CENSO POPULACIONAL CANINO E FELINO- ANÁLISE DA CONVIVÊNCIA E PERCEPÇÃO HUMANA DIANTE DA RELAÇÃO HOMEM E ANIMAL

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UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V – ITAPERUNA, RJ
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
FELIPE CÉZAR SILVA SERENO
CENSO POPULACIONAL CANINO E FELINO: ANÁLISE DA CONVIVÊNCIA E PERCEPÇÃO HUMANA DIANTE DA RELAÇÃO HOMEM/ ANIMAL
Itaperuna, RJ 
2019
UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V – ITAPERUNA, RJ
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
FELIPE CÉZAR SILVA SERENO
CENSO POPULACIONAL CANINO E FELINO: ANÁLISE DA CONVIVÊNCIA E PERCEPÇÃO HUMANA DIANTE DA RELAÇÃO HOMEM/ ANIMAL
Artigo apresentado à banca examinadora do Curso de Graduação em Medicina Veterinária da UNIG – campus V, como requisito final para obtenção do título de bacharel em Medicina Veterinára 
Orientador (a): Professor Doutor Bruno Fagundes.
Itaperuna, RJ
2019
CENSO POPULACIONAL CANINO E FELINO: ANÁLISE DA CONVIVÊNCIA E PERCEPÇÃO HUMANA DIANTE DA RELAÇÃO HOMEM/ ANIMAL
Artigo submetido ao corpo docente do Curso de Medicina Veterinária (Faculdade de Ciências Biologias e da Saúde), da Universidade Iguaçu (campus V), como parte dos requisitos necessários à obtenção de grau de médico veterinário.
Prof. __________________________________________________________________
Bruno Fagundes – Orientador 
Doutor em Ciência Animal (UENF) 
Prof. __________________________________________________________________
Juliana Braga Andrade
Mestre em Microbiologia Veterinária (UFRRJ)
Profª.__________________________________________________________________
Raphael Mansur Medina
Doutor em Patologia Animal (UENF)
Resultado: ____________________
Grau obtido: ___________________
Itaperuna (RJ), ___/___/___
 
CENSO POPULACIONAL CANINO E FELINO: ANÁLISE DA CONVIVÊNCIA E PERCEPÇÃO HUMANA DIANTE DA RELAÇÃO HOMEM/ ANIMAL
Felipe Cézar Silva Sereno[1: Graduando do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Iguaçu campus V em Itaperuna/RJ. E-mail: felipeogrande13@hotmail.com. ]
Bruno Fagundes[2: 2 Doutor em Ciência Animal. Área de Concentração: Clínica Médica de Equinos, UENF. Professor de Clínica Reprodutiva e Biotecnologia da Reprodução de machos, Embriologia e PISC-Epidemiologia da Universidade Iguaçu campus V em Itaperuna/RJ. E-mail: b.fagundes@yahoo.com.br – Orientador. ]
RESUMO: Entender o levantamento populacional canino e felino, bem como analisar a convivência e percepção humana diante da relação homem e animal configura-se uma ferramenta de grande valia para o planejamento e a organização de ações que busquem melhorias na qualidade de vida humana e animal. Neste sentido, o presente estudo objetivou-se enfocar conceitos teóricos básicos que envolvam a densidade populacional, a castração, a responsabilidade legal e o manejo sanitário de cães e gatos. De março a abril de 2019 foram entrevistadas aleatoriamente 357 pessoas sendo que, do total, 273 se declararam proprietárias de cães e ou gatos. O manejo sanitário encontrou-se elucidado para a maioria dos proprietários, ao contrário do conhecimento acerca de doenças zoonoticas que se mostrou compreendido para a minoria dos entrevistados. Para tanto é necessário que o sistema público enfatize medidas políticas como programas sanitários e educacionais, de modo a abordar principalmente os pontos facilitadores e ou causadores de zoonoses.
Palavras-chave: Qualidade de vida. Densidade populacional. Zoonose. Manejo sanitário. 
