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FIXAÇÃO BIOLÓGICA DO NITROGÊNIO I- INTRODUÇÃO O nitrogênio é o quarto elemento mais abundante nas plantas, superado apenas pelo carbono, oxigênio e hidrogênio. É constituinte essencial de aminoácidos, proteínas, bases nitrogenadas, ácidos nucléicos, hormônios e clorofila, entre outras moléculas. A maioria das plantas obtém o nitrogênio do solo sob a forma de íon nitrato (NO3-), havendo algumas que o absorvem sob a forma de íon amônio (NH4+). O nitrogênio pode ser um nutriente crítico para as plantas porque seu suprimento no solo é limitado e, além disso, ele também é utilizado pelos microrganismos que habitam esse solo. Embora constitua quase 80% da atmosfera terrestre, o nitrogênio gasoso, N2, é quimicamente inerte a temperaturas comuns, e, diferentemente de outros elementos que ocorrem na natureza, suas reservas minerais são relativamente raras. Na natureza, somente um pequeno número de microrganismos, denominados diazotróficos ou fixadores de nitrogênio, é capaz de reduzir nitrogênio atmosférico a amônia. No entanto, os organismos eucariontes são incapazes de absorver o N2 e convertê-lo a uma forma assimilável. Assim, o N2 move-se para dentro da planta através dos estômatos, saindo logo em seguida, sem que possa ser utilizado. II - Fixação industrial - temperaturas de 400-600oC - pressões de 100-200 atm Reação: N2 + 3 H2 ---> 2 NH3 •Requer uma elevada energia de ativação. III - A Fixação Biológica Realizado pelo complexo protéico da nitrogenase, a enzima que catalisa a reação. Devido a presença de um sistema enzimático, a reação pode ocorrer à temperatura ambiente e pressão atmosférica. Reação: N2 + 16 ATP + 8 e- + 8H+ ---> 2 NH3 + H2 + 16 ADP + 16 Pi. IV - ORGANISMOS FIXADORES DE NITROGÊNIO Procariontes que possuem a enzima nitrogenase. Os organismos fixadores podem ser: -de vida livre - viver em associações Bactérias Autotróficas - Thiobacillus ferrooxidans - Rhodospirillum rubrum - Gloeothece, Oscillatoria, Plectonema, Anabaena, Nostoc Bactérias Heterotróficas - Clostridium pasteurianum - Klebsiella pneumoniae - Azotobacter vinelandii TABELA 2: Exemplos de organismos fixadores de nitrogênio que formam associações. Procarionte Fixador Eucarionte Associado Rhizobiaceae Azorhizobium, Bradyrhizobium, Rhizobium Leguminosas Papilionoideae, Caesalpinioideae, Mimosoideae e Parasponia (Ulmaceae) Actinomycetales Frankia Plantas Actinorrizas Elaeagnus, Myrica, Alnus, Casuarina Cianobactérias Anabaena, Nostoc Angiospermas (Gunnera), Gimnospermas (Macrozamia), Pteridófitas (Azolla), Briófitas (Sphagnum), Diatomáceas (Rhizosolenia), Fungos (liquens) e Esponjas (Siphonochalina) Azospirillum Beijirinckia Bacillus Azotobacter Gramíneas Tabela 3. Hospedeiros de Rhizobium e Bradyrhtzobium V- A SIMBIOSE COM AS GRAMÍNEAS √ Milho, arroz e trigo - bactérias do gênero Azospirillum. √ Cana-de-açúcar - bactérias do gênero Beijirinckia √ Grama batatais (Paspalum notatum) Azotobacter paspali √ Determinados cultivares de trigo com espécies do gênero Bacillus. VI- FIXAÇÃO SIMBIÓTICA DE NITROGÊNIO EM LEGUMINOSAS - O gênero Azorhizobium com o gênero Sesbania -Bradyrhizobium japonicum com Glycine max (soja) - Rhizobium meliloti com Medicago sativa (alfafa) - Rhizobium leguminosarum biovar viciae com Vicia faba e com Pisum sativum (ervilha) - Rhizobium leguminosarum biovar phaseoli com Phaseolus vulgaris (feijão). - As bactérias vivem saprofiticamente no solo quando em liberdade. - A presença de uma planta hospedeira é percebida por sinais químicos, principalmente pelos flavonóides liberados pelas raízes. - Devido à ação dos flavonóides, as bactérias são atraídas em direção às raízes, por um quimiotaxismo positivo e, produzem um