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Educação Financeira SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 330.567.2 Curso on-line – Educação Financeira – Brasília: SEST/SENAT, 2016. 56 p. :il. – (EaD) 1. Finanças - educação. 2. Orçamento familiar - administração. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 5 Unidade 1 | Educação Financeira 6 1 Educação Financeira 7 1.1 Relacionamento com o Dinheiro 8 1.2 Sonhos e Projetos 12 1.3 Necessidades e Desejos 13 Glossário 14 Atividades 15 Referências 17 Unidade 2 | Orçamento e Controle de Gastos 18 1 Orçamento e Controle de Gastos 19 1.1 O Que É Planejamento Orçamentário 19 1.2 Elaboração de um Planejamento Orçamentário 20 1.3 Gestão Orçamentária 22 Glossário 23 Atividades 24 Referências 26 Unidade 3 | Como Superar Problemas Financeiros 27 1 Superando os Problemas Financeiros 28 1.1 Definição de Crédito 29 1.2 Participação da Família no Orçamento 30 1.3 Atenção aos Juros 32 1.4 Dívidas 36 Glossário 37 Atividades 38 4 Referências 40 Unidade 4 | Planejamento Financeiro 41 1 Planejamento Financeiro 42 1.1 Planejando o Consumo 42 1.2 Consumo Consciente 43 1.3 Riscos que Estamos Expostos 44 Glossário 45 Atividades 46 Referências 48 Unidade 5 | Aposentadoria 49 1 Aposentadoria 50 1.1 Quem Precisa se Preocupar 50 1.2 Importância do Planejamento na Aposentadoria 51 1.3 Opções Financeiras para Aposentadoria 51 Atividades 52 Referências 54 Gabarito 55 5 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Educação Financeira! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. O curso possui carga horária total de 20 horas e foi organizado em 5 unidades, conforme a tabela a seguir. Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat. org.br. Bons estudos! Unidades Carga Horária Unidade 1 | Educação Financeira 5 h Unidade 2 | Orçamento e Controle de Gastos 5 h Unidade 3 | Como Superar Problemas Financeiros 5 h Unidade 4 | Planejamento Financeiro 3 h Unidade 5 | Aposentadoria 2 h 6 UNIDADE 1 | EDUCAÇÃO FINANCEIRA 7 1 Educação Financeira A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) ensina que a Educação Financeira ajuda a compreender os conceitos e produtos financeiros para que, com informação, formação e orientação, as pessoas possam se tornar mais conscientes sobre como escolher e utilizar as opções financeiras que são disponibilizadas, compreendendo as oportunidades que elas podem gerar e seus riscos. Ao se falar em educação financeira é possível que venha à sua cabeça algumas opções de crédito para comprar coisas que você deseja, como uma casa, um carro, TV de tela plana ou, por que não, uma viagem para o exterior. A tomada de crédito sem a devida análise e planejamento pode levar a uma grande dor de cabeça, causada pela inadimplência. Não apenas a dívida inicial cresce, e ao longo do curso serão apresentados alguns motivos que levam a este crescimento, bem como a falta de pagamento de uma dívida “suja o nome” e dificulta novos empréstimos. e O principal motivo da inadimplência é a falta de planejamento financeiro. Consumidores bem-educados financeiramente poderão dar retorno econômico para a sociedade e guardar uma parte do dinheiro para realização de sonhos. Do outro lado do inadimplente há aquelas pessoas que economizaram bastante e, por incrível que pareça, podem ter perdido grandes chances na vida para “não mexer” no dinheiro. Ao longo deste curso entenderemos que nem todo empréstimo é ruim e nem toda economia é a melhor alternativa. 8 1.1 Relacionamento com o Dinheiro Ter consciência do que ganhamos e do que podemos gastar é importante. Imagine uma pessoa que sempre gasta mais do que ganha. Ela poderá “viver de crédito” por algum tempo. Pode pedir emprestado às instituições financeiras, amigos, parentes e até “pendurar” algumas contas. Mais cedo ou mais tarde estas dívidas serão cobradas, muitas vezes com valores acima do que foi emprestado, acrescidos de juros e taxas, entre outros. Não parece ser uma boa e promissora vida gastar mais do que se ganha, certo? Então, para começar nossa educação financeira devemos criar uma lista com todas os recebimentos de dinheiro que temos, onde entram o(s) salário(s), bicos eventuais, aluguéis, entre outros, que você receba. Uma boa ideia é fazer uma lista de entrada para cada mês do ano, pois existem meses que ganhamos mais, como quando entram as férias e o 13º e aqueles que ganhamos menos, como o mês posterior às férias. Depois de registrar todos os recebimentos, está na hora de começar a planejar os gastos. 9 Você pode aproveitar o que criou no passo anterior e anotar, mês a mês, suas despesas. Outra boa ideia é começar por aquelas que são idênticas, ou muito parecidas, todos os meses, como aluguel/prestação do imóvel, luz, água, telefone, transporte, internet, entre outras, passando para as que acontecem apenas em alguns meses ou que variam ao longo do ano, mas são obrigatórias, como mensalidades de escolas (é comum algumas cobrarem taxas de matrículas, materiais, antecipação de renovação), impostos (IPVA, IPTU). Acrescente aquelas despesas que não são obrigatórias, mas fazem parte da vida, como diversão, cultura, roupas, presentes (além de ajudar seu planejamento financeiro, esta lista ajudará você a lembrar das datas especiais). Ao final você terá uma listagem com tudo o que recebe e tudo o que gasta, mês a mês. Ficará bem mais fácil planejar-se e reservar algum dinheiro para as adversidades. Você pode aproveitar esta lista e registrar o quanto quer economizar todos os meses. Fazendo isto você nem conta com aquele dinheiro para o seu dia-a-dia. Parece difícil separar uma parte de seus rendimentos para reserva, mas lembre-se, sempre haverá alguém que ganha menos e outro que ganha mais do que você. Basta adaptar-se a viver com um pouco menos. No final das contas, em alguns anos, poderá estar vivendo melhor do que se não poupasse. Você pode estar se perguntando: “como poderei viver melhor gastando menos?” A resposta é bem simples. Quando precisar de dinheiro não precisará recorrer a financiamentos, terá o seu próprio dinheiro para fazer os pagamentos, de qualquer conta que seja. Além de economizar com os juros dos financiamentos que não pegou, ainda poderá ter um desconto pelo pagamento à vista, que é bastante comum e o dinheiro poupado pode ter lhe rendido ainda mais. Ou seja, você só tem a ganhar poupando. Resumindo, economizando um pouco a cada mês, o esforço que você fez para juntar o dinheiro e guardá-lo será devolvido com melhores compras/pagamentos do que se você não poupasse e precisasse pegar emprestado. h Bom, falar é fácil... E fazer? Também pode ser fácil, basta planejar. Vamos começar a fazer nossas listas de recebimentos e despesas? 10 Quadro 1: Exemplo de controle de ganhos e despesas Controle financeiro – Janeiro Recebimentos/ReceitasValores (R$) Salário líquido 1.700,00 Vale alimentação 525,00 Bolos que vende no trabalho 250,00 TOTAL de Recebimentos 2.475,00 Despesas Valores (R$) Aluguel 400,00 Condomínio 150,00 Água 80,00 LUZ 90,00 Telefone 120,00 Internet 80,00 Compras mensais 750,00 IPTU 90,00 Matricula faculdade 50,00 Mensalidade faculdade 450,00 Material faculdade 200,00 Lazer 100,00 Salão 0,00 Teatro, cinema, livros 0,00 Total de Gastos 2.560,00 Total (Janeiro) -85,00 11 Observe que na lista apresentada como exemplo (acima), referente a janeiro, ao término do mês você estará devendo R$ 85,00. Na prática, ou atrasará alguma conta, pagando multas e juros por este atraso (o que aumentará sua dívida) ou pegará emprestado este dinheiro de alguma forma. Na maior parte das vezes pagará juros pelo empréstimo, o que também aumentará o quanto deve. Estes gastos acumulados ao longo do ano, podem gerar uma grande dívida e comprometer aquele dinheiro que você esperava gastar com outras coisas, como o 13º. Se terminar cada mês devendo “apenas” R$85,00 (oitenta e cinco reais), ao final do ano, sem contar eventuais juros, estará devendo mais de R$ 1.000,00 (mil reais). Se esta dívida for acumulada com juros de 9% ao mês, comum em algumas linhas de crédito como cheque especial ou cartão de crédito, todo o seu 13º estará comprometido por conta destes “inocentes” R$85 mensais. Bom, e o que fazer? h É importante ter o controle de todas as despesas do mês, para