ABSTRACT: Understanding the canine and feline population survey, as well as analyzing human coexistence and perception in relation to man and animal relationship, is a valuable tool for planning and organizing actions that seek improvements in the quality of human and animal life. In this sense, the present study aimed to focus basic theoretical concepts that involve population density, castration, legal responsibility and sanitary management of dogs and cats. From March to April 2019, 357 people were randomly interviewed, of which 273 declared themselves owners of dogs or cats. Sanitary management has been elucidated for the majority of owners, contrary to the knowledge about zoonotic diseases that has been understood for the minority of the interviewees. To do so, it is necessary for the public system to emphasize policy measures such as sanitary and educational programs, in order to address, in particular, those that facilitate and / or cause zoonoses.
Keywords: Quality of life. Population density. Zoonosis. Sanitary management.
Introdução
Doenças infecciosas transmitidas entre animais domésticos e o homem (zoonoses) constituem um grave problema para a saúde pública. Tais infecções, particularmente são importantes no contexto de doenças infecciosas emergentes, configurando numa ameaça à saúde pública e saúde animal, exigindo esforços cooperativos interdisciplinares (WEBSTER, 2016).
A interação entre seres humanos e animais é de extrema relevância para a saúde pública, visto que uma gama de doenças relacionadas aos animais possa ser transmitida aos seres humanos. Dos 1.415 patógenos responsáveis por veiculação de doenças em humanos, 61,6% advém de fontes de infecção animal. Nesse contexto, os animais domésticos atuam como importantes reservatórios para agente etiológicos de diversas doenças emergentes e de risco zoonótico (CHOMEL, 2014).
O ineficaz controle da população de cães e gatos tem representado um sério problema, principalmente nos centros urbanos. A transmissão de doenças são consequências que comprometem diretamente o bem-estar humano e animal (MOLENTO, 2007). Mediante o acima exposto, levanta-se a seguinte questão problema: Qual a percepção humana acerca do controle e dos riscos de zoonoses canina e felina?
Diante da importância desse tema para a promoção de saúde humana e animal, o presente estudo tem como objetivo analisar a percepção humana acerca do controle e dos riscos de zoonose da comunidade regional, a fim de servir como parâmetro e estratégia para futuros estudos e planejamentos de programas educacionais em saúde.
No contexto de vigilância, estratégias efetivas para gerir atuais e futuros problemas relacionados à saúde devem ser consolidadas. Concomitante a tais estratégias, ressalta-se, que uma das maiores contribuições da promoção de saúde é a ampliação do entendimento humano a fim de promover melhorias nos processos em que a comunidade seja capaz de evitar problemas de saúde com competência (WEBSTER et al., 2008).
A evolução deste trabalho acadêmico representa o seguinte desenvolvimento estrutural: Natureza jurídica dos animais, saúde pública e epidemiológica, zoonoses mais comuns em cães e gatos na saúde populacional e poder público na prevenção e combate as zoonoses. Em seguida serão expostos os resultados, discussão e conclusão.
1 Revisão bibliográfica
 
1.1 Natureza Jurídica dos Animais
De acordo com o artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil, cães e gatos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabendo ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-los e preservá-los para às presentes e futuras gerações. Para assegurar a efetividade deste direito incube ao Ministério Público: proteger a fauna e a flora (ACKEL FILHO, 2001).
Monotoro (1999) ressalta que a responsabilidade sobre o controle da população de animais recai sobre a secretaria municipal do meio ambiente e os órgãos executores de controle de zoonoses, cuja criação e atribuições encontram-se regulamentas por lei.
Conforme o artigo 211 da Lei Orgânica Municipal de Carangola- MG: Cabe ao poder público através de seus órgãos de administração direta, indireta e fundacional:
 I-Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais das espécies e dos ecossistemas.
 V-Proteger a Fauna e a Flora. São vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica,as que provoquem extinção da espécie ou as que submetem os animais a crueldades.