composto denominado Fator NOD (fator de nodulação). (Especificidade) O Fator NOD é responsável, entre outras coisas, pelo reconhecimento entre bactéria e planta hospedeira e pela indução de uma intensa divisão celular na córtex da raiz. FIGURA 1: Início da formação de nódulo radicular em uma planta leguminosa. FORMAÇÃO DO NÓDULO 1) Liberação de flavonóides pelas raízes da planta 2) Quimotaxia do rizóbio em direção à superfície das raízes - 3) Proliferação do rizóbio na rizosfera e indução da diferenciação do primórdio do nódulo 4) Aderência do rizóbio às raízes 5) Diferenciação do meristema secundário do nódulo (conexão vascular) 6) Encurvamento do pêlo radicular e formação da via de infecção 7) Múltipla infecção das células do nódulo e crescimento do nódulo f) Crescimento do nódulo, diferenciação dos bacterióides, e começo da fixação simbiótica de N Figura 4. Esquema mostrando as fases da infecção da raiz de uma planta pelo rizóbio. SENSIBILIDADE DA ENZIMA NITROGENASE À ALTAS CONCENTRAÇÕES DE OXIGÊNIO (O2) - estratégia anatômica: o parênquima do nódulo funciona como uma barreira de difusão do O2. Os espaços intercelulares são pequenos e pouco numerosos, podendo ser preenchidos com água. Logo, a entrada de O2 no interior do nódulo é muito dificultada. - estratégia bioquímica: as células vegetais da região central do nódulo produzem a leghemoglobina (hemoglobina das leguminosas). Essa molécula é um carregador de O2, que garante que os bacterióides recebam o O2 necessário para sua respiração, evitando que o gás circule livremente no nódulo. Figura 8. Estrutura geral da estrutura de um nódulo apresentando a localização dos bacterióides e da barreira de exclusão do oxigênio NODULAÇÃO Inoculantes para leguminosas O que é um inoculante para leguminosa? É um produto biológico composto por bactérias (microorganismos unicelulares) capazes de associar-se com a raiz da planta, transformando o nitrogênio atmosférico em nitrogênio assimilável. Em troca as bactérias recebem da planta os nutrientes necessários para seu sustento. A esta associação denomina-se simbiose ao processo de transformação de nitrogênio atmosférico, fixação biológica de nitrogênio (FBN). Qualidade e quantidade dos inoculantes Os inoculantes turfosos, líquidos ou outras formulações devem conter uma população mínima de 1x108 células de bactérias/g ou ml de inoculante e devem ter comprovada a eficiência agronômica, conforme normas aprovadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Cuidados ao adquirir inoculantes a) adquirir inoculantes recomendados pela pesquisa e devidamente registrados no MAPA. O número de registro deverá estar impresso na embalagem; b) não adquirir e não usar inoculante com prazo de validade vencido e que não tenha uma população mínima de 1x108 células viáveis por grama ou por ml do produto. c) certificar-se de que o mesmo estava armazenado em condições satisfatórias de temperatura e arejamento; Cuidados na inoculação a) fazer a inoculação à sombra e efetuar a semeadura no mesmo dia, mantendo a semente inoculada protegida do sol e do calor excessivo; b) evitar o aquecimento em demasia, pois altas temperaturas reduzem o número de bactérias viáveis aderidas à semente. c) para melhor aderência dos inoculantes turfosos, recomenda-se umedecer a semente com 300 ml/50 kg semente de água açucarada a 10% (100 g de açúcar e completar para um litro de água); d) umedecer a semente com a solução açucarada, homogeneizar, adicionar o inoculante, homogeneizar e deixar secar à sombra. A homogeneização das sementespode ser feita em máquinas próprias, tambor giratório ou betoneira. Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23
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