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UnisulVirtual Palhoça, 2015 Universidade do Sul de Santa Catarina Educação Financeira Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul Reitor Sebastião Salésio Herdt Vice-Reitor Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de Ensino, de Pesquisa e de Extensão Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional Luciano Rodrigues Marcelino Pró-Reitor de Operações e Serviços Acadêmicos Valter Alves Schmitz Neto Diretor do Campus Universitário de Tubarão Heitor Wensing Júnior Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis Hércules Nunes de Araújo Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual Fabiano Ceretta Campus Universitário UnisulVirtual Diretor Fabiano Ceretta Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Ciências Sociais, Direito, Negócios e Serviços Amanda Pizzolo (coordenadora) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Educação, Humanidades e Artes Felipe Felisbino (coordenador) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Produção, Construção e Agroindústria Anelise Leal Vieira Cubas (coordenadora) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Saúde e Bem-estar Social Aureo dos Santos (coordenador) Gerente de Operações e Serviços Acadêmicos Moacir Heerdt Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão Roberto Iunskovski Gerente de Desenho, Desenvolvimento e Produção de Recursos Didáticos Márcia Loch Gerente de Prospecção Mercadológica Eliza Bianchini Dallanhol Livro didático UnisulVirtual Palhoça, 2015 Designer instrucional Rafael da Cunha Lara Educação Financeira José Humberto Dias de Tolêdo Livro Didático Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Copyright © UnisulVirtual 2015 Professor conteudista José Humberto Dias de Tolêdo Designer instrucional Rafael da Cunha Lara Projeto gráfico e capa Equipe UnisulVirtual Diagramador(a) Caroline Casassola Revisor(a) Contextuar ISBN 978-85-7817-835-2 e-ISBN 978-85-7817-836-9 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. 332.024 T58 Tolêdo, José Humberto Dias de Educação financeira : livro didático / José Humberto Dias de Tolêdo ; design instrucional Rafael da Cunha Lara. – Palhoça : UnisulVirtual, 2015. 114 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7817-835-2 e-ISBN 978-85-7817-836-9 1. Finanças pessoais. 2. Educação – Finanças. 3. Investimentos. 4. Orçamento familiar. I. Lara, Rafael da Cunha. II. Título. Sumário Introdução | 7 Capítulo 1 Educação financeira – formar para a cidadania | 9 Capítulo 2 Sonhos, orçamento; poupança e investimento | 23 Capítulo 3 Tipos de investimentos | 41 Capítulo 4 Aposentadoria, seguro e dívidas | 75 Considerações Finais | 101 Referências | 103 Sobre o Professor Conteudista | 107 Respostas e Comentários das Atividades de Autoavaliação | 109 Introdução Este livro didático contempla conteúdos pertinentes à Educação Financeira, apresentando nos capítulos iniciais o seu conceito, programas promovidos pelo Governo e entidades civis e a sua importância para todos os cidadãos exercerem a sua cidadania com dignidade. O livro contempla, ainda, uma discussão sobre a importância da elaboração de um orçamento pessoal ou familiar como uma ferramenta de planejamento e destaca que realizando o controle das suas despesas, você pode gerar um orçamento superavitário que possibilite a realização dos seus sonhos como comprar uma casa, realizar uma viagem, entre outros. A apresentação textual está alicerçada na formação por competências, que prevê avaliar benefícios que a educação financeira pode promover para o seu bem- estar social e para o controle das suas finanças. Dessa forma, os alicerces são situações problemas cuja solução requer os conteúdos analisados. No terceiro capítulo deste livro são apresentados os tipos de investimentos disponíveis no mercado (como CDB, Poupança, LCI, LCA, Títulos do Tesouro Direto, Debêntures etc.) e, suas características (se é renda fixa, variável, aporte, período de resgate, tributos etc.), que podem contribuir para remunerar o seu capital e auxiliar na realização dos seus sonhos. Na sequência, discutimos a aposentadoria complementar como uma importante ferramenta da educação financeira, que pode promover uma condição no futuro semelhante a que você tem quando está na ativa. E apresentamos a possibilidade da opção pela realização de um seguro, seja ele de pessoas ou de não pessoas, como prevenção aos riscos que existem na nossa vida e que podem comprometer as nossas finanças. Ainda, discutimos o crédito que você pode ter disponível quando da contratação de um empréstimo, financiamento, cartão de crédito, cheque especial etc. (como uma “armadilha” para as suas finanças, se você não souber fazer uso do mesmo com qualidade), podendo gerar uma dívida excessiva. Aplicaremos a Matemática Financeira nos cálculos dos retornos dos investimentos, na verificação de juros nas operações de crédito e no cálculo do Custo Efetivo Total. 8 Finalmente discutimos a portabilidade de crédito como uma possibilidade de trocar uma dívida mais cara por uma mais barata desde que você encontre uma instituição financeira que aceite a mesma. Recomendamos que este material seja usado em conjunto com outros materiais que podem estar na forma de artigos, vídeos, livros etc. Lembre-se de que você não estará sozinho(a) nesta caminha. Estaremos à disposição apara auxiliá-lo(a) nas dúvidas. Tenha uma boa caminhada Bons estudos! Prof. José Humberto Dias de Tolêdo 9 Capítulo 1 Habilidades Seções de estudo No decorrer deste capítulo, o estudante irá conhecer o conceito e discutir estratégias em educação financeira que podem proporcionar ao cidadão a sua inserção na sociedade do consumo de uma forma responsável, consciente e sustentável. Também irá conhecer programas em educação financeira promovidos por entidades do governo e da sociedade civil. Seção 1: Educação financeira Seção 2: Consumo responsável, consciente e sustentável Seção 3: Programas em Educação financeira Educação financeira – formar para a cidadania 10 Capítulo 1 Seção 1 Educação financeira O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação financeira podem contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças pessoais, já que desde o início das nossas vidas começamos a lidar com uma série de situações ligadas ao dinheiro. Esses conhecimentos podem tornar nossas vidas mais tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro. Para tirar melhor proveito do seu dinheiro, é muito importante saber como utilizá-lo da forma mais consciente e que o torne favorável a você. Neste capítulo, faremos uma abordagem da educação financeira, destacando o seu conceito, consumo responsável, consciente e sustentável, e apresentaremos algumas entidades públicas e da sociedade civil que promovem programas em educação financeira. 1.1 Definição A partir da implantação no Brasil, em 1994, do Plano Real, que tinha como objetivo a estabilização e reformas econômicas e, também, de atuar como medida de controle da hiperinflação que assolava o país, iniciamos um período de controle da inflação que contribuiu para impulsionar o desenvolvimento econômico e para modificar a composição e distribuição de renda, com o aumento da classe média e a redução da extrema pobreza, promovendo inclusão social. Nesse contexto, diversos desafios passam a exigir – tanto do Estado quanto da sociedade civil – estratégias em educação financeira que promovam essa demanda crescente de consumidores e investidores para produtos e serviços financeiros com qualidade, ou seja, de forma consciente, responsável e sustentável. Dessa forma, uma gama crescente de produtos financeiros como empréstimos, poupanças,investimentos, seguros, planos de previdência privada, entre outros oferecidos aos consumidores, veio acompanhada de mais responsabilidade em suas escolhas. Essa grande demanda de produtos aumenta a complexidade e torna as decisões mais difíceis para o cidadão (que para exercer a cidadania precisa conscientizar- se de seus direitos e deveres, já que é necessário comparar características de cada opção como: riscos, lucros, retornos, prazos, taxas, impostos etc.) para fazer escolhas conscientes. 11 Educação Financeira No Brasil, a cultura inflacionária ainda está presente na memória da grande maioria das pessoas, dificultando o planejamento em longo prazo. Essa memória inflacionária faz com que os cidadãos consumam imediatamente, na expectativa de que os preços aumentarão rapidamente. Portanto, para garantir que as pessoas mudem essa cultura e possam gerir os seus recursos nessa nova realidade econômica é de suma importância o entendimento do conceito de educação financeira. