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CADERNO DE TEORIAS

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TEORIA INTITUCIONALISTA X TEORIA ESTATALISTA
“A doutrina institucionalista representa uma reação ao estatalismo. Ela é uma das tantas maneiras pelas quais os teóricos do direito e da política tentaram resistir à invasão do Estado” (BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti; apresentação Alaôr Caffé Alves, Bauru, SP: EDIPRO, 2001,  p. 32).
A teoria institucionalista possui uma vantagem, pois alarga os horizontes da experiência jurídica para além das fronteiras do Estado ao considerar o direito “um fenômeno social e considerando o fenômeno da organização como critério fundamental para distinguir uma sociedade jurídica de uma sociedade não jurídica, esta teoria rompeu com o círculo fechado da teoria estatalista do direito, que considera direito apenas o direito estatal, e identifica o âmbito do direito com o do Estado” (BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti; apresentação Alaôr Caffé Alves, Bauru, SP: EDIPRO, 2001,  pp. 30-31).
A distinção possui reflexos no conceito de direito: “Quem afirma que direito é apenas o direito estatal, usa a palavra "direito" em sentido restrito. Quem sustenta, seguindo os institucionalistas, que direito é também aquele de uma associação de delinqüentes, usa o termo "direito" em sentido mais amplo. Porém, não há uma definição verdadeira e uma falsa, mas somente, se tanto, uma definição mais oportuna e uma menos oportuna” (BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti; apresentação Alaôr Caffé Alves, Bauru, SP: EDIPRO, 2001,  p. 34).
	
TEORIA IMPERATIVISTA DA NOMRA ABORGADEM FEITA POR TÉRCIO SAMPAIO DE RUDOLF VON JHERING
Após citar trecho do livro "Der Zweek im Recht" (1877) (A finalidade no Direito) de von Jhering, Tércio Sampaio Ferraz Júnior afirma: “Ihering traça, a partir desta definição genérica, os caracteres distintivos da norma jurídica. Observa, em primeiro lugar, que, em comum com as regras gramaticais, a norma tem o caráter de orientação, delas separando-se, porém, à medida que visam especificamente à ação humana. Nem por isso elas se reduzem à orientação para a ação humana, como é o caso das máximas de moral, pois a isto se acresce um novo aspecto, ou seja, o seu caráter imperativo. A norma para ele é, assim, uma relação entre vontades, sendo um imperativo (positivo: obrigação, ou negativo: proibição) no sentido de que manifesta o poder de uma vontade mais forte, capaz de impor orientações de comportamento para vontades mais fracas. Relação de império, as normas são interpessoais e não existem, como tais, caso concreto ou a um tipo genérico de ação, as normas constituem imperativos concretos ou abstratos. Jhering conclui que, na sua especificidade, a norma jurídica é um imperativo abstrato dirigido ao agir humano, na natureza. Conforme se dirijam à ação humana num Jhering é um autêntico representante da chamada Teoria e a noção Imperativista da norma. O centro nuclear da teoria ' de vontade, um termo privilegiado pelo vocabulário teórico já há séculos - lembremo-nos apenas da "vontade geral" como fundamento de legitimidade da lei e do governo em Rousseau - e que domina a teoria jurídica no século XIX. A partir daí, o empenho de Jhering está em identificar analiticamente a norma jurídica enquanto regra coativa. O conceito de vontade serve- lhe bem a propósito, pois lhe dá a oportunidade de ver na norma jurídica uma relação de superioridade entre o que ordena e o que recebe a ordem, explicando-se a impositividade do direito como um caso de um querer dotado de poder”.
DPE – SP/2013 – ENUNCIADO: Ao discorrer sobre o conceito de norma, no livro A ciência do direito, Tércio Sampaio Ferraz Júnior aborda a chamada “Teoria Imperativista da norma”, que possui Rudolf von Jhering como um de seus principais representantes. As análises do autor sobre esta Teoria explicitam que o seu centro nuclear é a noção de: Letra C: Vontade.
TEORIA DAS NORMAS JURÍDICAS HIPOTÉTICAS
Por que as normas jurídicas são consideradas por Kelsen como normas hipotéticas?
