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Educação Financeira

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UnisulVirtual
Palhoça, 2015
Universidade do Sul de Santa Catarina
Educação 
Financeira
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Reitor
Sebastião Salésio Herdt
Vice-Reitor
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitor de Ensino, de Pesquisa e de Extensão
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional
Luciano Rodrigues Marcelino
Pró-Reitor de Operações e Serviços Acadêmicos
Valter Alves Schmitz Neto
Diretor do Campus Universitário de Tubarão
Heitor Wensing Júnior
Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis
Hércules Nunes de Araújo
Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual
Fabiano Ceretta
Campus Universitário UnisulVirtual
Diretor
Fabiano Ceretta
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Ciências Sociais, Direito, Negócios e Serviços
Amanda Pizzolo (coordenadora)
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Educação, Humanidades e Artes
Felipe Felisbino (coordenador)
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Produção, Construção e Agroindústria
Anelise Leal Vieira Cubas (coordenadora)
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Saúde e Bem-estar Social
Aureo dos Santos (coordenador)
Gerente de Operações e Serviços Acadêmicos 
Moacir Heerdt
Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão
Roberto Iunskovski
Gerente de Desenho, Desenvolvimento e Produção de Recursos Didáticos 
Márcia Loch
Gerente de Prospecção Mercadológica 
Eliza Bianchini Dallanhol
Livro didático
UnisulVirtual
Palhoça, 2015
Designer instrucional
Rafael da Cunha Lara
Educação 
Financeira
José Humberto Dias de Tolêdo
Livro Didático
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
Copyright © 
UnisulVirtual 2015
Professor conteudista
José Humberto Dias de Tolêdo
Designer instrucional
Rafael da Cunha Lara
Projeto gráfico e capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramador(a)
Caroline Casassola
Revisor(a)
Contextuar
ISBN
978-85-7817-835-2
e-ISBN
978-85-7817-836-9
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
332.024
T58 Tolêdo, José Humberto Dias de
Educação financeira : livro didático / José Humberto Dias de 
Tolêdo ; design instrucional Rafael da Cunha Lara. – Palhoça : 
UnisulVirtual, 2015.
114 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7817-835-2
e-ISBN 978-85-7817-836-9
1. Finanças pessoais. 2. Educação – Finanças. 3. Investimentos. 
4. Orçamento familiar. I. Lara, Rafael da Cunha. II. Título.
Sumário
Introdução | 7
Capítulo 1
Educação financeira – formar para a cidadania | 9
Capítulo 2
Sonhos, orçamento; poupança e 
investimento | 23
Capítulo 3
Tipos de investimentos | 41
Capítulo 4
Aposentadoria, seguro e dívidas | 75
Considerações Finais | 101
Referências | 103
Sobre o Professor Conteudista | 107
Respostas e Comentários das Atividades de Autoavaliação | 109
Introdução
Este livro didático contempla conteúdos pertinentes à Educação Financeira, 
apresentando nos capítulos iniciais o seu conceito, programas promovidos pelo 
Governo e entidades civis e a sua importância para todos os cidadãos exercerem 
a sua cidadania com dignidade. O livro contempla, ainda, uma discussão sobre 
a importância da elaboração de um orçamento pessoal ou familiar como uma 
ferramenta de planejamento e destaca que realizando o controle das suas 
despesas, você pode gerar um orçamento superavitário que possibilite a realização 
dos seus sonhos como comprar uma casa, realizar uma viagem, entre outros. 
A apresentação textual está alicerçada na formação por competências, que prevê 
avaliar benefícios que a educação financeira pode promover para o seu bem-
estar social e para o controle das suas finanças. Dessa forma, os alicerces são 
situações problemas cuja solução requer os conteúdos analisados.
No terceiro capítulo deste livro são apresentados os tipos de investimentos 
disponíveis no mercado (como CDB, Poupança, LCI, LCA, Títulos do Tesouro 
Direto, Debêntures etc.) e, suas características (se é renda fixa, variável, aporte, 
período de resgate, tributos etc.), que podem contribuir para remunerar o seu 
capital e auxiliar na realização dos seus sonhos.
Na sequência, discutimos a aposentadoria complementar como uma importante 
ferramenta da educação financeira, que pode promover uma condição no futuro 
semelhante a que você tem quando está na ativa. E apresentamos a possibilidade 
da opção pela realização de um seguro, seja ele de pessoas ou de não 
pessoas, como prevenção aos riscos que existem na nossa vida e que podem 
comprometer as nossas finanças.
Ainda, discutimos o crédito que você pode ter disponível quando da contratação 
de um empréstimo, financiamento, cartão de crédito, cheque especial etc. (como 
uma “armadilha” para as suas finanças, se você não souber fazer uso do mesmo 
com qualidade), podendo gerar uma dívida excessiva.
Aplicaremos a Matemática Financeira nos cálculos dos retornos dos investimentos, 
na verificação de juros nas operações de crédito e no cálculo do Custo Efetivo Total. 
8
Finalmente discutimos a portabilidade de crédito como uma possibilidade de 
trocar uma dívida mais cara por uma mais barata desde que você encontre uma 
instituição financeira que aceite a mesma. 
Recomendamos que este material seja usado em conjunto com outros materiais 
que podem estar na forma de artigos, vídeos, livros etc.
Lembre-se de que você não estará sozinho(a) nesta caminha. Estaremos à 
disposição apara auxiliá-lo(a) nas dúvidas.
Tenha uma boa caminhada
Bons estudos!
Prof. José Humberto Dias de Tolêdo
9
Capítulo 1
Habilidades
Seções de estudo
No decorrer deste capítulo, o estudante irá conhecer o 
conceito e discutir estratégias em educação financeira 
que podem proporcionar ao cidadão a sua inserção 
na sociedade do consumo de uma forma responsável, 
consciente e sustentável. Também irá conhecer 
programas em educação financeira promovidos por 
entidades do governo e da sociedade civil.
Seção 1: Educação financeira 
Seção 2: Consumo responsável, consciente e 
sustentável
Seção 3: Programas em Educação financeira
Educação financeira – 
formar para a cidadania
10
Capítulo 1 
Seção 1
Educação financeira
O aprendizado e a aplicação de conhecimentos práticos de educação financeira 
podem contribuir para melhorar a gestão de nossas finanças pessoais, já que 
desde o início das nossas vidas começamos a lidar com uma série de situações 
ligadas ao dinheiro. Esses conhecimentos podem tornar nossas vidas mais 
tranquilas e equilibradas sob o ponto de vista financeiro. Para tirar melhor 
proveito do seu dinheiro, é muito importante saber como utilizá-lo da forma 
mais consciente e que o torne favorável a você.
Neste capítulo, faremos uma abordagem da educação financeira, destacando o 
seu conceito, consumo responsável, consciente e sustentável, e apresentaremos 
algumas entidades públicas e da sociedade civil que promovem programas em 
educação financeira.
1.1 Definição
A partir da implantação no Brasil, em 1994, do Plano Real, que tinha como objetivo 
a estabilização e reformas econômicas e, também, de atuar como medida de 
controle da hiperinflação que assolava o país, iniciamos um período de controle 
da inflação que contribuiu para impulsionar o desenvolvimento econômico e para 
modificar a composição e distribuição de renda, com o aumento da classe média 
e a redução da extrema pobreza, promovendo inclusão social. 
Nesse contexto, diversos desafios passam a exigir – tanto do Estado quanto da 
sociedade civil – estratégias em educação financeira que promovam essa demanda 
crescente de consumidores e investidores para produtos e serviços financeiros 
com qualidade, ou seja, de forma consciente, responsável e sustentável.
Dessa forma, uma gama crescente de produtos financeiros como empréstimos, 
poupanças,investimentos, seguros, planos de previdência privada, entre outros 
oferecidos aos consumidores, veio acompanhada de mais responsabilidade em 
suas escolhas. 
Essa grande demanda de produtos aumenta a complexidade e torna as decisões 
mais difíceis para o cidadão (que para exercer a cidadania precisa conscientizar-
se de seus direitos e deveres, já que é necessário comparar características de 
cada opção como: riscos, lucros, retornos, prazos, taxas, impostos etc.) para 
fazer escolhas conscientes. 
11
Educação Financeira 
No Brasil, a cultura inflacionária ainda está presente na memória da grande 
maioria das pessoas, dificultando o planejamento em longo prazo. Essa 
memória inflacionária faz com que os cidadãos consumam imediatamente, na 
expectativa de que os preços aumentarão rapidamente. Portanto, para garantir 
que as pessoas mudem essa cultura e possam gerir os seus recursos nessa 
nova realidade econômica é de suma importância o entendimento do conceito 
de educação financeira.
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), educação financeira é (adaptado para a realidade brasileira):
O processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades 
melhoram sua compreensão dos conceitos e dos produtos 
financeiros, de maneira que, com informação, formação e 
orientação claras, adquiram os valores e as competências 
necessários para se tornarem conscientes das oportunidades 
e dos riscos neles envolvidos e, então, façam escolhas bem 
informados, saibam onde procurar ajuda, adotem outras 
ações que melhorem o seu bem-estar, contribuindo, assim, de 
modo consistente para formação de indivíduos e sociedades 
responsáveis, comprometidos com o futuro. 
Com o objetivo de contribuir no processo de formação de um cidadão educado 
financeiramente, foi implementado pelo Governo Federal a Estratégia Nacional em 
Educação Financeira (ENEF) por meio do Decreto n° 7.379 de dezembro de 2010.
Esse programa prevê, como uma estratégia coordenada nacionalmente, 
aumentar o poder dos consumidores, políticas sobre educação financeira, 
inclusão financeira e proteção do consumidor. Essas políticas são sinérgicas e 
complementam umas às outras. O foco da ENEF está no desenvolvimento de 
programas para três públicos-alvo: crianças, jovens e adultos. 
