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Tipos de Fundações

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1 FUNDAÇÕES 
5 FUNDAÇÕES 
5.1 - Definições 
5.1.1 - Fundação em superfície (também chamada rasa, direta ou superficial) 
Fundação em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente pela pressão distribuída sob a base 
da fundação e em que a profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente é inferior a duas 
vezes a menor dimensão da fundação: compreende as sapatas, os blocos, as sapatas associadas, os radiers 
e as vigas de fundação. Define-se, então: 
- sapata: elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo que as tensões de 
tração nele produzidas não podem ser resistidas pelo concreto, de que resulta o emprego de armadura. Pode 
ter espessura constante ou variável e sua base em planta é normalmente quadrada, retangular ou 
trapezoidal; 
- bloco: elemento de fundação superficial de concreto, geralmente dimensionado de modo que as tensões de 
tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem necessidade de armadura. Pode ter as 
faces verticais, inclinadas ou escalonadas e apresentar planta de seção quadrada, retangular, triangular ou 
mesmo poligonal: 
- sapata associada: sapata comum a vários pilares, cujos centros, em planta, não estejam situados em um 
mesmo alinhamento; 
- radier: sapata associada que abrange todos os pilares da obra ou carregamentos distribuídos (tanques, 
depósitos, silos etc); 
- viga de fundação: fundação comum a vários pilares, cujos centros, em planta, estejam situados no mesmo 
alinhamento ou para carga linear. 
5.1.2 - Fundação profunda 
Aquela em que o elemento de fundação transmite a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), por 
sua superfície lateral (resistência de atrito do fuste) ou por combinação das duas, e está assentada em 
profundidade, em relação ao terreno adjacente, superior no mínimo ao dobro de sua menor dimensão em 
planta. Seus diversos tipos são: 
- estaca: elemento estrutural esbelto que, introduzido ou moldado no solo, por cravação ou perfuração, tem a 
finalidade de transmitir cargas ao solo, seja pela resistência sob sua extremidade inferior (resistência de ponta 
ou de base), seja pela resistência ao longo de sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por combinação 
das duas; 
- tubuIão: elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que, pelo menos na sua etapa final de escavação, 
há descida de trabalhador. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido (pneumático), e ter ou não base 
alargada; pode ser executado sem revestimento ou com revestimento de aço ou de concreto; no caso de 
revestimento de aço (camisa de aço), esta pode ser perdida ou recuperável; 
- caixão: elemento de fundação profunda de forma prismática, concretado na superfície e instalado por 
escavação interna, usando ou não ar comprimido, e pode ter ou não alargamento de base; 
 
2 FUNDAÇÕES 
- estaca cravada (pode ser executada de madeira, aço. concreto pré-moldado. concreto moldado in situ ou 
mista): 
- estaca cravada por percussão: aquela em que a própria estaca ou um molde é introduzido no 
terreno por golpes de martelo - ou pilão (de gravidade, de explosão, de vapor ou de ar comprimido); 
- estaca tipo Franki: estaca cravada por percussão, caracterizada por ter a base alargada, obtida 
introduzindo através do molde certa quantidade de material granular ou concreto, mediante golpes de 
um pilão. Quanto ao fuste, ele pode ser moldado no terreno com revestimento perdido ou não, ou ser 
constituído por elemento pré-moldado; 
- estaca cravada por vibração: aquela em que a própria estaca, ou um molde, é introduzida no 
terreno por equipamento vibratório; 
- estaca cravada por prensagem (também chamada estaca de reação ou mega): aquela em que a 
própria estaca ou um molde é introduzida no terreno por meio de um macaco hidráulico; 
- estaca mista: estaca constituída pela combinação de dois ou mais elementos de materiais diferentes 
(madeira, aço. concreto pré-moldado e concreto moldado in loco). 
- estaca perfurada: 
- estaca-broca: estaca executada por perfuração do terreno com trado e posteriormente concretada; 
-estaca tipo Strauss: estaca executada por perfuração mediante balde-sonda (piteira), com uso 
parcial ou total de revestimento recuperável, e posterior concretagem; 
- estaca escavada: estaca executada por escavação mecânica, com uso ou não de lama bentonítica 
(adiante descrita), de revestimento total ou parcial, e posterior concretagem; sua forma mais comum é 
a circular; 
- estaca injetada: estaca na qual, por meio de injeção sob pressão de produto aglutinante, 
normalmente calda de cimento, procura-se aumentar a resistência de atrito lateral, de ponta ou ambas; 
não é cravada nem totalmente escavada. 
5.1.3 - Cota de arrasamento 
Cola em que deve ser deixado o topo de uma estaca ou tubulão, demolindo ou cortando o excesso acima 
dessa cota. Precisa ser definida de modo a deixar a estaca penetrar, no bloco de coroamento, um 
comprimento que satisfaça a transferência de esforços do bloco à(s) estaca(s) ou tubulão(ões). 
5.1.4 - Nega 
Penetração da estaca em milímetros, corresponde a 1/10 da penetração para os últimos dez golpes. Ao ser 
fixada ou fornecida, a nega tem de ser sempre acompanhada do peso do pilão e da altura de queda ou da 
energia de cravação (no caso de martelos automáticos). 
5.1.5 - Pressão admissível 
- pressão admissível de uma fundação superficial: 
pressão aplicada por uma fundação superficial ao terreno, que provoca apenas recalques que a 
construção pode suportar sem inconvenientes e que oferece, simultaneamente, um coeficiente de 
 
3 FUNDAÇÕES 
segurança satisfatório contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento estrutural de 
fundação (perda de capacidade de carga); 
- carga admissível sobre uma estaca ou tubulão isolado: 
aquela que, sobre ela(e) aplicada, nas condições de trabalho no conjunto das fundações, provoca 
apenas recalques que a construção pode suportar sem inconvenientes e, simultaneamente, oferece 
um coeficiente de segurança satisfatório contra a ruptura ou o escoamento do solo ou do elemento de 
fundação; a determinação da carga admissível necessita ser feita para as condições finais de trabalho 
da estaca ou tubulão (é importante no caso de fundações próximas a escavações, entre outras); 
- efeito de grupo de estacas ou tubulões: 
processo de interação das diversas estacas que constituem uma fundação, ao transmitirem ao solo as 
cargas que lhes são aplicadas; 
- recalque diferencial específico: 
diferença entre os recalques absolutos de dois apoios, dividida pela distância entre os apoios. 
5.1.6 - Viga de equilíbrio (também chamada viga-alavanca) 
Elemento estrutural que recebe as cargas de dois pilares (ou pontos de carga) e é dimensionado de modo a 
transmiti-las centradas às suas fundações. Permite-se, no dimensionamento da fundação do pilar interno, 
levar em conta um alívio de até 50% do valor calculado. Em nenhum caso será levado em conta um alívio 
total (soma dos alívios devidos a várias vigas de equilíbrio chegando a um mesmo pilar) superior a 50% da 
carga mínima do pilar. 
5.2 - INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS E GEOLÓCÍCAS 
5.2.1 - Generalidades 
Para fins de projeto e execução, as investigações geotécnicas do terreno de fundação (solo ou rocha ou 
mistura de ambos) abrangem: 
- investigações locais, compreendendo: 
 sondagens de reconhecimento e sondagens para retirada de amostras indeformadas; 
 ensaios de penetração, estática ou dinâmica; 
 ensaios in situ de resistência e deformação; 
 ensaios in situ de permeabilidade ou determinação da perda de água; 
 medições de nível de água e de pressão neutra; 
 realização de provas de carga; 
 processos geofísicos de reconhecimento. 
- investigações,em laboratório, sobre amostras representativas das condições locais, compreendendo: 
 caracterização; 
 resistência; 
 deformação; 
 permeabilidade. 
 
4 FUNDAÇÕES 
A realização de ensaios sobre amostras de água do subsolo ou livremente ocorrente está compreendida 
nessa fase de estudos geotécnicos, sempre que houver suspeita de sua agressividade aos materiais que 
constituirão as fundações a executar. Independentemente da extensão dos ensaios preliminares que tenham 
sido realizados, devem ser feitas investigações adicionais sempre que, em qualquer etapa da execução da 
fundação, for constatada uma diferença entre as condições reais locais e as indicações fornecidas por 
aqueles ensaios preliminares, de tal sorte que as divergências fiquem completamente esclarecidas. Em 
decorrência da interdependência que há entre as características do maciço investigado e o projeto estrutural, 
é recomendável que as investigações sejam acompanhadas pelos responsáveis que executarão o projeto 
estrutural e o de fundação. 
5.2.2 - Reconhecimento geológico 
Sempre que necessário, tem de ser realizada vistoria geológica de campo, por profissional especializado, 
complementada ou não por investigações geológicas adicionais com consultas a mapas geológicos, 
fotografias aéreas comuns etc. 
5.2.3 - Reconhecimento geotécnico 
São sondagens de simples reconhecimento, métodos geofísicos e qualquer outro tipo de prospecção do solo 
para fins de fundação. As sondagens de reconhecimento a percussão devem ser executadas de acordo com 
as Normas Técnicas Brasileiras, levando em conta as peculiaridades da obra em projeto. A utilização dos 
processos geofísicos de reconhecimento só pode ser aceita se acompanhada por sondagens de 
reconhecimento ou rotativas de confirmação. 
5.2.4 - Sondagem e poço de observação com retirada de amostras indeformadas 
Sempre que o vulto da obra ou a natureza do terreno exigirem, precisam ser realizadas sondagens ou poços 
de observação com retirada de amostras indeformadas, que têm de ser submetidas aos ensaios de 
laboratório julgados necessários ao projeto. 
5.2.5 - Ensaio de penetração estática ("diepsondering") 
Ensaio realizado com o penetrômetro estático, compreendendo a cravação no terreno, por prensagem, de um 
cone padronizado, permitindo medir separadamente a resistência de ponta e total (ponta mais atrito lateral) e 
ainda o atrito lateral local (com a camisa de atrito) das camadas interessadas. Os ensaios estáticos, embora 
não obrigatórios, são de grande valia, sobretudo em se tratando de fundações profundas. Em nenhum caso, 
todavia, tais ensaios, por não permitirem a coleta de amostras, substituem as sondagens de reconhecimento, 
as quais, portanto, não podem ser dispensadas. 
5.2.6 - Outros ensaios "in situ" 
Compreendem ensaios para reconhecimento das características de resistência, deformação, densidade, 
umidade, permeabilidade ou perda de água (em se tratando de maciço rochoso), realizados in situ. A 
resistência ao cisalhamento pode ser determinada por meio de palheta vane test, ou mesmo pelo 
cisalhamento de blocos de grandes dimensões, executados a céu aberto ou no interior de galerias. As 
características de deformação podem ser determinadas, conforme o caso em estudo, mediante ensaios 
pressiométricos ou de provas de carga (ver item 5.2.7 seguinte). As características de percolação dos 
 
