Teoria do Jornalismo- Teoria do NewsMaking

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Teoria do Newsmaking
A teoria do newsmaking pressupõe que as notícias são como são porque a rotina industrial de produção assim as determina. Defende que há superabundância de fatos no cotidiano e sem organização do trabalho jornalístico é impossível produzir notícias. 
 Se opõe a Teoria do Espelho, ao rejeitar que as notícias não são reflexos da realidade, e defende que o jornalismo é uma construção da realidade.
 Se relaciona com a teoria do Gatekeeper, que defende a ideia de que o jornalista seleciona o que será publicado ou não no jornal.
Surgimento 
 Nos anos 40 as atenções se voltavam para o conteúdo da notícia, para os efeitos, mas não para a produção de notícias.
 O sociólogo Lazarfeld, traz o foco da pesquisa de mídia para a pesquisa sobre o jornalismo propriamente dito, ao verificar a exposição das pessoas às notÍcias; 
 Nos anos 50, o psicólogo  Kurt Lewin, descreve os conceitos de filtragem e noticiabilidade, fundamentais para a ciência do jornalismo.
Também nos anos 50, o sociólogo Warren Breed inicia uma pesquisa de fôlego sobre como a organização influencia o trabalho do jornalista, e além disso, a publicidade, a repartição dos recursos humanos, a localização territorial determinam que tipo de notícia irá para o jornal.
Com os conturbados anos 60, os pesquisadores voltaram seus olhos para a questão da ideologia e sobre velhos paradigmas, como a objetividade e a imparcialidade.
Nos anos 70, observando as redações, in loco, os cientistas perceberam a importância da rotina da redação no Newsmaking; a importância das relações entre os jornalistas; a meia-verdade das teorias que dizem que toda notícia é redigida apenas sobre pressões ideológicas.
Segundo Traquina, ”...a ideologia dessa tribo ( os jornalistas ) são um fator crucial na elaboração do produto jornalístico...”
O jornalismo está longe de ser o espelho do real. É antes, a construção social de uma suposta realidade.
Dessa forma, é no trabalho da enunciação que os jornalistas produzem os discursos, que, submetidos a uma série de operações e pressões sociais, constituem o que o senso comum das redações chama de notícia. 
Ou seja, a imprensa não reflete a realidade, mas ajuda a construí-la.
Dentre as práticas apresentadas por essa teoria, destacam-se as seguintes:
Critérios de noticiabilidade - é o conjunto de critérios, operações e instrumentos para escolher entre inúmeros fatos uma quantidade limitada de notificação. Exemplo: conflito, curiosidade, tragédia, proximidade. 
Valores-notícia - são os tais critérios e operações usados para definir quais acontecimentos são significativos e interessantes para serem transformados em notícia. Por exemplo: a importância do envolvido é um valor-notícia. Quanto mais famoso for o personagem do fato, mais chance este tem de virar notícia.
Sistematização do trabalho jornalístico – A divisão de tarefas é uma das rotinas: Pauteiros, repórteres e editores têm funções específicas embora estejam interligadas. A divisão em editorias também organizar o trabalho. 
De acordo com a socióloga Gaye Tuchman, os órgãos de informação devem cumprir três obrigações para produzir o noticiário:
Tornar possível o reconhecimento de um fato desconhecido como acontecimento notável;
Elaborar formas de relatar os acontecimentos que não tenham a pretensão de dar a cada fato ocorrido a um tratamento idiossincrático;
Organizar, temporal e espacialmente, o trabalho de modo que os acontecimentos noticiáveis possam afluir e ser trabalhados de uma forma planificada.
É importante diferenciar o quê o público quer como informação e o quê a mídia deve informar para o público. Muitas vezes, preocupados com a audiência, os veículos jornalísticos acabam perdendo o propósito de suas funções.
O envolvimento de pessoas famosas implica uma maior possibilidade de se transformar o acontecimento em notícia e como a mídia de massa supostamente divulga o que é de interesse público, esta consegue influenciar a população.