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Líquidos Penetrantes Profª. Monica Costa Rezende Introdução Depois do ensaio visual, o ensaio por líquidos penetrantes é o ensaio não destrutivo mais antigo. Teve início nas oficinas de manutenção das estradas de ferro, em várias partes do mundo. Era necessário maior conhecimento do comportamento das descontinuidades existentes nas peças, pois rompiam sob esforços mecânicos. Método do óleo e giz água fervendo/ solução de soda cáustica tanque de óleo misturado com querosene Limpeza com estopa embebida em querosene e colocadas para secar. giz e álcool O Líquido Penetrante Em 1942, nos Estados Unidos, Robert C. Switzer, aperfeiçoando o teste do óleo e giz, desenvolveu a técnica de líquidos penetrantes. Sua motivação foi pela necessidade que a indústria aeronáutica americana tinha de testar as peças dos aviões, que são até hoje fabricadas com ligas de metais não ferrosos, como alumínio e titânio, e que, consequentemente, não podem ser ensaiados por partículas magnéticas. Finalidade O ensaio por líquidos penetrantes, além de ser aplicado em peças de metais não ferrosos, também é utilizado para outros tipos de materiais sólidos, como metais ferrosos, cerâmicas vitrificadas, vidros, plásticos e outros que não sejam porosos Sua finalidade é detectar descontinuidades abertas na superfície das peças, como trincas, poros, dobras, que não sejam visíveis a olho nu. Etapas O ensaio consiste em aplicar um líquido penetrante sobre a superfície a ser ensaiada. Após remover o excesso da superfície, faz-se sair da descontinuidade o líquido penetrante retido, utilizando-se para isso um revelador. A imagem da descontinuidade, ou seja, o líquido penetrante contrastando com o revelador, fica então visível. Metodologia Limpeza da superfície O sucesso do método depende dos defeitos estarem abertos à superfície. Logo, a limpeza é de fundamental importância. Devem ser removidos: - Sujeira; - Graxa e óleo; - Escória/ carepa; - Pinturas, etc. A peça deve estar sem óxidos ou qualquer sujeira para não mascarar o resultado. A presença de contaminantes torna o ensaio não confiável! Metodologia Limpeza da superfície Produtos: - Removedores (do mesmo fabricante do LP é mais indicado); - Desengraxamento por vapor; - Limpeza química; - Ultrassom; - Detergentes; - Solventes (com certificado de contaminantes); - Pano sem fiapos; - Escova manual ou rotativa, etc Metodologia Limpeza da superfície É necessário aguardar a completa secagem da peça antes aplicar o LP. Peças limpas com produtos a base de água, a secagem posterior é muito mais importante. Cuidados também são importantes para evitar corrosão das superfícies . Metodologia Limpeza da superfície Superfícies excessivamente rugosas requerem uma preparação prévia mais eficaz, pois as irregularidades superficiais prejudicarão a perfeita aplicação do penetrante, a remoção do excesso e, portanto, o resultado final (esmerilhamento com cuidado). Os processos de jateamento, lixamento e aqueles que removem metal (esmerilhamento), devem ser evitados, pois tais processos podem bloquear as aberturas da superfície e impedir a penetração do LP. Metodologia Aplicação do líquido penetrante Consiste na aplicação de um líquido, geralmente de cor vermelha ou fluorescente, de tal maneira que forme um filme sobre a superfície e que por ação do fenômeno chamado capilaridade penetre na descontinuidade. Deve ser dado um certo tempo para que a penetração nas cavidades se complete. Metodologia Aplicação do líquido penetrante Metodologia Tempo de penetração É o tempo necessário para que o penetrante entre dentro das descontinuidades. Este tempo varia em função do tipo do penetrante, material a ser ensaiado, temperatura, e deve estar de acordo com a norma aplicável de inspeção do produto a ser ensaiado. Tempos mínimos de penetração sugeridos pelo ASME Sec. V Art. 6 - Tabela 672 e ASTM E-165 Na prática é usual tempo de 15 min no mínimo. Metodologia Temperatura da superfície e do LP O Código ASME Sec.V Art.6 recomenda temperaturas padrão de 5°C a 52 °C e o ASTM E-165/165M-12 recomenda temperaturas de 4°C a 38°C para penetrantes fluorescentes e de 10°C a 52°C para penetrantes visíveis com luz normal. Temperaturas ambientes mais altas (acima de 52°C) podem aumentar a evaporação dos constituintes voláteis do penetrante, tornando-o inadequado. Acima de certo valor ( > 100° C) há o risco de inflamar. Bloco comparador ASME Metodologia Remoção do excesso de penetrante Decorrido o tempo mínimo, o excesso de LP deve ser removido, de modo que a superfície de ensaio fique totalmente isenta do líquido - este deve ficar retido somente nas descontinuidades. Esta etapa do ensaio pode ser feita com um pano ou papel seco ou umedecido com solvente