Porque “As ordens sociais positivas têm sempre de estatuir condições sob as quais não é proibido matar, subtrair a propriedade alheia, mentir. Também isto mostra que todas as normas gerais de uma ordem social empírica, incluindo as normas gerais de omissão, apenas podem prescrever uma determinada conduta sob condições ou pressupostos bem determinados, e que, por isso, toda norma geral produz uma conexão entre dois fatos, conexão essa que pode ser descrita pelo enunciado segundo o qual, sob um determinado pressuposto, deve realizar-se uma determinada conseqüência. E esta, como se mostrou, a expressão verbal do princípio da imputação, diversa da que convém ao princípio da causalidade” (KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 112).
Ele afirma que somente as “Apenas as normas individuais podem ser categóricas, no sentido de que prescrevem, autorizam ou positivamente permitem uma dada conduta de determinado indivíduo sem a vincular a determinado pressuposto” (KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 112).
Contudo ele reconhece a possibilidade de normas individuais serem também hipotéticas, “quer dizer, fixar apenas como condicional mente devida a especificada conduta de um determinado indivíduo. Assim acontece por exemplo, quando o tribunal ordena a execução no patrimônio do devedor em mora, apenas sob a condição de o devedor não pagar a soma devida dentro de um determinado prazo ou quando o tribunal ordena a execução da pena aplicada a um determinado indivíduo, apenas na hipótese de este indivíduo cometer de novo um delito punível, dentro de um determinado prazo” (KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2006, p. 113).
DPE – SP/2013 – ENUNCIADO: Na obra O que é justiça?, Hans Kelsen explicita que sua Teoria Pura do Direito formula a regra de Direito (usando o termo em sentido descritivo) como um juízo : A) hipotético em que o delito surge como condição essencial e a sanção como a consequência.
A História de Édipo e Foucault
A história de Édipo significa, para Michel Foucault, o momento de surgimento da prática jurídica do inquérito. Para ele, com o passar do tempo, tal prática foi racionalizada até se tornar decisiva para a história do Ocidente, seja para a criação dos modelos judiciários que se seguiram, seja para o nascimento de outros saberes, tais como os filosóficos, os retóricos e os empíricos. Diferentemente da prova , que se fundamenta no desafio lançado de um guerreiro a outro e na qual a verdade é definida de maneira mecânica, seguindo métodos ordálicos, o inquérito tem sua base no testemunho; na presença de alguém capaz de relatar o fato e confirmar, a partir de sua própria memória, a verdade.
DPE – SP/2019: A partir da leitura da tragédia Édipo-Rei, segundo Michel Foucault, em A Verdade e as formas jurídicas, o inquérito, considerado como um procedimento de produção da verdade judiciária na Antiguidade, inclui, necessariamente, a: a) Figura da Testemunha.
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA – HANS KELSEN
"Para Kelsen a validade das normas de direito positivo não depende da relação em que se encontram com a norma de justiça. Assim, o direito positivo vale enquanto tal, ou seja, retira a sua validade da objetividade, da norma posta. Em outras palavras, a sua validade se justifica no próprio sistema de normas positivas instituído (é um sistema fechado que encontra validade no próprio sistema e não em um ideal de justiça). Se uma norma entrou com regularidade no sistema jurídico, automaticamente ela retira dele ( do próprio sistema) a sua validade subjetiva, sendo desnecessário pedir a sua adequação a um ideal de justiça.
Portanto, para Kelsen, não se pode deduzir de um ideal, que se quer absoluto, uma norma do dever-ser. O mundo do ser - de onde se pode pensar e imaginar um valor "universal" - não se comunica com o mundo do dever-ser. Logo, diante daperspectiva da ciência positiva surge o sentido do relativo, uma vez que para Kelsen, a ciência "não tem de decidir o que é justo, isto é, prescrever como devemos tratar os seres humanos, mas DESCREVER aquilo que de fato é valorado como justo, sem se identificar a si própria com um destes juízos de valor".
DPE-SP 2019: Referindo-se ao conceito de direito e à ideia de justiça em seu livro Teoria geral do direito e do Estado, Hans Kelsen afirma que “libertar o conceito de Direito da ideia de justiça é difícil porque ambos são constantemente confundidos no pensamento político não científico, assim como na linguagem comum, e porque essa confusão corresponde à tendência ideológica de dar aparência de justiça ao Direito positivo. [...] É uma tendência política, não científica”. 