1.2 Saúde Pública e Epidemiologia
A saúde pública trabalha para o bem-estar dos seres humanos e animais; dessa maneira há diversas ramificações dentro desta ciência, como a epidemiologia, que dá suporte à mesma para a avaliação de medidas de profilaxia, fornecendo pistas de diagnóstico de doenças transmissíveis e não transmissíveis e verificando hipóteses de causa das enfermidades. A associação internacional de epidemiologia trata a saúde pública como sendo o estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas (GOLDBAUM, 2003).
1.3 Conceito de Zoonose
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) zoonoses são doenças ou infecções transmitidas entre animais vertebrados e o homem, tendo grande prevalência em países em desenvolvimento. Em países mais pobres nota-se um grande aumento populacional de animais errantes motivados por grandes aglomerados urbanos e baixos aspectos socioeconômicos e ambientais, desse modo contribuindo para uma péssima qualidade de vida junto a propagação e manutenção de doenças (LANGONI, 2004).
De acordo com Langoni (2004) existem descritos pelo menos 150 doenças zoonoticas conhecidas, de modo que algumas como a raiva, leptospirose, toxoplasmose e leishmaniose são de grande importância para a saúde pública.
1.3.1 Zoonoses mais comum em cães e gatos
 Animais domésticos podem transmitir doenças ao homem. Tais Doenças podem ser transmitidas por bactérias, parasitas ou vírus, apresentando diferentes formas de transmissão (VELHO, 2010).
1.3.1.1 Raiva
Para Oportp (2010) a Raiva é uma zoonose viral, caracterizada como uma encefalite progressiva aguda e letal. O agente etiológico é o Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, podendo acometer animais domésticos e silvestres. A transmissão ocorre pela saliva, mordida, arranhaduras, lambeduras e inalação de aerossóis.
1.3.1.2 Dermatofitoses
É uma micose superficial causada por fungos denominados Dermatófitos. Estes fungos existem normalmente no solo e sob determinadas condições podem parasitar os animais e os homens. É uma zoonose que ocorre pelo contato do homem com o animal (CARVAVLHO, 2010).
1.3.1.3 Esporotricose
Segundo Ferreiro (2007) é uma zoonose fúngica de grande desafio para a medicina veterinária, principalmente no estado do Rio de Janeiro. que pode infectar animais e humanos. É uma micose cutanea causada pelo fungo Sporothrix schenkii que acomete principalmente gatos. A transmissão ocorre por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele com um animal infectado.
1.3.1.4 Toxoplasmose
É uma zoonose de maior prevalência em todo o mundo causada pelo protozoário Toxoplasma Gondii, o qual tem como hospedeiro definitivo o gato. É transmitida ao homem através da ingestão de oocistos proveniente das fezes do gato, podendo estar presentes em alimentos, agua contaminada e caixas de areia (KAWAZOE, 2005).
1.3.1.5 Giardíase
Para Gonçalves (2011) esta patologia é uma zoonose de elevado interesse devido a forma simples que se dá a infecção no homem. Causada pelo protozoário Giardia. A contaminação dos animais ocorre em canis e gatis e a transmissão se dá através da ingestão de cistos estes eliminados por animais infectados, contaminando a água, verduras, frutas e fômites.
1.3.1.6 Leptospirose
Zoonose que acomete na maioria das vezes a população com baixas condições socioeconômicas pois esta tem maior contato com o reservatório (roedores), devido as condições precárias do saneamento do local habitado. É causada pela bactéria do gênero Leptospira, atingindo animais domésticos e silvestres. Os seres humanos assim como os cães adquirem leptospirose através do contato com a agua contaminada e mordeduras. (MORIKAWA, 2010).
1.3.1.7 Sarna Sarcóptica
Para Monteiro (2007) esta patologia além de ser altamente contagiosa é também uma zoonose de distribuição mundial e não apresenta aspecto sazonal. Sua transmissão se dá diretamente pelo contato com animais infectados por ácaros sarcoptes scabiei ou indiretamente por ambientes e fômites.