não extrapolar. Sabendo com antecedência que 0há uma tendência de estourar o orçamento de um determinado mês, você pode, por exemplo, “re-planejar” suas despesas ou tentar aumentar a sua entrada de dinheiro. No exemplo apresentado, as despesas com compras mensais, lazer e telefone poderiam ser reduzidas um pouco cada uma, bem como as entradas com a venda de bolos aumentada. Imagine o seguinte: • Aumentar o recebimento: – Vender um bolo a mais: R$ 30,00 • Reduzir gastos – 5 dias sem usar seu pré-pago: – R$ 20,00 – Trocar algumas marcas no mercado e comprar algumas mercadorias a menos, ir à feira ao invés do mercado: – R$15,00 – Evitar sair um final de semana: – R$25,00 12 Se você fizer estes pequenos sacrifícios, vai evitar terminar janeiro devendo R$ 85,00 e, ainda, sobrará R$ 5,00 para sua economia. Viu como é mais fácil do que parece planejar, se ajustar e “salvar” seu 13º salário? Ainda usando o mesmo exemplo, imagine se em 2016 você faz um esforço, como o proposto e economiza R$ 10,00/mês em média. É fácil ver que chegará em janeiro de 2017 com R$120,00, talvez mais se aplicar o dinheiro como veremos mais adiante neste curso. Mais que suficiente para cobrir as despesas adicionais daquele mês, sem precisar novos esforços e tendo podido gastar, ou economizar, seu 13º de 2016. Se você não se planejar e economizar, entrará em um ciclo vicioso, pois precisará pegar dinheiro emprestado para pagar suas contas e quando receber algo a mais, usará para pagar o que pegou emprestado, precisando pegar novamente dinheiro emprestado. Não parece ser uma boa forma de viver. Economizar e poupar, pode ajudar-lhe a ter uma vida mais tranquila e confortável. Hoje existem várias formas de poupança e de investimentos no mercado, mas o mais utilizado pelas famílias brasileiras ainda é a poupança na instituição bancária, em que se tem uma renda extra para realizarmos mais rápido nossas metas. Em outras palavras, o dinheiro investido gera dinheiro. Figurativamente falando, é como se ele “trabalhasse” e recebesse um salário. O que acha de colocar seu dinheiro para trabalhar para você? Mais à frente neste curso veremos como isto ocorre na prática. 1.2 Sonhos e Projetos Sonhos movem o ser humano. Todos os dias quando saímos de nossas casas para trabalharmos queremos nos manter e, por que não, realizar alguns sonhos. Então podemos analisar o que estamos fazendo para realizar nossos sonhos e projetos, quais são as mudanças que estamos fazendo para que esses sonhos possam ser realizados. 13 Podemos tomar como exemplo, o sonho da casa própria ou de um carro zero, em primeiro lugar devemos saber que tipo de casa queremos, onde será essa casa, a forma de pagamento ou financiamento, e como as instituições bancárias poderão nos ajudar a realizar tais projetos. c Quando analisarmos todas essas questões da compra de uma casa própria e as formas que poderemos comprar essa casa, iremos pesquisar todas as formas de compra e o que mais se encaixa com os nossos orçamentos e a realidade financeira. 1.3 Necessidades e Desejos Todos nós sabemos que, quando tomamos a decisão de guardarmos dinheiro, a impressão que temos é que sempre aparece alguma coisa interessante para comprar e esquecemos por alguns segundos dos nossos projetos, para qual motivo esse dinheiro está sendo guardado e, num impulso, gastamos aquele tão suado dinheiro. Motivos e tentações não faltam. Roupas, celulares, presentes, festas, são muitas coisas nos tentando a todos os momentos, mesmo quando estamos relaxando em frente à TV, somos expostos a várias propagandas e ações de marketing montadas para nos fazer gastar. Já reparou nas joias e roupas usadas nas novelas que quase imediatamente são vistas nas ruas? Alguém gastou seu dinheiro para se vestir como aquele personagem que viu na TV. Não há nada de errado em gastar seu dinheiro, o ponto é como fazê-lo com consciência e sem prejudicar compromissos ou planos futuros. 14 Glossário Ciclo Vicioso: uma sucessão de fatos e acontecimentos onde ao término de um ciclo você está no passo inicial similar/idêntico ao ciclo que completou. Como se trata de um ciclo vicioso está associado a algo ruim ou, ao menos, não desejado. OCDE: significa Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico e é uma organização internacional, com sede em Paris e composta por 34 países, foi criada para promover políticas de desenvolvimento econômico e de bem-estar social. Salário líquido: é o valor que você recebe depois de todos os descontos. 15 a 1) Indique a alternativa correta. O conceito de educação financeira é: a. ( ) É trazer benefícios com objetivo de possibilitar um equilíbrio financeiro empresarial. b. ( ) É trazer compreensão e conhecimentos para aumentar a consciência das pessoas com relação as suas opções financeiras. c. ( ) É trazer benefícios, com objetivo de, possibilitar o um equilíbrio psicológico. d. ( ) Reduzir as brigas familiares e aumentar a renda das pessoas. 2) Indique a alternativa correta. Conforme viso no curso, o principal motivo da inadimplência é: a. ( ) A falta de planejamento financeiro. b. ( ) Os altos valores das parcelas das prestações que temos que pagar. c. ( ) A excessiva quantidade de parcelas das prestações que temos que pagar. d. ( ) O desemprego. 3) No curso aprendemos que algumas informações são fundamentais para o início do seu planejamento financeiro. Quais são elas? Indique a alternativa correta. a. ( ) Os nomes de todos aqueles que farão parte do seu planejamento. b. ( ) Os recebimentos/receitas e os custos/despesas. Atividades 16 c. ( ) Um computador e um editor de planilhas, como o Excel da Microsoft. d. ( ) Avançado conhecimento matemático para realizar seu planejamento. 4) Indique a alternativa correta. As compras por impulso são: a. ( ) Uma realidade que o planejamento financeiro por ajudar a evitar/reduzir. b. ( ) Uma necessidade para a realização de sonhos. c. ( ) O único jeito que há de comprar. d. ( ) Algo a ser evitado através de restrição financeira no SERASA.5) Indique a alternativa correta. Ao fazer o planejamento financeiro você conseguirá: a. ( ) Ter em mãos um plano bem escrito e que servirá apenas para chamar a atenção de quem gastar fora do previsto. b. ( ) Ter previsibilidade de sua capacidade de realização de seus sonhos que envolvem dinheiro. c. ( ) Ter uma lista completa de tudo que gastou, mas não terá em mãos um plano para os recebimentos e gastos futuros. d. ( ) Ter uma lista completa de tudo que ganhou, mas não terá em mãos um plano para os recebimentos e gastos futuros. 17 Referências ARAÚJO, Fábio de Almeida Lopes; SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. Educação financeira para um Brasil sustentável: evidências da necessidade de atuação do Banco Central do Brasil em educação financeira para o cumprimento de sua missão. Trabalhos para Discussão do Banco central. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?TRABDISCLISTA>. Acesso em: 24 nov. 2016. COMISSÃO DE VALORES IMOBILIÁRIOS. Portal do investidor: Porque seu melhor investimento é o conhecimento. Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.gov. br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. INSTITUTO AKATU. Guia – ABC do consumo consciente do dinheiro e do crédito. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.akatu.org.br/Publicacoes>. Acesso em: 24 nov. 2016. FERREIRA, Vera Rita de Mello. Decisões econômicas: você já parou para pensar? São Paulo: Saraiva, 2007. OCDE – ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. Improving Financial Literacy: Analysis of issues and policies. Paris, 2005. 181 p. SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. O uso do crédito pelo consumidor: percepções multifacetadas de um fenômeno intertemporal. Brasília, DF: UnB, 2013. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado em Psicologia Social, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS. Guia de orientação e defesa do segurado. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. 