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Trabalho - Concreto Protendido - Materiais de Construção (PUC-Rio) - Profº Flavio

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Departamento de Engenharia Civil
www.civ.puc-rio.br
Materiais de Construção –ENG1213
CONCRETO PROTENDIDO
- Antonio Celes		1220622 	
- Daniel Mesquita		1220533 		 
- Fábio Walan		1313397
- Gabriel Zeitel		1310614
- Lucas Figueira		1221254
- Lucas Vaz			1221029			
- Pedro Fagundes		1211449
		 
Pontifícia Universidade Católica – Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Civil, Rua Marquês de São Vicente, 255, 22451-900, Rio de Janeiro – RJ, Brasil
Rio de Janeiro, 26 de março de 2015
1. Introdução
O concreto é um dos compósitos mais utilizados no mundo todo, sendo o material mais utilizado na construção. Seja para a formação de elementos estruturais ou até mesmo na pavimentação de rodovias. 
Seus componentes básicos (brita, água, areia, cimento) podem ser encontrados facilmente em quase todas as partes do mundo, com as particularidades que cada lugar possui, no entanto, uma infinidade de composições para o concreto não é um empecilho para o conhecimento de suas propriedades. E, portanto, lança-se mão das normas que determinam como o concreto deve ser tratado, em cada lugar do mundo e de acordo com as características que ele deve apresentar.
Estudos são desenvolvidos constantemente para a obtenção de uma melhor trabalhabilidade, de novas propriedades, de novas utilizações para o concreto, de uma melhor resistência a compressão e principalmente de uma maior resistência a tração, pois em concretos convencionais esta é muito baixa. Da necessidade de uma maior resistência a tração nasceu o concreto protendido.
Desenvolvido como conhecemos hoje pelo engenheiro francês Eugène Freyssinet, no início do século XX. Entretanto, seu criador foi o engenheiro americano P.A. Jackson no final do século XIX, Jackson foi o pioneiro na tecnologia do concreto protendido. Fressynet mostrou que para uma protensão mais eficaz (sem perdas), deve-se aplicar tensões muito elevadas ao concreto. 
Neste trabalho serão apresentadas conceitos pertinentes e aplicações do concreto protendido.
2. Princípio
A técnica de protensão consiste em pré-tencionar um determinado material (não necessariamente o concreto) para que este apresente uma resistência maior sob diversos esforços.
São inseridas armaduras de aço no interior do concreto e em seguida estas são tracionadas, por meio de macacos hidráulicos, o concreto, é comprimido envolvendo as armaduras. Após a cura do concreto, as armaduras deixam de ser tracionadas e transferem os esforços para o concreto.
Através dos esforços de compressão gerados no concreto, este passa a resistir melhor a esforços de tração, mas também a esforços de compressão. Permitindo assim que sejam construídas estruturas com grandes vãos, como pontes, lajes etc.
3. Resistência do Concreto Protendido
	
3.1 – Resistência a corrosão
Assim como o como as armaduras de concreto armado tradicional, os fios e barras de aço utilizados na protensão também estão sujeitos a corrosão eletrolítica, sofrendo oxidação mais ou menos profunda, com perda de seção resistente. À medida que se aumenta a oxidação, as barras têm sua resistência estática diminuída. Logicamente, quanto menor o diâmetro destas, mais sensíveis serão a corrosão, uma vez que uma certa perda de espessura superficial, representa maior porcentagem de perda de seção.
A oxidação superficial produz identações (micro crateras) que reduzem à resistência a fadiga das armaduras, em proporções maiores que a redução da resistência estática. 
Tal grau de corrosão será determinado pela agressividade ambiental e pela proteção dada a armadura.
Além do tipo de corrosão acima citado, armaduras de concreto protendido, por estarem sujeitas a tensões de tração elevadas, podem apresentar também um outro tipo, mais grave, de corrosão, denominada corrosão sob tensão (em inglês, stress-corrosion). Tal corrosão é caracterizada por uma fissura transversal que provoca ruptura frágil do material. Em virtude deste tipo de corrosão, armaduras de concreto protendido são consideradas muito sensíveis à corrosão requerendo medidas de proteção mais rigorosas que as armaduras convencionais.
