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Caracterização geral: O osso é formado por tecido conjuntivo especializado e sua matriz extracelular é calcificada. Apesar da dureza, é um tecido dinâmico, pois troca constantemente de forma. Suas funções básicas: Estrutura básica de sustentação e proteção de muitos órgãos, como o encéfalo, coração, pulmões; serve também, de alavanca para os músculos. Constitui um reservatório de minerais (como cálcio, potássio) do corpo. Tem função de hematopoese, já que dentro dos ossos fica abrigado a medula óssea vermelha que produz células vermelhas do sangue (hemácias). Obs. O cálcio é fundamental na manutenção de inúmeras atividades de enzimas, na permeabilidade de membranas, coagulação sanguínea, por exemplo. Para cumprir seus papéis, a concentração de cálcio no sangue deve estar entre 9 e 11 mg/dl. Tecido conjuntivo Ósseo: Formado por células e matriz intercelular. Matriz óssea: Substância extracelular calcificada que banha os Osteócito. Possui constituinte orgânico e inorgânico. A matriz tem extrema importância, pois nela estão contidas substâncias que atuam nutrindo e ligando as células. Células dos ossos: Osteoprogenitoras: localizam-se na camada celular interna do periósteo, revestindo os canais de Havers e o endósteo. Derivadas do mesênquima embrionário, podem diferenciar-se em osteoblastos e em células condrogênicas. Morfologia: fusiformes, núcleo oval, reticulo endoplasmático rugoso escasso e Complexo de Golgi pouco desenvolvido, abundancia de ribossomos. São ativas no período de crescimento ósseo. Osteoblastos: (do grego osteor, osso; Blasto, célula jovem) Localizam-se na superfície do osso. Função: Sintetizar componentes orgânicos da matriz óssea (colágeno, proteoglicanos, glicoproteinas). Origem: provenientes de células osteoprogenitoras (células do mesenquimal indiferenciada). Morfologia: Abundância de reticulo endoplasmático granuloso e vesículas de secreção, Complexo de Golgi bem desenvolvido. Obs. A sua forma e composição do citoplasma está associada á sua função. Desta forma, o REG é bem desenvolvido devido a sua função de síntese protéica, por exemplo. Seu citoplasma é basófilo, quando está ativamente secretando matriz extracelular. Prolongamentos curtos: possibilitam comunicação com os osteoblastos vizinhos. Prolongamentos curtos: possibilita a comunicação com os osteócitos (que também possui prolongamentos). Em sua membrana possui receptores para o hormônio paratireoidiano: quando o hormônio se liga ao receptor, estimula os osteoblastos a secretarem o ligante osteoprotegerina e o fator osteoclastoestimulante. Ligante osteoprotegerina: induz a diferenciação de pré-osteoclastos em osteoclastos. Fator osteoclastoestimulante: ativa os osteoclastos a reabsorverem osso. Obs. Quando os osteoblastos deixam de produzir matriz passam a ser denominadas células de revestimento ósseo. Após a exorcitose de substancias que compõem a matriz óssea , os osteoblastos ficam banhados e aprisionados nesta matriz passando a serem chamados de osteocitos, e o espaço que ocupa , de lacuna. Osteóide: delgada camada não-calcificada que separa os osteócitos e osteoblastos da substancia calcificada. A membrana dos osteoblastos também é rica em fosfatase alcalina. Os altos níveis desta enzima são observados durante a formação dos ossos, desta forma o acompanhamento dos índices de fosfatase alcalina no sangue nos indica se há crescimento ou não dos ossos. Osteócitos: localizam-se em lacunas dentro da matriz óssea calcificada. Origem: São células maduras derivadas dos osteoblastos. Morfologia: Núcleo achatado, citoplasma pobre em organelas, REG escasso e Complexo de Golgi muito reduzido.das suas lacunas irradiam canalículos . São prolongamentos citoplasmáticos que matem contato com prolongamentos de células vizinhas, estabelecendo junções comunicantes. Estas possibilitam o movimento de íons, moléculas, hormônios e produtos do catabolismo entre células. Nutrição: através do fluido dos canalículos que transportam nutrientes aos osteócitos. Função: secretar substâncias para manutenção do osso e liberação de substâncias para o recrutamento de pré-osteoblastos para remodelação do osso. Osteoclastos: ( do grego klastos, quebrar , destruir) Localizam-se nas lacunas de Howship (região de reabsorção óssea) Origem: derivadas de progenitores granulócitos –macrófagos (medula óssea). Função: são responsáveis pela reabsorção óssea, após isso sofrem apoptose. Morfologia: células grandes,móveis e multinucleadas (podem ter até 50 núcleos), citoplasma acidófilo . Os osteoclastos possuem um precursor em comum com monócitos, a célula progenitora granulócitos – macrófago. Esta é estimulada pelo ligante osteoprotegerina (OPET) para entrarem em mitose.Na presença de osso, esses precursores se fundem , produzindo osteoclastos multinucleados. Sua atividade é coordenada pelos hormônios calcitonina e paratormônio e por citocinas.A Zona basal é circundada com prolongamentos vilosos da superfície dos osteoclastos ,contém a maior parte das organelas, mas contem muitos filamentos de actina. È o local de adesão do