A ENEF chegará às crianças e jovens principalmente por programas a serem 
desenvolvidos em escolas de Ensino Fundamental e Médio, sob a orientação do 
Ministério da Educação (MEC) e com a colaboração das secretarias de educação 
estaduais e municipais. Para alcançar os adultos, programas que utilizam 
parcerias com agentes privados e públicos capazes de multiplicar o efeito das 
ações da ENEF serão utilizados (BRASIL, 2010). 
Não faremos uma abordagem, nesse livro, sobre campanhas já implementadas 
ou discussão dos resultados já alcançados por esse programa.
12
Capítulo 1 
Em 15 de março de 2013, o Decreto Presidencial nº 7.693 estabeleceu o Plano 
Nacional de Consumo e Cidadania (PLANDEC). Nesse programa, a inclusão 
financeira é tratada na Parceria Nacional para Inclusão Financeira (PNIF), 
que representa um compromisso de alto nível com a promoção de inclusão 
financeira adequada no Brasil. (BRASIL, 2013).
Dessa forma, verificamos que o Governo já iniciou um movimento que pode 
promover uma educação financeira que proporcione a inserção do cidadão 
na sociedade de consumo de forma responsável, consciente e sustentável, 
abordagem que será o tema da próxima seção. 
Seção 2
Consumo responsável; consciente e sustentável
Consumo pode determinar o ato econômico que permite concretizar a satisfação 
de determinada necessidade através da utilização de determinado bem. Se 
falarmos do consumo pessoal, pode corresponder à parte do rendimento 
disponível que não é utilizado para poupança (NUNES, 2015). Dessa forma, o 
consumo deve ocorrer de modo equilibrado, consciente e dentro do seu padrão 
de vida e isso não significa restringir gastos e deixar de comprar. 
Não se trata de fazer menos de tudo, é fazer mais daquilo que é mais 
relevante para você e menos do que é menos relevante para sua 
realidade, seus anseios e de sua família. Ir além de suas condições 
pode lhe deixar endividado.
De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB) em 2013, consumir é um ato 
individual de muita responsabilidade e reflete não só na sua vida, como na do 
país e na do planeta. É preciso, a cada ato de consumo de produtos ou de 
serviços, estar ciente da necessidade do que se vai adquirir, nos seus direitos, 
na origem, ou seja, é preciso estar consciente. Isso quer dizer que é necessário 
pesquisar preços, avaliando as características dos produtos e buscando similares 
mais baratos, exigir sua nota fiscal ou recibo do serviço e até mesmo, numa 
situação em que você se sinta lesado, estar ciente de como proceder para exigir 
o cumprimento de seus direitos.
Dessa forma, é importante não se deixar cair em armadilhas, ler com criticidade a 
informação recebida e realizar cálculos antes da tomada de decisão na aquisição 
de um produto, serviço ou bem. 
13
Educação Financeira 
2.1 Planejamento do consumo (responsável)
De acordo com Domingos (2012, p. 54) “vivemos em uma sociedade totalmente 
consumista, em que a maioria dos hábitos de consumo se baseia nos padrões 
sociais”. Na maioria das vezes, o dinheiro que ganhamos não é suficiente 
para realizar todos os nossos desejos de consumo, e isso pode nos causar 
frustração e infelicidade, que são emoções relacionadas diretamente com o 
comportamento humano.
Diante desses sentimentos, que são inerentes ao ser humano, as empresas – 
por meio das propagandas e de estratégias de marketing – se encarregam de 
nos convencer de que somos capazes de adquirir aquilo que queremos e pode 
resultar na compra de diversos produtos e/ou serviços que vão além de nossa 
capacidade de compra, fazendo com que nos comprometamos no futuro com 
aquilo que consumimos no presente. Essas estratégias, às vezes, também 
encorajam ao consumo de produtos e/ou serviços que não precisamos.
Dessa forma, é importante refletirmos sobre nosso comportamento de consumo 
e compreendermos se os produtos e/ou serviços que consumimos são realmente 
necessários à nossa vida ou não passam de necessidades que criamos a partir 
desses sentimentos que comprometem nosso equilíbrio emocional.
De acordo com o BCB (2013, p.35): 
Na maioria das vezes os nossos desejos são ilimitados, enquanto 
os recursos são limitados. Temos o conflito entre consumir hoje 
ou poupar e postergar o consumo. Muitos não conseguem se 
controlar e acabam se endividando de maneira irresponsável. 
Consumir não é errado; pelo contrário, o consumo atende nossas 
necessidades e nossos desejos. O consumo possibilita que 
alcancemos sonhos, como realizar a viagem tão desejada. Para 
evitar que o dilema entre o querer e o poder nos coloque em uma 
enrascada financeira, devemos planejar o consumo.
“O planejamento financeiro possibilita consumir mais e melhor. Consumir 
“mais” por meio da potencialização do dinheiro e “melhor” via eliminação de 
desperdícios”. (BCB, 2013, p. 35).
Portanto, de acordo com Domingos (2012, p. 54), “é importante que você faça 
uma análise do seu comportamento de consumo e mude, desde já, os hábitos 
que não fazem bem para a saúde das suas finanças”.
Todos nós precisamos compreender o perfil dos gastos que realizamos e do 
nosso comportamento de consumo. Para isso, a melhor forma de medição é 
anotar tudo o que consumimos. Quanto mais anotamos, mais dados teremos 
14
Capítulo 1 
para analisar o nosso comportamento de consumo e é provável que verifiquemos 
uma série de compras que são dispensáveis e que está inchando o nosso 
orçamento e consumindo o nosso dinheiro. 
De acordo com o BCB (2013), se você se planeja de forma adequada pode obter 
uma série de vantagenscomo: 
 • controlar o endividamento pessoal; 
 • auxiliar na preservação e no aumento do patrimônio; 
 • eliminar gastos desnecessários; 
 • utilizar os juros a seu favor já que, com planejamento, você 
otimiza o uso do crédito, reduzindo o pagamento de juros, evita 
o pagamento de multas por falta de organização e tem maior 
capacidade de poupar; e
 • maximizar os recursos disponíveis por meio de atitudes como 
pesquisar preços, negociar descontos ou aproveitar situações 
como a sazonalidade e a baixa temporada, quando aumenta o 
poder de barganha do consumidor, entre outros.
Além das estratégias apresentadas para o planejamento do consumo, é 
importante saber que você pode também adotar algumas atitudes para 
assegurar que poderá consumir mais, com a mesma quantidade de recursos. 
Quando se planeja e se tem disciplina, somos capazes de comprar mais e 
pagar menos e ainda conseguir poupar mais. 
Algumas dicas que podem auxiliar ao consumidor antes de consumir: pesquisar 
preços; pechinchar (negociar com afinco); experimentar pagar com dinheiro em 
espécie em vez de cartão. Além dessas dicas, atente também para o real preço 
dos produtos nas vitrines (não apenas para o valor da parcela); transmita certo 
“desinteresse” ao tratar com vendedores; pesquise o preço do produto ou serviço, 
com antecedência, pela internet, entre outros (BCB, 2013).
2.2 O consumo consciente e sustentável
Consumir tendo em conta as consequências desse consumo, em médio e longo 
prazo, para as populações do planeta, é usualmente chamado de consumo 
consciente (BCB, 2013).
O consumidor consciente leva em conta, quando escolhe produtos: o meio 
ambiente, a saúde humana e animal, as relações justas de trabalho, o preço e 
a marca do produto. Além disso, o consumidor consciente sabe que, por meio 
do seu ato de consumo, é um agente transformador da sociedade, já que os 
15
Educação Financeira 
recursos naturais são imprescindíveis para a manutenção da vida no planeta. As 
consequências das decisões de consumo se ampliam, afetando a sobrevivência 
das gerações presentes e futuras (BCB, 2013).
De acordo com o BCB (2013, p. 39):
O consumo consciente propicia, além das vantagens ambientais, 
benefícios sociais e econômicos para a sociedade como um 
todo, e individuais para aquele que consome conscientemente. 
Desse modo, consumo consciente amplia o conceito de 
educação financeira, ao incorporar às nossas escolhas de 
consumo considerações sociais e ambientais, tais como modo 
de produção, quantidade e qualidade das matérias-primas, tipo 
e qualidade de mão de obra, produção de resíduos e outros 
aspectos relevantes para o meio ambiente e para a sociedade. 
O consumidor consciente, por meio de cada ato de consumo, busca o equilíbrio 
entre a sua satisfação pessoal e a sustentabilidade, maximizando as consequências 
positivas e minimizando as negativas de suas escolhas de consumo; não só para si 
mesmo, mas também para as relações sociais, para a economia e para a natureza.
Assim, consumir conscientemente pode contribuir para o consumo sustentável nas 
dimensões ambiental, social e econômica, ou seja, adquirir produtos e serviços 
ambientalmente corretos, com o mínimo de impacto sobre o meio ambiente, 
que possam ajudar a construir uma sociedade mais justa e, claro, que sejam 
economicamente compatíveis com a situação financeira do consumidor (BCB, 2013).
Além disso, o ato de consumir de forma consciente valoriza as iniciativas de 
responsabilidade socioambiental das empresas, dando-se preferência às 
companhias que mais se empenham na construção da sustentabilidade por meio 
de suas práticas cotidianas.
O consumo consciente pode ser caracterizado por meio de gestos simples 
que levem em conta os impactos da compra, uso ou descarte de produtos ou 
serviços, ou pela escolha das empresas da qual comprar, em função de seu 
compromisso com o desenvolvimento socioambiental. Portanto, o consumo 
consciente é uma contribuição voluntária, cotidiana e solidária para garantir a 
sustentabilidade da vida no planeta.
Ao consumir, podemos também contribuir para a sustentabilidade, ao compararmos 
produtos e serviços semelhantes ofertados no mercado e darmos preferência aos 
elaborados de modo socioambientalmente sustentável. Ou seja, consumir de forma 
sustentável e, portanto, consciente, não traz prejuízos à qualidade do consumo.