3.2– Resistência a altas temperaturas (fogo)
Com o aumento da temperatura, a resistência da armadura protendida diminui e o esforço de protensão é reduzido gradualmente. Para os aços usados nessas armaduras, o efeito do calor é ainda mais crítico se comparado a armaduras convencionais, uma vez que são trabalhados a frio. O aumento da temperatura acima de 740ºC elimina de forma irreversível suas propriedades mecânicas. Consequentemente a fissuração da viga aumenta produzindo grandes deformações. O colapso provocado pelo fogo é de natureza geralmente dúctil. Havendo água nos dutos de protensão pode, entretanto, haver explosões locais devidas a formação de vapor. 
No caso de incêndios em prédios com estrutura de aço, primeiramente há que se esclarecer que o material em geral estará protegido termicamente por pinturas intumescentes, argamassas leves (compostas por lãs minerais, vermiculita (argila) expandida, fibras cerâmicas etc.) ou outras proteções passivas.
3.3– Resistência a baixas temperaturas
As vigas de concreto armado e protendido não sofrem redução de resistência quando submetidas a baixas temperaturas, da ordem de -20 a -40 graus Celsius. Experiências a esse respeito foram realizadas na Universidade de Gand (Ghent), na Bélgica, em 1950. Vigas de concreto armado e de concreto protendido, com comprimento 6,40m e seção transversa l 40 cm x 60 cm, foram confeccionadas a +20 graus Celsius, curadas na mesma temperatura até 28 dias e a seguir resfriadas a -43 graus Celsius; algumas vigas foram rompidas a flexão a -40 graus Celsius; outras voltaram à temperatura de cura, sendo então rompidas a flexão. Os ensaios revelaram as seguintes propriedades:
- O modulo de elasticidade do concreto cresce com o abaixamento da temperatura (aumento de 10% a -40 graus Celsius), voltando ao valor original com a viga reaquecida.
- A resistência à compressão do concreto aumenta de 30% a 40% a -40 graus Celsius, voltando ao valor original com a viga reaquecida.
- A resistência à tração do concreto aumenta e 100% a -40 graus Celsius, retornando, quando reaquecida, a um valor 10% a 20% superior ao valor original.
- A resistência estática do aço não sofre redução com o resfriamento.
Das propriedades acima, resulta que as vigas protendidas sujeitas a baixas temperaturas têm maior resistência à flexão por esmagamento do concreto e resistência a fissuração também mais elevada.
3.4– Resistência a flexão
Sob ação de cargas, uma viga protendida sofre flexão, alterando-se as tensões de compressão aplicadas previamente. Quando a carga é retirada, a viga volta à sua posição original e as tensões prévias são restabelecidas. 	
Se as tensões de tração provocadas pelas cargas forem inferiores às tensões prévias de compressão, a seção continuará comprimida, não sofrendo fissuração.
Sob ação de cargas mais elevadas, as tensões de tração ultrapassam as tensões prévias, de modo que o concreto fica tracionado e fissura. Retirando-se a carga, a protensão provoca o fechamento das fissuras.
A ideia aqui é que as tensões de compressão geradas no interior do concreto pela protensão “compensam” eventuais tensões que o tracionam.
Podemos concluir que o estado prévio de tensões, introduzido pela protensão na viga de concreto, melhoram o comportamento da mesma, não só para solicitações de flexão, como também para solicitações de cisalhamento.
3.5– Resistência a fadiga
A resistência à fadiga de vigas protendidas pode ser analisada em função da resistência à fadiga do concreto e das armaduras. A resistência à fadiga do concreto não é, em geral, determinante, uma vez que as tensões de compressão máximas, em serviço, ficam abaixo da resistência limite à fadiga do concreto. 
Nas vigas com de protensão elevado, o concreto geralmente não fissura, sob ação de cargas em serviço. Nesses casos, as flutuações de tensões nas armaduras são muito pequenas, o que elimina a consideração defadiga nas armaduras.
Nas vigas com grau de protensão pequeno, o concreto geralmente fissura, sob ação das cargas em serviço. Nesses casos, as flutuações de tensões nas armaduras, em serviço, são calculadas na seção fissurada, desprezando-se as tensões de tração no concreto. A resistência à fadiga da viga é, então, determinada pelas flutuações de tensões nas armaduras convencionais e nas armaduras protendidas.
3.6– Resistência ao impacto
O impacto produz dois efeitos principais nas estruturas:
- Rupturas locais, no ponto de aplicação da carga
- Transmissão de uma energia cinética, que deve ser absorvida pela estrutura, sob a forma de trabalho interno.
