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ATENDIMENTO CLÍNICO 
 
O atendimento ao Paciente será uma prática 
rotineira na Clinica Escola e sua realização deverá 
respeitar alguns princípios básicos da boa prática. Esses 
princípios deverão com certeza serem observados 
também em seu consultório durante toda sua vida 
profissional. 
A aparência do local de atendimento e do 
profissional deverão ser as melhores possíveis. Seu local 
de trabalho estará sempre limpo e organizado. Pense 
muito antes de usar qualquer produto de limpeza que 
apresente cheiro pois alguns pacientes têm alergia a 
produtos químicos ou não tolera o odor. Os profissionais 
envolvidos deverão estar trajados de forma adequada e 
limpos. Especial atenção se faz a aqueles que fazem uso 
do tabaco, de bebidas alcoólicas e de outras drogas. Já 
tivemos a oportunidade de ver profissionais 
(acadêmicos) atendendo paciente com roupa suja, sem 
ter tomado banho e exalando odor estranho das axilas, 
embriagados e totalmente impregnados do cheiro do 
tabaco. Esses fatos serão prontamente apontados e 
deverão ser impedimento no atendimento ao paciente. 
Todo atendimento é iniciado pelo acolhimento 
ao paciente feito da maneira mais gentil possível e 
encaminhado para seu consultório. O material 
necessário para a realização do exame inicial do 
paciente estará organizado na mesa clínica ao lado do 
equipo odontológico. 
O primeiro passo nessa atividade será o 
preenchimento cuidadoso de uma ficha clínica que 
acompanhará o paciente durante todo e qualquer 
atendimento na Clinica Escola. As informações não 
devem gerar dúvidas em outro profissional, lembrando 
que o paciente poderá em alguma ocasião não ser 
atendido por você. 
A identificação do paciente deve ser realizada 
de acordo com os espaços da ficha clínica nome 
completo, idade, sexo masculino ou feminino, raça, data 
de nascimento, telefone de contato, nome da mãe e um 
contato de parente mais próximo. 
 
RAÇAS Branca - Leucoderma 
 Negra - Melanoderma 
 Mulato - Feoderma 
 Oriental - Xantoderma 
 
O próximo registro importante é o MOTIVO DA 
CONSULTA. Neste ponto é importante determinar de 
forma acadêmica dois tipos de motivos. Geralmente o 
paciente vem em busca de tratamento odontológico ou 
de uma determinada alteração que o preocupa. Na 
primeira situação a ficha a ser preenchida será a de 
colhimento (triagem) e no segundo a da Estomatologia. 
A ficha de acolhimento preenchida 
completamente deverá ao final, sugerir a complexidade 
do tratamento, da noção inicial do plano de tratamento 
a ser realizado possibilitando sua alocação nas clínicas. 
Quando não houver possibilidade de tratamento 
imediato o paciente ficará em um banco de espera. Os 
pacientes com ficha da Estomatologia serão 
encaminhados para o setor específico sem a 
necessidade de espera. 
Na ficha de acolhimento depois de obtidas 
todas as informações do paciente será realizada a 
investigação das condições sistêmicas do paciente para 
verificar um possível impedimento ou se necessita de 
cuidados especiais para evitar algum acidente 
indesejado durante o tratamento. A avaliação será 
comandada pelo profissional, de forma oral e as 
informações transcritas na ficha. 
Os sistemas estarão divididos em grupos para 
facilitar a investigação. Depois da avaliação, se não 
houver alteração coloque o numero 01 (normal) e 02 
quando for identificado alteração. No verso da ficha 
haverá um espaço para todo o detalhamento dos 
problemas encontrados e que deverão ser observados 
em ocasião do atendimento odontológico. 
Após a avaliação sistêmica será realizado o 
exame físico do paciente respeitando a sequencia 
sugerida em aula teórica e prática. Imprescindível a 
aferição da Pressão Arterial, do pulso e da temperatura 
em todo atendimento e a devida anotação na ficha. 
Após a realização dos exames físicos extra e intrabucais 
o paciente deverá realizar exame radiográfico de 
preferencias com tomadas periapicais. Todas as 
informações clínicas e radiográficas deverão estar 
anotadas e marcadas no odontograma da ficha clínica. 
Para finalizar, todas as informações deverão 
ser consolidadas em conjunto (professor/Aluno), 
desenhar uma possível sequencia de tratamento e 
sugerir a vinculação desse paciente a um determinado 
período. Essas informações ficarão em um banco de 
dados que deverá ser acessado por um professor da 
Clinica Escola que fará a designação de um aluno para o 
atendimento. 
No atendimento ao paciente que busca 
tratamento para uma alteração específica, serão feitas 
algumas alterações nas anotações pois em princípio, vai 
seguir uma técnica que permitira a identificação do 
sinais e sintoma, estabelecer o diagnóstico definitivo e 
realizar o tratamento indicado. 
 