Segundo o BCB (3013), algumas atitudes podem ser citadas para orientar o 
consumo sustentável. Dentre elas, destacamos: 
16
Capítulo 1 
 • reduzir o consumo desnecessário, evitando desperdícios e a 
produção excessiva de lixo; 
 • diminuir o impacto negativo da atividade humana sobre o meio 
ambiente (extrativismo, agropecuária, urbanização, indústria, 
serviços, lixo); 
 • melhorar a qualidade de vida e o bem-estar pessoal e da sociedade, 
tanto das gerações atuais quanto das futuras; e
 • utilizar o dinheiro e o crédito a seu favor e, ao mesmo tempo, em 
favor da sociedade e do meio ambiente.
 • Dessa forma, o consumidor consciente e sustentável busca o 
equilíbrio entre ter o que precisa e ser um consumidor social, 
ambiental e economicamente sustentável.
Na próxima seção apresentaremos alguns programas de educação financeira que 
são promovidos pelo governo e por entidades da sociedade civil.
Seção 3
Programas em educação financeira
Nesta seção, faremos uma apresentação de iniciativas realizadas por instituições 
nacionais sobre Educação Financeira. Esse mapeamento irá identificar iniciativas 
em instituições públicas e privadas, colhendo informações detalhadas sobre elas 
e sobre ferramentas educacionais existentes que podem auxiliar os cidadãos a 
melhorar sua compreensão sobre os conceitos e sobre os produtos financeiros. 
Esse processo é fundamental para que, com informação, formação e orientação 
claras, os cidadãos possam adquirir valores e competências necessários para se 
tornarem conscientes das oportunidades e dos riscos envolvidos no consumo e 
no uso de produtos financeiros e, então, possam fazer suas escolhas de modo 
bem informado e com transparência.
3.1 Programas promovidos por órgãos reguladores do SFN
A seguir apresentaremos alguns programas promovidos por órgãos reguladores 
do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
17
Educação Financeira 
3.1.1 BC Cidadania
O BC Cidadania é o programa de educação financeira 
do Banco Central criado em 2003. O programa tem 
como objetivo oferecer aos cidadãos meios para adquirir 
competências para a tomada de decisões relacionadas 
às finanças pessoais. 
Os campos de ação do programa são a utilização 
do dinheiro, o encorajamento de poupança e o uso 
responsável do crédito, a promoção de mudança comportamental baseada nas 
melhores práticas da finança pessoal, e o relacionamento do cidadão com o 
Sistema Financeiro Nacional.
3.1.2 Educação do Investidor – CVM 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) desenvolve o programa Educação do 
Investidor, que envolve ações realizadas dentro do Programa de Orientação e 
Defesa do Investidor (PRODIN) desde 1998. Existem iniciativas específicas para 
investidores em geral, como o Portal do Investidor <http://www.portaldoinvestidor.
gov.br>, onde o cidadão encontrará informações úteis e em linguagem acessível 
sobre planejamento financeiro e conceitos iniciais de investimentos. 
O órgão ainda lançou o canal educacional CVMEducacional no Facebook, Twitter 
e YouTube. O programa também inclui ações de entidades representativas do 
mercado de capitais reconhecidas pela CVM, realizadas seja por sua iniciativa 
própria, seja em parceria com a Comissão, por meio do Comitê Consultivo de 
Educação da CVM. 
3.1.3 Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC 
As ações de educação financeira da Superintendência Nacional de Previdência 
Complementar (PREVIC) buscam incentivar as administradoras deplanos de 
previdência privada a desenvolverem seus próprios projetos de educação 
financeira, com o propósito de aumentar as competências financeiras de seus 
empregados, participantes ativos, pensionistas e beneficiários. 
A página pode ser acessada pelo endereço: <http://www.previc.gov.br/sobre/
educacao-previdenciaria/comite-nacional-de-educacao-financeira>. 
BC Cidadania: Veja mais 
informações na página 
sobre educação financeira 
do BC, disponível em: 
<http://www.bcb.gov.
br/?PEF-BC>. 
18
Capítulo 1 
3.2 Programas promovidos por órgãos do Governo Federal 
A seguir apresentaremos alguns programas promovidos por iniciativa de órgãos 
do Governo Federal.
3.2.1 Ministério do Desenvolvimento Social – MDS
O Ministério do Desenvolvimento Social criou um folheto desenhado especificamente 
para famílias beneficiárias do programa Bolsa Família e que têm conta em banco. A 
publicação, em linguagem acessível, apresenta noções básicas para planejamento e 
gestão das finanças domésticas. 
A página pode ser acessada pelo endereço: <http://www.mds.gov.br/
biblioteca/secretaria-nacional-de-renda-de-cidadania-senarc/cartilhas/
educacao-financeira-para-beneficiarios-do-programa-bolsa-familia/
educacao-financeira-para-beneficiarios-do-bolsa-familia>.
3.2.2 Secretaria Nacional do Consumidor – SENACON (MJ)
A SENACON representa o Ministério da Justiça no CONEF, com os objetivos de 
garantir que a perspectiva dos consumidores seja sempre apresentada e discutida 
no comitê, além de tornar a proteção do consumidor uma prática permanente nos 
programas desenvolvidos na Estratégia Nacional em Educação Financeira. 
Além da ENEF, a SENACON também desenvolve, por meio da Escola Nacional 
de Defesa do Consumidor (ENDC), ações específicas sobre educação financeira, 
como debates, palestras e oficinas temáticas. No site <http://portal.mj.gov.br/main.
asp?View={BB5C6F73-D929-448D-A033-78AEE2848655}&BrowserType=NN&La
ngID=pt-br> é possível obter informações do Ministério da Justiça sobre direito 
do consumidor e informações sobre cursos relacionados à educação financeira 
promovidos por esse órgão. 
3.3 Programas promovidos por entidades da sociedade civil
A seguir apresentaremos alguns programas promovidos por iniciativa de 
entidades da sociedade civil.
3.3.1 Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de 
Capitais – ANBIMA
A ANBIMA representa mais de 340 instituições, entre bancos comerciais, 
múltiplos e de investimento, gestores de ativos, corretoras e consultores de 
19
Educação Financeira 
investimentos. Referência nos mercados financeiro e de capitais, a ANBIMA 
tem uma área dedicada exclusivamente à educação, com objetivo de oferecer 
aos atuais e potenciais investidores informações adequadas, didáticas e de 
fácil acesso para que eles possam tomar decisões maduras e conscientes de 
investimento. Além disso, a Associação também apoia iniciativas cujo intuito seja 
o de fomentar a educação financeira no Brasil, ajudando os brasileiros a adquirir 
conhecimentos que os ajudem a lidar com suas finanças.
No endereço <http://portal.anbima.com.br/a-anbima/educacao-do-investidor/
Pages/objetivo-e-iniciativa.aspx> o cidadão pode acompanhar as ações da 
ANBIMA em relação à educação financeira.
3.3.2 BM&FBovespa
A principal bolsa de valores do Brasil compreende a importância da educação 
financeira para a tomada de decisões bem informadas sobre investimentos e a 
utilização do dinheiro. Na página da BM&FBOVESPA (<http://www.bmfbovespa.
com.br/pt-br/educacional/cursos/cursos.aspx?idioma=pt-br>), o cidadão 
encontra materiais educativos, como cursos, vídeos e simuladores. Um curso 
presencial gratuito de gestão de finanças pessoais é adaptado para diferentes 
públicos-alvo, como universitários, membros adultos da família, mulheres 
adultas, adolescentes ou idosos. 
Também há opções para aqueles dispostos a melhorar suas capacidades de 
investimento, como cursos sobre mercados de ações e títulos do governo 
em nível básico, macroeconomia, análise fundamental, gestão de risco para 
portfólios de ações, tributação de mercado de ações ou derivativos, e mercado 
de opções em nível intermediário. Além dessas opções, o Instituto Educacional 
BM&FBOVESPA oferece cursos de especialização, certificações para 
profissionais do mercado e MBA presenciais e online. 
Um canal de vídeo na internet (<www.tvbmfbovespa.com.br>) fornece acesso a 
vídeos educacionais e a eventos promovidos pela BM&FBOVESPA.
3.3.3 Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN 
A FEBRABAN (<http://www.febraban.org.br/>) é a principal entidade representativa 
do setor bancário brasileiro. Fundada em 1967 na cidade de São Paulo, é uma 
associação sem fins lucrativos que tem o compromisso de fortalecer o sistema 
financeiro e suas relações com a sociedade e contribuir para o desenvolvimento 
econômico, social e sustentável do País. 
Essa instituição mantém o portal Meu Bolso em Dia (<www.meubolsoemdia.com.
br>) que traz páginas informativas e atividades interativas, e oferece informações 
20
Capítulo 1 
detalhadas sobre qualquer assunto relacionado a bancos: da história do 
surgimento do dinheiro a explicações sobre instrumentos financeiros complexos. 
Há ainda informações sobre modalidades de crédito, investimentos, títulos do 
tesouro, câmbio e outros assuntos. Além disso, há uma orientação clara sobre 
operações bancárias cotidianas, como cheques, cartões de débito e de crédito, 
taxas bancárias, transferências, contas-salário, e contas estudantis, dentre 
outros temas. No portal também são oferecidas instruções passo a passo sobre 
planejamento financeiro, controle de orçamento, consumo consciente, priorização 
e resolução de passivos, como evitar o endividamento etc. 
Ferramentas gratuitas também são fornecidas: Jimbo, um software de orçamento 
doméstico; calculadoras para comparar opções de abastecimento de automóveis; 
testes para avaliar as capacidades de consumo, gestão do dinheiro, perfis de 
investimento, utilização segura da internet etc.
3.3.4 Confederação Nacional das empresas de Seguros Gerais (CNSEG)
A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada 
e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização tem como missão congregar as 
principais lideranças, coordenar ações políticas, elaborar o planejamento 
estratégico do setor e representar o segmento perante o Governo, a sociedade e 
as entidades nacionais e internacionais. 
O portal Tudo sobre Seguros (<www.tudosobreseguros.org.br>), mantido pela 
Escola Nacional de Seguros, fornece informações sobre seguros, previdência 
privada suplementar e capitalização, além de informar os consumidores sobre o 
funcionamento do mercado e dos produtos. 