No caso de estruturas de concreto, as rupturas são perigosas, pois o concreto é um material frágil. Os efeitos locais são contrabalançados por armaduras convencionais (estribos, armaduras longitudinais, fretagens), que reduzem a fragilidade do concreto.
Para a absorção de energia cinética, a estrutura deve deformar-se consideravelmente, sem risco de ruptura. Para isto, a carga de ruptura deve ser substancialmente superior à carga que provoca a fissuração. Nas estruturas protendidas, com esforços de protenção moderados e armaduras suplementares, as deformações provocadas por impacto desaparecem quase completamente, enquanto numa estrutura de concreto armado, com a mesma capacidade de absorver impacto, resulta uma deformação permanente, devido ao não fechamento das fissuras. As estruturas protendidas, com esforço de protensão elevados, e sem armaduras suplementares tem menor capacidade de absorver impacto, podendo sofrer ruptura frágil. 
4. Equipamentos de protensão
Um processo de protensão, qualquer que seja, envolve a introdução de forças com magnitude apreciável nas peças de concreto. Para produzir essas forças e transferi-las para a peça de concreto, com o mínimo de perdas são necessários vários equipamentos especiais tais como macacos hidráulicos, peças para ancoragem dos cabos, bomba de injeção, compressores, etc. Destes, os mais importantes receberão uma analise mais qualitativa a seguir: 
 	4.1. Macacos Hidráulicos
Como os cabos de protensão devem ser tensionados até ser atingida uma tensão elevada na armadura, são necessárias forças de protensão muito grandes. Esses macacos são ligados a bombas especiais, capazes de produzir uma pressão da ordem de 50kN/cm^2. A força de protensão aplicada pelo macaco é determinada a partir da pressão hidráulica lida num manômetro. Ao mesmo tempo o alongamento obtido no cabo pode ser lido em uma escala milimétrica fixada ao macaco.
4.2. Ancoragens
O termo ancoragem é aplicado aos dispositivos para fixar os cabos de protensão tensionados, de forma a manter a carga aplicada pelo macaco hidráulico, impedindo que o cabo volte ao estado original, isto é, frouxo, sem tensão. Quando os cabos são protendidos nas duas extremidades, utilizam-se em ambas ancoragens ativas, tendo que usar duas bombas. Porém quando usamos uma única bomba dizemos que as ancoragens dos lados não protendidos denominam-se ancoragens mortas ou passivas. 
A placa de apoio situada abaixo da de ancoragem, serve para reduzir a pressão exercida sobre o concreto. A trombeta é uma peça cônica, de transição entre a bainha e a placa de ancoragem; dentro da trombeta, o cabo se espalha para permitir a ancoragem individual de cada cordoalha.
4.3.Cabos de cordoalhas
Cada cordoalha é presa na ancoragem por meio de cunhas encaixadas em furos cônicos. Os cabos de cordoalhas de uso mais corrente, variam de 1 a 31 cordoalhas por cabo, havendo, entretanto, cabos de até 55 cordoalhas. 
5. Sistemas de protensão
	Até agora, foram apresentados os conceitos acerca do concreto protendido, podemos, portanto, aprofundar nosso estudo definindo o que são sistemas de protensão e os tipos de protensão empregados em obras usualmente.
	Sistemas de protensão podem ser definidos como os processos, técnicas e equipamentos a serem utilizado para a execução e obtenção da protensão. Desde quando o concreto protendido passou a ser usado em maior escala, estudiosos passaram a desenvolver estes sistemas e patenteá-los obtendo royalties caso estes sejam usados em obras. 
	Hoje as empresas possuem a concessão para execução dos sistemas de protensão, desde que, pague ao detentor da patente. Dois sistemas iniciais muito utilizados são o sistema Fressynet e o sistema Diwidag que diferem em como a protensão deve ser executada, através de cordoalhas e cunhas metálicas (Fressynet) ou cabos de barras laminadas com roscas e porcas metálicas (Diwidag).
	Os sistemas de protensão são classificados de acordo com a aderência da armadura com o restante da peça, em relação ao concreto. Podem ser, portanto:
	5.1. Sistema de protensão com aderência inicial: bem comum em fabricação de pré-moldados consistem em, inicialmente, nas pistas de protensão, posicionar a armadura, ancorada em blocos de cabeceiras e tracionadas. 