Semiologia é o estudo dos sinais e sintomas. 
Semiotecnica procedimentos que permitem a 
identificação dos sinais e sintomas de uma 
doença. 
Sintomatologia – sinais e sintomas juntos 
Propedêutica é conjunto do conhecimento 
prévio e as regras necessárias para estudar uma 
doença. 
Terapêutica – cura da doença. 
 
DURIGA/CORDEIRO 
O atendimento ao paciente com motivo de consulta 
específico não será submetido a mesma rotina do 
paciente que busca tratamento odontológico. Será 
identificado, avaliado para possíveis alterações 
sistêmicas e submetido a exame clínico extra e 
Intrabucal mas não fará o exame radiográfico dos 
dentes. 
 O paciente agora apresenta uma Queixa 
Principal que deve descrever a forma que ele vê e sente 
sua doença. Essa descrição deverá seguir sempre a 
descrição feita pelo paciente e se necessário escreva na 
ficha as mesmas palavras usadas por ele. Se achar 
estranho ou incorreto sinalize com SIC (segundo 
informação do Paciente) e não tente traduzir as palavras 
pois sua interpretação pode ser errada. Ele será capaz 
de também contar como foi a instalação da doença, 
História da Doença Atual e talvez nesse caso necessite 
de orientação para ordenar cronologicamente todo a 
instalação da doença (patogenia). Detalhes como tempo 
de duração, características clinicas iniciais, tempo de 
evolução, relação causa efeito, uso de algum 
medicamento ou substancia química, já apareceu outras 
vezes .......História Médica essas informações devem ser 
colhidas com muito critério a fim de identificar doenças 
passadas, hospitalizações, uso de medicamentos, 
alergias e reforçar a avaliação sistêmica na tentativa de 
relacionar com a doença atual. História Familial pode 
identificar a doença com transmissão genética com 
alterações hemorrágicas, diabete melito, hipertensão, 
algumas neoplasias. Talvez fosse importante fazer uma 
lista das pessoas mais próximas com a idade e causa 
morte de parentes falecidos. História Social deve 
retratar o ambiente onde o doente vive, estilo de vida, 
ocupação atual e anteriores, riscos ocupacionais, uso de 
fumo, álcool, drogas e estado civil. 
 
