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Educação das Relações Étnico 2

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Educação das Relações Étnico-Raciais
1. O texto do tombamento, publicado no Diário Oficial do Estado, em 1990, resume essa importante casa de candomblé em São Paulo: “Considerando a importância das religiões de origem negra na formação da identidade cultural brasileira; considerando o terreiro de candomblé Axé Ilê Obá um exemplo típico da formação das casas de culto aos Orixás, considerando os esforços desenvolvidos no Axé Ilê Obá para o aprimoramento do culto e a manutenção das tradições religiosas de origem negra estes motivos tornam evidente a importância do espaço por ele ocupado, portador de significados simbólicos de valor antropológico ehistórico, resolve: ARTIGO 1 – Fica tombado como bem de Interesse Histórico o espaço sagrado do AXÉ ILÊ OBÁ”. Qual a importância de um tombamento histórico, seja pelo CONDEPHAAT ou pelo IPHAN, de um terreiro de religião de matriz africana?
R: Reconhecimento enquanto um local de resistência das tradições africanas, por meio de suas expressões religiosas, com possibilidade de ser não apenas um local religioso como também de importância histórica, cultural, educacional para a sociedade brasileira.
2. De acordo com Sephora Santana, Tarcília Melo e Fabianne Gomes, em artigo Infância Negra: a representação da figura do negro no início da construção de sua identidade, “A criança negra percebe no cotidiano escolar, que há uma rejeição quanto a sua etnia. Em datas comemorativas, como o Dia das Mães, em geral, são ilustradas famílias brancas. Na roda de leitura, em geral, as estórias infantis, como a Branca de Neve e os Sete Anões, a personagem principal é branca. Entre outras atividades propostas pela escola, a criança negra não se reconhece nas mesmas. Há uma ausência da figura do negro no contexto escolar. Desta forma, ela interioriza que o branco é sinônimo de ser belo e aceito socialmente. As demais crianças brancas também incorporam esses valores, repercutindo no comportamento possíveis relações conflituosas de segregação e exclusão.” (p. 5). Para tanto, é altamente recomendado:
R: A utilização cada vez maior de representatividades por meio de bonecas negras, histórias com personagens positivos negros e a utilização de referencial teórico de teóricas negras
3. Com a democratização do acesso à internet e consequente aumento de seu acesso, passamos a nos deparar com realidades que até então eram difíceis de serem percebidas com tamanha facilidade. A exemplo disso, cito os racismos que estão cada vez mais presentes nas redes sociais como no caso da Maju, apresentadora da previsão do tempo do Jornal Nacional, em que foi vítima de ataques coletivos de racistas; da Titi, filha de 4 anos de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, em que uma mulher brasileira, residente nos Estados Unidos, publicou vídeo com diversos insultos racistas ou, então, o casal da imagem abaixo que foi vítima de ataques coletivos ao postarem uma foto juntos. Exemplos como esses nos servem para reconhecermos a necessidade da Lei 10.639 frente a uma sociedade em que busca criar uma imagem de democracia racial ao mesmo tempo em que episódios como esses aparecem nas redes sociais e vitimam cotidianamente as pessoas negras. Concomitantemente a isso, pode-se citar a hiperssexualização da mulher negra. A esse fato, afirma-se:
R: A hipersexualização da mulher negra as acompanha desde a época do período escravagista brasileiro, onde as negras escravas eram estupradas sistematicamente por seus detentores, sendo conhecidas historicamente como mucamas, e até hoje têm seus corpos sexualizados como a mulata sensual.
4. Durante muito tempo, durante o ano de 2016, um caso causou enorme repercussão nas mídias sociais por conta de um bilhete que a coordenadora de uma escola enviou para a mãe de duas crianças por conta de um surto de piolho que a escola estava vivenciando. Embora não haja produção acadêmica que comprove que cabelos mais baixos ou curtos evite entrarem em contato com este tipo de inseto, visto que sua transmissão se dá a partir do contato direto, a escola informou que não foi uma manifestação de racismo. No que se refere às questões do uso e manutenção do cabelo crespo, enquanto fortalecimento identitário para alunos do ensino infantil, qual a melhor abordagem teórico-metodológica a ser desenvolvida?
R: Utilizar livros de personagens negros que valorizem suas etnicidades e manter bonecas negras junto a sala de aula, para que alunos tenham maiores contatos com as diferenças. 