Em seguida, a armadura passiva é colocada, o concreto é lançado e adensado, e a peça passa pela fase de cura. Após a cura, as formas são retiradas, os equipamentos que mantinham os cabos tracionados são liberados e os fios são cortados, transferindo a forca de protensão para o concreto pela aderência, que deverá estar desenvolvida. A seguir, temos uma ilustração do processo:
	
5.2. Sistema de protensão com aderência posterior: a protensão é aplicada em uma peça de concreto já endurecido, tendo assim uma aderência posterior através da injeção de uma calda de cimento no interior das bainhas, com o auxílio de bombas injetoras. 
Os cabos são pós-tracionados por meio de macaco hidráulico especiais, que se apoiam na própria peça de concreto. Quando a força de protensão requerida é atingida, os cabos são ancorados por meio de dispositivos especiais, são utilizadas placas de ancoragem com cunhas metálicas ou de argamassa de alta resistência. O uso de porcas especiais, grandes blocos de concreto de ancoragem são outros métodos que também pode ser utilizado. 
5.3. Protensão sem aderência: Este sistema se caracteriza pela inexistência de aderência, em relação a armadura. 
Em alguns sistemas sem aderência, a armadura ativa é colocada em dutos formados por bainhas metálicas ou de plástico. Após aplicação da força de protensão, as bainhas são injetadas com graxa para que a armadura fique protegida da corrosão. 
Em outros casos, usam-se os cabos externamente à peça de concreto ja moldada. Essa solução é frequente em obras de reforço de estruturas pré-existentes. 
A escolha dos sistemas com aderência ou sem aderência obedecem aos critérios estabelecidos pela obra e, também, analisando-se as vantagens de cada sistema, tais quais, para estrutura sem aderência:
- Existe a possibilidade de posicionar os cabos com excentricidades maiores.
- Permite a proteção do aço contra a corrosão.
- Permite a colocação dos cabos de forma rápida e simples.
- As perdas de protensão por atrito são muito baixas.
Já para estruturas com aderência, são constatadas as seguintes vantagens:
- Aumento de capacidade das seções no estado limite último.
- Melhoria de capacidade das seções no estado limite último.
- Melhoria do comportamento da peça entre os estágios de fissuração e de ruptura.
- Falha de um cabo tem consequência restritas. (Incêndio, explosão, terremoto, etc.)
6. Tipos de protensão
6.1. Protensão completa - é empregada obedecendo as seguintes situações:
- Não existência de tensões de tração no concreto, na atuação de cargas permanentes e sobrecargas usuais.
-A combinações raras de ações, quando previstas no projeto, é respeitado o estado limite de formação de fissuras.
Proporciona as melhores condições de proteção das armaduras contra a corrosão e limita as flutuações de tensões no aço a valores moderados. Recomendado para obras situadas em ambientes agressivos. Das aplicações, podemos citar: 
- Reservatórios protendidos, os quais se deseja garantir a estanqueidade do concreto.
- Tirante em concreto protendido, nos quais se deseja impedir afissuração do concreto.
- Vigas formadas pela justaposição de peça pré-moldadas, sem armaduras suplementar nas juntas.
6.2. Protensão limitada - é executada sob as seguintes condições:
- Combinações quase permanentes de ações, previstas no projeto, é respeitado o estado de limite de descompressão.
- Combinações frequentes de ações, previstas no projeto, é respeitado o estado limite de formação de fissuras.
A protensão, nesse caso, é dimensionada para tensões moderadas de tração em serviço, considerando-se uma probabilidade muito pequena de fissuração de concreto. 
6.3. Protensão parcial - é executada sob as seguintes condições:
- Combinações quase permanentes de ações, prevista em projeto, é respeitado o estado limite de descompressão.
- Combinações frequentes de ações, prevista em projeto, é respeitado o estado limite de abertura de fissuras, menor que 0,2 mm.
Este tipo de protensão é semelhante a protensão limitada, porém, permite que as tensões de tração no concreto atinjam valores mais elevados ocasionando a formação de fissuras de maior abertura. 
7. Tipos de perda de protensão
Perdas de protensão são todas as perdas verificadas nos esforços aplicadas aos cabos de protensão. As perdas de protensão podem ser agrupadas em perdas imediatas e perdas por atrito.