osteoclasto com a matriz óssea. Estrutura do osso: Podem ser classificados de acordo com sua forma em: Ossos longos: mais compridos do que largos, um exemplo o úmero. Ossos curtos: aproximadamente a mesma largura e comprimento (ex: carpo) Ossos planos: achatados, delgados (ex.esterno) Ossos irregulares: formas variadas que não se encaixam em nenhuma das classificações anteriores. (ex:esfenóide) Ossos Sesamóide: formam-se dentro de tendões (ex:patela). Observações Macroscópicas Diáfise: corpo do osso é coberta pelo periósteo. Formada por um cilindro oco compacto que rodeia a cavidade medular. Obs. Não há periósteo em superfícies com cartilagem articular. Epífise: São extremidades articulares. Suas regiões centrais são formadas por placas de osso esponjoso e sua superfície externa por osso compacto, e na cavidade entre placas de ossos esponjoso há uma membrana revestora, o endósteo. Obs. No osso esponjoso da epífise de alguns ossos fica a medula óssea vermelha _ responsável pela produção de células do sangue (função hematopoiética). Placa epifisária: separa a diáfise da epífise .Responsável pelo crescimento do osso em comprimento. No momento do desenvolvimento é cartilaginoso, após o crescimento torna-se ossificado. Periósteo: Dupla camada de tecido conjuntivo fibroso que reveste os ossos. A camada fibrosa externa é suprida por vasos sanguíneos e nervos, e a camada mais interna é fixada ao osso a partir das fibras de Sharpey. Endósteo: tecido conjuntivo delgado especializado, que reveste a cavidade central do osso, composto por uma camada de osteoblastos e osteoprogenitoras. Cavidade medular: abriga a medula óssea amarela, é usada como reserva de gordura. Classificação Macroscópica: Osso compacto = denso (não há cavidades visíveis) Osso esponjoso= poroso (distribuição irregular de fibras) Desenvolvimento do osso Sua formação pode ocorrer de duas maneiras: intramembranosa ou endocondral, porém o osso e sua composição é a mesma para ambos. Ossificação Intramembranosa: (basicamente, ossos do crânio e da face) Ocorre, em sua maioria, em ossos chatos, nos tecidos mesenquimatoso (do mesoderma) que é altamente vascularizado e suas células mantêm contato por prolongamentos. Primeiro ocorre a formação de uma matriz orgânica (através dos fibroblastos) que tem fibras colágenas. Ocorrem dentro do tecido mesenquimatoso, suas células (osteoprogenitoras) diferencia-se em osteoblastos, que secretam a matriz óssea e cobrem a superfície de espículas e trabéculas. As espículas são formadas a partir da calcificação de substância intersticial entre fibrilas. esta região é chamada de centro primário de ossificação. Muitas camadas de osso vão sendo depositadas , tornando as espículas mais densas , e prendem os osteoblastos em lacunas. Após seu aprisionamento, há uma redução da atividade mitótica e formação de um sistema de comunicação entre as células, que agora são denominadas osteócitos(células maduras). Obs. O tecido conjuntivo vascularizado, nos interstícios, transforma-se em medula óssea, após a formação de uma rede de trabéculas. Trabéculas são espículas bem desenvolvidas que se irradiam em todas as direções, unindo-se e formando uma rede, o osso esponjo. Se continuarem a se espessare depositar ossoforma-se o osso compacto, após todos os espaços entre s trabéculas serem substituídos por osso. As superfícies externas são recobertas por periósteo, camada de células osteoprogenitoras, seu aumento na atividade provoca o aumento no osso em espessura. Ossificação Endocondral: As células mesodérmicas se transformam em células produtoras de cartilagem antes da formação do osso. Ocorre a ossificação de “modelos de cartilagem hialina” que são formados nos estágios iniciais do embrião. O Pericôndrio é uma membrana de tecido conjuntivo fibroso que reveste este modelo que dará forma ao futuro osso. O inicio da ossificação se dá com a transformação deste pericôndrio num periósteo, isto se deve ao acumulo de osteoblastos na sua superfície interna. Então, as células do periósteo começam a depositar osso compacto na periferia da diáfise, encasulando a sua cartilagem. Enquanto isso, as células do interior da diáfise aumentam e a matriz de cartilagem é reduzida a finos tabiques e espículas que começam a se calcificar. Isto prejudica a nutrição das células cartilaginosas, provocando sua morte e degeneração, deixando espaços ocos na matriz calcificada. Daí, alças capilares são formadas a partir dos vasos sangüíneos do periósteo que transportam células osteoprogenitoras para os espaços deixados na matriz calcificada. A região da diáfise onde ocorre esse processo é chamada de centro primário de ossificação e forma-se nos estágios primários do embrião. Os centros secundários de ossificação aparecem nas epífises quando as células cartilaginosas aumentam de tamanho e a matriz se calcifica, é formado pouco tempo após o nascimento. As únicas cartilagens que permanecem são: uma camada delgada que dá origem a cartilagem articular, e outra mais espessa, a cartilagem ou disco epifisário. Crescimento e reparação Óssea: Está associada com a reabsorção do osso já formado,mantendo