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Mediatização da Religião no Campo Religioso

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Comun. & Inf., Goiânia, GO, v. 18, n. 2, p. 06-21, jul./dez. 2015 
A mediatização do campo religioso: esboço de uma síntese possível 
 
The media coverage of the religious field: a possible synthesis outline 
 
La cobertura de los medios del campo religioso: un posible esquema de síntesis 
 
Luís Mauro Sá Martino1 
 
 
Resumo 
Este texto delineia alguns aspectos da mediatização da religião, focalizando as particularidades desse 
processo no que Bourdieu denomina “campo religioso”. A partir de pesquisa bibliográfica e 
observação de campo, realizada de maneira descontínua desde 1998, o texto sugere que o processo de 
mediatização se articula com algumas das práticas centrais do campo religioso em pelo menos três 
dimensões: (a) proporcionando uma diferenciação entre “religião” e “religiosidades” mediadas; (b) 
interferindo nas dinâmicas internas do campo religioso, sobretudo em sua lógica concorrencial; (c) 
entre a mediatização do campo religioso e a relação com o campo político e com as empresas de 
comunicação. 
Palavras-chave: Mediatização. Religião. Mídia. Campo religioso. 
 
Abstract 
This paper outlines some main aspects of the mediatization of religion, highlighting how this process 
has been interviewened with the ‘religious field’, as defined by French sociologist Pierre Bourdieu. 
Grounded on bibliographical research, supported as needed by field research conducted since 1998, 
the paper claims that mediatization has been articulated with the very core of the religious field in at 
least three dimensions: (a) by stressing a difference between ‘mediated religion’ and ‘mediated 
religiosity’; (b) by interfering in the inner dinamics of the field; and (c) by altering in the relationship 
of the religious field with politics and the media companies. 
Keywords: Mediatization. Religion. Media. Religious Field. 
 
Resumen 
Este texto describe algunos aspectos dela mediatización dela religión, centrándose en las 
particularidades de este proceso, en lo, como lo llama Bourdieu, “campo religioso”. A partir pesquisa 
bibliográfica y la observación de campo, realizado de manera discontinuades de 1998, el texto sugiere 
que el proceso de mediatización se ha vinculado a algunas de las prácticas centrales del campo 
religioso en al menos tres dimensiones: (a) proporcionar una diferenciación entre "religión "yla" 
religiosidad "mediada; (b) interferir en la dinámica interna dela esfera religiosa, especialmente en su 
Lógica competitiva; (C) la mediación entre 
el campo religioso y la relación con el 
campo de la política y las empresas de 
medios. 
Palabras clave: Mediatização. Religião. 
Mídia. Campo Religioso. 
 
1Pós-Doutorado pela School of Political, Social and International Studies na University of East Anglia, Inglaterra. 
Doutor e Mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor 
do Programa de Pós-Praduação em Comunicação (PPGCOM) da Faculdade Cásper Líber, SP. Brasil, São Paulo. 
E-mail: lmsamartino@gmail.com. 
Acesse este artigo online 
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Website: 
http://www.revistas.ufg.br/index.php/ci 
DOI: 
http://dx.doi.org/10.5216/36190 
 
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1 INTRODUÇÃO 
s estudos sobre mídia e religião vêm ocupando um lugar considerável nas 
pesquisas de Comunicação. Em particular, investigações fundamentadas na 
perspectiva da mediatização da religião parecem uma área frutífera de 
pesquisa, como sugerem, de maneiras diversas, trabalhos de Gomes (2004; 
2006), Fausto Neto (2004a, 2004b, 2006), Borelli (2010a; 2010B), Hjarvard (2008), 
Gasparetto (2011) e Martino (2012a; 2012b; 2013). 
A conceituação de “mediatização”, longe de ser unívoca, exibe em sua diversidade 
um considerável potencial hermenêutico nas apropriações e operacionalizações 
epistemológicas propostas por diversos autores, oferecendo pontos de vista diferentes para a 
apreensão de fenômenos religiosos na sociedade contemporânea. 
Este texto explora uma das trilhas possíveis dessa investigação, trabalhando alguns 
aspectos das articulações teóricas e práticas da mediatização do campo religioso. Não há, de 
saída, pretensão de ineditismo: pesquisadores como Fiegenbaum (2006) ou Gasparetto (2011), 
além dos já indicados, exploram a questão. Não será trabalhada aqui uma dimensão crítica do 
conceito de “campo religioso”. Busca-se sua operacionalização para pensar a modalidade 
institucional da religião em sua vinculação com o processo de mediatização, reconhecendo-se, 
de antemão, que se trata de uma modalidade possível entre várias - daí também a opção por se 
falar diretamente em “mediatização do campo religioso” mais do que “mediatização da 
religião”, o que remeteria a um universo maior. Para análises críticas ou aplicadas do conceito 
de “campo religioso”, remete-se à leitura de Câmara e Neris (2008), Serafim e Andrade 
(2009) ou Oliveira (2010). 
O trabalho apresenta um esboço de síntese a respeito de alguns aspectos, tensões e 
contradições da mediatização do campo religioso. A partir de pesquisa bibliográfica e 
observação de campo, realizada de maneira descontínua desde 1998, o texto sugere que o 
processo de mediatização se articula com algumas das práticas centrais do campo religioso 
em pelo menos três dimensões: proporcionando uma nova articulação do social com o 
religioso, interferindo nas dinâmicas internas do campo religioso, sobretudo em sua lógica 
concorrencial, e entre a mediatização do campo religioso e a relação com o campo político e 
com as empresas de comunicação. 
Dessa maneira, seja pensando em termos das dinâmicas internas ou externas, cumpre 
verificar algumas modalidades desta articulação. No que se segue, será visto (1) um 
O 
 
