Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2017 Prof. José Eloi BALANÇO SOCIAL 1 BALANÇO SOCIAL O que é. O balanço social é um demonstrativo publicado anualmente pelas empresas reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa. No balanço social a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e comunidade, dando transparência às atividades que buscam melhorar a qualidade de vida para todos. Ou seja, sua função principal é tornar pública a responsabilidade social empresarial, construindo maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente. O balanço social é uma ferramenta que, quando construída por múltiplos profissionais, tem a capacidade de explicitar e medir a preocupação da empresa com as pessoas e a vida no planeta. Histórico. Nos anos 60, nos EUA e na Europa, o repúdio da população à guerra do Vietnã deu início a um movimento de boicote à aquisição de produtos e ações de algumas empresas ligadas ao conflito. A sociedade exigia uma nova postura ética e diversas empresas passaram a prestar contas de suas ações e objetivos sociais. A elaboração e divulgação anual de relatórios com informações de caráter social resultaram no que hoje se chama de balanço social. No Brasil a ideia começou a ser discutida na década de 70. Contudo, apenas nos anos 80 surgiram os primeiros balanços sociais de empresas. A partir da década de 90 corporações de diferentes setores passaram a publicar balanço social anualmente. A proposta, no entanto, só ganhou visibilidade nacional quando o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou, em junho de 1997, uma campanha pela divulgação voluntária do balanço social. Com o apoio e a participação de lideranças empresariais, a campanha decolou e vem suscitando uma série de debates através da mídia, seminários e fóruns. Hoje 2 é possível contabilizar o sucesso desta iniciativa e afirmar que o processo de construção de uma nova mentalidade e de novas práticas no meio empresarial está em pleno curso. Por que fazer. » Porque é ético... ser justo, bom e responsável já é um bem em si mesmo. » Porque agrega valor... o balanço social traz um diferencial para a imagem da empresa que vem sendo cada vez mais valorizado por investidores e consumidores no Brasil e no mundo. » Porque diminui os riscos... num mundo globalizado, onde informações sobre empresas circulam mercados internacionais em minutos, uma conduta ética e transparente tem que fazer parte da estratégia de qualquer organização nos dias de hoje. » Porque é um moderno instrumento de gestão... o balanço social é uma valiosa ferramenta para a empresa gerir, medir e divulgar o exercício da responsabilidade social em seus empreendimentos. » Porque é instrumento de avaliação... os analistas de mercado, investidores e órgãos de financiamento (como BNDES, BID e IFC) já incluem o balanço social na lista dos documentos necessários para se conhecer e avaliar os riscos e as projeções de uma empresa. » Porque é inovador e transformador... realizar e publicar balanço social anualmente é mudar a antiga visão, indiferente à satisfação e o bem-estar dos funcionários e clientes, para uma visão moderna em que os objetivos da empresa incorporam as práticas de responsabilidade social e ambiental. Os beneficiários O balanço social favorece a todos os grupos que interagem com a empresa. Aos dirigentes fornece informações úteis à tomada de decisões relativas aos programas sociais que a empresa desenvolve. Seu processo de realização estimula a participação dos funcionários e funcionárias na escolha das ações e projetos sociais, gerando um grau mais elevado de comunicação interna e integração nas relações entre dirigentes e o corpo funcional. Aos fornecedores e investidores, informa como a empresa encara suas responsabilidades em relação aos recursos humanos e à natureza, o que é um bom indicador da forma como a empresa é administrada. 3 Para os consumidores, dá uma ideia de qual é a postura dos dirigentes e a qualidade do produto ou serviço oferecido, demonstrando o caminho que a empresa escolheu para construir sua marca. E ao Estado, ajuda na identificação e na formulação de políticas públicas. Enfim, como dizia Betinho: "o balanço social não tem donos, só beneficiários". O modelo Desde 1997, o sociólogo Herbert de Souza e o Instituto Brasileiro de Análise Sociais e Econômicas (Ibase) vêm chamando à atenção empresários e toda a sociedade para a importância e a necessidade da realização do balanço social das empresas em um modelo único e simples. Por entender que a simplicidade é a garantia do envolvimento do maior número de corporações, o Ibase, em parceria com diversos representantes de empresas públicas e privadas, a partir de inúmeras reuniões e debates com vários setores da sociedade, desenvolveu um modelo que tem a vantagem de estimular todas as empresas a divulgar seu balanço social, independentemente do tamanho e setor. Se a forma de apresentação das informações não seguir um padrão mínimo, torna-se difícil uma avaliação adequada da função social da empresa ao longo dos anos. A predominância de dados que possam ser