18 UNIDADE 2 | ORÇAMENTO E CONTROLE DE GASTOS 19 1 Orçamento e Controle de Gastos Na educação financeira, é importante que toda pessoa possa controlar os gastos. Uma das ferramentas ao alcance de todos é a planilha eletrônica, também conhecida como tabela, e hoje temos vários aplicativos gratuitos disponíveis na internet que nos ajudam a fazer o controle mensal de gastos. Um aplicativo muito utilizado é o Excel. Independentemente da versão do aplicativo ele faz parte da família Office da Microsoft e possui fórmulas e gráficos que podem nos ajudar a visualizar o controle dos gastos. 1.1 O Que É Planejamento Orçamentário O planejamento orçamentário é a previsão de receitas e de despesas com o objetivo de controlar o dinheiro disponível ao longo do tempo. Receita é tudo o que você ganha e despesa é tudo o que você gasta. O ideal é que a receita seja maior que a despesa. Com a sobra entre o que ganhamos e o que gastamos, poderemos investir e aumentar ainda mais os nossos ganhos com o dinheiro “trabalhando” para gerar mais dinheiro. O gerenciamento do orçamento de uma família é todo baseado no controle das receitas e das despesas. Como visto na unidade anterior, você pode fazer o seu orçamento com a lista de receitas e despesas mensais. Na prática você precisará de 12 (doze) folhas de papel e lápis/caneta. Uma calculadora pode ajudar, mas não é necessária, pois as contas são simples adições das receitas e subtrações das despesas, algo que aprendemos nos primeiros anos de escola. Com um pouco de prática poderá reduzir as doze folhas para apenas uma, separando cada mês em uma coluna desta folha. Mais à frente, no quadro 2, exemplificaremos como realizar este planejamento de doze meses em uma única folha. 20 1.2 Elaboração de um Planejamento Orçamentário Para elaborar um orçamento a família deverá ter todos os valores inseridos na tabela fazendo a seguinte fórmula: receitas – despesas = resultado Por meio dessa fórmula deverá calcular e obter os resultados e analisar qual melhor forma de pagamento e o melhor orçamento que se encaixa no controle mensal de gastos como o quadro abaixo: Quadro 2: Exemplo de orçamento de janeiro a maio Recebimentos/Receitas Janeiro Valores (R$) Fevereiro Valores (R$) Março Valores (R$) Abril Valores (R$) Maio Valores (R$) Salário líquido 1.700,00 1.700,00 1.700,00 3.910,00 0,00 Vale alimentação 525,00 525,00 525,00 525,00 525,00 Bolos que vende no trabalho 280,00 250,00 250,00 0,00 250,00 TOTAL de Recebimentos/ Receitas 2.505,00 2.475,00 2.475,00 4.435,00 775,00 Despesas Valores (R$) Valores (R$) Valores (R$) Valores (R$) Valores (R$) Aluguel 400,00 400,00 400,00 400,00 400,00 Condomínio 150,00 150,00 150,00 150,00 150,00 Água 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00 LUZ 90,00 90,00 90,00 90,00 90,00 Telefone 100,00 120,00 120,00 120,00 120,00 Internet 80,00 80,00 80,00 80,00 80,00 Compras mensais 735,00 750,00 750,00 750,00 750,00 IPTU 90,00 90,00 90,00 0,00 0,00 Matricula faculdade 50,00 0,00 0,00 0,00 0,00 21 No exemplo acima consideramos um cenário mais realista para os primeiros meses do ano (janeiro a maio), nos quais: • As despesas com matrícula e material da faculdade ocorrem apenas em janeiro. • Houve um esforço em janeiro para que houvesse uma sobra de dinheiro. • O IPTU foi pago em 3 parcelas (janeiro, fevereiro e março) • A família tirou férias em março. Neste mês houve o adiantamento do salário do mês seguinte, mais 30% de férias. Entretanto, não houve venda de bolos e algumas despesas com lazer e cultura (teatro, cinema e livros) aumentaram. A partir de um orçamento realista podemos iniciar o planejamento para atingirmos nossas metas e conquistarmos nossos sonhos. Para isto precisamos saber quais são os sonhos que queremos realizar. Por exemplo, comprar um carro. As respostas para as seguintes perguntas são necessárias: 1) O carro que desejamos é usado ou é zero? 2) Qual o valor do carro que você pretende comprar? 3) Quanto tempo irá levar para conseguir juntar esse dinheiro? Não se esqueça de que esse valor estará bem maior se aplicado em um investimento que o dinheiro renda mensalmente. Mensalidade faculdade 450,00 450,00 450,00 450,00 450,00 Material faculdade 200,00 0,00 0,00 0,00 0,00 Lazer 75,00 100,00 100,00 500,00 100,00 Salão 0,00 100,00 100,00 100,00 150,00 Teatro, cinema, livros 0,00 0,00 50,00 200,00 0,00 Total de Despesas 2.500,00 2.410,00 2.460,00 2.920,00 2.370,00 Resultado 5,00 65,00 15,00 1.515,00 1.595,00 ACUMULADO 5,00 70,00 85,00 1.600,00 5,00 22 4) Temos que ter em mente que o carro tem despesas e não é somente colocar gasolina. Temos que fazer manutenção e pagar as taxas do governo como IPVA e DPVAT, além de um seguro para proteger seu carro contra acidentes, roubos e furtos. Quando queremos algo, temos que analisar essas questões e consequências, fazer o mapeamento de despesas que iremos ter depois de obter o sonho, e quais as vantagens e as desvantagens. Todos estes elementos devem ser acrescidos como despesas no orçamento que você acabou de fazer, nas linhas de despesas. Ao término, você poderá analisar suas receitas e despesas e refletir sobre maneiras de aumentar suas receitas e, também, como diminuir as despesas. 1.3 Gestão Orçamentária Para a família atingir as metas a que se propôs no planejamento que elaborou é necessário realizar uma boa gestão orçamentária. O acompanhamento periódico das receitas e, principalmente, das despesas, são a base para uma boa gestão. Com a disciplina e o hábito de anotar tudo que gasta e tudo que ganha, você terá consciência e controle.Com certeza poderá tomar um susto, e é isso que queremos: que você tenha o impacto e veja como caímos em tentação com novidades de celulares, tablets, carros potentes, roupas de marca, sapatos de marca, ou mesmo inocentes despesas diárias como guloseimas, lanchinhos ou cafezinhos que, acumulados ao longo do mês, são significativos. É claro que não estamos desprezando a qualidade dos produtos, mas temos que ver a necessidade de consumi-los. Quando o orçamento da família está em dia, ela não terá problemas com o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), esse cadastro tem a lista de todas as pessoas inadimplentes que não cumpriram com os pagamentos necessários seja de cartão de crédito, cheque ou boleto bancário no comércio, fazendo com que a pessoa não possa mais efetuar compras a prazo enquanto estiver com o cadastro negativo. 23 c Por isso é importante ter o controle de gastos gerenciado cumprindo com todos os prazos de pagamentos, realizando a compra somente do necessário sem extrapolar os limites do orçamento, e sem fugir do controle da gestão orçamentária. Glossário Aplicativo: programa de computador elaborado para processar dados. Excel: programa de computador que possui fórmulas e gráficos que podem editar planilhas. Guloseimas: doces, balas. 24 a 1) Indique a alternativa correta. Conforme visto no curso de educação financeira, o planejamento orçamentário serve para: a. ( ) Controlar o dinheiro disponível ao longo do tempo. b. ( ) Apenas para criar listas de custos de uma obra. c. ( ) Apenas para criar listas de fornecedores para um serviço. d. ( ) Apenas para negociar seus débitos junto ao banco. 2) Indique a alternativa correta. A fórmula básica do planejamento orçamentário é: a. ( ) Receita + Despesa = Lucro b. ( ) Receitas - Despesas = Resultado c. ( ) Receitas + Receitas = Poupança d. ( ) Despesas - Despesas = Resultado 3) O planejamento orçamentário é realizado ao longo do tempo, a partir desta afirmação é incorreto afirmar: a. ( ) Ele inclui as receitas/recebimentos de um período, normalmente um ano. b. ( ) Ele inclui as despesas/custos de um período, normalmente um ano. c. ( ) Com simples operações de soma e subtração é possível fazer um planejamento orçamentário. d. ( ) Todo o planejamento deve se concentrar em um único mês. Atividades 25 4) Em um planejamento orçamentário ao longo do tempo é correto afirmar que: a. ( ) As despesas e as receitas não variam ao longo do tempo. b. ( ) Como recebo salário, as receitas não variam, mas as despesas sim. c. ( ) As despesas e as receitas variam ao longo do tempo. d. ( ) Como recebo salário, as receitas variam, mas as despesas não. 5) Um plano orçamentário é uma previsão de suas receitas e despesas ao longo do tempo. De acordo com o curso, para atingir os resultados previstos neste plano é necessário fazer: a. ( ) Uma boa gestão orçamentária. b. ( ) Nada, pois o plano em si já resolve a situação. c. ( ) Um aumento das receitas, além dos previstos no plano. d. ( ) Uma diminuição das despesas, além das previstas no plano. 