em outros casos, lava-se a peça com água, secando-a posteriormente, ou aplica-se pós- emulsificáveis, fazendo-se depois a lavagem com água. Uma operação de limpeza deficiente pode mascarar os resultados, revelando até descontinuidades inexistentes. Metodologia Remoção do excesso de penetrante Os penetrantes não laváveis em água são quase sempre utilizados para inspeções locais e estes são melhor removidos com panos secos ou umedecidos com solvente. Papel seco ou pano seco é satisfatório para superfícies lisas. Deve-se tomar o cuidado para não usar solvente em excesso, já que isto pode causar a retirada do penetrante das descontinuidades. Excesso de penetrante lavável com água, deve ser removido por jato ou spray de água. A pressão da água não deve exceder a 50 psi (350 kPa), e a temperatura da água não deve exceder a 110°F (43°C). Metodologia Remoção do excesso de penetrante É preciso estar atento com relação ao descarte da água usada na lavagem do penetrante na superfície. Esta deve ser de acordo com a legislação ambiental. Metodologia Aplicação do Revelador Consiste na aplicação de um filme uniforme de revelador sobre a superfície. O revelador é usualmente um pó fino (como talco) branco que pode ser aplicado seco ou em solução/ suspensão em algum líquido. O revelador age absorvendo o penetrante das descontinuidades e revelando-as. Pode ser aplicada com spray, no caso de inspeção manual, neste caso é a melhor forma. Metodologia Secagem do Revelador e Avaliação Deve ser dado um tempo suficiente para que o revelador esteja seco antes de efetuar a inspeção. O tempo de revelação é variável de acordo com o Código, norma aplicável. As descontinuidades finas e rasas, demoram mais tempo para serem observadas, ao contrário daquelas maiores e que rapidamente mancham o revelador. O inspetor deve fazer observações sucessivas desde quando elas apontam no revelador, para caracteriza-las e saber sua forma original, pois com o tempo esta pode se deformar. Metodologia Metodologia Relatório final Após a inspeção da peça, o inspetor elabora o relatório de ensaio. Em geral tempos de avaliação não menos que 10 min e nem maior que 60 minutos são recomendados pelo Código ASME Sec.V Art. 6. • Identificação do procedimento • Tipo do penetrante • Tipo e designação de cada produto (penetrante, removedor, revelador) • Identificação do inspetor • Registro das indicações • Material e espessura • Equipamento de iluminação Metodologia Limpeza final É necessário na maioria dos casos executar uma limpeza final na peça. Uma limpeza final com solvente geralmente é satisfatória. Para peças pequenas, basta a imersão em banho de detergente esolventes, ou agentes químicos. Características do Líquido Penetrante ter capacidade de penetrar em pequenas aberturas; ser capaz de manter-se em aberturas relativamente grandes; ser facilmente removido da superfície onde está aplicado; ter capacidade de espalhar-se em um filme fino sobre a superfície de ensaio; apresentar grande brilho; ser estável quando estocado ou em uso; ter baixo custo; não deve perder a cor ou a fluorescência quando exposto ao calor, luz branca ou luz negra; não deve reagir com o material em ensaio, e nem com a sua embalagem; não pode ser inflamável; não deve ser tóxico; não deve evaporar ou secar rapidamente; em contato com o revelador, deve sair em pouco tempo da cavidade onde tiver penetrado. Classificação do Líquido Penetrante Visibilidade Remoção do excesso Classificação do Líquido Penetrante Quanto à visibilidade: Fluorescentes (método A) Constituídos por substâncias naturalmente fluorescentes, são ativados e processados para apresentarem alta fluorescência quando excitados por raios ultravioleta (luz negra). Visíveis coloridos (método B) Esses penetrantes são geralmente de cor vermelha, para que as indicações produzam um bom contraste com o fundo branco do revelador. Quanto à remoção: Podem ser removidos com água, solvente ou um emulsificador. Classificação do Líquido Penetrante Classificação do Líquido Penetrante Emulsificador: Possuem coloração característica para evidenciar sua aplicação. Hidrofílico À base de água, possui uma infinita propriedade de tolerância a água, por isso é diluído em água para sua aplicação em spray, porém dependendo da proporção de água + emulsificador (em geral 5%), sua sensibilidade pode ser alterada. Lipofílico: À base de óleo em sua maior parte e são inflamáveis (ponto de fulgor de 125 F), com baixa propriedade de tolerância a água, em razão disso, deve-se dilui-lo com água na proporção correta. Propriedades do Líquido Penetrante Viscosidade A viscosidade é importante na velocidade com que o penetrante entra no defeito. Penetrantes mais viscosos demoram mais a penetrar nas descontinuidades. Penetrantes