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Determinação citológica de Malassezia pachydermatis auricular em cães

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Determinação citológica de Malassezia pachydermatis auricular em 
cães sadios e otopatas
Auricular Malassezia pachydermatis cytologic determination in healthy and ear diseased dogs
Mariana Mezzadri de Oliveira - Médica Veterinária – Universidade Tuiuti do Paraná. Especialista em Clínica Médica de Pequenos Animais – Equalis. Pet & Love 
– Centro Veterinário, Curitiba/PR. E-mail: mariana@petelove.com.br 
Luciano de Luca - Médico Veterinário – Universidade Tuiuti do Paraná. Pet & Love – Centro Veterinário, Curitiba/PR. E-mail: luciano@petelove.com.br
Vanessa Wotkoski Benoni - Médica Veterinária – Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Especialista em Patologia Clínica Veterinária – Qualittas. Bionostic 
Diagnósticos Veterinários, Curitiba/PR. E-mail: vanessa@bionostic.com.br
Marlon Richard Hilário da Silva - Professor do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNICENTRO). 
E-mail: marlon_rhs@hotmail.com
Matheus Folgearini Silveira - Médico Veterinário – Universidade Federal de Pelotas. Mestre em Sanidade Animal – Universidade Federal de Pelotas. Especialista 
em Clínica Médica de Pequenos Animais – Equalis. Professor do Departamento de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (UNI-
CENTRO), Guarapuava/PR. Autor para correspondência. E-mail: matheusmedvet@gmail.com
Oliveira MM, Luca L, Benoni VW, Silva MRH, Silveira MF. Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação; 2012; 
10(34); 408-413.
Resumo
A otite externa é considerada uma doença comum em cães com etiologia multifatorial, onde a levedu-
ra Malassezia. pachydermatis é um dos principais microrganismos associados a esta enfermidade. Para o 
diagnóstico, o exame citológico é uma ferramenta importante clinicamente, mas a falta de parâmetros 
quanto à presença de leveduras gera dúvidas quanto ao tratamento. Nesta premissa, os objetivos deste 
trabalho foram avaliar a importância e a prevalência da determinação de Malassezia pachydermatis em cães 
sadios e otopatas através do exame citológico pela técnica de coloração panótico simples, auxiliando no 
diagnóstico através da citologia e do esfregaço otológico do agente, analisando o número observado por 
campo de microscopia óptica tendo como meta padronizar uma média dessa levedura estabelecendo nú-
mero máximo de agentes sem induzir otopatias. Através dos dados epidemiológicos e do exame citológi-
co pode-se obter um parâmetro de contagem e metodologia de análise e, conseguir um controle racional 
da levedura através da graduação clínica proposta. Dentre 36 animais deste estudo, os mesmos foram 
classificados clinicamente e distribuídos entre 18 cães sadios e 18 otopatas. Foi realizada a colheita de 
material auricular por meio de swab estéril e encaminhado para análise citopatológica. Os cães otopatas 
apresentaram média de contagem de leveduras elevada (4,09) comparando-se com os cães clinicamente 
sadios (0,14), sendo que apresentaram média de escore elevada. Na interação dos sinais clínicos, observa-
ram-se correlação com eritema e edema (r2=0,77; p<0,01), odor e secreção (r2=0,77; p<0,01), prurido e odor 
(r2=0,72; p<0,01) e eritema e prurido (r2=0,67; p<0,01). Identificou-se que cães sadios possuem menor rela-
ção leveduras por campo, mesmo apresentando baixa contagem e reduzido escore clínico, ressaltando a 
importância do diagnóstico diferencial. Com isso deve-se ressaltar a necessidade e aplicabilidade do exa-
me citológico para o diagnóstico e tratamento de otopatias, considerando que a M. pachydermatis faz parte 
da microbiota auricular tegumentar, mas não necessariamente é a causa de base de muitas otopatias.