Exame Físico 
 
 O Exame físico do paciente deve colher todos 
os sinais de sintomas da doença atual relatada como 
Queixa Principal. Importante fazer em principio o 
exame clínico das regiões de Cabeça e Pescoço, 
posteriormente da face, da boca e por último da área de 
queixa. Essa rotina é importante pois, o paciente pode 
ter como queixa uma alteração na gengiva que o 
incomoda por ter sangramento e ser dolorida e ao 
mesmo tempo pode ter uma lesão ulcerada ao lado da 
asa do nariz assintomática. Veja a queixa é de gengivite 
e na face tem um Carcinoma Basocelular. 
 Para colher as informações podem ser 
utilizados a Inspeção representada pela observação 
visual da doença (lesão) dando a noção exata da forma, 
tamanho, localização, da cor e simetria. Palpação revela 
a consistência, mobilidade, temperatura, sensibilidade e 
a natureza das estruturas. Auscultação embora pouco 
utilizada na semiotecnica odontológicapode ser 
importante no exame da ATM, Aferição da Pressão 
Arterial e Ausculta dos ruídos cardíacos. A Percussão é 
uma manobra semiotecnica importante na semiologia 
endodôntica pois, pode indicar possível diferença entre 
uma pulpite de um abscesso dento alveolar. 
 Os registros de alguns sinais vitais como a 
Pressão Arterial, Pulso radial, frequência respiratória e 
temperatura são importantes pois, podem indicar 
alguma alteração que não tenha sido informada pelo 
paciente, por esquecimento ou mesmo que não 
apresente sintomatologia. 
A aferição da pressão arterial pode sugerir a 
presença da Hipertensão que geralmente tem um curso 
silencioso e muitas vezes não é de conhecimento do 
paciente. O registro realizado em todos os dias de 
atendimento pois, pode fazer o diagnóstico diferencial 
entre pressão alta e hipertensão. 
O registro o pulso radial deve ser feito com 
critério e paciência. Deve ser verificado a frequência o 
ritmo e amplitude. A frequência normal deve ser de 72 
bpm. com uma variação entre 60 e 90. A variação pode 
estar relacionada com o estado emocional ou condições 
físicas. A frequência aumenta quando o paciente está 
estressado ou acabou de realizar algum esforço físico e 
diminui em repouso ou em atletas bem condicionados. 
O ritmo pode indicar arritmia cardíaca, extra-sístoles ou 
bloqueio na condução do estimulo elétrico cardíaco. A 
amplitude (pulso mais forte ou mais fraco) é o reflexo 
da pressão diferencial (diferença entre a pressões 
sistólica e diastólica). Importante lembrar que 
normalmente existe uma pequena pausa na inspiração. 
A frequência respiratória é de 17 em um 
intervalo de 1 minuto. Facilmente determinada pelos 
movimentos respiratórios e importante o paciente não 
perceber que esta sendo observado pois isso pode 
mudar completamente a forma do respirar. As variações 
têm um significado clínico importante pois pode 
denunciar uma insuficiência cardíaca ou uma doença 
pulmonar obstrutiva. 
A temperatura corporal, expressa em graus 
Celcios, não sofre muita variação de normalidade 
devendo ser considerada alterada quando estiver maior 
que 37,5 e menor que que 36,5. Valor menor indica uma 
Hipotermia e maior Hipertermia (febre). A hipo pode 
acontecer em casos de exposição prolongada ao frio 
intenso, em casos de intoxicação alcoólica e 
hipoglicemia. A hiper normalmente é uma resposta a 
uma agressão na tentativa de melhor a resposta de 
defesa do organismo. Valores acima de 40 C devem ser 
considerados críticos, pois, o paciente pode apresentar 
convulsões e ter lesão irreversível no sistema nervoso. 
 
EXAMES DE LABORATORIAS 
 A maioria deles foi estuda na disciplina de 
Propedêutica Odontológica I contudo vale a pena 
sinalizar que eles somente serão utilizados quando 
houver uma indicação precisa. A sua solicitação 
somente deverá ocorrer após o término da Avaliação 
DURIGA/CORDEIRO 
Sistêmica e/ou do Exame Físico do Paciente ou ainda 
para confirmar uma Hipótese de Diagnóstico. 
 