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), educação financeira é (adaptado para a realidade brasileira): O processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram sua compreensão dos conceitos e dos produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação claras, adquiram os valores e as competências necessários para se tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos neles envolvidos e, então, façam escolhas bem informados, saibam onde procurar ajuda, adotem outras ações que melhorem o seu bem-estar, contribuindo, assim, de modo consistente para formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro. Com o objetivo de contribuir no processo de formação de um cidadão educado financeiramente, foi implementado pelo Governo Federal a Estratégia Nacional em Educação Financeira (ENEF) por meio do Decreto n° 7.379 de dezembro de 2010. Esse programa prevê, como uma estratégia coordenada nacionalmente, aumentar o poder dos consumidores, políticas sobre educação financeira, inclusão financeira e proteção do consumidor. Essas políticas são sinérgicas e complementam umas às outras. O foco da ENEF está no desenvolvimento de programas para três públicos-alvo: crianças, jovens e adultos. A ENEF chegará às crianças e jovens principalmente por programas a serem desenvolvidos em escolas de Ensino Fundamental e Médio, sob a orientação do Ministério da Educação (MEC) e com a colaboração das secretarias de educação estaduais e municipais. Para alcançar os adultos, programas que utilizam parcerias com agentes privados e públicos capazes de multiplicar o efeito das ações da ENEF serão utilizados (BRASIL, 2010). Não faremos uma abordagem, nesse livro, sobre campanhas já implementadas ou discussão dos resultados já alcançados por esse programa. 12 Capítulo 1 Em 15 de março de 2013, o Decreto Presidencial nº 7.693 estabeleceu o Plano Nacional de Consumo e Cidadania (PLANDEC). Nesse programa, a inclusão financeira é tratada na Parceria Nacional para Inclusão Financeira (PNIF), que representa um compromisso de alto nível com a promoção de inclusão financeira adequada no Brasil. (BRASIL, 2013). Dessa forma, verificamos que o Governo já iniciou um movimento que pode promover uma educação financeira que proporcione a inserção do cidadão na sociedade de consumo de forma responsável, consciente e sustentável, abordagem que será o tema da próxima seção. Seção 2 Consumo responsável; consciente e sustentável Consumo pode determinar o ato econômico que permite concretizar a satisfação de determinada necessidade através da utilização de determinado bem. Se falarmos do consumo pessoal, pode corresponder à parte do rendimento disponível que não é utilizado para poupança (NUNES, 2015). Dessa forma, o consumo deve ocorrer de modo equilibrado, consciente e dentro do seu padrão de vida e isso não significa restringir gastos e deixar de comprar. Não se trata de fazer menos de tudo, é fazer mais daquilo que é mais relevante para você e menos do que é menos relevante para sua realidade, seus anseios e de sua família. Ir além de suas condições pode lhe deixar endividado. De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB) em 2013, consumir é um ato individual de muita responsabilidade e reflete não só na sua vida, como na do país e na do planeta. É preciso, a cada ato de consumo de produtos ou de serviços, estar ciente da necessidade do que se vai adquirir, nos seus direitos, na origem, ou seja, é preciso estar consciente. Isso quer dizer que é necessário pesquisar preços, avaliando as características dos produtos e buscando similares mais baratos, exigir sua nota fiscal ou recibo do serviço e até mesmo, numa situação em que você se sinta lesado, estar ciente de como proceder para exigir o cumprimento de seus direitos. Dessa forma, é importante não se deixar cair em armadilhas, ler com criticidade a informação recebida e realizar cálculos antes da tomada de decisão na aquisição de um produto, serviço ou bem. 13 Educação Financeira 2.1 Planejamento do consumo (responsável) De acordo com Domingos (2012, p. 54) “vivemos em uma sociedade totalmente consumista, em que a maioria dos hábitos de consumo se baseia nos padrões sociais”. Na maioria das vezes, o dinheiro que ganhamos não é suficiente para realizar todos os nossos desejos de consumo, e isso pode nos causar frustração e infelicidade, que são emoções relacionadas diretamente com o comportamento humano. Diante desses sentimentos, que são inerentes ao ser humano, as empresas – por meio das propagandas e de estratégias de marketing – se encarregam de nos convencer de que somos capazes de adquirir aquilo que queremos e pode resultar na compra de diversos produtos e/ou serviços que vão além de nossa capacidade de compra, fazendo com que nos comprometamos no futuro com aquilo que consumimos no presente. Essas estratégias, às vezes, também encorajam ao consumo de produtos e/ou serviços que não precisamos. Dessa forma, é importante refletirmos sobre nosso comportamento de consumo e compreendermos se os produtos e/ou serviços que consumimos são realmente necessários à nossa vida ou não passam de necessidades que criamos a partir desses sentimentos que comprometem nosso equilíbrio emocional. De acordo com o BCB (2013, p.35): Na maioria das vezes os nossos desejos são ilimitados, enquanto os recursos são limitados. Temos o conflito entre consumir hoje ou poupar e postergar o consumo. Muitos não conseguem se controlar e acabam se endividando de maneira irresponsável. Consumir não é errado; pelo contrário, o consumo atende nossas necessidades e nossos desejos. O consumo possibilita que alcancemos sonhos, como realizar a viagem tão desejada. Para evitar que o dilema entre o querer e o poder nos coloque em uma enrascada financeira, devemos planejar o consumo. “O planejamento financeiro possibilita consumir mais e melhor. Consumir “mais” por meio da potencialização do dinheiro e “melhor” via eliminação de desperdícios”. (BCB, 2013, p. 35). Portanto, de acordo com Domingos (2012, p. 54), “é importante que você faça uma análise do seu comportamento de consumo e mude, desde já, os hábitos que não fazem bem para a saúde das suas finanças”. Todos nós precisamos compreender o perfil dos gastos que realizamos e do nosso comportamento de consumo. Para isso, a melhor forma de medição é anotar tudo o que consumimos. Quanto mais anotamos, mais dados teremos 14 Capítulo 1 para analisar o nosso comportamento de consumo e é provável que verifiquemos uma série de compras que são dispensáveis e que está inchando o nosso orçamento e consumindo o nosso dinheiro. De acordo com o BCB (2013), se você se planeja de forma adequada pode obter uma série de vantagenscomo: • controlar o endividamento pessoal; • auxiliar na preservação e no aumento do patrimônio; • eliminar gastos desnecessários; • utilizar os juros a seu favor já que, com planejamento, você otimiza o uso do crédito, reduzindo o pagamento de juros, evita o pagamento de multas por falta de organização e tem maior capacidade de poupar; e • maximizar os recursos disponíveis por meio de atitudes como pesquisar preços, negociar descontos ou aproveitar situações como a sazonalidade e a baixa temporada, quando aumenta o poder de barganha do consumidor, entre outros. Além das estratégias apresentadas para o planejamento do consumo, é importante saber que você pode também adotar algumas atitudes para assegurar que poderá consumir mais, com a mesma quantidade de recursos. Quando se planeja e se tem disciplina, somos capazes de comprar mais e pagar menos e ainda conseguir poupar mais. Algumas dicas que podem auxiliar ao consumidor antes de consumir: pesquisar preços; pechinchar (negociar com afinco); experimentar pagar com dinheiro em espécie em vez de cartão. Além dessas dicas, atente também para o real preço dos produtos nas vitrines (não apenas para o valor da parcela); transmita certo “desinteresse” ao tratar com vendedores; pesquise o preço do produto ou serviço, com antecedência, pela internet, entre outros (BCB, 2013). 2.2 O consumo consciente e sustentável Consumir tendo em conta as consequências desse consumo, em médio e longo prazo, para as populações do planeta, é usualmente chamado de consumo consciente (BCB, 2013). O consumidor consciente leva em conta, quando escolhe produtos: o meio ambiente, a saúde humana e animal, as relações justas de trabalho, o preço e a marca do produto. Além disso, o consumidor consciente sabe que, por meio do seu ato de consumo, é um agente transformador da sociedade, já que os 15 Educação Financeira recursos naturais são imprescindíveis para a manutenção da vida no planeta. As consequências das decisões de consumo se ampliam, afetando a sobrevivência das gerações presentes e futuras (BCB, 2013). De acordo com o BCB (2013, p. 39): O consumo consciente propicia, além das vantagens ambientais, benefícios sociais e econômicos para a sociedade como um todo, e individuais para aquele que consome conscientemente. Desse modo, consumo consciente amplia o conceito de educação financeira, ao incorporar às nossas escolhas de consumo considerações sociais e ambientais, tais como modo de produção, quantidade e qualidade das matérias-primas, tipo e qualidade de mão de obra, produção de resíduos e outros aspectos relevantes para o meio ambiente e para a sociedade. O consumidor consciente, por meio de cada ato de consumo, busca o equilíbrio entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade, maximizando as consequências positivas e minimizando as negativas de suas escolhas de consumo; não só para si mesmo, mas também para as relações sociais, para a economia e para a natureza. Assim, consumir conscientemente pode contribuir para o consumo sustentável nas dimensões ambiental, social e econômica, ou seja, adquirir produtos e serviços ambientalmente corretos, com o mínimo de impacto sobre o meio ambiente, que possam ajudar a construir uma sociedade mais justa e, claro, que sejam economicamente compatíveis com a situação financeira do consumidor (BCB, 2013). Além disso, o ato de consumir de forma consciente valoriza as iniciativas de responsabilidade socioambiental das empresas, dando-se preferência às companhias que mais se empenham na construção da sustentabilidade por meio de suas práticas cotidianas. O consumo consciente pode ser caracterizado por meio de gestos simples que levem em conta os impactos da compra, uso ou descarte de produtos