Palavras-chave: Otite, Malassezia pachydermatis, citologia, cães
Abstract
Otitis externa is considered a common disease in dogs with multifactorial etiology, where the yeast 
Malassezia pachydermatis is the main microorganisms associated with the disease. For diagnosis, cyto-
trabalho De pesquisa
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408
Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais 
e Animais de Estimação 2012;10(34); 408-413.
logical examination is a clinically important tool, but the lack of parameters for the presence of yeast 
raises doubts for the treatment. On this premise the main objectives were to evaluate the importance and 
prevalence Malassezia pachydematis determination in healthy and diseased dogs by examining cytologi-
cal staining technique samples, helping to diagnose by smear cytology and otological agent analyzing 
the observed number of agents by optical microscopy aiming to standardize this yeast establishing the 
maximum number of agents without inducing ear diseases. Through epidemiological and cytological 
examination can obtain a count parameter and methodology of analysis and achieve a rational control of 
the yeast through the proposed clinical graduate. Among 36 animals in this study, they were clinically 
classified and divided between as 18 healthy dogs and 18 ear diseased dogs. Cytological ear sampling 
was performed using a sterile swab and sent for cytological analysis. Ear diseased dogs had a high avera-
ge yeast count (4.09) compared with the healthy dogs (0.14) and achieve high medium values. In the in-
teraction of clinical signs was observed correlation with erytema and edema (r2 = 0.77, p <0.01) odor and 
discharge (r2 = 0.77, p <0.01), pruritus and odor (r2 = 0.72, p <0.01) and erythema and pruritus (r2 = 0.67, 
p <0.01). It was found that healthy dogs have smaller related yeasts per field, even with low counts and 
reduced clinical score emphasizing the importance of the differential diagnosis. This should highlight the 
need and applicability of cytology for the diagnosis and treatment of ear diseases, where M. pachydermatis 
is a part of cutaneous flora, but not necessarily is the underlying cause of many ear diseases. 
Keywords: Otitis, Malassezia pachydermatis, cytology, dogs
queratinização, distúrbios endócrinos, doença autoimune, 
pólipos inflamatórios e neoplasias (5,6). 
Assim como a localização, os sinais clínicos depen-
dem da extensão, sendo observadas alterações como eri-
tema, edema, descamação, cerume e crostas, alopecias, 
escoriações, inclinação e ato de balançar a cabeça, prurido 
e presença de dor quando ocorre a palpação da cartila-
gem auricular ou da bula timpânica (5). 
O diagnóstico se inicia analisando fatores como his-
tórico, exame clínico, otoscopia e citologia, cultura e sen-
sibilidade, bem como avaliação da otite média e biópsia 
nos casos mais graves e recorrentes. Exames complemen-
tares podem ser necessários dependendo da causa sub-
jacente (7). Radiografia, tomografia computadorizada e 
ressonância magnética podem ser solicitados em casos de 
suspeita de otite média (4). 
O exame citopatológico visa estabelecer diagnósticos 
de lesões inflamatórias e neoplásicas sem a presença de 
arquitetura tecidual, e, quando não é possível chegar a 
uma conclusão, pode restringir os possíveis diagnósti-
cos diferenciais (8), sendo considerada a mais importan-
te ferramenta diagnóstica simples depois de um exame 
completo do canal auditivo (6). É realizado em esfrega-
ços em lâminas coradas pela técnica de panótico simples, 
observados em microscopia de imersão anotando-se por 
número de leveduras por campo examinado. Essa técnica 
é considerada um método simples, rápido e eficaz para se 
ter uma avaliação precoce do agente envolvido, até que o 
exame microbiológico possa ser realizado (8). 
Determinação citológica de Malassezia pachydermatis auricular em cães sadios e otopatas
introdução
A orelha é considerada um órgão complexo, pois en-
volve componentes neurológicos e diferencia-se em virtu-
de de ser uma estrutura cutânea ímpar. Anatomicamen-
te, o canal auditivo é divido em orelha externa, média e 
interna, estendendo-se desde a entrada do canal verticalaté a membrana timpânica. Possui glândulas sebáceas e 
ceruminosas adjacentes à morfologia auricular (1). 
A microbiota bacteriana e fúngica do canal externo de 
cães com otite externa e sadios é composta por agentes como 
Staphylococcus intermedius e Malassezia pachydermatis, sendo 
estes os principais microrganismos isolados no conduto 
auditivo de cães (2). É muito importante notar que as bacté-
rias ou leveduras associadas com casos de otite externa são, 
invariavelmente, oportunistas e não são apenas patógenos 
primários os únicos responsáveis por um determinado caso 
de otite externa (3). Os processos inflamatórios da orelha 
constituem a otite, onde tais agentes supracitados podem 
ser deflagradores e associados a demais fatores que iniciam 
a resposta local. As otites são classificadas de acordo com 
o grau de acometimento anatômico do pavilhão auricular, 
sendo estas externas, médias ou internas (4). 