- 7. 1. Perdas Imediatas: se verificam no processo de estiramento e ancoragem dos cabos e pode ocorrer por conta dos seguintes mecanismos:
- 7.1.1. Perdas por atrito: produzidas por atrito do cabo com peças adjacentes, durante a protensão;
As perdas por atrito têm grande importância na variação dos esforços efetivos dos cabos de protensão, ao longo dos mesmos. Quando os cabos são esticados, desenvolve-se atrito entre os cabos e peças adjacentes ao mesmo, de modo que o esforço aplicado na extremidade sofre uma redução em cada ponto de atrito. As perdas por atrito verificam-se principalmente ao longo do cabo, mas também nas ancoragens e nos macacos. 
- Perdas por Atrito em armaduras pré-tracionadas: Nas armaduras pré-tracionadas as perdas por atrito verificam-se nos macacos, nas ancoragens provisórias e nos pontos de mudança de direção das armaduras poligonais.
As perdas por atrito nos macacos e nas ancoragens provisórias podem ser medidas por calibração, compensando-se por um aumento de pressão manométrica dos macacos.
As perdas por atrito das armaduras poligonais podem ser muito reduzidas por diversos artifícios mecânicos.
Em conclusão, pode-se dizer que as perdas por atrito das armaduras pré-tracionadas são controladas nas usinas, não havendo necessidade de considerá-las na análise das peças.
- Perdas por atrito nas armaduras pós-tracionadas: Nas armaduras pós-tracionadas, as perdas por atrito verificam-se nos macacos, nas ancoragens e nos pontos de contato dos cabos as bainhas.
- Perdas por atrito nos macacos e nas ancoragens: Nos sistemas usuais de cabos constituídos por fios ou cordoalhas, verifica-se experimentalmente que as perdas por atrito dos cabos nas ancoragens e por atrito no interior dos macacos são da ordem de 5%. Nessas condições, designando-se por Pmax o esforço a ser aplicado no cabo, a pressão manométrica (p) necessária no macaco é dada pela expressão:
Onde Acil é a área do cilindro do macaco de protensão.
- Perdas por atrito ao longo do cabo: Nos sistemas de cabos internos com bainhas, os cabos têm, em geral, uma trajetória curva. Ao serem esticados, durante a protensão, os cabos atritam contra as bainhas, provocando perdas no esforço de protensão. As perdas dependem do coeficiente médio de atrito (), entre o cabo e a bainha, e da configuração geométrica do cabo, esta última medida pela variação angular do eixo do cabo. Num ponto do cabo, situado à distância x da extremidade, o esforço aplicado cai para o valor Px dado pela fórmula de atrito abaixo:
Nos cabos colocados no interior de bainhas, além do atrito causado pelas curvaturas do eixo do cabo, existe um outro, produzido por desvios da bainha em relação ao eixo teórico do cabo (falta de linearidade, flechas entre pontos de suspensão).
Esses desvios são construtivos, manifestam-se tanto nos trechos retos como nos trechos curvos dos cabos; para efeito de cálculo eles podem ser assimilados a variações angulares por metro linear de cabo. 
- Influência das condições da obra sobre o atrito do cabo na bainha: 
Os valores dos coeficientes de atrito podem ser majorados por defeitos provenientes da má execução, tais como:
- Oxidação do cabo ou da bainha;
- Ondulações pronunciadas na bainha, devidas à falta de alinhamento ou deficiência de suspensão;
- Vazamentos na bainha, permitindo penetração de nata de cimento na bainha, durante concretagem.
Os defeitos da bainha podem ser evitados através de boas especificações construtivas e inspeção visual dos serviços.
- 7.1.2. Perdas nas ancoragens: Perdas nas ancoragens: provocadas por movimentos nas cunhas de ancoragem, quando o esforço do cabo é transferido do macaco para a placa de apoio, ou seja, quando o esforço é transferido do elemento tensor para a ancoragem.
Nos processos com armaduras pré-tracionadas, a ancoragem das armaduras se faz por aderência com o concreto, não havendo propriamente perdas na ancoragem.
Nos processos com armaduras pós-tracionadas, os cabos são esticados com auxílio de macacos, sendo os esforços nos macacos posteriormente transferidos a ancoragens mecânicas. Quando a ancoragem é feita por meio de rosca e porca, não existe perda na ancoragem. Quando, entretanto, a ancoragem é feita por meio de cunhas, as cunhas penetram os furos, ao absorverem as cargas, resultando uma perda de alongamento do cabo.
