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plantas ornamentais toxicas para cães e gatos

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Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa. 
 
PLANTAS ORNAMENTAIS TÓXICAS PARA CÃES E GATOS 
 
Vanessa Tenedini (1), Janaina Regina Mafra (2), Bruno Leite dos Anjos (3) 
 
(1)
Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, RS; vahtenedini@gmail.com 
(2)
Graduação em Medicina Veterinária, Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, RS; ma-
fra.janainaregina@gmail.com 
(3)
Laboratório de Patologia Veterinária, Hospital Universitário Veterinário; Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, 
RS; (anjosbl@gmail.com). Professor orientador. 
 
RESUMO: A intoxicação por plantas ornamentais tóxicas é comum na clínica médica de pequenos animais, porém para 
seu diagnóstico clínico é fundamental que o proprietário relate o contato entre animais e plantas. Como fatores que 
predispõe a intoxicação, pode-se considerar especialmente a idade do animal, o estresse, distúrbios comportamentais e 
mudanças no ambiente. Esse trabalho tem como objetivo alertar proprietários que possuem plantas ornamentais e ani-
mais de estimação convivendo no mesmos ambientes sem saber dos riscos aos quais os animais estão expostos, bem 
como apontar suas principais características. Para tanto foi realizado um levantamento bibliográfico das principais plan-
tas tóxicas para pequenos animais presentes no estado do Rio Grande do Sul. Foi observado que as plantas dos gêne-
ros Dieffenbachia spp. (Comigo-ninguém-pode), Monstera deliciosa (Costela-de-Adão), Philodendron (Filodendro), Ne-
rium oleander (Espirradeira), Kalanchoe spp. (Folha da fortuna), Brugmansia suaveolens (Cartucheira), Lilium spp., 
Hemerocallis spp. (Lírio), Cycas revoluta (Palma-de-Ramos) e Rhododendron spp. (Azaléia) são as mais frequentemen-
te relatadas para cães e gatos e os proprietários devem estar alerta para as possibilidades de eventos tóxicos quando 
esses animais as ingerem. 
 
Palavras-Chave: Plantas ornamentais, intoxicação, pequenos animais, toxicologia veterinário. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Segundo Spinoza et al. (2008), a intoxicação por plantas ornamentais tem grande importância na 
clínica médica de pequenos animais, pois seus sinais clínicos não são específicos, e podem ser confundi-
dos com doenças infecciosas e/ou parasitárias, portanto, para seu diagnóstico é necessário o relato do con-
tato com a planta, ou verificar a presença de partes delas no vômito dos animais. 
Existem fatores que tornam os animais mais predisponentes a esses acidentes, são eles: idade do 
animal, estresse, distúrbios comportamentais e mudanças no ambiente (SPINOZA, 2008). Segundo Martins 
et al. (2013), muitos proprietários desconhecem o fato de algumas plantas serem tóxicas, de modo que as 
usam para ornamentação de seus jardins ou interiores de casas sem saberem que podem intoxicar seus 
animais de companhia. 
Este trabalho tem como objetivo fazer um levantamento bibliográfico das principais plantas orna-
mentais tóxicas para animais de companhia (cão e gato), bem como seus principais sinais clínicos e possí-
veis formas de tratamento. 
 
METODOLOGIA 
 
Para realização desse trabalho foi feito o levantamento de dados literários atuais que versam sobre 
processos tóxicos causados pelas plantas Dieffenbachia spp., Monstera deliciosa, Philodendron, Nerium 
oleander, Kalanchoe spp., Brugmansia suaveolens, Lilium spp. e Hemerocallis spp., Cycas revoluta e Rho-
dodendron spp. em animais de companhia. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Inúmeras plantas são capazes de causar intoxicação em cães e gatos. Normalmente a intoxicação 
se dá de acordo com dose ingerida e podem levar a um quadro leve de intoxicação ou até a morte. Segun-
do o Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (2015) no ano de 2013 67 animais foram 
acometidos por ingestão de plantas tóxicas (52 cães e 15 gatos). Os casos de intoxicações por plantas or-
namentais são considerados, por sua severidade, como casos de emergência, pois necessitam de atendi-
mento imediato por existir risco eminente de morte. 
Na tabela 1 constam as principais plantas tóxicas para cães e gatos, bem como sua parte tóxica e 
sinais clínicos. 
Tabela 1 – Principais plantas tóxicas para cães e gatos: parte tóxica e sinais clínicos. 
Planta tóxica Parte tóxica 
da planta 
Sinais clínicos 
Dieffenbachia spp. 
(Comigo-ninguém-
pode) 
Caule e folhas. Cavidade oral: Intensa irritação da mucosa da boca, faringe e laringe, dor, 
sialorreia e edema. 
Digestivos: Náusea, vômito. 
Respiratórios: Edema de laringe e dificuldade respiratória. 
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa. 
 
