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A questão do poder
O poder certamente, constitui-se num dos mais
importantes processos sociais das sociedades
humanas não se registrando historicamente
nenhuma que se tenha prescindindo dele.
O que é comum a todos é que há um poder
‘supremo a todos os outros, ao qual estão
submetidos, que é o poder político.
Quer seja como função de organizar a vida em
sociedade, ou de estabelecer a dominação de
um grupo pelo outro, é um fato indiscutível a
sua ascendência sobre os demais poderes.
Sua legitimidade deriva de sua necessidade
para estabelecer a necessária convivência
social, e desse modo tolera-se em grau maior
ou menor a dominação de um grupo sobre os
demais.
Terá poder aquele que detém os elementos
mais valorizados pelo grupo.
Conceito de poder
O exercício de poder está diretamente vinculado
à cultura dos grupos sociais que estabelecem
aqui que tem ou não valor naquela sociedade
particular.
Se a força física é valorizada, é ela que se torna o
principal componente do poder. Caso seja a
capacidade dos indivíduos em relacionar-se com
as divindades, os sacerdotes terão mais valor e
desse modo exercerão mais poder, em um grupo
de amigos.
Segundo Fleiner- Gerster o “poder repousa sobre
a força e a superioridade de uma parte,
simultaneamente sobre a – relativa_
dependência ou fraqueza da outra”.
Segundo Friedrich “a origem do poder que é uma
posse é primordialmente a coação”. Quando o
detentor de um cargo adquire certa soma de
poder, ele adquire também a capacidade de
coagir. Por outro lado Friedrich também diz que
“a origem do poder relacional é bastante
consensual e cooperativa”.
Talcott Parsons entende o poder como “a
capacidade que a sociedade tem para
mobilizar seus recursos no interesse de seus
objetivos definidos como algo sancionado de
maneira mais positiva do que permissiva pelo
sistema como um todos”.
Wright Mills “o poder relaciona-se com
quaisquer decisões tomadas pelo homem
sobre as condições de sua vida, e sobre os
acontecimentos que constituem a história de
sua época”.
Aristóteles em seu politica, identifica três tipos
de poder: o do pai sobre o filho, o do senhor
sobre os escravos e o do governo sobre o
governado.
Norberto Bobbio há três tipos de poder social: o
poder econômico, o ideológico e o político. “o
poder econômico é o que se vale da posse de
certos bens necessários e escassos, para
modificar o comportamento daqueles que não
os possuem”.
“o poder ideológico é baseado na influência que
as ideias formuladas por determinadas pessoas
possuem para alterar o comportamento de
outras”.
“O poder político é baseado sobre a posse dos
instrumentos através dos quais se exerce a
força física (armas de todo tipo) é o poder
coativo no mais estrito da palavra”.
Sartori “considera que todo processo político é
um processo de poder”.
Max weber “o poder significa toda
probabilidade de impor a própria vontade
numa relação social, mesmo contra resistência,
seja qual foro fundamento dessa
probabilidade”.
Hobbes “o poder consiste nos meios de que
presentemente dispões para obter qualquer
visível bem futuro
A maioria dos cientistas sociais compartilham
da ideia de que o poder é a capacidade para
afetar o comportamento do outro.
As principais fontes de poder raramente
aparecem isoladas. Quase sempre surgem
associadas em diferentes graus conforme o
real poder do agente, seja ele um indivíduo ou
um grupo.
Força denominamos força ao uso ou ameaça de
coerção física. A coerção física pode ser
expressa através de armas de todo tipo.
Autoridade compreendemos autoridade como
um direito estabelecido para tomar decisões e
ordenar ações de outrem. Dito de outro modo,
é a legitimação do poder através da
incorporação de conteúdo jurídico ou moral, ou
seja normas ritualizadas nos costumes ou
codificadas no direito.
Sartori: julga necessário distinguir entre um tipo
e outro de poder:” entre o poder de coagir e o
poder de persuasão para que as coisas se
cumpram” considera ainda que “longe de ser
incompatível com a democracia, a autoridade é
sua formula do poder por excelência”.
Há três tipos de autoridades: Autoridade
burocrática ou racional lega: baseada no cargo
ou posição formalmente instituída. É a
autoridade no cargo que o indivíduo ocupa ex:
juiz, delegado, funcionário público.
Autoridade tradicional: baseada na crença, normas e
tradições sagradas e que as pessoas obedecem em
virtude da tradição. Não há necessidade de
legitimação ex: rei/rainha príncipe/princesa,
marido/esposa, pai/mãe.
Autoridade carismática: baseado nas qualidades
pessoais excepcionais do indivíduo (líder) baseado na
veneração extra cotidiana da santidade, do poder
heroico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das
ordens por ela reveladas ou criadas ex: Cristo,
napoleão, Gandhi, Hitler, Martin Luther king, Peron,
Fidel Castro, Lula.
O que caracteriza o poder político é a
exclusividade do uso da força em relação a todos
os grupos que agem em um determinado
contexto social.
Embora o elemento distintivo do poder político,
em relação a outras forma de poder seja a
possibilidade de recorrer à força, isso não
significa para Bobbio “que o poder político se
resuma a força: o uso da força é uma condição
necessária, mas não suficiente para a existência
do poder”.
Para Friedrich há uma diferença entre o que
lidera e o que governa. Para ele “o líder é aquele
que exerce uma afinidade dinâmica direta sobre
seus seguidores. Tem pouco poder de coação,
sua força sendo produto de sua capacidade de
convencer seus seguidores.
Já o que governa exerce o poder político de
maneira formal, e isso é devido ao fato de que no
desempenho de sua missão ele exerce um poder
organizado e estruturado que nas sociedade
modernas é organizado pelo direito e pelas leis.