- 7.1.3. Perdas por encurtamento elástico do concreto.
7.2. Perdas retardadas: se processam ao longo de vários anos, por exemplo:
- Perdas por retração e fluência do concreto: produzidas por encurtamentos retardados do concreto, decorrentes do comportamento viscoso do material;
- Perdas por relaxação do aço: produzidas por queda de tensão nos aços de alta resistência, quando ancorados nas extremidades, sob tensão elevada.
8. Custos e comparações (vantagens e desvantagens)
	
Os resultados da pesquisa mostraram que uma das vantagens da técnica de protensão aplicada ao concreto é a minimização da importância da fissuração como condição determinante de dimensionamento da viga. Na prática, a protensão é realizada através de cabos de aço muito robustos, tracionados no concreto, para torna-lo até três vezes mais resistente que o concreto armado nas regiões onde ocorrem as tensões de tração. Essa maior eficácia ocorre porque os aços utilizados no concreto protendido são cinco vezes mais rígidos do que os utilizados no concreto armado, além de que a ausência ou pouca presença de fissuras, conferem à estrutura maior vida útil.
O concreto protendido permite também a construção de elementos estruturais, lajes e vigas mais esbeltas do que as equivalentes em concreto armado, possibilitando projetos arquitetônicos ousados e com vãos livres muito maiores.
As vantagens e segurança desse procedimento justificam o seu emprego mundialmente para execuções de projetos convencionais e arrojados, reduzindo a incidência de fissuras, minimizando a utilização de vigas e pilares, além de vantagens no aspecto econômico, onde o ônus do preço mais elevado deste material é amplamente compensado pelos bônus do acréscimo de resistência adquirido. 
Dessa forma, podemos frisar as seguintes vantagens do concreto protendido em relação ao concreto armado:
- Maior durabilidade pela ausência de fissuras no concreto com a qual se consegue uma boa proteção do aço contra a corrosão;
- Economia de 15% a 30% de material em relação ao concreto armado convencional graças à colaboração total da zona de tração. O desempenho dos aços é mais elevado graças às altas tensões admissíveis nos aços de alta resistência especiais para concreto protendido;
- Pequenas deformações nas estruturas de concreto protendido, as quais alcançam somente a quarta parte da flecha do concreto armadoconvencional para mesma altura e os mesmos valores de tensões admissíveis, o que permite maior esbeltez nas estruturas;
- Maior capacidade para recuperar-se totalmente depois de um excesso considerável de carga evitando a ocorrência de danos sérios na estrutura. As fissuras que aparecem temporariamente se fecham de novo por completo com a retirada da carga excedente.
 Carga x Deformação - Concreto Armado
Carga x Deformação - Concreto Protendido
No entanto, o concreto protendido também apresenta algumas desvantagens em relação ao concreto armado tais como:
- Exigência de um controle de execução mais rigoroso;
- Necessidade de cuidados especiais de proteção contra a corrosão para os aços de alta resistência,
- Exigência de maior precisão na colocação dos cabos;
- Necessidade de pessoal e equipamentos especializados para as operações de protensão.
- Custo de implantação mais elevado em relação ao concreto armado
O aço empregado no Concreto Protendido é um aço de alta resistência, CP-190, que no caso de lajes, é empregado em cordoalhas de 1/2" ou 5/8". Os cabos de protensão são formados por duas ou quatro cordoalhas. O custo do aço CP-190 é da ordem de R$ 1.30/Kg o que representa uma relação custo-resistência melhor que o aço CA-50A.
No caso de protensão posterior são empregados acessórios (bainhas, ancoragens) que agregadas à mão de obra e ao custo do aço elevam o custo do material aplicado para a ordem R$ 4.00/Kg. Mesmo assim este preço ainda apresenta uma relação custo-benefício superior ao aço CA-50A.
9. Aplicações Práticas e Sistemas Estruturais
 
 	Até agora sabemos que o artifício da protensão, aplicado ao concreto, consiste em introduzir na viga esforços prévios que reduzam ou anulem as tensões de tração no concreto sob ação das solicitações em serviço e que, nessas condições minimiza-se a importância da fissuração como condição determinante de dimensionamento da viga.
