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O sistema prisional brasileiro e seus efeitos no século XXl
Especialmente após o massacre da Penitenciária do Carandiru, onde 111 presos foram assassinados, na década de 90, a crise do sistema carcerário brasileiro virou alvo de muitos debates. Dentre os fatores, a superlotação, os maus tratos, tratamento igualitário em ambos os gêneros e baixa ressocialização, fazem com que essa realidade represente um grande problema para o cumprimento dos direitos humanos no Brasil.
Atualmente, o sistema prisional brasileiro, segundo o Conselho Nacional de Justiça, é a terceira população carcerária do mundo com 711.463 presidiários. Entretanto, as penitenciárias não comportam os encarcerados, visto que, há um déficit de 354 mil vagas. Por consequência, os presidiários são alojados, muitas vezes, de forma desumana, haja vista a falta de infraestrutura, higiene básica e alimentação adequada. Além disso, os presos também são constantemente mau tratados por agentes penitenciários que deveriam ter zelo com esses, utilizando de balas de borrachas e sprays de pimenta e até mesmo tortura física como castigo. 
Contudo, quando nos referimos à população carcerária feminina, esses aspectos se agravam, visto que, além dos mesmos problemas encontrados a cima, essas necessitam de cuidados especiais, itens de higiene indispensáveis - absorventes e papel higiênico - que muitas vezes são insuficientes. Ademais, são necessários cuidados com a saúde da mulher, estrutura básica para grávidas, lactantes e bebês. 
Outro fator importante é baixa ressocialização nos presídios brasileiros, que embora seja um dos principais objetivos do sistema penitenciário, não está sendo corretamente executada. Segundo o Ministério da Justiça, cerca de 80% dos detentos retornam para o mundo do crime, enquanto o restante, apenas 20%, regressam para a sociedade como cidadãos de bem. Essa alta porcentagem deve-se ao mau tratamento recebido, a falta de educação oferecida, entre outros fatores.
Para reverter esse impasse, é de suma importância que os direitos humanos sejam respeitados e cumpridos. Que o DEPEN melhore as condições de infraestrutura dos presídios, que ofereça melhores condições de vida, alimentação adequada, itens higiênicos básicos necessários para ambos os gêneros, tratamento médico diferenciado às mulheres, pré-natais para grávidas e acompanhamento para lactantes e seus filhos. É imprescindível expansão das penitenciárias, porém também é fundamental a ressocialização desses presos, através de instrução acadêmica e a profissionalização de mão de obra. Também é necessário campanhas realizadas pelo ministério público, com o objetivo de inserção dos detentos na sociedade e subsídio para empresas contratem egressos e pré-egressos. Pois como diz o filósofo Dostoievski, “é possível julgar o grau de civilização de uma sociedade visitando suas prisões”.

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