Tendo em conta a situação relatada no excerto acima, é correto afirmar que, para Hans Kelsen, do ponto de vista de uma “teoria pura do Direito”,
apenas com o sentido de legalidade é que a justiça pode fazer parte de uma ciência do Direito. CORRETA.
a abordagem científica deve distinguir direito e justiça para que, a partir daí, possa encontrar na justiça um ideal transcendental capaz de proporcionar uma avaliação crítico-axiológica do Direito positivo. ERRADA. Kelsen vê na justiça um ideal, entretanto não é de ideais que se fazem as normas. As Leis surgem a partir de um dever ser que busca dentro do próprio sistema jurídico sua validade.
a justiça é suscetível de cognição pela ciência do Direito desde que se compreenda que ela é uma ordem transcendente racional e o direito uma ordem imanente e volitiva. ERRADA. A justiça só é passível de cognição pelo direito a partir do momento que passa a ser considerada ou tomada como verdadeiro dever-ser, ou seja, quando dentro do ordenamento jurídico e não como ideal a ser valorado na ciência jurídica, eis que essa é como o próprio nome diz jurídica e não política.
TEORIA PURA DO DIREITO – HANS KELSEN (O POR QUÊ DA LIMITAÇÃO NA ANÁLISE)
A resposta da questão pode ser extraída de uma página da obra mencionada no seguinte trecho: "A Teoria Pura do Direito limita-se a uma análise estrutural do Direito positivo, baseada em um estudo comparativo das ordens sociais que efetivamente existem e existiram historicamente sob o nome de Direito. Portanto, o problema da origem do Direito - o Direito em geral ou uma ordem jurídica particular - isto é, das causas da existência do Direito em geral ou de uma ordem jurídica particular, com seu conteúdo específico, ultrapassa o escopo desta teoria. São problemas da sociologia e da história e, como tais, exigem métodos totalmente diferentes dos de uma análise estrutural de ordens jurídicas dadas. [...] A Teoria Pura do Direito trata o Direito como um sistema de normas válidas criadas por atos de seres humanos. É uma abordagem jurídica do problema do Direito. [...] ideias. É evidente que o pensamento jurídico difere do pensamento sociológico e histórico. A "pureza" de uma teoria do Direito que se propõe uma análise estrutural de ordens jurídicas positivas consiste em nada mais que eliminar de sua esfera problemas que exijam um método diferente do que é adequado ao seu problema específico. O postulado da pureza é a exigência indispensável de evitar o sincretismo de métodos, um postulado que a jurisprudência tradicional não respeita ou não respeita suficientemente. A eliminação de um problema da esfera da Teoria Pura do Direito não implica, é claro, negar a legitimidade desse problema ou da ciência que dele trata. O Direito pode ser objeto de diversas ciências; a Teoria Pura do Direito nunca pretendeu ser a única ciência do Direito possível ou legítima. A sociologia do Direito e a história do Direito são outras. Elas, juntamente com a análise estrutural do Direito, são necessárias para uma compreensão completa do fenómeno complexo do Direito. Dizer que não pode existir uma teoria pura do Direito, porque uma análise estrutural do Direito restrita ao seu problema específico não é suficiente para uma compreensão completa do Direito equivale a dizer que uma ciência da lógica não pode existir, porque uma compreensão completa do fenômeno psíquico do pensamento não é possível sem a psicologia" (KELSEN, Hans. Direito, Estado e justiça na teoria pura do direito. In: _____. O que é justiça. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p. 291-292).
DPE-SP – 2013: Considere as seguintes afirmações sobre a Teoria Pura do Direito de Hans Kelsen: 
I. A Teoria Pura do Direito trata o Direito como um sistema de normas válidas criadas por atos de seres humanos.  Correta. Os atos são criados pelos seres humanos no entender de Kelsen.
II. A Teoria Pura do Direito, assumindo o sincretismo metodológico, pretende ser a única ciência do Direito possível ou legítima.  Errada. Kelsen, não encara a teoria pura do direito como resposta a toda e qualquer debate existente dentro da seara do direito. Contudo, entende ser possível que outras ciências sirvam de justificação ao direito, entretanto não entende ser útil essa visão para fins jurídicos.
III. A Teoria Pura do Direito limita-se a uma análise estrutural do Direito positivo.  Correta. Limita o direito a uma análise estrutural, não se voltando a outras abordagens.
CORRETAS: I E III.
TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO – NOBERTO BOBBIO
AS NORMAS DE ESTRUTURA: “Existem normas de comportamento ao lado de normas de estrutura. As normas de estrutura podem também ser consideradas como as normas para a produção jurídica: quer dizer, como as normas que regulam os procedimentos de regulamentação jurídica. Elas não regulam o comportamento, mas o modo de regular um comportamento, ou, mais exatamente, o comportamento que elas regulam é o de produzir regras” (BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. apresentação Tércio Sampaio Ferraz Júnior; trad. Maria Celeste C. J. Santos; rev. téc. Cláudio De Cicco. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 6ª ed., 1995, p. 45).