Monstera deliciosa 
(Costela-de-Adão) 
Caule e folhas. Cavidade oral: Irritação intensa da boca, língua e garganta. 
Digestivos: Vômito e diarreia. 
Outros: Irritação da pele. 
Philodendron 
(Filodendro) 
Caule e folhas. Cavidade oral: Irritação intensa da boca, língua e garganta, edema da cavidade 
oral e do trato respiratório superior. 
Digestivos: Vômito. 
Nerium oleander (Es-
pirradeira) 
Folhas e flores. Digestivos: Sialorreia, náusea e vômito. 
Cardíacos: Arritmias. 
Nervosos: Tremores, colapso, convulsões e morte. 
Kalanchoe spp. 
(Folha da fortuna) 
Folhas e flores. Digestivos: Sialorreia, dor abdominal, diarreia, enterite hemorrágica. 
Cardíaco: Arritmia, taquicardia, dispneia. 
Outros: Fraqueza extrema, extremidades frias, colapso e morte. 
Brugmansia suaveo-
lens 
(Cartucheira) 
Sementes, 
flores e folhas. 
Digestivos: Náuseas, vômito e constipação. 
Cardíacos: Taquicardia e hipertensão. 
Nervosos: Alucinações. 
Urinários: Oligúria e polidipsia. 
Outros: Hipertermia, ressecamento de pele e mucosas. 
Lilium spp. e Hemero-
callis spp. (Lírio) 
Flores, folhas e 
pólen. 
Digestivos: Vômito. 
Nervoso: Letargia, perda de apetite, tremores e convulsões. 
Urinários: Poliúria e posterior anúria. 
Outros: Desidratação e morte. 
Cycas revoluta (Palma-
de-Ramos) 
Folhas e se-
mentes. 
Digestivos: Vômitos, diarreia e dor abdominal. 
Hepáticos: Icterícia, coagulopatias e encefalopatia. 
Neurológicos: Ataxia, déficit proprioceptivo e convulsões. 
Rhododendron spp. 
(Azaléia) 
Folhas. Digestivos: Vômito, diarreia e sialorreia. 
Cardíacos: Colapso cardiovascular e hipotensão. 
Nervoso: Depressão do SNC, coma e morte. 
Outros: Fraqueza. 
Referências consultadas: Spinoza et al. (2008) e Riboldi et al. (2010). 
 De acordo com Spinoza et al., (2008) intoxicações por plantas como Dieffenbachia spp., Monstera 
deliciosa e Philodendron que possuem como mecanismo de toxicidade os cristais de oxalato de cálcio tem 
como alternativas de tratamento lavagem da cavidade oral para retirada dos cristais, ingestão de água ou 
demulcentes e analgésicos, para casos graves deve-se fazer fluidoterapia. 
 Conforme Riboldi (2010) plantas como Nerium oleander, Kalanchoe spp. e Rhododendron spp. que 
tem glicosídeos cardiotóxicos como principal principio tóxico de modo geral são mais agressivas pois atin-
gem o sistema cardiovascular necessitando de drogas antiarrítmicas no seu tratamento. Deve-se também 
fazer uma lavagem gástrica e/ou indução do vômito para retirada das partes da planta, bem como carvão 
ativado e fluidoterapia, além de deixar o animal em um ambiente calmo, pois também atingem o sistema 
nervoso. 
 Segundo Riboldi (2010) na intoxicação por Brugmansia suaveolens cujo princípio tóxico é o alcaloi-
de tropânico o animal também deve permanecer em ambiente calmo pela ação no sistema nervoso, antiar-
rítmicos e oxigenioterapia, bem como enema e fluidoterapia. 
 De acordo com Riboldi (2010) intoxicações por Lilium spp. e Hemerocallis spp. acometem princi-
palmente gatos levando a uma insuficiência renal grave, para esses casos recomenda-se uma fluidoterapia 
intensa, além de indução ao vômito. Essas plantas nãopossuem principio tóxico conhecido. 
 Segundo Spinoza et al. (2008) nos casos de intoxicação por Cycas revoluta que possui cicasina e 
beta-metilamino-l-alanina como princípios tóxicos o tratamento deve ser procedido com a descontaminação 
e um tratamento de suporte com indução do vômito, administração de carvão ativado com cartáticos. 
 
CONCLUSÃO 
 
É de grande importância o reconhecimento das plantas tóxicas pelos proprietários para que esses 
possam minimizar o contato dos animais com esses exemplares. Em casos de intoxicações o diagnóstico 
precoce se faz indispensável, o que possibilita reverter o quadro clínico. 
 
REFERÊNCIAS 
 
a. Periódicos: 
MARTINS, D.B.; MARTINUZZI, P.A.; SAMPAIO, A.B; VIANA, A.N. Plantas tóxicas: uma visão dos proprietários de 
pequenos animais. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR. Umuarama, v.16. n.1, p.11-17, jan./jun. 
2013. 
RIBOLDI, E.O. Intoxicação em pequenos animais: uma revisão. Porto Alegre: UFRGS, 2010. 
b. Livro: 
SPINOSA, H.S.; GORNIAK S.L.; PALERMO-NETO, J. Toxicologia aplicada à medicina veterinária. 1.ed. Barueri: 
Manole, 2008. 
d. Internet: 
Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul. Disponível em: <www.cit.rs.gov.br> Acesso em 12 de setem-
bro de 2015.

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