Seus públicos-alvo são indivíduos, empresas e mídia buscando informações sobre 
seguro. Mais especificamente, o portal busca informar e educar consumidores, 
assim contribuindo para o desenvolvimento do mercado de seguros domésticos. O 
portal é muito importante, considerando a complexidade dos contratos de seguro e 
o conhecimento insuficiente sobre eles do público em geral, o que leva a problemas 
conhecidos de assimetria de informações e conflitos entre os participantes – 
detentores de apólices, seguradoras, e intermediários.
21
Educação Financeira 
Atividades de autoavaliação
1. Assinale as alternativas (abaixo) que caracteriza um “consumidor consumista”, 
aquele que age sem planejar e por impulso:
a) ( ) Pensa apenas em si próprio. 
b) ( ) Compra apenas o necessário.
c) ( ) Joga todas as embalagens no lixo.
d) ( ) Se estiver fácil para comprar e for barato não se preocupa se o produto é 
pirata ou contrabandeado.
e) ( ) Separa o que é lixo orgânico do que é reciclável e dá a destinação correta.
f) ( ) Orienta-se pelo status.
g) ( )É imediatista e não se preocupa com o futuro.
2. Assinale as alternativas (abaixo) que caracteriza um “consumidor consciente”, 
aquele que leva em conta as consequências do consumo, em médio e longo 
prazo, para as populações do planeta.
a) ( ) Faz “shopping terapia”. c
b) ( ) Pondera antes de comprar.
c) ( ) Qualquer tipo de resíduo é considerado lixo. 
d) ( ) Evita desperdícios e utiliza efetivamente o que compra.
e) ( ) Orienta-se por um estilo de vida saudável.
f) ( ) Reutiliza as embalagens.
g) ( ) É previdente e sabe que o futuro é consequência das escolhas de hoje.
3. Assinale a seguir as dicas que você considera que podem tornar um 
“consumidor consumista” em “consumidor consciente”:
a) ( ) Na hora de ir ao supermercado, seguir rigorosamente a lista de compras. 
b) ( ) Elimina os desperdícios. Adota os 3 Rs – Reduza, Reutilize e Recicle. Isso 
fará bem ao bolso e meio ambiente.
22
Capítulo 1 
c) ( ) Não se importar com desperdícios e a produção excessiva de lixo.
d) ( ) Prioriza a compra de frutas da estação.
e) ( ) Compra produtos apenas pela aparência ou pela novidade.
f) ( ) Usa sacolas ecológicas (reutilizáveis) nas compras em supermercados.
g) ( ) Verifica a validade dos produtos e não compra produtos vencidos.
23
Capítulo 2
Habilidades
Seções de estudo
Neste capítulo, o estudante vai entender como os 
sonhos podem contribuir para a sua educação 
financeira, já que são eles que trazem motivação 
e esperança para todos nós. Você vai poder 
compreender também que o orçamento pode ser visto 
como uma ferramenta de planejamento financeiro 
pessoal e/ou familiar que contribui para a realização 
dos sonhos e que, ao poupar, você acumula valores 
financeiros no presente que podem ser investidos para 
serem utilizados no futuro, na realização dos sonhos. 
Seção 1: Sonhos
Seção 2: Orçamento
Seção 3: Poupança e investimento
Sonhos, orçamento; 
poupança e investimento 
24
Capítulo 2 
Seção 1
Sonhos
Gerar o equilíbrio das finanças pessoais, preparar para enfrentar os imprevistos 
financeiros e os planos de uma aposentadoria sustentável é, na maioria das 
vezes, o alicerce e o combustível do sonho de qualquer indivíduo. Mas, para 
que isso aconteça e para que você usufrua desses benefícios, é fundamental 
a educação financeira, que pode qualificar as suas ações para o bom uso do 
sistema financeiro, reduzir a possibilidade de cair em fraudes e preparar o 
caminho para a realização desse sonho; enfim, tornar a vida melhor.
Nesta seção faremos uma abordagem sobre como os sonhos pessoais podem 
ser o combustível da transformação para que você possa seguir na caminhada 
para a realização do seu projeto de equilíbrio financeiro sustentável.
1.1 Projete os seus sonhos 
De acordo com o dicionário Michaelis (2015), sonhos são pensamentos 
dominantes que podem ser seguidos com interesse ou paixão. O ser humano é 
movido pelos sonhos e são eles que trazem esperança e motivação para todos. 
São os nossos sonhos que norteiam nossos desejos e anseios pelo futuro. É por 
meio dos sonhos que visualizamos aonde queremos chegar. (BCB, 2013).
Dessa forma, podemos ter sonhos dos mais diversos tipos como: sonhar com 
um mundo mais humano e igualitário; sonhar em rever um velho amigo que está 
distante e não o vemos há muito tempo; realizar uma viagem para o exterior com 
a família; adquirir um carro novo; comprar o modelo mais recente do celular etc. 
Se analisarmos os sonhos que temos, podemos verificar que existem aqueles 
que podem ser realizados sem a utilização de recursos financeiros; mas também 
há aqueles que necessitam de recursos financeiros para a sua realização. Diante 
desse contexto, uma boa gestão financeira pessoal pode aumentar as chances 
da realização dos sonhos que necessitam de recursos como, por exemplo, uma 
viagem com a família para o exterior.
Segundo Domingos (2012, p. 60), “é muito comum encontrar pessoas que 
desistiram dos seus sonhos porque estão desequilibradas financeiramente”. O 
autor segue destacando que “seja qual for a sua situação financeira, é preciso 
que você renove os seus sonhos, seus objetivos”.
25
Educação Financeira 
De acordo com o BCB (2013, p.13):
Um problema que muitas pessoas enfrentam é não saber como 
transformar os sonhos em realidade. Ora porque falta uma 
visão clara do caminho a ser percorrido entre o sonho e a sua 
concretização, ora porque é necessário pensar no assunto e 
assumir uma posição ativa para transformar os sonhos em projetos.
Como destacado na citação acima, há o sonho e o projeto, que podem ser 
diferenciados: 
 • sonho – desejo, aspiração, anseio, pensamentos dominantes, 
interesse, paixão;
 • projeto – o sonho colocado no papel para que possamos visualizar 
onde estamos diante das nossas aspirações, desejos, anseios etc. 
e traçar quais os caminhos que devemos seguir para alcançá-los 
(BCB, 2013). 
Dessa forma, é fundamental que você escreva os seus sonhos, já que sonhos e 
projetos são complementares.
Antes de elaborar o seu projeto para a concretização dos seus sonhos, Domingos 
(2012, p. 64) destaca que algumas reflexões sobre o seu futuro devem ser realizadas:
 • Em que situação financeira viverão meus filhos e meus netos no que 
depender de mim?
 • Como estará a minha vida profissional até lá?
 • Terei conquistado, em termos materiais, tudo que almejo?
 • Essas conquistas serão suficientes para que eu tenha uma vida 
tranquila no futuro?
 • Entre essas conquistas está o sonho de uma aposentadoria 
sustentável?
 • Contarei com reservas para possíveis imprevistos?
As reflexões citadas podem ser parte ou não dos seus sonhos. Acrescente as 
suas reflexões e verifique quais delas você já realizou e as que ainda vai realizar. 
Dessa forma, é preciso, para a materialização de todos os seus sonhos, que 
elabore o projeto dos sonhos que você quer alcançar. 
26
Capítulo 2 
De acordo com o BCB (2013, p. 13), os projetos se caracterizam pelos seguintes 
aspectos: 
(1) são temporários – têm início e fim definidos; 
(2) são planejados, executados e controlados;
(3) geram produtos, serviços ou resultados exclusivos; 
(4) são desenvolvidos em etapas que se sucedem em uma 
sequência progressiva; 
(5) são realizados e gerenciados por pessoas; e, 
(6) são executados com recursos limitados. 
Desse modo, o projeto é uma ação que viabiliza a realização dos sonhos, 
retirando-os do imaginário e trazendo-os ao mundo real.
Ainda, segundo o BCB (2013, p. 13-14), existem alguns passos que, uma vez 
seguidos, podem ajudar a transformar os sonhos em projetos e que podem 
facilitar a sua realização:
Primeiro passo: saber, exatamente, aonde você quer chegar.
Nesta etapa, você deve definir qual é exatamente o objeto do seu sonho. 
Podemos citar como exemplo que você deseja realizar uma viagem. Para que 
esse sonho se materialize, é preciso definir para onde você quer ir, por quanto 
tempo, em que tipo de hospedagem você pretende ficar etc.
Segundo passo: estabelecer metas claras e objetivas para seu projeto.
Nesta etapa do projeto, você deve detalhar como realizará o seu sonho. Para isso, 
você deve planejar e descrever, de modo específico, as metas que você deverá 
alcançar para que seu sonho seja realizado. 
Vejamos um exemplo: vamos supor que pretende realizar a viagem dos seus sonhos, 
daqui a um ano e meio e, para cobrir as despesas de passagens, hospedagem, 
alimentação, reserva para cobrir despesas eventuais, compras etc. você precise de 
R$ 15.000,00 (temos que considerar a inflação do período para compor esse valor e 
a valorização do dinheiro no tempo). Uma alternativa para conseguir esse recurso é 
realizar o seu orçamento e verificar se pode dispor de um valor mensal para que, ao 
final do ano e meio, você tenha acumulado o montantenecessário para a viagem (na 
seção seguinte abordaremos como você pode realizar um orçamento).
Terceiro passo: internalizar a visão de futuro trazida pela perspectiva de 
realização do projeto.
27
Educação Financeira 
Neste passo, você deverá pensar em tudo aquilo que a realização do sonho da 
viagem lhe trará de bom. Pense nos prazeres que você terá. Veja-se no lugar 
em que você sonha estar. Sinta-se com o sonho realizado. Essa atitude lhe dará 
motivação para seguir o caminho em busca da concretização do seu sonho.