5 FUNDAÇÕES 
maciços terrosos ou rochosos podem ser determinadas pelos ensaios de permeabilidade e de perda de água. 
Outras características, cujo conhecimento seja desejável, são determinadas por ensaios específicos. 
5.2.7 - Provas de carga 
Objetiva determinar, por meios diretos, as características de deformação ou resistência do terreno ou de 
elementos estruturais de fundação. Para isso, as provas de carga podem ser feitas com cargas verticais ou 
inclinadas, à compressão ou tração, cargas horizontais ou qualquer outro tipo de solicitação destinado a 
reproduzir as condições de funcionamento da fundação a que se destinam. 
5.2.8 - Ensaios de laboratório 
Visam à determinação de características diversas do terreno de fundação, utilizando amostras 
representativas do tipo deformada ou indeformada, obtidas na fase de projeto ou de andamento da obra. De 
acordo com o tipo da obra e das características a determinar, são executados, dentre outros, os ensaios 
abaixo especificados utilizando a amostra e a técnica de execução mais representativa de cada caso em 
estudo: 
 caracterização: granulometria por peneiramento com ou sem sedimentação, limites de liquidez e 
plasticidade; 
 resistência: ensaios de compressão simples, cisalhamento direto, compressão triaxial; 
 deformação: compressão confinada (adensamento), compressão triaxial, inclusive descompressão; 
 permeabilidade: ensaios de permeabilidade em permeâmetros de carga constante ou variável, ou 
mesmo indiretamente mediante ensaio de adensamento; 
 expansibilidade, colapsividade etc: ensaios para verificação dessas características dos solos. 
5.2.9 - Observações de obra 
Considera-se de especial interesse, não só para o controle da obra em si como também para o 
aperfeiçoamento da técnica de fundação e da melhoria dos conhecimentos da construtora obtidos sob 
condições reais, a observação das obras mediante instrumentação adequada no que se refere ao 
comportamento de suas fundações, bem como à interação estrutura-solo da fundação. Tal determinação 
pode ser exigida nos casos de projetos difíceis ou singulares ou nos casos em que se julgue necessária a 
verificação do desempenho de obras fundadas sob condições especiais. 
5.2.10 - Programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para fundações 
- Terminologia: 
Terreno é todo maciço natural caracterizado por condições geocronológicas e estratigráficas, 
incluindo assim, em termos práticos, solos, rochas e materiais intermediários, como solos residuais, 
rochas moles etc. A parte desse maciço, em extensão e profundidade, de interesse para a obra e seu 
projeto geotécnico é correntemente chamada de subsolo. 
- Procedimento Mínimo: 
Adotado na programação de sondagens de simples reconhecimento, na fase de estudos preliminares 
ou de planejamento do empreendimento, fora a fase de projeto, ou para o caso de estruturas 
especiais, eventualmente poderão ser necessárias investigações complementares para determinação 
 
6 FUNDAÇÕES 
dos parâmetros de resistência ao cisalhamento e da compressibilidade dos solos, que terão influência 
sobre o comportamento da estrutura projetada. Para tanto, devem ser realizados programas 
específicos de investigações complementares. 
- Número e locação das sondagens: 
O número de sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, de suas 
características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens tem de ser 
suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas do subsolo do local 
em estudo. As sondagens precisam ser em número de uma para cada 200 m2 de área da projeção em planta 
do edifício, até 1200 m2 de área. Entre 1200 m2 e 2400 m2, é necessário fazer uma sondagem para cada 400 
m2 que excederem de 1200 m2. Acima de 2400 m2, o número de sondagens será fixado de acordo com o 
plano particular da construção. Em quaisquer circunstâncias, o número mínimo de sondagens deve ser: 
- duas: para área da projeção em planta de edifício até 200 m2; 
- três: para área entre 200 m1 e 400 m2. 
Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, como nos estudos de viabilidade ou 
de escolha de local, o número de sondagens será fixado de forma que a distância máxima entre eles seja de 
100 m, com o mínimo de três sondagens. 
As sondagens temde ser localizadas em planta e obedecer às seguintes regras gerais: 
- na fase de estudos preliminares ou de planejamento do empreendimento, as sondagens precisam 
ser igualmente distribuídas em toda a área; na fase de projeto, pode-se locar as sondagens de acordo 
com critério específico que leve em conta pormenores estruturais; 
- quando o número de sondagens for superior a três, elas não devem ser distribuídas ao longo do 
mesmo alinhamento. 
- Profundidade das sondagens: 
A profundidade a ser explorada pelas sondagens de simples reconhecimento, para efeito do projeto 
geotécnico, é função do tipo de edifício, das características particulares de sua estrutura, de suas dimensões 
em planta, da forma da área carregada e das condições geotécnicas e topográficas locais. A exploração será 
levada a profundidades tais que incluam todas as camadas impróprias ou que sejam questionáveis, como 
apoio de fundações, de tal forma que não venham a prejudicar a estabilidade e o comportamento estrutural 
ou funcional do edifício. As sondagens tem de ser levadas até a profundidade em que o solo não seja mais 
significativamente solicitado pelas cargas estruturais, fixando como critério aquela profundidade em que o 
acréscimo da pressão no solo, devido às cargas estruturais aplicadas, for menor do que 10% da pressão 
geostática efetiva. Quando a edificação apresentar uma planta composta de vários corpos, o critério anterior 
se aplica a cada corpo da edificação. No caso de corpos de fundação isolados e muito espaçados entre si, a 
profundidade a explorar necessita ser determinada a partir da consideração simultânea da menor dimensão 
dos corpos de fundação, da profundidade dos seus elementos e da pressão estimada por eles transmitida. 
Quando uma sondagem atingir camada de solo de compacidade ou consistência elevada, e as condições 
geológicas locais mostrarem não haver possibilidade de se atingirem camadas menos consistentes ou 
compactas, pode-se interromper a sondagem naquela camada. Quando a sondagem atingir rocha ou camada 
 
7 FUNDAÇÕES 
impenetrável à percussão, subjacente a solo adequado ao suporte da fundação, pode ser nela interrompida, 
Nos casos de fundações de importância, ou quando as camadas superiores de solo não forem adequadas ao 
suporte, aconselha-se a verificação da natureza e da continuidade da camada impenetrável. Nesses casos, a 
profundidade mínima a investigar é de 5 m. A contagem da profundidade, para efeito do aqui descrito, precisa 
ser feita a partir da superfície do terreno, não se computando para esse cálculo a espessura da camada de 
solo a ser eventualmente escavada. No caso de fundações profundas (estacas ou tubulões), a contagem da 
profundidade tem de ser feita a partir da provável posição da ponta das estacas ou base dos tubulões. 
Considerações especiais necessitam ser feitas na fixação da profundidade de exploração, nos casos em que 
processos de alteração posteriores (erosão, expansão e outros) podem afetar o solo de apoio das fundações. 
5.3 - FUNDAÇÕES EM SUPERFÍCIE 
5.3.1 - pressão admissível 
Devem ser considerados os seguintes fatores na determinação da pressão admissível: 
• profundidade da fundação; 
• dimensões e forma dos elementos de fundação; 
• características das camadas de terreno abaixo do nível da fundação; 
• lençol de água; 
• modificação das características do terreno por efeito de alívio de pressões, alteração do teor de 
umidade ou ambos; 
• características da obra, em especial a rigidez da estrutura. 
No caso de não haver dúvida sobre as características do solo, conhecidas com segurança, como resultado da 
experiência ou fruto de sondagens, pode-se considerar como pressões admissíveis sobre o solo as indicadas 
na tabela a seguir: 
 