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delineamento da noção de “mediatização” direcionado para o entendimento desse processo no 
campo religioso, sem a pretensão de uma recensão exaustiva do conceito; (2) a dimensão 
interna da mediatização no campo religioso; (3) as dimensões externas desse processo, 
sobretudo na relação com o campo político. 
 
2 A MEDIATIZAÇÃO DA RELIGIÃO NA MEDIATIZAÇÃO DA SOCIEDADE 
O processo de mediatização tem se articulado diretamente com alguns dos principais 
elementos componentes do campo religioso. Seria possível indicar ao menos dois termos, 
apresentados aqui de maneira separada apenas por uma questão metodológica, na medida em 
que se trata de processos concomitantes e interseccionados. A mediatização do campo 
religioso pode ser verificada em alterações específicas internas tanto no que diz respeito ao 
aspecto concorrencial de seus agentes quanto no que tange ao que Bourdieu (1971a) define 
como “divisão do trabalho religioso” que, na opinião do sociólogo francês, é um de seus 
componentes nucleares, apresentando-se mesmo como um de seus elementos originários. Por 
outro lado, a mediatização do campo religioso não pode ser pensada fora do contexto de 
mediatização da sociedade, o que por seu turno implica pensar eventuais mudanças na 
correlação entre este e outros campos. 
A compreensão de alguns aspectos da mediatização da religião nas sociedades 
contemporâneas parece demandar, de saída, a observação um pouco mais minuciosa de 
algumas características específicas das dinâmicas sociais nas quais estão interseccionadas os 
fenômenos religiosos. Desprovido de qualquer intenção de caráter propriamente teológico ou 
doutrinário, o estudo da religião em uma sociedade em mediatização requer a circunscrição, 
ao menos parcial, das condições sociais de manifestação do religioso – ou, nos termos de 
Bourdieu (1971b),de “produção” dos bens simbólicos religiosos. 
Embora, como lembra Sanchis (1995), seja questionável em que medida se pode 
falar de uma equivalência entre “campo religioso” e o espaço mais amplo e plural das 
“religiosidades”, busca-se aqui uma aproximação entre os processos de mediatização e as 
dinâmicas específicas de um “campo religioso” relativamente autônomo. Sem de modo algum 
negar a existência ou a importância de inúmeras formas outras de religiosidades que 
transbordam quaisquer fronteiras de campo, elege-se aqui, como objeto de análise, o “campo 
religioso” espaço relativamente autônomo de prática institucionalizada da religião. Essa 
opção talvez mereça algum comentário inicial. 
 