ou serviços, ou pela escolha das empresas da qual comprar, em função de seu compromisso com o desenvolvimento socioambiental. Portanto, o consumo consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir a sustentabilidade da vida no planeta. Ao consumir, podemos também contribuir para a sustentabilidade, ao compararmos produtos e serviços semelhantes ofertados no mercado e darmos preferência aos elaborados de modo socioambientalmente sustentável. Ou seja, consumir de forma sustentável e, portanto, consciente, não traz prejuízos à qualidade do consumo. Segundo o BCB (3013), algumas atitudes podem ser citadas para orientar o consumo sustentável. Dentre elas, destacamos: 16 Capítulo 1 • reduzir o consumo desnecessário, evitando desperdícios e a produção excessiva de lixo; • diminuir o impacto negativo da atividade humana sobre o meio ambiente (extrativismo, agropecuária, urbanização, indústria, serviços, lixo); • melhorar a qualidade de vida e o bem-estar pessoal e da sociedade, tanto das gerações atuais quanto das futuras; e • utilizar o dinheiro e o crédito a seu favor e, ao mesmo tempo, em favor da sociedade e do meio ambiente. • Dessa forma, o consumidor consciente e sustentável busca o equilíbrio entre ter o que precisa e ser um consumidor social, ambiental e economicamente sustentável. Na próxima seção apresentaremos alguns programas de educação financeira que são promovidos pelo governo e por entidades da sociedade civil. Seção 3 Programas em educação financeira Nesta seção, faremos uma apresentação de iniciativas realizadas por instituições nacionais sobre Educação Financeira. Esse mapeamento irá identificar iniciativas em instituições públicas e privadas, colhendo informações detalhadas sobre elas e sobre ferramentas educacionais existentes que podem auxiliar os cidadãos a melhorar sua compreensão sobre os conceitos e sobre os produtos financeiros. Esse processo é fundamental para que, com informação, formação e orientação claras, os cidadãos possam adquirir valores e competências necessários para se tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos envolvidos no consumo e no uso de produtos financeiros e, então, possam fazer suas escolhas de modo bem informado e com transparência. 3.1 Programas promovidos por órgãos reguladores do SFN A seguir apresentaremos alguns programas promovidos por órgãos reguladores do Sistema Financeiro Nacional (SFN). 17 Educação Financeira 3.1.1 BC Cidadania O BC Cidadania é o programa de educação financeira do Banco Central criado em 2003. O programa tem como objetivo oferecer aos cidadãos meios para adquirir competências para a tomada de decisões relacionadas às finanças pessoais. Os campos de ação do programa são a utilização do dinheiro, o encorajamento de poupança e o uso responsável do crédito, a promoção de mudança comportamental baseada nas melhores práticas da finança pessoal, e o relacionamento do cidadão com o Sistema Financeiro Nacional. 3.1.2 Educação do Investidor – CVM A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desenvolve o programa Educação do Investidor, que envolve ações realizadas dentro do Programa de Orientação e Defesa do Investidor (PRODIN) desde 1998. Existem iniciativas específicas para investidores em geral, como o Portal do Investidor <http://www.portaldoinvestidor. gov.br>, onde o cidadão encontrará informações úteis e em linguagem acessível sobre planejamento financeiro e conceitos iniciais de investimentos. O órgão ainda lançou o canal educacional CVMEducacional no Facebook, Twitter e YouTube. O programa também inclui ações de entidades representativas do mercado de capitais reconhecidas pela CVM, realizadas seja por sua iniciativa própria, seja em parceria com a Comissão, por meio do Comitê Consultivo de Educação da CVM. 3.1.3 Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC As ações de educação financeira da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) buscam incentivar as administradoras deplanos de previdência privada a desenvolverem seus próprios projetos de educação financeira, com o propósito de aumentar as competências financeiras de seus empregados, participantes ativos, pensionistas e beneficiários. A página pode ser acessada pelo endereço: <http://www.previc.gov.br/sobre/ educacao-previdenciaria/comite-nacional-de-educacao-financeira>. BC Cidadania: Veja mais informações na página sobre educação financeira do BC, disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?PEF-BC>. 18 Capítulo 1 3.2 Programas promovidos por órgãos do Governo Federal A seguir apresentaremos alguns programas promovidos por iniciativa de órgãos do Governo Federal. 3.2.1 Ministério do Desenvolvimento Social – MDS O Ministério do Desenvolvimento Social criou um folheto desenhado especificamente para famílias beneficiárias do programa Bolsa Família e que têm conta em banco. A publicação, em linguagem acessível, apresenta noções básicas para planejamento e gestão das finanças domésticas. A página pode ser acessada pelo endereço: <http://www.mds.gov.br/ biblioteca/secretaria-nacional-de-renda-de-cidadania-senarc/cartilhas/ educacao-financeira-para-beneficiarios-do-programa-bolsa-familia/ educacao-financeira-para-beneficiarios-do-bolsa-familia>. 3.2.2 Secretaria Nacional do Consumidor – SENACON (MJ) A SENACON representa o Ministério da Justiça no CONEF, com os objetivos de garantir que a perspectiva dos consumidores seja sempre apresentada e discutida no comitê, além de tornar a proteção do consumidor uma prática permanente nos programas desenvolvidos na Estratégia Nacional em Educação Financeira. Além da ENEF, a SENACON também desenvolve, por meio da Escola Nacional de Defesa do Consumidor (ENDC), ações específicas sobre educação financeira, como debates, palestras e oficinas temáticas. No site <http://portal.mj.gov.br/main. asp?View={BB5C6F73-D929-448D-A033-78AEE2848655}&BrowserType=NN&La ngID=pt-br> é possível obter informações do Ministério da Justiça sobre direito do consumidor e informações sobre cursos relacionados à educação financeira promovidos por esse órgão. 3.3 Programas promovidos por entidades da sociedade civil A seguir apresentaremos alguns programas promovidos por iniciativa de entidades da sociedade civil. 3.3.1 Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – ANBIMA A ANBIMA representa mais de 340 instituições, entre bancos comerciais, múltiplos e de investimento, gestores de ativos, corretoras e consultores de 19 Educação Financeira investimentos. Referência nos mercados financeiro e de capitais, a ANBIMA tem uma área dedicada exclusivamente à educação, com objetivo de oferecer aos atuais e potenciais investidores informações adequadas, didáticas e de fácil acesso para que eles possam tomar decisões maduras e conscientes de investimento. Além disso, a Associação também apoia iniciativas cujo intuito seja o de fomentar a educação financeira no Brasil, ajudando os brasileiros a adquirir conhecimentos que os ajudem a lidar com suas finanças. No endereço <http://portal.anbima.com.br/a-anbima/educacao-do-investidor/ Pages/objetivo-e-iniciativa.aspx> o cidadão pode acompanhar as ações da ANBIMA em relação à educação financeira. 3.3.2 BM&FBovespa A principal bolsa de valores do Brasil compreende a importância da educação financeira para a tomada de decisões bem informadas sobre investimentos e a utilização do dinheiro. Na página da BM&FBOVESPA (<http://www.bmfbovespa. com.br/pt-br/educacional/cursos/cursos.aspx?idioma=pt-br>), o cidadão encontra materiais educativos, como cursos, vídeos e simuladores. Um curso presencial gratuito de gestão de finanças pessoais é adaptado para diferentes públicos-alvo, como universitários, membros adultos da família, mulheres adultas, adolescentes ou idosos. Também há opções para aqueles dispostos a melhorar suas capacidades de investimento, como cursos sobre mercados de ações e títulos do governo em nível básico, macroeconomia, análise fundamental, gestão de risco para portfólios de ações, tributação de mercado de ações ou derivativos, e mercado de opções em nível intermediário. Além dessas opções, o Instituto Educacional BM&FBOVESPA oferece cursos de especialização, certificações para profissionais do mercado e MBA presenciais e online. Um canal de vídeo na internet (<www.tvbmfbovespa.com.br>) fornece acesso a vídeos educacionais e a eventos promovidos pela BM&FBOVESPA. 