Quarto passo: estabelecer etapas intermediárias.
Nesta etapa, você tem que manter o controle da viabilidade do seu projeto. Essas 
etapas intermediárias no percurso da caminhada para a realização do seu sonho 
servem para verificar o percurso que você tem caminhado e, caso necessário, 
reavaliar e direcionar melhor o seu projeto em busca da realização do seu sonho. 
As situações podem se alterar ao longo do tempo, exigindo ou permitindo que 
você altere o percurso inicialmente pensado. Por exemplo, se a sua viagem é 
para o exterior, o preço da moeda pode aumentar em relação à nossa moeda e 
você pode decidir sobre a necessidade de alteração na quantia inicial projetada.
Último passo: comemorar as etapas intermediárias da caminhada.
O projeto da viagem do seu sonho tem um período de tempo, um ano e meio 
nesse caso, para ser finalizado. Assim, até que se consigam os recursos 
econômicos para que o sonho seja realizado, existe a possibilidade de desânimo 
ou desvio do foco. Ainda é possível, por uma razão ou outra, que não se queira 
mais dar continuidade aos planos iniciais. Por isso, é necessário estabelecer 
etapas intermediárias de comemoração. Dessa forma, você pode estabelecer 
que a cada quantia poupada (por exemplo, atingiu 50% da meta) para a 
realização do sonho da viagem, você comemora com a sua família essa etapa 
vencida. Pode realizar um jantar comemorativo, por exemplo. Enfim, não importa 
como você irá comemorar, pode ser até algo que demande dinheiro, desde que 
não o desvie do foco principal do seu projeto.
Segundo o BCB (2013, p. 15), “seguindo esses passos, você pode aumentar 
bastante suas possibilidades de passar do posto de sonhador para o de 
realizador de sonhos”.
De acordo com Domingos (2012, p. 67), “uma das razões que muitas vezes 
impedem as pessoas de realizarem os seus sonhos é não saber exatamente 
quanto eles custam”. Dessa forma, para que você consiga materializar os 
sonhos é importante saber quanto eles vão custar e se cabem no seu orçamento 
financeiro que será o tema a ser discutido na próxima seção.
28
Capítulo 2 
Seção 2
Orçamento
Nesta seção, faremos uma abordagem de orçamento que pode ser considerada 
uma ferramenta de um planejamento financeiro pessoal e/ou familiar e contribuir 
para a realização dos sonhos e projetos. Para tanto, é necessário saber aonde se 
quer chegar e estabelecer metas claras e objetivas, as quais geralmente precisam 
de recursos financeiros para que sejam alcançadas. Portanto, é importante, 
para a realização dos sonhos, que toda movimentação de recursos financeiros, 
incluindo todas as receitas e despesas, estejam anotadas de forma organizada.
2.1 Definição e objetivos
De acordo com Parsloe e Wright (2001), orçamento é um processo de planejar 
que toda empresa precisa executar, a fim de prever as suas necessidades, além 
de verificar o seu bom funcionamento. 
Estendendo para o plano pessoal ou familiar, podemos definir orçamento como 
um plano financeiro, que estabelece de forma mais precisa possível, como se 
espera que transcorra as finanças de uma pessoa ou família com a previsão das 
receitas e despesas, relativas a um determinado período de tempo (pode ser um 
mês, um ano etc.), e que pode contribuir para a realização de sonhos e projetos. 
Parsloe e Wright (2001) esclarecem que os objetivos da elaboração de um 
orçamento são resumidos em: 
 • controle – assegurar que as finanças atinjam as metas financeiras 
traçadas; 
 • coordenação – assegurar que as despesas somem um total que se 
possa pagar; 
 • comunicação – assegurar que todas as pessoas envolvidas no 
orçamento estejam cientes das metas financeiras e dos recursos 
que poderão utilizar para atingir essas metas; e
 • comparação – assegurar que os resultados reais possam ser 
avaliados regularmente, tendo-se em vista as metas orçamentárias 
de modo que todos os envolvidos tenham conhecimentos 
detalhados do progresso alcançado e de quaisquer problemas que 
possam estar surgindo. 
29
Educação Financeira 
O BCB (2013, p. 20) acrescenta que “qualquer que seja o tamanho do seu plano 
ou sonho, é necessário ter um controle efetivo das receitas e das despesas, 
bem como se organizar e definir o que tem de ser feito, de modo a alcançar os 
objetivos em menos tempo e ao menor custo possível”.
De acordo com o BCB (2013), o orçamento financeiro é de suma importância, 
pois pode oferecer uma oportunidade para avaliar as finanças pessoal ou familiar, 
e a definir prioridades que impactam na sua vida pessoal ou da sua família. O 
orçamento vai ajudá-lo a conhecer a sua realidade financeira, escolher os seus 
projetos, fazer o seu planejamento financeiro, definir suas prioridades, identificar 
e entender seus hábitos de consumo, organizar sua vida financeira e patrimonial, 
administrar imprevistos e a consumir de forma contínua.
2.2 Elaboração de um orçamento
Uma etapa inicial na elaboração de um orçamento pessoal ou familiar é registrar 
ou anotar tudo que você e/ou sua família ganha e o que se gasta durante 
um período (que pode ser um mês, semestre ou um ano). Em seguida, é 
fundamental organizar e planejar suas despesas, com o objetivo de gastar bem 
o dinheiro, ou seja, que ele seja suficiente para cobrir todas as necessidades 
pessoal ou familiar e, ainda, ter uma sobra para que os sonhos traçados sejam 
atingidos por você ou sua família.
Destacamos que um princípio básico que deve ser seguido na elaboração de 
um orçamento é o de que as despesas não podem ultrapassar as receitas. De 
preferência, o que se espera que ocorra é que as receitas superem as despesas 
para que com o excedente você possa, por exemplo, planejar e realizar os 
sonhos ou para cobrir despesas emergenciais. 
Na literatura existem várias maneiras de se elaborar um orçamento. Vamos seguir 
um método apresentado pelo BCB (2013, p. 22-23), que consiste em quatro 
etapas: planejamento, registro, agrupamento e avaliação.
Na etapa do planejamento, você estima as receitas e as despesas do período. 
Para auxiliar na elaboração do planejamento, você pode utilizar sua rotina passada, 
elencando as receitas e despesas, utilizando-as como base para prever as receitas 
e as despesas futuras. Diferencie receitas e despesas fixas das variáveis.
Podemos definir as receitas fixas como aquelas que têm pouca variação, como, 
por exemplo, o valor do salário, da aposentadoria etc. Já as receitas variáveis, 
ao contrário, são as que os valores variam de um mês para o outro, como, por 
exemplo, os ganhos de comissões por vendas.
30
Capítulo 2 
As despesas fixas são aquelas que não variam ou têm pouca variação de um 
período para outro, como: aluguel; prestação de um financiamento etc. As despesas 
variáveis são aquelas cujos valores variam de um mês para o outro, como conta de 
energia e de água, já que a quantidade do consumo é quem define os seus valores.
Além disso, não podemos esquecer alguns compromissos que são sazonais 
como: impostos, seguros etc., e os já assumidos, como cheques pré-datados ou 
ainda não compensados, prestações a vencer, faturas de cartões de crédito etc.
A etapa do registro consiste em anotar, de preferência diariamente – para evitar 
esquecimentos – todas as receitas e despesas. As anotações podem ser em 
um caderno, ou em uma planilha de cálculo (vamos usar esse recurso comoexemplo a seguir) etc.
O agrupamento das despesas é interessante para que você verifique em 
qual grupo você está usando mais os seus recursos e para auxiliar na gestão 
das suas despesas. Dessa forma, sugerimos que você agrupe as despesas 
realizadas com características similares, como por exemplo: alimentação, 
habitação, transporte, lazer etc. É claro que você pode utilizar outras formas de 
agrupamento que sejam mais adequadas à sua realidade. 
A quarta e última etapa é a avaliação, que consiste em verificar como suas 
finanças se comportaram ao longo do período e como poderá atuar de 
forma corretiva e preventiva, para que a sua renda proporcione o máximo de 
benefícios, conforto e qualidade de vida para você e a sua família. Nessa etapa 
você pode, ainda, identificar se o balanço de seu orçamento foi superavitário, 
neutro ou deficitário. Ou seja, se gastou menos, o mesmo ou mais do que 
recebeu. Pode verificar, também, se os seus sonhos estão adequados às suas 
finanças e definir se eles podem ser realizados em curto, médio ou longo prazo. 
E, se for o caso, realizar cortes em despesas que podem ser ajustadas e que 
venham a auxiliar na realização dos sonhos.
O orçamento que vamos apresentar na Tabela 1 a seguir segue, na sua estrutura 
de elaboração, o método orçamentário apresentado. Para elaborar o orçamento, 
estimamos uma receita familiar de R$ 4.500,00, registramos todas as despesas 
e agrupamos as mesmas seguindo as seguintes convenções: Receitas (R); 
Habitação (H); Transporte (T); Educação (E); Saúde (S) e Pessoal (P). 
Incluímos uma coluna na planilha orçamentária com o tipo da despesa para, em 
seguida, quantificá-la e calcular a porcentagem de cada despesa em relação à 
receita total que vai auxiliar na avaliação do comportamento das finanças, no 
período em análise, e identificar a necessidade de ajustes no orçamento.
31
Educação Financeira 
Tabela 1 – Orçamento familiar do mês XX
ORÇAMENTO - MÊS XX
 
DESCRIÇÃO TIPO Valor (R$)
RE
CE
ITA
S (+) Receita (salário; aposentadoria, etc.) R$ 4.500,00
(+) Outras receitas (comissões, aluguel, etc.) 