26 Referências ARAÚJO, Fábio de Almeida Lopes; SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. Educação financeira para um Brasil sustentável: evidências da necessidade de atuação do Banco Central do Brasil em educação financeira para o cumprimento de sua missão. Trabalhos para Discussão do Banco central. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?TRABDISCLISTA>. Acesso em: 24 nov. 2016. COMISSÃO DE VALORES IMOBILIÁRIOS. Portal do investidor: Porque seu melhor investimento é o conhecimento. Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.gov. br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. GIANNETTI, Eduardo. O valor do amanhã: ensaio sobre a natureza dos juros. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. INSTITUTO AKATU. Guia – ABC do consumo consciente do dinheiro e do crédito. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.akatu.org.br/Publicacoes>. Acesso em: 24 nov. 2016. KAHNEMAN, Daniel. Rápido e devagar: duas formas de pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. MATTA, Rodrigo Octávio Betton. Oferta e demanda de informação financeira pessoal: o programa de educação financeira do Banco Central do Brasil e os universitários do Distrito Federal. Brasília, DF: UnB, 2007. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado, Universidade de Brasília, 2007. ____. Aplicação do modelo transteórico de mudança de comportamento para o estudo do comportamento informacional de usuários de informação financeira pessoal. Marília, SP: UEP, 2012. Originalmente apresentada como tese de doutorado em Ciência da Informação, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2012. SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. O uso do crédito pelo consumidor: percepções multifacetadas de um fenômeno intertemporal. Brasília, DF: UnB, 2013. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado em Psicologia Social, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS. Guia de orientação e defesa do segurado. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. 27 UNIDADE 3 | COMO SUPERAR PROBLEMAS FINANCEIROS 28 1 Superando os Problemas Financeiros Como vimos na unidade 1, a educação financeira ajuda a compreender os conceitos e produtos financeiros para que, com informação, formação e orientação, as pessoas possam se tornar mais conscientes de como escolher e utilizar as opções financeiras que são disponibilizadas, compreendendo as oportunidades que elas podem gerar e seus riscos. Muitas pessoas só procuram ajuda depois que o problema ocorre, isso também acontece com as intercorrências financeiras. É comum só tomarmos conhecimento das taxas de juros e/ou multas por atrasos nas parcelas dos créditos que pegamos quando há algum problema. Para a família superar dificuldades financeiras é necessário ter um planejamento orçamentário e gerenciá-lo adequadamente. Algumas boas práticas devem ser observadas e podem auxiliar a ter melhores resultados. Talvez a principal prática seja ter em mente que as compras efetuadas à vista podem ser negociadas até por um valor menor. Você gasta menos do que se comprar a prazo. Parcelando as compras a pessoa irá pagar os juros por esse prazo. Além de pagar a mais, correrá o risco de determinado mês não ter a mensalidade que se comprometeu a pagar, e aí pagará multa pelo atraso e pode começar uma bola de neve de juros sobre juros e não conseguir honrar os compromissos, tendo o nome registrado no Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), por não efetuar esse pagamento. Exemplo de uma única parcela de R$ 200,00 atrasada com multa de 2% e juros de 8%, por 9 meses para ser quitada chegará ao valor final do ano custando mais que o DOBRO: R$ 407,20. Ou seja, sua falta de planejamento pode levar a pagar ainda mais caro por um bem que a vista custaria menos. Agora você começa a entender por que aquele seu amigo que ganha o mesmo que você leva uma vida mais tranquila, com mais bens, viagens, etc... Mas ainda há tempo de você resolver os problemas e atingir o sonhado nível de vida. Para sair desse montante de dívidas a família deverá avaliar os gastos desnecessários e retirar tudo que não precisa fazer parte do orçamento. Lembre-se que em seu orçamento existem despesas sobre as quais você tem nenhuma ou pouca influência, como os impostos e taxas. Em algumas cidades há um desconto para o pagamento a vista. Em outras não há esta opção. Entretanto, há dívidas que podem ser renegociadas. Em especial parcelas atrasadas de financiamentos. 29 Agora que vocêjá sabe como fazer um planejamento orçamentário, pode simular o limite máximo de parcelas que consegue pagar ao mês. Caso tenha extrapolado este limite, resta-lhe negociar junto aos credores para reduzi-las e conseguir honrá-las. É uma opção melhor do que deixar a dívida acumular e o débito aumentar mês a mês. Existem, ainda, outras dívidas que podem ser reduzidas, ou até mesmo zeradas. É o caso, por exemplo, de eliminar as dívidas com IPVA, manutenção de carro e combustível, ao vendê-lo. Sim, é uma ação extrema vender o seu meio de transporte, o qual você muito trabalhou para poder comprar, mas este pode ser o custo de um mau planejamento financeiro. Visto neste extremo, gastar algum tempo com uma planilha distribuindo as receitas e despesas ao longo do ano e fazer alguns sacrifícios menores ao longo do tempo, não parecem algo tão ruim, não é mesmo? Imagine um cenário ainda pior do que se desfazer do carro. Já pensou se for sua casa? Então, vamos voltar ao nosso orçamento e “re-planejar” para resolver seus atuais problemas, antes que eles se tornem ainda maiores? 1.1 Definição de Crédito Crédito é a disponibilidade de recursos financeiros, ou seja, dinheiro, temporariamente para quem faz uso. Na sua maioria, o seu uso está associado ao pagamento de juros. Figurativamente podemos entender os juros como o valor do “aluguel” pelo dinheiro que você pegou emprestado, ou seja, que alugou. Existem situações onde o crédito, ou seja, pegar dinheiro emprestado, é uma opção para a resolução de um problema, ou para melhoria de algo em sua vida. O crédito tem várias fontes. Um crédito, do ponto de vista financeiro, é bem utilizado quando os juros pagos são menores do que o retorno que o empréstimo causará ao ser gasto. Algumas situações de um bom uso do crédito disponível: • um investimento – abrir um negócio próprio (lembre-se de estudar sobre o assunto antes de sair gastando dinheiro só porque parece que seu vizinho está ganhando dinheiro vendendo sorvete ou com um novo salão de beleza, por exemplo), pagar um curso de qualificação profissional. 30 • reduzir custos – aquisição de novas e mais modernas ferramentas de trabalho que ajudem a reduzir seus custos de operação/manutenção, substituição de um crédito com juros/custos mais altos por um com juros/custos menores. Um crédito é mal utilizado quando empregado para compra de bens supérfluos, ou que poderiam aguardar a economia de dinheiro para serem adquiridos. Sabe aquela viagem com a família? Se você utilizar o cheque especial ou outra linha de crédito para realizá-la, pode estar sacrificando uma outra viagem no ano seguinte. Um meio termo é o crédito de emergência, normalmente voltado a pagar despesas médicas. Embora seja resultado da falta de planejamento e poupança, uma doença não acompanha nosso ciclo financeiro. Os créditos têm custos, além dos juros. As instituições que emprestam o dinheiro cobram algumas taxas, como para abrir o seu cadastro, administrar o empréstimo, seguros e, também impostos, entre outros. Para reduzir a confusão que os diversos tipos de créditos podem causar, e facilitar a comparação entre eles, as instituições que emprestam dinheiro são obrigadas a informar os juros efetivos. Ou seja, o real juro pago ao final de todos os custos embutidos no empréstimo. 