3.3.3 Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN A FEBRABAN (<http://www.febraban.org.br/>) é a principal entidade representativa do setor bancário brasileiro. Fundada em 1967 na cidade de São Paulo, é uma associação sem fins lucrativos que tem o compromisso de fortalecer o sistema financeiro e suas relações com a sociedade e contribuir para o desenvolvimento econômico, social e sustentável do País. Essa instituição mantém o portal Meu Bolso em Dia (<www.meubolsoemdia.com. br>) que traz páginas informativas e atividades interativas, e oferece informações 20 Capítulo 1 detalhadas sobre qualquer assunto relacionado a bancos: da história do surgimento do dinheiro a explicações sobre instrumentos financeiros complexos. Há ainda informações sobre modalidades de crédito, investimentos, títulos do tesouro, câmbio e outros assuntos. Além disso, há uma orientação clara sobre operações bancárias cotidianas, como cheques, cartões de débito e de crédito, taxas bancárias, transferências, contas-salário, e contas estudantis, dentre outros temas. No portal também são oferecidas instruções passo a passo sobre planejamento financeiro, controle de orçamento, consumo consciente, priorização e resolução de passivos, como evitar o endividamento etc. Ferramentas gratuitas também são fornecidas: Jimbo, um software de orçamento doméstico; calculadoras para comparar opções de abastecimento de automóveis; testes para avaliar as capacidades de consumo, gestão do dinheiro, perfis de investimento, utilização segura da internet etc. 3.3.4 Confederação Nacional das empresas de Seguros Gerais (CNSEG) A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização tem como missão congregar as principais lideranças, coordenar ações políticas, elaborar o planejamento estratégico do setor e representar o segmento perante o Governo, a sociedade e as entidades nacionais e internacionais. O portal Tudo sobre Seguros (<www.tudosobreseguros.org.br>), mantido pela Escola Nacional de Seguros, fornece informações sobre seguros, previdência privada suplementar e capitalização, além de informar os consumidores sobre o funcionamento do mercado e dos produtos. Seus públicos-alvo são indivíduos, empresas e mídia buscando informações sobre seguro. Mais especificamente, o portal busca informar e educar consumidores, assim contribuindo para o desenvolvimento do mercado de seguros domésticos. O portal é muito importante, considerando a complexidade dos contratos de seguro e o conhecimento insuficiente sobre eles do público em geral, o que leva a problemas conhecidos de assimetria de informações e conflitos entre os participantes – detentores de apólices, seguradoras, e intermediários. 21 Educação Financeira Atividades de autoavaliação 1. Assinale as alternativas (abaixo) que caracteriza um “consumidor consumista”, aquele que age sem planejar e por impulso: a) ( ) Pensa apenas em si próprio. b) ( ) Compra apenas o necessário. c) ( ) Joga todas as embalagens no lixo. d) ( ) Se estiver fácil para comprar e for barato não se preocupa se o produto é pirata ou contrabandeado. e) ( ) Separa o que é lixo orgânico do que é reciclável e dá a destinação correta. f) ( ) Orienta-se pelo status. g) ( )É imediatista e não se preocupa com o futuro. 2. Assinale as alternativas (abaixo) que caracteriza um “consumidor consciente”, aquele que leva em conta as consequências do consumo, em médio e longo prazo, para as populações do planeta. a) ( ) Faz “shopping terapia”. c b) ( ) Pondera antes de comprar. c) ( ) Qualquer tipo de resíduo é considerado lixo. d) ( ) Evita desperdícios e utiliza efetivamente o que compra. e) ( ) Orienta-se por um estilo de vida saudável. f) ( ) Reutiliza as embalagens. g) ( ) É previdente e sabe que o futuro é consequência das escolhas de hoje. 3. Assinale a seguir as dicas que você considera que podem tornar um “consumidor consumista” em “consumidor consciente”: a) ( ) Na hora de ir ao supermercado, seguir rigorosamente a lista de compras. b) ( ) Elimina os desperdícios. Adota os 3 Rs – Reduza, Reutilize e Recicle. Isso fará bem ao bolso e meio ambiente. 22 Capítulo 1 c) ( ) Não se importar com desperdícios e a produção excessiva de lixo. d) ( ) Prioriza a compra de frutas da estação. e) ( ) Compra produtos apenas pela aparência ou pela novidade. f) ( ) Usa sacolas ecológicas (reutilizáveis) nas compras em supermercados. g) ( ) Verifica a validade dos produtos e não compra produtos vencidos. 23 Capítulo 2 Habilidades Seções de estudo Neste capítulo, o estudante vai entender como os sonhos podem contribuir para a sua educação financeira, já que são eles que trazem motivação e esperança para todos nós. Você vai poder compreender também que o orçamento pode ser visto como uma ferramenta de planejamento financeiro pessoal e/ou familiar que contribui para a realização dos sonhos e que, ao poupar, você acumula valores financeiros no presente que podem ser investidos para serem utilizados no futuro, na realização dos sonhos. Seção 1: Sonhos Seção 2: Orçamento Seção 3: Poupança e investimento Sonhos, orçamento; poupança e investimento 24 Capítulo 2 Seção 1 Sonhos Gerar o equilíbrio das finanças pessoais, preparar para enfrentar os imprevistos financeiros e os planos de uma aposentadoria sustentável é, na maioria das vezes, o alicerce e o combustível do sonho de qualquer indivíduo. Mas, para que isso aconteça e para que você usufrua desses benefícios, é fundamental a educação financeira, que pode qualificar as suas ações para o bom uso do sistema financeiro, reduzir a possibilidade de cair em fraudes e preparar o caminho para a realização desse sonho; enfim, tornar a vida melhor. Nesta seção faremos uma abordagem sobre como os sonhos pessoais podem ser o combustível da transformação para que você possa seguir na caminhada para a realização do seu projeto de equilíbrio financeiro sustentável. 1.1 Projete os seus sonhos De acordo com o dicionário Michaelis (2015), sonhos são pensamentos dominantes que podem ser seguidos com interesse ou paixão. O ser humano é movido pelos sonhos e são eles que trazem esperança e motivação para todos. São os nossos sonhos que norteiam nossos desejos e anseios pelo futuro. É por meio dos sonhos que visualizamos aonde queremos chegar. (BCB, 2013). Dessa forma, podemos ter sonhos dos mais diversos tipos como: sonhar com um mundo mais humano e igualitário; sonhar em rever um velho amigo que está distante e não o vemos há muito tempo; realizar uma viagem para o exterior com a família; adquirir um carro novo; comprar o modelo mais recente do celular etc. Se analisarmos os sonhos que temos, podemos verificar que existem aqueles que podem ser realizados sem a utilização de recursos financeiros; mas também há aqueles que necessitam de recursos financeiros para a sua realização. Diante desse contexto, uma boa gestão financeira pessoal pode aumentar as chances da realização dos sonhos que necessitam de recursos como, por exemplo, uma viagem com a família para o exterior. Segundo Domingos (2012, p. 60), “é muito comum encontrar pessoas que desistiram dos seus sonhos porque estão desequilibradas financeiramente”. O autor segue destacando que “seja qual for a sua situação financeira, é preciso que você renove os seus sonhos, seus objetivos”. 25 Educação Financeira De acordo com o BCB (2013, p.13): Um problema que muitas pessoas enfrentam é não saber como transformar os sonhos em realidade. Ora porque falta uma visão clara do caminho a ser percorrido entre o sonho e a sua concretização, ora porque é necessário pensar no assunto e assumir uma posição ativa para transformar os sonhos em projetos. Como destacado na citação acima, há o sonho e o projeto, que podem ser diferenciados: • sonho – desejo, aspiração, anseio, pensamentos dominantes, interesse, paixão; • projeto – o sonho colocado no papel para que possamos visualizar onde estamos diante das nossas aspirações, desejos, anseios etc. e traçar quais os caminhos que devemos seguir para alcançá-los (BCB, 2013). Dessa forma, é fundamental que você escreva os seus sonhos, já que sonhos e projetos são complementares. Antes de elaborar o seu projeto para a concretização dos seus sonhos, Domingos (2012, p. 64) destaca que algumas reflexões sobre o seu futuro devem ser realizadas: • Em que situação financeira viverão meus filhos e meus netos no que depender de mim? • Como estará a minha vida profissional até lá? • Terei conquistado, em termos materiais, tudo que almejo? • Essas conquistas serão suficientes para que eu tenha uma vida tranquila no futuro? • Entre essas conquistas está o sonho de uma aposentadoria sustentável? • Contarei com reservas para possíveis imprevistos? As reflexões citadas podem ser parte ou não dos seus sonhos. Acrescente as suas reflexões e verifique quais delas você já realizou e as que ainda vai realizar. Dessa forma, é preciso, para a materialização de todos os seus sonhos, que elabore o projeto dos sonhos que você quer alcançar. 26 Capítulo 2 De acordo com o BCB (2013, p. 13), os projetos se caracterizam pelos seguintes aspectos: (1) são temporários – têm início e fim definidos; (2) são planejados, executados e controlados; (3) geram produtos, serviços ou resultados exclusivos; (4) são desenvolvidos em etapas que se sucedem em uma sequência progressiva; (5) são realizados e gerenciados por pessoas; e, (6) são executados com recursos limitados. Desse modo, o projeto é uma ação que viabiliza a realização dos sonhos, retirando-os do imaginário e trazendo-os ao mundo real. Ainda, segundo o BCB (2013, p. 13-14), existem alguns passos que, uma vez seguidos, podem ajudar a transformar os sonhos em projetos e que podem facilitar a sua realização: Primeiro passo: saber, exatamente, aonde você quer chegar. Nesta etapa, você deve definir qual é exatamente o objeto do seu sonho. Podemos citar como exemplo que você deseja realizar uma viagem. Para que esse sonho se materialize, é preciso definir para onde você quer ir, por quanto tempo, em que tipo de hospedagem você pretende ficar etc. Segundo passo: estabelecer metas claras e objetivas para seu projeto. Nesta etapa do projeto, você deve detalhar como realizará o seu sonho. Para isso, você deve planejar e descrever, de modo específico, as metas que você deverá alcançar para que seu sonho seja realizado. Vejamos um exemplo: vamos supor que pretende realizar a viagem dos seus sonhos, daqui a um ano e meio e, para cobrir as despesas de passagens, hospedagem, alimentação, reserva para cobrir despesas eventuais, compras etc. você precise de R$ 15.000,00 (temos que considerar a inflação do período para compor esse valor e a valorização do dinheiro no tempo). Uma alternativa para conseguir esse recurso é realizar o seu orçamento e verificar se pode dispor de um valor mensal para que, ao final do ano e meio, você tenha acumulado o montantenecessário para a viagem (na seção seguinte abordaremos como você pode realizar um orçamento). Terceiro passo: internalizar a visão de futuro trazida pela perspectiva de realização do projeto. 