SINÔNIMO: NORMA DE COMPETÊNCIA: “Em todo o ordenamento, ao lado das normas de conduta, existe um outro tipo de normas, que costumamos chamar de normas de estrutura ou de competência. São aquelas normas que não prescrevem a conduta que se deve ter ou não ter, mas as condições e os procedimentos através dos quais emanam normas de conduta válidas. Uma norma que prescreve caminhar pela direita é uma norma de conduta; uma norma que prescreve que duas pessoas estão autorizadas a regular seus interesses em certo âmbito mediante normas vinculantes e coativas é uma norma de estrutura, na medida em que não determina uma conduta, mas fixa as condições e os procedimentos para produzir normas válidas de conduta” (BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. apresentação Tércio Sampaio Ferraz Júnior; trad. Maria Celeste C. J. Santos; rev. téc. Cláudio De Cicco. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 6ª ed., 1995, pp. 33-34).
TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, DE ROBERT ALEXY
Com base nos estudos de Dworkin, a teoria normativa-material de Alexy defende que toda norma é regra ou princípio, sendo sua diferença unicamente qualitativa (normativa), fundada no modo de resolução de conflitos.
O princípio é norma ordenadora “de que algo se realize na maior medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes” (ALEXY, p. 86-87, Apud CUNHA JÚNIOR, 2012, p. 155).
É um mandado de otimização que pode ser cumprido em menor ou em maior grau, pela ponderação entre a possibilidade jurídica e a possibilidade real de adequação do fato à norma.
No conflito entre princípios, partindo-se sempre do pressuposto de que estes nunca entrarão em choque, pondera-se o prevalecimento de um sobre os outros para a resolução. Princípios não se diferenciam hierarquicamente, não se sobrepõem, muito menos são exceções aos outros. O princípio fornece razões prima facies (provisórias), assim, o que tiver maior peso ou valor ou importância deve preponderar.
Quanto às regras, elas são normas a serem cumpridas. O único questionamento que pode ser feito quanto a elas é se aquela determinadanorma se aplica ou não ao caso concreto.
Impossível o vislumbre de grau de cumprimento: as regras devem ser cumpridas na forma prescrita. “Se uma regra é válida, então há de se fazer exatamente o que ela exige, nem mais, nem menos” (ALEXY, p. 86-87, Apud CUNHA JÚNIOR, 2012, p. 155).
Na colisão entre regras, o afastamento se dá pela cláusula de exceção: onde uma se aplica, a outra não será aplicada; onde uma vale, a outra não vale.
Em suma, enquanto um conflito entre princípios se resolve na dimensão do valor, o conflito entre regras se resolve na dimensão da validade.
ARTIGO: GERSON ARAGÃO, SITE: JUSBRASIL.
Os princípios enquanto mandamentos de otimização, têm a sua realização obstada frequentemente por outros princípios, ocasião em que a colisão entre princípios, deverá ser resolvida por meio do sopesamento, para que se possa chegar a um resultado ótimo.