Sartori: diz que não se pode confundir “influência
sobre o poder” com “possuir o poder” e afirma
“condicionar e influenciar o poder político não é a
mesma coisa que exerce-lo” citando exemplos das
corporações e sindicatos poderosos que embora tenha
influencia não o exerce.
Maquiavel: pare ele a política era uma técnica a
serviço do poder.
Defendeu que para se ter êxito com o poder todos os
meios se justificam. Concluirá que é mais importante
ser temido do que amado, pois a natureza do homem
torna-o ingrato, e logo se voltara contra aquele que
ama, porque o amor leva ao excesso de confiança e a
falta de respeito, o que não ocorre com o temor.
A dominação política
O poder tem uma tendência à estabilização, para
em seguida se estruturar, finalmente, se
institucionalizar. A partir desse ponto constitui-se
em governo, que é a manifestação e
funcionamento concreto do que se denomina
política, ou dito em outros termos. É o modelo
institucional de uma denominação estabilizada.
Assim para a concepção Marxista, o
funcionamento da dominação se encontra na
divisão econômica das classes sociais.
Segundo Weber podemos entender dominação
como “a probabilidade de encontrar obediência
a uma ordem. A situação de dominação está
ligada a presença efetiva de alguém mandando
eficazmente no outro”. Ainda de acordo com
Weber a existência de um quadro administrativo
configura uma forma de dominação.
Weber distingue três tipos puros de dominação
legitima: a de caráter racional(burocrático), de
caráter tradicional e a de caráter carismático.
Dominação legal: a dominação legal é baseada
em estatutos, obedece-se a ordens impessoais.
O tipo mais puro de dominação legal é aquele
que se exerce por meio de um quadro
administrativo.
Dominação tradicional: neste caso obedece-se
à pessoa nomeada pela tradição e vinculada em
virtude da devoção de hábitos costumeiros. O
fundamento da dominação tradicional e dado
pela autoridade da “passado eterno”.
Dominação carismática: nesse tipo de ideal de
dominação, a carismática, a autoridade “se
funda em dons pessoais e extraordinários de
um indivíduo(carisma).A dominação
carismática como algo extraordinário,
opõem-se estritamente a dominação racional,
especialmente a burocrática.
Questão da legitimidade do poder
Legitimidade consiste na crença predominante de
que quem manda possui razão. Não existe, na
pratica, um único fundamento da legitimidade, mas
uma pluralidade de fontes que podem ser índole
religiosa, jurídica e tradicional entre outras.
A democracia consiste num sistema político que,
essencialmente, exige constantes renovações da
legitimidade dos governos, que ocorre na submissão
periódica à vontade popular através de eleições.
Legalidade e Legitimidade
Quando o Estado moderno assumiu o caráter de
Estado de direito, a legitimidade do poder exercido
por este se fundamentou em sua submissão à
legalidade em dois aspectos: quem exerce o poder
político deve estar autorizado para tanto pelo
ordenamento jurídico- trata-se de legitimidade
baseada na origem do poder.
Não se pode confundir legitimidade com legalidade.
Enquanto legitimidade relaciona o poder com
determinado sistema de valores, a legalidade pelo
contrário. O faz em relação a determinado
ordenamento legal.
As elites e o poder
Considera-se elite uma categoria de pessoal que
destacam-se em determinado setor ou atividade
social. Em outros termos podemos definir elite
como um grupo de indivíduos pouco numeroso, que
apresenta características, interesse ou sentimento
comuns que os mantem unidos, e tem a
capacidades de se destacar do restante das pessoas
devido a uma série de características singulares.
A noção de elite no âmbito político divide quem
exerce o poder de quem é governado, uma minoria
que detém o poder e uma maioria que lhe obedece.
Teorias de Mosca.
Mosca acreditava que a classe política obtém
sua força do fato de estar organizada em torno
de um conjunto de interesses comuns que une
em um grupo homogêneo e solidário contra
uma classe dirigida mais numerosa, mais
dividida desarticulada, dispersa e desunida.
A teoria das elites
Em toda sociedade há uma classe superior que
detém o poder político e econômico, a qual se
deu o nome de aristocracia ou elite. Pareto parte
da ideia de que todos os homens são desiguais
entre si em todos os campos da sua atividade, e
esta desigualdade se expressa em vários graus
de superioridade ao inferior.
Há um movimento permanente que eleva os
indivíduos até postos superiores, deslocando
outros para os inferiores. Levando em
consideração que a força propulsora da
camada aristocrática superior diminui
periodicamente, é necessário, segundo essa
teoria, que alguns membros das camadas
inferiores ascendam classe governante.
Wrigth Mills Esse autor desenvolveu uma
análise histórica e sociológica da sociedade
norte americana e demonstrou que os Estados
unidos são dominados por um restrito grupo de
poder. Essa elite é formada pelos que ocupam
posições chaves em três setores: econômico,
exército e política.
Para ele o homem comum é aquele cujos
poderes são limitados pelo mundo cotidiano
em que vive e parece movido por forças que
não pode compreender nem controlar;
E a elite no poder, por sua vez é composta
por homens que se encontram em posições
tais que lhes permitem transcender o
ambiente do homem comum e ocupar as
posições estratégicas da estrutura social em
que estão concentrados os instrumentos do
poder, da riqueza e do prestigio, e onde
tomam decisões de grandes consequências.
É um elemento comum das teorias políticas
dessa teoria que a classe política, pelo fato de
ser reduzida, é mais organizada e seus
membros apresentam entre si uma
solidariedade motivada pelo fato de
apresentarem interesses comuns;
O poder pertence sempre a uma minoria, e a
única diferença entre um regime e outro se
encontra na existência ou não de disputa
entre minorias.
Bom estudo para vocês!

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