Os fatores predisponentes são os que aumentam o risco 
de possíveis otopatias, e podem ser: a umidade excessiva, 
irritação iatrogênica, conformação anatômica e predileção 
por raças, estreitamento e pelos nos condutos auditivos. 
Além disso, outras causas primárias de otite podem ser pa-
rasita, corpos estranhos, dermatites alérgicas, alterações de 
G
er
al
409Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2012;10(34); 408-413.
Determinação citológica de Malassezia pachydermatis auricular em cães sadios e otopatas
A terapia da otite depende da identificação e do controle 
das causas primárias de otite e do resultado do diagnóstico. 
Pode ser feita aplicação sistêmica de antibióticos, antifún-
gicos, corticosteróides e parasiticidas, que serão recomen-
dados de acordo com a infecção do conduto auditivo, que 
pode ser de origem bacteriana, fúngica, parasitária e alérgi-
ca (6). Medicações tópicas podem ser recomendadas após a 
correta limpeza da orelha, e se for necessário remover exsu-
datos e debris acumulados após a correta sedação (5). 
Através desse trabalho priorizou-se determinar os pa-
râmetros do agente Malassezia pachydermartis com o nú-
mero observado por campo de microscopia óptica através 
da citopatologia auricular, empregando a comparação es-
tatística de uma média de leveduras por campo em cães 
sadios e otopatas. Com isso, visa-se estabelecer número 
máximo de agentes sem induzir otopatias, já que essa le-
vedura faz parte da microbiota de cães.
Material e Metódos
Para a determinação e quantificação da levedura Ma-
lassezia pachydermatis, foi realizada a colheita de secreção 
otológica em 36 cães durante o atendimento clínico. Os 
cães foram encaminhados ao atendimento clínico particu-
lar no município de Curitiba, no Estado do Paraná no pe-
ríodo de 30 de maio a 30 de setembro do presente ano. Os 
mesmos foram identificados de acordo com os dados de 
resenha, incluindo raça, pelagem, sexo, idade e acompa-
nhados ao longo de 30 dias, independente de apresentar 
ou não otopatia após o exame físico específico. 
No exame avaliaram-se os pavilhões auriculares em 
relação à presença de características semiológicas de oto-
patias (quadro 1; figura 1). Desta forma, considerando os 
sinais clínicos apresentados, as amostras foram qualifica-
das em dois grupos: um com animais que apresentam pelo 
menos um sinal clínico de otopatia classificado como leve 
e um segundo grupo composto por animais sem sinais oto-
lógicos. As amostras de secreção auricular foram enviadas 
para um laboratório de patologia animal em Curitiba.
Sinal Clínico Graduação
Eritema Ausente=0
Ausente=0
Ausente=0
Ausente=0
Ausente=0
Leve=1
Leve=1
Leve=1
Leve=1
Leve=1
Médio=2
Médio=2
Médio=2
Médio=2
Médio=2
Moderado=3
Moderado=3
Moderado=3
Moderado=3
Moderado=3
Grave=4
Grave=4
Grave=4
Grave=4
Grave=4
Edema
Prurido
Odor
Secreção
Quadro 1 - Classificação de otite de acordo com o grau de sinais 
clínicos identificados.
Figura 1 - Características macroscópicas do pavilhão auricular de cães apresentando quadro clínico de otite classificada como leve [A] e grave [B]. 
Os swabs estéreis foram inseridos no interior de cada 
conduto auditivo, sendo gentilmente friccionados ao 
encontro da parede da orelha a fim de obter o conteúdo 
celular e eventuais microrganismos presentes. Tendo o 
swab em mãos, foi realizado o deslizamento do mesmo 
sobre uma lâmina de vidro para microscopia óptica, sen-
do feito assim um desgaste do excesso de conteúdo por 
duas vezes. Após isso, obteve-se o material do terceiro 
rolamento, gerando assim o conteúdo a ser visualizado à 
microscopia óptica após coloração via panótico simples.