 
8 FUNDAÇÕES 
5.3.2 - Dimensionamento 
As fundações em superfície precisam ser definidas por dimensionamento geométrico e cálculo estrutural. No 
dimensionamento geométrico, devem-se considerar as seguintes solicitações: 
 cargas centradas 
 cargas excêntricas 
 cargas horizontais. 
5.3.3 - Disposições construtivas 
5.3.3.1 - Profundidade mínima 
A base de uma fundação tem de ser assentada a uma profundidade tal que garanta que o solo de apoio não 
seja influenciado pelos agentes atmosféricos e fluxos de água. Nas divisas de terrenos vizinhos, salvo quando 
a fundação for assentada sobre rocha, tal profundidade não pode ser menor que 1,5 m. 
5.3.3.2 - Implantação de fundações em terrenos acidentados 
Nos terrenos com topografia acidentada, a implantação de qualquer obra e de suas fundações precisa ser 
feita de maneira a não impedira utilização satisfatória dos terrenos vizinhos. 
5.3.3.3 - Fundações em cotas diferentes 
No caso de fundações contíguas assentadas em cotas diferentes, uma reta passando pelos seus bordos deve 
fazer, com a vertical, um ângulo A, que dependerá das características geotécnicas do terreno, observando-se 
que: 
 - para solos pouco resistentes; A ≥ 60° 
 para rochas: A = 30°. 
A fundação situada em cola mais baixa precisa ser executada em primeiro lugar, a não ser que se tomem 
cuidados especiais. 
5.3.3.4 - Fundação por sapatas 
5.3.3.4.1 - Sapata corrida de alvenaria de tijolos 
Quando as cargas não são muito grandes e o solo é regularmente resistente, podem ser utilizadas, como 
fundação, sapatas de alvenaria de tijolos que resultarão ao mesmo tempo seguras e econômicas. As 
escavações para execução desse tipo de fundação rasa têm de ser feitas de modo a atingir a camada de solo 
com resistência compatível com a carga a ser suportada. A profundidade de assentamento dessas fundações 
será entre 50 em e 1 m; a maiores profundidades, esse tipo torna-se já muito pesado e, talvez, mais caro que 
as sapatas de concreto. Necessitam ser seguidas as disposições construtivas abaixo discriminadas: 
- a largura da base da sapata ser, no mínimo, o dobro da largura da parede que sobre ela repousa; 
- a altura, desde a base da sapata até a base da parede, ser pelo menos igual a 2/3 da espessura da 
parede na sua base; 
- abaixo da base da sapata de alvenaria, ser executada uma placa de concreto armado, em trechos 
em nível, moldada in loco, de no mínimo 10 cm de espessura, sobressaindo pelo menos 10 cm de 
cada lado da sapata de alvenaria. Antes da execução da placa de concreto armado, o fundo da vala 
 
9 FUNDAÇÕES 
será cuidadosamente nivelado e energicamente apiloado, e revestido com urna camada de 5 cm de 
concreto simples, de consumo de 150 kg cimento/m3. 
5.3.3.4.2 - Sapata isolada de concreto armado - procedimento de execução de serviço 
a) Documentos de referência 
Sondagens do solo, projetos executivo de arquitetura e estrutural de fundações com a passagem de 
tubulação das instalações. 
b) Materiais e equipamentos 
Além daqueles existentes obrigatoriamente no canteiro de obras, quais sejam, dentre outros: 
 -Água limpa 
 EPCs e EPls (capacete, bolas de couro e de borracha e luvas de borracha) 
 Colher de pedreiro 
 Linha de náilon 
 Lápis de carpinteiro 
 Desempenadeira de madeira 
 Trena metálica de 30 m 
 Esquadro metálico de carpinteiro 
 Nível de mangueira ou aparelho de nível a laser 
 Martelo 
 Serrote 
 Pá 
 Enxada 
 Carrinho de mão com uma roda de pneu 
 Guincho, 
mais os seguintes (os que forem necessários para a obra): 
 Concreto pré-misturado 
 Armadura de aço do concreto 
 Estacas de madeira 
 Pregos 18x27 
 - Espaçadores plásticos em "+" 
 Sarrafos de madeira de 1" x 2", 1" x 4" e 1" x 6" 
 Tábuas de madeira de 1" x 9", 1" x 12" 
 Pontaletes de madeira de 3" x 3" 
 Soquete de 5 kg ou compactador mecânico tipo sapo. 
c) Método executivo 
- Condições para o início dos serviços 
As sondagense o projeto de fundação devem estar disponíveis e as peças da fundação locadas. 
 
10 FUNDAÇÕES 
- Execução dos serviços 
Inicialmente, deve-se providenciar a abertura da cava com largara, aproximadamente, 20 cm maior do que a 
dimensão da sapata. E necessário escavar até a cota de apoio da fundação, que se recomenda não ser 
inferior a 70 cm, medidos a partir do nível do terreno. É preciso iniciar a execução das sapatas apoiadas nas 
cotas mais profundas. Durante a escavação da cava, deve-se atentar para o correto nivelamento do fundo 
desta. Esse nivelamento pode ser garantido por meio de nível a laser ou de mangueira, a partir do nível de 
referência (RN), Após a conclusão da escavação (até atingir a resistência do solo compatível com a carga 
que irá suportar), é necessário proceder à regularização e compactação do fundo dessa cava, até 5 cm 
abaixo da cota de apoio, com um soquete de 5 kg ou por meio de um compactador mecânico tipo sapo. Após 
a compactação, caso a cola não atinja 5 cm abaixo da cota de apoio, é preciso regularizar a superfície, 
atentando para que não fique nenhum material solto. Deve ser lançado um lastro de concreto simples, com 
resistência compatível com a pressão de trabalho, com pelo menos 5 cm de espessura, que também é 
utilizado para regularizar a superfície de apoio. Esse lastro tem de preencher toda superfície do fundo da 
cava. Antes do lançamento do concreto desse lastro, o fundo das valas precisa ser abundantemente 
molhado, para que possam ser detectados, pela percolação de água, eventuais elementos indesejáveis 
localizados sob ele (formigueiros, raízes de planta e outros). Quando a sapata estiver apoiada diretamente 
sobre rocha, esta tem de ser limpa de maneira a garantir a perfeita aderência da sapata à rocha. É necessário 
preparar as formas de borda da base da sapata, atentando para o correto nivelamento do topo das formas 
laterais. As formas são executadas com sarrafos e tábuas de madeira, escoradas em estacas cravadas 
externamente no fundo e nas laterais da cava. Também, é preciso verificar o alinhamento e o esquadro das 
peças de madeira para manter constantes a largura e comprimento da sapata. Uma vez montadas as formas 
de borda, deve-se determinar, em função do projeto, a altura do loco do pilar, atentando para o correto ângulo 
de inclinação das laterais da sapata. Para concluir os serviços, tem de se proceder à armação e à 
concretagem da peça. A maior tensão do concreto se dará nos ângulos de junção das arestas da sapata 
(quadrada, retangular ou circular) com o pilar. Por essa razão, é de extrema importância a cuidadosa 
concretagem da base do pilar onde há sobreposição dos ferros de arranque com as barras tio pilar, o que 
pode causar a formação de ninhos no concreto. A aderência entre ferro e concreto nas sapatas é 
extremamente importante, pois é comum observarem-se rupturas produzidas por falta de aderência entre 
eles. Como regra prática, todas as barras devem ter o comprimento de mais que 38 diâmetros embutidos no 
concreto. 
5.4 - FUNDAÇÕES PROFUNDAS 
5.4.1 - Carga admissível de uma estaca ou tubulão isolado 
É aquela que provoca apenas recalques admissíveis para a estrutura e que apresenta segurança à ruptura do 
solo e do elemento de fundação. Na definição dos recalques admissíveis, tem de ser examinada a 
sensibilidade da estrutura projetada a recalques, especialmente a recalques diferenciais, os quais, de 
ordinário, são os que prejudicam sua estabilidade. Os dois primeiros aspectos (recalques e segurança à 
ruptura do solo) definem a carga admissível do ponto de vista geotécnico. O último aspecto (segurança à 
ruptura do elemento de fundação) define a carga admissível do ponto de vista estrutural (ver 5.4.7). A partir 
do valor calculado (ou determinado experimentalmente) para a capacidade de carga na ruptura, a carga 
 
11 FUNDAÇÕES 
admissível é obtida mediante aplicação de coeficiente de segurança adequado, não inferior a dois. O atrito 
lateral é considerado positivo no trecho de fuste da estaca ou tubulão ao longo do qual o elemento de 
fundação tende a recalcar mais que o terreno circundante. O atrito lateral é considerado negativo no trecho 
em que o recalque do solo tender a ser maior que o da estaca ou tubulão. Esse fenômeno ocorre no caso de 
solo em processo de adensamento provocado pelo peso próprio (caso de aterros) ou devido a sobrecargas 
lançadas na superfície, rebaixamento de lençol de água ou amolgamento decorrente de execução de 
estaqueamento. Os seguintes métodos são usados na determinação da capacidade de carga do solo 
(capacidade de carga de fundações profundas): 
- métodos estáticos: podem ser teóricos, quando o cálculo é feito com teoria desenvolvida dentro da 
Mecânica dos Solos, ou semiempírico, quando são usadas correlações com ensaios in situ; na análise das 
parcelas de resistência de ponta e de atrito lateral, é necessário levar em conta a técnica executiva e as 
peculiaridades de cada tipo de estaca ou tubulão; quando o elemento de fundação tiver base alargada, o 
atrito lateral tem de ser desprezado ao longo de um trecho inferior do fuste (acima do início do alargamento 
da base) igual ao diâmetro da base; 
- provas de carga: a capacidade de carga pode ser determinada por provas de carga; nesse caso, na 
determinação da carga admissível, o fator de segurança contra a ruptura precisa ser igual a dois; 
- métodos dinâmicos: são métodos de estimativa da capacidade de carga de estacas cravadas a percussão, 
baseados na observação do seu comportamento durante a cravação. A capacidade de carga de uma estaca 
cravada a percussão é função da resistência que o solo oferece à sua cravação nos últimos golpes. 
Denominando essa resistência por R e a penetração (por golpes) por s, o produto R.s deverá ser igual ao 
trabalho do golpe do martelo multiplicado pelo rendimento do golpe: 
R.s = q.P.h 
onde q é o rendimento do golpe, P o peso do martelo e h sua altura de queda. 
5.4.2 - Efeito de grupo de estacas ou tubulões 
O processo de interação das diversas estacas ou tubulões que constituem uma fundação, ao transmitirem ao 
solo as cargas que lhes são aplicadas, acarreta uma superposição de tensões, de tal sorte que o recalque do 
grupo de estacas ou tubulões, para a mesma carga por estaca é, em geral, diferente do recalque da estaca 
ou tubulão isolado. A carga admissível de um grupo de estacas ou tubulões não pode ser maior que a de uma 
hipotética sapata de mesmo contorno que o do grupo, e assentada a uma profundidade acima da ponta das 
estacas ou tubulões igual a 1/3 do comprimento de penetração na camada-suporte, sendo a distribuição de 
pressões calculada por um dos métodos consagrados na Mecânica dos Solos. No caso particular de conjunto 
de tubulões de base alargada, a verificação deve ser feita em relação a uma sapata que envolva as bases 
alargadas e repouse na mesma cota de apoio dos tubulões. As estacas de um grupo têm de estar espaçadas 
de forma tal que o trecho de terreno entre elas continue a atuar como elemento de resistência. Quando elas 
se encontram muito próximas entre si, pode ocorrer que o prisma de solo entre elas se solidarize às estacas, 
funcionando o grupo mais o solo intermediário como um só bloco. Assim, a capacidade de carga de um grupo 
de estacas pode ser diminuída pela cravação de estacas adicionais. O espaçamento mínimo aconselhado 
pela prática é de 2,5 diâmetros do círculo de área equivalente à seção das estacas, contado eixo a eixo, mas 
essa distância nunca deve ser inferior a 60 cm. 
 
