação e técnicas nucleares têm sido aproveitadas em benefício da humanidade, não apenas na medicina, mas também outros campos da ciência e da tecnologia. Os benefícios para os pacientes em termos de vidas poupadas através de técnicas de tratamento e diagnóstico médico aprimorado são inúmeros e o uso controlado da radiação tornou-se parte essencial do tratamento médico moderno, especialmente para certas formas de câncer.
A imagenologia médica ajuda a detectar e diagnosticar a doença em seus estágios iniciais, permite que os médicos tenham como escolher os cuidados mais apropriados e eficazes para os pacientes, onde antes era necessário a cirurgia exploratória para descobrir a causa dos sintomas ou a natureza de uma doença.
Embora a radiação implique em riscos, assim como proporciona efeitos benéficos, sua contribuição generalizada é positiva, e de um ponto de vista médico, menos prejudicial que a cirurgia exploratória.
Uso da radiação na medicina
Desde 1896, quando foi realizado o primeiro exame radiográfico, verificou-se uma enorme evolução na técnica das unidades radiológicas e outras tecnologias de apoio, hoje, pacientes têm acesso a terapias, chances reais de remissão e até cura, muitas vezes contando com o apoio da medicina nuclear. A nova técnica marcou o nascimento da radiologia médica, representando um progresso considerável, pois não era mais necessário realizar cirurgias exploratórias para diagnosticar doenças. Anos depois, surgiram tecnologias cada vez mais avançadas, dando origem a aparelhos de tomografia, de ressonância magnética e à medicina nuclear
Podemos dizer que radiação é a energia emitida por uma fonte, que se propaga pelo espaço e tem a capacidade de penetrar materiais, as radiações são ondas eletromagnéticas ou partículas e, portanto, contêm carga elétrica e magnética, podem ser naturais ou criadas a partir de dispositivos inventados pelo homem. As radiações eletromagnéticas estão presentes no dia a dia da maioria das pessoas. Luz, ondas de rádio e micro-ondas, raio X e radiação gama são as mais comuns. Já as radiações alfa, beta, feixes de prótons e elétrons são exemplos de radiações em forma de partículas. Os efeitos, dependem do tipo de radiação, tempo e intensidade da exposição, sendo de benefício ou não.
Sobre a medicina nuclear
A medicina nuclear usa materiais radioativos para fins diagnósticos e terapêuticos, por meio de substâncias contendo baixas quantidades de radiação (radiofármacos), essa especialidade dá suporte à cardiologia, neurologia, hematologia, dentre outras áreas.
As classificações principais dividem as radiações em ionizantes e não ionizantes.
As não ionizantes possuem uma quantidade menor de energia, apresentando riscos baixos. É o caso da luz, calor, micro-ondas e das ondas de rádio.
As ionizantes têm origem no núcleo dos átomos, contendo alta quantidade de energia, elas são capazes de provocar a perda de elétrons, alterando o estado físico dos átomos em um processo que se chama ionização. Os pilares da radiologia médica, os raios X são exemplos de radiação ionizante.
Os tipos utilizados pela medicina nuclear são as radiações alfa, beta e gama.
Partícula Beta: Corresponde ao elétron emitido pelo núcleo de um átomo instável, é uma das partículas que constituem o átomo, e tem carga elétrica negativa, têm alta velocidade (cerca de 270.000 km/s), mas sua capacidade de penetração no tecido humano é de aproximadamente 1 cm. Nesse caso elas podem causar danos superficiais à pele, mas não aos órgãos, a menos que sejam ingeridas ou aspiradas.
Partícula Alfa: É formada por duas partículas subatômicas positivas (prótons) e duas neutras (nêutrons). Possui massa e carga elétrica maiores que as partículas beta, mas atinge uma velocidade menor (cerca de 20.000 km/s). Então, sua capacidade de penetração é baixa, não costuma ultrapassar a camada externa de células mortas acima da pele.
Radiação Gama: Após de emitir uma partícula alfa ou beta, o núcleo instável de um átomo produz ondas eletromagnéticas que constituem a radiação gama. Igual o raio X, os raios gama têm alta velocidade, chegando a 300.000 km/s. Nesse caso apresentam grande poder de penetração em diversos materiais, inclusive no corpo humano.
Desde a descoberta das radiações ionizantes, profissionais de saúde podem obter imagens internas do organismo, sem recorrer à cirurgia exploratória. Essa possibilidade resultou na preservação de inúmeras vidas ao longo dos anos, pois o risco de uma cirurgia exploratória é muito maior do que a exposição à radiação, podendo também monitor o tratamento de doenças de forma não invasiva.
Riscos da radiação
Quando se fala dos riscos para a saúde em relação à radiação fala-se sobre à baixa exposição onde praticamente não existem efeitos colaterais graves. Ocasionalmente, pode haver alergia leve ou vermelhidão na parte exposta aos rádios e partículas.