1.2 Participação da Família no Orçamento Toda família em sintonia e atualizando diariamente a planilha de gastos estará sempre bem informada e irá gerenciar melhor o controle orçamentário. É muito comum o planejamento orçamentário não ser executado por que um dos pais, ou filho(s), não fez sua parte e gastou mais do que havia sido planejado. Para evitar este tipo de problema é importante que todos tenham consciência do esforço que cada um deve fazer e considerar que as pessoas são diferentes, cada um tem seus objetivos pessoais distintos. Alguns tem tendência para poupar, outros nem tanto. Há, ainda, aqueles que tem descontrole com seus gastos. São desatentos e desorganizados com relação às finanças. 31 Outro aspecto a se considerar é o objetivo daquele planejamento. O que adiantará pedir que todos façam sacrifício ou economizem se haverá apenas um beneficiário? Por exemplo, por que todos farão economia para que você troque de carro? É importante que todos saibam e entendam os objetivos e benefícios dos esforços que irão empreender. O Banco Central do Brasil disponibiliza o “Caderno de Educação Financeira Gestão de Finanças Pessoais” com orientações básicas sobre educação financeira. Este caderno traz uma série de informações e conceitos que podem ampliar seus conhecimentos, além dos que estão sendo abordados neste curso, como, por exemplo, o quadro ponha em prática no tópico de Participação da Família no Orçamento, reproduzido abaixo: 32 Especial atenção deve ser dada ao último tópico desse quadro com sugestões práticas do Banco Central do Brasil. Converse com sua família sobre o planejamento financeiro. O diálogo pode unir e aumentar o compromisso de todos, ao contrário de apenas cobranças sem um claro objetivo. Uma boa prática a ser adotada em família é a de evitar-se desperdícios em itens simples e básicos, como alimentos, energia elétrica e gás. Observe o que está sendo descartado no lixo sem estar completamente consumido. Nas próximas compras reduza gradativamente a compra dos itens que jogou fora, pois sua família não os está consumindo. Sabe aquela maçã que estragou na fruteira? Ela custou-lhe dinheiro e ao ir para o lixo é como se você jogasse fora algumas notas de reais fora. Como você se sentiria se abrisse seu lixo e visse dinheiro jogado lá? Mas é isto que acontece quando descarta produtos que não utilizou. Pense nisto na próxima vez que for às compras. Também desperdiçamos energia elétrica sem perceber, quando deixamos televisores ligados sem ninguém assistindo, luzes acessas durante o dia ou abrimos e fechamos a porta da geladeira diversas vezes. Desligue a TV antes de dormir ou ao sair do cômodo onde ela está, não use as lâmpadas durante o dia e as desligue quando não precisar. Pense em tudo que for tirar da geladeira e abra a porta uma única vez. Além, claro, de reduzir o tempo de chuveiro ligado durante o banho, passar o máximo de roupas possível quando esquentar o ferro e não usar o micro-ondas à toa. Aproveite o calor das panelas no fogão colocando outras panelas ou pratos sobre elas para esquentá-los. Com pequenos gestos você pode economizar dezenas de reais na sua conta. Este é um esforço de todos, não apenas seu ou de seus pares. Todos têm que estar engajados neste esforço. No fim, é uma questão de hábito. Com um pouco de disciplina, em pouco tempo, vocês estarão agindo de forma mais econômica. 1.3 Atenção aos Juros Todas as vezes que você “aluga” o dinheiro de outro, seja via cartão de crédito, cheque especial, empréstimos como CDC, consignado, etc. paga o aluguel. Em termos financeiros, quando pega um valor emprestado, paga juros. 33 Existem muitas formas de pegar empréstimos, algumas indiretas, como quando você compra alguma mercadoria parcelada em uma loja que a vende “sem juros” ou parcela a fatura do cartão de crédito deixando de pagar o total daquela fatura. Outras mais diretas quando como você pega dinheiro emprestado em uma linha de financiamento, como o empréstimo descontado em folha, o consignado. e Conforme vimos anteriormente, o dinheiro pode “trabalhar e gerar mais dinheiro”. Na prática, alguém poupou e emprestou o dinheiro a uma instituição financeira. Esta pessoa recebe de volta o seu valor acrescido de mais. Quem intermedia a transação, entre quem guardou e quem tomou emprestado, também recebe uma parte pelo seu trabalho e há, ainda, o governo que cobra através de taxas e impostos, uma parte. Adivinha quempaga toda a conta? Acertou, quem pega o dinheiro emprestado. Foquemos nos juros. Eles podem ser bastante perversos, fazendo você pagar por um bem, muito mais do que o seu valor real. Na prática você estará deixando de usar seu dinheiro com outras coisas para poder pagar os juros. Veja no exemplo abaixo de um financiamento imobiliário de R$100.000,00 em 10, 20 e 30 anos a diferença nos valores da parcela e no valor final pago, com a mesma taxa de juro (1% ao mês): Quadro 3: Exemplo de financiamento imobiliário Você pode claramente perceber que uma pequena diferença entre os valores das parcelas do financiamento de 10 anos e de 30 anos, ao final do financiamento, terá lhe custado R$ 198.135,00 a mais, ou seja, praticamente dois imóveis a mais, além daquele de R$100.000,00 que você está comprando e pagou. Tempo de financiamento Valor da parcela Valor total pago pelo bem 10 anos R$ 1.434,71 R$ 172.165,14 20 anos R$ 1.101,09 R$ 264.260,67 30 anos R$ 1.028,61 R$ 370.300,53 34 Mas esta análise não para por aí, estes valores pioram ainda mais se aumentarmos “apenas” 0,5% (meio por cento) ao mês. O quadro fica assim para um financiamento do mesmo valor, mas com juros de 1,5% ao mês: Quadro 4: Exemplo de financiamento imobiliário com juros de 1,5% ao mês Veja como uma pequena diferença a longo prazo é suficiente para aumentar não só a parcela, como o valor final pago. Mas os juros não são algo fixo, impostos pelas instituições. É possível que você encontre juros mais baixos e, também, que os negocie junto à instituição que está emprestando o dinheiro. Sempre que possível, evite o pagamento de juros. Mas como evitá-los? O primeiro passo é pagar à vista suas compras e em dia suas contas, em especial a fatura do cartão de crédito. Este é um dos mais altos juros de todo o nosso sistema financeiro. Em seguida é importante que suas compras sejam planejadas. Muitas compras de impulso, como aquele celular novo, roupas e viagens, poderiam ter-lhe custado menos se você tivesse juntado algum dinheiro, aplicando-o e na hora certa, comprando a vista. Por fim, pense nas compras de bens mais caros e que podem levar a um financiamento, como um imóvel. Há uma consciência popular que diz que é melhor pagar uma prestação de casa própria do que aluguel. Isto é um erro, pois se você comprar um imóvel sem ter todo o dinheiro, você está deixando de alugar o imóvel para alugar valor que falta para a compra. O que é melhor? Alugar o imóvel diretamente ou “alugar” o dinheiro para financiar o seu próprio imóvel? Tempo de financiamento Valor da parcela Valor total pago pelo bem 10 anos R$ 1.801,85 R$ 216.222,24 20 anos R$ 1.543,31 R$ 370.394,77 30 anos R$ 1.507,09 R$ 542.550,73 35 Atualmente o valor do aluguel de uma residência é muito menor do que aquele pago para o do montante necessário para aquisição do mesmo. Um dos menores juros para a compra é superior a 1% ao mês. Já os aluguéis dificilmente passam de 0,5%. Sem contar outros benefícios que o aluguel traz para o inquilino, como a redução dos custos com manutenção, pois as mesmas ficam por conta do proprietário e não do inquilino e a facilidade de se mudar quando quiser, sem ter que vender o seu imóvel. Assim quando evoluir para um emprego melhor, longe de onde mora, ou quando a vizinhança não for mais aquela que tanto gostava, você pode simplesmente mudar-se, sem a dores de cabeça de vender seu imóvel e comprar outro no local onde pretende morar. Pense nisso quando for planejar a aquisição de seu imóvel. e Pode ser um choque frente a tudo que você já viu ou ouviu, mas os números não mentem. Lembre-se, caso adote a estratégia de alugar o local de sua moradia, ao invés de alugar o dinheiro para comprar algo próprio, de poupar para uma futura compra. Uma boa ideia é simular o quanto lhe custaria um financiamento e a diferença entre o que pagar como inquilino e o que pagaria como proprietário, depositar em uma aplicação financeira, recebendo juros, ao invés de pagar. Naquele mesmo exemplo, de um imóvel de R$100.000, você tem o seguinte cenário: Quadro 5: Cenário com exemplo de financiamento imobiliário Se você morar de aluguel e depositar a diferença do que pagaria