5. Ainda que o Brasil tenha a sua população majoritariamente pertencente às correntes religiosas oriundas do cristianismo, o país não é constituído politicamente enquanto um Estado teocrático ou teocêntrico. Portanto, há de se separar o Estado da religião, onde um não pode interferir no outro, para que não os episódios de intolerâncias religiosas contra qualquer tipo de fé não façam parte do cotidiano social com aval político-partidário. Na escola, a Lei Federal 10.639 busca coibir qualquer tipo de discriminação religiosa contra pessoas pertencentes às religiões de matriz africana. Em caso de episódios de intolerâncias, quais as formas mais corretas de se lidar com a situação?
R: Criar um projeto educacional direcionado para aquele tipo de discriminação buscando se associar com entidades sociais organizadas que já estão acostumadas a trabalhar com tais questões como, por exemplo, ONGs e movimentos sociais
6. Comumente podemos ouvir frases racistas onde as pessoas que a falaram têm a certeza de que não são racistas, não foram racistas ou, então, fizeram-se entender equivocadamente. A exemplo disso podemos citar frases como: Até que seu cabelo nem é tão “RUIM”; Meu nome não é “NEGÃO”. “Meu nome é” Bernardo”; Você não é negra. Você é “MORENINHA”. Reconhece-se que as palavras têm sentidos, significados e expressam não apenas o que as pessoas pensam direta ou indiretamente, como também como elas foram subjetivadas por estas palavras/conceitos durante seus contínuos processos de formação. Para tanto, recomenda-se que:
R: Os professores fiquem atentos aos seus discursos e aos dos alunos para que, identificando um discurso racista, crie dispositivos específicos que mitiguem a sua existência, evitando a sua nova ocorrência.
7. Para Nilma Lino Gome, em seu artigo intitulado Educação, raça e gênero: relações imersas na alteridade, “as teorias racistas presentes no cotidiano escolar e na sociedade não surgiram espontaneamente, nem são meras transposições de pensamento externo. Elas sofrem um processo de retroalimentação, e terminam por legitimar o racismo presente no imaginário social e na prática social e escolar. (p.70) [...] O trabalho pedagógico ainda é realizado levando em consideração apenas a “boa vontade” dos docentes. A prática das professoras está distante de uma análise histórica, sociológica, política e antropológica sobre a diversidade étnico-cultural. As opiniões giram em torno do senso comum e o que é pior, estão carregadas de um discurso racista e sexista. Nesse sentido, as representações do negro e da mulher presentes no cotidiano escolar parecem se aproximar das teorias racistas. (p. 74). Portanto, para mitigar o senso comum e a lógica racista, recomenda-se, ao professor:
R: Realizar uma leitura crítica dos livros escolares e uma análise discursiva de suas próprias falas em sala de aula para identificar teores racistas com o objetivo de não as reproduzir mais vezes. 
8. De acordo com matéria publicada pela Agência Brasil, em dezembro de 2016, “Entre os mais jovens, a Síntese de indicadores também destaca que, por conta da piora no cenário econômico entre 2014 e 2015, aumentou o percentual de crianças até 4 anos vivendo com até um quarto do valor do salário mínimo, de 15,2% para 17,6%. Mesmo assim, a situação é melhor que em 2005, quando quase quatro em cada dez crianças nessa idade vivam com cerca de R$ 200. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) classifica famílias que vivem com até um quarto de salário mínimo per capita como famílias de extrema pobreza.” A esse fator, pode-se afirmar:
R: O processohistórico de marginalizações diversas foi um dos grandes responsáveis pela dificuldade de ascensão social para esta significativa parcela da sociedade.
9. No que tange a linguagem cotidiana, podemos dizer que em outros tempos a linguagem não era algo que exigia atenção na sociedade; falava-se e não se atentava, aceitavam as palavras e não se preocupavam com os seus sentidos. Porém, hoje, na atualidade, reconhece-se que as palavras têm sentidos para além delas em si, que têm mensagens, reconhecimentos e intenções. Podemos então afirmar que:
R: A linguagem é intencional 
10. Djamila Ribeiro é uma filósofa negra que mais têm influenciada as mídias sociais para o debate sobre as questões da população negra e sobretudo da mulher negra na sociedade brasileira. A sua importância se dá por ser uma mulher negra que vem reivindicando, conjuntamente com movimentos sociais negros, seus espaços que outrora foram silenciados. Quanto a questão da representatividade, pode-se afirmar:
R: É uma forma extremamente positiva para as crianças negras verem que há seus pares em locais de poder, reivindicando fortalecimentos identitários e lutando contra o embranquecimento social

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