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A leitura das investigações de Sodré (2004) Hepp, Hjarvard e Lundby (2010), Gomes 
(2006; 2010), Fausto Neto (2004) e Braga (2007), em suas diferenças, riquezas e variedade, 
sugerem que a mediatização, em sua pluralidade de formas e manifestações, ocorre de 
maneira complexa, na intersecção tensional entre processos sociais e dispositivos midiáticos, 
sem que seja possível reduzir um elemento ao outro. Se a perspectiva de se falar em 
“dispositivos midiáticos” é bastante ampla, sobretudo quando se pensa na ubiquidade 
contemporânea das mídias digitais, a noção de processos sociais também não é menos 
complexa, envolvendo uma vasta gama de relações humanas. Dentre elas, as práticas 
institucionalizadas ocupam um espaço particular na medida em que, regidas por uma série de 
dinâmicas próprias, articulam-se com o ambiente midiático em um constante tensionamento 
entre as lógicas midiáticas e as lógicas institucionais – novamente, sem a possibilidade de 
reduzir uma a outra. Dessa maneira, a opção por tratar aqui dos processos de mediatização do 
“campo religioso” e não da “religião” indica que, neste texto, o foco está na articulação entre 
os aspectos propriamente institucionais das práticas religiosas, com suas regras e dinâmicas 
próprias, e o ambiente midiático no qual essas práticas estão inseridas. 
A “mediatização” parece ser pensada às vezes de maneira instrumental, como a 
presença de uma determinada temática nas mídias – a “mediatização” de um tema seria sua 
veículação midiática. Ao mesmo tempo, é possível encontrar também elaborações referentes à 
mediatização como um processo social de longo alcance, no qual a própria “mídia”, entendida 
em termos estritos como “meios de comunicação”, é entendida como vetor, mas não como 
vértice, do processo. Esta segunda perspectiva, desenvolvida, entre outros, pelos citados 
Gomes (2006), Fausto Neto (2004), Hjarvard (2008) e Martino (2013), parece oferecer um 
maior potencial de valor hermenêutico na medida em que não se refere a um processo 
centralizado na mídia, mas na articulação tensional de processos sociais e institucionais dos 
quais os meios de comunicação são parte crucial, mas não central. 
Nessa perspectiva, busca-se superar uma dicotomia entre “mídia” e “sociedade” 
corrente nos estudos tradicionais de comunicação de massa que tinha como uma de suas 
premissas uma oposição binária entre os “meios de comunicação”, de um lado, e a 
“sociedade”, de outro, como se fossem formações compartimentadas, ligadas apenas por 
canais por onde se dava a influência unidirecional dos “meios” sobre uma “sociedade” vista 
ora como ativa, ora como alienada (KROTZ, 2009; LUNDBY, 2009). É nesse aspecto, lembra 
Livingstone (2009), que estudos anteriormente dedicados a entender as relações entre “mídia 
e cultura” ou “mídia e política” passam a ser pensados em termos de “mediatização da 
 
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cultura” ou “mediatização da política”, trabalhando não mais em termos de uma dicotomia, 
mas de uma intersecção. 
Vale notar que essa intersecção não se refere, por seu turno, a elementos estáticos. 
No conceito de mediatização, a sociedade é pensada não como um todo homogêneo, mas 
como um conjunto de processos sociais, complementares e contraditórios, manifestos tanto 
em discursos quanto em práticas. Ao mesmo tempo, a mídia não é entendida como um 
conjunto de instituições empresariais dispostas a impor sua lógica própria ao tecido social; ao 
contrário, entende-se que a própria noção de “mídia” pode ser pensada em termos de 
dispositivos midiáticos que não se restringem aos meios digitais ou de massa, mas incluem os 
aparelhos em si (celulares, smartphones, televisão, rádio), as linguagens específicas de cada 
um e os processos institucionais/empresariais aos quais eles estão ligados. Dessa maneira, a 
noção de mediatização, ao menos na perspectiva apresentada, não pode ser pensada em 
termos simples ou redutores. Trata-se, em certa medida, de uma recusa uma perspectiva 
midiacêntrica, no sentido de pensar que a mídia é o foco central gerador de mudanças e 
alterações nas práticas, como se estas fossem elementos inertes e estáticos até a ação da mídia. 
Ao contrário, entende-se que as características específicas de cada processo social se 
articulam de uma maneira diferente com os dispositivos midiáticos. 
Assim, torna-se difícil, se não impossível, dizer que a mídia “age”, “influencia” ou 
“transforma” determinadas práticas; trata-se, antes, de uma contínua negociação de práticas, 
discursos e sentidos. No processo de mediatização, a lógica da mídia é tensionada com a 
lógica dos processos sociais sem que um seja reduzido, ou subsumido, ao outro. Desse modo, 
é possível entender aqui o conceito de mediatização como a articulação entre dispositivos 
midiáticos e processos sociais. 
 