Foi explicado ainda que a protensão do concreto é realizada, na prática, por meio de cabos de aço de alta resistência, tracionados e ancorados no próprio concreto. 
O artifício da protensão desloca a faixa de trabalho do concreto para o âmbito das compressões, onde o material é mais eficiente. Com a protensão, aplicam-se tensões de compressão nas partes da seção tracionadas pelas solicitações dos carregamentos. Desse modo, pela manipulação das tensões internas, pode-se obter a contribuição da área total da seção da viga para a inércia da mesma.
 	Aplicações para concreto protendido com armaduras pré tracionadas: As peças protendidas com armaduras pré-tracionadas são geralmente fabricadas em usinas, havendo grande interesse em padronização dos tipos construtivos para economia de formas. Principais tipos de peças com armaduras pré-tracionadas: 
Sendo estas as peças pré-moldadas mais utilizadas, temos uma série de estruturas no cotidiano, onde elas são aplicadas, seguem alguns exemplos:
 
*Nas imagens acima, são apresentados uma das mais importantes aplicações do concreto protendido, o método dos balanços sucessivos. Este método consiste em concretar um tramo em pequenos segmentos, chamados de aduelas, fixando cada aduela através dos cabos de protensão e, também, epóxi. Tal procedimento equilibra os momentos aplicados no balanço, mantendo a estabilidade da estrutura.
*Passarela em vigas pré-moldadas protendidas
*Vigas protendidos permitem grandes vãos na construção.
Aplicações para concreto protendido com armaduras pós tracionadas: As armaduras pós-tracionadas são empregadas para protender peças moldadas no local ou formadas por justaposição de elemento pré-moldados. 
 	No entanto, o concreto protendido é usado com maior frequência em situações onde é necessário reduzir as tensões de tração provocadas pela flexão e pelos esforços constantes. Exemplos: pontes, vigas para edifícios, lajes etc. Nem sempre existe a possibilidade de se protender uma peça pré-moldada, pode não haver espaço para colocação dos macacos nas extremidades das vigas, por exemplo. Assim, a cordoalha pode ser protendida por saídas laterais ou ancoragem morta em uma extremidade e protendida na parte superior da viga.
 
*a) Tirantes protendidos em muro vertical; b) Tirantes protendidos e ancorandos individualmente; c) Tirante protendido em barragem.
- Sistemas Estruturais: Os sistemas estruturais em concreto protendido, obedecem às seguintes categorias de protensão:
	- Protenção espacial: aplicadas a vigas de grande curvatura (ou cascas)
	- Protensão circular: aplicadas a estruturas circulares (ou ovais)
- Protensão linear: aplicadas em estruturas retilíneas (ou de pequena curvatura)
	
MAC (Niterói – RJ) – Protensão espacial.
Ponte Rio-Niterói (Vigas pré-moldadas) – Protensão linear.
							Silo – Protensão circular.
10. Conclusões
Deste estudo, temos uma série de conclusão a respeito da funcionalidade do concreto protendido para obras em geral. De certo, em uma obra, há de se verificar os prós e contras de todos os processos e equipamentos envolvidos. O concreto protendido apesar de gerar um custo maior, aumenta significativamente a resistência do concreto e apresenta diversas vantagens em relação ao concreto armado. Deve-se considerar, também que o concreto protendido é muito sensível a corrosão e a temperaturas muito elevadas e que seu estado de melhor desempenho é sob temperaturas baixas. 
Devemos considerar também os diversos equipamentos utilizados na protensão, assim com os sistemas e os tipos de protensão para cada obra. 
O concreto protendido é um dos métodos de construção mais utilizados e de suma importância para o bom desempenho de uma estrutura que resiste a cargas elevadas. 
11. Bibliografia
	Histórico do Concreto Protendido. Disponível em: <https://sites.google.com/site/cissaat/hist%C3%B3ria>Acesso em: 04/06/2015
Concreto protendido. Disponível em: <http://www.ecivilnet.com/artigos/concreto_protendido.htm>Acesso em: 04/06/2015
VERÍSSIMO, Gustavo; LENZ, Kléos. Concreto Protendido – Fundamentos Básicos. (UFV) Viçosa, MG. 1998
BARROSO, Mário; Dissertação de mestrado, UENF – Análise do comportamento a flexão de aduelas em vigas protendidas.
PFEIL, Walter. Concreto Protendido, 1980

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