de prestação teria ao final do prazo, não só evitado despesas com a moradia, como acumulado mais dinheiro do que o valor do bem que compraria, considerando que fez um aluguel “caro” para os moldes atuais de 0,6% do valor do imóvel (em vários lugares os imóveis estão sendo alugados por 0,5% ou 0,4% do seu valor de venda). Ou seja, teria mais dinheiro ainda Tempo Aluguel Parcela Diferença Diferença total 10 anos 600,00 1.801,85 1.201,85 144.222,24 20 anos 600,00 1.543,31 943,31 226.394,77 30 anos 600,00 1.507,09 907,09 326.550,73 36 no final do período. Isto sem considerar que o seu dinheiro estaria sendo aplicado e rendendo a você juros todos os meses. É óbvia a escolha do ponto de vista financeiro, entretanto ela exige disciplina para que você não caia em tentação de “pular” parcelas de seu investimento ou de gastar o dinheiro acumulado. Financeiramente só valeria a pena a aquisição de um imóvel financiado se os valores pagos a mais pelo empréstimo fossem inferiores à valorização do próprio imóvel. Isto já ocorreu em um passado não muito distante. Mas desde 2013 o mercado imobiliário, de uma forma geral, não tem acompanhado a inflação. Em outras palavras, embora alguns imóveis ainda estejam subindo, não sobem tanto quanto a inflação, o que na prática gera uma redução do seu valor. Outros imóveis, estão caindo de preço. Entendeu como os juros podem trabalhar a seu favor, ou contra? Tudo depende de como fará uso deles. 1.4 Dívidas As dívidas fazem parte de nossa vida. Existem aquelas que são relativas a itens essenciais, como aluguel/prestação do imóvel, compras de mercado, transporte, água, luz, etc. e outras que são relativas a compras de itens não essenciais. Elas podem ter pagamentos direto ou parcelado. O pagamento direto ocorre quando pagamos em uma única parcela, a vista, algo que consumimos ou compramos. O pagamento parcelado ocorre quando dividimos uma compra em múltiplos pagamentos. Há uma terceira alternativa, que é o pagamento com o cartão de crédito, que permite o pagamento com efeito similar daquele pagamento a vista, mas temos alguns dias a mais para fazer o desembolso do valor relativo aquela compra, quando chega a fatura do cartão. A dívida atrasada é o resultado de mau planejamento orçamentário, que pode ter reflexos em toda a família. No momento em que é identificada a impossibilidade de quitar a dívida na data originalmente prevista, a família deverá imediatamente buscar a 37 melhor forma de quitá-la e retornar ao planejamento orçamentário anterior, porque a partir do momento em que a dívida ultrapassa a receita é necessário o corte de gastos, aumento de receitas (normalmente resultando em trabalho extra) ou até mesmo o pedido de um empréstimo, o que pode acarretar em mais dívidas. A propaganda usada para impulsionar as vendas no comércio leva várias pessoas a consumirem várias coisas sem fazer previamente um cálculo de que se essa compra irá ser permitida no orçamento. Como já vimos neste curso, a compra por impulso, sem a devida análise e planejamento, é uma má ideia do ponto de vista financeiro. Existem casos de dívidas não planejadas, além daquelas atrasadas. Normalmente associadas a saúde ou acidentes. São dívidas difíceis de se prever e que não esperam um novo planejamento e ajuste. Para estas situações o ideal é que tenhamos uma reserva financeira. Mas nem sempre estes problemas esperam que nossas reservas atinjam um patamar suficiente para quita-las a vista. O que fazer nestes casos? A receita é a mesmapara as dívidas atrasadas, “re-planejar” e verificar as alternativas à disposição, sejam elas redução de despesas e/ou aumento de receitas. Algumas alternativas envolvem a tomada de empréstimos. Pesquise e procure a alternativa que tem o menor custo para você, ou seja, o menor juros efetivos. Glossário Intercorrências: Variação, mudança. Honrar dívida: Pxcagar dívida. 38 a 1) Os problemas financeiros são uma realidade das famílias. Sobre eles é correto afirmar: a. ( ) Que as famílias brasileiras não estão sujeitas a este tipo de problema por causa do FGTS. b. ( ) Para superá-los é necessário ter um planejamento orçamentário e gerenciá-lo adequadamente. c. ( ) Mais cedo ou mais tarde eles ocorrerão, pois vivemos em um mundo cheio de crises. d. ( ) Basta planejar para que nada de ruim ocorra. 2) Indique a alternativa correta. Conforme vimos no curso, para que a família supere um problema financeiro e saia do montante de dívidas, ela deve em primeiro lugar: a. ( ) Pedir dinheiro através de um empréstimo consignado. b. ( ) Pedir dinheiro através de um empréstimo consignado. c. ( ) Avaliar os gastos desnecessários e retirar tudo que não precisa fazer parte do planejamento orçamentário. d. ( ) Vender seus bens. 3) É correto afirmar que a compra de alguns tipos de bens, como carros, é acompanhada de outras dívidas, além de eventual parcelamento do bem em si? a. ( ) Sim, mas apenas para o caso de um carro ou moto. Os demais itens não trazem qualquer dívida adicional. b. ( ) Sim, pois além das parcelas do bem, temos custos com impostos, manutenção, uso e seguros. Atividades 39 c. ( ) Sim, isto sempre ocorre, independente do item que compramos. d. ( ) Nunca, nenhum item comprado traz novas dívidas, além daquelas relativas ao parcelamento do bem. 4) Indique a alternativa correta. Conforme visto no curso, crédito pode ser entendido como uma fonte adicional de recursos: a. ( ) Que não são seus e precisam ser devolvidos. b. ( ) Que são seus e não precisam ser devolvidos. c. ( ) Disponível para todos, e que não precisam ser devolvidos. Como no caso do crédito rotativo do cartão de crédito. d. ( ) Disponível a partir de seus familiares e que não necessita devolver. 5) Indique a alternativa correta. O uso do dinheiro muitas vezes envolve não apenas você mesmo, mas também sua família mais próxima. Se esta for sua realidade o que é importante fazer? a. ( ) Levantar todos os anseios e tirar na sorte quais serão atendidos. b. ( ) Conversar com eles e traçar planos em comum. c. ( ) Levantar todos os anseios e priorizar por idade o atendimento. d. ( ) Nada há de ser feito o pai, ou a mãe, determinam o que será realizado. 40 Referências ARAÚJO, Fábio de Almeida Lopes; SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. Educação financeira para um Brasil sustentável: evidências da necessidade de atuação do Banco Central do Brasil em educação financeira para o cumprimento de sua missão. Trabalhos para Discussão do Banco central. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?TRABDISCLISTA>. Acesso em: 24 nov. 2016. BCB – BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/ pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2016. COMISSÃO DE VALORES IMOBILIÁRIOS. Portal do investidor: Porque seu melhor investimento é o conhecimento. Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.gov. br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. INSTITUTO AKATU. Guia – ABC do consumo consciente do dinheiro e do crédito. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.akatu.org.br/Publicacoes>. Acesso em: 24 nov. 2016. SELIGMAN, Martin. Felicidade autêntica: usando a nova psicologia positiva para a realização permanente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. O uso do crédito pelo consumidor: percepções multifacetadas de um fenômeno intertemporal. Brasília, DF: UnB, 2013. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado em Psicologia Social, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS. Guia de orientação e defesa do segurado. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. 41 UNIDADE 4 | PLANEJAMENTO FINANCEIRO 42 1 Planejamento Financeiro Até este momento do curso, abordamos o planejamento orçamentário para um ano. Em termos financeiros, curto prazo. O planejamento financeiro para a vida é um planejamento de longo prazo. É a melhor saída para chegarmos a nossos objetivos e termos uma vida com menos sobressaltos. A lógica básica já foi vista até aqui. O planejamento financeiro parte de um planejamento orçamentário, em que são identificadas as receitas e as despesas. O que diferencia um planejamento de curto prazo, de um ano, de um de longo prazo, 30, 40, 50 anos? Se você pensou na sua capacidade de prever o futuro, acertou! Você tem uma boa condição de acertar o que acontecerá com suas contas nos próximos dias ou semanas. Para os próximos meses esta capacidade já diminui. É possível que você seja promovido, ou perca seu emprego. Pode ocorrer algum problema onde mora e exigir um gasto extra. Imagine o que pode ocorrer em 30 anos. Tanto coisas boas, quanto ruins. Na próxima unidade trataremos de aposentadoria, mas o que podemos fazer desde que começamos a cuidar de nossa vida financeira até que chegue o momento da aposentadoria para termos um futuro, de certa forma, previsível? 