12 FUNDAÇÕES 
5.4.3 - Peculiaridades dos diferentes tipos de fundação profunda 
5.4.3.1 - Estaca de madeira 
As estacas de madeira precisam atender às seguintes condições: 
- a ponta e o topo ter diâmetros maiores que 15cm e 25 cm, respectivamente; 
- a reta que une os centros das seções de ponta e topo estar integralmente dentro da estaca; 
- o topo das estacas ser convenientemente protegido para não sofrer danos durante a cravação; 
quando, entretanto, durante a cravação ocorrer algum dano na cabeça da estaca, a parte afetada tem 
de ser cortada; 
- as estacas de madeira ter seu topo (cola de arrasamento) abaixo do nível de água permanente; em 
obras provisórias ou quando as estacas recebem tratamento de eficácia comprovada, essa exigência 
pode ser dispensada; 
- em terrenos com matacões, ser evitadas as estacas de madeira; 
- quando tiver de penetrar ou atravessar camadas resistentes, a ponta ser protegida por ponteira de 
aço; 
- em águas livres, as estacas de madeira ser protegidas contra o ataque de organismos. 
5.4.3.2 - Estaca de aço 
As estacas de aço devem ser praticamente retilíneas e resistir à corrosão, pela própria natureza do aço ou 
por tratamento adequado. Quando inteiramente enterradas em solo natural, independentemente do nível do 
lençol de água, as estacas metálicas dispensam tratamento especial. Havendo, porém, trecho desenterrado 
ou sujeito a efeitos de aeração diferencial ou ainda imerso em aterro com materiais agressivos ao aço, é 
obrigatória a proteção desse trecho com um encamisamento de concreto ou outro recurso adequado (pintura 
à base de resina epóxi, proteção catódica etc). As estacas de aço podem ser constituídas por perfis 
laminados, mais comuns com seção "I" (podendo ser usados os perfis fabricados não só para pilares como os 
para vigas, pois a questão de flambagem em estacas é de pequena importância), ou soldados, simples ou 
múltiplos, tubos de chapa dobrada (seção circular, quadrada ou retangular), tubos sem costura e trilhos. As 
estacas metálicas podem ser emendadas por solda, talas parafusadas ou luvas. Consideram-se retilíneas as 
estacas cujo raio de curvatura for maior que 400 m. Como essas estacas poderão ser emendadas, elas 
permitirão ser cravadas até profundidades muito grandes, com a finalidade de transferir a carga para um 
substrato profundo, firme, que é muitas vezes constituído por rocha. Toda a soldagem executada na obra 
será precedida de criteriosa remoção de óxido de ferro formado na superfície de trabalho. Na utilização de 
estaca constituída por perfis metálicos agrupados, a soldagem deverá ser feita de modo a evitar que as 
tensões de cisalhamento possam provocar a separação dos perfis. 
5.4.3.3 - Estaca de concreto 
5.4.3.3.1 - Estaca pré-moldada ou pré-fabricada 
As estacas pré-moldadas podem ser de concreto armado ou protendido, concretadas em formas horizontais 
ou verticais, ou por sistema de centrifugação. Precisam ter armadura e receber cura adequada, de modo a 
terem resistência compatível com os esforços decorrentes de manuseio, transporte, cravação e utilização. A 
 
13 FUNDAÇÕES 
seção de uma estaca pré-moldada de concreto poderá ser de qualquer formato, desde que sua simetria seja 
radial. As seções mais comuns são a quadrada (mais fácil de ser moldada e armada), a octogonal e a circular 
(esta última moldada por processo centrífugo). A resistência de atrito lateral, por unidade de volume, é menor 
nas estacas circulares e maior nas de seção quadrada. A maior vantagem das estacas pré-moldadas de 
concreto é que elas podem ser confeccionadas em qualquer dimensão para se adaptarem ao bate-estacas 
disponível e a qualquer carga de trabalho: sejam de pequena seção e comprimento (suportando pequenas 
cargas), para serem cravadas com bate-estacas leves, sejam suportando cargas pesadas, compridas e de 
grande seção, para serem cravadas com bate-estacas especiais. As estacas de concreto são sempre 
armadas, porém a função da armadura é essencialmente para resistir às tensões que aparecem no seu 
transporte, manuseio e cravação. A armação consiste em barras longitudinais, solidarizadas por estribos 
colocados em quadrados ou em círculos isolados ou hélices contínuas. Para a proteção da armadura, deverá 
haver em torno dela uma camada de recobrimento de concreto de pelo menos 3 cm. A cabeça da estaca será 
feita e armada de forma a não ser danificada pelos golpes do martelo (pilão) durante a cravação. A superfície 
do topo terá de ser perfeitamente plana e em ângulo reto com o eixo da estaca, e a armadura de estribos 
necessita ser ali duplicada. As barras longitudinais deverão ficar pelo menos 15 cm abaixo daquela superfície. 
A ponta da estaca precisa ter seção semelhante a do restante da estaca: a relação entre os lados das duas 
seções será igual a 1/4. A armadura necessita ser duplicada da ponta até a altura igual ao dobro da distância 
entre dois lados opostos da seção da estaca. Sempre que possível, deverá ser evitado o uso de estacas pré-
moldadas de concreto em terrenos com grande variação de características (que possa provocar grande 
variação no comprimento das diversas estacas) e em terrenos onde for constatada a presença constante de 
matacões. Terá de ser observado cuidado no manuseio e transporte das estacas, a fim de que não ocorram 
trincas causadas por choque. 
5.4.3.3.2 - Estaca moldada "in loco" 
a) Generalidades: 
As estacas moldadas in loco são executadas preenchendo de concreto perfurações previamente executadas 
no terreno, mediante escavações ou cravações de tubo. As estacas podem ou não ter base alargada. Essas 
perfurações podem ter suas paredes suportadas ou não e o suporte ser provido por um revestimento, 
recuperável ou perdido, ou por lama tixotrópica (adiante descrita). Só é admitida a perfuração não suportada 
em terrenos coesivos, acima do lençol de água, natural ou rebaixado. Quanto à concretagem, admitem-se as 
seguintes variantes: 
- perfuração não suportada (isenta de água): o concreto é simplesmente lançado do topo da 
perfuração, por meio de tromba (funil) de comprimento adequado: usualmente, é suficiente que o 
comprimento do tubo do funil seja 5 vezes o seu diâmetro; 
- perfuração suportada com revestimento perdido, isenta de água: o concreto é simplesmente lançado 
do topo da perfuração; 
- perfuração suportada com revestimento perdido ou a ser recuperado, cheio de água: é adotado um 
processo de concretagem submersa, de preferência com emprego de tremonha (adiante descrita); 
- perfuração suportada com revestimento a ser recuperado, isenta de água: nesse caso. a 
concretagem pode ser feita em duas modalidades: 
 
14 FUNDAÇÕES 
 o concreto é lançado em pequenas quantidades, que são compactadas sucessivamente, à 
medida que se retira o tubo de revestimento; emprega-se concreto com fator água-cimento 
baixo (0,40 a 0,45); 
 o tubo é inteiramente cheio de concreto plástico e, em seguida, é retirado de uma só vez com 
auxilio de equipamento adequado. 
Em cada caso, o concreto deve rei' plasticidade adaptada à modalidade de execução. 
- perfuração suportada por lama: é adotado um processo de concretagem submersa, utilizando-se 
(remoinha; no caso de uso de bomba de concreto, ela tem de despejar o concreto no topo da 
tremonha. Sendo vedado bombear diretamente para o fundo da estaca. 
Nos casos em que, apesar dos cuidados mencionados, não se possa garantir a integridade da estaca, esses 
processos precisam ser revistos, A execução de estacas moldadas in loco, sem revestimento ou com tubo de 
revestimento recuperado, onde houver espessas camadas de argilas moles, exigirá cuidados especiais, tais 
como dosagem e plasticidade adequadas do concreto, armadura especial etc. No caso de estaca Strauss, 
para garantia da sua qualidade, necessitam ser considerados os aspectos a seguir: 
- centralização da estaca: o tripé ou torre será posicionado de maneira que o soquete preso ao cabo 
de aço fique centralizado no piquete de locação; 
-inicio da perfuração: a perfuração é iniciada com o soquete até 1 m a 2 m de profundidade. O furo 
servirá de guia para introdução do primeiro tubo de revestimento, dentado na extremidade inferior e 
chamado de coroa; 
- perfuração: após a introdução da coroa, o soquete é substituído pela sonda (piteira), a qual, por 
golpes sucessivos, vai retirando o solo do interior e abaixo da coroa, que vai se aprofundando no 
terreno. Quando a coroa estiver toda cravada, é roscado o tubo seguinte, e assim sucessivamente, até 
que se atinja a profundidade prevista para a estaca e as condições previstas para o terreno. 
Imediatamente antes a concretagem, deve ser feita a limpeza completa do fundo da estaca, com total 
remoção da lama e da água eventualmente acumuladas durante a perfuração; 
- concretagem: 
 com o furo completamente seco, e lançado o concreto no tubo em quantidade suficiente 
para se ter uma coluna de, aproximadamente, 1 m. Sem puxar a tubulação de 
revestimento, apiloa-se o concreto, para formar uma espécie de bulbo; 
 para execução do fuste, o concreto é lançado dentro da tubulação e, à medida que é 
apiloado, ela vai sendo retirada com o emprego do guincho manual. Para garantia de 
continuidade do fuste, precisa ser mantida dentro da tubulação, durante o apiloamento, 
uma coluna de concreto suficiente para que ele ocupe todo o espaço perfurado e 
eventuais vazios e deformações, no subsolo. O pilão não pode ter condições de entrar 
em contato com o solo da parede ou da base da estaca, para não provocar 
desabamento ou mistura de solo com o concreto; 
 a concretagem é feita até pouco acima da cota de arrasamento da estaca, deixando um 
excesso para o corte manual da cabeça da estaca; 
 