expressos em valores financeiros ou de forma quantitativa é fundamental para enriquecer este tipo de demonstrativo. É claro que nem sempre correlacionar fatores financeiros com fatos sociais é uma tarefa fácil, porém, os indicadores desenvolvidos do modelo Ibase ajudam às análises comparativas da própria empresa ao longo do tempo ou entre outras do mesmo setor. No modelo sugerido pelo Ibase, à sociedade e o mercado são os grandes auditores do processo e dos resultados alcançados. Buscando a padronização, o IBASE, em parceria com técnicos, pesquisadores e diversos representantes de instituições públicas e privadas, concebeu e concluiu em 1997, um modelo de Balanço Social que obteve o apoio da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O modelo expõe, de maneira detalhada, os números associados à responsabilidade social da organização, reunindo informações sobre a folha de pagamento, os gastos com encargos sociais de funcionários, e a participação nos lucros. Também detalha as despesas com controle ambiental e os investimentos sociais externos nas diversas áreas, como educação, 4 cultura, saúde etc. Esse modelo de Balanço Social contém informações divididas em sete grupos, conforme mostra o Quadro. O selo Em 1998, para estimular a participação de um maior número de corporações, o Ibase lançou o Selo Balanço Social Ibase/Betinho. O selo é conferido anualmente a todas as empresas que publicam o balanço social no modelo sugerido pelo Ibase, dentro da metodologia e dos critérios propostos. Através deste Selo as empresas podem mostrar - em seus anúncios, embalagens, balanço social, sites e campanhas publicitárias - que investem em educação, saúde, cultura, esportes e meio ambiente. O Selo Balanço Social Ibase/Betinho demonstra que a empresa já deu o primeiro passo para tornar-se uma verdadeira empresa-cidadã, comprometida com a qualidade de vida dos funcionários, da comunidade e do meio ambiente; apresenta publicamente seus investimentos internos e externos através da divulgação anual do seu balanço social. 5 Quem faz O número de empresas que realizam e publicam anualmente o balanço social tem crescido de maneira acelerada. 1. DEMONSTRAÇÃO DE VALOR ADICIONADO E FINANCEIRO, A demonstração do Valor Adicional (DVA) não era obrigatóriano Brasil até a promulgação da Lei 11.638/07, que introduziu alterações à Lei 6.404/76, tornando obrigatório à divulgação da DVA como parte das demonstrações contábeis divulgadas no final do cada exercício social. A alteração do Art. 176 da Lei 6.404, pela Lei 11.638/07 incluiu a DVA no conjunto das demonstrações financeira a serem elaboradas e divulgadas e aprovada pela Assembleia Geral Ordinária. Por outro lado, as normas sobre a sua elaboração constam da Deliberação CVM nº 557/08. A demonstração do valor adicionado é a demonstração contábil que tem por objetivo apresentar, de forma ordenada e sintética, a riqueza gerada pela entidade em determinado período, bom como a sua distribuição. Portanto, representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença ente o valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Além, disso, inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade. A DVA dever observar o regime de competência. Além disso, segundo NBC T 3. 7 se a entidade elaborar demonstrações consolidadas, a demonstração de o valor adicionado dever ser elaborada com base nessa. Assim, a DVA de ser consistente com a demonstração do resultado e conciliado em registro auxiliares mantidos pela entidade. Para orientar a elaboração e divulgação da DVA, o Comitê de Pronunciamento contábil CPC 09 – DVA, o qual foi aprovado pela Deliberação CVM nº 557/08 para as companhias abertas e pela Resolução CFC nº 1.138/08 para os profissionais de contabilidade das entidades não sujeitas a alguma relação contábil especifica. 6 OBJETIVO E Benefícios das Informações da DVA. A DVA tem por objetivo demonstrar o valor da riqueza econômica gerada pelas atividades da empresa com resultante de um esforço coletivo e suas distribuições entre os elementos que contribuíram para sua criação. Desse modo, a DVA acaba por prestar informações a todos os agentes econômicos interessados na empresa, tais como empregados, clientes, fornecedores, financiadores e governo. A DVA está fundamentada em conceito macroeconômico, buscando apresentar, sem dupla contagem, a parcela de contribuição que a empresa tem na formação do Produto Interno Bruto (PIB). Todavia, existem diferenças entre a forma de cálculo do valor adicionado entre os modelos contábeis e econômicos. Sob o ponto de vista econômico, o cálculo do PIB baseia-se na produção, enquanto a contabilidade utiliza o conceito contábil da realização da receita, ou seja, baseia-se no regime de competência. Logo há uma diferença temporal entre os dois conceitos. Para elaboração e apresentação do DVA, deve ser seguido o modelo das orientações do CPC 09, salientamos que as informações necessárias para elaboração do DVA são extraídas da contabilidade, especialmente da demonstração do resultado e, portanto, deve seguir o regime de competência do exercício.
Compartilhar