Por sua vez, esse “resultado ótimo vai sempre depender das variáveis do caso concreto e é por isso que não se pode falar que um princípio P1 sempre prevalecerá sobre o principio P2 – (P1 P P2) -, devendo-se sempre falar em prevalência do princípio P’ sobre o princípio P2 diante das condições C – (P1 P P2) C.” (ALEXY, apud SILVA, 2003, p. 611)
SÍNTESE DAS IDÉIAS DE ALEXY, ROBERT:
ESTRUTURAÇÃO: AS FORMAS DE ESTRUTURAÇÃO DAS NORMAS SE DEVIDEM EM REGRAS E PRINCÍPIOS;
AS IDÉIAS DE ALEXY TEM CERTA BASE DAS DE DWORKIN;
PRINCÍPIOS COMO MANDADO DE OTIMIZAÇÃO: OS PRINCÍPIOS DEVEM SER APLICADOS NA MAIOR MEDIDA POSSÍVEL, DANDO-SE REAL EFETIVIDADE AOS DIREITOS DE ORDEM FUNDAMENTAL;
CONFLITO DE REGRAS (SOLUÇÃO): NO CASO DE CONFLITO DE REGRAS, VERDADEIRO DEVER-SER, A SOLUÇÃO ENCONTRA-SE NA CLÁUSULA DE EXCEÇÃO. COMPREENDIDA ESTÁ COMO O MECANISMO/MEDIDA QUE AFASTA A INCIDÊNCIA DE UMA REGRA QUANDO JÁ HÁ OUTRA APLICÁVEL AO CASO CONCRETO. OU SEJA, É O PROCEDIMENTO PELO QUAL SE INDICA A NORMA CORRETA A SER APLICADA EM DETERMINADA SITUAÇÃO, NÃO HAVENDO QUE SE FALAR EM CONCURSO ENTRE REGRAS. AQUI A DISCUSSÃO NÃO ULTRAPASSA O ÂMBITO DE VALIDADE DA NORMA;
CONFLITO DE PRINCÍPIOS (SOLUÇÃO): APLICA-SE A PONDERAÇÃO OU SOPESAMENTO QUANDO OCORRER O CONFLITO DE PRINCÍPIOS. ISSO PORQUE NÃO EXISTE HIERARQUIA ENTRE PRINCÍPIOS. ASSIM, HAVERÁ QUANDO DO CONFLITO UM QUE SEJA MAIS ADEQUADO, OU SEJA, UM QUE TENHA MAIOR VALOR OU PESO EM DADA SITUAÇÃO.
TRECHOS DE LIVORS.
JHON LOCKE:
THOMAS HOBBES:
ROUSSEAU:
APONTAMENTOS: INSTITUI O CONTRATO SOCIAL TAMBÉM;
Neste diapasão, pode-se dizer que a vontade geral3 é aquela que dá voz aos interesses que cada pessoa tem em comum com todas as demais, de modo que, ao ser atendido um interesse seu, também estarão sendo atendidos os interesses de todas as pessoas. Segundo descreve Machado, a vontade geral é aquela que traduz o que há de comum em todas as vontades individuais, ou seja, o “substrato coletivo das consciências”4 (ROUSSEAU 11, p. 49)
Resta então tratar da vontade de todos. Segundo Rousseau, há comumente muita diferença entre a vontade de todos e a vontade geral. Esta se prende somente ao interesse comum, ao passo que a outra, se prende ao interesse privado, não passando de uma “soma das vontades particulares” (ROUSSEAU 10, p. 371). Dessarte, o interesse de cada indivíduo é equilibrado uniformemente com o interesse de todos os outros, podendo até mesmo coincidir, pelo menos aproximadamente, com o objetivo da vontade geral, que é o interesse comum, mas há observar-se que este interesse comum, nesta, deve ser para cada pessoa individual, uma preocupação elevada, até mesmo suprema, e não restrita ao amor de si mesmo.
BENTHAM, JEREMY:
PARA BENTHAM, A UTILIDADE DAS COISAS RESIDE NA FELICIDADE QUE ESSA PODE TRAZER PARA A COMUNIDADE OU PARA O INDIVÍDUO.
KANT:
IMPERATIVO HIPOTÉTICO: O imperativo hipotético é condicional, na medida em que subordina o imperativo a um determinado fim, e só tem valor se – e somente se – procuramos atingir esse fim em particular. Por isso, o imperativo hipotético é apenas um meio para se atingir esse fim.
TEORIA DO ORDENAMENTO - BOBBIO
Conforme sua teoria da norma jurídica, Bobbio define norma jurídica como aquela cuja execução é garantida por uma sanção externa e institucionalizada. Esse conceito leva necessariamente à concepção do direito como ordenamento, pois ao definir o direito através da noção de sanção organizada e institucionalizada, pressupõe um complexo orgânico de normas – e não apenas um elemento individual da norma.
Ordenamento
O termo direito – entendido como direito objetivo– indica portanto um tipo de sistema normativo, não um tipo de norma, pois "só em uma teoria do ordenamento o fenômeno jurídico encontra sua adequada explicação". Assim, a norma jurídica é definida a partir do ordenamento, e não o contrário. Ou seja, não existem ordenamentos porque há normas jurídicas, mas existem normas jurídicas porque há ordenamento. Esse é o principal argumento da teoria do ordenamento jurídico.
Bobbio antecipa que a teoria do ordenamento jurídico é a única capaz de oferecer uma resposta satisfatória ao problemas das normas sem sanção, ao problema da eficácia e um critério seguro para distinguir normas meramente consuetudinárias das normas jurídicas."