TRATAMENTO ODONTOLÓGICO 
 A determinação das necessidades do paciente 
após esse período de diagnóstico (propedêutica) 
permite realizar um plano de tratamento (terapêutica). 
O plano de tratamento pode variar muito e seria difícil 
fazer uma abordagem lógica nesse período de estudo 
pois, sua complexidade pode varia desde uma profilaxia 
dentária até uma cirurgia ortognática. 
 Então, na tentativa de fazer o entendimento 
dessa prática de forma didática é importante levar em 
consideração que, independente da complexidade, o 
tratamento pode ser eletivo ou de urgência. 
Entendesse como eletivo o tratamento que pode ser 
planejado sendo possível escolher a melhor época ou 
situação, já o de urgência deve ser feito o mais rápido 
possível. Ainda podem ser divididos em tratamento não 
cirúrgico e tratamento cirúrgico. Essa classificação deve 
levar em consideração a necessidade ou não do uso de 
anestésico pois, na sua composição pode haver droga 
vasoconstritora que induz um aumento de pressão 
arterial aumentando o risco de um acidente 
principalmente com pacientes hipertensos, diabéticos, 
gestante, com insuficiência cardíaca e respiratória. 
 A combinação acima, dá ao profissional uma 
maneira mais objetiva de avaliar o tratamento do seu 
paciente. Veja, se levar em consideração que a maioria 
dos tratamentos odontológicos realizados no 
consultório podem ser considerados eletivos pois, a 
urgência estaria ligada a dor e ao risco de morte. Se 
houver o risco de morte o paciente estará 
possivelmente em um ambiente hospitalar com 
inúmeros recursos para a realização de qualquer 
tratamento. No caso de dor, as mais terríveis, pulpite 
aguda e/ou abscesso dento alveolar agudo não 
necessariamente necessitam de anestesia para retirar 
paciente do sofrimento. Em ambas situações, já existe 
necrose da polpa dentária e consequentemente a 
abertura coronária, início do tratamento, poderá ser 
realizada sem uso de anestésico e o tratamento 
endodôntico que vem em sequência, ser realizado de 
forma eletiva. Importante saber que, salvo melhor juízo, 
em nenhuma dessas situações existe a indicação de 
exodontia. 
 Outros fatos a serem considerados é o estresse 
e o tempo de realização do tratamento. Não tem como 
negar que a maioria das pessoas associam o dentista ao 
“motorzinho e a dor”, a ponta de baixa rotação, ao 
cinzel e martelo em cirurgias que fazem o cérebro se 
deslocar dentro da cabeça e ainda o longo tempo que o 
paciente permanece de boca aberta, a dificuldade de 
engolir e o desconforto da ATM. 
 A observação desses fatos em conjunto, uso de 
anestésico e o estresse do paciente dão a possibilidade 
de dividir os tratamentos não cirúrgicos e os cirúrgicos 
em seis grupos em sequência: 
 Os não cirúrgicos em: 
I – Exames, tomadas radiográficas, moldagens 
e ensinamento sobre higiene bucal. 
II – Restaurações simples, raspagem e polimento supra 
gengival e ortodontia 
III – Restaurações complexas, raspagem e polimento 
radicular subgengival e endodontia. 
 Os cirúrgicos em: 
IV – Exodontia Simples e gengivoplastia 
V – Extrações múltiplas, cirurgia com retalho e 
gengivectomia, exodontia de dentes não erupcionados, 
apicectomias e colocação de implantes simples 
VI – Extrações dentárias de toda arcada, extração de 
vários dentes não erupcionados, colocação de múltiplos 
implantes e cirurgia ortognática. 
A possibilidade de escolher a melhor ocasião 
para a realização do tratamento não resolve todo 
problema se levarmos em consideração que muitos 
pacientes não conseguem controlar a pressão arterial 
de forma adequada, o diabético não controla a glicemia, 
o cardiopata não encontra tratamento a sua patologia, 
a grávida ainda vai demorar para fazer o parto e assim 
em muitas outras situações. Nesses casos a avaliação 
sistêmica do paciente e do tratamento a ser realizado 
poderão sugerir um risco maior ou menor, os cuidados 
necessários, local e horário mais adequado para sua 
realização. 
A decisão da forma mais adequada de 
tratamento a ser realizado se torna mais objetiva com a 
possibilidade de determinar o grau da alteração 
sistêmico apresentada. Por exemplo, um paciente 
hipertenso não controlado com a Pressão Arterial de 
140 mmHg possivelmente é diferente de um outro com 
170 mmHg. Uma mulher grávida no primeiro trimestre 
de gestação é diferente de outra no segundo trimestre. 
O tratamento odontológico poderá ser 
realizado de forma convencional mesmo que o paciente 
apresente uma alteração sistêmica. Medidas auxiliares 
como medicação prévia, sedação, planejamento 
adequado permitindo a redução do tempo de 
atendimento e ainda alguns pacientes sentem-se mais 
tranquilos no período da manhã. 
 Paciente homem, feoderma, 64 anos de idade 
relata dor no peito em 5 episódios no último ano. Relata 
estar envolvido em um divórcio litigioso. Faz uso de 
isordilsublingual que alivia prontamente a dor. Fuma 
dois maços de cigarro ao dia, pressão arterial e pulso 
normais. Última consulta médica realizada a 3 meses 
com todos os exames normais. Exame extra bucal sem 
alteração, intra-bucal lesão branca em forma de placa 
na lateral esquerda da língua, hiperplasia gengival na 
região anterior inferior, dente 38 parcialmente 
erupcionado com dor na região inferior esquerda ao 
mastigar. 
 
DURIGA/CORDEIRO

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