1.3.1.8 Toxocaríase
Zoonose também chamada de Síndrome da Larva Migrante. Causada pelo agente Toxocara Canis frequentemente encontrado no intestino. O contagio humano se dá pela ingestão de ovos larvados presente no solo poluído, em objetos e em mãos contaminadas por fezes de animais parasitados (NEVES et al., 2000).
1.3.1.9 Leishimaniose
É uma zoonose causada pelo protozoário Leishmania Infantum Chagasi. A transmissão ao homem ocorre a partir de animais silvestres ou cães domésticos, que funcionam como fonte de infecção. As fêmeas do mosquito flebótomo (mosquito palha) podem picar animais doentes, transmitindo assim o agente aos humanos (BARRETO, 2006).
1.3.1.10 Equinococose / Hidatidose
	Para Andersen (1997) equinococose se refere à infecção nos cães provocada pelo parasito adulto, enquanto a hidatidose se refere à infecção no homem e em outros animais provocada pela larva do parasito Echinococcus ssp. O homem se infecta ao ingerir os ovos do parasito em vegetais ou pela água contaminada, ou também pelo contato estreito com o cão portador, ou seja, ao manipular os cães e levar a mão na boca, sem higiene adequada.
1.3.2 Medidas de Prevenção e Combate às Zoonoses
De acordo com Bastos (2013) para que uma ação sanitária possa ser desenvolvida com vistas ao combate a uma doença é indispensável a efetivação de medidas capazes de antagoniza-las. Dessa forma torna-se de grande importância a atuação na saúde pública através de órgãos de vigilância sanitária e epidemiológica. O controle de zoonose ocorre mediante a ações educacionais e ações saneadoras, porem efetivamente através da conscientização da população.
Quanto a cães e gatos de rua a medida preventiva baseia-se na: esterilização cirúrgica, educação dos proprietários relacionada com posse responsável, vacinação e vermifugação frequente dos animais (FELTRIM, 2014).
1.4 Benefícios epidemiológicos do Controle Reprodutivo de Cães e Gatos na Saúde Populacional
 De acordo com Arca Brasil (2004) cães e gatos têm um papel de extrema importância no ciclo biológico das zoonoses. A superpopulação canina e felina é um problema que abrange diversos países em maiores ou menores proporções. Por se tratar de espécie multípara, os cães e gatos demonstram difícil controle populacional, refletindo em um número superior de animais errantes do que o de pessoas para acolhê-los.
A castração dos animais errantes se apresenta como alternativa eficaz no controle populacional pois colabora com a redução da natalidade sem agredir os direitos e bem-estar do animal além de reduzir significativamente as chances de contaminações infectocontagiosas, contribuindo para a preservação da saúde pública (CORRÊA, 1998).
 
1.5 Poder Público na Prevenção e Combate das Zoonoses
A política criada pelo poder público para proteger os animais urbanos propõe diminuir os gastos governamentais e evitar doenças, no entanto o abandono de animais residenciais pode gerar problemas na saúde pública (SILVA, 2013).
 A atuação do poder público junto às Organizações não Governamentais (ONG) tem como intuito direcionar recursos para o tratamento e fiscalização dos animais errantes, bem como conscientizar a comunidade acerca de programas de adoção e de esterilização de animais de rua (MASUQUETTI, 2013).
As políticas públicas precisam ser eficientes e estar voltadas para o bem-estar animal, assim ira prevenir gastos econômicos desnecessários ao município. É preciso que haja parcerias entre município e ONGs para que seja possível a elaboração de projetos educacionais e ambientais que busquem prevenir a disseminação de doenças e o abandono de animais (SILVA, 2013).
Para Masuquetti (2013) a ausência de políticas públicas especificas de defesa e proteção aos animais pode culminar no aumento de gastos econômicos com segurança, saúde pública e ambiental. De maneira descabida as entidades protetoras que ao invés de oferecerapenas um suporte acabam por fazer o papel do poder público de resolver o problema.