pouco viscosos têm a tendência de não permanecerem muito tempo sobre a superfície da peça, o que pode ocasionar tempo insuficiente para penetração. Propriedades do Líquido Penetrante Tensão superficial - γ É força entre as moléculas na superfície de líquidos em repouso. Essas forças estão associadas à ação de capilaridade ou pressão de superfície (P): a pressão de capilaridade aumenta diretamente com γ do penetrante e inversamente proporcional ao raio do tubo capilar (r). Logo, quanto maior a γ, melhor a capilaridade do LP. Capilaridade:propriedade física que os fluidos têm de subir em tubos extremamente finos. Propriedades do Líquido Penetrante Molhabilidade É a propriedade que um líquido tem em se espalhar por toda a superfície, não se juntando em porções ou gotas. Quanto melhor a molhabilidade, melhor o penetrante. Essa característica também está associada à tensão superficial (γ) e é por isso que agentes tensoativos são incluídos na formulação do penetrante. Propriedades do Líquido Penetrante Volatilidade Como regra geral, um penetrante não deve ser volátil, porém, para derivados de petróleo, quanto maior a volatibilidade, maior a viscosidade. Como é desejável no LP uma viscosidade média, os penetrantes são mediamente voláteis. Quanto mais volátil o penetrante, menos tempo de penetração pode ser dado. Mas, o problema é que tende a se volatilizar quando no interior do defeito. Propriedades do Líquido Penetrante Ponto de fulgor (ponto de inflamação) É a temperatura na qual há uma quantidade tal de vapor na superfície do líquido que a presença de uma chama pode inflamá-lo. Um penetrante deve ter um alto ponto de fulgor (acima de 90 °C). Propriedades do Líquido Penetrante Inércia química Um penetrante deve ser inerte e não corrosivo com o material a ser ensaiado ou com sua embalagem quando possível. Numa inspeção de alumínio ou magnésio, caso a limpeza final não seja bem executada, pode haver aparecimento após um certo período de corrosão na forma de “pitting”. Quando se trabalha com ligas à base de níquel e titânio requer-se um penetrante com baixos teores de halogêneos pois alguns elementos são prejudiciais a estes materiais. Propriedades do Líquido Penetrante Habilidade de dissolução Os penetrantes incorporam o produto corante ou fluorescente que deve estar o mais possível dissolvido. Portanto, um bom penetrante deve ter a habilidade de manter dissolvido estes agentes. Toxicidade Evidentemente um bom penetrante não pode ser tóxico, possuir odor exagerado e nem causar irritação na pele. Propriedades do Líquido Penetrante Controle de contaminantes Os líquidos penetrantes devem se analisados quanto aos teores de contaminantes, tais como enxofre, flúor e cloro quando sua aplicação for efetuada em materiais inoxidáveis austeníticos, titânio, ligas à base de níquel e outras ligas para altas temperaturas. Tais impurezas podem causar fragilização ou corrosão nesses materiais a elevadas temperaturas ou outras condições de propiciem tais danos. Sensibilidade do Líquido Penetrante Sensibilidade do penetrante é sua capacidade de detectar descontinuidades. Um penetrante é mais sensível que outro quando, para aquelas descontinuidades em particular, o primeiro detecta melhor os defeitos que o segundo. Fatores que afetam a sensibilidade: - Capacidade de penetrar na descontinuidade; - Capacidade de ser removido da superfície, mas não do defeito; - Capacidade de ser absorvido pelo revelador; - Capacidade de ser visualizado quando absorvido pelo revelador, mesmo em pequenas quantidades. Sensibilidade do Líquido Penetrante A sensibilidade pode ser verificada usando um bloco comparador contendo várias trincas paralelas, referenciado na norma JIS-Z- 2343. Uma das principais aplicações do Bloco JIS, está na norma da Petrobras N-1596H, que requer que seja feita uma verificação do lote de materiais penetrantes adquiridos. ✓ bloco JIS 30 μm → penetrantes visíveis Tipo II ✓ bloco JIS 10μm → penetrantes fluorescentes Revelador Características do revelador ter ação de absorver o penetrante da descontinuidade; servir com uma base por onde o penetrante se espalhe - granulação fina; servir para cobrir a superfície formando uma camada fina e uniforme; deve ser facilmente removível; não deve conter elementos prejudiciais ao operador e ao material que esteja sendo inspecionado; Tipos de reveladores Pós secos Suspensão aquosa de pós reveladores Solução aquosa Suspensão do pó revelador em solvente Revelador em película Pó seco Foram os primeiros e continuam a ser usados com penetrantes fluorescentes. Antes eram talco ou giz, hoje uma combinação de componentes. Devem aderir em superfícies metálicas numa camada fina. A falta de confiabilidade deste tipo de revelador, torna o seu uso muito restrito. Tipos