27 Educação Financeira Neste passo, você deverá pensar em tudo aquilo que a realização do sonho da viagem lhe trará de bom. Pense nos prazeres que você terá. Veja-se no lugar em que você sonha estar. Sinta-se com o sonho realizado. Essa atitude lhe dará motivação para seguir o caminho em busca da concretização do seu sonho. Quarto passo: estabelecer etapas intermediárias. Nesta etapa, você tem que manter o controle da viabilidade do seu projeto. Essas etapas intermediárias no percurso da caminhada para a realização do seu sonho servem para verificar o percurso que você tem caminhado e, caso necessário, reavaliar e direcionar melhor o seu projeto em busca da realização do seu sonho. As situações podem se alterar ao longo do tempo, exigindo ou permitindo que você altere o percurso inicialmente pensado. Por exemplo, se a sua viagem é para o exterior, o preço da moeda pode aumentar em relação à nossa moeda e você pode decidir sobre a necessidade de alteração na quantia inicial projetada. Último passo: comemorar as etapas intermediárias da caminhada. O projeto da viagem do seu sonho tem um período de tempo, um ano e meio nesse caso, para ser finalizado. Assim, até que se consigam os recursos econômicos para que o sonho seja realizado, existe a possibilidade de desânimo ou desvio do foco. Ainda é possível, por uma razão ou outra, que não se queira mais dar continuidade aos planos iniciais. Por isso, é necessário estabelecer etapas intermediárias de comemoração. Dessa forma, você pode estabelecer que a cada quantia poupada (por exemplo, atingiu 50% da meta) para a realização do sonho da viagem, você comemora com a sua família essa etapa vencida. Pode realizar um jantar comemorativo, por exemplo. Enfim, não importa como você irá comemorar, pode ser até algo que demande dinheiro, desde que não o desvie do foco principal do seu projeto. Segundo o BCB (2013, p. 15), “seguindo esses passos, você pode aumentar bastante suas possibilidades de passar do posto de sonhador para o de realizador de sonhos”. De acordo com Domingos (2012, p. 67), “uma das razões que muitas vezes impedem as pessoas de realizarem os seus sonhos é não saber exatamente quanto eles custam”. Dessa forma, para que você consiga materializar os sonhos é importante saber quanto eles vão custar e se cabem no seu orçamento financeiro que será o tema a ser discutido na próxima seção. 28 Capítulo 2 Seção 2 Orçamento Nesta seção, faremos uma abordagem de orçamento que pode ser considerada uma ferramenta de um planejamento financeiro pessoal e/ou familiar e contribuir para a realização dos sonhos e projetos. Para tanto, é necessário saber aonde se quer chegar e estabelecer metas claras e objetivas, as quais geralmente precisam de recursos financeiros para que sejam alcançadas. Portanto, é importante, para a realização dos sonhos, que toda movimentação de recursos financeiros, incluindo todas as receitas e despesas, estejam anotadas de forma organizada. 2.1 Definição e objetivos De acordo com Parsloe e Wright (2001), orçamento é um processo de planejar que toda empresa precisa executar, a fim de prever as suas necessidades, além de verificar o seu bom funcionamento. Estendendo para o plano pessoal ou familiar, podemos definir orçamento como um plano financeiro, que estabelece de forma mais precisa possível, como se espera que transcorra as finanças de uma pessoa ou família com a previsão das receitas e despesas, relativas a um determinado período de tempo (pode ser um mês, um ano etc.), e que pode contribuir para a realização de sonhos e projetos. Parsloe e Wright (2001) esclarecem que os objetivos da elaboração de um orçamento são resumidos em: • controle – assegurar que as finanças atinjam as metas financeiras traçadas; • coordenação – assegurar que as despesas somem um total que se possa pagar; • comunicação – assegurar que todas as pessoas envolvidas no orçamento estejam cientes das metas financeiras e dos recursos que poderão utilizar para atingir essas metas; e • comparação – assegurar que os resultados reais possam ser avaliados regularmente, tendo-se em vista as metas orçamentárias de modo que todos os envolvidos tenham conhecimentos detalhados do progresso alcançado e de quaisquer problemas que possam estar surgindo. 29 Educação Financeira O BCB (2013, p. 20) acrescenta que “qualquer que seja o tamanho do seu plano ou sonho, é necessário ter um controle efetivo das receitas e das despesas, bem como se organizar e definir o que tem de ser feito, de modo a alcançar os objetivos em menos tempo e ao menor custo possível”. De acordo com o BCB (2013), o orçamento financeiro é de suma importância, pois pode oferecer uma oportunidade para avaliar as finanças pessoal ou familiar, e a definir prioridades que impactam na sua vida pessoal ou da sua família. O orçamento vai ajudá-lo a conhecer a sua realidade financeira, escolher os seus projetos, fazer o seu planejamento financeiro, definir suas prioridades, identificar e entender seus hábitos de consumo, organizar sua vida financeira e patrimonial, administrar imprevistos e a consumir de forma contínua. 2.2 Elaboração de um orçamento Uma etapa inicial na elaboração de um orçamento pessoal ou familiar é registrar ou anotar tudo que você e/ou sua família ganha e o que se gasta durante um período (que pode ser um mês, semestre ou um ano). Em seguida, é fundamental organizar e planejar suas despesas, com o objetivo de gastar bem o dinheiro, ou seja, que ele seja suficiente para cobrir todas as necessidades pessoal ou familiar e, ainda, ter uma sobra para que os sonhos traçados sejam atingidos por você ou sua família. Destacamos que um princípio básico que deve ser seguido na elaboração de um orçamento é o de que as despesas não podem ultrapassar as receitas. De preferência, o que se espera que ocorra é que as receitas superem as despesas para que com o excedente você possa, por exemplo, planejar e realizar os sonhos ou para cobrir despesas emergenciais. Na literatura existem várias maneiras de se elaborar um orçamento. Vamos seguir um método apresentado pelo BCB (2013, p. 22-23), que consiste em quatro etapas: planejamento, registro, agrupamento e avaliação. Na etapa do planejamento, você estima as receitas e as despesas do período. Para auxiliar na elaboração do planejamento, você pode utilizar sua rotina passada, elencando as receitas e despesas, utilizando-as como base para prever as receitas e as despesas futuras. Diferencie receitas e despesas fixas das variáveis. Podemos definir as receitas fixas como aquelas que têm pouca variação, como, por exemplo, o valor do salário, da aposentadoria etc. Já as receitas variáveis, ao contrário, são as que os valores variam de um mês para o outro, como, por exemplo, os ganhos de comissões por vendas. 30 Capítulo 2 As despesas fixas são aquelas que não variam ou têm pouca variação de um período para outro, como: aluguel; prestação de um financiamento etc. As despesas variáveis são aquelas cujos valores variam de um mês para o outro, como conta de energia e de água, já que a quantidade do consumo é quem define os seus valores. Além disso, não podemos esquecer alguns compromissos que são sazonais como: impostos, seguros etc., e os já assumidos, como cheques pré-datados ou ainda não compensados, prestações a vencer, faturas de cartões de crédito etc. A etapa do registro consiste em anotar, de preferência diariamente – para evitar esquecimentos – todas as receitas e despesas. As anotações podem ser em um caderno, ou em uma planilha de cálculo (vamos usar esse recurso comoexemplo a seguir) etc. O agrupamento das despesas é interessante para que você verifique em qual grupo você está usando mais os seus recursos e para auxiliar na gestão das suas despesas. Dessa forma, sugerimos que você agrupe as despesas realizadas com características similares, como por exemplo: alimentação, habitação, transporte, lazer etc. É claro que você pode utilizar outras formas de agrupamento que sejam mais adequadas à sua realidade. A quarta e última etapa é a avaliação, que consiste em verificar como suas finanças se comportaram ao longo do período e como poderá atuar de forma corretiva e preventiva, para que a sua renda proporcione o máximo de benefícios, conforto e qualidade de vida para você e a sua família. Nessa etapa você pode, ainda, identificar se o balanço de seu orçamento foi superavitário, neutro ou deficitário. Ou seja, se gastou menos, o mesmo ou mais do que recebeu. Pode verificar, também, se os seus sonhos estão adequados às suas finanças e definir se eles podem ser realizados em curto, médio ou longo prazo. E, se for o caso, realizar cortes em despesas que podem ser ajustadas e que venham a auxiliar na realização dos sonhos. O orçamento que vamos apresentar na Tabela 1 a seguir segue, na sua estrutura de elaboração, o método orçamentário apresentado. Para elaborar o orçamento, estimamos uma receita familiar de R$ 4.500,00, registramos todas as despesas e agrupamos as mesmas seguindo as seguintes convenções: Receitas (R); Habitação (H); Transporte (T); Educação (E); Saúde (S) e Pessoal (P). Incluímos uma coluna na planilha orçamentária com o tipo da despesa para, em seguida, quantificá-la e calcular a porcentagem de cada despesa em relação à receita total que vai auxiliar na avaliação do comportamento das finanças, no período em análise, e identificar a necessidade de ajustes no orçamento. 