As amostras foram analisadas individualmente, sem 
conhecimento de informações clínicas e/ou do animal 
A B
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410 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2012;10(34); 408-413.
pelo patologista, tornando-o assim duplo cego. Somente 
a área referente à terceira rolagem foi avaliada, onde nes-
ta grande superfície selecionaram-se cinco campos alea-
tórios, buscando a presença de Malassezia pachydermatis. 
Tendo analisados os campos, foram somadas as visuali-
zações e determinado o número médio de leveduras pre-
sentes no pavilhão auricular. 
Os dados foram organizados em blocos casualisados 
de acordo com as características de resenha dos pacientes, 
divididos entre otopatas e sadios. Correlacionaram-se os 
sinais clínicos entre si dentre os dois grupos a fim de es-
tabelecer relação com os achados de microscopia, propor-
cionando dados referentes a parâmetros de Malassezia 
pachydermatis em cães sadios e otopatas com padroniza-
ção de técnica de colheita e processamento. 
A análise estatística aplicada foi o teste de Tukey, sen-
do considerado significativo p<0,05 por meio do software 
ASSISTAT®.
resultados e Discussão
Após a pesquisa com 36 cães com amostras coletadas 
de ambas orelhas através da microscopia direta, as raças 
mais frequentes em relação aos dois grupos foram os mes-
tiços (19,4%), Poodle (16,6%) e Yorkshire Terrier (16,6%). 
Dentre as demais, destacam-se os cães Pinscher (8,3%), 
Labrador (5,5%), em seguida Beagle,(5,5%), Teckel (5,5%), 
Cocker Spaniel Inglês (2,7%), Lhasa Apso (2,7%), Golden 
Retriever (2,7%) , Pequinês (2,7%), Pit Bull (2,7 %), Shar-
pei (2,7%), Bulldog Inglês (2,7%) resultado semelhante ao 
de Reme et al., (2006) e Zur et al, (2011). A idade média 
dos dois grupos foi de cinco anos resultado não avaliado 
no estudo de Zur et al (10) .O gênero predominante foi 
de (55,5 %) fêmeas para (44,5 %) machos, resultado seme-
lhante ao estudo de Fernandez e colaboradores (9). 
Em cães sadios, as raças predominantes foram os 
mestiços (27,7%), Poodle (22,2%), Yorkshire Terrier 16,6 
%, Beagle (5,5%), Bulldog Inglês (5,5%), Sharpei(5,5%), 
Pit Bull (5,5%), Pinscher (5,5%) e Teckel (5,5%). A ida-
de média do grupo foi de 6,4 anos. E o gênero predo-
minante foi de fêmeas (61,1 %) em relação aos machos 
(38,9%). No caso dos otopatas, observaram-se os Mestiços 
(22,2%), Yorkshire Terrier (16,6%), Pinscher (11,1%), Poo-
dle (11,1%) e Labrador (11,1%). As outras raças analisa-
das foram Cocker Spaniel Inglês (5,5%), Beagle (5,5 %), 
Golden Retriever (5,5%), Lhasa Apso (5,5%) e Pug (5,5 %). 
Certas raças são propensas a otite devido à conformação 
anatômica confirmado pelo estudo de Girão et al. (11) . 
A idade média do grupo dos otopatas foi de 3,6 anos re-
sultado parcialmente semelhante ao de Pulido et. al (12), 
que foi de (25,9%) entre três e seis anos. Girão et al. (11) 
observaram que eram cães de um a três anos (44,7%) e os 
resultados significativos e de maior incidência em relação 
ao segundo resultado de quatro a seis anos (35,7%). 
Os sinais clínicos presentes em cães foram: eritema 
(15,4%), edema(12,3%), prurido (19,5%), odor (20,6%) 
e secreção (21,6%) resultado semelhante ao de Remé et 
al.(13). Observou-se uma diferença significativa da leve-
dura nas orelhas e segundo Oliveira et al.(15) as amos-
tras devem ser colhidas e cultivadas de ambos os ouvidos 
para melhor tratamento e prognóstico (tabela 1).
Os otopatas apresentaram valor médio de leveduras 
em cinco campos maior do que os sadios, sendo que estes 
possuíram uma contagem reduzida, mas estavam evi-
dentes, reafirmando a sua presença na microbiota auricu-
lar. Com os dados descritos, evidencia-se que a presença 
de mais de uma levedura é indicativo de um processo 
inflamatório local, onde a Malassezia pachydermatis possui 
papel relevante (figura 2). 