2.1 A MEDIATIZAÇÃO NAS DINÂMICAS INTERNAS DO CAMPO RELIGIOSO 
A mediatização do campo religioso está ligada diretamente à articulação de alguns 
processos e elementos responsáveis pela caracterização das denominações religiosas. A 
escolha pela vinculação ao processo de mediatização da sociedade não é, evidentemente, 
compulsória às instituições religiosas. As posturas observadas em qualquer investigação de 
campo variam da articulação originária de algumas religiões com o ambiente midiático até a 
recusa sistemática de reconhecimento da existência desse ambiente. Não seria errado dizer, no 
entanto, que as dinâmicas específicas do campo religioso ganham outras dimensões no 
processo de mediatização. 
 
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Em seus trabalhos sobre religião, Bourdieu (1971a, 1971b) propõe que uma das 
maneiras de evitar algumas antinomias próprias a esses estudos, como a diferenciação de 
categorias que pendem ora para uma análise das características doutrinárias, ora para as 
perspectivas da prática religiosa, é considerar a existência do que ele denomina “campo 
religioso”. Sua origem pode ser localizada não apenas da divisão do trabalho religioso na 
sociedade, mas também das condições de produção, circulação e apropriação de um tipo 
específico de bens simbólicos – os bens simbólicos religiosos. 
Definindo um campo como um espaço estruturado de relações no qual agentes em 
relação estão em constante disputa por um prêmio específico, Bourdieu (1980) aponta a 
existência de elementos comuns às mais diversas ações sociais. Ao mesmo tempo, cada 
campo tem suas especificidades, responsáveis, entre outros fatores, pela definição das 
possibilidades de participação de um determinado agente, bem como por suas condições de 
entrada, permanência e sucesso. 
A distribuição de poderes dentro de um campo é necessariamente desigual, 
desigualdade esta fruto das condições materiais e simbólicas específicas de cada um dos 
agentes, sua história, suas contradições, suas relações extra-campo. Desse modo, o espaçodentro de um campo é ao mesmo tempo assimétrico, dinâmico e hierarquizado, mas uma 
hierarquia que se apresenta permanentemente como objeto de questionamento e disputa. Isso 
significa que, dentro de um campo, cada agente tende a adotar estratégias de 
manutenção/conservação ou questionamento/ruptura das práticas do próprio campo conforme 
seu grau de aderência e vinculação às posições mais baixas ou mais elevadas por ele ocupadas. 
Na medida em que um dos elementos responsáveis pela alocação de uma 
determinada denominação em uma posição específica do campo religioso é seu tamanho, 
medido pela quantidade de fiéis efetivamente praticantes – o fiel “não praticante” parece ter 
uma influência de outra natureza – e pelo vínculo desse público, o grau quantitativo e 
qualitativo de adesão obtido pela divulgação midiática da mensagem religiosa parece ser um 
fator não negligenciável para definir o lugar de uma determinada instituição no campo 
religioso. 
Na lógica concorrencial do campo religioso, o número de fieis é um dos fatores de 
posicionamento de uma determinada instituição. Se não é, evidentemente, o único elemento a 
partir do qual se pode aferir isso, é no entanto um dos principais fatores de aferição do 
sucesso institucional e mesmo, até certo ponto, de suas possibilidades de ação no espaço 
 