31 Educação Financeira Tabela 1 – Orçamento familiar do mês XX ORÇAMENTO - MÊS XX DESCRIÇÃO TIPO Valor (R$) RE CE ITA S (+) Receita (salário; aposentadoria, etc.) R$ 4.500,00 (+) Outras receitas (comissões, aluguel, etc.) HA BI TA ÇÃ O (H ) Água H R$ 30,00 Energia Elétrica H R$ 80,00 Telefone H R$ 70,00 Supermercado H R$ 600,00 Manutenção Residência H R$ 100,00 Padaria H R$ 150,00 IPTU H R$ 80,00 TR AN SP O RT E (T ) Combustível T R$ 200,00 Manutenção veículo T R$ 100,00 IPVA T R$ 80,00 Estacionamento T R$ 50,00 Prestação Veículo T R$ 450,00 Outras despesas T R$ 100,00 ED UC AÇ ÃO (E ) Universidade E R$ 480,00 Curso de idioma E R$ 120,00 Material escolar E R$ 80,00 Uniforme E R$ 60,00 Outras despesas E R$ 100,00 SA ÚD E (S ) Plano de saúde S R$ 380,00 Medicamentos S R$ 120,00 Previsão despesa extra S R$ 100,00 PE SS O AL (P ) Roupas P R$ 150,00 Diversão e lazer P R$ 150,00 Lanche P R$ 80,00 Café P R$ 50,00 Salão de beleza P R$ 100,00 (-) Total das despesas R$ 4.060,00 Saldo do mês (R - D) R$ 440,00 Fonte: Elaboração do autor, 2015. 32 Capítulo 2 Observando o orçamento do mês XX, identificamos que as Receitas (R) foram superiores às Despesas (D), gerando um superávit no valor de R$ 440,00 que podem ser usados para alimentar a poupança, que vai auxiliar na realização dos sonhos. Com a planilha elaborada, podemos determinar em termos percentuais (%) quanto cada grupo de despesas consumiu da Receita (R) do mês XX. (Tabela 2). Tabela 2 – Percentual de cada grupo de despesas em relação à receita total no mês XX Grupos de despesas Percentual do Total (%T) HABITAÇÃO (H) 24,67% TRANSPORTE (T) 21,78% EDUCAÇÃO (E) 18,67% SAÚDE (S) 13,33% PESSOAL (P) 11,78% SALDO DO MÊS (S) 9,78% Total 100,00% Fonte: Elaboração do autor, 2015. Com o cálculo percentual dos grupos das Despesas (D) em relação ao total da Receita (R) você pode fazer alguns ajustes nas despesas desse grupo, de forma a aumentar o saldo do mês que vai corresponder à quantia que você vai poupar para contribuir na realização dos seus sonhos. Veja na Tabela 2 que o saldo do mês correspondeu a 9,78% do total da Receita (R) do mês XX. Vários autores da literatura sobre educação financeira recomendam que se faça uma reserva de no mínimo 10% da receita total do mês para a poupança. Dessa forma, o cálculo do percentual do total de cada grupo de despesas pode auxiliar na gestão dessas despesas e reduzir as que forem possíveis, para se conseguir a meta dos 10% da Receita (R) do mês para a poupança. Outra forma de visualizar o quanto cada grupo de despesas está consumindo do seu orçamento é com a construção de um gráfico tipo pizza (Gráfico 1). 33 Educação Financeira Gráfico 1 – Fatia de cada grupo de Despesas em relação à Receita do mês XX 9,78% Percentual de cada grupo de Despesas x Receita 24,67% HABITAÇÃO (H) TRANSPORTE (T) EDUCAÇÃO (E) SAÚDE (S) PESSOAL (P) SALDO DO MÊS (S) 21,78% 18,67% 13,33% 11,78% Fonte: Elaboração do autor, 2015. A construção do gráfico pode auxiliar na visualização da fatia que gera um maior consumo da receita mensal em relação às demais. Observe no Gráfico 1 que o grupo Habitação (H) consumiu a maior fatia da Receita (R) do mês XX, ou seja, 24,67%. Dessa forma, fica mais fácil você verificar se é possível reduzir algum item desse grupo de despesas, como por exemplo, o consumo de energia ou água; ou reduzir as compras no supermercado, para que esse grupo reduza o percentual de despesa e para que o valor economizado possa contribuir com a poupança. O orçamento possibilita comparar e decidir suas prioridades e ainda auxilia a identificar sua capacidade de poupança e a reavaliar a possibilidade de melhorar a gestão dos seus gastos. Segundo Domingos (2012, p. 80), “para ter controle do dinheiro que entra e do dinheiro que sai, é fundamental que você seja capaz de não ultrapassar os seus limites financeiros”. E acrescenta que “o orçamento não pode ser encarado como uma camisa de força que vai fazer você viver de maneira sacrificada por longos períodos”. O orçamento sendo seguido de uma maneira eficiente proporciona exatamente o contrário, ou seja, quanto maior for a sua capacidade de respeitar o dinheiro, maior será a sua liberdade. 34 Capítulo 2 O orçamento apresentado equivale a um período de um mês. Sugerimos que você projete o orçamento familiar para doze meses para que auxilie na tomada de decisão para a realização dos seus sonhos, ou seja, quanto tempo será necessário, para que você consiga realizá-los. No exemplo de orçamento que apresentamos, ele foi superavitário. Entretanto, se ele for deficitário, ou seja, se as despesas ultrapassarem as receitas, esse dado pode refletir que estamos usufruindo um padrão de vida acima do padrão de renda que possuímos. Às vezes as facilidades proporcionadas pelo crédito fácil podem propiciar um excesso de compras a prazo que podem comprometer a situação financeira da família. Portanto, cuidar do orçamento familiar de forma a estar sempre superavitário deve ser uma constante busca de todos nós e, nesse sentido, a participação e o comprometimento de cada membro da família é imprescindível para o sucesso do projeto de gestão financeira familiar. Dessa forma, na elaboração do orçamento, envolva todos os membros da família, já que as pessoas são diferentes e costumam apresentar comportamentos financeiros distintos. É fundamental colocarmos em prática o que aprendemos sobre a elaboração do orçamento. Na próxima seção iremos abordar o conceito de poupança e de investimento e apresentar os tipos de perfil de investidores. Seção 3 Poupança e investimento Na seção anterior, mostramos que o orçamento é uma ferramenta fundamental no planejamento financeiro e que vai auxiliar na educação financeira pessoal ou familiar. Nestaseção, faremos uma abordagem dos conceitos de poupança e investimento e apresentaremos alguns componentes e estratégias de investimentos que irão auxiliar na definição do tipo de investidor que você é, além de apresentar elementos que podem auxiliar no alcance dos seus sonhos. 3.1 Poupar e investir É comum as pessoas confundirem poupança com investimento. Os conceitos que vamos apresentar, na sequência, vão auxiliar para que entendamos a diferença que existe entre poupar e investir. 35 Educação Financeira Poupança pode ser definida como o ato de reter, guardar uma parcela da renda que não é gasta no período em que é recebida. Como consequência, pode ser reservada para ser utilizada num momento futuro. Do ponto de vista da economia, poupar é o ato de abster-se do consumo presente na expectativa de obter um bem-estar maior no futuro. Investimento é a aplicação dos recursos que poupamos em algum tipo de investimento, como caderneta de poupança, CDB, CDI, fundo de investimento, título do tesouro etc., com o objetivo de remunerar o seu capital. Um investimento, em termos econômicos, é o capital que se aplica no presente com o intuito de obter rendimentos a prazo. Esta aplicação supõe uma escolha que resigna um benefício imediato – ou seja, que você poderia consumir imediatamente – por um futuro e, em geral, improvável. 3.2 Componentes do investimento e perfil do investidor De acordo com o BCB (2013, p. 44), “para fazer um investimento que atenda as suas necessidades, é importante que você conheça as três características dos investimentos: liquidez, risco e rentabilidade”. Liquidez pode ser entendida como a capacidade de um investimento ser transformado em dinheiro, a qualquer momento e por um preço justo; ou seja, investimento que é facilmente negociável e convertível em dinheiro vivo, como bens, títulos e ações. Podemos citar alguns investimentos que são apontados como produtos de alta liquidez: fundos de aplicação em renda fixa e caderneta de poupança, com resgate imediato. Já o investimento em imóveis, por exemplo, que pode levar muito tempo para ser vendido é considerado de baixa liquidez. O risco é a probabilidade de insucesso de determinado investimento, em função de algum acontecimento eventual e/ou incerto, cuja ocorrência não depende exclusivamente da vontade dos interessados, ou seja, é a probabilidade de ocorrência de perdas. Quanto maior o risco, maior a probabilidade de o investidor incorrer em perdas. Alguns exemplos de investimentos de menor risco: caderneta de poupança e o tesouro direto, desde que você fique de posse do título e o desconte na data de seu vencimento. Já as ações são consideradas investimentos de maior risco (BCB, 2013). A rentabilidade indica o percentual de remuneração do capital investido, ou seja, é o retorno, a remuneração do investimento. Quando fazemos um investimento, temos uma expectativa de rentabilidade que pode se concretizar ou não. Em geral, quanto maior a rentabilidade prometida, maior o risco do investimento 36 Capítulo 2 realizado. Dessa forma, a recomendação é que, antes de escolher o tipo de investimento a ser realizado, se compare a rentabilidade prometida com a média do mercado e se desconfie de promessas muito boas. (BCB, 2013). Além das características dos investimentos apresentadas, é importante que você, antes de investir, defina qual é o seu perfil de investidor – ou seja, conhecer as características dos investimentos disponíveis para que sua escolha seja a mais adequada para o seu perfil. De acordo com o BCB (2013, p. 45), “o investidor pode ser classificado em três diferentes perfis, de acordo com a sua disposição para aceitar riscos, sua preferência por liquidez e expectativa de rentabilidade”. Ou seja, a