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A Industrialização Brasileira e os fundamentos da Educação Urbana: De Vargas aos Governos Populistas. A industrialização no Brasil foi historicamente tardia ou retardatária. Enquanto na Europa se desenvolvia a Primeira Revolução Industrial, o Brasil vivia sob o regime de economia colonial. Foi somente no final do século XIX que começou o desenvolvimento industrial no Brasil, que só ocorreu em 1930, cem anos depois da que ocorreu na Inglaterra. Vários fatores contribuíram para o processo de industrialização no Brasil: - A exportação de café; - Os imigrantes estrangeiros que traziam consigo as técnicas de fabricação de diversos produtos; - A formação de uma classe média urbana consumidora, estimulou a criação de indústrias; - A dificuldade de importação de produtos industrializados durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) estimulou a indústria. A passagem de uma sociedade operária para uma urbana industrial, mudou a paisagem de algumas cidades brasileiras, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro. Diante desses acontecimentos históricos, o processo industrial brasileiro passou por quatro etapas: A primeira etapa (1500-1808), chamada de proibição, ocorreu quando o país ainda era colônia. A segunda etapa (1808-1930), implantação, ficou marcada pela chegada da família real portuguesa em 1808. Portugal havia imposto o Pacto Colonial que determinava que era proibida a abertura de indústrias no Brasil, de forma que os colonos deveriam comprar os produtos manufaturados diretamente de Portugal. Isso fez com que o país não recebesse investimentos nesse sentido na mesma época. A terceira etapa (1930-1956) foi durante o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945) que a indústria brasileira ganhou um grande impulso. Caracterizado pela nacionalização da economia, em que foi adotado o modelo de Substituição das Importações, criando as chamadas indústrias de base necessárias para o impulso de outros ramos industriais. Foram criadas neste período a Companhia Siderúrgica Nacional, importante centro de produção de aço, a Companhia Vale do Rio Doce, atual Vale, empresa responsável pela exploração dos diversos minerais utilizados pelas indústrias e criou a Petrobras, importante produtora de energia. Cabe lembrar, também, a sistematização da Consolidação das Leis Trabalhistas, necessária para a organização das relações de trabalho que vinham sendo estabelecidas no país. A quarta etapa (1956-Atualmente), internacionalização, foi promovida inicialmente pelo presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961) por meio da internacionalização da economia. Tal prática política abriu espaço para a entrada de capitais estrangeiros, em especial aqueles ligados à indústria automobilística (“motor” da economia). Esse período é marcado pelo tripé da economia: capital estatal alocado em indústrias de base e em investimentos em comunicação, energia e transportes notadamente, ao passo que o capital privado nacional concentrou-se no investimento de indústrias de bens de consumo não duráveis e o capital privado internacional voltado ao desenvolvimento de indústrias de bens de consumo duráveis. Nas décadas 70, 80 e 90, a industrialização do Brasil continuou a crescer, embora, em alguns momentos de crise econômica, ela tenha estagnado. ■ Por exemplo, no período militar, entre 1964 e 1985, apresentaram duas características marcantes: modernização da economia e autoritarismo político. A década de 1980 é conhecida, nesse contexto, como “a década perdida”, pois neste período o Brasil vivenciou os maiores índices de inflação, com constantes correções monetárias diárias e retração da atividade industrial. A década de 1990 é marcada pela implementação do modelo político-econômico neoliberal na administração pública federal, onde surgem as ondas de privatizações de nossas estatais EDUCAÇÃO URBANA É um conjunto de ações que visam conscientizar a população sobre o processo recorrente de irregularidade na cidade, despertando a preocupação individual e coletiva para as questões urbanas. Teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. O Brasil era um país de população, predominantemente rural, mas a partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias. A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores. PROBLEMAS URBANOS Houve um grande aumento da poluição do ar e dos rios, pois algumas das indústrias descartavam produtos químicos e lixo nos córregos e rios. Além disso, houve nos centros urbanos um grande e desordenado crescimento populacional. Isso devido ao êxodo rural e a busca por empregos e melhores condições de vida. No início da Revolução Industrial, em sua primeira etapa, mais precisamente, ocorreu em grandes quantidades o uso de mão-de-obra infantil – que apesar de ser proibida atualmente, ainda acontece em algumas empresas.