2 Metodologia
Durante os meses de março a abril de 2019 foram entrevistadas no total 323 pessoas, sendo que 273 se declararam proprietárias de cães e /ou gatos. Os indivíduos responderam o questionário online através do aplicativo Survey Monkey e ainda se tornaram cientes da pesquisa por meio de um termo de responsabilidade, os quais foram aleatoriamente selecionados através de suas respectivas contas em redes sociais na internet. 
 	Foram questionados proprietários ou não de cães e gatos de diferentes cidades, idades, culturas e classes sociais. O estudo foi realizado como parte integrante das atividades de conclusão de curso e desenvolvido mediante à disciplina de epidemiologia ministrada pela Universidade Iguaçu Campus V. Itaperuna – RJ, Curso de Medicina Veterinária. O questionário foi elaborado pelo discente junto ao seu orientador.
A coleta de informações se deu pela formulação de 10 questões, no qual abordou assuntos tais como: o levantamento populacional canino e felino, a percepção e ação da população acerca de cães e gatos e, finalmente, sobre o conhecimento e atitudes dos proprietários para com seus animais de estimação. Os dados quantitativos da pesquisa serão representados através de figuras, gráficos e tabelas de modo que estes dados serão posteriormente analisados descritivamente. 
3 Resultados e Discussão 
Em relação a quantidade populacional de cães e gatos nos bairros dos respectivos entrevistados, 85,13% (275) consideraram de média a alta população, e apenas 14,87% (48) consideraram de baixa. Isso representa uma alta probabilidade de transmissão de doenças, uma vez que estes tantos animais de rua vêm a aumentar as possibilidades de contatos com o homem (figura 1; gráfico A). 
De acordo com as possibilidades de cães e gatos transmitirem doenças ao homem, 88,24% (285) afirmaram acertadamente que estes animais podem sim repassar doenças aos seres humanos, mas 11,76% (38) afirmaram o contrário. Apesar do erro ser expressivamente menor, este valor representa aproximadamente 24 milhões de pessoas no Brasil o que se torna epidemiologicamente muito preocupante (figura 1; gráfico B). 
Figura 1. Percepção dos entrevistados em relação ao número populacional de cães/gatos em seus respectivos bairros (A), percepção da população quanto a possibilidade de cães/gatos em transmitir zoonoses (B).
Quanto ao manejo sanitário (vacinação, vermifugação e aplicação de antiectoprasitas), 68,49% (187) afirmaram realiza-lo corretamente, em contrapartida 26,35% (72) relataram que não o realiza em sua totalidade, e ainda apenas 5,12% (14) disseram sequer realizar o protocolo de manejo sanitário (gráfico C).
Gráfico C. Percepção do proprietário quanto à prática do manejo sanitário em cães/gatos.
Quanto a percepção dos entrevistados acerca da castração de animais de rua, 95,66% (309) disseram ser a favor da esterilização de animais errantes, sendo que este resultado se levou em conta apenas o ‘’sim’’ como resposta. De acordo com o motivo da resposta, apenas 34,98% (113) responderam de forma lógica e acertada, os quais são a favor da castração pois a ‘’mesma irá diminuir a população de cães e gatos e consequentemente a probabilidade de zoonoses’’. No entanto 60,68% (196) responderam de forma errada e emotiva, dizendo que são favoráveis a castração pois ‘’não haverá cães e gatos sofrendo’’. Ainda 4,34% (14) disseram ser contra a esterilização pois “ a castração ira maltratar os animais”, o que não condiz com a verdade, pois a esterilização teria um papel fundamental no bem-estar animal e na preservação da saúde pública (figura 3; gráfico D / gráfico E).
Figura 2. Percepção da população quanto a castração de cães/gatos de rua (D), motivos que levaram os entrevistados a serem favoráveis a castração de cães/gatos de rua (E).
Em relação a castração de cães e gatos de proprietários nota-se uma grande contrariedade, uma vez que 95,66% (309) relataram ser a favor da castração de animais errantes, mas ná pratica dos que possuem animais de companhia apenas 56,41% (154) disseram que seus animais são todos castrados. Em contrapartida 10,62% (29) disseram que nem todos seus animais são castrados, e 32,96% (90) afirmaram que nenhum de seus animais são esterilizados (gráfico F).