Em relação aos sinais clínicos, nos otopatas identifi-
caram-se a presença de secreção de escore pronunciado 
(1,89) seguido de odor (1,44) e prurido (1,44), semelhante 
aos sadios, porém com valores menos significativos (Ta-
bela 1), perfazendo o caráter incipiente do agente em de-
sencadear a doença, onde algum sinal clínico ainda era 
identificado, mas de forma inexpressiva. 
O diagnóstico com citologia otológica mostra a de-
vida importância desse exame na rotina das clínicas 
veterinárias e em cães com sinais clínicos compatíveis 
com otite. Ao analisar as orelhas dos cães podemos sus-
peitar que seja levedura, bactéria ou parasita pela cor 
e odor característicos, mas em certos casos isso não é 
possível. O melhor método de diagnóstico é através da 
citologia auricular, e após o correto diagnóstico pode-
mos direcionar o tratamento específico conforme estu-
do de Angus (15).
Tratamento
Leveduras/
campo* 
Sinais Clínicos*
Eritema Prurido Edema Odor Secreção
Otopata
Sadio
Desvio padrão
Coeficiente de 
Variância (%) 
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si (Teste de Tukey; p<0,01) 
a
4,09 
b
0,14 
4,83
211,03
a
1,06 
b
0,22 
0,93
131,66
a
1,44 
b
0,28 
1,02
97,68
a
0,83 
b
0,17 
0,81
149,51
a
1,44 
b
0,39 
1,10
107,02
a
1,89 
b
0,39 
1,35
99,95
Tabela 1 - Comparação entre os pacientes caninos otopatas e 
sadios de acordo com a média de contagem de leveduras e res-
pectiva apresentação clínica.
Determinação citológica de Malassezia pachydermatis auricular em cães sadios e otopatas
G
er
al
411Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2012;10(34); 408-413.
Conclusão
O presente trabalho avaliou através de levantamen-
to de dados epidemiológicos, clínicos e citológicos de 
Malassezia pachydermatis em cães atendidos na roti-
na clínica, mostrando a importância de estabelecer um 
parâmetro de contagem e de metodologia de análise do 
agente a fim de que se possam determinar formas de 
controle racional da levedura. Soma-se a isso a gradu-
ação clínica aqui estabelecida, sendo os sinais clínicos: 
eritema, edema, prurido, odor e secreção com graduação 
de 0 a 4, proporcionando categorização e a correlação en-
tre os achados laboratoriais e semiológicos.
referências
1. Lyskova, M.; Vydrzalova, J.; Mazurova. Identification and Antimi-
Figura 2 - Aspecto citológico auricular ótico em cães com Malassezia pachydermatis [A] - seta escura - onde a mesma pode-se apresentar 
isolada, adjacente às células epiteliais descamativas [B, C] - seta escura - ou aglomerada em pequenos [C] - seta branca - ou grandes 
grupos [D]. Panótico simples, 100X [A,B,C] e 40X [D].
Em relação aos sinais clínicos, observou-se cor-
relação significativa no estadiamento clínico, prin-
cipalmente entre eritema e edema, odor e secreção 
e prurido e odor (tabela 2). Este dado demonstra a 
relevância da graduação clínica para determinar os 
principais sinais clínicos, assim como a interação en-
tre os mesmos a fim de somar às formas de diagnós-
tico complementares.
Tabela 2 - Interação entre os sinais clínicos dos pacientes sadios 
e otopatas (p<0,01).
Variáveis Correlação (r²) Correlação (r²)Variáveis
Eritema* Edema 0,77 Edema*Odor 0,52
Eritema*Prurido 0,67
 
Edema*Secreção 0,48
Eritema*Odor 0,58
 
Prurido*Odor
 
0,72
Eritema*Secreção 0,56 Prurido*Secreção 0,59
Edema*Prurido 0,53 Odor*Secreção 0,77
Determinação citológica de Malassezia pachydermatis auricular em cães sadios e otopatas
A B
C D
G
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412 Medvep - Revista Científica de Medicina Veterinária - Pequenos Animais e Animais de Estimação 2012;10(34); 408-413.
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Recebido para publicação em: 14/09/2012.
Enviado para análise em: 31/10/2012.
Aceito para publicação em: 06/12/2012.
Determinação citológica de Malassezia pachydermatis auricular em cães sadios e otopatas

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