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público. Dessa maneira, quanto maior o número de indivíduos vinculados, maior a 
possibilidade de uma instituição religiosa ocupar posições de destaque dentro do campo. 
Não por acaso, já desde os anos 1920 é possível observar como algumas igrejas fazer 
a opção pela veiculação midiática de suas mensagens, primeiramente pelo rádio e, mais tarde, 
pela televisão. A opção pela divulgação midiática parece ter sido, ao menos desde os anos 
1950, um elemento importante, senão central, para a existência de determinadas igrejas. 
No entanto, esse tipo de prática não parece ser suficiente para definir a 
“mediatização” dessas igrejas, na medida em que a mediação da mensagem não implica 
necessariamente na mediatização institucional, algo que ocorre no momento em que os 
processos sociais religiosos, representados pelas doutrinas e práticas, se articulam com o 
ambiente midiático. A veiculação de uma cerimônia religiosa pela televisão não costuma 
implicar necessariamente, neste ponto de vista, a mediatização da religião. No entanto, no 
momento em que tanto as práticas de produção quanto de apropriação da mensagem religiosa 
se organizam, mesmo que parcialmente, em termos de uma lógica vinculada ao ambiente 
midiático, é possível falar em uma mediatização da denominação religiosa. A adequação 
institucional às lógicas de produção midiática, bem como dos fieis e de suas práticas, ao 
ambiente midiático pode ser entendido como um sintoma mais nítido do processo de 
mediatização. 
Isso parece representar, em certa medida, uma alteração em certas dinâmicas do 
campo religioso. No caso das instituições religiosas, isso parece ter significado uma forma 
diferente de divisão do trabalho religioso: a condição sacerdotal, nesses casos, não prescinde, 
dentre suas habilidades, de uma adequação à lógica das práticas midiáticas. Os chamados 
“televangelistas” norte-americanos, neste aspecto, parecem ser os pioneiros em trabalhar a 
lógica da mediatização, recordam Smart (1999) ou Armstrong (2005), alcançando um índice 
de repercussão pública que, nas dinâmicas específicas do campo religioso, alocou suas igrejas, 
quando não a si mesmos, em posições de considerável prestígio e reconhecimento no campo. 
O campo religioso é delimitado não apenas pelos campos adjacentes, mas também 
pela definição, compartilhada – nem sempre de maneira consensual – pelos seus participantes 
a respeito daquilo que efetivamente pode constituir sua especificidade. Há em circulação nos 
campos um conjunto tácito de regras não escritas que dispõe parcialmente das possibilidades 
de ação – às vezes objetivada em “códigos de ética” ou “códigos de conduta”, mas muitas 
vezes incorporada de tal maneira à prática dos agentes que não é percebida senão como uma 
vaga intuição das práticas e discursos que de maior legitimidade na circulação. Em vias 
 
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diversa, Signates e Oliveira (2014) destacam as relações entre o institucional como mediador 
de uma subjetividade no campo religioso, enquanto Oro (1996) inventaria algumas dessas 
práticas no campo religioso brasileiro, mostrando como as ações de uma denominação – ou 
grupo de denominações – podem desencadear uma reconfiguração imediata do espaço 
simbólico religioso. 
Bourdieu (1983) recorda que, em um campo, o sentido do jogo não é dado de 
antemão, mas constituído e reconstituído a partir das dinâmicas do próprio campo; uma das 
prerrogativas dos agentes dominantes, em qualquer campo, é legislar a respeito das práticas 
legítimas. Desse modo, o que em um determinado momento pode ser entendido como uma 
estratégia marginal, ou mesmo transgressora, de um agente em posição relativamente baixa, 
pode se tornar o padrão caso seja bem-sucedida na aquisição do capital simbólico necessário 
para galgar posições mais altas. 
Dentre as particularidades do campo religioso, Bourdieu (1971) destaca a existência 
de um tipo de específico de trabalho, o “trabalho religioso”, que, na divisão social do trabalho, 
responde pela produção dos “bens de salvação” objetivados em inúmeras instâncias que 
operam desde a dogmática doutrinária e toda a ritualística até as práticas e símbolos e, em 
última instância, em uma cultura material em seu nível mais cotidiano – símbolos de prática e 
objetos de devoção. Seria possível dizer que o processo de mediatização vem se articulando 
com especial força com esses dois elementos do campo religioso. 
Em trabalho anterior (Martino, 2013), sugeriu-se que o processo de mediatização da 
religião está ligado – em relação articulada não-causal – a algumas das características centrais 
das instituições religiosas. O processo de mediatização, longe de implicar apenas o “uso da 
mídia” como “veículo” para passar uma mensagem religiosa, igualmente implicava uma 
atitude de articulação com outras práticas contemporâneas, ligadas ao consumo, à questões de 
estética, afetividade e sexualidade. 
Instituições religiosas altamente midiatizadas tendem a ter um conjunto de regras no 
tocante à vida cotidiana dos fiéis, que poderia ser considerado “mais aberto” na medida em 
que permite, conforme a denominação, o uso de piercings e tatuagens, a escuta de música 
popular, a frequência a festas, os cuidados estéticos com o corpo e com a aparência – desde 
que articulados com temáticas religiosas. A circulação de bens simbólicos religiosos, em 
particular, é parcialmente objetivada camisetas, adesivos para carros, acessórios, chaveiros, 
CDs, DVDs e toda uma miríade de bens de consumo – veja-se, por exemplo, os trabalhos 
monográficos a respeito desse aspecto do “mercado religioso” levados a efeito por Campos 
 