1.1 Planejando o Consumo h O planejamento do consumo sempre será a melhor forma de não entrar em endividamentos desnecessários e a família poderá sempre se basear no controle de gastos em uma planilha, numa tabela, em programas disponíveis na internet, e se não tiver nenhum desses recursos, poderá anotar em um caderno e fazer os cálculos da receita e despesas. 43 Estabelecendo metas e planejamento, é possível economizar e conquistar o que queremos. Para tanto, devemos fazer as seguintes perguntas para a realização desses desejos: 1) Qual meu sonho? 2) Quanto custa? 3) Quanto tempo leva para obter o dinheiro? 4) O que devo economizar todo mês para garantir a realização do sonho? 5) Quais as mudanças que irá acontecer na minha vida e da minha família com a realização do meu sonho? Respondendo essas 5 perguntas, já teremos todo o mapeamento do que será necessário para a realização do sonho, somos movidos por esse sentimento diariamente, mas temos que ter plena consciência de que as nossas vidas são movidas também por consequências do que fazemos e das nossas ações, então consequentemente o planejamento e a disciplina têm que ser diários e não momentâneos, temos que nos disciplinar e criar realmente o hábito e não esperar chegar segunda-feira para começar tudo e sim, tomarmos a decisão e começar já nesse momento, e fazer as mudanças que irá trazer consequências boas e necessárias às nossas vidas e principalmente de nossa família. 1.2 Consumo Consciente Partindo do princípio que você não é autossuficiente, ou seja, que não produz e nem cria tudo o que usa, o consumo é inevitável. Mas esse consumo deve ser consciente e trazer consequências boas e não apenas dividas. 44 É importante evitar o desperdício e comprar apenas produtos os quais você efetivamente usará. Um item comprado e depois de um tempo descartado sem uso, seja comida, um jornal, uma ferramenta, enfim, qualquer coisa, tem o mesmo efeito de jogar aquele dinheiro usado para comprá-lo, no seu lixo. Já falamos isto, eestamos aqui reforçando este conceito, pois ele é importantíssimo para sua felicidade financeira. Outro ponto já apresentado neste curso e aqui reforçado, é que o consumo inteligente e as contas pagas em dia, evitam os desperdícios financeiros. Possibilitam a criação, ou aumento, da quantia reservada/poupada. Quando se paga as contas em dia, quando se consome menos água, menos luz, menos telefone, tudo isso potencializa o planejamento familiar e sobra mais dinheiro para fazer um curso, fazer a viagem dos sonhos, a compra do carro. Pode parecer pouco, mas somando os muitos pouquinhos, esses gastos desnecessários podem viabilizar vários sonhos e desejos. O seu lixo é um bom ponto para se reduzir os gastos desnecessários, sem que se tenha muita mudança no cotidiano, apenas com relação às compras e ao destino dos descartes. Como já vimos, reduzir a compra do que sua família está descartando sem uso, é essencial. Outro ponto é que algumas coisas que estão sendo jogadas fora podem ser reaproveitadas antes do descarte, evitando novos gastos com o reaproveitamento e, quando é mais possível, pode ser revendido. Além de papéis, garrafas e latas, é possível revender roupas e calçados usados em feiras e brechós, por exemplo. Pense que quanto mais reduzir o que joga fora, mais estará economizando. Seja por evitar ou adiar a compra de um outro item ou por receber um valor por aquele item usado que vendeu. 1.3 Riscos que Estamos Expostos Ao obtermos dívidas em instituições financeiras bancárias, com compra de imóveis ou automóveis, o financiamento é dividido em prestações de muitos anos. Sendo assim, todo financiamento tem juros mensais e o não pagamento dessas dívidas tem o comprometimento do patrimônio e do seu escore de crédito. Se você não honrar aquela dívida atrasada terá seu nome negativado no sistema de créditos. Popularmente seu nome será sujo e irá para o SCPC. Para que o consumidor não passe por constrangimentos, é sempre bom verificar a situação cadastral no SCPC verificando se o nome está em condições de realizar qualquer tipo de compras em longo prazo. 45 A educação financeira é sempre o fator necessário para o controle de gastos em curto e em longo prazo, agindo preventivamente, ajuda a prevenir dos riscos que estamos expostos. Outra forma de nos prepararmos dos imprevistos é a contratação de seguros. A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) do governo fiscaliza e controla as empresas seguradoras, em que o cliente pode consultar a veracidade das informações a respeito da empresa seguradora. h Você pode contratar diversos tipos de seguros, entre eles para situações de perda de emprego, morte ou doença. Assim estará financeiramente resguardado em caso de algum destes problemas. Por exemplo: se você contrata um seguro para o seu carro, o seguro cobre roubo, furto e acidentes. No caso de algum destes acontecimentos, você recebe o valor que foi estipulado no contrato, este valor chama-se indenização. Glossário Escore de crédito: é uma pontuação associada à sua capacidade de honrar empréstimos que venha a tomar. De acordo com as instituições que utilizam este escore, quanto maior a sua pontuação, maior sua capacidade de pagamento. Ou seja, menor a possibilidade de inadimplência. 46 a 1) Conforme vimos no curso, o planejamento orçamentário trata de uma previsão de receitas e despesas. Com relação ao período deste planejamento é correto afirmar que: a. ( ) Deve ser limitado a um ano. b. ( ) Deve ser limitado a um mês. c. ( ) Quanto maior o prazo do plano, menor é o grau de precisão/acerto. d. ( ) Quanto maior o prazo do plano, maior é o grau de precisão/acerto. 2) De acordo com o que vimos no curso, é INCORRETO afirmar sobre consumo consciente: a. ( ) Devo restringir meus gastos ao máximo e deixar de consumir. b. ( ) Devo repensar meus gastos de acordo com minha capacidade financeira de honrar meus compromissos. c. ( ) Ferramentas como planilhas eletrônicas (Excel) podem ajudar a realizar o planejamento orçamentário, que lhe dará suporte a um consumo consciente. d. ( ) Priorizar os sonhos que deseja alcançar são uma forma de ajudar a termos um consumo consciente. 3) Uma das maneiras de reduzir gastos desnecessários, vista no curso, é: a. ( ) Cortar todos os gastos, sem qualquer critério. b. ( ) Analisar o que é descartado no lixo e reduzir as próximas aquisições do que foi jogado fora sem uso. Atividades 47 c. ( ) Escrever todos os itens de custos e sortear quais serão pagos. d. ( ) Não há como reduzir gastos, mas apenas como aumentar as receitas. 4) Indique a alternativa correta. É possível reduzir o seu risco financeiro ao longo de um financiamento através da contratação: a. ( ) De seguros. b. ( ) Não é possível reduzir o risco. c. ( ) Qualquer bem comprado em parcelas reduz seu risco de inadimplência em relação a algo comprado à vista, portanto não há necessidade de nenhuma contratação. d. ( ) Do Serasa. 5) Indique a alternativa correta. Com relação aos seguros, o valor que você receberá em caso de ocorrência do problema para o qual contratou o seguro chama-se: a. ( ) Benefício b. ( ) Prêmio c. ( ) Saldo financeiro d. ( ) Indenização 48 Referências ARAÚJO, Fábio de Almeida Lopes; SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. Educação financeira para um Brasil sustentável: evidências da necessidade de atuação do Banco Central do Brasil em educação financeira para o cumprimento de sua missão. Trabalhos para Discussão do Banco central. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?TRABDISCLISTA>. Acesso em: 24 nov. 2016. ARIELY, Dan. Previsivelmente irracional. Rio de Janeiro: Campus, 2008. CERBASI, Gustavo Petrasunas. O dinheiro: os segredos de quem tem. São Paulo: Gente, 2007. COMISSÃO DE VALORES IMOBILIÁRIOS. Portal do investidor: Porque seu melhor investimento é o conhecimento. Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.gov. br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. INSTITUTO AKATU. Guia – ABC do consumo consciente do dinheiro e do crédito. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.akatu.org.br/Publicacoes>. Acesso em: 24 nov. 2016. SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. O uso do crédito pelo consumidor: percepções multifacetadas de um fenômeno intertemporal. Brasília, DF: UnB, 2013. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado em Psicologia Social, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS. Guia de orientação e defesa do segurado. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. 49 UNIDADE 5 | APOSENTADORIA 50 1 Aposentadoria c A aposentadoria é algo natural na vida de qualquer pessoa e para que possamos ter uma aposentadoria tranquila e bem planejada, precisamos poupar desde cedo, independentemente da idade que tenhamos. Esse período da aposentadoria é quando iremos realizar todos os nossos desejos e sonhos, que poupamos durante todas as nossas vidas, podendo, dessa forma, viajar, fazer cursos, realizar trabalhos sociais, etc. A expectativa de vida no Brasil em 2014 de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu para 75,2. Em 1960, essa expectativa era de apenas 48 anos. O brasileiro está vivendo cada vez mais. Devemos nos preocupar também, porque quando a idade chega, sabemos que para as pessoas mais idosas os serviços se tornam mais caros, principalmente planos de saúde e medicamentos, e para que possamos viver com qualidade de vida, devemos seguir as recomendações médicas, o que custa bem mais caro, por isso é tãoimportante estarmos prevenidos. 1.1 Quem Precisa se Preocupar Se tivermos uma educação financeira desde cedo, com certeza a aposentadoria estará na lista de nossas prioridades, não sabemos o quanto iremos viver e nem se iremos superar as nossas próprias expectativas de vida. Qualquer pessoa independentemente da idade ou situação financeira, já deve se preocupar com o planejamento de gastos futuros. 51 1.2 Importância do Planejamento na Aposentadoria Alguns trabalhos exigem mais fisicamente e outros mentalmente dos trabalhadores. Em comum, com o passar do tempo e a chegada da idade é natural que não tenhamos mais as mesmas capacidades produtivas que tínhamos no início de nossa carreira. Além de termos nossa capacidade de trabalho reduzida, é comum que tenhamos aumentos com as despesas relacionadas a saúde. Imagine o cenário, você recebe menos pelo trabalho, se ainda conseguir trabalhar, e passa a gastar mais com tratamentos médicos. Esta não é a realidade para todas as pessoas. Algumas chegam aos 60, 70 ou 80 anos conseguindo produzir e ser remunerados, sem grandes custos médicos, mas não é o que espera todas as pessoas. Para termos assistência financeira quando esta capacidade de trabalho for reduzida foi criada a aposentadoria. Não sabemos se você chegará a idade de aposentar ainda trabalhando e com saúde. Na dúvida, é melhor nos precaver e fazer o nosso planejamento para aposentadoria. Afinal, se ainda tiver energia e saúde, que mal haverá em algum dinheiro extra para poder gastar? 1.3 Opções Financeiras para Aposentadoria Com o planejamento financeiro existem algumas maneiras de montar um plano de aposentadoria, a saber: 1) Poupança – que é poupar todo mês e deixar que os juros da instituição financeira bancária possam aumentar o montante de dinheiro. 2) Previdência Social (RGPS) – administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que todo mês é retirado uma porcentagem no regime da Consolidação das Leis do Trabalho, mais conhecida como CLT. 3) Previdência Privada – São as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), e as Entidades de Previdência Complementar (EAPC) 52 a 1) Indique a alternativa correta. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ano de 2014, o brasileiro tem uma expectativa de vida de: a. ( ) 75,2 anos. b. ( ) 70 anos. c. ( ) 65 anos. d. ( ) 80 anos. 2) Indique a alternativa correta. O sistema previdenciário privado nacional é dividido em dois grupos, sendo: a. ( ) RGPS e IOF. b. ( ) RGPS e INSS. c. ( ) EFPC e EAPC. d. ( ) IOF e ISS. 3) Indique a alternativa correta. Com relação a aposentadoria, conforme visto no curso, a sigla RGPS é: a. ( ) Registro de Pagamento Social. b. ( ) Regime de Pagamento e Retorno Societário. c. ( ) Regime Previdenciário e Societário. d. ( ) Regime Geral da Previdência Social. Atividades 53 4) Indique a alternativa correta. Conforme visto no curso, a aposentadoria é importante pois: a. ( ) Com o avançar da idade a tendência que tenhamos menos capacidade produtiva e por causa disto, menores recebimentos. b. ( ) É uma renda extra que não depende de qualquer planejamento. c. ( ) Sem ela os trabalhadores mais novos não teriam condição de trabalhar. d. ( ) A aposentadoria é necessária para pagar aquelas prestações que não conseguimos quitar no final da vida. 5) Indique a alternativa correta. A princípio quem tem que se preocupar com a aposentadoria? a. ( ) Apenas os idosos. b. ( ) Todos nós temos que planejar a aposentadoria. c. ( ) Apenas os aposentados, afinal eles que estão aposentados. d. ( ) Apenas os jovens, pois os outros planejaram. 54 Referências ARAÚJO, Fábio de Almeida Lopes; SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. Educação financeira para um Brasil sustentável: evidências da necessidade de atuação do Banco Central do Brasil em educação financeira para o cumprimento de sua missão. Trabalhos para Discussão do Banco central. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?TRABDISCLISTA>. Acesso em: 24 nov. 2016. BCB – BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças Pessoais. Brasília: BCB, 2013. Disponível em: <https://www.bcb.gov.br/pre/ pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2016. COMISSÃO DE VALORES IMOBILIÁRIOS. Portal do investidor: Porque seu melhor investimento é o conhecimento. Disponível em: <http://www.portaldoinvestidor.gov. br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. CLASON, George. O homem mais rico da babilônia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. HALFELD, Mauro. Investimentos: como administrar melhor seu dinheiro. Curitiba: Fundamento, 2007. INSTITUTO AKATU. Guia – ABC do consumo consciente do dinheiro e do crédito. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.akatu.org.br/Publicacoes>. Acesso em: 24 nov. 2016. SOUZA, Marcos Aguerri Pimenta. O uso do crédito pelo consumidor: percepções multifacetadas de um fenômeno intertemporal. Brasília, DF: UnB, 2013. Originalmente apresentada como dissertação de mestrado em Psicologia Social, Universidade de Brasília, Brasília, 2013. SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS. Guia de orientação e defesa do segurado. Portal da internet, 2006. Disponível em: <http://www.susep.gov.br/>. Acesso em: 24 nov. 2016. 55 Gabarito Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Unidade 1 B A B A B Unidade 2 A B D C A Unidade 3 B C B A B Unidade 4 D A B A D Unidade 5 A B D A B Apresentação Unidade 1 | Educação Financeira 1 Educação Financeira 1.1 Relacionamento com o Dinheiro 1.2 Sonhos e Projetos 1.3 Necessidades e Desejos Glossário Atividades Referências Unidade 2 | Orçamento e Controle de Gastos 1 Orçamento e Controle de Gastos 1.1 O Que É Planejamento Orçamentário 1.2 Elaboração de um Planejamento Orçamentário 1.3 Gestão Orçamentária Glossário Atividades Referências Unidade 3 | Como Superar Problemas Financeiros 1 Superando os Problemas Financeiros 1.1 Definição de Crédito 1.2 Participação da Família no Orçamento 1.3 Atenção aos Juros 1.4 Dívidas Glossário Atividades Referências Unidade 4 | Planejamento Financeiro 1 Planejamento Financeiro 1.1 Planejando o Consumo 1.2 Consumo Consciente 1.3 Riscos que Estamos Expostos Glossário Atividades Referências Unidade 5 | Aposentadoria 1 Aposentadoria 1.1 Quem Precisa se Preocupar 1.2 Importância do Planejamento na Aposentadoria 1.3 Opções Financeiras para Aposentadoria Atividades Referências Gabarito
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