Gráfico F. Atitude dos proprietários quanto a castração de seus animais.
Em referência de quem é a responsabilidade legal dos animais de rua 63,13% (204) demonstraram ter um conhecimento equivocado quanto ao tema, sendo que 33,87%(109) responderam erradamente e ainda 29,26% (95) sequer sabiam que poderia existir um responsável legal. Este resultado demonstra mais uma vez a ineficiência do poder público o qual é o responsável legal (secretária do meio ambiente), mas não o faz por merecer tal função. Em contrapartida somente 37,87% (119) responderam acertadamente à questão, mas é notável a falta de conhecimento das pessoas acerca do tema proposto (gráfico G).
Gráfico G. Responsabilidade legal de cães e gatos de rua.
Dentre as doenças zoonóticas listadas, apenas 34,15% (110) responderam acertadamente que a Cinomose não seria transmitida do animal para o homem. Esse acerto representa que parte da população está antenada sobre as principais zoonoses acerca de cães e gatos. No entanto 30,65% (99) erraram a questão, sendo que desta última, 3,97% (13) afirmaram que a sarna não seria repassada do animal para o homem, fato muito preocupante pois esta patologia esta dentre as mais comuns que causa danos ao homem. É notável que esta pequena parcela da população está totalmente desinformada e ainda podem contribuir de forma direta, gerando riscos à saúde pública. Finalmente, 35,29% (114) sequer sabiam responder, demonstrando falta de conhecimento sobre o tema proposto (gráfico H).
Gráfico H. Percepção da população quanto as doenças com potencial zoonótico.
Em relação a adoção de cães e gatos de rua, 88,54% (286) disseram que caso tivessem condições adotariam um cão e ou gato de estimação. Em contrapartida apenas 11,46% (37) afirmaram que mesmo tendo condições jamais seriam proprietários de caninos e /ou felinos. O resultado deste tema confirma a grande influência destes animais em companhia ao convívio humano (gráfico I). 
Gráfico I. Atitude da população quanto a adoção de cães e gatos de rua.
Em relação ao censo populacional de cães e gatos, observou-se claramente a supremacia quantitativa tanto do número de proprietários de cães em relação ao de gatos quanto do número populacional de caninos em relação ao de felinos. 
Dos 323 entrevistados, 148 (45,82%) disseram ser proprietários somente de cães; 39 (12,07%) somente de gatos; 86 (26,62%) de cães e gatos e 50 (15,47%) relataram não serem proprietários de animais. Quanto a população de cães e gatos nas residências dos entrevistados, o estudo mostrou que do total de 674 animais, 555 (82,34%) são cães e 119 (17,65%) gatos, certificando o quão influente é a presença de cães e ou gatos nas residências dos brasileiros, demonstrando ainda que há pelo menos duas vezes a mais o número de cães do que gatos para cada proprietário (figura 3: Gráficos J e K; tabela 1).
Figura 3. Número de proprietário de cães e gatos (J), número de cães e gatos domiciliares (K). 
	Relação animal (cães e gatos) e proprietário
	Cão/ Proprietário
	2:1
	Gato/ Proprietário
	1:1
Tabela 1. Arquivo pessoal.
 
Considerações finais
Os resultados obtidos no presente estudo reforçam, mediante a alta taxa populacional de cães (principalmente) e de gatos em relação ao homem, a necessidade do serviço público de intensificar a realização de projetos políticos, afim de preservar a saúde pública contra zoonoses. Os tais projetos que podem ser implementados são: programas sanitários urbanos acerca dos animais de rua como o (acolhimento, castração e vacinação antirrábica) e programas educacionais direcionados aos proprietários ou não através de palestras e promoção de saúde em escolas, PSFe câmara de vereadores, orientando-os da importância do conhecimento da prática da castração, dos riscos de zoonose e das condutas corretas do manejo sanitário (vacinação, vermifugação e combate ectoparasitas). 