15 FUNDAÇÕES 
 - o concreto utilizado tem de apresentar, no mínimo, Fck = 12 MPa e consumo de 
cimento superior a 300 kg/m3, e deve ter consistência plástica. Nesse caso, recomenda-
se fator água-cimento não superior a 0,55. 
b) "Broca" de Concreto: 
Dentre as anteriormente descritas estacas moldadas in loco, a broca de concreto é a mais singela. Consiste 
simplesmente na perfuração do terreno por meio de uma broca ou trado-cavadeira até encontrar o subsolo 
firme. Em seguida, o furo é preenchido com concreto bastante seco e lançado através de um funil apropriado, 
de modo a impedir que, por arqueamento, que fique preso às paredes do furo. O adensamento do concreto 
precisa ser feito por meio de socamento com vara. Todas as brocas necessitam ser executadas com concreto 
de consumo mínimo de cimento de 300 kg/m3, com comprimento máximo de 4 m, diâmetro mínimo de 25 cm 
e espaçadas de, no máximo, 2.5 m quando se tratar de pequenas edificações e 3 m quando se tratar de 
muros de fecho, gradis etc. Como armadura de espera na cabeça da broca, para a futura ligação com o bloco 
de coroamento ou a viga-baldrame, utilizam-se, no mínimo, quatro barras de aço de Φ 3/8" 
(convenientemente afastadas entre si) e 1.5 m de comprimento, dos quais, pelo menos, a extensão exposta 
seja igual a 40 vezes o diâmetro utilizado. O uso de brocas de concreto só é permitido quando se tratar de 
execução da fundação de pequenas edificações, muros de fecho, gradis, muretas etc, que propiciem a 
distribuição de cargas não superiores a 5 t por unidade, em solos suficientemente coesivos (para evitar o 
estrangulamento do furo) e na ausência de lençol freático. A execução de brocas na presença do lençol 
freático só é admitida quando se tratar de solos com baixa permeabilidade, que possibilitem a concretagem 
do fuste antes do acúmulo de água no furo e sempre após a aprovação do engenheiro da construtora. 
c) Estaca Strauss: 
Outro tipo de estaca moldada in situ é a Strauss, de custo bastante baixo. Um tubo de aço é cravado no 
terreno, tendo um mandril no seu interior, até ser atingida a resistência do solo necessária. O mandril é 
retirado e em seguida lançado concreto seco no interior do tubo, ao mesmo tempo em que este é removido. 
Como alternativa, à medida que se lança o concreto, ele pode ir sendo apiloado pelo próprio mandril que 
serviu para a cravação. Em geral, força-se esse apiloamento nas primeiras camadas (mais profundas), para 
formar uma base alargada e aumentar, assim, a resistência de ponta. Não será permitida a execução de 
estacas Strauss em solos que apresentem cantadas submersas de areia (que possam impedir a limpeza do 
furo para a concretagem) e/ou camadas de argila mole (que possam produzir o estrangulamento do fuste 
quando da retirada da camisa metálica, estando o concreto ainda plástico). O concreto a ser utilizado, na 
execução desse tipo de estaca, precisa ser de consumo mínimo de cimento de 300 kg/m3 e suficientemente 
plástico para não aderir à camisa metálica durante sua retirada (impedindo assim a formação de vazios e o 
consequente seccionamento ou estrangulamento do fuste). Na execução de estacas Strauss, será exigido 
rigoroso controle volumétrico da concretagem, ou seja, adequada equivalência entre o volume do fuste mais o 
do bulbo alargado e o volume de concreto lançado e adensado. Assim, durante a retirada da camisa metálica, 
têm de ser tomados os cuidados necessários para que seja sempre mantida, no seu interior, uma coluna de 
concreto que impeça a invasão de terra no furo de fuste (por desmoronamento) e seu consequente 
seccionamento ou estrangulamento, medindo o comprimento alcançado, correlacionando-o com o volume de 
concreto lançado em cada uma das sucessivas operações de concretagem. 
 
16 FUNDAÇÕES 
d) Estaca Franki: 
Crava-se no terreno, até a resistência do solo necessária, um tubo de aço cuja ponta é obturada por meio de 
uma bucha de concreto seco. Ao atingir a cota desejada, firma-se o tubo de revestimento e expulsa-se a 
bucha. Procede-se depois à concretagem do fuste, vertendo concreto seco no tubo, que é arrancado à 
medida que vai sendo lançado o concreto, o qual é sempre apiloado pelo pistão do próprio bate-estacas, Na 
maioria das vezes, introduz-se no fuste uma armação composta de quatro barras de ferro solidarizadas por 
estribos. As estacas Franki têm diâmetros de tubo variando desde 30 cm até 60 cm. São projetadas para 
suportar cargas geralmente elevadas, até 100 t. Sempre que a execução de estacas Franki compreender a 
travessia de camadas espessas de argila rija e isso representar perigo de levantamento ou trincas para 
estacas vizinhas, deverão ser utilizados processos de pré-furação ou escavação interna à camisa, que aliviam 
a excessiva compressão do solo continente. O concreto a ser utilizado na execução desse tipo de estaca tem 
de ser de consumo mínimo de cimento de 300 kg/m3 e com densidade tal que possibilite boa compactação, 
diminuindo assim os riscos de estrangulamento do fuste. Os últimos 150 L de concreto do bulbo precisam ser 
vigorosamente apiloados, com o número de golpes necessário para desenvolver energia (E) mínima de 250 
tm (para estacas de até Φ 45 em) ou 500 tm (para estacas de diâmetros superiores a 45 cm), assim 
determinada: 
E = N P H 
onde N é o número de golpes requerido, P é o peso do martelo (ou pilão) utilizado e H sua altura de queda. 
Nos casos em que a solução tecnicamente mais indicada for a utilização de estacas Franki e houver a 
necessidade de se atravessar camadas muito espessas de argila mole (da ordem de 10 m ou mais), ou for 
detectada a presença de elementos agressivos ao concreto ou à sua armadura, é necessário adotar, desde 
que economicamente viável, o processo de estaca Franki tubada (com camisa metálica perdida). Na 
execução de estacas Franki tubadas, deverão ser observadas as mesmas recomendações estabelecidas 
para a moldagem de estacas Strauss, no que diz respeito ao rigoroso controle volumétrico do concreto 
lançado e seu correlacionamento com o comprimentoalçado da camisa metálica. 
e) Estaca Escavada com Uso de Lama Bentonítica: 
GENERALIDADES 
É a estaca moldada in loco cujo processo de execução e o mais complexo. As estacas escavadas com uso 
de lama, sejam circulares, sejam alongadas (estacas-barrete ou paredes-diafragma), pela sua técnica 
executiva, têm sua resistência, em grande parte, dependendo do atrito ao longo do fuste, enquanto a 
resistência de ponta é considerada apenas depois de recalques mais elevados. 
- carga admissível: nessas condições, a carga admissível de uma estaca escavada precisa atender 
simultaneamente às seguintes condições; 
• ser obtida pela aplicação do coeficiente de segurança igual a dois à soma da resistência de atrito e 
resistência de ponta, de modo que a resistência de atrito não seja inferior a 80% da carga de trabalho 
a ser adotada; e 
 