HA
BI
TA
ÇÃ
O
 (H
)
Água H R$ 30,00
Energia Elétrica H R$ 80,00
Telefone H R$ 70,00
Supermercado H R$ 600,00
Manutenção Residência H R$ 100,00
Padaria H R$ 150,00
IPTU H R$ 80,00
 
TR
AN
SP
O
RT
E 
(T
) Combustível T R$ 200,00
Manutenção veículo T R$ 100,00
IPVA T R$ 80,00
Estacionamento T R$ 50,00
Prestação Veículo T R$ 450,00
Outras despesas T R$ 100,00
 
ED
UC
AÇ
ÃO
 (E
) Universidade E R$ 480,00
Curso de idioma E R$ 120,00
Material escolar E R$ 80,00
Uniforme E R$ 60,00
Outras despesas E R$ 100,00
 
SA
ÚD
E 
(S
) Plano de saúde S R$ 380,00
Medicamentos S R$ 120,00
Previsão despesa extra S R$ 100,00
PE
SS
O
AL
 (P
) Roupas P R$ 150,00
Diversão e lazer P R$ 150,00
Lanche P R$ 80,00
Café P R$ 50,00
Salão de beleza P R$ 100,00
 
 (-) Total das despesas R$ 4.060,00
 Saldo do mês (R - D) R$ 440,00
Fonte: Elaboração do autor, 2015.
32
Capítulo 2 
Observando o orçamento do mês XX, identificamos que as Receitas (R) foram 
superiores às Despesas (D), gerando um superávit no valor de R$ 440,00 que podem 
ser usados para alimentar a poupança, que vai auxiliar na realização dos sonhos.
Com a planilha elaborada, podemos determinar em termos percentuais (%) 
quanto cada grupo de despesas consumiu da Receita (R) do mês XX. (Tabela 2).
Tabela 2 – Percentual de cada grupo de despesas em relação à receita total no mês XX
Grupos de 
despesas
Percentual do Total 
(%T)
HABITAÇÃO (H) 24,67%
TRANSPORTE (T) 21,78%
EDUCAÇÃO (E) 18,67%
SAÚDE (S) 13,33%
PESSOAL (P) 11,78%
SALDO DO MÊS (S) 9,78%
Total 100,00%
Fonte: Elaboração do autor, 2015.
Com o cálculo percentual dos grupos das Despesas (D) em relação ao total da 
Receita (R) você pode fazer alguns ajustes nas despesas desse grupo, de forma 
a aumentar o saldo do mês que vai corresponder à quantia que você vai poupar 
para contribuir na realização dos seus sonhos. Veja na Tabela 2 que o saldo do 
mês correspondeu a 9,78% do total da Receita (R) do mês XX. Vários autores da 
literatura sobre educação financeira recomendam que se faça uma reserva de no 
mínimo 10% da receita total do mês para a poupança. Dessa forma, o cálculo do 
percentual do total de cada grupo de despesas pode auxiliar na gestão dessas 
despesas e reduzir as que forem possíveis, para se conseguir a meta dos 10% da 
Receita (R) do mês para a poupança.
Outra forma de visualizar o quanto cada grupo de despesas está consumindo do 
seu orçamento é com a construção de um gráfico tipo pizza (Gráfico 1).
33
Educação Financeira 
Gráfico 1 – Fatia de cada grupo de Despesas em relação à Receita do mês XX
9,78%
Percentual de cada grupo de Despesas x Receita
24,67%
HABITAÇÃO (H)
TRANSPORTE (T)
EDUCAÇÃO (E)
SAÚDE (S)
PESSOAL (P)
SALDO DO MÊS (S)
21,78%
18,67%
13,33%
11,78%
Fonte: Elaboração do autor, 2015.
A construção do gráfico pode auxiliar na visualização da fatia que gera um maior 
consumo da receita mensal em relação às demais. Observe no Gráfico 1 que o 
grupo Habitação (H) consumiu a maior fatia da Receita (R) do mês XX, ou seja, 
24,67%. Dessa forma, fica mais fácil você verificar se é possível reduzir algum 
item desse grupo de despesas, como por exemplo, o consumo de energia ou 
água; ou reduzir as compras no supermercado, para que esse grupo reduza o 
percentual de despesa e para que o valor economizado possa contribuir com a 
poupança. O orçamento possibilita comparar e decidir suas prioridades e ainda 
auxilia a identificar sua capacidade de poupança e a reavaliar a possibilidade de 
melhorar a gestão dos seus gastos.
Segundo Domingos (2012, p. 80), “para ter controle do dinheiro que entra e do 
dinheiro que sai, é fundamental que você seja capaz de não ultrapassar os seus 
limites financeiros”. E acrescenta que “o orçamento não pode ser encarado como 
uma camisa de força que vai fazer você viver de maneira sacrificada por longos 
períodos”. O orçamento sendo seguido de uma maneira eficiente proporciona 
exatamente o contrário, ou seja, quanto maior for a sua capacidade de respeitar o 
dinheiro, maior será a sua liberdade.
34
Capítulo 2 
O orçamento apresentado equivale a um período de um mês. Sugerimos que 
você projete o orçamento familiar para doze meses para que auxilie na tomada 
de decisão para a realização dos seus sonhos, ou seja, quanto tempo será 
necessário, para que você consiga realizá-los.
No exemplo de orçamento que apresentamos, ele foi superavitário. Entretanto, se 
ele for deficitário, ou seja, se as despesas ultrapassarem as receitas, esse dado 
pode refletir que estamos usufruindo um padrão de vida acima do padrão de 
renda que possuímos. Às vezes as facilidades proporcionadas pelo crédito fácil 
podem propiciar um excesso de compras a prazo que podem comprometer a 
situação financeira da família. 
Portanto, cuidar do orçamento familiar de forma a estar sempre superavitário 
deve ser uma constante busca de todos nós e, nesse sentido, a participação e o 
comprometimento de cada membro da família é imprescindível para o sucesso do 
projeto de gestão financeira familiar. Dessa forma, na elaboração do orçamento, 
envolva todos os membros da família, já que as pessoas são diferentes e 
costumam apresentar comportamentos financeiros distintos. É fundamental 
colocarmos em prática o que aprendemos sobre a elaboração do orçamento.
Na próxima seção iremos abordar o conceito de poupança e de investimento e 
apresentar os tipos de perfil de investidores.
Seção 3
Poupança e investimento
Na seção anterior, mostramos que o orçamento é uma ferramenta fundamental 
no planejamento financeiro e que vai auxiliar na educação financeira pessoal 
ou familiar. Nestaseção, faremos uma abordagem dos conceitos de poupança 
e investimento e apresentaremos alguns componentes e estratégias de 
investimentos que irão auxiliar na definição do tipo de investidor que você é, além 
de apresentar elementos que podem auxiliar no alcance dos seus sonhos.
3.1 Poupar e investir
É comum as pessoas confundirem poupança com investimento. Os conceitos 
que vamos apresentar, na sequência, vão auxiliar para que entendamos a 
diferença que existe entre poupar e investir.
35
Educação Financeira 
Poupança pode ser definida como o ato de reter, guardar uma parcela 
da renda que não é gasta no período em que é recebida. Como consequência, 
pode ser reservada para ser utilizada num momento futuro. Do ponto de vista da 
economia, poupar é o ato de abster-se do consumo presente na expectativa de 
obter um bem-estar maior no futuro. 
Investimento é a aplicação dos recursos que poupamos em algum tipo de 
investimento, como caderneta de poupança, CDB, CDI, fundo de investimento, 
título do tesouro etc., com o objetivo de remunerar o seu capital. Um investimento, 
em termos econômicos, é o capital que se aplica no presente com o intuito 
de obter rendimentos a prazo. Esta aplicação supõe uma escolha que resigna 
um benefício imediato – ou seja, que você poderia consumir imediatamente – por 
um futuro e, em geral, improvável.
3.2 Componentes do investimento e perfil do investidor
De acordo com o BCB (2013, p. 44), “para fazer um investimento que atenda as 
suas necessidades, é importante que você conheça as três características dos 
investimentos: liquidez, risco e rentabilidade”.
Liquidez pode ser entendida como a capacidade de um investimento ser 
transformado em dinheiro, a qualquer momento e por um preço justo; ou seja, 
investimento que é facilmente negociável e convertível em dinheiro vivo, como 
bens, títulos e ações. Podemos citar alguns investimentos que são apontados 
como produtos de alta liquidez: fundos de aplicação em renda fixa e caderneta 
de poupança, com resgate imediato. Já o investimento em imóveis, por exemplo, 
que pode levar muito tempo para ser vendido é considerado de baixa liquidez.
O risco é a probabilidade de insucesso de determinado investimento, em 
função de algum acontecimento eventual e/ou incerto, cuja ocorrência 
não depende exclusivamente da vontade dos interessados, ou seja, é a 
probabilidade de ocorrência de perdas. Quanto maior o risco, maior a 
probabilidade de o investidor incorrer em perdas. Alguns exemplos de 
investimentos de menor risco: caderneta de poupança e o tesouro direto, desde 
que você fique de posse do título e o desconte na data de seu vencimento. Já 
as ações são consideradas investimentos de maior risco (BCB, 2013).
A rentabilidade indica o percentual de remuneração do capital investido, ou seja, 
é o retorno, a remuneração do investimento. Quando fazemos um investimento, 
temos uma expectativa de rentabilidade que pode se concretizar ou não. Em 
geral, quanto maior a rentabilidade prometida, maior o risco do investimento 
36
Capítulo 2 
realizado. Dessa forma, a recomendação é que, antes de escolher o tipo de 
investimento a ser realizado, se compare a rentabilidade prometida com a média 
do mercado e se desconfie de promessas muito boas. (BCB, 2013).
Além das características dos investimentos apresentadas, é importante que você, 
antes de investir, defina qual é o seu perfil de investidor – ou seja, conhecer as 
características dos investimentos disponíveis para que sua escolha seja a mais 
adequada para o seu perfil. 
De acordo com o BCB (2013, p. 45), “o investidor pode ser classificado em 
três diferentes perfis, de acordo com a sua disposição para aceitar riscos, sua 
preferência por liquidez e expectativa de rentabilidade”. Ou seja, a combinação 
dessas características determina o perfil do investidor, que pode ser: conservador, 
moderado ou arrojado (agressivo). A identificação do seu perfil de investidor é 
fundamental para que você escolha investimentos de forma consciente e que 
sejam compatíveis com seus objetivos. 