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(2002), Galindo (2007) ou Martino (2008).Nessas denominações, a própria estrutura de 
algumas celebrações religiosas parece se espelhar, em medidas diferentes, em seus correlatos 
laicos, algo destacado igualmente por Campos (1997) e Dias (2001). 
Ao mesmo tempo, a resistência – ou mesmo impermeabilidade – ao processo de 
mediatização parece equivaler, em termos de instituições religiosas, a uma maior preocupação 
doutrinária com a demarcação de fronteiras simbólicas entre o “sagrado” e o “profano” nos 
próprios modos de ser do fiel, instruído a interpor marcações simbólicas em sua práticacotidiana. Assim, se em denominações religiosas altamente midiatizadas observa-se que a 
demarcação entre “sagrado” e o “profano” é marcada pela articulação do religioso com 
práticas da contemporaneidade, em denominações resistentes ao processo de mediatização 
essa demarcação das fronteiras é feita pela via negativa. 
A mediatização do campo religioso parece ter igualmente se articulado com a 
distribuição dos espaços simbólicos internos. Não por acaso, algumas das denominações 
religiosas mais articuladas com o processo de mediatização estão entre as doutrinas com 
maior número de fieis no espectro religioso brasileiro, o que implica igualmente dizer que sua 
visibilidade pública – e, concomitantemente, possibilidade de interferência em assuntos extra-
campo, como será visto no próximo item – também é marcada pelas condições desse processo. 
 
2.2 O CAMPO RELIGIOSO MEDIATIZADO ENTRE OS CAMPOS POLÍTICO E 
MIDIÁTICO 
As relações entre o campo religioso e seus correlatos nunca escapou a uma dinâmica 
eivada por tensões e contradições, observada tanto na homologia relativa dos dominantes de 
diversos campos assinalada por Bourdieu (1998) – conceito próximo, talvez, à perspectiva da 
formação de uma “hegemonia” ressaltada por Gramsci – quanto nos conflitos e resistências 
pautados, ou secundados, por definições religiosas. Embora as relações entre a religião e 
outras instâncias da vida social, como a economia, a política ou a cultura, sejam um tema de 
longa tradição nas Ciências Sociais, as diversas modalidades e condições em que se dá essa 
intersecção parecem se manifestar em uma pluralidade de formas passível de alimentar 
diversas reflexões. Nesse sentido, cabe pensar em que medida a mediatização do campo 
religioso se constitui em um modo específico dessa relação – dito de outra maneira, de que 
modo a mediatização do campo religioso de alguma maneira interfere nas articulações com 
outros campos. 
 
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Evidentemente o estudo das relações entre o campo religioso midiatizado e cada 
instância da vida social efetivamente demandaria trabalhos monográficos específicos, e 
mesmo um comentário pormenorizado estaria além do escopo deste artigo. O que se propõe, 
portanto, é pensar de que maneira a mediatização do campo religioso implicou na dinâmica de 
suas articulações com campos correlatos. Por conta da magnitude da relação, destacam-se 
aqui os campos político e midiático. 
 
2.2.1 Intersecções com o campo midiático 
Talvez um primeiro aspecto a ser destacado, no contexto das próprias reflexões sobre 
mediatização, seja a relação entre “campo religioso” e “mídia”. 
Em uma nota preliminar, vale destacar que o próprio Bourdieu não parece falar 
necessariamente em um “campo midiático” ou em um “campo das mídias”, no sentido dado, 
por exemplo, por Rodrigues (1996; 1997) em sua caracterização dos processos midiáticos e de 
comunicação. Ao que tudo indica, Bourdieu refere-se sobretudo a um “campo jornalístico” 
pensado como o espaço das instituições – ou, em termos mais específico, nas empresas de 
comunicação, não propriamente em uma “comunicação” ou na “mídia” com contornos mais 
vagos. 
Dessa maneira, ao se falar nas relações entre a mediatização da religião como uma 
interação entre “mídia” e “religião”, há ao menos dois níveis interrelacionais porém distintos: 
falar da “mídia” como um conjunto de dispositivos dotados do que Fiske (1989) denomina 
“códigos semióticos” específicos e “mídia” como sinônimo de “empresa de comunicação”. Se 
o primeiro aspecto está intimamente ligado às especificidades da linguagem dos dispositivos 
em sua correlação com a mensagem religiosa, o segundo destaca-se por conta da relação entre 
campos distintos. É esta segunda questão que se busca pensar aqui. 
É possível dizer, sem pretensão de rigor cronológico, que a partir dos anos 1980 a 
progressiva mediatização de algumas instituições religiosas alterou a relação entre o campo 
midiático e o campo religioso, com reflexos consideráveis no campo político. 
Se, até esse período, a presença de igrejas e denominações religiosas na televisão 
estavam restritas a determinados horários e canais de TV aberta, por volta de meados dos anos 
1980 o campo midiático foi marcado, entre outros fatores, pelo aporte de instituições 
religiosas interessadas não apenas em apresentar seus programas, mas em obter a concessão 
pública de canais de televisão, algo até então alheio ao cenário religioso brasileiro. Ao mesmo 
 