17 FUNDAÇÕES 
• quando a estaca tiver sua ponta em rocha e possa garantir o contato entre o concreto e a rocha, toda 
carga pode ser absorvida por resistência de ponta, valendo nesse caso o coeficiente de segurança 
não inferior a três. 
- concretagem: deve ser feita por meio de tremonha, usando concreto que satisfaça as seguintes exigências: 
 resistência característica 150 kg/cm2; 
 fator água-cimento máximo = 0.5; 
 - teor de cimento não inferior a 400 kg/m3; 
 abatimento (slump-test) = (20 ± 2) cm; 
 diâmetro máximo do agregado não superiora 10% do diâmetro do tubo de concretagem, em geral brita 
n°1; 
 o embutimento da tremonha no concreto durante toda a concretagem não pode ser inferior a 1,5 m, a 
fim de evitar mistura da lama com o concreto. 
- lama bentonítica (adiante descrita): a fim de garantir o bom funcionamento da lama bentonítica na 
estabilização das paredes, exige-se que o nível da lama na escavação seja mantido em 1,5 m acima do nível 
do lençol freático. 
- aditivos: o uso de aditivos plastificantes é normalmente necessário e, de qualquer modo, eles só são 
aceitáveis se seu tempo de eficácia não for inferior ao tempo total de concretagem da estaca. 
As estacas escavadas de grande diâmetro, de concreto armado, escavadas diretamente no terreno, são 
dotadas de grande capacidade portante, tendo como função a transmissão da carga da superestrutura a um 
estrato profundo e resistente do subsolo ou de difundir o peso da construção a substratos de terreno capazes 
de oferecer suficiente resistência à carga. Os mesmos equipamento e tecnologia permitem ainda a execução 
de diafragmas contínuos de concreto armado moldados no terreno, com a função de construir no subsolo um 
muro vertical de profundidade e largura variáveis. 
ESTACA ESCAVADA DE GRANDE DIÂMETRO ("ESTACÃO") 
São chamadas estacas de grande diâmetro as que se apresentam com diâmetro igual ou superior a 70 cm; 
os diâmetros normalmente utilizados variam de 120 cm a 160 cm, embora possam ser executadas estacas de 
diâmetro superior a 200 cm, chegando a atingir até 300 cm. Não sendo possível utilizar, para o revestimento 
de tais estacas, tubos-forma de grandes dimensões, é a elas aplicada a mesma técnica desenvolvida para a 
execução de diafragmas contínuos, qual seja com o emprego de lama bentonítica. As estacas de grande 
diâmetro executadas por perfuração à rotação podem ser feitas próximo a construções existentes, dada a 
quase total ausência de vibração, substituindo com sensível vantagem técnica as estacas cravadas por 
percussão e, com vantagem econômica, os tubulões a ar comprimido, além de grande rapidez de execução. 
Existem, ainda, estacas de grande diâmetro com célula de pré-carga, que correspondem à fundação por 
estacas flutuantes, à qual se recorre quando, pela inexistência de camadas resistentes no subsolo, não se 
consegue ter contribuição suficiente e adequada da resistência de ponta, devendo toda a carga ser 
transmitida ao solo por atrito lateral. As vantagens que as estacas perfuradas mecanicamente apresentam em 
relação aos outros tipos são: 
 
18 FUNDAÇÕES 
- conhecimento imediato e real de todas as cantadas atravessadas e possibilidade de segura 
avaliação da capacidade de carga da estaca mediante a coleta de amostras e seu eventual exame em 
laboratório; 
- ausência de vibração (evitando qualquer percussão), pois a escavação se faz por rotação; 
- gradual adaptação da estaca às condições físicas do terreno, com sensível aumento do atrito lateral 
e possibilidade de obter estaca mais adequada à desejada distribuição das cargas sobre o terreno; 
- possibilidade de atingir grande profundidade (50 m a 70 m); 
- possibilidade de executar a estaca em quase qualquer tipo de terreno, com água ou não, e 
atravessar matacões de pequenas dimensões (com a aplicação de uma ferramenta especial: trépano). 
PAREDE-DIAFRAGMA 
Com os mesmos métodos executivos das estacas escavadas, são moldadas as paredes de estacas 
tangentes ou secantes. O tipo de diafragma de concreto armado utiliza, na fase de escavação, as 
propriedades tixotrópicas da lama bentonítica. A espessura dos diafragmas em concreto armado 
normalmente utilizados varia de 30 cm a 150 cm. A parede-diafragma consiste, na execução em subsolos, de 
um muro vertical de diversas profundidades e espessuras, constituído de painéis sucessivos. Para se 
executar esse diafragma, escavasse o terreno em trincheiras com a profundidade de projeto (estabilizando a 
escavação com lama bentonítica). Coloca-se posteriormente a armadura e conclui-se com o lançamento do 
concreto. A parede poderá ter função estática ou de interceptação hidráulica, podendo ser constituída de 
concreto simples ou armado, ou de concreto plástico ou impermeável, conforme a função a que se destinar. 
São utilizadas na construção de: 
 - paredes de contenção para escavações na construção de subsolos, inclusive nas proximidades de 
edifícios existentes; 
 - em forma poligonal, na execução de reservatórios subterrâneos; 
 - portantes, com função de fundação profunda; 
 - como estrutura de contenção para prevenção de deslizamentos. 
ESTACA-BARRETE 
As estacas-barrete são elementos de fundação de seção retangular dotados de alta capacidade de carga que 
em diversas condições, podem ser utilizadas com vantagem em substituição às estacas de grande diâmetro 
(estacões). Essas estacas são moldadas com a técnica e o equipamento de execução dos diafragmas 
contínuos de concreto armado. As estacas-barrete são derivadas de um ou mais painéis de parede-
diafragma, orientados ou associados de diversos modos e utilizados como elementos portantes de fundação, 
em substituição às estacas de grande diâmetro. Podem ser distribuídas em várias posições, das quais 
algumas na forma de "L", "T", "H", " X ", "I" e outras. A capacidade de carga típica de uma estaca-barrete varia 
aproximadamente de 155 tf (com seção de 30 cm x 150 cm e concreto trabalhando a 35 kg/cm2) até 1500 tf 
(com seção de 1,2 m x 3,2 m e concreto a 50 kg/cm2). 
METODOLOGIA EXECUTIVA 
- Generalidades; 
 
19 FUNDAÇÕES 
A execução de elementos de fundação c de paredes-diafragma por perfuração em presença ou não da lama 
bentonítica deve prever as seguintes condições: 
• a perfuração pode ser executada a seco, no caso particular de terreno fortemente impermeável (ou 
na ausência de lençol freático) e coesivo; ou 
• por intermédio da contenção das paredes do furo. Essa contenção pode ser realizada de duas 
maneiras; 
• mediante a cravação de revestimento metálico temporário ou perdido; 
• por meio de utilização de lama bentonítica. 
- Perfuração: 
sistema de perfuração pode ser por rotação ou por mandíbulas (clam-shell), conforme se trate de estacas 
cilíndricas ou paredes-diafragma e estacas-barrete. Para o sistema de perfuração à rotação, com eventual 
emprego de lama bentonítica, o equipamento consta essencialmentede uma plataforma rotativa, que aciona 
uma baste telescópica (com comprimento necessário para atingir as cotas de fundação), que desliza pela 
mesa e que tem na sua extremidade inferior uma ferramenta de escavação. As características da ferramenta 
utilizada nessa escavação variam em conformidade com a natureza do terreno, sendo certo que seus tipos 
principais (trado, caçamba e coroa) deverão ter diâmetro necessário para atender às exigências do projeto. 
Podem ser utilizados também alargadoras acima do diâmetro nominal da caçamba. Quando a máquina 
estiver locada com a ferramenta precisamente centrada na posição da estaca, a ferramenta é girada e 
pressionada contra o solo. À medida que penetra no solo, a ferramenta é preenchida gradualmente. Quando 
cheia, a haste é levantada e a ferramenta esvaziada automaticamente, por força centrífuga (no caso de trado) 
ou por abertura do fundo (no caso de caçamba - clam-shell). Essa operação se repete até que tenha sido 
alcançada a profundidade de projeto. Desde o início da perfuração, adiciona-se lama bentonítica no furo, 
mantendo-a sempre em nível acima da boca do furo. 
- Colocação da Armadura: 
Terminada a perfuração, procede-se à colocação da armadura em gaiolas pré-montadas, por meio de 
guindaste, devendo ser a armadura dotada de estribos espirais, anéis de rigidez e espaçadores que possam 
garantir recobrimento conveniente da ferragem principal. 
- Concretagem; 
O lançamento do concreto em perfuração preenchida com lama bentonítica é submersa, ou seja, de baixo 
para cima, com o emprego de tubo de concretagem: tubo tremonha (tremie). O concreto, sendo mais denso 
que a lama, expulsa esta que é bombeada de volta para o depósito da lama. É uma operação simples, mas 
que requer habilidade e atenção. Um elemento de fundação perfeito somente se obtém com o completo 
deslocamento da lama. A substituição incompleta da lama na extremidade inferior do elemento de fundação 
pode prejudicar a resistência de ponta. A indesejável mistura de concreto com lama pode formar inclusões e 
reduzir a resistência do concreto. Também, bentonita não deslocada da armadura reduz a aderência entre o 
aço e o concreto. 
CAPACIDADE DE CARGA 
 
20 FUNDAÇÕES 
O cálculo da capacidade de carga de um elemento de fundação é função das características do subsolo. Para 
as estacas concretadas in loco, há fórmulas estáticas compostas de duas partes: uma que exprime a 
capacidade de carga devido à resistência por atrito lateral e a outra pela resistência de ponta. Admite-se que 
a capacidade limite de uma estaca seja a soma das capacidades de resistência de ponta e de aderência 
lateral. No entanto, em casos particulares, a capacidade-limite da estaca será igual somente à resistência de 
ponta ou somente a de atrito lateral. A capacidade de carga típica de um estacão varia de aproximadamente 
99 tf (com diâmetro de 60 cm e solicitação à compressão simples do concreto de 35 kg/cm2) até 1571 tf (com 
diâmetro 200 cm e concreto a 50 kg/cm2). 
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
- em estacas escavadas: 
 plataforma de perfuração 
 hastes telescópicas; 
- em paredes-diafragma e estacas-barrete: 
 sistema de perfuração (constituído de uma haste vertical telescópica que desliza sobre guta robusta, 
que mantém constante a verticalidade e a orientação da escavação, tendo na extremidade um clam-
shell de comando hidráulico por intermédio de pistões). 
COMPOSIÇÃO E PROPRIEDADES DA BENTONITA 
A bentonita é uma mistura argilosa constituída prevalentemente de montmorilonita (silicato hidratado de 
alumínio), que absorve água até seis a sete vezes o próprio peso, aumentando de 15 a 20 vezes o próprio 
volume, formando uma suspensão coloidal, cuja propriedade fundamental é a tixotropia, ou seja, a 
característica de sofrer transformação isotérmica e reversível, apresentando-se como gel, quando em 
repouso, e como solução, quando em movimento. Por causa dessa propriedade, ao lado das paredes de uma 
perfuração e em suas reentrâncias, forma-se uma película (cake) de partículas de bentonita hidratada, que se 
constitui em barreira à passagem de água. Assim, uma fraca suspensão, com pequena percentagem de 
sólidos, apresenta: 
- viscosidade superior á da água 
- tixotropia 
- capacidade de formação de película (cake), 
propriedades essas essenciais, que tornam possível o emprego da bentonita na estabilização de escavações, 
mantendo-as inalteráveis até que se processe a concretagem. Em resumo, pode-se afirmar que a suspensão 
bentonitíca atua sobre a parede da escavação exercendo pressão hidrostática correspondente à profundidade 
da suspensão naquele ponto. Essa suspensão atua por meio da película (cake) que forma um diafragma 
suficientemente impermeável, impedindo inclusive a penetração de água do lençol das vizinhanças da 
escavação. A estabilidade da escavação e assegurada pela pressão hidrostática da bentonita, superior à 
pressão do solo e da água do lençol. Na prática, a estabilidade da escavação é obtida desde que a 
suspensão de bentonita seja mantida no nível de cerca de 1,5 m acima do nível do lençol freático. Assim, a 
 