	6. A Sanção Jurídica
 Com o objetivo de evitar inconvenientes da sanção interna, isto é, sua escassa eficácia, e os da sanção externa não institucionalizada, sobretudo a falta de proporção entre violação e resposta, o grupo social institucionaliza a sanção, ou seja, além de regular os comportamentos dos cidadãos, regula também a reação aos comportamentos contrários. Essa sanção se distingue da moral por ser externa, isto é, por ser uma resposta de grupo, e da sociedade por ser institucionalizada, isto é, por ser regulada, em geral, com as mesmas formas e através das mesmas fontes de produção das regras primárias.
Fonte: Teoria da Norma Jurídica, Norberto Bobbio, 5ª Edição - 2014, Editora Edipro, pág.159.
Para Bobbio, a sanção externa e institucionalizada é uma característica distintiva das normas jurídicas.
O conceito de “sanção institucionalizada” significa dizer que ela é regulada por normas fixas, precisas: “Quando se fala em sanção institucionalizada, entende-se estas três coisas, ainda que elas nem sempre se encontrem simultaneamente: 1) para toda violação de uma regra primária, é estabelecida a relativa sanção; 2) é estabelecida, se bem que dentro de certos termos, a medida da sanção; 3) são estabelecidas pessoas encarregadas de efetuar a execução” (BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti; apresentação Alaôr Caffé Alves, Bauru, SP: EDIPRO, 2001,  p. 161).
A ideia é também usada para tratar das normas secundárias: “Para que se possa falar em instituição, não basta que hajam regras de comportamento que dirijam a conduta dos cidadãos: é necessário uma organização, fundada sobre regras do próprio grupo, através da determinação dos fins, dos meios e dos órgãos do grupo. Geralmente, faz parte da organização do grupo a produção de regras secundárias para a observação e a execução das regras primárias, isto é, a institucionalização das sanções. Afirma-se que um grupo se organiza quando passa da fase da sanção inconformada à da sanção controlada. E usualmente denomina-se grupo jurídico, ordenamento jurídico, com uma palavra forte como "instituição", um grupo com sanção institucionalizada” (BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti; apresentação Alaôr Caffé Alves, Bauru, SP: EDIPRO, 2001,  p. 159).
Sobre a difícil distinção entre normas jurídicas, normas morais e normas sociais “Bobbio faz notar a característica específica do direito como conjunto de normas (ordenamento) garantidas por sanções externas e institucionalizadas. Disto decorre, em primeiro lugar, que o ordenamento jurídico é que fixa o critério de qualificação da norma jurídica como norma jurídica e não o contrário. Vale dizer, o ordenamento não é jurídico porque é constituído por normas jurídicas enquanto tais, mas, ao contrário,as normas são jurídicas porque justamente pertencem a um ordenamento jurídico. O critério substancial da juridicidade é dado pelo conjunto de normas, pelo ordenamento, e não pelas normas isoladamente consideradas. Isso vai ser explorado com maior verticalidade em sua teoria do ordenamento jurídico que, com a presente obra, circunscreve o núcleo de sua teoria geral do direito” (ALVES, Alaôr Caffé. Apresentação. In: BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. Trad. Fernando Pavan Baptista e Ariani Bueno Sudatti; apresentação Alaôr Caffé Alves, Bauru, SP: EDIPRO, 2001,  p. 15).
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		ZETÉTICA DE TERCIO 
Paulo Nader (in Filosofia do Direito, 2014) discorre sobre a perspectiva zetética de Tércio Sampaio Ferraz Jr:
"A investigação zetética pode limitar-se ao âmbito da experiência (Zetética Empírica) ou ir além desta esfera, alcançando outros níveis, como o da lógica, da gnoseologia, da metafísica (Zetética Analítica). Tanto a Zetética Empírica quanto a Analítica se subdividem em duas classes: a pura e a aplicada. A Zetética Pura possui um sentido estritamente especulativo, isto é, não tem por mira o encaminhamento de soluções para certos questionamentos. Já a Zetética Aplicada oferece um suporte para a decisão diante de problemas: 'os resultados da investigação podem ser aplicados no aperfeiçoamento de técnicas de solução de conflitos'".
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No estudo desse fenômeno que tem algo de constante, mas também é contingente, Pontes de Miranda divide a Ciência do Direito em três partes:
Teorética (relativa ao que é possível), Histórica ( preocupa com o que é real e o que não é) e Técnica (que indaga o que é mais conveniente).

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