a forma enquanto crescem. Papel metabólico do tecido ósseo: Valor normal de cálcio no sangue (calcemia):entre 85 e 110 mg/l O esqueleto é o reservatório de cálcio do corpo, cerca de 99% do cálcio do corpo encontra-se nos ossos. Para manter a homeostase, o sangue e os ossos deve estar em freqüente troca desse íon, mantendo constante esta taxa. Há um mecanismo de transferência puramente físico, em que os íons do cristal de hidroxiapatita são passados para o liquido intersticial, e daí para o sangue. Outro mecanismo é a partir da ação do hormônio paratormônio sobre o tecido ósseo, aumentando a quantidade de osteoclastos e conseqüente reabsorção da matriz óssea. A calcitonina inibe a reabsorção da matriz óssea. Sistema Muscular Caracterização geral: Tecido constituído por células alongadas com filamentos citoplasmáticos de proteína contráteis. São originadas na mesoderme e sua diferenciação ocorre com a produção de proteínas filamentosas, junto com o alongamento das células. São classificadas de acordo com sua morfologia e função, são três tipo: Músculo liso: Contração lenta, involuntária. Este músculo compõe a parede de vários órgãos. Suas células são revestidas por lamina basal e mantidas a uma rede de fibras reticulares. São espessas no centro afinando-se as extremidades, com um núcleo central e único. Hipertrofia: dar-se pelo aumento do tamanho das fibras musculares Hiperplasia: dar-se pelo aumento da quantidade de fibras musculares. A contração do músculo se dá a partir da contração de algumas fibras que se transforma na contração do músculo devido ao amarramento delas através de fibras reticulares. Estes músculos têm conexões com o sistema nervoso simpático e parassimpático através de fibras. A inibição da contração, em alguns órgãos, é provocada pelas terminações adrenérgicas (neurotransmissor noradrelina), e o estímulo a partir de terminações colinérgicas (neurotransmissor acetilcolina), atuam de forma antagônica. Obs. Tem capacidade de sintetizar colágeno II(fibras reticulares), fibras elásticas e proteoglicanos. Músculo estriado esquelético: fixada nos ossos , é estriado ( possui bandas transversais alternadamente claras e escuras).Células cilíndricas longas , com muitos filamentos (miofibrilas) e multinucleada (localizam-se na periferia da célula) . As fibras são originadas da fusão de células embrionárias , mioblastos. O diâmetro das células musculares Organização: Endomísio: Envolve a fibra muscular, é composta pela lamina basal da fibra muscular associada a fibras reticulares. Perimísio: Envolve um conjunto de fibras musculares, o septo. Epimísio: Camada de tecido conjuntivo que reveste um conjunto de feixes de fibras musculares. O tecido conjuntivo permite manter as fibras unidas, fazendo com que a contração individual destas, atue sobre o músculo e seja transmitido a outras estruturas como tendões e músculos. Com contrações rápidas e de controle voluntário. Mecanismo de contração: Consiste num deslizamento de filamentos uns sobre os outros. Existem quatro tipo de filamentos: actina, miosina,tropomiosina,troponina. Músculo estriado cardíaco: células alongadas e ramificadas, que se unem por discos intercalares. Contração involuntária, vigorosa e rítmica. Apresenta estriações transversais, mas com um ou dois núcleos centrais, diferente do músculo estriado esquelético que possui vários núcleos. Nos discos intercalares há três partes: Zônula de adesão: responsável pela união dos filamentos de actina. Desmossomos: unem as células musculares impedindo que elas se separem na contração. Junções comunicantes: responsável pela passagem de íons de uma célula a outra. O músculo cardíaco possui numerosas mitocôndrias, cerca de 40% do volume citoplasmático, isso ocorre devido ao intenso metabolismo celular. As contrações dos átrios e ventrículos ocorre de forma sincrônica e rítmica devido a uma rede de células musculares modificadas (acopladas as outras células), que geram e conduzem o estímulo cardíaco. Regeneração muscular: Os três tipos de músculo do corpo têm diferenças na regeneração muscular. O músculo cardíaco não se regenera. Se ocorrer lesão, os fibroblastos produzem fibras colágenas formando uma cicatriz de tecido conjuntivo. O músculo esquelético tem uma pequena capacidade regenerativa(pois as fibras não se dividem ) devido às células satélites. Apos a lesão, elas são estimuladas a divisão mitótica, e se fundem formando novas fibras musculares. O Células satélites: encontra-se dentro da lamina basal, dispostas paralelamente as fibras musculares, são mononucleadas, fusiformes (alongado e com extremidades estreitas), considerados mioblastos inativos. músculo liso tem maior capacidade de Regeneração. Após a lesão, as células musculares entram em mitose reconstituindo o tecido. Referências: JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, Jose. Histologia básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004 GARTNER, Leslie P; HIATT, James L; VUGMAN, Ithamar. Tratado de histologia em cores. 2. ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
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