combinação dessas características determina o perfil do investidor, que pode ser: conservador, moderado ou arrojado (agressivo). A identificação do seu perfil de investidor é fundamental para que você escolha investimentos de forma consciente e que sejam compatíveis com seus objetivos. Dessa forma, vamos apresentar as características, segundo o BCB (2013, p. 45), para cada tipo de perfil de investidor: Conservador: privilegia a segurança e faz todo o possível para diminuir o risco de perdas, aceitando, inclusive, uma rentabilidade menor. Moderado: procura um equilíbrio entre segurança e rentabilidade e está disposto a correr certo risco para que o seu dinheiro renda um pouco mais do que as aplicações mais seguras. Arrojado: privilegia a rentabilidade e é capaz de correr grandes riscos para que seu investimento renda o máximo possível. Portanto, identificar que tipo de investidor você é pode ajudá-lo na escolha do investimento mais adequado ao seu perfil. Destacamos, também, que é muito importante você definir quais os objetivos do investimento que você quer realizar para que o auxilie na tomada de decisão por um tipo de investimento em detrimento do outro. É importante ressaltar que, antes de realizar o investimento, você tenha algumas precauções como: verificar a solidez das instituições envolvidas; verificar se há registro da instituição na qual vai realizar o investimento na CVM (Comissão de Valores Mobiliários); ler atentamente o regulamento e/ou o prospecto da oferta; informar-se sobre os custos incidentes na operação de investimento como; taxa de administração; taxa de custódia, impostos etc.; conhecer a estratégia do administrador e os riscos assumidos; pesquisar a reputação das instituições envolvidas, entre outras precauções. 37 Educação Financeira Na seção seguinte, daremos destaque aos objetivos e prazo de aplicação de um investimento. 3.3 Objetivos e prazo de aplicação do investimento Uma etapa importante na escolha do tipo de investimento é definir como você pretende utilizar seu dinheiro no futuro para a realização dos seus sonhos. Segundo o BCB (2013, p. 46), “objetivos diferentes podem implicar modalidades diferentes de investimentos, aceitar ou não riscos diferentes e necessidades diferentes de liquidez”. Após a definição dos objetivos com relação ao investimento, fica mais fácil saber em quanto tempo você vai precisar dele, para a realização dos seus sonhos de curto, médio ou longo prazo. Se o seu sonho é realizar uma viagem para o exterior com a sua família, então você precisa de investimentos de maior liquidez e provavelmente não vai tolerar investimentos com maior risco para alcançar os seus objetivos. Agora, se o objetivo é comprar um imóvel, provavelmente serão necessários alguns anos para que consiga juntar o dinheiro necessário para a realização do sonho. Segundo o BCB (2013, p. 46), “o horizonte de aplicação é um fator decisivo na definição do investimento mais apropriado, pois o tempo em que o recurso ficará aplicado poderá influenciar na rentabilidade e até na tributação”. Como já destacamos na seção anterior, todo investimento envolve riscos. Dessa forma, é importante saber que existe o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, poupadores e investidores, que permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira, até determinado valor, em caso de intervenção, de liquidação ou de falência. De acordo com o Banco Central do Brasil (2015), são instituições associadas ao FGC a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos, os bancos comerciais, os bancos de investimento, os bancos de desenvolvimento, as sociedades de crédito, financiamento e investimento, as sociedades de crédito imobiliário, as companhias hipotecárias e as associações de poupança e empréstimo, em funcionamento no País, que: • recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou depósitos a prazo; • realizem aceite em letras de câmbio; • captemrecursos mediante a emissão e a colocação de letras imobiliárias, de letras hipotecárias, de letras de crédito imobiliário ou de letras de crédito do agronegócio; e • captem recursos por meio de operações compromissadas tendo como objeto títulos emitidos, após 08 de março de 2012, por empresa ligada. 38 Capítulo 2 As instituições associadas contribuem mensalmente para a manutenção do FGC, com uma porcentagem sobre os saldos das contas correspondentes às obrigações objeto de garantia. Segundo o BCB (2015), o total de créditos de cada pessoa em uma mesma instituição associada, ou em todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro, será garantido até o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Quando os titulares do crédito são cônjuges, nas contas conjuntas, o valor da garantia é limitado a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), ou ao saldo da conta, quando inferior a esse limite, dividido pelo número de titulares, sendo o crédito do valor garantido feito de forma individual. É importante destacar que os investimentos vão financiar seus planos para o futuro, ou seja, os seus sonhos e, consequentemente, pode ser necessário alterá- los à medida que os seus sonhos sejam modificados em função de outros fatores como, por exemplo, político, econômico, perda de emprego etc. Portanto, para ter certeza de que seus objetivos serão realmente atingidos, é fundamental que você acompanhe sempre o desempenho dos seus investimentos e que, ainda, reavalie suas decisões de investimento para ver se continuam coerentes em relação aos seus planos e ao ambiente que o cerca. De acordo com o BCB (2013), uma boa sugestão é diversificar suas aplicações entre investimentos com diferentes características (por exemplo, imóveis, renda fixa e renda variável), na tentativa de minimizar riscos e maximizar a rentabilidade de seu portfólio de investimentos. No próximo capítulo, apresentaremos os tipos de investimentos com mais detalhes para que você possa decidir em qual vai investir a sua poupança com mais transparência. 39 Educação Financeira Atividades de autoavaliação 2.1 Tomando como base a sugestão de planilha orçamentária apresentada na Seção 2.2, elabore o seu orçamento familiar, para um mês do ano XX e, em seguida, determine, em termos percentuais da receita total, por grupo de despesas, quanto cada grupo está consumindo da receita. Faça a representação do percentual das despesas de cada grupo, por meio de um gráfico de pizza, e identifique qual a fatia que está consumindo mais da receita familiar. 2.2 Diante do exposto na Seção 3.2, defina qual é o seu perfil de investidor: se é conservador, moderado ou arrojado. 2.3 Na questão de autoavaliação 2.1, solicitamos a realização do seu orçamento familiar para um mês. Agora chegou a hora de elaborar o orçamento familiar para um período mais longo. Dessa forma, elabore o orçamento familiar para 12 meses seguindo os mesmos critérios solicitados para o orçamento mensal, ou seja: determine, em termos percentuais da receita total, por grupo de despesas, quanto cada grupo está consumindo da receita anual. Faça a representação do percentual das despesas de cada grupo, por meio de um gráfico de pizza identificando a fatia que está consumindo a maior parte da receita. 41 Capítulo 3 Habilidades Seções de estudo Neste capítulo, você vai conhecer os tipos de investimentos mais comuns existentes no mercado financeiro e identificar aquele que mais se ajusta ao seu perfil de investidor e às suas necessidades. Além disso, irá realizar cálculos para conferir o retorno que remunera a sua poupança, CDB, LCI, LCA, entre outros e entender os custos como: impostos, taxa de administração etc. existentes nesses investimentos que podem auxiliar na escolha por aquele que vai contribuir na concretização dos seus sonhos com o menor risco e com o retorno esperado por você. Seção 1: Tipos de investimentos Seção 2: Como fazer o dinheiro trabalhar para você? Tipos de investimentos 42 Capítulo 3 Seção 1 Tipos de investimentos No capítulo anterior, destacamos a importância da definição do seu perfil como investidor. Depois de traçar o seu perfil você precisa conhecer os tipos de investimentos disponíveis no mercado e verificar o mais adequado ao seu perfil e que irá ajudar na realização dos seus sonhos. Também já apresentamos que todo investimento envolve riscos, e que dependendo do grau de risco, poderão ocorrer perdas ou o investimento pode ganhar grandes valores. Neste capítulo, vamos apresentar os tipos de investimentos e as características que diferenciam uns dos outros, como taxas de administração, rentabilidade esperada, formas de tributação etc. Iremos também realizar alguns cálculos com auxílio da matemática financeira para que você consiga, com transparência, avaliar detalhadamente se essas características são fatores relevantes para decidir por um investimento em detrimento de outro. 