21 FUNDAÇÕES 
possibilidade de executar a perfuração sem tubos de revestimento elimina os limites de diâmetro e de 
profundidade que por eles seriam impostos e ainda permite a execução de estacas de seção não circular. 
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DOS MATERIAIS EMPREGADOS 
- lama bentonítica: é formada de uma mistura de água doce e bentonita, na dosagem de 1 m3 de água e 30 kg 
a 100 kg de bentonita, em função da viscosidade e da densidade que se pretende obter, podendo essa última 
variar entre 1,02 g/cm3 1,10 g/ cm3; 
-armadura: deverá ser pré-montada, em seções de comprimentos adequados, e as diversas seções ligadas 
por solda ou clips. Serão previstos ganchos para elevação, anéis de rigidez e distanciadores rotativos para 
garantir a centralização da armadura, O cobrimento mínimo em relação à parede do furo não pode ser inferior 
a 5 cm e o intervalo mínimo entre as barras de ferro principais tem de ser de 10 cm. A armadura será 
colocada no furo antes da concretagem e mantida suspensa, evitando que se apóie no fundo; 
- concreto e modalidade de concretagem: o concreto empregado será o pré-misturado com agregado graúdo 
de diâmetro máximo de 20 mm, O limite de abatimento (slump) será de (20 ± 2) cm. O teor de cimento 
geralmente empregado é de 400 kg/m3 de concreto. O sistema de lançamento consiste em despejar o 
concreto por gravidade através de um tubo, central ao furo, munido de um funil de alimentação e com a 
extremidade imersa no concreto. 
J) Estaca Injetada de Pequeno Diâmetro 
São consideradas estacas injetadas de pequeno diâmetro aquelas até cerca de 20 cm, escavadas de forma 
circular, com perfuratriz. Podem ser verticais ou inclinadas. Basicamente, são executadas com o seguinte 
procedimento: 
- escavação por meio de perfuração com equipamento mecânico apropriado, até a cota especificada 
no projeto, com uso ou não de lama bentonítica, e de revestimento total ou parcial, e com diâmetro da 
perfuração no mínimo igual ao do fuste considerado no dimensionamento; 
- limpeza do furo e introdução da armadura (tubo, barras ou fios de aço) e, quando for o caso, 
dispositivo para injeção (tubo de válvulas múltiplas); 
- injeção de produto aglutinante, sob pressão, para a moldagem do fuste e ligação da estaca ao 
terreno, executada em uma ou mais etapas; nessa fase, pode ser introduzida armadura adicional 
A resistência estrutural do fuste deve ter fator de segurança à ruptura mínimo de dois, calculada em relação 
às resistências características dos materiais. O consumo de cimento da calda ou argamassa injetada tem de 
ser no mínimo de 350 kg/m3 de material introduzido. A injeção precisa serfeita usando nata de cimento ou 
argamassa, dosadas de maneira adequada ao método executivo e injetadas de maneira a garantir que a 
estaca tenha a carga admissível prevista no projeto e a ser confirmada experimentalmente. A capacidade de 
carga necessita ser verificada por meio de provas de carga. No caso de estacas injetadas de pequeno 
diâmetro atravessando espessas camadas de argila mole, deve ser considerado o efeito da flambagem. A 
injeção sob pressão pode ser aplicada em um ou mais estágios, juma ou separada da execução do fuste, 
pelo topo da escada ou em válvulas distribuídas ao longo do fuste. Toda a obra tem de ser acompanhada da 
apresentação de boletins de execução, constando no mínimo dos seguintes dados para cada estaca: 
- descrição do método executivo com apresentação de esquema; 
 
22 FUNDAÇÕES 
- diâmetro da perfuração; 
- diâmetro, espessura e profundidade do revestimento recuperável ou permanente; 
- uso ou não de lama bentonítica; 
- armação; 
- profundidade total; 
- pressão máxima de injeção; 
- pressão final de injeção; 
- volume de calda ou argamassa injetada em cada estágio ou válvula; 
- características da calda ou argamassa: 
 traço; 
 fator água-cimento; 
 número de sacos de cimento injetados, marca e tipo; 
 aditivos. 
g) Estaca - Hélice Contínua Monitorada 
- GENERALIDADES 
É nessa área que residem as principais mudanças ocorridas nos últimos anos. O método consiste na 
perfuração mecânica por uma hélice espiral com avanço decrescente à medida que mudam as características 
do solo. O furo da espiral da hélice incorpora a bomba de injeção de concreto. A retirada da hélice é 
simultânea à concretagem, mas necessita ser puxada por um guindaste na ponta do equipamento, uma vez 
que a pressão do concreto não é suficiente para a remoção. Essas estacas são indicadas para áreas 
urbanas, por não ocasionar vibrações e ruídos exagerados. São utilizadas também em pré-escavações para 
introdução de perfis metálicos, caso não se deseje uma estaca moldada in loco. Os equipamentos existentes 
no País apresentam uma limitação de profundidade de 24 m. podendo chegar a 30 m com as novas 
máquinas importadas. O que mais caracteriza o sistema é alta produtividade e o número reduzido de pessoas 
para a execução das estacas. Pode, ainda, ser executada estaca com inclinação de até 14°. 
- DEFINIÇÃO E EXECUÇÃO 
A estaca-hélice continua (continuous flight auger - CFA) é uma estaca de concreto moldada in loco, 
executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de uma haste tubular (com diâmetro interno de 100 
mm a 127 mm) dotada externamente de uma hélice contínua (trado) e injeção de concreto pela própria haste 
tubular, simultaneamente com sua retirada, sem rotação. Após a concretagem, é introduzida a armadura. A 
estaca pode atingir até 30 m de profundidade. Essas fases executivas são a seguir detalhadas: 
 introdução da Hélice 
A primeira etapa da execução de uma estaca-hélice contínua consiste na penetração no solo, até a 
profundidade estabelecida em projeto, do trado contínuo que é introduzido no terreno por aplicação de torque. 
Para evitar que durante essa penetração haja entrada de solo ou água na haste tubular, existe, em sua face 
inferior, uma tampa metálica provisória, que será expulsa na fase da concretagem. Para obter-se adequada 
 
23 FUNDAÇÕES 
capacidade de carga da estaca, procura-se retirar o menor volume de terra durante a introdução da hélice, a 
fim de minimizar o desconfinamento na interface trado-solo. Isso é conseguido, na maioria dos casos, 
tomando-se o cuidado para que o trecho penetrado, a cada volta da hélice, seja próximo, mas ligeiramente 
inferior, ao passo, visto que maior velocidade de avanço tende a prender a hélice no solo e uma velocidade 
de avanço muito baixa (no jargão de obra denominada alívio), provoca a subida do solo, pois a hélice passa a 
funcionar como transportador vertical tipo parafuso. No caso de solos não coesivos, essa característica de 
transporte do trado, decorrente da baixa velocidade de penetração, tem sido a causa de vários acidentes. 
Pelas razões acima expostas, é importante saber selecionar o trado (tipo de ponta cortante, passo da hélice, 
nas proximidades da ponta e no corpo do trado, e inclinação das lâminas da hélice), em função das 
características do terreno a ser atravessado. Com respeito ao tipo da ponta cortante, há dois casos mais 
frequentemente utilizados. No caso de solos ditos normais, a ponta do trado é dotada de dentes de aço e, em 
casos de terrenos muito resistentes, esses dentes são substituídos, ou complementados, por pontas de vídia. 
• Concretagem 
Alcançada a profundidade desejada, inicia-se a fase de concretagem da estaca por bombeamento de 
concreto pelo interior da haste tubular. Sob a pressão do concreto, a tampa provisória é expulsa e a hélice 
passa a ser retirada, sem rotação, mantendo-se o concreto injetado sempre sob pressão positiva, da ordem 
de 50 kPa a 100 kPa (0,5 kgf/cm2 a 1 kgf/cm2). Essa pressão positiva visa dar garantia da continuidade do 
fuste da estaca e é obtida quando se observam dois aspectos executivos: o primeiro e certificar-se de que a 
ponta do trado, na fase de introdução, tenha atingido um solo que permita a formação da bucha para garantir 
que o concreto injetado se mantenha abaixo da ponta do trado e não suba pela interface solo-trado. O 
segundo é controlar a velocidade de extração do trado de modo a sempre ter um sobreconsumo de concreto 
(volume injetado maior que o teórico). A causa de alguns acidentes nesse tipo de estaca decorre do fato de o 
operador pouco experiente julgar que o sobreconsumo estão elevado sem levar em conta o tipo de solo onde 
está se processando a concretagem (e o que pode ser pior, sem se certificar se houve a formação de bucha) 
e aumentar a velocidade de subida para diminuir esse sobreconsumo. Isso pode comprometer a integridade 
da estaca. As fases de introdução do trado e concretagem ocorrem de maneira contínua e ininterrupta de tal 
sorte que as paredes onde se formará a estaca estão sempre suportadas: acima da ponta do trado, pelo solo 
que se encontra entre as pás da hélice, e, abaixo dessa cola, pelo concreto que está sendo bombeado. 
Durante a retirada do trado, um limpador mecânico remove o solo confinado entre as pás da hélice, que é 
retirado para fora da área do estaqueamento utilizando-se pá carregadeira de pequeno porte. Essas duas 
primeiras fases da execução (analogamente às demais) são monitoradas por instrumento eletrônico acoplado 
a sensores, conforme exposto no item adiante Controle do Processo. O concreto utilizado é do tipo 
bombeável com resistência característica fck - 20 MPa, consumo mínimo de cimento de 400 kg por melro 
cúbico de concreto, abatimento (22 ± 2) cm e tendo com o agregados areia e pedrisco. O uso de aditivos 
precisa ser evitado ao máximo, pois esse procedimento, sem o devido controle e conhecimento, tem sido a 
causa de alguns problemas. Por isso, recomenda-se que, antes de sua utilização, se faça uma avaliação 
conjuma e cuidadosa dos fornecedores do concreto e do aditivo, controlando-se, logo no início do 
estaqueamento, a sua adequabilidade. Cabe finalmente lembrar que por ser a concretagem feita sob pressão 
e tendo o concreto abatimento alto, não se pode executar uma estaca próxima a outra recentemente 
concluída, pois pode provocar ruptura do solo entre elas. Como regra geral orientativa, recomenda-se que só 
 