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tempo, a locação de horários nos canais de TV aberta parece ter significado, para várias 
emissoras, uma inesperada demanda por espaços na grade, valorizados de acordo com a 
audiência específica de cada canal. Desse modo, o campo midiático, em suas dimensões 
econômicas, parece ter se articulado de maneira bastante rápida com um campo religioso em 
processo de mediatização, no qual a demanda principal era justamente obter espaço na 
televisão – em uma época anterior ao advento das mídias digitais, tratava-se de um método 
eficaz para que fosse possível chamar a atenção de um público. 
Essa entrada progressiva, em ritmos variados mas contínua, de elementos religiosos 
no campo midiático não deixou de interferir, ao que tudo indica, nas próprias dinâmicas desse 
campo. No aspecto econômico, ao representar uma fonte de financiamento concomitante à 
publicidade; no que tange às perspectivas concorrenciais do campo, ao redefinir a 
participação de alguns agentes do campo. Isso, evidentemente, não deixou de gerar 
consideráveis reações de agentes do campo midiático aparentemente desafiados a encontrar 
estratégias que pudessem bater a concorrência. A força das relações de homologia estrutural 
entre os campos da mídia e da religião parece ter engendrado uma série de movimentos 
reveladores dessa intersecção. 
Em termos de linguagem, esse momento parece ter caracterizado uma adoção sem 
precedentes da linguagem midiática por algumas denominações, e não apenas no que tange 
aos programas de TV. Seria possível indicar que, nas denominações altamente midiatizadas, 
algumas das práticas, códigos e linguagens eram utilizadas tanto nos programas de televisão 
quanto nas celebrações religiosas, revestidas de um caráter propriamente “midiático” – aqui, 
no tocante às linguagens, estilos, gêneros e códigos da mídia. Missas celebradas por padres 
como Marcelo Rossi e Fábio de Melo revestem-se, a part da liturgia católica, de elementos 
propriamente midiáticos ou, ao menos, aparentemente dirigidos para – e por – uma lógica da 
mídia, como notam Souza (2005) ou Carranza (2011), ao mesmo tempo em que celebrações 
protestantes, como o festival Renascer Praise, organizado pela Igreja Renascer em Cristo, 
parecem emprestar seu estilo de eventos laicos. 
Observa-se, portanto, uma dupla intersecção. Em termos de uma economia política, o 
aporte das denominações em processo de mediatização trouxe elementos novos para o campo 
midiático, sobretudo no que tange a um tipo de específico de capital simbólico passível de 
conversão – como recorda Bourdieu (1998) em outros capitais – Marsden (2008), por 
exemplo, destaca a religiosidade midiatizada na definição da política externa norte-americana, 
 
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enquando Figueiredo Filho (2005) destaca a mídia em seu estudo das relações entre religião e 
política no Brasil. 
2.2.2 Intersecções no campo político 
Um dos resultados dessa relação pode ser o considerável aumento da visibilidade 
pública de algumas denominações religiosas. Se é possível destacar alguma ligação entre os 
fenômenos,a observação sincrônica e diacrônica das relações entre mídia e religião sugerem 
que há um aumento espacial e temporal da visibilidade pública das denominações em 
processo de mediatização. Isso tende a se relacionar, entre outros fatores, com o número de 
fiéis vinculados a elas atraídos, como mostra pesquisa de Gouvêa (1998), pelo próprio 
discurso midiático. 
Desse modo, estabelece-se uma circularidade midiática do crescimento religioso, na 
qual a mídia tornava-se espaço de visibilidade denominacional que, por sua vez, tendia a 
atrair mais adeptos – e, portanto, aumentando essa visibilidade. Mais do que isso, permitindo 
que se fale igualmente em uma incrementação da representatividade denominacional em 
termos políticos, uma vez que uma instituição dotada de um considerável número de 
indivíduos vinculados torna-se interessante como potencial espaço gestor de um capital 
político a ser atualizado em momentos determinados. 
Períodos eleitorais apresentam-se como particularmente frutíferos para a observação 
dessa intersecção entre um campo religioso midiatizado e um campo político igualmente 
midiatizado. A presença, nas campanhas eleitorais, de temáticas e personagens do campo 
religioso, em particular aquelas com mais visibilidade pública decorrende de sua ação 
midiática, sugere que o capital simbólico religioso é particularmente valorizado no jogo 
político por conta das possibilidades imediatas de conversão em capital político – o apoio de 
denominações midiatizadas, e, portanto, mais visíveis na publicização de suas preferências e 
restrições, não pode ser negligenciado pelo campo político na definição de suas estratégias. 
Torna-se possível às próprias denominações religiosas definir suas demandas 
específicas relacionadas ao campo político, secundadas pelo número de adeptos e pela chance 
de tornar públicas, via mídia, essas reivindicações. Talvez não seja coincidência, nesse 
sentido, o crescimento constante do número de representantes legislativos vinculados de 
maneira direta ou indireta a instituições religiosas, assim como a entrada e permanência de 
vetores de caráter religioso nas discussões do campo político, como proposto, entre outros, 
por Martino (2012a; 2012b). 
 