Dessa forma, vamos apresentar as características, segundo o BCB (2013, p. 45), 
para cada tipo de perfil de investidor:
Conservador: privilegia a segurança e faz todo o possível 
para diminuir o risco de perdas, aceitando, inclusive, uma 
rentabilidade menor.
Moderado: procura um equilíbrio entre segurança e rentabilidade 
e está disposto a correr certo risco para que o seu dinheiro renda 
um pouco mais do que as aplicações mais seguras.
Arrojado: privilegia a rentabilidade e é capaz de correr grandes 
riscos para que seu investimento renda o máximo possível.
Portanto, identificar que tipo de investidor você é pode ajudá-lo na escolha 
do investimento mais adequado ao seu perfil. Destacamos, também, que é 
muito importante você definir quais os objetivos do investimento que você quer 
realizar para que o auxilie na tomada de decisão por um tipo de investimento em 
detrimento do outro. 
É importante ressaltar que, antes de realizar o investimento, você tenha algumas 
precauções como: verificar a solidez das instituições envolvidas; verificar se há 
registro da instituição na qual vai realizar o investimento na CVM (Comissão de 
Valores Mobiliários); ler atentamente o regulamento e/ou o prospecto da oferta; 
informar-se sobre os custos incidentes na operação de investimento como; 
taxa de administração; taxa de custódia, impostos etc.; conhecer a estratégia 
do administrador e os riscos assumidos; pesquisar a reputação das instituições 
envolvidas, entre outras precauções.
37
Educação Financeira 
Na seção seguinte, daremos destaque aos objetivos e prazo de aplicação de 
um investimento.
3.3 Objetivos e prazo de aplicação do investimento
Uma etapa importante na escolha do tipo de investimento é definir como você 
pretende utilizar seu dinheiro no futuro para a realização dos seus sonhos. Segundo 
o BCB (2013, p. 46), “objetivos diferentes podem implicar modalidades diferentes de 
investimentos, aceitar ou não riscos diferentes e necessidades diferentes de liquidez”.
Após a definição dos objetivos com relação ao investimento, fica mais fácil saber em 
quanto tempo você vai precisar dele, para a realização dos seus sonhos de curto, 
médio ou longo prazo. Se o seu sonho é realizar uma viagem para o exterior com a 
sua família, então você precisa de investimentos de maior liquidez e provavelmente 
não vai tolerar investimentos com maior risco para alcançar os seus objetivos. Agora, 
se o objetivo é comprar um imóvel, provavelmente serão necessários alguns anos 
para que consiga juntar o dinheiro necessário para a realização do sonho. 
Segundo o BCB (2013, p. 46), “o horizonte de aplicação é um fator decisivo na 
definição do investimento mais apropriado, pois o tempo em que o recurso ficará 
aplicado poderá influenciar na rentabilidade e até na tributação”.
Como já destacamos na seção anterior, todo investimento envolve riscos. Dessa 
forma, é importante saber que existe o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que 
é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra um mecanismo de 
proteção aos correntistas, poupadores e investidores, que permite recuperar os 
depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira, até determinado valor, 
em caso de intervenção, de liquidação ou de falência.
De acordo com o Banco Central do Brasil (2015), são instituições associadas ao FGC 
a Caixa Econômica Federal, os bancos múltiplos, os bancos comerciais, os bancos de 
investimento, os bancos de desenvolvimento, as sociedades de crédito, financiamento 
e investimento, as sociedades de crédito imobiliário, as companhias hipotecárias e as 
associações de poupança e empréstimo, em funcionamento no País, que:
 • recebam depósitos à vista, em contas de poupança ou depósitos a prazo; 
 • realizem aceite em letras de câmbio;
 • captemrecursos mediante a emissão e a colocação de letras 
imobiliárias, de letras hipotecárias, de letras de crédito imobiliário ou 
de letras de crédito do agronegócio; e
 • captem recursos por meio de operações compromissadas tendo como 
objeto títulos emitidos, após 08 de março de 2012, por empresa ligada.
38
Capítulo 2 
As instituições associadas contribuem mensalmente para a manutenção do 
FGC, com uma porcentagem sobre os saldos das contas correspondentes às 
obrigações objeto de garantia.
Segundo o BCB (2015), o total de créditos de cada pessoa em uma mesma 
instituição associada, ou em todas as instituições associadas do mesmo 
conglomerado financeiro, será garantido até o valor de R$ 250.000,00 (duzentos 
e cinquenta mil reais). Quando os titulares do crédito são cônjuges, nas contas 
conjuntas, o valor da garantia é limitado a R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta 
mil reais), ou ao saldo da conta, quando inferior a esse limite, dividido pelo 
número de titulares, sendo o crédito do valor garantido feito de forma individual.
É importante destacar que os investimentos vão financiar seus planos para o 
futuro, ou seja, os seus sonhos e, consequentemente, pode ser necessário alterá-
los à medida que os seus sonhos sejam modificados em função de outros fatores 
como, por exemplo, político, econômico, perda de emprego etc.
Portanto, para ter certeza de que seus objetivos serão realmente atingidos, 
é fundamental que você acompanhe sempre o desempenho dos seus 
investimentos e que, ainda, reavalie suas decisões de investimento para ver se 
continuam coerentes em relação aos seus planos e ao ambiente que o cerca. De 
acordo com o BCB (2013), uma boa sugestão é diversificar suas aplicações entre 
investimentos com diferentes características (por exemplo, imóveis, renda fixa e 
renda variável), na tentativa de minimizar riscos e maximizar a rentabilidade de 
seu portfólio de investimentos. 
No próximo capítulo, apresentaremos os tipos de investimentos com mais detalhes para 
que você possa decidir em qual vai investir a sua poupança com mais transparência.
39
Educação Financeira 
Atividades de autoavaliação
2.1 Tomando como base a sugestão de planilha orçamentária apresentada 
na Seção 2.2, elabore o seu orçamento familiar, para um mês do ano XX e, 
em seguida, determine, em termos percentuais da receita total, por grupo de 
despesas, quanto cada grupo está consumindo da receita. Faça a representação 
do percentual das despesas de cada grupo, por meio de um gráfico de pizza, e 
identifique qual a fatia que está consumindo mais da receita familiar.
2.2 Diante do exposto na Seção 3.2, defina qual é o seu perfil de investidor: se é 
conservador, moderado ou arrojado.
2.3 Na questão de autoavaliação 2.1, solicitamos a realização do seu orçamento 
familiar para um mês. Agora chegou a hora de elaborar o orçamento familiar 
para um período mais longo. Dessa forma, elabore o orçamento familiar para 12 
meses seguindo os mesmos critérios solicitados para o orçamento mensal, ou 
seja: determine, em termos percentuais da receita total, por grupo de despesas, 
quanto cada grupo está consumindo da receita anual. Faça a representação 
do percentual das despesas de cada grupo, por meio de um gráfico de pizza 
identificando a fatia que está consumindo a maior parte da receita. 
41
Capítulo 3
Habilidades
Seções de estudo
Neste capítulo, você vai conhecer os tipos de 
investimentos mais comuns existentes no mercado 
financeiro e identificar aquele que mais se ajusta ao 
seu perfil de investidor e às suas necessidades. Além 
disso, irá realizar cálculos para conferir o retorno que 
remunera a sua poupança, CDB, LCI, LCA, entre 
outros e entender os custos como: impostos, taxa de 
administração etc. existentes nesses investimentos 
que podem auxiliar na escolha por aquele que vai 
contribuir na concretização dos seus sonhos com o 
menor risco e com o retorno esperado por você. 
Seção 1: Tipos de investimentos
Seção 2: Como fazer o dinheiro trabalhar para você?
Tipos de investimentos
42
Capítulo 3 
Seção 1
Tipos de investimentos
No capítulo anterior, destacamos a importância da definição do seu perfil como 
investidor. Depois de traçar o seu perfil você precisa conhecer os tipos de 
investimentos disponíveis no mercado e verificar o mais adequado ao seu perfil e 
que irá ajudar na realização dos seus sonhos. Também já apresentamos que todo 
investimento envolve riscos, e que dependendo do grau de risco, poderão ocorrer 
perdas ou o investimento pode ganhar grandes valores.
Neste capítulo, vamos apresentar os tipos de investimentos e as características 
que diferenciam uns dos outros, como taxas de administração, rentabilidade 
esperada, formas de tributação etc. Iremos também realizar alguns cálculos 
com auxílio da matemática financeira para que você consiga, com transparência, 
avaliar detalhadamente se essas características são fatores relevantes para 
decidir por um investimento em detrimento de outro.
1.1 Renda fixa e renda variável
Os investimentos podem ser classificados em dois tipos: renda fixa e renda variável. 
Se você, após definir o seu perfil de investidor, verificar que se enquadra no de 
investidor mais conservador, que não quer correr riscos e que possui necessidade 
de resgate dos recursos em curto prazo, o mercado de renda fixa é o mais seguro 
para você e possibilita ter a dimensão exata do seu retorno no ato da aplicação. 
Então, podemos destacar que os investimentos de renda fixa são os que pagam, 
em períodos definidos, a remuneração correspondente à determinada taxa de juros. 
Essa taxa pode ser estipulada no momento da aplicação (prefixada) ou calculada 
no momento do resgate (pós-fixada), com base na variação de um indexador 
previamente definido, acrescido ou não de uma taxa de juros. Nessa modalidade 
de investimento, existe o risco de crédito (BCB, 2013).
Já o investimento com renda variável é direcionado para um perfil de investidor mais 
arrojado, pois são investimentos em que o retorno não pode ser dimensionado no 
momento da aplicação. O mercado de renda variável é dinâmico, com oscilações 
– ideal para quem quer investir em longo prazo. Dessa forma, os investimentos 
de renda variável são aqueles cuja remuneração não pode ser dimensionada no 
momento da aplicação. Envolvem riscos maiores, pois, além do risco de crédito, 
existe também o risco associado à rentabilidade incerta. Exemplo: ações (BCB, 2013).