1.1 Renda fixa e renda variável Os investimentos podem ser classificados em dois tipos: renda fixa e renda variável. Se você, após definir o seu perfil de investidor, verificar que se enquadra no de investidor mais conservador, que não quer correr riscos e que possui necessidade de resgate dos recursos em curto prazo, o mercado de renda fixa é o mais seguro para você e possibilita ter a dimensão exata do seu retorno no ato da aplicação. Então, podemos destacar que os investimentos de renda fixa são os que pagam, em períodos definidos, a remuneração correspondente à determinada taxa de juros. Essa taxa pode ser estipulada no momento da aplicação (prefixada) ou calculada no momento do resgate (pós-fixada), com base na variação de um indexador previamente definido, acrescido ou não de uma taxa de juros. Nessa modalidade de investimento, existe o risco de crédito (BCB, 2013). Já o investimento com renda variável é direcionado para um perfil de investidor mais arrojado, pois são investimentos em que o retorno não pode ser dimensionado no momento da aplicação. O mercado de renda variável é dinâmico, com oscilações – ideal para quem quer investir em longo prazo. Dessa forma, os investimentos de renda variável são aqueles cuja remuneração não pode ser dimensionada no momento da aplicação. Envolvem riscos maiores, pois, além do risco de crédito, existe também o risco associado à rentabilidade incerta. Exemplo: ações (BCB, 2013). Na próxima seção, vamos detalhar as formas de juros que o mercado financeiro trabalha e realizar alguns cálculos com o auxílio da matemática financeira. 43 Educação Financeira Seção 2 Como fazer o dinheiro trabalhar para você? Nesta seção, vamos detalhar e realizar alguns cálculos para a verificação do retorno que alguns tipos de investimentos promovem. Ou seja, vamos investigar como o dinheiro pode trabalhar para você. Dessa forma, é importante verificar as formas como o seu capital é remunerado pelo mercado e entender o poder dos juros no tempo. 2.1 Formas de juros Para estudar o poder dos juros no tempo é preciso, primeiramente, conhecer as formas de juros que o mercado financeiro trabalha, ou seja, compreender a diferença entre juros simples e juros compostos. Juros simples são aqueles pagos somente sobre o capital principal. São os “juros não capitalizados” (BCB, 2013). Juros compostos são aqueles que, após cada período de capitalização – normalmente um mês –, são incorporados ao capital principal e passam, por sua vez, a também render juros. Tratam-se dos chamados “juros sobre juros” ou “juros capitalizados” (BCB, 2013). No exemplo a seguir, apresentaremos os cálculos da apropriação dos juros para um investimento usando as duas formas, ou seja, simples e composto. Exemplo 3.1: Uma pessoa tem disponível R$ 5.000,00 e decide investiresse capital por um período de 6 (seis) meses em um investimento de renda fixa que remunera o capital a uma taxa de juros de 2% ao mês, livre de impostos, taxa de administração etc. Calcular quanto de juros esse capital rendeu no período usando as duas formas de apropriação de juros: simples e composto. Solução: Vamos considerar C = capital disponível para investir; n = período de aplicação e i = taxa de juros, ou seja: 44 Capítulo 3 Cálculo dos juros simples: Cálculo dos juros compostos: Observando os cálculos, podemos verificar que ao calcular os juros compostos, primeiro calculamos o montante (M), que corresponde ao capital inicial investido, acrescido com os juros produzidos no período; para em seguida destacar os juros compostos resultantes da aplicação. Observamos ainda que no regime composto os juros resultantes foram maiores do que no regime simples, já que os juros produzidos, ao final de cada período, são incorporados ao capital, e esse resultado é a base do cálculo de juros para o período seguinte. Com o entendimento da diferença entre os juros simples e compostos, é importante destacar que a apropriação dos juros pelo mercado, tanto do ponto de vista do investidor quanto do tomador de crédito, é realizado com o regime composto. E que esse regime gera um crescimento exponencial, promovendo um crescimento rápido do investimento realizado ou da dívida contraída (esse tema será abordado no próximo capítulo). Na seção a seguir, iremos destacar um tipo de investimento mais tradicional e seguro no mercado que é a poupança. 2.2 Poupança A poupança é o tipo de investimento considerado mais tradicional e seguro. É o mais indicado para o investidor conservador, que não está disposto a correr riscos. Quase todos os bancos comerciais oferecem essa modalidade de investimento e não é preciso ser correntista para investir. Basta comparecer a uma agência bancária portando os seguintes documentos e suas respectivas cópias: CPF, documento de identidade e comprovante de residência. Tradicionalmente, o rendimento da poupança sempre foi determinado pela variação da TR – taxa referencial – mais juros de 0,5% ao mês. Entretanto, as regras sofreram alteração em maio de 2012. Com as novas regras, os depósitos feitos em poupança até o dia 04 de maio de 2012, continuam rendendo a mesma coisa. Entretanto, a partir daí, o rendimento dependerá da meta da Taxa Selic 45 Educação Financeira determinada pelo Banco Central do Brasil. Se a meta para taxa básica de juros da economia for superior a 8,5%, nada muda. Entretanto, se o valor for igual ou menor a 8,5%, os juros passam a ser 70% da Selic mais TR. Para pessoa física, a poupança é isenta do imposto de renda. O Quadro 1 apresenta as características desse tipo de investimento. Quadro 1 – Características do investimento poupança Investimento Risco Resgate Aporte Rentabilidade Tributação Renda fixa Muito baixo Sem carência Sem limite 0,5% + TR Isento do IR e IOF Fonte: Elaboração do autor, 2015. TR Taxa Referencial: é calculada com base em amostra constituída das 20 maiores instituições financeiras do País, assim consideradas em função do volume de captação efetuado por meio de certificados e recibos de depósito bancário (CDB/ RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econômicas. Resolução n. 4.240, de 28/6/2013. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/GlossarioLista. asp?idioma=P&idpai=GLOSSARIO>. Acesso em: 21/maio/2015. Selic A Taxa Selic é também conhecida como taxa básica de juros da economia brasileira. É a segunda menor taxa de juros de nossa economia (a menor é a TJLP) e serve de referência para ela. Ela é usada nos empréstimos feitos entre os bancos e também nas aplicações feitas por estas instituições bancárias em títulos públicos federais. A Selic é definida a cada 45 dias pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil) para definir o piso dos juros no país. É a partir da Selic que os bancos definem a remuneração de algumas aplicações financeiras feitas pelos clientes. A Selic também é usada como referência de juros para empréstimos e financiamentos. Vale ressaltar que a Taxa Selic não é a utilizada para empréstimos e financiamentos na ponta final (pessoas físicas e empresas). Os bancos tomam dinheiro emprestado pela Taxa Selic, porém ao emprestar para seus clientes a taxa de juros bancários é muito maior. Isto ocorre porque os bancos embutem seu lucro, custos operacionais e riscos de não obter de volta o valor emprestado. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/economia/taxa_selic.htm>. Acesso em: 21/maio/2015. 46 Capítulo 3 A seguir, vamos apresentar um exemplo de aplicação na poupança levando em consideração a regra da poupança apresentada. Exemplo 3.2: Vamos considerar que você tinha R$ 1.000,00, há um ano, para iniciar a sua poupança e que contribuiu mensalmente com R$ 400,00, que foi o superávit do seu orçamento, iniciando os depósitos após um mês da abertura do depósito inicial e continuou realizando os depósitos conforme datas apresentadas na Tabela 1. Para simular uma situação real, vamos trabalhar com o período maio de 2014 a abril de 2015 e, todos os dias de depósitos são dias úteis. Tabela 1 – Valores dos depósitos na poupança Valor depositado (R$) Data do depósito R$ 1.000,00 30/04/14 R$ 400,00 30/05/14 R$ 400,00 30/06/14 R$ 400,00 30/07/14 R$ 400,00 29/08/14 R$ 400,00 30/09/14 R$ 400,00 30/10/14 R$ 400,00 28/11/14 R$ 400,00 30/12/14 R$ 400,00 30/01/15 R$ 400,00 27/02/15 R$ 400,00 30/03/15 R$ 400,00 30/04/15 Fonte: Elaboração do autor, 2015. A Taxa Selic definida pelo COPOM no período foram as seguintes (conforme Tabela 2): 47 Educação Financeira Tabela 2 – Taxa Selic abril/14 a abril/15 Taxa Selic (%) (variação anual) Período (mês) 10,9% Abril/14 10,9% Maio/14 10,9% Junho/14 10,9% Julho/14 10,9% Agosto/14 10,9% Setembro/14 11,15% Outubro/14 11,15% Novembro/14 11,15% para 11,65% Dezembro/14 11,65% para 12,15% Janeiro/15 12,15% Fevereiro/15 12,15% para 12,65% Março/15 12,65% para 13,15% Abril/15 Fonte: Elaboração do autor, 2015. Observe que a Tabela 2 apresenta a Taxa Selic anual com variação dentro de um mês (Ex. Dezembro/14), já que o período de apuração é de 45 dias. E que todos os percentuais ficaram acima de 8,5%. Logo, para o cálculo vamos levar em consideração 0,5% mais a variação da TR (Tabela 3). Tabela 3 – Correção da Poupança: 0,5% + TR Correção da poupança = 0,5% + TR (%) Período (mês) 0,5267 Abril/14 0,5461 Maio/14 0,5607 Junho/14 0,5467 Julho/14 0,6059 Agosto/14 continua ... 48 Capítulo 3 Correção da poupança = 0,5% + TR (%) Período (mês) 0,5605 Setembro/14 0,5877 Outubro/14 0,6043 Novembro/14 0,5485 Dezembro/14 0,6058 Janeiro/15 0,5882 Fevereiro/15 0,5169 Março/15 0,6302 Abril/15 0,6159 Maio/15 Fonte: Adaptado de Portal Brasil, 2015. A partir dos dados fornecidos, vem a seguinte pergunta: qual o montante gerado em 29/05/2015, ou seja, quanto você acumulou no final de maio de 2015? Solução: A Tabela 4 a seguir apresenta os cálculos mensais do rendimento da poupança no período em análise: Tabela 4 – Cálculo mensal do rendimento da poupança Data do depósito Período (dias) Valor ($) Depósito (R$) Valor($) + Depósito($) 0,5%+TR Juros (R$) Montante (R$) 30/04/2014 R$ 0,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 0,5267% R$ 5,27 R$ 1.005,27 30/05/2014 30 R$ 1.005,27 R$ 400,00 R$ 1.405,27 0,5461% R$ 7,67 R$ 1.412,94 30/06/2014 31 R$ 1.412,94 R$ 400,00
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