Referências
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ANDERSEN, F. L. Compedium on cystic echinococcosis in Africa and in Middle Eastern countries with special reference to Morocco. Provo Brigham, 1997. 345p.
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BASTOS, A. L. F. Estudo da dinâmica populacional e das estratégias de manejo da população canina no município de itabirito, mg, Brasil de 2007 a 2011. 2013. 143 f. Tese (Doutorado em Ciência Animal) – Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2013.
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. 
MASUQUETTI, A. Políticas públicas de proteção e defesa dos animais urbanos: o caso de Sapucaia do Sul (RS). 2013. Disponível em: http://www.fee.rs.gov.br/wp-content/uploads/2014/05/201405267eeg-mesa24- politicas publicas proteção defesa animais publicas.pdf. Acesso em: 2 mar. 2019.
VELHO, Sirley. V. Quem tem medo de zoonose? Primeira Parte. 2010. Disponível em: http://skonbull.blogspot.com.br/2010/10/as-zoonose-primeira-parte.html. Acesso em: 15 fev. 2019.
WEBSTER, J. P. et al. One health-na ecological and evolutionary framework for tackling Neglected Zoonotic Diseases. Evolutionary Applications, v.9, p.313-332, 2016.
Apêndice 1
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro por meio deste termo que concordei em participar do questionário online para a presente pesquisa intitulada como Censo populacional canino e felino; Análise da convivência e percepção humana diante da relação humana/animal. Afirmo que aceitei participar por minha própria vontade, de forma anônima e sem receber qualquer incentivo financeiro. O acesso e a análise dos dados coletados se farão apenas pelo pesquisador, orientador e coordenador.
Apêndice 2
QUESTIONÁRIO
Como você considera a população de cães e gatos no seu bairro?
Alta
Média
Baixa
Cães e Gatos podem transmitir doenças ao homem?
Sim
 Não
Quanto ao manejo sanitário (responder somente se tiver cão e / ou gato).
Você vacina anualmente/ vermífuga semestralmente/ aplica antipulgas e anticarrapaticidas mensalmente em seu cão e gato. 
Você apenas vacina anualmente
Você apenas vermífuga semestralmente
Você apenas aplica antipulgas e anticarrapaticidas mensalmente
Você não vacina anualmente / não vermifuga semestralmente / não aplica antipulgas e anticarrapaticida mensalmente.
Você é a favor da castração de cães e gatos de rua?
 Sim, pois irá diminuir o número de cães e gatos de rua e logo diminuirá a probabilidade de transmissão de doenças do animal para o homem.
 Sim, pois não haverá cães e gatos de rua sofrendo
 Não, pois a castração é maltrato aos animais
 Não, pois a castração não tem nenhuma utilidade pública
Tanto faz
Quem é o responsável LEGAL pelos cães e gatos de rua?
 Secretaria do meio ambiente
 Secretaria de Saúde
 Presidente do bairro
 Ninguém
 Não sei
Qual das doenças abaixo NÃO é transmitida do animal para o homem
 Cinomose
 Raiva
 Leishimaniose
 Sarna Sarcóptica
 Esporotricose
 Verminose
 Não sei
Se tivesse condições você dotaria um cão e ou gato de rua?
SIM (Cão e o gato)
 SIM (Só o cão)
 SIM (Só o gato)
 NÃO
Você é proprietário de cão?
 SIM (1 cão)
 SIM (2 cães)
 SIM (3 cães)
 SIM (4 cães)
 SIM (5 cães)
 SIM (mais de 5 cães)
 NÃO
Você é proprietário de gato?
 SIM (1 gato)
 SIM (2 gatos)
 SIM (3 gatos)
 SIM (4 gatos)
 SIM (5 gatos)
 SIM (mais de 5 gatos)
 NÃO
Seu cão e /ou gato é castrado? (Responder apenas se tiver cão e ou gato)
SIM (todos são)
NÃO (nenhum é castrado)
Nem todos são castrados