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Potencializada pelo processo de mediatização, a religião parece ganhar força para ser 
um jogador ainda mais atuante dentro dos espaços políticos, posicionando suas perspectivas e 
pontos de vista ao lado de seus correlatos laicos. 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A mediatização do campo religioso parece ter alterado algumas de suas principais 
dinâmicas e tensões, seja no sentido de potencializar as já existentes, seja no sentido de 
introduzir novas questões e desafios aos seus agentes. As novas divisões do trabalho religioso, 
pela incorporação das práticas midiáticas como elemento que demanda uma reorganização 
não apenas de um “modus operandi” de transmissão de uma mensagem, mas de complexos 
rearranjos institucionais e, por vezes, doutrinários, requerem uma especial atenção dos 
estudiosos. 
O processo de mediatização da religião configura-se por sua complexidade, 
irredutível a uma ou outra categoria explicativa na medida em que envolve inúmeros 
elementos díspares, quase sempre inapreensíveis à primeira visada. Ao mesmo tempo, em sua 
dimensão como fenômeno social, a mediatização do campo religioso ganha visibilidade 
crescente não apenas entre fiéis e religiosos, ou nas pessoas propriamente dotadas de um 
“interesse religioso”, como caracteriza Bourdieu (1971); antes, parece estar indelevelmente 
ligada a toda uma outra série de instâncias sociais. 
É possível notar alterações nas configurações de poder dentro do campo religioso 
vinculados ao processo de mediatização. Instituições mais articuladas na mediatização 
parecem estar de alguma forma mais ligadas a determinadas demandas da modernidade do 
que denominações refratárias a esse processo. Se seria exagero talvez falar em “mudanças” 
propriamente provocadas pela mediatização – o que significaria deixar em segundo plano 
questões contextuais importantes – por outro lado seria difícil negar qualquer vínculo, 
sobretudo no tocante aos “novos modos de ser” religioso (Gomes, 2006), de um lado, e à 
participação da religião no espaço público. Observa-se, nas palavras de Sanchez (2006), a 
mudança como uma característica central do campo religioso brasileiro. A porosidade e 
flexibilidade por ele detectada podem ser encontradas na análise do processo de midiatização 
do campo religioso. 
A visibilidade pública obtida por alguns agentes do campo religioso particularmente 
articulados com o processo de mediatização vem se tornando um fator de modo algum 
 
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negligenciável para a compreensão das linhas de força presentes na democracia. Em sua 
condição de potencial detentor de um capital político decorrente dessa visibilidade, o campo 
religioso reafirma-se como um jogador de importância nos espaços políticos em um cenário 
caracterizado por uma profunda secularização. 
Nesse sentido, abrem-se questionamentos futuros no sentido de se pensar em que 
medida, de fato, a mediatização do campo religioso se relaciona com o processo de 
secularização da sociedade. Em uma sociedade laica, marcada por uma racionalidade técnica 
e pelo “desencantamento”, para mencionar a tese clássica weberiana, é de se perguntar se a 
mediatização do campo religioso não responde por uma articulação com essa modernidade, 
permitindo ao religioso a vinculação a espaços sociais anteriormente inimagináveis – uma 
abertura, ainda a delinear, para novas indagações. 
 
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Recebido em: 18∕06∕2015 
Aceito em: 20∕06∕2015 
Publicado em: 04∕12∕2015

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