A radiação tem efeito acumulativo no organismo, sendo que após períodos de exposição, a radiação ionizante pode até alterar o DNA das células, aumentando o risco de desenvolver doenças, como o câncer.
Exames com radiação mais usados na medicina
Radiografia de raio X: Utiliza raios X para registrar uma espécie de fotografia interna do corpo, as suas principais limitações é a captação em somente duas dimensões, mostrando estruturas anatômicas sobrepostas. O teste é útil para diagnósticos simples, principalmente quando envolvem tecidos mais densos, como os ossos. Esses tipos de tecidos aparecem com maior nitidez nas radiografias, pois absorvem mais radiação. Os órgãos absorvem menos radiação, aparecendo em tons mais escuros nas imagens.
Tomografia computadorizada: Também usa raios X para mostrar partes internas, mas as imagens geradas são transversais. O aparelho utilizado no teste possui um tubo que gira 360º em torno do paciente, colhendo imagens em cortes de uma mesma estrutura anatômica. Esses registros podem ser usados para formar imagens em 3D.
Ressonância magnética nuclear: O equipamento utilizado na ressonância magnética usa um campo magnético e ondas de rádio para gerar imagens de alta resolução, é particularmente eficaz para visualizar partes moles e áreas como articulações. Sua vantagem é que o exame não usa radiação ionizante, podendo ser realizado em gestantes, sem riscos ao feto.
Cintilografia: Um dos principais exames da medicina nuclear, usando substâncias que emitem sinais detectados pela câmara de cintilação, o teste revela pontos afetados por patologias.
Quando é realizado no coração mostra áreas com isquemia (obstrução no fluxo sanguíneo).
Em pacientes com câncer, a cintilografia aponta metástase ou retorno de células doentes após uma operação.
Mamografia: Conhecido como radiografia das mamas, o teste usa raios X para monitorar alterações no tecido mamário. Devido ao baixo custo, simplicidade e disponibilidade, a mamografia é o principal exame de rastreamento do câncer de mama em vários países. Especialistas recomendam que as mulheres sem histórico da doença realizem uma mamografia anual, a partir dos 40 anos de idade.
Aplicações terapêuticas da radiação
Radiofármacos e radiotraçadores: Os medicamentos utilizados em medicina nuclear são denominados radiofármacos, são formados por moléculas ligadas a radioisótopos que são elementos com o mesmo número de partículas positivas, dos quais ao menos um é radioativo. Radioisótopos artificiais também são chamados radiotraçadores. Eles podem se transportar pelo organismo, chegando a determinados tecidos e emitindo radiação gama nesses locais.Em alguns casos, a radiação é usada para destruir células cancerosas.
Radioterapia: A radioterapia consiste no emprego de radiação ionizante para combater diferentes tipos de câncer, comoo de mama, próstata e pulmão, o tratamento pode impedir que as células cancerosas aumentem, ou até destruí-las.
Segurança em relação a radiação
Três fatores são essenciais na proteção à exposição a radiações: tempo, distância e blindagem.
Pessoas que atuam em radiologia médica quanto a população em geral devem ficar expostos pelo menor tempo possível, há regras para que se mantenham distantes durante exames que envolvam radiação.
A blindagem, que costuma ser feita de chumbo, integra as salas de exames e tratamentos desde o projeto, seu objetivo é restringir a área de exposição, evitando que salas vizinhas ofereçam riscos. Os profissionais devem ser treinados e usar Equipamentos de Proteção Individual adequados, como avental, óculos, luvas, protetores de tireoide e gônadas.
Conclusão
Na medicina, o recurso é utilizado em procedimentos diagnósticos por imagem, assim como alternativas terapêuticas. Boa parte deles já estão incorporados em métodos amplamente conhecidos como raio-x, tomografia computadorizada entre outros, e representam avanços mais recentes, como é o caso da medicina nuclear.
Esta especialidade usa pequenas doses de radiação para diagnosticar, e em quantidades mais altas para tratamento. É fundamental possuir indicação médica para a utilização destes métodos. A ciência e a medicina usam a seu favor a radiação na saúde: devido ao seu potencial de mutações e alterações celulares, é uma arma eficaz para eliminar células cancerígenas. O método é contraindicado para gestantes, devido à exposição do bebê e os efeitos radioativos não completamente esclarecidos. Especialmente com o progresso tecnológico, o uso da radioatividade representa uma importante tecnologia a favor da saúde da população. O mais importante em sua recomendação é indicar corretamente em pacientes que podem realmente se beneficiar dos seus efeitos positivos.
Referências bibliográficas
ALMEIDA, E. V. de A Radioatividade e suas aplicações. Monografia. Universidade de São Paulo - São Paulo, 2004.
OKUNO, Emico. Radiação: efeitos, riscos e benefícios. São Paulo, Harbra,1988. Olympio, 1974.
SAFFIOTI, Waldemar. Fundamentos da Radioatividade. São Paulo, Vozes, 1982.

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