de reveladores Suspensão aquosa de pós reveladores A suspensão aumenta a velocidade de aplicação secagem, logo, pode se aplicar em inspeção automática. A peça é mergulhada na suspensão e depois seca em estufa. Solução aquosa A solução elimina os problemas que possam existir com a suspensão, como dispersão. Porém, materiais solúveis em água geralmente não são bons reveladores. Sua aplicação deve ser feita através de pulverização. Deve ser adicionado à solução inibidor de corrosão e a concentração deve ser controlada,pois há evaporação. Tipos de reveladores Suspensão de pó revelador em solvente Proporciona uma camada fina e uniforme sobre a superfície. Como os solventes volatilizam rapidamente, existe pouca possibilidade de escorrimento do revelador até em superfícies em posição vertical. Sua aplicação, deve ser feita através de pulverização. É o tipo mais utilizado, especialmente pela rapidez na secagem. Revelador em película Possui uma película adesiva como revelador. Tem a vantagem de se arquivar o resultado, pois a película após ser destacada, fica com a forma e a posição da descontinuidade. Tipos de reveladores Iluminação Luz natural (branca) Fontes: luz natural do sol, lâmpada LED, lâmpada fluorescente ou lâmpada a vapor de mercúrio. A intensidade da luz deve ser adequada ao tipo de indicação que se quer ver, sendo ideal acima de 1000 Lux. Iluminação Luz ultravioleta – negra É aquela que tem comprimento de onda menor do que o menor comprimento de onda da luz visível. Causa em certas substâncias o fenômeno da fluorescência. O material fluorescente contido no penetrante tem a propriedade de absorver a luz “negra” e emitir energia em comprimentos de onda maiores, na região de luz visível, por exemplo verde-amarelado. Ou seja, faz o LP emitir luz facilitando a visualização. Tem maior precisão, porém mais caro. A lâmpada deve estar acesa antes do ensaio até atingir a intensidade de 1.000 μW/cm² (radiômetro). Avaliação da descontinuidade Uma indicação é uma evidência de uma imperfeição. O tamanho da indicação a ser avaliada, é o tamanho da mancha observada no revelador. Qualquer indicação questionável ou duvidosa, deve ser reinspecionada para determinar se indicações relevantes estão ou não presentes. Linear – a ≥ 3xb Arredondada – a < 3xb Critérios de aceitação O critério de aceitação de descontinuidades deve seguir a norma ou especificação aplicável ao produto ou componente fabricado e inspecionado. ASME Sec. VIII Div.1 Apêndice 8 - aplicável para soldas e componentes inspecionadas por líquidos penetrantes ✓ Indicações relevantes lineares; ✓ Indicações relevantes arredondadas maiores que 5 mm; ✓ 4 ou mais indicações relevantes arredondadas em linha separadas por 1,5 mm ou menos (de borda a borda). Somente indicações com dimensões maiores que 1,5 mm devem ser consideradas como relevantes. Todas as superfícies devem estar livre de: Indicação Relevante > 1,5 mm Linear Reprovada Redonda Isolada Reprovada > 5 mm Aprovada ≤ 5 mm Alinhadas Reprovadas ≥ 4 indicações Aprovadas < 4 indicações Não relevante ≤ 1,5 mm Aprovada Interpretação Indicações falsas Ocorrem mais comumente em consequência da permanência de resíduos remanescentes do penetrante nas superfícies das peças. A causa mais comum da permanência desses resíduos é a remoção deficiente do penetrante. Indicações verdadeiras São as indicações de descontinuidades reais, que efetivamente podem comprometer a resistência estrutural da peça. Não havendo dúvidas de que é uma indicação verdadeira, inicia-se a etapa de interpretação da causa responsável pela indicação da descontinuidade superficial detectada. A principal vantagem deste método é sua simplicidade, pois é fácil de realizar e interpretar seus resultados. Pode ser aplicado a qualquer material. É um procedimento barato. O ensaio pode revelar descontinuidades extremamente finas, da ordem 1 μm (0,001 mm) de largura, totalmente imperceptíveis a olho nu. Vantagens Limitações O ensaio só detecta descontinuidades abertas e superficiais. Por esta razão, a descontinuidade não pode estar preenchida com qualquer material estranho. A superfície do material a ser examinada não pode ser porosa ou rugosa já que não conseguiríamos remover totalmente o excesso de penetrante, e isso iria mascarar os resultados. O ensaio pode se tornar inviável em peças de geometria complicada, que necessitam de absoluta limpeza após o ensaio. Uma criteriosa limpeza é necessária em várias etapas. Se for deficiente, o teste não terá resultado. Há restrição de temperatura. Superfícies muito frias (abaixo de 5°C ) ou muito quentes (acima de 52°C) não são recomendáveis ao ensaio. Referência Ricardo Andreucci. Apostila Abendi: Líquidos Penetrantes, 2019.
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