24 FUNDAÇÕES 
se execute uma estaca quando todas, em um raio mínimo de cinco diâmetros, já tenham sido concretadas há 
pelo menos 1 dia. Por essa razão, antes do inicio de um estaqueamento com hélice contínua, há necessidade 
de se fazer um planejamento do caminhamento da perfuratriz, 
 Instalaçãoda Armadura 
O processo executivo acima descrito impõe que a armadura só possa ser introduzida após a concretagem da 
estaca e, portanto, com as dificuldades inerentes a esse processo de colocação, em particular quando a cota 
de arrasamento é profunda e abaixo do nível da água. Nesse caso, a boa técnica impõe que a concretagem 
seja levada até próximo do nível do terreno, para evitar que desprenda terra para dentro da cava antes da 
introdução da armadura. Esse excesso de concreto deverá ser cortado quando do preparo da cabeça da 
estaca (ver adiante item Preparo da Cabeça da Estaca). Por essa razão, quando só existem forças de 
compressão que aplicam a tensão máxima na estaca de 5 MPa, costuma-se dispensar a armadura, 
eliminando-se o inconveniente da sua instalação nessas estacas com arrasamento profundo (em alguns 
casos, mesmo com arrasamento profundo, é possível cravar barras isoladas no concreto fresco da estaca, 
que melhoram sua ligação com o bloco de coroamento, sem os riscos inerentes à introdução de armadura 
com estribos, que podem carregar, junto consigo, uma bucha de solo, criando um vazio no corpo da estaca). 
Para facilidade de colocação, a armadura longitudinal tem de ser convenientemente projetada de modo a ter 
peso e rigidez compatíveis com seu comprimento. Atendidos esses itens, a introdução pode ser feita 
manualmente, lembrando que nesse caso, além dos requisitos mencionados, e de fundamental importância 
utilizar concreto com abatimento mínimo de 22 cm e diminuir ao máximo de 5 min o tempo entre o final da 
concretagem e o início da colocação da armadura. Caso esses pré-requisitos sejam atendidos, é possível 
introduzir, com esse procedimento, armaduras de até 12 m de comprimento. Para comprimentos maiores, o 
processo de introdução manual não é mais eficiente. Nesse caso, pode-se recorrer ao uso de um pilão, que 
se tem mostrado mais eficiente do que os vibradores, apesar destes serem mais recomendados. Uma 
sugestão das bitolas mínimas da armadura das estacas é apresentada na tabela a seguir, precisando ser o 
cobrimento mínimo de 7 cm em toda a extensão da estaca e de 15 cm no pé (para o 30 cm e o 35 cm. adotar 
cobrimento de 10 cm no pé). 
 
Para garantir esse cobrimento, a armadura necessita ser dotada de espaçadores fixos. A utilização de roletes 
de argamassa, analogamente ao que se usa em estacas escavadas, não apresenta bons resultados, pois 
eles não giram quando da introdução da armadura no concreto, criando pontos de reação. Para estacas 
trabalhando apenas à tração, é preferível, do ponto de vista executivo, armá-las com uma ou mais barras 
longitudinais (normalmente utilizadas em tirantes de barra), emendadas com luvas roscadas ou prensadas. 
Como nesse tipo de armadura não existem estribos, que são os elementos que dificultam o lançamento 
 
25 FUNDAÇÕES 
manual no concreto, pode-se armar a estaca com o comprimento máximo, introduzindo-se a armadura 
manualmente tirando partido do seu peso próprio. 
- CONTROLE DO PROCESSO 
Todas as fases de execução da estaca são monitoradas utilizando-se um microcomputador instalado na 
cabina e à vista do operador da perfuratriz. Esse microcomputador é alimentado pela bateria da perfuratriz e 
opera on line com os diversos sensores de controle. É importante lembrar que o bom funcionamento de um 
sistema eletroeletrônico é afetado pelas altas temperaturas. Por isso, a cabina da perfuratriz deve ser dotada 
e sistema de refrigeração que permita, em dias mais quentes, temperaturas ambientais adequadas. 
• Descrição Sumária dos Sensores 
De Profundidade 
Instalado na cabeça de perfuração, esse sensor se desloca em relação a um cabo fixo instalado ao longo da 
torre e permite leituras com precisão de 1 cm. Constitui-se em um sensor de rotação e um conjunto de 
roldanas que giram sobre o cabo, permitindo obter o deslocamento da cabeça do trado e consequentemente 
conhecer a posição da ponta dele em relação ao nível do terreno. Em conjunto com o relógio interno do 
computador, fornece também as velocidades de avanço, na perfuração, e de subida, na concretagem, em 
cada profundidade em que a ponta do trado se encontra. 
De Inclinação da Torre 
Instalado geralmente atrás da torre, esse sensor constitui-se de dois inclinômetros que fornecem a inclinação 
da torre em relação aos eixos "X" e "Y", com precisão de 0,1°. 
De Velocidade de Rotação 
Instalado na cabeça de perfuração, trata-se de um sensor de proximidade, que conta o número de pinos 
colocados em um anel que gira solidário ao trado. Conhecido o número de pinos de cada volta do anel e o 
tempo gasto em cada volta, obtém-se a velocidade de giro em rotações por minuto. 
De Torque 
É um sensor de pressão (strain gage), instalado diretamente na linha de óleo hidráulico do motor, que faz 
girar a cabeça de rotação, geralmente junto da caixa de conexão. Como o que se mede é a pressão do óleo, 
a transformação dessa pressão em momento torsor é feita com base em gráficos fornecidos pelo fabricante 
do equipamento. Esses gráficos devem estar afixados na cabina do operador, em lugar visível. 
De Pressão de Concreto / Volume de Concreto 
É um sensor de pressão, inserido na linha de bombeamento do concreto, próximo ao pé da curva por onde 
ele flui. A pressão do concreto é medida em função da pressão exercida sobre um tubo de borracha, que por 
sua vez comprime um liquido (água ou óleo). O fluxo de concreto é calculado de forma indireta, em função do 
número de picos de pressão e das características da bomba de injeção (volume de cada pico e frequência 
dos picos). Esse volume precisa ser ajustado, em cada obra, em função do tipo de bomba, seu estado de 
conservação, comprimento da rede etc. Todas as medidas acima referidas, além de mostradas na tela do 
computador, são também arquivadas em disquete, que permite seu reprocessamento em um 
microcomputador comum. 
 
26 FUNDAÇÕES 
 -Considerações Complementares 
Torque e Força de Arranque da Perfuratriz 
Conforme mencionado, o trado funciona como um transportador de parafuso. Por essa razão, sua velocidade 
de avanço no solo não pode ser muito lenta, principalmente se forem areia. Como essa velocidade decorre, 
além do projeto da hélice (passo e inclinação), também do torque (T) da perfuratriz, recomendam-se os 
seguintes valores mínimos (onde D é o diâmetro): 
Estacas com D ≤ 70 cm : T ≥ 80 kN.m 
Estacas com 70 cm < D ≤ 100 cm : T ≥ 160 kN.m. 
Esses valores de torque referem-se aos comprimentos máximos de estacas hoje disponíveis no mercado, que 
se situam na faixa de 24 m. É evidente que, associada ao torque, a perfuratriz também tem de dispor de um 
sistema de arranque compatível, para garantir a remoção do trado sem dificuldades e permitir sua subida 
durante a concretagem de forma contínua (sem choques) e sem necessidade de girar. Sugerem-se forças de 
arranque mínimas de 400 kN para estacas com D ≤ 70 cm e 700 kN para 70 cm < D ≤ 100 cm. 
Bombas de Injeção de Concreto 
É evidente que, como qualquer equipamento, a bomba de injeção de concreto deve estar em bom estado de 
conservação e com os pistões bem ajustados, garantindo além de bombeamento regular, a pressão de 
injeção mínima de 6 MPa (as pressões elevadas são usadas no início da concretagem quando se necessita 
expulsar a tampa provisória do pé do Irado). Além disso, a rede que liga a bomba ao trado precisa ter as 
jumas estanques para que o concreto, durante a injeção, não perca água, pois essa é uma das causas mais 
frequentes de entupimento do sistema, principalmente em dias quentes. Além disso, para garantir uma 
velocidade de subida do trado conveniente, a bomba necessita ter capacidade grande de bombeamento, 
recomendando-se o mínimo de 20 m3/h, para estacas com diâmetro máximo de 50 cm, e 40

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