Na próxima seção, vamos detalhar as formas de juros que o mercado financeiro 
trabalha e realizar alguns cálculos com o auxílio da matemática financeira.
43
Educação Financeira 
Seção 2
Como fazer o dinheiro trabalhar para você?
Nesta seção, vamos detalhar e realizar alguns cálculos para a verificação do 
retorno que alguns tipos de investimentos promovem. Ou seja, vamos investigar 
como o dinheiro pode trabalhar para você. Dessa forma, é importante verificar 
as formas como o seu capital é remunerado pelo mercado e entender o poder 
dos juros no tempo.
2.1 Formas de juros
Para estudar o poder dos juros no tempo é preciso, primeiramente, conhecer 
as formas de juros que o mercado financeiro trabalha, ou seja, compreender a 
diferença entre juros simples e juros compostos.
Juros simples são aqueles pagos somente sobre o capital principal. São os 
“juros não capitalizados” (BCB, 2013).
Juros compostos são aqueles que, após cada período de capitalização – 
normalmente um mês –, são incorporados ao capital principal e passam, por 
sua vez, a também render juros. Tratam-se dos chamados “juros sobre juros” ou 
“juros capitalizados” (BCB, 2013).
No exemplo a seguir, apresentaremos os cálculos da apropriação dos juros para 
um investimento usando as duas formas, ou seja, simples e composto.
Exemplo 3.1: 
Uma pessoa tem disponível R$ 5.000,00 e decide investiresse capital por um 
período de 6 (seis) meses em um investimento de renda fixa que remunera 
o capital a uma taxa de juros de 2% ao mês, livre de impostos, taxa de 
administração etc. Calcular quanto de juros esse capital rendeu no período 
usando as duas formas de apropriação de juros: simples e composto. 
Solução:
Vamos considerar C = capital disponível para investir; n = período de aplicação e i = 
taxa de juros, ou seja:
 
44
Capítulo 3 
Cálculo dos juros simples: Cálculo dos juros compostos:
 
Observando os cálculos, podemos verificar que ao calcular os juros compostos, 
primeiro calculamos o montante (M), que corresponde ao capital inicial investido, 
acrescido com os juros produzidos no período; para em seguida destacar os 
juros compostos resultantes da aplicação. Observamos ainda que no regime 
composto os juros resultantes foram maiores do que no regime simples, já que 
os juros produzidos, ao final de cada período, são incorporados ao capital, e esse 
resultado é a base do cálculo de juros para o período seguinte.
Com o entendimento da diferença entre os juros simples e compostos, é 
importante destacar que a apropriação dos juros pelo mercado, tanto do ponto 
de vista do investidor quanto do tomador de crédito, é realizado com o regime 
composto. E que esse regime gera um crescimento exponencial, promovendo um 
crescimento rápido do investimento realizado ou da dívida contraída (esse tema 
será abordado no próximo capítulo).
Na seção a seguir, iremos destacar um tipo de investimento mais tradicional e 
seguro no mercado que é a poupança.
2.2 Poupança
A poupança é o tipo de investimento considerado mais tradicional e seguro. É o 
mais indicado para o investidor conservador, que não está disposto a correr riscos.
Quase todos os bancos comerciais oferecem essa modalidade de investimento 
e não é preciso ser correntista para investir. Basta comparecer a uma agência 
bancária portando os seguintes documentos e suas respectivas cópias: CPF, 
documento de identidade e comprovante de residência.
Tradicionalmente, o rendimento da poupança sempre foi determinado pela 
variação da TR – taxa referencial – mais juros de 0,5% ao mês. Entretanto, as 
regras sofreram alteração em maio de 2012. Com as novas regras, os depósitos 
feitos em poupança até o dia 04 de maio de 2012, continuam rendendo a mesma 
coisa. Entretanto, a partir daí, o rendimento dependerá da meta da Taxa Selic 
45
Educação Financeira 
determinada pelo Banco Central do Brasil. Se a meta para taxa básica de juros 
da economia for superior a 8,5%, nada muda. Entretanto, se o valor for igual ou 
menor a 8,5%, os juros passam a ser 70% da Selic mais TR. Para pessoa física, a 
poupança é isenta do imposto de renda. O Quadro 1 apresenta as características 
desse tipo de investimento.
Quadro 1 – Características do investimento poupança
Investimento Risco Resgate Aporte Rentabilidade Tributação
Renda fixa Muito baixo Sem carência Sem limite 0,5% + TR Isento do IR e IOF
Fonte: Elaboração do autor, 2015.
TR
Taxa Referencial: é calculada com base em amostra constituída das 20 maiores 
instituições financeiras do País, assim consideradas em função do volume de 
captação efetuado por meio de certificados e recibos de depósito bancário (CDB/
RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas 
prefixadas, entre bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e 
caixas econômicas. Resolução n. 4.240, de 28/6/2013.
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/GlossarioLista.
asp?idioma=P&idpai=GLOSSARIO>. Acesso em: 21/maio/2015. 
Selic
A Taxa Selic é também conhecida como taxa básica de juros da economia brasileira. 
É a segunda menor taxa de juros de nossa economia (a menor é a TJLP) e serve de 
referência para ela. Ela é usada nos empréstimos feitos entre os bancos e também 
nas aplicações feitas por estas instituições bancárias em títulos públicos federais.
A Selic é definida a cada 45 dias pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do 
Banco Central do Brasil) para definir o piso dos juros no país. É a partir da Selic que 
os bancos definem a remuneração de algumas aplicações financeiras feitas pelos 
clientes. A Selic também é usada como referência de juros para empréstimos e 
financiamentos. Vale ressaltar que a Taxa Selic não é a utilizada para empréstimos 
e financiamentos na ponta final (pessoas físicas e empresas). Os bancos tomam 
dinheiro emprestado pela Taxa Selic, porém ao emprestar para seus clientes a taxa 
de juros bancários é muito maior. Isto ocorre porque os bancos embutem seu lucro, 
custos operacionais e riscos de não obter de volta o valor emprestado.
Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/economia/taxa_selic.htm>. Acesso 
em: 21/maio/2015. 
46
Capítulo 3 
A seguir, vamos apresentar um exemplo de aplicação na poupança levando em 
consideração a regra da poupança apresentada.
Exemplo 3.2: 
Vamos considerar que você tinha R$ 1.000,00, há um ano, para iniciar a sua 
poupança e que contribuiu mensalmente com R$ 400,00, que foi o superávit do 
seu orçamento, iniciando os depósitos após um mês da abertura do depósito 
inicial e continuou realizando os depósitos conforme datas apresentadas na 
Tabela 1. Para simular uma situação real, vamos trabalhar com o período maio 
de 2014 a abril de 2015 e, todos os dias de depósitos são dias úteis. 
Tabela 1 – Valores dos depósitos na poupança
Valor depositado (R$) Data do depósito
R$ 1.000,00 30/04/14
R$ 400,00 30/05/14
R$ 400,00 30/06/14
R$ 400,00 30/07/14
R$ 400,00 29/08/14
R$ 400,00 30/09/14
R$ 400,00 30/10/14
R$ 400,00 28/11/14
R$ 400,00 30/12/14
R$ 400,00 30/01/15
R$ 400,00 27/02/15
R$ 400,00 30/03/15
R$ 400,00 30/04/15
Fonte: Elaboração do autor, 2015.
A Taxa Selic definida pelo COPOM no período foram as seguintes (conforme Tabela 2):
47
Educação Financeira 
Tabela 2 – Taxa Selic abril/14 a abril/15
Taxa Selic (%) (variação anual) Período (mês)
10,9% Abril/14
10,9% Maio/14
10,9% Junho/14
10,9% Julho/14
10,9% Agosto/14
10,9% Setembro/14
11,15% Outubro/14
11,15% Novembro/14
11,15% para 11,65% Dezembro/14
11,65% para 12,15% Janeiro/15
12,15% Fevereiro/15
12,15% para 12,65% Março/15
12,65% para 13,15% Abril/15
Fonte: Elaboração do autor, 2015.
Observe que a Tabela 2 apresenta a Taxa Selic anual com variação dentro de um 
mês (Ex. Dezembro/14), já que o período de apuração é de 45 dias. E que todos 
os percentuais ficaram acima de 8,5%. Logo, para o cálculo vamos levar em 
consideração 0,5% mais a variação da TR (Tabela 3).
Tabela 3 – Correção da Poupança: 0,5% + TR
Correção da poupança = 0,5% + TR (%) Período (mês)
0,5267 Abril/14
0,5461 Maio/14
0,5607 Junho/14
0,5467 Julho/14
0,6059 Agosto/14
continua ...
48
Capítulo 3 
Correção da poupança = 0,5% + TR (%) Período (mês)
0,5605 Setembro/14
0,5877 Outubro/14
0,6043 Novembro/14
0,5485 Dezembro/14
0,6058 Janeiro/15
0,5882 Fevereiro/15
0,5169 Março/15
0,6302 Abril/15
0,6159 Maio/15
Fonte: Adaptado de Portal Brasil, 2015.
A partir dos dados fornecidos, vem a seguinte pergunta: qual o montante gerado 
em 29/05/2015, ou seja, quanto você acumulou no final de maio de 2015?
Solução: 
A Tabela 4 a seguir apresenta os cálculos mensais do rendimento da poupança no 
período em análise:
Tabela 4 – Cálculo mensal do rendimento da poupança
Data do 
depósito
Período 
(dias) Valor ($)
Depósito 
(R$)
Valor($) + 
Depósito($) 0,5%+TR
Juros 
(R$)
Montante 
(R$)
30/04/2014 R$ 0,00 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 0,5267% R$ 5,27 R$ 1.005,27
30/05/2014 30 R$ 1.005,27 R$ 400,00 R$ 1.405,27 0,5461% R$ 7,67 R$ 1.412,94
30/06/2014 31 R$ 1.412,94 R$ 400,00

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